Tumgik
jensdemon · 10 years
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Sua pele já estava queimando só por estar do lado de fora de casa por alguns segundos, tudo que queria fazer era voltar pra lá dentro e abrir mais uma garrafa de Jack Daniel's. Rolou os olhos ao ouvir a que ele fazia parte da divisão de homicídios. Infelizmente, ela estava certa quanto a identidade do homem à sua porta. Já não aguentava mais ver nenhum policial e muito menos ser interrogada por um deles. Interrogatórios são uma merda. Um cara idiota qualquer, que se acha só porque tem porte para armas e um distintivo, faz milhões de perguntas sem sentido só pra te incriminar, mas no final ninguém descobre porra nenhuma e o criminoso continua a solta por aí.
Jen não era muito boa em ler as expressões dos outros, mas tinha algo em Philip Manson que dizia que ele estava mais incomodado com aquela situação do que ela. O primeiro pensamento que surgiu em sua cabeça foi que se ela estivesse certa aquilo poderia ser mais divertido do que o esperado, afinal ver um policial sofrer seria como uma espécie de prazer secreto. No entanto, depois surgiu algo como um sentimento de pena, ou compaixão, de ver o cara derretendo na sua frente. Podia ser bem paradoxal, mas sabia muito bem que é preferível sofrer uma morte dolorosa do que ficar cinco minutos debaixo do sol naquela cidade, e não desejaria isso nem ao seu pior inimigo. "Pode entrar" As palavras saíram muito a contragosto, e indicou com a sua mão o caminho para a sala de estar, ou o que restava dela.
no man’s land
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jensdemon · 10 years
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Quando ela abriu a porta os raios de sol bateram direto em seu rosto a cegando momentaneamente. A luz forte do lado de fora contrastava de uma forma absurda com a sala toda fechada e escura que acabou de deixar, fazia um certo tempo que ela não via o dia, há segundos atrás o mundo poderia estar caindo que não sequer perceberia. E bastou olhar de relance para a rua em frente a sua casa que percebeu que não tinha perdido muita coisa do mundo exterior, tudo continuava no exato mesmo lugar de sempre. Um suspiro de desgosto em relação aquilo tudo escapou por sua boca antes de conseguir recuperar a visão e identificar quem tinha tocado a campainha.
Talvez sua respiração ainda estivesse exalando aos copos de whisky que tomou de café da manhã, não se lembra da última vez que penteou o cabelo, ou entrou de baixo de um chuveiro mas mesmo assim sua aparência ainda estava melhor do que a dele, que parecia estar prestes a derreter dentro daquele terno que o engolia. “Quem é você?” Questionou erguendo uma sobrancelha desconfiada, não conseguia imaginar o que aquele cara estaria fazendo ali em uma hora daquelas. Jen não estava ocupada, aliás, ela nunca estava ocupada, mas era no mínimo estranho um homem engravado e carregando até uma maleta aparecer na sua porta. A última pessoa que subiu aqueles degraus foi um traficante em busca de pagamento e o que ele vestia não podia nem ser considerado uma roupa.
Demorou algum tempo para perceber que poderia ser alguém relacionado à investigação da morte de sua mãe. Não aguentaria mais responder uma série de perguntas e não chegar a lugar nenhum. Só de pensar na ideia de, mais uma vez, ser invadida com mil perguntas uma dor de cabeça começou a se manifestar no fundo de do seu crânio. Por mais que elas morassem tecnicamente juntas elas mal se conheciam, Jane Wuornos era uma junkie que vivia mais nos antros de prostituição do que junto da filha. Algumas pessoas devem achar que ela ainda está em estado de choque devido à morte brutal de sua mãe, mas ela não conseguiu identificar nem se realmente ficou triste com o acontecido. Seu pai, que nunca foi presente e, praticamente, largou a esposa e as filhas para morar do outro lado do país apareceu alguns dias depois do assassinato e não só invadiu a casa como roubou todas as drogas e como também algum dinheiro e fugiu completamente do mapa. A própria Jen não sabe se ele tem alguma coisa a ver com o crime ou foi apenas um puta de um oportunista.
Ela não saiu de frente da porta, assim impedindo que o homem à sua frente pudesse entrar na casa, afinal ela não sabia qual era a intenção dele e em um mundo como esse não dá pra confiar em ninguém.
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jensdemon · 10 years
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no man’s land
Aquele sonho pareceu real demais. Jen tinha acabado de acordar, sua camiseta estava grudada no corpo todo molhado de suor e seu coração batia num ritmo muito mais rápido que o normal. A televisão ainda estava ligada, a menina caiu no sono enquanto assistia um filme qualquer. Ela não era o tipo de pessoa que dormia com facilidade em qualquer situação, mas ultimamente vinha se sentindo tão cansada que seu corpo não conseguiu ceder à tentação de um sofá confortável e um cobertor em um quarto escurinho. Sua cabeça não conseguia se desligar do que tinha acabado de sonhar, por mais que só se lembrasse de alguns flashes, sabia que envolvia uns gritos desesperados, depois muito sangue e pedaços de corpos mutilados. Tudo tinha um passo muito rápido, como quem quer que fosse responsável por aquele esquartejamento ainda estivesse ali e tinha pressa. Não dava para negar que era assustador. Ela não se lembra de ter aparecido em momento algum, como se tivesse sonhado em terceira pessoa. No entanto, isso não era algo incomum, já tinha acontecido diversas vezes, em algumas delas até sonhava ser alguém totalmente diferente. Não sabia a real causa dessa despersonalização, mas era como se enquanto dormisse pudesse ser qualquer um, era libertador não estar presa na materialidade de ser ela mesma.
O som da televisão aumentou sem que ela tocasse no controle. Maldita televisão velha. Antes que pudesse diminuir o volume sua atenção se voltou para a notícia que estava passando. Aparentemente havia ocorrido mais um daqueles assassinatos não explicados em algum canto esquecido de uma fazenda. Do jeito que a jornalista falava parecia que a polícia estava completamente perdida porque não tinha nenhuma pista. Dessa vez, pelo menos, conseguiram identificar a vítima que era uma jovem de 18 anos. Ela não podia estar menos interessada no ocorrido, se a cidade inteira decidisse se matar não faria nada para impedi-los mas tudo aquilo era estranhamente similar ao sonho que acabara de ter. Se ela fosse um pouco menos cética podia jurar que tinha tido uma premonição. Uma sensação estranha surgiu no fundo do seu estômago mas ela não podia identificar o que era. Jen estava concentrada mudando de canal quando ouviu a campainha tocar. Levantou-se do sofá com a maior calma do mundo se questionando quem diabos poderia querer vistá-la, não é como se tivesse muitos amigos, família ou pessoas que importassem no geral.
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jensdemon · 10 years
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a phil/jen playlist † listen
a playlist for drunk, mad and violent partners that live on a place that’s run by the beast, while each one of them deal with their inner devils. "monsters are real, and ghosts are real too. they live inside us, and sometimes, they win.”
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jensdemon · 10 years
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