Akatsuki no Yona: o amanhecer de uma guerreira| Part. I
Diz o ditado que “as aparências enganam”, e foi ótimo confirmá-lo com o épico Akatsuki no Yona. Depois de ver algumas cenas dos próximos capítulos do mangá, senti que precisava espalhar a palavra de Yona e os dragões pelo mundo, e cá estou. Falarei sobre anime e mangá porque o anime tem apenas uma temporada, e não aguento mais esperar a segunda (o que é comum não acontecer, uma vez que utilizam uma das mídias para fazer propaganda da outra, só restando acompanhar tudo pela obra original).
O anime é adaptação da obra homônima de Mizuho Kusanagi, publicada em 2009, e segue a história da Princesa Yona que tem seu mundo perfeito virado de cabeça para baixo ao presenciar o assassinato do seu pai, o imperador, pelas mãos do homem que amava. Com sua vida também colocada em risco, é salva por seu amigo Hak, e juntos partem do palácio, iniciando, assim, uma jornada em busca da sobrevivência e restauração do que lhe foi tirado.
Apesar da premissa interessante, e da estética atraente, adiei bastante assistir o anime por saber que era do gênero shoujo harem reverso (ou seja, um romance onde uma menina é rodeada por garotos que podem ser interesses amorosos). No geral, animes desse estilo costumam focar nessas possíveis relações, deixando o resto completamente esquecido. Mas, felizmente, esse não é o caso de AnY. As aparências realmente me enganaram. A história envolve jogo político, guerras, problemas sociais e personagens carismáticos com grande desenvolvimento. Acompanhar a grandeza da Yona em sua batalha pelo fim das injustiças e restauração do seu reino é lindo e, quando feita uma comparação com o início da história, a coisa fica melhor. O anime, serializado em 2014, contem 24 episódios, e finalizei o último episódio já correndo atrás do mangá (que consta com 21 volumes atualmente), pois foi impossível se manter longe da história, e assim permaneço.
A garota do amanhecer
Adoro como esse título já nos dá a ideia de renascimento, que é o que acontece com a Yona, além de ser a forma com que muitos a enxergam. Yona é apresentada como uma linda princesa que tem tudo e todos aos seus pés, sendo paparicada até por seu pai que, apesar de ser um imperador, é extremamente amoroso, e não lhe nega nada. Criada no luxo do palácio, alheia aos problemas do país, ela se diverte com seus dois melhores amigos de infância: Hak, general e líder da tribo do vento, e Soo-Won, seu belo, doce e gentil primo, por quem nutre uma paixão que pode resultar num casamento – a nobreza é assim. Mas seu mundo de cristal é quebrado com Yona presenciando a morte de seu pai pelas mãos do homem quem amava, e isso a coloca numa situação extrema.
Fora do palácio, ela não demora a perceber o mundo de mentiras em que vivia, incluindo o descaso do seu pai para com o reino, fazendo com que ela adicione à suas dores o sofrimento do seu povo. Com a realidade sendo posta como um teste, Yona usa de sua influência para evitar injustiças e conseguir a restauração do reino, e decide ir atrás dos 4 dragões lendários que serviram ao fundador do reino, e que muitos acreditam ter reencarnado nela.
Confesso que assistir o primeiro episódio do anime foi cansativo, pois essa apresentação da Yona expôs toda a futilidade típica de personagens assim; mas que bom que deixei a aparência e primeira impressão pra lá, porque não durou muito. Essa parte dela foi extremamente necessária para evidenciar a grandeza adquirida por ela ao longo da história. O desenvolvimento da Yona é um dos melhores que já vi na ficção, e o clichê da jornada do herói – no caso, a heroína – é muitíssimo bem desenvolvido. Ela é extremamente inteligente e perseverante, e não hesita ajudar quem precisa. Em sua jornada, Yona busca se fortalecer, não só fisicamente, enfrentando todos os seus medos para proteger os seus. O amadurecimento dela não é instantâneo, ocorre no ritmo e tempo certos, e não deixa nada forçado. O autor faz a Yona brilhar na história de um jeito que todos em volta não pareçam medíocres. A luta dela é por todos, e isso a torna grandiosa. Ao fim da série, ela estava irreconhecível, e eu já estava totalmente encantada.
Besta Trovão: a espada e o escudo
Hak, ex-chefe e general da Tribo do Vento, é conhecido como Besta Trovão por suas excepcionais habilidades de luta, sendo considerado incomparável, ganhando o título de soldado mais forte do reino. É melhor amigo da Yona e Won desde a infância, sendo inseparáveis. Extremamente leal, fica imensamente magoado com a traição do Won. Salva a amiga e a acompanha em sua jornada, protegendo-a de tudo, mesmo que a custo da própria vida.
Apaixonado pela Yona, não revela seus sentimentos por saber da paixão que ela tem pelo primo, e por não se considerar merecedor (afinal, ela é uma princesa). Entretanto, não consegue esconder sua grande afeição. Sua fidelidade à ela é tanta que fica conhecido como o quinto dragão – o que ninguém faz questão de contestar diante de sua força. Ele tem uma seriedade justificada, mas gosta de provocar a Yona, e a interação dele com os dragões é uma das partes mais divertida da animação.
Esse eu amo mesmo! A história pode ser um harém reverso, mas, da mesma forma que ele é incomparável na luta corporal, não tem ninguém para competir com esse cara. Torcer para ele e Yona é um verdadeiro teste de paciência, mas tem tanta coisa acontecendo que eu dou um desconto pra esses dois. Ele sabe da paixão de Yona por Won, e isso o magoa tanto quanto saber o que o amigo fez, mas em nenhum momento a faz se sentir péssima com esse sentimento. Por não compartilhar sua dor com a amiga, vive só com sua dor, mas, aos poucos, Yona passa a entendê-lo e isso o ajuda a seguir. Os dois são uns fofos juntos, e é divertido acompanhar a paixão crescente dela por ele. Hak é um lorde, e se a Yona não pegar, é bom trazer ele para o mundo real que eu pego.
O misterioso e cauteloso Soo-Won
Filho do falecido General Yu-Hon, e primo mais velho de Yona, assim como ela, é amigo de infância de Hak, formando com eles um trio inseparável. Criado no palácio junto com o rei e a princesa, sendo conhecido como uma pessoa gentil, desperta a paixão de sua prima, e junto com Hak, estabelece proteção constante para ela. Entretanto, é responsável pelo golpe de estado que força a saída da Yona do palácio, matando seu tio, o imperador do reino, e torna-se o 11º rei de Kouka com o objetivo de unir o reino para restaurar seu poder original após o reinado do rei II.
Mesmo com tudo isso, não consigo odiá-lo. Não aceito, mas o contexto explica a situação, e a verdade é que os preparativos para a morte do imperador não são bem esclarecidas, o que deixa a coisa toda intrigante. Assim que assume o poder, Won começa a modificar o reino de uma maneira satisfatória, sendo reconhecido como um rei que trará a glória de volta ao reino. Mesmo com toda essa descrição, ele continua agindo como uma pessoa gentil e calma, e em muitos momentos ele demonstra a dor que sente por ter afastado os melhores amigos do jeito que fez.
O encontro entre ele e Hak é o que eu mais aguardo, pois a Yona tem a capacidade de perdoar, coisa que o Hak parece não ter. Será um grande embate, e faltei enfartar nos momentos que isso quase aconteceu no mangá. A complexidade do Won movimenta história, e se a pessoa for enxergar tudo preto e branco, perderá muita coisa.
A amizade dos três permanece abalada, mas ainda é um dos pontos altos da história, e qualquer aproximação no mangá é um momento extremamente tenso. Se interessou? O anime está disponível aqui. O mangá é publicado em diversos sites livres, e basta uma busca rápida para encontrar.
Por hoje é só, mas com certeza voltarei para exaltar essa história que ainda possui muito assunto bom para ser mostrado.
Até.
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