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#Antônio Callado
caneladeemaposts · 1 year
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A Cachaça na Dramaturgia de Antônio Callado
A Cachaça na Dramaturgia de Antônio Callado
herois negros Que o Brasil tem uma dívida histórica com o negro é fato incontestável. O primeiro embarque registrado de africanos escravizados ocorreu em 1525 e o último só em 1866. Navios portugueses e brasileiros fizeram mais de 9 mil viagens com africanos escravizados. Os portugueses de inicio dominavam o tráfico escravagista em todo atlântico. 4,8 milhões de africanos foram transportados para…
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adrianoantoine · 2 years
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Brazilian Days (028): January 28
Brazilian Days (028): January 28
Brazilian Days 028  January 28 . DAY OF: Dia do Portuário (Docker).    Dia do Comércio Exterior (Foreign trade). BRAZILIAN HISTORY: 1579 Death of Tomé de Sousa, first governor-general of Brazil. 1808 Opening of the Brazilian ports for trade with befriended nations. 1942 Brazil broke off relations with Germany and Italy, because of WW II.   1970 Foundation of Universidade Estadual de…
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adeuspassado · 5 years
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Nota sobre a literatura brasileira no século XX
A literatura brasileira no século passado pode ser dividida em quatro etapas: a primeira vai de 1900 a 1920, a segunda abrange as décadas de 20, 30 e 40, a terceira as décadas de 50, 60 e 70, e a última etapa os anos 80 e 90. Grosso modo, podemos falar de uma literatura pré-moderna ou pós-romântica na primeira etapa, uma literatura moderna na segunda e na terceira etapa, e uma literatura pós-moderna na última.
Os Sertões, de Euclides da Cunha, é talvez o grande feito literário do período 1900-1920. A prosa de feição polêmica, irônica ou de crítica social, porém temperada de patriotismo, aparece em Ruy Barbosa, Monteiro Lobato e Lima Barreto. Outros nomes relevantes da prosa foram Graça Aranha, João do Rio e Raul Pompeia. Na poesia lírica temos Alphonsus de Guimaraens, Vicente de Carvalho, Catulo da Paixão Cearense, Raul de Leoni, Augusto dos Anjos, Gilka Machado, Manuel Bandeira. A crítica literária atinge a sua maturidade com José Veríssimo, Afrânio Peixoto e a Pequena história da literatura brasileira, de Ronald de Carvalho (1919), resume toda a evolução crítica anterior. No campo filosófico ou humanístico, entre os clássicos de Joaquim Nabuco (Minha Formação, 1900) e Ruy Barbosa (Oração aos Moços, 1920), o destaque vai para Raimundo de Farias Brito, Jackson de Figueiredo e Alberto Torres.
A primeira onda do modernismo tem um marco histórico na Semana de Arte Moderna (São Paulo, 1922). Ao redor dessa aglutinam-se alguns nomes da geração anterior, como Manuel Bandeira e Ronald de Carvalho, e outros que encarnam com mais radicalismo a "idéia modernista", como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Raul Bopp. Temos ainda um grupo mais conservador, que continuará a tradição do nacionalismo romântico: Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Plinio Salgado (que do Verdeamarelismo passou para o Integralismo). Muito importante nessa etapa é a literatura de feição católica: Jackson de Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Tasso da Silveira, padre Leonel Franca, Leonardo Van Acker, Octávio de Faria, Gustavo Corção, Jorge de Lima e Murilo Mendes. A poesia terá ainda um Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Augusto Frederico Schmidt, Cecília Meireles, Henriqueta Lisboa, João Cabral de Melo Neto, Mário Quintana e Lêdo Ivo. No ensaio figuram Sérgio Milliet, Paulo Prado, Graça Aranha, Prudente de Morais Neto, Afonso Arinos, Oliveira Viana. Temos ainda o ciclo do romance regionalista nordestino, com José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, José Américo de Almeida, Amando Fontes. A prosa de ficção se desenvolve também com Alcântara Machado, Érico Veríssimo, Dyonélio Machado (Os Ratos, 1935), Lúcio Cardoso, José Geraldo Vieira, Clarice Lispector (Perto do coração selvagem, 1944), além do teatro de Nelson Rodrigues. Nas humanidades, cabe destacar Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Câmara Cascudo, Josué de Castro, Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira. A filosofia conta com Vicente Ferreira da Silva, João Cruz Costa, Pontes de Miranda, Miguel Reale (fundador do Instituto Brasileiro de Filosofia, 1949), Amoroso Costa, Renato Almeida (Fausto - Ensaio sobre o problema do ser, 1922).
A segunda onda do modernismo vai ter início na década de 50. É quando aparece a Poesia Concreta, dos Irmãos Campos e Décio Pignatari, ou a Filosofia Concreta de Mário Ferreira dos Santos. O Neoconcretismo, movimento sobretudo plástico, contará em sua origem com um poeta influente - Ferreira Gullar. Indo numa direção contrária dos concretos, mais ligado ao surrealismo ou ao movimento beat, aparece Roberto Piva, Sergio Lima, Jorge Mautner, Cláudio Willer, Waly Salomão e outros. Cabe ainda destacar, no lirismo, Paulo Mendes Campos, Hilda Hilst, Mário Faustino, Carlos Nejar, Álvaro Alves de Faria, Carlos Felipe Moisés, Eunice Arruda, Adélia Prado, Chacal e a coletânea 26 Poetas hoje, de Heloísa Buarque de Hollanda. Guimarães Rosa e Ariano Suassuna vão renovar a temática do "sertão". Transitando entre a poesia, o romance, a crítica e o ensaio, temos Mário Chamie, José Paulo Paes, Paulo Leminski, Glauber Rocha, Antônio Olinto, Affonso Romano de Sant'Anna. Augusto Boal cria o Teatro do oprimido, além de sua prosa teórica ou ensaística. Manoel de Barros, que estreara em 1937, começa a publicar com maior frequência e se torna um referencial da poesia até o fim do século. Pedro Nava renova o gênero autobiográfico, se tornando talvez o maior memorialista do século. No romance ou conto se destacam Antônio Callado, Campos de Carvalho, José Agrippino de Paula, José Candido (O coronel e o lobisomem, 1964), Carlos Heitor Cony, Ignácio de Loyola Brandão, João Ubaldo Ribeiro, Fernando Sabino, Raduan Nassar (Lavoura Arcaica, 1975), Dalton Trevisan, Osman Lins, Murilo Rubião, Moacyr Scliar. A prosa de João Antônio, Plínio Marcos e Rubem Fonseca vai renovar a temática do submundo, da marginalidade e violência social. Na filosofia e ciências humanas, temos Vicente Ferreira da Silva, Vilém Flusser, Leandro Konder, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Celso Furtado, Paulo Freire, José Osvaldo de Meira Penna, Roberto Campos, José Guilherme Merquior, Antonio Paim, Paulo Mercadante, Hélio Jaguaribe, João de Scantimburgo, Raimundo Faoro. O conservadorismo católico é representado por Plinio Corrêa de Oliveira, Gustavo Corção e Nelson Rodrigues. Na crítica destacam-se Otto Maria Carpeaux, Anatol Rosenfeld, Antonio Candido, Mário Pedrosa, Roberto Schwarz, Wilson Martins, Décio de Almeida Prado, Paulo Emílio Sales Gomes. Na crônica, Millôr Fernandes e Otto Lara Resende.
A última etapa, o fim do século, é um momento de declínio, mas temos obras ou autores importantes. Os melhores são autores que estrearam em décadas passadas, mas que publicam obras seminais no fim do século, como Bruno Tolentino (As horas de Katharina, 1994), Dora Ferreira da Silva (Poesia Reunida, 1999), Ângelo Monteiro, Alberto da Cunha Melo, Ivan Junqueira, Raimundo Carrero, J. J. Veiga, Caio Fernando Abreu (Os Dragões não conhecem o Paraíso, 1988). Mas há também novos nomes: Ana Cristina César, João Gilberto Noll, Milton Hatoum, Diogo Mainardi, José Roberto Torero. E aqueles autores de "sucesso", mas de valor duvidoso, ou que se lançaram em novos gêneros literários: Chico Buarque, Paulo Coelho, Márcio Souza, Luis Fernando Verissimo, João Silvério Trevisan, Drauzio Varella (Estação Carandiru, 1999). Na crônica ou crítica, o destaque é Paulo Francis, Nelson Brissac Peixoto (Cenários em Ruínas, 1987), Sábato Magaldi, Nelson Aguilar. Alberto Lins Caldas e o Madeirismo representa uma tentativa de reatar com o modernismo e as vanguardas do início do século. Já Olavo de Carvalho se destaca como polemista conservador (O Imbecil Coletivo, 1996). Na filosofia ou humanidades, temos Henrique Cláudio de Lima Vaz, Paulo Eduardo Arantes, Bento Prado Júnior, Sergio Paulo Rouanet, Gilberto de Mello Kujawski, Marcelo Gleiser (A Dança do Universo, 1997), Rubem Alves, Ciro Flamarion Cardoso, Gilberto Velho, Roberto DaMatta, livros sobre ou dos irmãos Villas-Bôas, o trabalho de mitologia grega de Junito de Souza Brandão etc.
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nerdgeekfeelings · 5 years
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[COLUNA DO OCHÔA] Traduções bonitinhas, mas ordinárias
[COLUNA DO OCHÔA] Traduções bonitinhas, mas ordinárias
Nelson Rodrigues.
Jornalista. Dramaturgo. Cronista esportivo. Homem que elevou o futebol (do topo da sua semi-cegueira) ao status de arte épica e… quadrinista. (more…)
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A Escola Municipal Anne Frank e a Professora Cristina Loureiro orgulhosamente apresentam a Primeira homenageada no Projeto MULHERES INSPIRADORAS:
CHIQUINHA GONZAGA
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Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira.
Foi a primeira pianista chorona, (musicista de choro), autora da primeira marchacarnavalesca com letra ("Ó Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
No Passeio Público do Rio de Janeiro, há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12 624 que instituiu o Dia da Música Popular Brasileira, comemorado no dia de seu aniversário.
Infância
Era filha da união de José Basileu Gonzaga, marechal de campo do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma mulata filha de escrava.[2] Contrariando a família, José Basileu casou-se com Rosa Maria após o nascimento de Francisca.
Chiquinha Gonzaga cresceu em uma família de pretensões aristocráticas (afilhada de Luís Alves de L. e Silva, Duque de Caxias) e conviveu bastante com a rígida família paterna.
Fez seus estudos normais com o cônegoTrindade, um professor de referência, e musicais no piano com o Maestro Elias Álvares Lobo.[2]
Desde cedo, frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Inicia, aos 11 anos, a carreira de compositora com a canção natalina, Canção dos Pastores.[2]
Matrimônio
Em 1863, aos 16 anos, por imposição paterna, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Mercante,[2] e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, e a proibição de não envolvesse-se com a música, Chiquinha, seis anos depois, abandona o matrimônio escandalizando a então sociedade. Assim a família a expulsa de casa e a proibe de levar dois de seus três filhos,[2] somente o filho mais velho, João Gualberto. O marido, não permitiu que Chiquinha cuidasse dos filhos mais novos: a filha Maria do Patrocínio e o filho Hilário, sofrendo com a separação obrigatória dos filhos.
Chiquinha Gonzaga aos 78 anos
Professora
Passa a lecionar piano e a frequentar as rodas de choro, acompanhada pelo flautistaJoaquim Antônio da S. Callado engenheiro, onde conhece o engenheiro de estradas de ferro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha:[2] Alice Maria. Viveram muitos anos com ele, mas Chiquinha não aceitava as relações extra conjugais. Separa-se dele, e mais uma vez perde uma filha, pois João Batista ficou com a guarda da filha.
Então, volta a lecionar, retorna à boemia e bailes e passa a viver como musicista independente com o grupo Choro Carioca,[2]que incluía o compositor Joaquim Antônio Callado, tocando piano em lojas de instrumentos musicais, sofrendo preconceitopor criar sozinha um filho. Passando a dedicar-se inteiramente a música, onde obteve reconhecimento, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas.[2]
Política
Envolveu-se com a política, militando em prol da abolição da escravidão e pelo fim da monarquia. Chamava a atenção nas rodas boêmias do Rio por ser independente e por fumar em público, algo que não era considerado de bom tom para mulheres.
Romance e ida à Portugal
Em 1899, aos 52 anos, após décadas dedicadas à música, conheceu e apaixonou-se por João Batista Fernandes Lage, um jovem aprendiz de musicista, de 16 anos.[3] A diferença de idade era muito grande, e causaria mais preconceito e sofrimento na vida de Chiquinha, caso alguém soubesse do namoro. Temendo o preconceito, fingiu adotá-lo como filho,[3] para viver um grande amor, evitando escândalos em respeito aos seus filhos, além de afetar sua brilhante carreira. Por isso também, em 1902 mudaram-se para Lisboa, em Portugal.
Os filhos de Chiquinha, no começo, não aceitaram o romance da mãe, mas depois viram com naturalidade. Fernandes Lage aprendeu muito com Chiquinha sobre a música e a vida. Eles retornaram ao Brasilcamuflados, nunca assumiram de fato o romance, que foi descoberto após a sua morte através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval. Foi sepultada no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi.
A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu o reconhecimento de tornar-se a primeira compositora popular do Brasil. O sucesso começou em 1877, com a polca 'Atraente',[1] seguida das composições Sultana, de 1878, e Camila, de 1879, mas continua os estudos musicias com Artur Napoleão.[2]
A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, resolveu lançar-se no teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta "A Corte na Roça", de 1885, com texto de Palhares Ribeiro, no Teatro Imperial, com a companhia portuguesa Souza Bastos.[2] Em 1911, estreia a reconhecida opereta Forrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas; recodista deste gênero no Brasil. Em 1934, aos 87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta Juriti, de Viriato Corrêa. Em 1888, com A Filha do Guedes, rege pela primeira vez uma orquestra.[2]
Em 1886, faz reuniões de violonistas em bairros cariocas para valorizar este instrumento, considerado pela burguesia como símbolo da malandragem.[2] Assim compõe o choro Sabiá na Mata para o concerto de 100 violões, no então Teatro São Pedro.[2]
Em 1899, compôs Ó Abre Alas, para embalar o desfile do cordão Rosa de Ouro, do bairro Andaraí no Rio de Janeiro.[2] tornando-se a primeira composição criada para o Carnaval, definindo assim um novo estilo musical, denominado Marcha-Rancho, considerado o ritmo oficial do Carnaval.[2]
Por volta de 1900 conhece a irreverente artista Nair de Tefé von Hoonholtz, embora de família nobre, foi a primeira caricaturistafeminina do mundo, da qual se torna-se amiga.
Chiquinha viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se especialmente conhecida em Portugal, onde escreve músicas para diversos autores. Logo após o seu retorno, Nair de Tefé casa-se com o então presidente da República Hermes da Fonseca, tornando-se primeira-dama do Brasil.
Chiquinha é convidada pela amiga para alguns saraus no Palácio do Catete, a então morada presidencial, mesmo sob a contrariedade imposta pela família da primeira dama. Certa vez, em 1914, num recital de lançamento do Corta Jaca, no palácio presidencial, a própria primeira-damado país, acompanhou Chiquinha no violão, e empunhou o instrumento, tocando um maxixecomposto pela maestrina,[3] escandalizando a imprensa e a burguesia, que aspiram à cultura europeia.[2] Foram feitas críticas ao governo e retumbantes comentários sobre os "escândalos" no palácio, pela promoção e divulgação de músicas com origens em danças vulgares. Levar para o Palácio do Governo a música popular brasileira foi considerado, na época, uma quebra de protocolo. Após o término do mandato presidencial, Hermes da Fonseca e Nair de Tefé mudaram-se para a França, onde permaneceram por um bom tempo, perdendo contato com Chiquinha.
Chiquinha participou da campanha abolicionista, por conta da revolta do sofrimento de seus ancestrais maternos como escravos, e da proclamação da república do Brasil.[2] Também foi a fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas
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egeulaus · 2 years
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Cândido Portinari, menino de Brodósqui
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Cândido Portinari, menino de Brosdósqui
No dia 8 de fevereiro de 1962, era enterrado no Cemitério São João Batista, do Rio, Cândido Portinari, o mais importante pintor brasileiro de todos os tempos, maior responsável pela difusão de nossa pintura no exterior, contemporâneo de uma equipe realmente notável do Brasil atual: Villa-Lobos, música, Oscar Niemeyer, arquitetura, Roberto Burle Marx, jardins e paisagismo.
Da mesma forma que outros grandes artistas contemporâneos como Picasso, Braque ou Riviera, suas telas não podem ser confundidas com o trabalho de qualquer outro pintor, tal o caráter pessoal de sua arte. Como a violência e a vibração de suas cores, o dramático de algumas cenas, o misticismo religioso de outras, ou ainda a delicadeza das telas com crianças e animais, conseguiu formar um gigantesco painel tipicamente brasileiro, nacional, focalizando não só a tragédia do Nordeste, como também as possibilidades do Brasil, na série de afrescos sobre nossa agricultura; não somente cenas do Brasil atual como os grandes painéis que revivem nossa História.
Portinari no Rio
“Candinho” deixou Brodósqui pela primeira vez com 13 anos e veio para o Rio. Demorou-se pouco e voltou a sua terra onde arranjou emprego numa ferraria para pintar as iniciais do freguês nas carroças. Mas em 1918 veio novamente e ficou cerca de 10 anos. Dormia num banheiro, local mais barato que conseguiu na pensão da Rua Marquesa de Santos, nº 23. Por volta de 1920, com 17 anos, pintou seu primeiro quadro a que chamou de “Baile da Roça”. Já de grandes dimensões (2x2m), anunciava o futuro pintor dos grandes murais. Esse quadro foi vendido por 200 mil réis e dele Portinari nunca mais teve notícia.
Dois anos facilitaram ao pintor o desenvolvimento de sua arte e a aceitação de sua obra: o prêmio de Viagem ao Estrangeiro, obtido em 1928 no Salão de Belas Artes, e o prêmio de sua tela “Café”, na Exportação Internacional do Carnegie Institute, em 1935. Como Villa-Lobos, teve seu talento reconhecido primeiro no exterior para depois ser reconhecido  no Brasil.
A partir desse momento, sua pintura ganhou os caminhos do mundo, reconhecido e aplaudido em toda parte. Sobre ele escreveu Jean Cassou: “Suas palavras e sua canção descrevem o cântico da América. Em sua pintura vibram os mesmos ritmos selvagens que ouvimos na música de Villa-Lobos”. E Germain Bazin: “Em seu desenfreado poder de expressão, sentimos uma força que luta por libertar-se, uma vigorosa e saudável substância que é a mesma da grande terra brasileira”.
O Homem e o Artista
Portinari foi sempre um homem arredio, levando uma vida um tanto monástica em seu apartamento do Leme – como salienta Antônio Callado no livro “Retrato de Portinari”, editado em 1956 pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
“– Eu fazia uma maçã, dentro da maçã fazia uma mesa, em cima da mesa punha outra maçã. Pintei isso não sei quantas vezes”.
Assim explicou Portinari a Callado como fez seus primeiros desenhos, aos 5 ou 6 anos de idade. Já então se revelava o inconformismo do pintor contra o academismo, sua tendência para o moderno. Mais tarde, na Escola de Belas Artes, quando começava a modificar o fundo dos quadros contra a opinião de seus professores, disse a Rodolfo Amoedo:
“– Olhe, professor, no seu tempo o senhor passava horas copiando uma laranja. Hoje eu faço um disco amarelo e é uma laranja”.
A pintura foi sua preocupação, seu amor constante na vida. Por injunções políticas esteve prestes a abandoná-la ou, pelo menos, dedicar menos tempo a ela. Foi candidato a deputado e obteve pequena votação, mas em 1946-47 sua candidatura quase saiu vitoriosa e o pintor ficou angustiado. Não foi eleito e continuou pintando, desistindo para sempre de pensar em política.
Revela Antônio Callado que Portinari tinha horror a ualquer observação que diminuísse o prestígio da arte como atividade criadora bem como a simplificação mecânica do processo artístico. Duas atitudes suas exemplificam essa posição. Embora moderno, conservou-se fiel a sua maneira própria, pintando apenas seus temas favoritos, sem concessões a preferencias pessoais ou modismos da época.
Em 1946, numa de suas exposições em Paris, compareceu o Duque de Windsor e quis comprar um quadro com flores. Respondeu-lhe o pintor:
“ – Flores, não. Só tenho misérias”.
A outra atitude justifica sua posição de figurativo:
“– Arte abstrata”, diz ele, “é como a gente pedir a um engenheiro uma ponte para atravessar um rio, e receber uma página cheia de números e cálculos. A gente quer é a ponte.”
Portinari morreu aos 58 anos, vítima de intoxicação de seu próprio instrumento de trabalho, as tintas. Exemplo de dedicação à arte, deixou imensa obra espalhada pelos principais museus e coleções particulares do mundo, fato que atesta sua liderança no quadro artístico nacional e importância no cenário mundial das artes plásticas.
Escrito por Harry Laus (1922-1992) no dia 8 de fevereiro de 1981, no Jornal A Notícia, de Joinville, SC
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institutogamaliel · 4 years
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Homem desiste de suicídio após ser tocado por Deus em célula: “Minha alma vazia se encheu”
Homem desiste de suicídio após ser tocado por Deus em célula: “Minha alma vazia se encheu”
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Há sete anos com depressão, Antônio Callado Júnior sentia que as altas doses de antidepressivos, ansiolíticos e calmantes já não faziam mais efeito. Em seu trabalho como coordenador de um centro de especialidades de saúde, seus colegas conseguiam notar que ele não estava bem.
“A dor e o vazio faziam eu acreditar que o melhor seria morrer, todavia tentava levar uma vida aparentemente normal,…
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textando · 7 years
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100 LIVROS ESSENCIAIS DA LITERATURA BRASILEIRA
1. Bagagem (Adélia Prado) 2. O Cortiço (Aluísio Azevedo) 3. Lira dos Vinte Anos (Álvares de Azevedo) 4. Noite na Taverna (Álvares de Azevedo) 5. Quarup (Antonio Callado) 6. Brás, Bexiga e Barra Funda (Antonio de Alcântara Machado) 7. Romance d’A Pedra do Reino (Ariano Suassuna) 8. Viva Vaia (Augusto de Campos) 9. Eu (Augusto dos Anjos) 10. Ópera dos Mortos (Autran Dourado) 11. O Uruguai (Basílio da Gama) 12. O Tronco (Bernardo Elis) 13. A Escrava Isaura (Bernardo Guimarães) 14. Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu) 15. A Rosa do Povo (Carlos Drummond de Andrade) 16. Claro Enigma (Carlos Drummond de Andrade) 17. Os Escravos (Castro Alves) 18. Espumas Flutuantes (Castro Alves) 19. Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles) 20. Mar Absoluto (Cecília Meireles) 21. A Paixão Segundo G.H. (Clarice Lispector) 22. Laços de Família (Clarice Lispector) 23. Broqueis (Cruz e Souza) 24. O Vampiro de Curitiba (Dalton Trevisan) 25. O Pagador de Promessas (Dias Gomes) 26. Os Ratos (Dyonélio Machado) 27. O Tempo e o Vento (Érico Veríssimo) 28. Os Sertões (Euclides da Cunha) 29. O que é Isso, Companheiro? (Fernando Gabeira) 30. O Encontro Marcado (Fernando Sabino) 31. Poema Sujo (Ferreira Gullar) 32. I-Juca Pirama (Gonçalves Dias) 33. Canaã (Graça Aranha) 34. Vidas Secas (Graciliano Ramos) 35. São Bernardo (Graciliano Ramos) 36. Obra Poética (Gregório de Matos) 37. O Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) 38. Sagarana (Guimarães Rosa) 39. Galáxias (Haroldo de Campos) 40. A Obscena Senhora D (Hilda Hist) 41. Zero (Ignácio de Louola Brandão) 42. Malagueta, Perus e Bacanaço (João Antônio) 43. Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto) 44. A Alma Encantadora das Ruas (João do Rio) 45. Harmada (João Gilberto) 46. Contos Gauchescos (João Simões Lopes Neto) 47. Viva o Povo Brasileiro (João Ubaldo Ribeiro) 48. A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) 49. Gabriela, Cravo e Canela (Jorge Amado) 50. Terras do Sem Fim (Jorge Amado) 51. Invenção de Orfeu (Jorge de Lima) 52. O Coronel e o Lobisomem (José Cândido de Carvalho) 53. O Guarani (José de Alencar) 54. Lucíola (José de Alencar) 55. Os Cavalinhos de Platiplanto (J. J. Veiga) 56. Fogo Morto (José Lins do Rego) 57. Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto 58. Crônica da Casa Assassinada (Lúcio Cardoso) 59. O Analista de Bagé (Luis Fernando Veríssimo) 60. Tremor de Terra (Luiz Vilela) 61. As Meninas (Lygia Fagundes Telles) 62. Seminário dos Ratos (Lygia Fagundes Telles) 63. Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) 64. Dom Casmurro (Machado de Assis) 65. Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida) 66. Libertinagem (Manuel Bandeira) 67. Estrela da Manhã (Manuel Bandeira) 68. Galvez, Imperador do Acre (Márcio Souza) 69. Macunaíma (Mário de Andrade) 70. Paulicéia Desvairada (Mário de Andrade) 71. O Homem e Sua Hora (Mário Faustino) 72. Nova Antologia Poética (Mário Quintana) 73. A Estrela Sobe (Marques Rebelo) 74. Juca Mulato (Menotti Del Picchia) 75. O Sítio do Pica-pau Amarelo (Monteiro Lobato) 76. As Metamorfoses (Murilo Mendes) 77. O Ex-mágico (Murilo Rubião) 78. Vestido de Noiva (Nelson Rodrigues) 79. A Vida Como Ela É (Nelson Rodrigues) 80. Poesias (Olavo Bilac) 81. Avalovara (Osman Lins) 82. Serafim Ponte Grande (Oswald de Andrade) 83. Memórias Sentimentais de João Miramar (Oswald de Andrade) 84. O Braço Direito (Otto Lara Resende) 85. Sermões (Padre Antônio Vieira) 86. Catatau (Paulo Leminski) 87. Baú de Ossos (Pedro Nava) 88. Navalha de Carne (Plínio Marcos) 89. O Quinze (Rachel de Queiroz) 90. Lavoura Arcaica (Raduan Nassar) 91. Um Copo de Cólera (Raduan Nassar) 92. O Ateneu (Raul Pompéia) 93. 200 Crônicas Escolhidas (Rubem Braga) 94. A Coleira do Cão (Rubem Fonseca) 95. A Senhorita Simpson (Sérgio Sant’Anna) 96. Febeapá (Stanislaw Ponte Preta) 97. Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga) 98. Cartas Chilenas (Tomás Antônio Gonzaga) 99. Nova Antologia Poética (Vinícius de Moraes) 100. Inocência (Visconde de Taunay) É importante lhe informar que esse desafio literário não é de autoria minha, e sim da revista Bravo.
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grauche · 5 years
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A questão da ideologia na ficção literária[1]
Leandro Konder (PUC-Rio)
O título que dei ao meu tema não é muito adequado e isto vai ficar claro durante a minha exposição, pois na verdade o que eu pretendo é fazer uma ponte para falar de algo que não está no título, mantendo um suspensezinho.
Eu queria partir da idéia de ideologia, da ideologia como conceito de Marx, que depois foi retomado. O conceito de ideologia foi reelaborado por vários autores, que muito legitimamente o desenvolveram, numa direção que não é a de Marx, como Gramsci ou como Lenin, que trabalham com um conceito de ideologia que não é o de Marx, inclusive porque comporta formas positivas e em Marx a ideologia é sempre uma desqualificação – a ideologia é uma distorção do conhecimento.
Em Lenin, como em Gramsci, por caminhos diferentes, existem ideologias positivas e ideologias prejudiciais. Eu vou retornar a Marx e, a partir de Marx, a partir da idéia de Marx, retomar outros autores – os integrantes da chamada escola de Frankfurt – que também trabalham com o conceito de ideologia com uma acepção negativa, sempre negativa.
Quer dizer, ideologia não é mentira, não é o cinismo deslavado. Ideologia é um conhecimento que, ao ser construído, sofre uma pressão deformadora. Ideologia pressupõe conhecimento, não há ideologia sem conhecimento, mas ideologia também sempre pressupõe algo que atrapalha o conhecimento. Ora, na literatura de ficção, mas também em toda criação literária, existe uma reação contra essa distorção do conhecimento: a distorção do conhecimento não é eliminada, mas aproveitada. De que forma? Eu acho que os frankfurtianos, a partir de um autor até não muito conhecido que é Löwenthal, e depois retomado pelo Adorno e pelo Horkheimer, fica caracterizada a ideologia como sendo uma camuflagem das contradições.
A realidade se tornou problemática, o mundo real nos escapa em sua dinâmica, em sua riqueza, em suas complicações. Ele é sempre mais rico do que conseguimos compreender, e nós só temos possibilidade de conhecer alguma coisa efetiva do mundo real se percebermos alguma coisa das suas contradições. Quando estamos diante de uma construção harmônica, numa visão de harmonia no plano do conhecimento, significa que nos estamos mistificando ou estamos sendo mistificados, o que dá mais ou menos no mesmo.
Então, o dar conta das contradições é um desafio fundamental e de certa forma toda criação literária, quando bem sucedida, dá conta das contradições, as contradições aparecem. Eu acho que, de certa forma, sem forçar muito a interpretação, tivemos uma demonstração disso hoje aqui. Os dois colegas que me antecederam, a professora Eneida, quando falou numa contradição abordada por ela muito lucidamente, que é a da busca da universalidade através da comunicação – a comunicação pressupõe algo que se comunica, quer dizer, algo em comum. Então, a expressão literária busca a universalidade, e no caso exatamente descrito por ela, analisado por ela, nós tínhamos uma imagem de harmonia em torno da história celebrada da sociedade brasileira, a harmonia étnica e o oprimido, o negro, que em nome da universalidade era o desafiado e enfrentava o desafio no sentido de assumir a sua singularidade, a sua identidade. O caminho da universalidade, da universalização real passava pela coragem de assumir plenamente a sua singularidade, inclusive na expressão literária, imprimindo-se a sua expressão.
Por outro lado, o professor Ettore também falou no Concerto Carioca, do Antônio Callado, e fez uma análise das contradições daquele universo, análogo, sintomaticamente análogo, onde a nossa sociedade é a nossa própria sociedade recriada, transfigurada pelo talento, pela inovação, pela inventividade do autor. Eu, o que vou fazer aqui, é agregar mais um caso e agora cheguei ao meu verdadeiro tema, que não é a ideologia, que é a presença da distorção ideológica negada por uma criação literária.
A ideologia nega o real na sua riqueza contraditória e a criação literária nega a negação. Dessas duas negações surge a expressão literária mais criativa. Eu vou ter a audácia de falar de Fernando Pessoa (do Pessoa) na presença da professora Cleonice, na presença do professor Ettore, na presença de escritores portugueses. É quase uma desfaçatez alguém, com a minha formação, falar do Fernando Pessoa. Mas vou falar de um poema do Fernando Pessoa, especificamente em torno dessa questão que eu coloquei preliminarmente, que é o “Poema em linha reta”,[2] um poema dos mais conhecidos de Fernando Pessoa e que se abre, que começa com um verso bastante insólito, “Eu nunca conheci quem tivesse levado porrada”. Em seguida o poeta desenvolve o tema e se expressa: ele se sente único, ele se sente singular, ao comparar-se com todos os outros, com aqueles que conhece, que têm sido campeões em tudo e irrita-se com o fato de se ver cercado, como ele diz – “por príncipes” e “semideuses”.[3] E parece-lhe – ele diz isso no poema – que mesmo quando falam, quando se confessam, em momentos de abertura, quando comentam seus erros, explicitam seus equívocos, eles se protegem, na verdade, de qualquer desmoralização. Podem, eventualmente, confessar pecadilhos, mas silenciam sempre a respeito de quaisquer infâmias que tenham cometido. Relatam atos de violência, mas se calam sobre suas reações de covardia.
Por isso, Fernando Pessoa reclama no poema – “Toda a gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho.”[4]
E aí a gente começa a notar que há um certo tom ambíguo no poema que é ou um tom de sarcasmo, de ironia, de provocação, ou um tom de tristeza, de desespero, de sinceridade lamentosa.
E ele indaga: “Como posso eu falar com meus superiores sem titubear?”. E se sente posto numa posição que contrasta com a posição desses seres ideais. Ele se colocando no plano da experiência real, vivida, e os outros se colocando no plano de uma experiência idealizada. Define-se:
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado [...][5]
E depois se pergunta, ainda mais uma vez, dramática e ironicamente: “Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”
Esse poema está nas Ficções do interlúdio e sua autoria é atribuída ao heterônimo Álvaro de Campos. Mas essa desconfiança bastante radical, Fernando Pessoa é que a manifesta em relação aos outros, em relação ao que, em outro poema, em outro contexto ele chama “A sociedade organizada e vestida”, e em relação também a si mesmo, à sua vida e à sua percepção da realidade, essa desconfiança aparece em numerosas passagens no conjunto da obra. É um tema recorrente na obra de Fernando Pessoa.
O mesmo Álvaro de Campos, na “Tabacaria”, diz:
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.[6]
e, um pouco adiante, faz uma confissão terrível: “Falhei em tudo”.[7] E mesmo Ricardo Reis adverte: “Nada fica de nada. Nada somos”,[8] já envolvendo os outros também: começa por si, autocriticamente, mas se estende a um âmbito mais crítico, geral, mais abrangente.
Na obra ortônima, assinada pelo próprio Pessoa, também se pode ler igualmente:
Falhei. Os astros seguem seu caminho.
Minha alma, outrora um universo meu,
É hoje, sei, um lúgubre escaninho
De consciência sobre a morte e o céu.[9]
e no “Cancioneiro” a existência do poeta é caracterizada por ele mesmo como uma “Inútil vida, posta a um canto e ida / Sem que alguém nela fosse, nau sem mar”[10],. para concluir em tom patético: “Somos todos palhaços estrangeiros”[11]. Não somos apenas palhaços (eu gosto desse “estrangeiros”, que é fundamental, nem sequer temos o consolo da mesma linguagem para nos comunicarmos em nossas palhaçadas.
A reflexão autocrítica está presente, portanto, ao longo de toda a obra, do conjunto dos escritos de Fernando Pessoa. E eu acho que o que há de novo e o que há de mais original, mais forte no “Poema em linha recta” é o desdobramento da autocrítica, não mais numa crítica ao outro, mas uma crítica à falta de autocrítica dos outros. Quer dizer, acho que se pode enxergar nesse poema a revolta de alguém que se mostra efetivamente capaz de se interpelar a respeito do seu lado noturno, digamos. Discorre sobre o que ela tem de mais problemático, mais doloroso e mais fracassado, sobre sua própria vileza, e vê essa sua franqueza, essa sua coragem resvalar na muralha hipócrita de um sistema que está alicerçado em uma enfática autovalorização artificial, por parte das pessoas em geral.
Acho que essa seria uma característica importante do que Marx chamaria de “a ideologia dominante” e que para ele é sempre a ideologia das classes dominantes, em torno daquilo que nos cerca, que nos envolve.
É uma ideologia triunfalista e é uma ideologia que nos obriga a calar sobre os nossos problemas mais dolorosos, ou, quando nos permite falar, nos desqualifica na forma do deboche e do desprezo.
É uma ideologia que está ligada ao fato de a nossa sociedade ter sido organizada de tal maneira, que ela gira de modo cada vez mais exclusivo em torno do mercado, isto é, em torno de uma lógica calculista, competitiva, que é a lógica que tem resultado no crescimento da economia e também no aumento de todas as desigualdades sociais, de todas as exclusões mais perversas. Que incita os indivíduos a serem competitivos e que, a partir de um certo nível, os incita também a serem hipercompetitivos, isto é, solitários, infelizes e cruéis, desprovidos da possibilidade de viver mais intensamente a experiência da solidariedade humana.
E incita os indivíduos competitivos ou hipercompetitivos também a se promoverem publicitariamente. Esse sistema carrega então o florescimento de um gênero literário muito curioso que lembra hoje, de maneira bastante caricatural, de maneira bastante espúria, a velha epopéia, a epopéia dos crimes, a epopéia da literatura medieval, que era autêntica, que era bela e hoje está reduzida a êsse gênero literário sucedâneo que é o Curriculum Vitae, que nós todos conhecemos no nosso universo, que é a Universidade, mas que não é privilégio, não é prerrogativa nossa.
É uma coisa que todo o mundo que procura emprego, todo o mundo que se candidata a um emprego – vivemos no Brasil, no momento, embora disfarçadamente, uma crise do desemprego, com muita gente se candidatando a emprego e enfrentando esse desafio de redigir essa peça ignominiosa que é o Curriculum Vitae, peça que o candidato não pode deixar de redigir, texto que se insere sempre constrangedoramente num certo modelo, um modelo triunfalista.
Somos todos forçados a mentir, ou, na melhor das hipóteses, a sonegar algumas informações, incorrendo na unilateralidade. Assim, o Curriculum Vitae deve ser capaz de induzir aqueles que o lêem a uma superestimação das nossas qualidades. Eu leio o meu e fico horrorizado comigo mesmo. Na sociedade contemporânea, porém, isso é uma coisa importante, pois quem quer um emprego não pode deixar que o empregador tome consciência das limitações do candidato ao ler o Curriculum Vitae, que é, conseqüentemente, uma peça típica dessa ideologia dominante, utilitarista, imediatista, pragmática, essa ideologia que nos ensina a ver um anúncio de cigarro a dizer que “se deve levar vantagem em tudo”, e a julgar que isso é fundamental e predomina na sociedade contemporânea.
O que eu acho é que “O poema em linha reta” é uma extraordinária vitória contra a distorção ideológica, exatamente na medida em que ele se insurge contra o triunfalismo dessa ideologia. Fernando Pessoa, com o gênio poético que tem, consegue essa formidável honestidade intelectual de assumir um compromisso ético e estético com a compreensão e a expressão das experiências humanas mais desastrosas que a vida lhe possa ter imposto e que não poderiam nunca constar do seu Curriculum Vitae, mas constam da consciência que ele tem de que numa vida humana, mesmo nas vidas humanas consideradas mais bem sucedidas, o coeficiente de derrota é sempre muito alto.
A gente sabe que as perdas e os fracassos, ainda que nos matem – vão-nos matando um pouco, sem dúvida, dolorosamente –, ainda que nos matem por dentro, os fracassos e as perdas têm um papel essencial naquilo que fazemos de nós mesmos. Afinal, de um certo modo, podemos dizer que vida e morte são dialeticamente interligadas e, por isso, Fernando Pessoa fez do poema um momento densamente significativo de algo que seria uma espécie de avesso do Curriculum Vitae, mas que foi transformado por ele numa fonte de inspiração rica, que é o Curriculum Mortis. O Curriculum Mortis, quer dizer, aquele conjunto de verdades desagradáveis, constrangedoras, dolorosas e que constituem o avesso existente, embora muitas vezes mentido, sonegado, do Currirulum Vitae.
Eu acho que esse poema, de certa forma, inaugura o gênero Curriculum Mortis, e funciona como um estímulo e um exemplo para nós.
É só isso que eu tinha a dizer.
Notas
1 Este texto aqui apresentado foi pronunciado pelo conferencista, valendo-se de apontamentos. Recuperado a partir de uma gravação, foi, sob a orientação do autor, levemente alterado no sentido de tirar-lhe a oralidade.
2 PESSOA, Fernando. Obra poética. Organização, Introdução e Notas de Maria Aliete Galhoz. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972, p.418.
3 Idem, ibidem, p. 419.
4 Idem, ibidem.
5 Idem, ibidem.
6 Idem, ibidem, p. 362.
7 Idem, ibidem, p. 363.
8 Idem, ibidem, p. 257.
9 Idem, ibidem, p. 566.
10 Idem, ibidem, p. 192.
11 Idem, ibidem, p. 193.
In: http://www.letras.puc-rio.br/unidades&nucleos/catedra/revista/5Sem_10.html 
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adrianoantoine · 3 years
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Brazilian Days (028): January 28
Brazilian Days (028): January 28
Brazilian Days 028  January 28 . DAY OF: Dia do Portuário (Docker).    Dia do Comércio Exterior (Foreign trade). BRAZILIAN HISTORY: 1579 Death of Tomé de Sousa, first governor-general of Brazil. 1808 Opening of the Brazilian ports for trade with befriended nations. 1942 Brazil broke off relations with Germany and Italy, because of WW II.   1970 Foundation of Universidade Estadual de…
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Projeto 100 Livros essenciais da literatura brasileira
Bagagem - Adélia Prado O Cortiço - Aluísio Azevedo Lira dos Vinte Anos Noite na Taverna - Álvares de Azevedo Quarup - Antonio Callado Brás, Bexiga e Barra Funda - Antônio de Alcântara Machado Romance d'A Pedra do Reino - Ariano Suassuna Viva Vaia - Augusto de Campos Eu - Augusto dos Anjos Ópera dos Mortos - Autran Dourado O Uraguai - Basílio da Gama O Tronco - Bernando Élis A Escrava Isaura - Bernando Guimarães Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade Os Escravos - Castro Alves Espumas Flutuantes - Castro Alves Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles Mar Absoluto - Cecília Meireles A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector Laços de Família - Clarice Lispector Broquéis - Cruz e Souza O Vampiro de Curitiba - Dalton Trevisan O Pagador de Promessas - Dias Gomes Os Ratos - Dyonélio Machado O Tempo e o Vento - Erico Verissimo Os Sertões - Euclides da Cunha O que é Isso, Companheiro? - Fernando Gabeira O Encontro Marcado - Fernando Sabino Poema Sujo - Ferreira Gullar I Juca Pirama - Gonçalves Dias Canaã - Graça Aranha Vidas Secas - Graciliano Ramos São Bernardo - Graciliano Ramos Obra Poética - Gregório de Matos O Grande Sertão Veredas - Guimarães Rosa Sagarana - Guimarães Rosa Galáxias - Haroldo de Campos A Obscena Senhora D - Hilda Hilst Zero - Ignágio de Loyola Brandão Malagueta, Perus e Bacanaço - João Antônio Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto A Alma Encantadora das Ruas - João do Rio Harmada - João Gilberto Noll Contos Gauchescos - João Simões Lopes Neto Viva o Povo Brasileiro - João Ubaldo Ribeiro A Moreninha - Joaquim Manuel de Macedo Gabriela, Cravo e Canela - Jorge Amado Terras do Sem Fim - Jorge Amado Invenção de Orfeu - Jorge de Lima O Coronel e o Lobisomen - José Cândido de Carvalho O Guarani - José de Alencar Lucíola - José de Alencar Os Cavalinhos de Platiplanto - José J. Veiga Fogo Morto - José Lins do Rego Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto Crônica da Casa Assassinada - Lúcio Cardoso O Analista de Bagé - Luis Fernando Verissimo Tremor de Terra - Luiz Vilela As Meninas Seminário dos Ratos - Lygia Fagundes Telles Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis   Dom Casmurro - Machado de Assis Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida Libertinagem Estrela da Manhã - Manuel Bandeira Galvez, Imperador do Acre - Márcio Souza Macunaíma - Mário de Andrade Paulicéia Desvairada -  Mário de Andrade O Homem e Sua Hora - Mário Faustino Nova Antologia Poética - Mário Quintana A Estrela Sobe - Marques Rebelo Juca Mulato - Menotti Del Picchia O Sítio do Pica-pau Amarelo - Monteiro Lobato As Metamorfoses -  Murilo Mendes O Ex-Mágico - Murilo Rubião Vestido de Noiva - Nelson Rodrigues A Vida Como Ela É - Nelson Rodrigues Poesias - Olavo Bilac Avalovara - Osman Lins Serafim Ponte Grande - Oswald de Andrade Memórias Sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade O Braço Direito - Otto Lara Resende Sermões - Padre Antônio Vieira Catatau - Paulo Leminski Baú de Ossos - Pedro Nava Navalha de Carne - Plínio Marcos O Quinze - Rachel de Queiroz Lavoura Arcaica - Raduan Nassar Um Copo de Cólera -  Raduan Nassar O Ateneu - Raul Pompéia 200 Crônicas Escolhidas - Rubem Braga A Coleira do Cão - Rubem Fonseca A Senhorita Simpson - Sérgio Sant'Anna Febeapá - Stanislaw Ponte Preta Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga Cartas Chilenas - Tomás Antônio Gonzaga Nova Antologia Poética - Vinícius de Moraes Inocência - Visconde de Taunay
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wejoaocardosop · 4 years
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Homem é curado da depressão e desiste do suicídio após fazer oração em célula
O testemunho de vida de Antônio Callado Júnior é uma prova do quanto Deus pode agir na vida de uma pessoa ao ponto de restaurar por completo as suas emoções. Ele já estava com o suicídio agendado, quando teve a oportunidade de participar de uma célula de oração, onde foi transformado. “A dor e o vazio faziam eu acreditar que o melhor seria morrer, todavia tentava levar uma vida aparentemente normal, mas isso era muito difícil. Perdi mais de 15 quilos em menos de um mês. Já não me olhava no espelho e vivia unicamente para o trabalho”, disse ele. Homem é curado da depressão e desiste do suicídio após fazer oração em célula publicado primeiro em https://noticias.gospelmais.com.br
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anaamaraltarsi · 4 years
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Homem é curado da depressão e desiste do suicídio após fazer oração em célula
O testemunho de vida de Antônio Callado Júnior é uma prova do quanto Deus pode agir na vida de uma pessoa ao ponto de restaurar por completo as suas emoções. Ele já estava com o suicídio agendado, quando teve a oportunidade de participar de uma célula de oração, onde foi transformado.
“A dor e o vazio faziam eu acreditar que o melhor seria morrer, todavia tentava levar uma vida aparentemente normal, mas isso era muito difícil. Perdi mais de 15 quilos em menos de um mês. Já não me olhava no espelho e vivia unicamente para o trabalho”, disse ele. Homem é curado da depressão e desiste do suicídio após fazer oração em célula publicado primeiro em https://noticias.gospelmais.com.br/
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bibliatodo · 4 years
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Hombre desiste de suicidarse al encontrar a Jesús en estudio bíblico, “Mi alma se llenó”
Hombre desiste de suicidarse al encontrar a Jesús en estudio bíblico, “Mi alma se llenó”
Un hombre desistió de cometer suicidio al encontrarse con un grupo de estudio bíblico que le hizo conocer a Jesús y cambiar su vida.
Estaba sumido en una profunda depresión que lo llevó a pensar en quitarse la vida.
Antônio Callado Júnior, llevó una vida bastante depresiva pero solía esconder su estado emocional para que los demás no supieran lo que pasaba. Su única solución ante el dolor era la…
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Governo Bolsonaro cria comissão para censurar questões do Enem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), criou na quarta-feira, 20, um grupo que será responsável por decidir as questões que entrarão ou não no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Na portaria do Inep a comissão fará uma “leitura transversal” das questões que compõem o Banco Nacional de Itens com o objetivo de verificar “sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do Exame”.
A portaria não descreve quais são os critérios para essa análise.
O grupo é composto pelo secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Marco Antônio Barroso, pelo diretor de Estudos Educacionais do Inep, Antonio Maurício das Neves, e por Gilberto Callado de Oliveira, representante da sociedade civil.
Como são elaboradas as questões do ENEM
Os itens do Enem são elaborados por especialistas selecionados por meio de chamada pública. Eles devem seguir as matrizes de referência, guia de elaboração e revisão de itens estabelecidos pelo Inep. Os itens passam, então, por revisores e depois por especialistas do Inep.
Desde a sua criação, em 1998, o Enem foi desenvolvido e pensado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, que é uma autarquia com independência para a elaboração de suas avaliações. Até então, nem o Ministério da Educação e nem o próprio presidente da República haviam interferido na elaboração das provas.
Censura contra o pensamento crítico
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já havia criticado questões do Enem. Ele não gostou de uma pergunta no último exame que falava de uma gíria usado por transexuais e afirmou que neste ano, primeira vez que o exame acontece em seu mandato, ele verá a prova antes de ser feita pelos alunos.
Uma questão do Enem 2018 citava um dialeto utilizado por gays e travestis e foi criticada por Bolsonaro. “Uma questão de prova que entra na dialética [sic], na linguagem secreta de travesti, não tem nada a ver, não mede conhecimento nenhum. A não ser obrigar para que no futuro a garotada se interesse mais por esse assunto”, disse Bolsonaro.
Em 2015, o tema da redação do Enem foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. A prova trazia ainda uma citação da filósofa francesa Simone de Beauvoir, o que foi considerado uma tentativa de doutrinação por parte do então deputado Bolsonaro.
Conheça um dos censores
O procurador de Justiça de Santa Catarina Gilberto Callado de Oliveira, escolhido pelo ministro da Educação para ser o representante da sociedade civil na comissão, já chamou professores de “corrompidos”, falou em “contaminação ideológica das universidades”, é contra o que chama de “ideologia de gênero” e é assíduo em encontros de monarquistas, atuando inclusive como organizador.
Em uma entrevista ao site “Catolicismo” em 2007, Callado fez duras críticas às universidades que, segundo ele, têm promovido ideologias de esquerda, o que acaba aumentando o cenário de criminalidade do país.
“Destaco a contaminação ideológica nas universidades, que vêm formando juristas e políticos com mentalidade cada vez mais liberal e esquerdizante. Vejam-se os Constituintes de 1988. Estavam desiludidos com os instrumentos legais usados pelos governos militares contra os presos políticos, e por isso criaram extenso rol de franquias para os acusados, sem dar a devida atenção às vítimas e à própria sociedade”, disse.
A partir da criação da comissão e da escolha de seus integrantes fica claro que o objetivo do governo Bolsonaro é censurar o ENEM, não permitir que os pensamentos diferentes aos do governo não tenham espaço no exame.
Governo Bolsonaro cria comissão para censurar questões do Enempublicado primeiro em como se vestir bem
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inovaniteroi · 4 years
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Vias da região rural de Maricá começam a receber drenagem
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Primeira fase das obras estão sendo instaladas redes de drenagem. Foto: Divulgação/Ascom Maricá
A Prefeitura de Maricá iniciou nesta semana uma série de melhorias em duas importantes vias entre as lagoas e a região rural. Equipes estão em pontos diferentes das antigas estradas da Gamboa e do Caju (esta com o nome de Otacílio Francisco da Costa), onde instalam redes de drenagem que serão seguidas de pavimentação.
Na Gamboa as manilhas são de 400 milímetros e terão uma extensão de 1.200 metros, enquanto na outra via (que corta parte do bairro de Pindobal até a Avenida Antônio Callado) a rede será composta por peças de 800 milímetros de diâmetro, em toda a sua extensão de aproximadamente três quilômetros. Nesta última, o trecho próximo à avenida está recebendo peças de meio-fio.
Na confluência entre as duas estradas, quem vive na parte inicial da Gamboa observava o trabalho da equipe com satisfação. O construtor Roberto José de Souza conta que reuniu cerca de mil assinaturas solicitando a intervenção, que agora está em andamento. “Procuramos a Prefeitura para entregar o documento e estamos vendo a obra chegar. É isso que o povo aqui quer”, comemorou ele, revelando que nasceu e cresceu na localidade há 60 anos.
Para a comerciante Geni Alves, de 53 anos, a intervenção, a cargo da autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) significa um alívio contra as enchentes em seu bar e mercearia. “Tive de pôr meu freezer mais alto, sobre caixas, para não ter prejuízo com as chuvas, mas já perdi móveis de casa uma vez. Estamos vendo o trabalho ser feito e agora é torcer para melhorar de vez”, disse ela, que montou o estabelecimento há oito anos, desde que veio de Alagoas.
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