Tumgik
#inutilidadeaflorada
inutilidadeaflorada · 26 days
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O Mundo Gira
Se mede grau e urgência pelo ruído Uma métrica que contempla silêncio como conforto E a sinfônica dos desconcertos urbanos, civilização Atravessar o abandono com duas tempestades nos dedos
Deslizam portas, com ternura Pés se arrastam com cansaço Um evento moderno e intrusivo Idealizar traições pelo som
É um esporte, cílios afiando cortes Toda a matéria orgânica organizada Para pertencer a massa de amido Humedecer as mãos com lágrimas
Pássaros rondam a janela Como se espreitassem vislumbres Pássaros rodam tuas máquinas Como cavalos domesticados em carrosséis
Eis você, desfiando o pudor Colorindoo álibis com cores pastosas Um beijo desalinhado, a argila desta estação Um desejo morre dia sim, dia não
Moldar o soluço para esconder ossadas Barganhar antes de cabeça de peixes Um pomar de flores desdobravéis Antes que seja tarde, aterre o por do sol em mim
Como uma hóstia-tigre passivo-agressiva Amedronta visitas indesejáveis Invejando-as como um novo mundo Gargalhando liberdade enquanto cala a fome
É outra vez, um recorto ébrio Arrancando nomes com delicadeza Apertar o corpo como se fosse um pernil Servir interpretações falhas para o jantar...
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saturnalizei · 4 months
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“se você escrevesse um livro sobre se apaixonar por alguém que você não pode ter, qual seria a última linha?”
E no fim de tudo, nos reencontramos. Mas será que isso serão cenas para um próximo livro? Eu prometi a mim mesma que nunca mais escreveria sobre você, sobre nós e sobre o nosso amor. Mas todas as vezes que olho para a Lua, fico imaginando o ciúmes que ela sente. E mesmo após tudo, quando meus olhos se encontraram nos seus eu me perdi no infinito de pensamentos e sentimentos que me fizeram me apaixonar por você. Meu querido, escreverei sobre você outra vez?
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doce-escape · 1 year
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CONVICTAMENTE
Eu sempre olhei pra gente como almas gêmeas, sabe?
Ana Suy em um dos seus poemas de rasgar a alma, falou “amizade é o amor que deu certo”, e sempre que eu olhava pra nós, era exatamente isso que eu enxergava.
Eu te olhei com os olhos de ternura e amor que eu jamais olhei aos meus irmãos de sangue, afinal eles nunca compartilharam a vida comigo assim como você fez, como nós fizemos.
Eu te vivi, eu me rendi ao amor mais genuíno e sincero que senti por alguém.
Sabe aquela história que os opostos se atraem? Acreditei por um tempo isso não se encaixava quando o assunto era nós, pq o que mais fazia sentido naquela amizade era o fato de sermos exatamente iguais.
Porém, hoje eu acredito que esse tenha sido o começo do fim, ou o motivo do fim. Sermos exatamente iguais.
Pra falar a verdade, eu nunca entendi os reais motivos da tua partida, talvez eles não sejam os mesmos que eu imagino, ou talvez sejam exatamente os que fiquei por dias e dias tentando confabular.
Esse ano foi tão dolorido pra mim, desde a tua partida, na verdade, não houve um dia se quer em que não foi dolorido pensar, falar, relembrar..
Eu acho que quando a gente fala sobre os becos escuros da vida, automaticamente você conhece o caminho, tenho certeza que você já chegou lá de bicicleta.
Acontece que os caminhos escuros e sombrios nos quais me coloquei, não foi possível encontrar a saída nem mesmo com gps.
Me coloquei dentro de um beco escuro, úmido, frio e vazio, e simplesmente não soube sair de lá.
Não adiantou gritar, eu tentei por muito tempo, até perder a voz.
Não adiantou correr, pq a dor vinha antes mesmo de cansar.
Não adiantou me debater, pq as marcas, os arranhões e lesões já estavam impregnadas como tatuagem.
Em nenhuma dessas saídas eu te encontrei, então eu simplesmente optei por sobreviver ao silêncio, ao escuro e aquele beco.
Então depois de conhecer o caminho do inferno, eu comecei a pensar no orgulho.
Acho que existe muita coisa maior que o orgulho, né? Acho que quando a gente atravessa pela dor de existir, de existir em condições que a gente se odeia tanto a ponto de não querer mais nem respirar, acaba não fazendo mais sentido… sobre o que eu estava falando mesmo? Ah.. o orgulho.
Esse miserável filho de narcisismo, não faz sentido existir quando o existir não faz mais sentido.
Mas acho que esse texto era pra falar sobre você, né? Acho que me perdi de novo..
Então o ano novo pro escorpião começa sempre no aniversário, e não no dia 31 de dezembro.
Nesse meu novo ciclo, eu decidi que faria o melhor por mim, o melhor pelas pessoas que amo ou amei, e é isso que eu te desejo de aniversário.
Que você seja feliz, mas feliz de verdade. Que você se olhe no espelho e sinta orgulho de vestir tua pele, de habitar no teu corpo, de testemunhar tua vida. Que você se admire por ser quem você é, isso que verdadeiramente importa.
Paulo Freire deixa em uma carta para sua esposa Nita, todas as coisas que eu queria te dizer pessoalmente enquanto a gente mergulha os pés na água gelada do rio, mas não tive forças… “A boniteza da vida não está na compreensão rígida das coisas nem na lógica bem comportada que exigimos dos fatos, nem tampouco na nossa certeza em termo do que deve ser a própria vida. A boniteza da vida está na certeza da incerteza e na coragem de começar tudo de novo quando se pensava que já nada podíamos fazer. A boniteza da vida está em aceitar que até as sextas-feiras podem virar azuis e que nelas rosas, violetas, margaridas podem florir e sabiás podem cantar. A boniteza da vida está na capacidade de amar, apesar de tudo. A boniteza da vida está em perceber que amar é melhor que não amar, mesmo quando não amar, como tentação diabólica, pudesse parecer uma porta aberta a mil amores. Te amo convictamente.”
E é assim que me despeço, com a certeza que te amei convictamente.
Com amor, L.
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carteldapoesia · 1 year
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Eu postei 8.733 vezes em 2022
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#5
•Promessas,apenas•
Eu te prometi O infinito Mas nem o começo Consegui te dar
Te prometi A lua Mas nem as estrelas Eu consegui alcançar
Eu te prometi o universo Mas nem meu mundo Eu consegui controlar
Eu te prometi A mais bela História de amor Mas nosso final feliz Eu não consegui No roteiro encaixar.
Prometi ser o amor Da sua vida Mas só conseguir Ser uma velha história Que pra alguém você irá contar.
    $  Victor hugo $
13 notas - publicadas em 1 de outubro de 2022
#4
Tumblr media
Autoria de uma das nossas seguidoras, Dayane. Mais autorias em @apreciarmos
Conheça o tumblr: @carteldapoesia e o instagram do projeto (clica)
Se repostar, mantenha os créditos da autora e do Cartel da Poesia!
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14 notas - publicadas em 8 de março de 2022
#3
Nós
Eu até gosto do dia.
Mas prefiro as luzes
e os sons noturnos.
A luz da lua,
dos seus olhos,
das estrelas.
Os nossos "sons".
Nossas músicas,
sorrisos,
sua voz,
suspiros.
Nosso silêncio.
19 notas - publicadas em 1 de outubro de 2022
#2
Tumblr media
Queremos comemorar mais uma Páscoa com vocês, interagindo e fazendo um game super especial 🐇🎀
Para participar:
Reblogue esse post,
Tenha em pelo menos 5 de suas autorias a tag #carteldapoesia (tem que ser algo que você escreveu, hein) e
Envie em nossa ask (clica aqui): "escolha um número de 01 a 10 + responda uma das duas opções: nos conte alguma situação engraçada que aconteceu durante a Páscoa com você/amigo/familiar ou o que a Páscoa representa pra você".
Resultado dia 16/04.
29 notas - publicadas em 26 de março de 2022
Meu post nº 1 de 2022
Tumblr media
Game de Carnaval do Cartel da Poesia
Cada máscara contém uma quantidade de plaquinhas a serem feitas, e de autorias a serem reblogadas.
Para participar:
Nos siga (@carteldapoesia);
Marque em suas autorias a nossa tag: #CartelDaPoesia;
Reblogue esse post e
Nos envie uma ask (clica aqui) com uma fantasia que gostaria de usar + um número de 1 a 5
Resultado dia 01/03.
42 notas - publicadas em 21 de fevereiro de 2022
Veja a sua Retrospectiva 2022 →
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flordmaio · 4 years
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Mais uma vez acordo com aquela sensação de estar perdida e sozinha.
O pior é não ter alguém pra conversar pois meus problemas a vista dos outros são inúteis.
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Desanuviar
Já me desfiz das memórias ruins Velhas opiniões, planos e afins Já suspendi meus velhos julgamentos Já explodi em grandes ressentimentos
Resolvi mudar de vida, tentar de novo Me inseri em novos contextos, me reinventei Me abri para as novas possibilidades Estreitei laços, apertei o passo
Uma eterna metamorfose, uma evolução discrepante Ando abraçando delicadezas e expulsando deselegâncias Não careço de opiniões, guarde-as para você Mereço a honestidade de quem me quer bem
Já disseram que sou incrível Já disseram que sou estranho Já disseram que sou hermético E cada vez mais me distancio
Já mandaram eu me calar “Guarde suas ideias para si mesmo” Fui chamado de infiel, salvador da pátria De pseudo-cult, de falso profeta
Cada ferida que em mim sara É mais um tapa de pelica na sua face Nem atos passados nem os que estão por vir Possuem a força necessária para me destruir
Hoje o dia vai ser meu grande aliado Jamais tive a arrogância de me crer finalizado Tenho ainda um longo caminho a trilhar E sigo esperando esse caminho desanuviar
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Memento, Parte II
Ninguém me reconhece mais entre essa esperança Enquanto desvio o peito de adagas Convidando com minha própria língua ao duelo A gentileza antropofágica redimindo exércitos
Tal disparate separa a aparência Entre hospitais e bordéis Bula todas as vezes Refeita entre feridas ególatras
Conciliando com olhos irreconhecíveis O amor não é crível, a paz não é crível Meu cinismo é a matéria que constrói meu fim E meu país já está fadigado de me regurgitar aos seus filhos
Colha-me fruto clandestino Apêndice das perfumarias Arfar placentas inorgânicas Atribular a hesitação ao véu
Ao acaso, desabito estes corpos celestes O momento é calar influências externas Enquanto afoga-se vozes internas Em uma pia testemunhando covardia
A sina cozinha retratos em frigideiras A guerrilha das artérias ensina matrimônio E você sabe que eu evito meus hábitos Para preservar qualquer desinteresse cômico
Há um artigo imprudente Confinando Medusa ao inferno A rosa polida era plano de fundo Para uma corrida sociopolítica da especulação
Obedientemente devolvido Os motivos descarnam o superficial Eu também aproveitei os louros da futilidade Para dançar em praças literárias...
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Herdeiros de uma Juventude Necrófila
Me permita esta vaga introdução: Era preciso romper a função do protagonismo Um lirismo que mais observa do que se atreve Apesar de cada caneta ser uma lupa intrusiva
Estamos aqui para colecionar todas as reinvenções Transtornar a roda em um convexo impossível Flexionar léxicos como quem segue uma rotina Rezando ao pé de gurus amontoados como totens
A máquina lhe assiste assiduamente E prepara textos, derrete ironias Eu sou o mesmo mal que você Apenas mais disposto a ceder revanches
Organizaremos agendas eletrônicas como se fossem túmulos Uma coroa de flores para cada evento desmarcado Zelo saudoso, vício sadio, encontro platônico Beirando uma ansiedade duvidosa ao acolher sintomas
Cada cântico é capaz de soldar países O único motivo para retratar caravelas Era um espírito que se fragmentava De consumações insalubres
A implicância em varrer editais para a sua boca Comê-los, costurá-los, diversificá-los e instruí-los O fruto cítrico tão fadado em combater sua lábia Que se desfaz na dupla que o projeta à fama
Hoje o lobby devora as casas de apostas Não esperamos tantos herdeiros nessa praça Mas a cada jantar insinuado insistem Em preservar atores e condutas passionais
Há um nome rastejado para fora de línguas alcoólicas Atravessam por ele como se fosse um tabuleiro ouija Mistério barganhando a decepção, tensão a cada segundo Espirais suspiram feitiços infanto-juvenis para prever tua vinda
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inutilidadeaflorada · 19 days
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O Discreto Amargado no Fundo da Boca
Voltei para ciranda da tua fala Invadindo a mentira ou solucionando A leitura por entre a texturas dos dedos Demanda uma acidez neutra pela eternidade
Tal dádiva não vale mais ou menos Do que todas as personas que saltam Entre a bifurcação dessas línguas Toda voz faz parte da paisagem de um necrotério
Cada corpo suprimido, performava uma serpente nova Traziam o conflito para o corpo, petrificavam-no, degustavam-no O derretiam, o dividiam, o profetizavam, o desacatariam com furor Para ao final do receituário, junkies inventarem de incendiá-lo
A todo Sísifo que ainda vive As horas mais pesadas aparentam facilidade Em cada beijo uma formiga é engolida De cada amor traiçoeiro, tomará espelhos e Faustos
Seu monólogo é um discurso ensaiado Declarando guerra às rosas sem espinhos Um hospital declaratório perfuma o comício Inventara milagres para cada transe tecido
O futuro é insone e todos o conhecemos Cada história é um encanto de ouvir A presença é um ato vangloriado às multidões A julgam, mas sempre são seduzidos por ela
Atar-se a braços como se barganhasse âncoras Desinventa-se cravos e pecados no divã Toda a sorte dessa desconfiança imatura Prevê tragédias pertinentes no último suspiro
Eu me fiz crer com o argumento do tato Que corpos se reconhecem em camadas São seus os deveres e álibis de pontífices Já toda a luz vence o mistério atrelado a morte
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inutilidadeaflorada · 2 months
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Sujeito Composto/Sujeito Íntimo Secular
Falta muito para voltar a pesar a terra Das presas vis escorrendo uma lágrima translúcida As lágrimas castram sua vasta química Em nome profano de uma substância de êxtase
A prática estabelece a suspensão dos sentidos A prática simula mortes ineficazes Em cada lar dessa terra tropical Elefantes são moldados ao lado da mobília
O movimento é uma síntese dos cavalos O coice a tal coisa chamada amor O corpo transmuta-se viagem Outra vez, esta elegante controvérsia
O trâmite que carrega caravelas Cada sobra desta dor, cada promessa dessa dor É um território inexplorado que forma a América Tão cadavérica por ceiar sob o peso de chacinas
Há sete anos eu dancei com desertos Há sete dias eu refiz meus passos Há sete meses eu inundei palácios Há sete minutos em morri em seus braços
A cada dois dedos de dose nesse copo Ousava fabricar noites americanas O céu cruzado de uma cicatriz Recentemente contemplada
Eu tenho colocado seu nome Em cada bebida que ingeri Em cada carapuça que vesti Em cada perfume que guardei
Todo poeta é orgulhoso Seu critério confessa vaidade Eu pensei que tivesse vencido Naquela vez que sorri sem motivo...
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inutilidadeaflorada · 1 month
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As Traças Famintas Ou Simplesmente Athena
O público devora seus ��dolos vivos E ninguém aparece para a missa de sétimo dia Desde então, todos os dias nascidos com urgência Tem sido absorvidos como um vinagre cristalizado
Todos odeiam abutres assistindo vidas e confabulando O que foi? Há muitos corpos para tuas garras? Poupe-se e delegue as funções da pesagem de estatísticas Há muito sangue em suas penas fundidas com petróleo
O organismo-anfitrião chorando lágrimas de cera Perfeccionismo e autodestruição. Implora para a heresia Mas ela não é mais uma força disruptiva deste embate A dicotomia de uma América se desfazendo em cinzas
A casa sempre vence a valsa dos cílios Merci pour ton poison, merci pour ton théâtre Agradeço o esforço da sua arquitetura-fantasia A casa sempre vencerá os infortúnios da estética
O que será de você quando cuspirem a imagem da tua mediocridade? Pães que não valem suas mordidas específicas Costumes tão voltadas as espirais discursivas Tão desejadas pela textura de beijos em superfícies ralas
Espero que a digestão lhe seja breve, meu querido menino-cassino A tragédia mitificada diariamente aos nossos olhos públicos A substancia que escorre dos olhos, um punhado de pólvora siliconada Ao entrar em contato com a pele, saltam criaturas se alimentando da idade
Há um espetáculo irresponsável vagando desgovernado entre nós Hefesto concretiza vieses de laboratórios clandestinos e atos mímicos Qual sua fascinação com as câmeras princesa Daiana Se não o fato que todos odiarem citações erguidas à cigarras
Apontar fantasmas, abatê-los como caça Rapta-los a luz do dia, difama-los em porões Instrumentaliza-los ao inconveniente E por fim, convence-los a aceitar todo rancor e paixão...
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inutilidadeaflorada · 1 month
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E Todos Esses Conhecidos Ancoram a Presença a Tua Imagem
A sarjeta é formada por desejos não superados E cada mistura corrosiva de diesel e perfume Incendiam os braços que correm contra faróis Nem sol, nem Ícaro. Eram os fantasmas da performance
Eis a urgência de um evangelho para ser superado Algo que rivalize mentiras e confunda ritmos Saturada América sobre a tormenta De decupagem dos sonhos flácidos
Separar e distribuir, como um bom publicitário Fluir as apostas de ouro e rubricas Adote para si um estereótipo A cartilha embaraça influência e quadris
A noite pungente derrete ampulhetas Na terra em que talheres são espelhos Conspira-se uma reza que desce dos olhos ao estômago E não importam as contraindicações, desde que todos repitam:
Três uivos no céu de outra boca Um exercício antropofágico Fausto postergado como um rei Em troca de um constrangimento autoral
Afundando ou subestimando o fascínio Toda esta placenta envolvida em um esquife espelhado Girar codinomes e suspeitar de vieses coordenados Eu te apresento cenários vastos, coma dessa espera
Este peito reside um amontoado de línguas Que pulsam um rio que afoga os pulmões Verter todos os sentidos ao paladar e alinhar-se em poleiros Ao travar conflitos com artérias sociopolíticas
Regar feridas com rosas entreabertas E na dubiedade de uma nota colhida Torcer jornais até escorrerem semióticas Vestir palavras de frigoríficos como antologias
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Freaky
As lágrimas mais vulgares e contraditas Formam as estrelas do meu país Meu céu se organiza entre esfolar os dedos Em construções de sonhos hegemônicos com areia
Trazer a fome travada entre os dentes Persuadir reis de suas potentes aparências Quando são frágeis a olho público Sobrepunham mitologias e versículos
A face indigesta e imediata Corrompe-se como pavões A ambição precisa de um receptáculo E a prata da tua saliva fora a escolhida
A tua vinda é um sonho melancólico Entrando, fluindo e adoecendo Cada centímetro do meu espírito Com teu riso de Mercúrio
Todo dia um novo rito é prescrito O eu como moral e inocência Eles rimam faca com deus E juventude com abusos
Sua dor debuta com alegria Agora é um híbrido de Gaia e Saturno Permanentemente soterrado Entre o que convém clamar-se: Cal
Obedecer era fonte de identificação Tais moedas, juras ao crédito Tais lâminas, juras ao Narciso Tais coerções, mentiras
Refira a cartilha como força e zelo Antes que cheguem aqui com bombas, Com danças veladas e cinemas inconsequentes Para amordaçar nossa denúncia com novos espelhos
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inutilidadeaflorada · 1 month
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A Cartilha do Necrotério Ambulante Rima Bulas com Versos
Cravado de inveja eu solto Teus cães-helicópteros sob o passeio amargo O sol corrói intuitos-cassinos que esperam a vigília A cada estrela a mais, uma viela apontada
Não há necessidade de abrir tua boca Como um arquivo-morto de nomes e corpos Cada palavra negada é um rumo que o país evita Dissimular pânico é o mais óbvio a nossa cultura
As academias são institutos de luxo imaterial Tanatopraxistas por esporte e escolha Preferem dissolver tudo em agentes químicos neutros E assim, desgoverna-los a pureza de anjos clássicos
O lar dos guardiões da palavra é uma perfumaria Um evento metódico e desinteressante Nomes para covas exumadas, seu prazer? Fardar-se É um título que prestigia o nada
Foste tu que comeste de minhas mãos Trazendo o mau agouro a esta terra Disseminando açougueiros como enfermeiros Dissolvendo catedrais de músculos e zinco
O sonho impossível é constantemente Barganhado com a miséria Para que ambos encontrem o meio termo E possam entregar obediência à corporações
Essas vozes se sobrepondo umas as outras Fazem um rio que sobe por todo o meu corpo Envelhecem minha pele, me anseiam fora da permuta Tecem uma túnica de poeira e urina envolvendo a cidade
Dançar no fio de uma tragédia E por todos os dias, temê-la Esperando que o fim do mundo Desampare-nos ou compadeça-nos
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Aqui Estou Novamente Rezando Pelos meus Antecessores
Eu fui queimado no altar todas as vezes Acariciaram espinhos de rosas contundentes O primeiro mundo valsando com o fascínio E toda a sua eloquência passivo-violenta
Eu inventei a beleza com espelhos Eu inventei a paz de abóbora Eu inventei a ciência com o pavor Eu inventei a lua com o cinema
Eu fui meu próprio amante Traí todas as minhas palavras Comigo mesmo, em ocasiões passionais Em que precisei desviar as mãos de catedrais
Todas as vezes que olhei para o céu Eu vi a roda derreter e girar ao contrário E com as sobras dos fios de prata, fiz teu nome Assim, a noite esculpira de mim todas as suas criaturas
Viu-se o transbordar de uma cruz suburbana Um dragão mais assertivo que moinhos Com os olhos tensionados e caminhar traiçoeiro Cismando um ouro suspenso, cismando uma revanche
As engrenagens mostram o caminho dos inimigos Vírgilo, não há mais cura em transitar pelos males Oferecendo um safári afrodisíaco e um turismo póstumo Por todas as flores malignas que se originaram do excesso
Tua intenção não revoga tua prática Meu peito é despedida e hospital Cada um desses pecados que me intitulam Urgem num samba prescrevendo sintomas
Toda a devoção é performativa O teu ser é uma perfumaria Capaz de corromper métodos Um filho sem êxito, projetando dilemas...
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inutilidadeaflorada · 13 days
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El Rojo and Blue
Cada vez que te sonho, um riso novo floresce Uma nova cor é desovada de minhas lágrimas Desolado, vago por fissuras entreabertas Pregando o antagonismo que louvamos à Tânatos
Azul marítimo, azul concreto, azul marinha, Azul cristal, azul anoitecido, azul acontecido, Azul fabricado, azul faca, azul castigo, azul fátuo, Azul sociável, azul perecível, azul premeditado, azul inocente
Um riso ofuscado Ainda amante do óbvio Desabando joias de zinco Do teu céu da boca contrabandeado
O futuro é vermelho, mas minha gestação Fora toda gris, por toda a minha primeira infância São ampulhetas e cristais de flúor dissolvidos em meu mergulho A cada corpo sufocado em meus braços, os venenei com Mercúrio
A pólvora neon escarlate Escala meu corpo e colide Contra meus lábios, explodindo ressentimentos Derretidos pelos olhos uma última vez
A corredeira continua Me tira uma valsa e um verso Derrama vestidos, aguça a açucena da saliva Tais momentos atracam ao peito
Na frente daqueles trovões Ordens são premeditações Que a tração não encontra Para domar cavalos selvagens
Tudo que me desperta para longe dessa noite Era o fascínio que o horizonte prometera O peso nos pés de mil anos desfazendo cores Refazendo misturas para um céu púrpura
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