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#Paris nos pertence
kaitoflames · 1 month
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local: paris, frança.
time: @misshcrror & @andrvna.
ser apontado como líder lhe provocou dúvidas desde o começo. embora fosse o primeiro a se voluntariar em qualquer missão pelo ímpeto em ajudar, e considerasse salvar as pessoas sua principal missão de vida, liderança não era seu forte. na verdade, mais ajudava aos demais do que realmente partia em missões. era um guerreiro suficientemente bom, mas não havia nada de especial ali, embora como ferreiro fosse excepcional. mas claro, supunha que não deveria questionar as ordens do todo poderoso zeus. passou horas repassando suprimentos e traçando estratégias rápidas em sua mente, até seguir ao local de encontro com as outras duas semideusas. a escolha o agradava. não tinha tantos afetos, mas se considerava próximo o bastante de andrina, além de ter yasemin como uma amiga de verdade.
o plano foi um consenso entre os três: para agradar a zeus, resolveram viajar pelos céus, como os mortais faziam ao transitar em aviões. um mimo discreto, mas ainda assim, torcendo para cair nas graças do grande senhor do céu. era uma missão importante, afinal. recuperar a lança de trion, no palácio de aigai. kaito esperava poder sair com vida da missão. queria conseguir contribuir, especialmente por estar assustado com a quantidade de missões paralelas que precisavam fazer se quisessem salvar ao acampamento e seus entes queridos. inevitavelmente se recordava também do amargor que aquilo o trazia. gostava de ser um heroi, mas havia passado anos demais sendo sugado e corroído pelo que aquele mundo oferecia. e sabia que era um pensamento perigoso, especialmente em sua posição.
durante o voo, não fez muito além de oferecer sorrisos discretos às meninas aqui e ali, olhando pela pequena janela apenas para confirmar que alturas tão elevadas o deixavam desconfortável pela oposição à sua natureza tão clara. kaito vivia nos subterrâneos. onde era quente e escondido. para alguns, claustrofóbico. a imensidão gelada do céu estava longe de pertencer a ele. muito claramente.
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felizmente, deixou o amargor quando o avião encontrou seu destino no belíssimo aeroporto charles de gaulle, sendo recebidos por luzes bonitas. não era o destino final, mas não haviam encontrado um voo direto até a grécia, especialmente tão em cima da hora, então passariam por conexões. quando colocou os pés firmes no chão, finalmente pensou que poderia fazer funcionar. ❛ temos 3 horas e 51 minutos. ━━━━━ falou, tentando, em vão, que a voz saísse animadora o suficiente, mas sabia que era um longo tempo de espera. ❛ se tiverem algum lugar pra visitar em paris, o momento é agora. ━━━━━ então esboçou um pequeno sorriso. ❛ só precisamos chamar um táxi. eu queria ir a alguma padaria. é o forte daqui, não é?
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Lançamento Oficial no Brasil da Magazine Le Afrique Style Brazil. Finalmente, Chegamos!Copie e cole o link: ://leafriquestyle.com.br/ A África no Brasil! A minha proposta era escrever bastante até porque eu amo fazer isso. Mas os sentimentos passados me tomam de muita emoção e acabou passando um filme na minha cabeça em todos os sentidos. Eu me lembrei da minha saudosa Mãe Odete Oliveira que estaria fazendo uma festa do seu jeito tímido e carinhoso para me parabenizar por mais um trabalho cumprido. Enfim, pela primeira vez me sinto sem inspiração para compartilhar com vocês o que me levou até a África. Acredito sinceramente que talvez seja um grande mistério da vida e de Abomalè (Sacerdote africano) que me revelou o sentido da vida. Aqui eu também quero agradecer um grande amigo que no meu pior momento da vida, não largou as minhas mãos. Me fez ter força para seguir em frente sem a presença da minha Mãe, que era e continuará sendo a razão da minha vida. Mauro Ezequiel me ensinou que o universo nunca dorme, que ele está sempre acordado e pronto para ler os nossos pensamentos e ouvir as nossas palavras. Ele me ensinou a falar com o Criador às 3:00 da madrugada, ele acredita que a fila está menor e assim a conversa e o diálogo com Deus são mais profundos. Mauro me conhece de uma vida inteira, ele foi o melhor amigo da minha Mãe, um irmão pode se dizer; e hoje ele é meu. Um privilégio ter alguém tão especial na vida, Mauro Ezequiel te amo muito, muito obrigado por tudo. Hoje estou aqui firme e forte, graças à Deus que sempre olha por mim, e aos amigos queridos que estão sempre comigo longe ou perto, eu me sinto amparada, acolhida de muito amor. Hoje é um dia de festa principalmente para todos os envolvidos neste projeto único e inovador que é trazer a África até o Brasil. Espero que vocês possam viajar, ler e conhecer em cada matéria um pouco deste lugar que nos pertence também. O Continente africano é o berço da humanidade! Estamos apenas chegando, com um passo de cada vez, com muita dedicação e amor para que vocês possam de fato se sentir lá. Sugiro que entre no Sumário lá tem um resumo de todo o conteúdo da revista. Nossa revista chega primeiro nas mãos dos nossos assinantes premier que são empresários, investidores dos Estados Unidos, Europa, Caribe e Continente africano. Que estão atentos as novidades e as oportunidades de novos investimentos. Tenho certeza absoluta que todos irão ficar surpresos com o nosso Editorial de moda que é único e exclusivo no mundo. Com uma verdadeira e autêntica Rainha Africana de Ghana. Enfim, não posso dar mais Spoiler. Boa leitura, até breve! Beijos, nos corações de todos vocês.Eliana Oliveira@leafriquestyleTodos os direitos reservados  #africa #áfrica #angola #londres #londoncity #togolesegirl #togo #caboverde #mozambique #moçambique #suiça #fashion #fashionstyle #moda #modaafro #modaafrobrasileira #modaafrobrasil #modaafrourbana #magazineleafriquestylebrazil L #afwn #afwl #paris #parisfrance
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eu-nao-lirico · 2 days
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Parto(s)
12 de Abril.
Um calor de decisão certa se alastrava pelo meu peito. Depois de 9 meses eu pari a escolha certa: deixar o serviço público e ser possibilidade para as possibilidades. Maiêutica!
Neste mundo de imperfeições, as formas não se fecham, a falta não se preenche e os desejos não se saciam.
Pouco antes do referido dia, andei pensando nele. Sim, estranhei o pensamento involuntário: uma miscelânea de frases que ele me disse nos piores momentos nos últimos 5 anos. Veio do nada, veio de mim.
- “Perco o encontro, mas não perco a piada.”
- “Desculpa, esqueci que tinha marcado com você, estava desabafando com uma pessoa após o trabalho.”
- “Estou pensando em não ir.”
- “Apareceu uma menina dizendo que está grávida de mim.”
- “Eu me casei na semana passada.”
Frases lançadas contra mim, perfurando minha alma, transformando para todo sempre o meu ser.
E eu mudei.
Hoje, depois de tudo, me sinto mais realizado como pessoa. Mas a alegria se foi. Quem sabe um dia ela não volta?
Bom (essa palavra nunca mais foi a mesma), eu não entendi bem o porquê de tudo isso retornar. Até falei sobre o assunto na análise. Eu não penso nele há muito tempo… estive bastante ocupado em afiar a minha liberdade para tomar as decisões importantes dos últimos dias.
A minha intuição sabia.
Eu cheguei, inclusive, a pensar na possibilidade de ele se tornar pai mais uma vez. Seria tão perfeito agora, não é? Casado, imagino que apaixonado… um filho não seria uma má ideia. Logo combati este pensamento recordando o fato de os dois terem filhos de relações distintas… não teriam um outro, concluí. Ledo engano.
No dia 12 de abril, roubando o holofote de um momento que deveria ser só meu, ele me manda uma mensagem: “serei pai de um menino… a vida nunca teve tanto sentido quanto agora.”
Na sala verde, me despedindo do espaço que abrigou o que de mais sagrado posso fazer, vejo a realidade evanescer. Retirei os óculos. Fechei os olhos. Respirei fundo. O delicioso calor de decisão certa se dissipou. Senti a realidade parar. Senti-me preso a uma narrativa que não é minha, nunca foi. Por que ele sempre reaparece para me dar essas notícias? Não há mais nenhum resquício de intimidade… ele não sabe quem sou, eu não sei quem ele é. Por quê?
Eu me esforcei para não pensar e anestesiei os meus sentimentos.
Nunca esquecerei o cheiro, o abraço apertado e os olhos de criança. Eu não consigo odiá-lo e talvez este seja o prenúncio de uma verdadeira ruptura.
Eu só odeio o fato de não ser mais eu, de não conseguir me interessar pelo amor, de não pertencer a nada nem a ninguém… e tudo isso é culpa dele.
O chão congelou, o céu escureceu, o Tempo me pressiona…
Um dia saberei as resposta para todas essas questões. Um dia romperei esse laço.
Um dia…
Até lá, sigo aprisionado nos dias em que o fôlego titubeou, as pernas falharam, o calor se foi e o tempo parou.
12 de abril.
Eu parto.
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Inauguração da Torre Eiffel
A Torre Eiffel é um dos símbolos franceses mais importantes, localiza-se na cidade de Paris e foi inaugurada a 31 de Março de 1889, para assinalar a Exposição Mundial que decorreu no ano do centenário da Revolução Francesa.
Os trabalhos de construção, onde participaram 300 operários, demoraram dois anos e dois meses. Projectada por Gustave Eiffel, começou a ser construída a 28 de Janeiro de 1887. É uma estrutura metálica que comporta três plataformas. A primeira fica a 57,63 metros do solo, a segunda a 115,73 metros e a terceira a 276,13 metros. A torre tem uma altura total, incluindo a antena emissora de televisão, de 320 metros. Em Novembro de 2000, foi montada uma nova antena de televisão e rádio que fez a altura total passar para 324 metros. A altura da torre varia 15 centímetros em função da temperatura e quando está muito vento pode balançar até doze centímetros. Para subir a torre é preciso vencer 1665 degraus. Até 1929, foi o edifício mais alto do mundo. Nesse ano, perdeu o estatuto para o prédio da Chryler em Nova Iorque, que tinha mais sete metros. A torre pesa cerca de 10 100 toneladas e na sua construção foram utilizadas 18 000 peças de ferro e 2,5 milhões de rebites. Todas as peças estão fixadas por rebites. Só em tinta há a registar um peso de 40 toneladas. Os pilares da torre estão assentes em fundações instaladas no subsolo. A Torre Eiffel, também conhecida por "Dama de Ferro", abriga nos seus três pisos um restaurante, um cinema e um pequeno museu de cera. Cerca de seis milhões de visitantes por ano fazem deste monumento o mais visitado do mundo. No primeiro ano, foram registados dois milhões de visitantes. No total, já perto de 200 milhões de turistas passaram pela torre, que pertence actualmente ao município de Paris. A torre está dotada de uma série de elevadores para fazer subir os visitantes. Os originais eram todos hidráulicos. Os elevadores dos pilares Este e Oeste foram substituídos em 1899 e modernizados em 1986. O elevador do pilar Sul foi desactivado em 1900 e apenas substituído em 1983 por um exclusivo para clientes do restaurante. O elevador do pilar Norte foi substituído em 1965 por um eléctrico e este posteriormente modernizado, em 1995. O elevador hidráulico central que não opera no inverno, foi substituído em 1983. Nas fachadas dos quatro pilares da Torre Eiffel, estão inscritos os nomes de 72 cientistas, que Gustave Eiffel quis homenagear. Os seus nomes foram apagados no início do século numa altura em que a torre foi pintada, mas entre 1986 e 1987 voltaram a ser inscritos.
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tryingtofoundpeace · 7 months
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MANIFESTO CABALÍSTICO
"Voltando a Reuchlin, se ele publicou algum livro que ainda não está em nossas mãos, peço que nos seja trazido. Pois estou muito satisfeito com sua erudição (...) Eu mesmo escrevi para Reuchlin. Não sei se minha carta chegou até ele, mas não deixarei de escrever novamente. Recebi uma carta dele, uma longa de fato, para meu grande prazer. A meu ver, ele parece superar todos os autores vivos cujas obras li, principalmente por seu conhecimento dos «arcanos» tanto em teologia como em filosofia. (...)O Livro Cabalístico que me foi oferecido por Reuchlin, como você me diz, ainda não chegou. Seu amigo More enviou a carta, mas ainda está segurando o livro «suo more»: já o fez com o Oculare Speculum. Estou muito grato a você, Erasmo, primeiro por sua constante ansiedade em demonstrar bondade para comigo, e especialmente porque você se esforça tanto para me manter vivo na memória de Reuchlin. Abraço-o com muito carinho e, enquanto isso, peço a você, até que eu tenha lido o livro e escrito para ele, que ele saiba que minha gratidão a ele é a maior que posso conceber.”
- São John Fisher, em "Erasmus and Fisher, their correspondence, 1511-1524", Paris, Librairie Philosophique J. Vrin, 6, place de la sorbonne, Ve 1968, páginas 45, 51 e 53.
"Pode-se argumentar sobre os prós e contras por muito tempo neste relatório. Mas pode-se ver no livro intitulado ‘Apologia’ do já mencionado Conde de Mirandola, que foi aprovado pelo Papa Alexandre (VI), que os livros da Cabala não são apenas inofensivos, mas de grande utilidade para a Fé Cristã, e o Papa Sisto IV da Cabala não são apenas inofensivos, mas de grande utilidade para a Fé Cristã, e o Papa Sisto IV os traduziu para o latim para uso de nós, Cristãos. Há motivos suficientes, portanto, para concluir que livros como a Cabala não devem e não podem ser legalmente suprimidos e queimados (...) Os comentários judaicos não devem e não podem ser abandonados pela Igreja Cristã, pois mantêm diante dos nossos olhos as características especiais da língua hebraica. A Bíblia não pode ser interpretada sem eles, especialmente o Antigo Testamento, assim como não podemos prescindir da língua grega e das gramáticas e comentários gregos para o Novo Testamento, como é confirmado e indicado no Direito Canônico. (...) Se houver, no entanto, livros hebraicos que ensinem ou instruam os leitores nas artes proibidas, como feitiçaria, magia e bruxaria, se eles puderem ser usados para prejudicar as pessoas, eles deverão ser destruídos, rasgados e queimados porque são contra natureza. Mas se tais livros de magia são projetados apenas para ajudar e beneficiar a vida humana e não servem a nenhum propósito prejudicial, não se deve queimá-los ou destruí-los, exceto livros sobre tesouros enterrados."
- Johann Reuchlin, "Relatório sobre os livros dos Judeus" (em "The Case against Johann Reuchlin: Religious and Social Constroversy in Sixteenth-Century Germany", Rumme, Erika, 2002, University of Toronto Press, Página 93 sqq).
Definição do Bispo Giuseppe Cientes sobre a Cabalá
O termo Cabalá (קבלה) em hebraico significa nada mais do que "Tradição" no sentido mais geral, e embora geralmente designe a tradição esotérica ou iniciática quando usado sem maior precisão, às vezes também acontece que pode ser aplicado à própria tradição exotérica. Este termo pode, portanto, designar qualquer tradição; mas como pertence à língua hebraica, é normal reservá-lo apenas à tradição hebraica, como observamos em outras ocasiões. Se insistimos neste ponto é porque notamos que algumas pessoas têm a tendência de atribuir outro significado a esta palavra, de fazer dela o nome de um tipo especial de conhecimento tradicional, onde quer que este se encontre, e isto porque eles acreditam que descobriram na palavra todo tipo de coisas mais ou menos extraordinárias que realmente não existem. Não pretendo perder tempo trazendo à tona todas essas interpretações fantasiosas; é mais útil esclarecer o significado original da palavra, o que bastará para reduzi-las a nada, e é tudo o que proponho a fazer aqui.
A raiz QBL em hebraico (קבל) e árabe (قبل) significa essencialmente a relação de duas coisas colocadas frente a frente, e daí vêm todos os significados variados das palavras dela derivadas, como por exemplo aquelas de encontro e até oposição. Desta relação surge também a ideia de passagem de um para o outro dos dois termos, de onde nascem ideias como as de receber, acolher e aceitar expressas nas duas línguas através do verbo qabal; e a Cabala deriva diretamente disso, ou seja, “aquilo que é recebido” ou transmitido (em latim Traditium) de um para outro. Aqui aparece, junto com a ideia de transmissão, a de sucessão; mas deve-se notar que o significado primário da raiz indica uma relação que pode ser simultânea ou sucessiva, espacial e temporal. E isto explica o duplo significado da preposição qabal em hebraico e qabl em árabe, que significam tanto "na frente de" (isto é, "na direção” no espaço) e “antes” (no tempo); e a estreita relação destas duas palavras, “diante de” e “antes”, mostra claramente que há sempre uma certa analogia entre estas duas modalidades diferentes, uma em simultaneidade e outra em sucessão. Isto permite também a resolução de uma aparente contradição: embora a ideia habitual quando se trata de uma relação temporal seja a de anterioridade, que se relaciona portanto com o passado, também acontece que os derivados da mesma raiz designam o futuro (em árabe مستقبل - mustaqbal, isto é, literalmente aquilo em direção ao qual se vai, de استقبل - istaqbal - "ir em direção"). Em suma, é suficiente em todos os casos que um dos dois termos considerados esteja “à frente” ou “antes” do outro, quer se trate de uma relação espacial ou temporal.
Todas estas observações podem ser ainda confirmadas pelo exame de outra raiz, igualmente comum ao hebraico e ao árabe, e que tem significados muito próximos destes, poder-se-ia mesmo dizer idênticos em grande parte, pois embora o seu ponto de partida seja claramente diferente, o os significados derivados convergem. Esta é a raiz QDM, que em primeiro lugar expressa a ideia de “preceder” (קָדַם - qadam), de onde tudo o que se refere não apenas a uma anterioridade temporal, mas a uma prioridade de qualquer ordem. Assim, para palavras derivadas desta raiz encontra-se, além dos significados originais e antigos (קֶדֶם - qedem em hebraico, قدم - qidm ou qidam em árabe) o de primazia ou precedência e mesmo o de caminhar, avançar ou progredir (em árabe taqaddum); e aqui novamente, a preposição qadam em hebraico e quddam em árabe tem o duplo significado de “na frente de” e “antes”. Mas o significado principal designa o que é primeiro, seja hierarquicamente ou cronologicamente; assim, a ideia expressa com mais frequência é a de origem ou primordialidade e, por extensão, a de antiguidade quando a ordem temporal está envolvida. Assim, Kadmon (קַדְמוֹן) em hebraico e qadim em árabe significam “antigo” no uso corrente, mas quando estão relacionados ao domínio dos princípios, devem ser traduzidos por “Primordial”.
A respeito destas mesmas palavras, há outras razões que não são desprovidas de interesse. Em hebraico, os derivados da raiz QDM também servem para designar o Oriente, isto é, a direção da “origem” no sentido de que é ali que aparece o sol nascente (oriens, de oriri, de onde vem também origo em latim), o ponto de partida do curso diurno do sol; e ao mesmo tempo é também o ponto utilizado para se “orientar” voltando-se para o sol nascente. Assim, qedem também significa “Oriente” e Kadmon “oriental”; mas não se deve ver nestas designações a afirmação de uma primordialidade do Oriente do ponto de vista da história da humanidade terrestre, pois, como já dissemos muitas vezes, a tradição original é nórdica, até "polar", e nem oriental nem ocidental; além disso, a explicação que acabamos de indicar parece-nos plenamente suficiente. Acrescentarei a este respeito que estas questões de “orientação” são geralmente muito importantes no simbolismo tradicional e nos ritos baseados nesse simbolismo; são, além disso, mais complexos do que se poderia pensar e podem dar origem a certos erros, pois nas diferentes formas tradicionais existem muitos modos diferentes de orientação. Quando nos voltamos para o sol nascente, como acabamos de dizer, o Sul é designado como o “lado direito” (يمين - yamin ou yaman; cf. o sânscrito dakshina, que tem o mesmo significado) e o Norte como o “lado esquerdo” (שמאל - shemal em hebraico, شِمَال - shimal em árabe); mas também acontece que a orientação é estabelecida voltando-se para o sol no meridiano, e o ponto anterior não é mais o Leste, mas o Sul. Assim, em árabe, o Sul tem, entre outros nomes, o de qiblah, e o adjetivo qibli significa “sul” [meridional]. Estes últimos termos nos levam à raiz QBL; a mesma palavra qiblalt também é conhecida no Islã para designar a orientação ritual; em todos os casos é a direção que se tem diante de si; e o que também é bastante curioso é que a grafia da palavra qiblah é exatamente idêntica à da Cabalá hebraica.
Agora, pode-se perguntar por que em hebraico “Tradição” é designada por uma palavra que vem da raiz QBL, e não da raiz QDM. É tentador responder que, uma vez que a Tradição Hebraica constitui apenas uma forma secundária e derivada, um nome que evoca a ideia de origem ou primordialidade não seria adequado; mas este argumento não nos parece essencial, pois, direta ou não, toda tradição está ligada às suas origens e procede da revelação primordial, e vimos até em outro lugar que toda "língua sagrada", incluindo o próprio hebraico e o árabe, é pensada representar a linguagem primordial de alguma forma. A verdadeira razão, ao que parece, é que a ideia que aqui deve ser especialmente destacada é a de uma transmissão regular e ininterrupta, que é, portanto, devidamente expressa pela palavra “tradição”, como referimos no início. Esta transmissão constitui a “cadeia” (שַלְשֶלֶת‎ - shelsheleth em hebraico, سلسلة - silsilal em árabe) que une o presente ao passado e que deve continuar do presente ao futuro; é a “cadeia da tradição” (שלשלת הקבלה - shelsheleth ha-Kabbalah) ou a “cadeia iniciática” da qual recentemente tivemos ocasião de falar e é também a determinação de uma “direção” (encontramos aqui o significado da qiblah árabe) que, ao longo do tempo, orienta o ciclo para o seu fim e o une novamente à sua origem, e que, estendendo-se ainda além desses dois pontos extremos pelo fato de sua fonte principal ser atemporal e "não humana", o liga harmoniosamente a os outros ciclos, formando com estes uma “cadeia” maior, aquela que certas tradições orientais chamam de “cadeia de mundos” na qual se integra gradativamente toda a ordem da manifestação universal.
A Ciência dos Números
As "ciências sagradas" pertencentes a uma determinada forma tradicional são realmente parte integrante dela, pelo menos como elementos secundários e subordinados, e estão longe de representar apenas uma espécie de acréscimo acidental a ele ligado de forma mais ou menos artificial. É indispensável compreender bem este ponto e nunca perdê-lo de vista se quisermos penetrar, ainda que pouco, no verdadeiro espírito de uma tradição; e é tanto mais necessário chamar a atenção para isto, porque nos nossos dias se nota com bastante frequência entre aqueles que pretendem estudar doutrinas tradicionais uma tendência a não levar em conta estas ciências, seja pelas dificuldades especiais apresentadas pela sua assimilação, ou porque, além da impossibilidade de enquadrá-los no quadro das classificações modernas, a sua presença incomoda particularmente quem se esforça por reduzir tudo a pontos de vista exotericos e interpreta doutrinas em termos de "filosofia" ou "misticismo". Sem querer aprofundar mais uma vez a futilidade de tais estudos realizados "de fora" e com intenções totalmente profanas, repetiremos, no entanto, porque vemos diariamente a oportunidade, que as ideias distorcidas a que inevitavelmente conduzem são certamente piores do que a pura e simples ignorância.
Às vezes acontece até que certas ciências tradicionais desempenham um papel mais importante do que o que foi indicado e que, além do valor próprio que possuem em si mesmas na sua ordem contingente, são tomadas como meios simbólicos de expressão para a parte superior e essencial da doutrina, a tal ponto que esta se torna totalmente ininteligível se tentarmos separá-la delas. Isto é o que acontece em particular com a Cabalá Hebraica para a "ciência dos números", que aliás é em grande parte idêntica à "ciência das letras", tal como o é no esoterismo islâmico, e isto em virtude da própria constituição do hebraico e as línguas árabes, que, como dito anteriormente, são tão próximas umas das outras em todos os aspectos.
O papel preponderante da ciência dos números na Cabalá é um facto tão evidente que não pode escapar nem ao observador mais superficial, e dificilmente é possível, mesmo aos "críticos" mais cheios de preconceitos, negar ou ocultar isto. No entanto, eles não são negligentes em dar interpretações erradas deste facto, a fim de, de alguma forma, enquadrá-lo no quadro das suas ideias pré-concebidas; proponho aqui especialmente dissipar estas confusões mais ou menos deliberadas, devidas em boa parte ao abuso do demasiado famoso “método histórico” que apesar de tudo quer ver “empréstimos” onde quer que veja semelhanças.
Sabemos que está na moda nos círculos universitários afirmar que a Cabalá está ligada ao Neoplatonismo, de modo a diminuir tanto a sua antiguidade como o seu alcance; não é considerado um princípio inquestionável que tudo deve vir dos gregos? Infelizmente, esquecemos que o próprio Neoplatonismo contém muitos elementos que não são especificamente gregos, e que no período Alexandrino o Judaísmo em particular teve uma importância nada desprezível, de modo que se realmente houvesse empréstimos, eles poderiam ter ocorrido em uma direção oposta à alegada. Esta hipótese é ainda mais provável, primeiro porque a adopção de uma doutrina estrangeira dificilmente é conciliável com o "particularismo" que sempre foi um dos traços dominantes do espírito judaico, e depois porque, independentemente do que se possa pensar em outros aspectos do Neoplatonismo, representa apenas uma doutrina relativamente exotérica (mesmo que se baseie em ideias esotéricas, é apenas uma “exteriorização” delas), que como tal não conseguiu exercer uma influência real sobre uma tradição essencialmente iniciática e até muito “fechada” como a Cabalá é e sempre foi. Além disso, não vemos que haja qualquer semelhança particularmente notável entre isto e o Neoplatonismo, nem vemos na forma como o Neoplatonismo é expresso que os números desempenhem o mesmo papel que é tão característico da Cabalá. A língua grega dificilmente o teria permitido, embora seja, repito, algo inerente à própria língua hebraica, e deve, portanto, ter estado ligada desde o início à forma tradicional que por ela se exprime.
É claro que não há razão para contestar que uma ciência tradicional dos números possa ter existido entre os gregos, pois ela era, como sabemos, a base do pitagorismo, que não era apenas uma filosofia, mas também tinha um caráter propriamente iniciático; e é daí que Platão extraiu não apenas toda a parte cosmológica de sua doutrina, tal como exposta particularmente no Timeu, mas até mesmo sua "teoria das ideias", que na verdade é apenas uma transposição em terminologia diferente das ideias pitagóricas sobre os números considerados como os princípios das coisas. Se realmente quisermos encontrar entre os gregos um termo de comparação com a Cabalá, devemos recorrer ao pitagorismo; mas é precisamente aqui que a inanidade da tese dos “empréstimos” se torna mais claramente aparente. Estamos de fato na presença de duas doutrinas iniciáticas, ambas dando importância primordial à ciência dos números, mas essa ciência é apresentada por cada uma sob formas radicalmente diferentes.
Aqui valerão algumas considerações de ordem mais geral. É perfeitamente normal que a mesma ciência seja encontrada em tradições diferentes, pois a verdade em qualquer domínio não poderia ser monopólio de uma forma tradicional com exclusão de outras. Este facto não pode então ser motivo de espanto, excepto sem dúvida para os “críticos”, que não acreditam na verdade; e na verdade é o contrário que seria não apenas surpreendente, mas até mesmo dificilmente concebível. Não há nada aqui que implique uma comunicação mais ou menos direta entre duas tradições diferentes, mesmo no caso em que uma é incontestavelmente mais antiga que a outra; não pode uma certa verdade ser vista e expressa independentemente daqueles que já a expressaram antes, e, dada essa independência, não é ainda mais provável que esta mesma verdade seja de facto expressa de forma diferente? No entanto, deve ficar claro que isto não é de forma alguma contrário à origem comum de todas as tradições; mas a transmissão de princípios desta origem comum não implica necessariamente a transmissão explícita de todos os desenvolvimentos que nela estão implícitos e de todas as aplicações que eles podem produzir. Tudo o que é uma questão de “adaptação”, numa palavra, pode ser considerado como pertencente propriamente a esta ou aquela forma tradicional particular, e, se encontrarmos o equivalente noutro lugar, é porque dos mesmos princípios se extrairia naturalmente o mesmo conclusões, qualquer que seja a maneira especial como elas tenham sido expressas aqui ou ali (com a reserva, é claro, de que certos modos simbólicos de expressão, sendo iguais em todos os lugares, devem ser considerados como remontando à tradição primordial). Além disso, as diferenças de forma serão geralmente maiores à medida que nos afastamos dos princípios para descermos a ordens mais contingentes; e esta é uma das principais dificuldades na compreensão de certas ciências tradicionais.
É fácil compreender que estas considerações afastam quase todo o interesse pela origem das tradições ou pela proveniência dos elementos que elas contêm segundo o ponto de vista "histórico" tal como entendido no mundo profano, pois tornam perfeitamente inútil a suposição de qualquer filiação direta; e mesmo quando se nota uma semelhança muito maior entre duas formas tradicionais, essa semelhança é explicada muito menos por "empréstimos", que muitas vezes são bastante improváveis, do que por "afinidades" devido a um certo conjunto de condições comuns ou semelhantes (raça, tipo de língua, modo de vida, etc.) entre os povos aos quais estas formas se aplicam respectivamente. Quanto aos casos de filiação real, isto não quer dizer que devam ser totalmente excluídos, pois é evidente que todas as formas tradicionais não procedem directamente da tradição primordial e que outras formas devem ter por vezes desempenhado o papel de intermediárias; mas estas últimas são na maioria das vezes tradições que desapareceram completamente, e essas transmissões em geral remontam a épocas muito distantes para que a história comum - cujo campo de investigação é realmente muito limitado - seja capaz de ter o menor conhecimento delas, sem contar o facto de os meios pelos quais foram efectuadas não estarem entre os acessíveis aos seus métodos de investigação.
Tudo isto apenas parece afastar-nos do nosso assunto e, portanto, voltando agora às relações entre a Cabalá e o Pitagorismo, podemos agora colocar-nos esta questão: se a primeira não pode ser derivada directamente da última (mesmo supondo que seja não anterior a ele), e mesmo que isso se deva apenas a uma diferença de forma muito grande, algo ao qual retornaremos em breve de maneira mais precisa, não se pode pelo menos imaginar uma origem comum para ambos, que segundo alguns seria a tradição dos antigos egípcios (isso, claro, nos levaria a muito antes do período Alexandrino)? Digamos desde já que esta é uma teoria que tem sido muito abusada; e no que diz respeito ao Judaísmo, não somos capazes, apesar de certas afirmações mais ou menos fantasiosas, de descobrir a menor conexão com o que se conhece da tradição egípcia (estamos falando aqui da forma, a única coisa a ser considerada, uma vez que a substância é necessariamente idêntica em todas as tradições); sem dúvida teria ligações mais reais com a tradição caldeia, seja por derivação ou por simples afinidade, na medida em que seja possível apreender realmente algo destas tradições extintas há tantos séculos.
Quanto ao pitagorismo, a questão talvez seja mais complexa. As viagens de Pitágoras, quer sejam tomadas literal ou simbolicamente, não implicam necessariamente empréstimos de doutrinas deste ou daquele povo (pelo menos no que diz respeito ao essencial, seja qual for o caso de certos pontos de detalhe), mas antes o estabelecimento ou fortalecimento de certos vínculos com iniciações mais ou menos equivalentes. Parece que o pitagorismo foi, de facto, acima de tudo, a continuação de algo que existiu anteriormente na própria Grécia, e que não há razão para procurar noutro lugar a sua fonte principal; temos em mente os Mistérios, e mais particularmente o Orfismo, do qual talvez tenha sido apenas uma "readaptação" nesta época do século VI antes da era Cristã, que por um estranho sincronismo viu mudanças de forma ocorrerem ao mesmo tempo entre quase todos povos. Costuma-se dizer que os próprios mistérios gregos eram de origem egípcia, mas tal afirmação geral é demasiado "simplista", e embora isto possa ser verdade em certos casos, como os mistérios de Elêusis (que vêm particularmente à mente nas circunstâncias), há outros onde isso não é de todo sustentável. Quer se trate do próprio Pitagorismo ou do Orfismo anterior, não é em Elêusis que devemos procurar o "ponto de ligação", mas em Delfos. E isto nos leva diretamente ao ponto mais importante no que diz respeito à ciência dos números e às diferentes formas que assumiu.
Esta ciência dos números no pitagorismo parece intimamente ligada à das formas geométricas; e o mesmo acontece com Platão, que neste aspecto é puramente pitagórico. Poderíamos ver aqui a expressão de um traço característico da mentalidade helenística, que está especialmente ligada às formas visuais; e sabemos que entre as ciências matemáticas foi de facto a geometria que os gregos desenvolveram especialmente. Contudo, há algo mais envolvido aqui, pelo menos no que diz respeito à “geometria sagrada”; o Deus “geômetro” de Pitágoras e Platão, entendido no seu sentido mais preciso e, poderíamos dizer, técnico, não é outro senão Apolo. Não podemos empreender uma elaboração deste assunto, o que nos levaria muito longe, e talvez possamos voltar a esta questão numa outra ocasião. É suficiente neste momento assinalar que este facto se opõe fortemente à hipótese de uma origem comum tanto para o pitagorismo como para a Cabala, mesmo no ponto em que um esforço especial foi feito para ligá-los, e que é realmente o único ponto que poderia ter suscitado a ideia de tal conexão, ou seja, a aparente semelhança entre as duas doutrinas no que diz respeito ao papel que a ciência dos números desempenha nelas.
Na Cabala, esta mesma ciência dos números não está de forma alguma ligada ao simbolismo geométrico da mesma maneira; e é fácil ver que assim deveria ser, pois este simbolismo não poderia ser adequado para povos nômades como o eram originalmente os hebreus e os árabes. Por outro lado, encontramos aí algo que não tem equivalente entre os gregos: a estreita união, poderíamos mesmo dizer a identidade em muitos aspectos, da ciência dos números com a das letras em razão das correspondências numéricas destas últimas. Isto é o que é eminentemente característico da Cabalá e não se encontra em nenhum outro lugar, pelo menos sob este aspecto e com este desenvolvimento, a menos que, como já dissemos, seja no esoterismo islâmico, isto é, na tradição árabe.
Pode parecer surpreendente à primeira vista que considerações deste tipo tenham permanecido estranhas aos gregos, uma vez que as suas letras também têm um valor numérico (que é, aliás, o mesmo que os seus equivalentes nos alfabetos hebraico e árabe), e uma vez que, de facto, nunca tinha quaisquer outros sinais numéricos. A explicação deste facto é, no entanto, bastante simples. A escrita grega é realmente apenas uma importação estrangeira (seja "fenícia", como se costuma dizer, ou em qualquer caso "cadmeana", isto é, "oriental" sem qualquer especificação mais precisa, os próprios nomes das letras que testemunham isso), e nunca se tornou verdadeiramente um em seu simbolismo, numérico ou não, com a própria linguagem. Pelo contrário, em línguas como o Hebraico e o Árabe, o significado das palavras é inseparável do simbolismo das letras, e seria impossível dar uma interpretação completa quanto ao significado mais profundo das palavras, aquilo que realmente importa desde o ponto de vista tradicional e iniciático (pois não devemos esquecer que se trata essencialmente de “línguas sagradas”), sem levar em conta o valor numérico das letras que as compõem; as relações existentes entre palavras numericamente equivalentes e as substituições a que por vezes se prestam são, a este respeito, um exemplo particularmente claro. Há portanto aqui algo que, como dissemos no início, diz respeito essencialmente à própria constituição destas línguas, algo que lhes pertence de forma verdadeiramente “orgânica” e que está muito longe de lhe estar ligado desde o exterior e depois do na verdade, como no caso da língua grega; e como este elemento se encontra tanto no hebraico como no árabe, pode-se legitimamente considerá-lo como procedendo da fonte comum destas duas línguas e das duas tradições que elas expressam, isto é, o que pode ser chamado de tradição "abraâmica".
Das considerações acima podemos tirar a conclusão necessária, nomeadamente que se olharmos para a ciência dos números entre os gregos e entre os hebreus, vemos que ela está revestida de duas formas muito diferentes e baseada num caso num simbolismo geométrico, e noutro o outro sobre o simbolismo das letras. Conseqüentemente, não pode haver mais “empréstimos” de um lado do que do outro, mas apenas de equivalências tais como as que necessariamente podem ser encontradas entre todas as formas tradicionais. Deixamos de lado qualquer questão de "prioridade", que não tem nenhum interesse real nestas condições e é talvez insolúvel, pois o verdadeiro ponto de partida é talvez muito anterior às épocas para as quais é possível estabelecer uma estimativa, ainda que ligeiramente cronologia rigorosa. Além disso, a própria hipótese de uma origem comum directa também deve ser afastada, pois a tradição da qual esta ciência é parte integrante pode ser vista como remontando, por um lado, a uma fonte "apolínea", e por outro lado, a uma fonte "abraâmica", que parece estar ligada especialmente (como sugerem os próprios nomes dos hebreus e dos árabes) à corrente tradicional que veio da "ilha perdida do Ocidente".
Background
"I. Cabalá, nome hebraico, קבלה, significa ensino, doutrina que recebemos, ou seja, admitimos, sem exame, com plena fé, de uma autoridade digna de toda a nossa confiança. Este termo corresponde exatamente a 'acceptio' em latim e a ἀποδοχή (apodochí) em grego. Vem do verbo קבל na segunda forma de conjugação, chamada 'piel' que significa 'receber', e se aplica àquele a quem Deus revela uma verdade, ou ao discípulo que recebe alguma doutrina de seu mestre. Seu verbo correlato, que se aplica ao mestre, é ר‎ס‎מ‎, entregar, a partir do qual se formou o substantivo Massore ou Massorah. Assim, a primeira Mischná do tratado Avot (1,1) do Talmud diz: 'Moisés recebeu - קִבֵּל - a Lei no Sinai, e a transmitiu - וּמְסָרָהּ - a Josué.'
'Itaque cabalam', diz (Petrus) Cunæus, 'non cum vulgo eam dico quam alii aliis tradidere , sed quam cœlitus acceperunt viri sancti , est enim קבלה acceptio' - De Rep. Hebr. I. III, Cap. VIII.
II. É importante alertar que nos livros dos rabinos o termo Cabala é utilizado em três significados diferentes. Não conseguindo distinguir esses vários significados, vários estudiosos caíram em erros singulares.
1. O Talmud freqüentemente chama todos os livros do Antigo Testamento, exceto o Pentateuco, de Cabalá. Ele repete este princípio em vários lugares: 'Não se deve explicar um texto do Pentateuco por um texto da Cabala para se derivar dele uma obrigação legal' - דִּבְרֵי תוֹרָה מִדִּבְרֵי קַבָּלָה לָא יָלְפִינַן ('Baba Kamma', 2b 5). No tratado de Baba kamma, fol. 2 verso, R. Sal. Yarhhi faz essa glossa; 'Texto da Cabalá, ou seja, dos profetas e dos livros hagiográficos' - ד‎ב‎רי‎ ק‎‎בלה‎ נביאים וכתובים. É neste sentido que Maimônides diz no seu tratado sobre o estudo da Lei, cap. I, § 12: 'E o texto da Cabala faz parte da lei escrita, mas a sua interpretação pertence à lei oral, à tradição' - ו‎ד‎ב‎ר‎י‎ ק‎ב‎ל‎ה‎ ב‎כ‎לל ת‎ו‎ר‎ה‎ שב‎כתב‎ ‎וף‎‎יר‎ושן‎ ב‎כ‎לל ת‎ו‎ר‎ה‎ שבע‎ל ףה‎.
2. Os rabinos também chamam esta parte da tradição de Cabala, como em nosso prefácio, p. x, qualificamos como legal ou talmúdico. Os mestres da Cabala, ב‎ע‎לי‎‎ הק‎ב‎ל‎ה, são os doutores talmúdicos. Veja Carpzov, 'Introd. in theol. judaic.', c. III, § 7. Maimônides, em seu comentário ao tratado Abot, cap. I, diz que os chefes de cada uma das seitas que os doutores da Sinagoga designaram sob o nome de saduceus e baituseus, e que nas nossas regiões do Egito, diz ele, chamamos caraítas, que esses líderes, dizemos - declaramos que eles admitiam o Pentateuco e rejeitavam a Cabala como uma lei falsa - 'שה‎ו‎א‎ מ‎‎א‎מ‎י‎ן‎ ב‎ת‎ו‎ר‎ה‎ ו‎ח‎ול‎ק‎‎ ע‎ל הקב‎לה‎‎‎‎‎ שא‎ינה א‎מ‎‎‎ת‎י‎ת'. Ora, a heresia caraíta, o verdadeiro protestantismo da sinagoga, consiste em rejeitar o Talmud e admitir apenas a letra nua do texto mosaico, um texto que cada caraíta pode interpretar como quiser, como achar melhor; Lutero só teve que fazer o livre-exame. 3. Comumente entendemos por este termo a Cabala por excelência, ou seja, a parte misteriosa, esotérica, acroamática da tradição oral. Joseph de Voisin, ao tratar desta Cabala, diz muito bem: 'Et si vero totum Talmud Kabala dicatur, hœc tamen pars κατ· ἐξοχήν vocatur Kabala' - 'Observ. in proœm. Pugionis Fidei'. Citaremos um exemplo dos mal-entendidos que deu origem à confusão destes três significados do mesmo termo. Buxtorf, no artigo קבלה de seu Lexicon rabínico, diz que David Kimhhi exalta a misteriosa Cabala na introdução ao seu comentário sobre o Salmo CXIX (sal. Heb.), e que o Talmud, tratado Rosch-Hasschana, fol. 19 recto, concede à Cabala a mesma autoridade que o texto dos livros de Moisés. Isto é o que Buxtorf afirma; mas nada é mais impreciso. Neste lugar do Talmud não há a menor questão da Cabala propriamente dita, mas do poder espiritual da Sinagoga, já que toda a discussão gira em torno da mais ou menos solenidade de uma festa, a dos três de Tischri, instituída por este poder. O Talmud decide a questão lembrando que as instituições do aulorilè espiritual da Sinagoga, instituições que aqui chama de Cabala, são iguais às da lei escrita de Moisés. דִּבְרֵי קַבָּלָה הוּא, וְדִבְרֵי קַבָּלָה כְּדִבְרֵי תוֹרָה דָּמוּ ("Rosch-Hasschana" 19a 4). Quanto à introdução ao Kimhhi, basta ler esta peça para garantir que o rabino se refere apenas à tradição talmúdica, e que usa o termo Cabala no segundo sentido que indicamos acima. ele disse, 'que não depende da ciência humana, e que não espera as provas do raciocínio lógico, mas é por sua natureza um grande e sólido pilar para todo crente. Esta é a tradição (הקבלה, a Cabalá) na qual devemos ter fé absoluta. Através dela acreditamos firmemente, estamos intimamente convencidos de que Moisés nosso mestre, que a paz esteja com ele, escreveu o Pentateuco sob o ditado de Deus, bendito seja ele; que Deus criou o Universo do nada, que o criou em seis dias, etc. Os factos anunciados por esta Cabala (quem não vê que isto é ciência cabalística?) são constantes para nós, enraizados nos nossos corações, como se os nossos olhos e os nossos ouvidos os tivessem testemunhado, como se a nossa razão os provasse materialmente, e melhor ainda; porque os nossos sentidos muitas vezes nos enganam, o nosso raciocínio se desvia ou se baseia em princípios errados'. (1-XVII)
Escusado será dizer que o erro de Buxtorf foi repetido ad nauseam por esta multidão de estudiosos que copiam uns aos outros cegamente. A maioria tem o cuidado de não nomear o famoso professor de Basileia, para deixar o leitor acreditar que estas duas citações pertencem ao fundo de sua própria erudição hebraica. Nesse roubo, eles são tão avançados quanto o malandro que, tendo conseguido roubar o relógio de um Gascão, se viu o sortudo possuidor de uma bola achatada. A passagem de Maimônides do tratado sobre o estudo da lei, que citamos acima, também foi mal interpretada e, ao contrário do resto do texto do autor, foi aplicada à Cabala mística.
§ I
Uma contradição marcante impede desde os primeiros passos qualquer pessoa que empreenda estudos sobre a Cabalá Hebraica. Padres da Igreja, teólogos e estudiosos, tanto entre Católicos como Protestantes, falam desta ciência com honra, e encontram vestígios dela no texto sagrado do Novo Testamento, particularmente no Apocalipse e nos livros apócrifos que são recomendados como piedosos e leitura útil nos escritores eclesiásticos mais antigos. Por outro lado, o próprio nome da Cabalá inspira, mesmo em homens de inteligência e conhecimento, não sabemos que sentimento de medo misturado com horror. Mais de uma vez já o testemunhamos, e Pico de la Mirandola atesta que já era assim no seu tempo.(1 - XVIII) Teólogos, comentaristas das Escrituras e outros estudiosos afirmam que em certos lugares de suas Epístolas, São Paulo reprova a Cabala dos Judeus. A S. Congregação do Santo Ofício de Roma condenou-o formalmente. Por fim, um autor protestante, seguindo o exemplo da bondade do líder de sua seita, chega a mandá-lo ao diabo com seus inventores.(2)
Para explicar esta antilogia, devemos fazer duas partes claramente definidas da ciência cabalística.
1. A Cabala verdadeira e não adulterada, que foi ensinada na antiga Sinagoga e cujo caráter é francamente Cristão, como veremos mais tarde.
2. A falsa Cabala, cheia de superstições ridículas e que, além disso, trata de Magia, Teurgia, Goécia: numa palavra, tal como se tornou nas mãos dos doutores cabalistas da Sinagoga infiel que se divorciou dos seus próprios princípios.
Bonfrerius e Sisto de Siena, bem como um grande número de outros escritores de alto mérito, estabelecem esta distinção entre a boa e a má Cabala: Carpzovius, Pfeiffer, Wolfius, Glassius, Walther, Cunaeus, Buddeus, etc. 'Christiani, dit Holtinger, ut plurimum, inter Kabbalam veram et falsam distinguunt.', 'Thes. philol.', sect. V, p. 445.
É portanto com razão que o Padre Bonfrerius diz: 'Passim Cabala et cabalistœ apud catholicos maie audiunt; quam recte, oatendent quœ dicturi sumus scquentia : saepe enim fit ut quod bonum et probum est, ob affine maie repudietur, utque virtus-, si nomen commune cum vitio sortiatur, ipsa hujus fœditate adspersa censcatur ; quod in bac materia plane accidit, ut, ob impiam infamemque Cabalam, honesta puraque (îabala infamiam pateretur. Res igitur tota hœc ex bona distinctione pendet.'
Sisto de Sena, israelita e dominicano convertido, muito culto e estimado pelo Papa Pio V, seu protetor, escreveu precisamente no momento em que foi proferido o decreto da sagrada Congregação do Santo Ofício, de que falamos. Ele estava em perfeitas condições de conhecer a intenção da sagrada Congregação. Aqui está como isso é explicado: 'Caeterum, quia ex decrelo S. Romanœ Inquisitionis omnes libri, ad Kabalam pertinentes, nuper damnati sunt, sciendum est, duplicem esse Kabalam, alteram. veram, alteram falsam. Vera et pia est, quœ, ut jam diximus, arcana sacrae legis mysteria juxta anagogen élucidat. Hanc ergo nunquam damnavit Ecclesia. Faîsa atque inipia Kabala est ementitum quoddam judaicœ traditionis genus, innumeris vanitatibus ac falsitatibus refertum, nihil aut parum a necromantia distans. Hoc igitur superstitionis genus, Kabalam improprie appellatum, Ecclesia proximis ànnis merito damnavit.'
§ II
I. Tudo contribui para provar, como dissemos no prefácio, páginas XI e seguintes, que uma parte notável da tradição cujo depósito foi confiado à antiga Sinagoga, consistia em explicações místicas, alegóricas e anagógicas, a partir do texto da Escritura; ou seja, tudo o que a tradição ensinava sobre a metafísica sagrada, o mundo espiritual, a sua relação com o mundo material; ela o ensinou com autoridade ou o vinculou ao texto inspirado. Esta doutrina oral, que é a Cabalá, tinha por objeto as mais sublimes verdades da fé, que reconduziam constantemente ao Redentor prometido, fundamento de toda a economia da Religião Antiga. A Natureza de Deus e dos espíritos criados, a origem e o destino do mundo inferior, ou seja, o mundo material, o significado místico de todos os fatos, todas as observâncias religiosas e todas as profecias do Antigo Testamento. Se São Pedro, o primeiro Chefe da Igreja, como vigário de Jesus Cristo, disse ao comandante Cornélio que todos os Profetas dão testemunho de Nosso Senhor, - 'Dele todos os profetas dão testemunho' (At, X,43) - os dourtores hebreus por sua vez, nunca deixaram de proclamar que o Messias era o objeto final de todas as predições dos videntes de Israel. Veja no Tomo II, p. 18: 'Leges mosaicas ceremoniales, dit Buddé, reconditos habuisse sensus non puto quisquam negabit, nisi forte Spencer i aut Marshami (ajoutez aussi Salvador) politicas rationes subslitucntium, fabulis, adhibere fidem velit.'
II. Existe esta diferença entre o Talmud e a Cabala, embora se toquem sem que seja fácil atribuir limites precisos entre eles, e muitas vezes se fundem; a primeira limita-se geralmente ao que diz respeito à prática externa, à execução material da Lei Mosaica; A segunda, como teologia especulativa e mística, apodera-se da parte espiritual da religião e resolve os problemas mais formidáveis ​​da metafísica sagrada.
Manassés-ben-Israel cita um exemplo desta diferença. O texto do Deuteronômio VI,8 prescreve o uso de Totaphot, טֹטפת, entre os olhos. O Talmud explica que estes Totaphot são os filactérios; ele ensina detalhadamente do que devem ser feitos os filactérios, como fazê-los e, finalmente, o local preciso da cabeça onde devem ser aplicados. Se mesmo a menor destas coisas não for observada, a obrigação da lei não foi cumprida. Aqui a missão do Talmud, chamada de alma da lei, é limitada e dá lugar à Cabala, que é como a alma da alma da lei. Este é responsável por explicar a intenção mística do filactério e de cada uma de suas partes. Mencionaremos em particular a letra Shin que este ornamento traz em relevo sob duas figuras, a saber, com três cabeças, ש‎, e com quatro cabeças. Já vimos no volume I, página 405, que segundo a Cabala a primeira forma indicava o mistério da Santíssima Trindade, e a segunda forma, o mesmo mistério com a Encarnação da segunda Hipóstase Divina. Neste sentido, os filactérios eram verdadeiramente o resumo de toda a religião: Deus e a Redenção. É por isso que o texto diz no mesmo versículo: 'Hás de prendê-los à tua mão'.(1-XX)
III. A Cabalá, que podemos chamar de filosofia dos hebreus, quando ainda estava em toda a sua pureza, tinha esta particularidade, que dava essas noções sublimes às quais os gênios mais profundos entre os filósofos pagãos privados da ajuda da Revelação. A razão humana, falando de factos sensíveis, encontrará sempre fora da sua esfera o conhecimento que é a única coisa necessária ao homem - 'unum necessarium' (Marcos X,42); a saber: 1° a natureza de Deus; 2° as relações de Deus com a criatura; 3° as obrigações do homem para com Deus. Deste ponto de vista, os hebreus tinham uma imensa vantagem sobre os sábios de todas as outras nações.
No Zohar, parte 2, fol. 72, col. 288, o Rabino Simeon-ben Yohhaï declara que a superioridade da lei sagrada se deve apenas ao seu significado cabalístico; porque, acrescenta ele, se tivéssemos que nos ater à casca da carta, ainda hoje poderíamos escrever um livro semelhante, e até melhor.(1-XXI) Se o rabino estiver certo ao dar grande importância ao significado espiritual, ele vai longe demais ao menosprezar o mérito intrínseco da simples letra dos livros de Moisés.
§ III
I. Os Doutores da Sinagoga ensinam a uma só voz que o significado oculto das Escrituras foi revelado no Sinai a Moisés, que iniciou Josué e seus outros discípulos íntimos neste conhecimento; que este ensinamento oculto foi então transmitido oralmente de geração em geração, sem que fosse permitido colocá-lo por escrito. Sabemos que mesmo as outras nações antigas do Oriente tinham o costume de ensinar apenas doutrinas secretas ou de alta ordem oralmente, e de não confiá-las levianamente à escrita.(2) Nos primeiros séculos da Igreja, os Padres também exerceram uma sábia reserva ao falar com aqueles que não eram iniciados nos nossos santos mistérios.
Ao regressar do cativeiro da Babilônia, Esdras viu que as calamidades da nação poderiam um dia levar ao completo esquecimento da tradição cabalística, porque esta só deveria ser confiada a seguidores que cumprissem certas condições através das suas qualidades pessoais e pela idade, registraram esta tradição, por ordem de Deus, em setenta volumes. Mas esses livros não foram divulgados. O profeta recebeu ordem de colocá-los nas mãos dos sábios do povo em quem havia uma fonte de inteligência, uma fonte de sabedoria e um rio de conhecimento.(1-XXII)
II. Este último facto pode ser lido num livro que é na verdade apócrifo. Mas porque um livro é eliminado do cânon da Igreja, não se segue que tudo o que ele contém seja condenado. Vários Padres Gregos e Latinos, particularmente Santo Ambrósio(2), citaram com louvor o quarto livro de Esdras, e textos dele foram inseridos no Ofício Romano.(3) É reconhecido que o autor, um judeu que se tornou um cristão zeloso, inseriu em seu livro muitas tradições verdadeiras de sua nação. No entanto, o dos volumes secretos de Esdras é realmente encontrado na crônica judaica chamada Séder-Olam-Rabba. O IV° livro de Esdras não deve ser mais recente que o início do século II, pois parece que já adquiriu alguma autoridade desde a época de Santo Irineu, do mesmo século, de Tertuliano, de Clemente de Alexandria e de Santo Irineu, os dois primeiros morreram no início e o terceiro em meados do século III.
Já citamos no Tomo I, página 150, Santo Hilário que confirma que Moisés, além da lei que havia dado ao povo, confiou secretamente aos setenta anciãos, mistérios de ordem superior. 'Separatim quœdam ex occullis legis secretiora mysleria septuaginta senioribus, qui doclores deinceps manerent, intimaverat.'
À pergunta: 'Em que, então, se avantaja o judeu?' São Paulo responde: 'Muita, em todos os aspectos. Principalmente porque lhes foram confiados os oráculos de Deus.' (Rm III,1-2). Orígenes explica estas palavras do Apóstolo da seguinte maneira(4): 'Quamvis enim et Gentibus nunc credantur eloquia Dei, sed illis, ait, primo sunt crédita. Requiro tamen quid est hoc quod dicitur primis eis crédita esse eloquia Dei : utrumne de UUeris hoc dicat et libris, an de sensu et intelligentia legis? De Moyse et prophetis, caeterisque horum similibus haec intelligenda sunt dici, quibus crédita sunt eloquia Dei, et si quis apud eos sapiens et intelligens audilor et mirabilis consiliarius fuit, quos auferre dicitur Dominus a Jérusalem, offensus impietatibus populi'.(5)
Ficamos surpresos que ninguém ainda tenha notado que Adamantius, este prodígio da ciência e do gênio, ao aplicar aos cabalistas as qualidades expressas no versículo de Isaías que ele cita, está em perfeita concordância com o Talmud, segundo a qual os mistérios da Lei, סתרי תוֹרה, só eram entregues àqueles que combinavam as qualidades especificadas pelo profeta (tratado Hhaghiga, fol. 13 recto). É portanto uma tradição judaica que Orígenes repete aqui.
Em outro lugar, o mesmo Doutor diz: 'Visto que é manifesto e verdadeiramente admitido que os Profetas eram sábios, deve-se admitir que eles tinham uma compreensão perfeita do que as suas bocas pronunciavam; e é evidente que Moisés compreendeu o verdadeiro significado da Lei e as alegorias anagógicas dos fatos que ele mesmo relata… Neste aspecto, os Apóstolos não eram mais eruditos do que os Patriarcas, do que Moisés, do que os Profetas.' (1-XXIII)
Acrescentaremos São Gregório de Nazianzo que, a partir do testemunho dos doutores Hebreus (Ἑδραίων μὲν οὖν οἱ σοφώτεροι λέγονσιν), repete que os Judeus não entregaram a profundidade da Escritura (βαθυτέραν) e a sua beleza (valor) mística (τὸ μυστικὸν κάλλος) àqueles que não tinham pelo menos vinte e cinco anos de idade, e que não foram 'purificados espiritualmente' (μόνοις τοῖς κεκαθαρμένοις τὸν νοῦν).(2 - PG 35, 455-457)
III. Em São Lucas, XI, Nosso Senhor repreende os Doutores da Lei por roubarem(3) do povo a chave da sua ciência. Um grande número de Padres e comentadores explicam, de acordo com o sentido mais óbvio desta passagem, que a culpa destes pérfidos Doutores consistiu no facto de terem escondido do povo a tradicional exposição dos livros sagrados, uma exposição por meio de que poderiam ter reconhecido o Messias na adorável pessoa de Jesus Cristo. Pois, como diremos agora, desde o momento em que o Evangelho foi pregado, a interpretação misteriosa e profética das Escrituras, que tinha como único objeto a obra da Redenção, em vez de permanecer como sob a antiga Lei, concentrada em um pequeno círculo de iniciados, tinha que ser dado a conhecer a todas as idades e todas as condições. O Profeta Joel previu isso expressamente (II, 28): 'Depois disso, acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões.' Profetizar, além do sentido próprio que São Pedro lhe deixa (At II,17), significa aqui, ter a inteligência das profecias e ser instruído nos formidáveis ​​mistérios da Fé. Ou melhor, citemos um grande intérprete das Escrituras, Estius: “Tempus novae legis”, diz ele neste versículo, “magis fut Propheticum, quoad Revelationem mysteriorum fidei; generaliter, quoad inlclligentiam omnium Scriplurarum, et procedentium Prophetiarum”. Ora, estes mistérios, como já vimos o suficiente no nosso primeiro volume, eram precisamente o domínio que a Cabala reservou para si.
IV. Finalmente, críticos habilidosos concordam com a opinião de Fagius; a saber, que São Paulo estava aludindo à Cabala, a boa tradição mística, quando disse (1Tm I,15): 'Eis uma verdade absolutamente certa (ἀποδοχῆς - apodoches) e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este mundo', etc.
Já mostramos que o termo 'certa' (ἀποδοχή), repetido na mesma Epístola (IV,9), corresponde exatamente à Cabalá (קבלה) hebraica. 'Por esse motivo', diz Chr. Woltius, na sua dissertação 'De Cabbala Judaeorum', 'a intenção do Apóstolo teria sido rejeitar a cabala corrupta e parcialmente falsa (porque já então os judeus tinham começado a alterá-la) que São Paulo condena mais fortemente noutros lugares, e trazer os Israelitas de volta à boa e verdadeira Cabala. Et revocari sic polerant Judœi a ralionibus Cabbalœ depravatis ad genuinas et veriores.'(1-XXIV) Acrescentaremos a paráfrase de Hammond: 'Hœc dèmum est longe maximi momenti veritas, et digna quae sola habeatur Cabbala, seu traditio, apud Christianos, nimirum Christum Servatorem ad homines venisse'. Em nota, o estudioso inglês se esforça para mostrar a identidade perfeita entre ἀποδοχή e Cabala.(2)
§ IV.
Aqui apontaremos o caráter que distingue essencialmente a Lei antiga da nova Lei. O primeiro tinha um ensino secreto que estava escondido do povo comum, mas que deveria ser pregado abertamente na vinda do Messias. Veja também o Tomo I, páginas 195, 199. Já mostramos qual era o objetivo deste ensino. Sob o regime do segundo, o último dos fiéis é iniciado nas mais sublimes verdades da religião; e, a este respeito, uma criança que conhece o seu catecismo não tem nada a invejar dos teólogos mais profundos. O Evangelho e os Doutores da Igreja formulam claramente o dogma cristão; mas os Cabalistas, ao repetirem a tradição de certos pontos do mesmo dogma, envolveram-no calculadamente numa linguagem obscura, usando expressões desconhecidas do vulgo, e mesmo dos Doutores comuns; só os adeptos tinham a chave para esses enigmas.
Moisés tinha o rosto velado, para proteger a visão fraca dos judeus (Ex XXXIX,35), mas Jesus Cristo mostrou-se com o rosto descoberto.(1-XXV)
§ V.
I. Quem, em nossa opinião, melhor caracteriza a espécie de Cabala de que falamos é Walton, em seus Prolegômenos, página 53, col.1: 'Primae Cabbalœ species est eorum qui ante Christum vixerunt.Continet vero mysticam et secretam Scripturœ expositionem , non scriptam sed ore traditam, idque non omnibus sed senioribus et sapientioribus. Nec multum differre volunt a myslica Scripturœ expositione quœ a christianis quibusdarn usurpatur.'
Colocaremos a seguir a definição dada por dois autores Católicos.
Sisto de Siena, estudioso judeu de quem já falamos: 'Est autem Kabala secretior divinœ legis expositio , ex ore Dei a Moyse recepta , et ex ore Moysis a Patribus, per continuas successiones, non quidem scripto, sed viva voce suscepta; quae similitudinem habet ejus expositions quam nos anagogicam nominamus, caeterisideirco sublimiorem quia sursum nos ducat a terrenis ad coeiestia, a sensibilibus ad intelligibilia, a temporalibus ad œterna, acorporeisad spirilualia, ab humanis ad Divina.' Bibl. S. L. II, art. Esdras."
Bonfrerius: "Est Cabala non admodum dissimilis Ecclesiae traditionibus: nam uti Divina Traditio in Ecclesia estquarumdam rerum ad fide m pertinentium per manus tradita reeeptaque notitia, ita Cabala apud Hebraos in génère défi ni ri polest, arcanorum et reconditorumr S. Scripturaî mysteriorum per ma nu s tradita reccptaque notitia." - "In totam Script. S.praeloquia". C. XXI, sect. I, T. I, do cours d'Ecrit. S. de M. Migne.
II. Esta tradição do povo de Deus, que antes do Cristianismo era o único depositário da verdadeira Fé, era inteiramente cristã, e deveria sê-lo. O que citamos no decorrer deste trabalho prova isso, e todos aqueles que fizeram um estudo especial sobre isso o confirmam.
Infelizmente, a velha e boa Cabala foi em grande parte perdida. Os rabinos não discordam. Maimônides, em seu More-Nebuhhim, parte I, cap. LXXI e introdução à parte III, atribui a esta perda, para sempre lamentável, três causas que para ela contribuíram: 1° os mistérios da Lei - סתרי תורה - só foram transmitidos com a maior discrição de alguns homens da elite para alguns homens da elite מיחידי סגולות ליחידי סגולות (1-XXVI); 2° não era permitido colocá-los por escrito; 3° as cruéis perseguições que os judeus sofreram entre as nações estrangeiras. Estas causas combinadas acabaram por levar ao esquecimento desta ciência - אבדו באורך הזמן.
Isto é o que diz o nosso rabino. Acrescentaremos outra consideração. Nos últimos dias da existência de Jerusalém, o culto dos judeus rapidamente se voltou para o farisaísmo, que invadiu quase todo o terreno da Sinagoga. Os presunçosos fariseus sufocaram, irritum fecere, a pura Lei de Deus sob suas sutilezas e sutilezas vãs, das quais resultou aquela multidão de observâncias minuciosas, baptisma urceorum et alia similia his mu lia, que encontramos nas práticas supersticiosas da corrente sinagoga. O coração secou e tornou-se estranho ao culto que logo consistiu apenas na realização de atos externos e materiais. Cor autem eorum longe est a me. Neste estado de coisas toda a atenção dos Doutores estava voltada para a teologia talmúdica que existia no estado de ensino oral. Não só a teologia especulativa e mística foi negligenciada, mas devido à sua tendência cristã, que logo foi notada, caiu em descrédito quando os fariseus começaram a opor-se à Doutrina pregada por Nosso Senhor e pelos Apóstolos. Mas já então a Cabala sofreu o destino da outra tradição. Tornou-se o que o Talmud chama de vinagre feito do vinho - ח‎ו‎מ‎ץ‎ ב‎ן‎ ץ‎י‎י‎, Parcialmente desnaturado no fundo, ainda recebia a liga impura dos devaneios fantásticos, das vãs sutilezas dos rabinos e de suas histórias sobre minha mãe gansa. Após a dispersão dos judeus, quando os rabinos se encontraram em contacto com os filósofos de outras nações, recuperaram o gosto pelas especulações metafísicas e naturalmente regressaram à sua Cabala. Ao ressuscitar esta ciência, que tiveram que recriar em grande parte, introduziram nela, desordenadamente, sem sequer compreendê-la completamente, fragmentos de filosofias gregas e orientais, sistemas opostos entre si e sobretudo incompatíveis com a revelação mosaica. Tal é a Cabala moderna, na qual os rabinos admitiram desajeitadamente, e bastante contra a sua intenção, fórmulas equívocas que emprestam tanto ao materialismo grego e ao panteísmo indiano (1-XXVII) como à unidade de um Deus pessoal, separado do universo pela sua essência. Certamente os Cabalistas não pretendiam renunciar à teodicéia mosaica: defenderam-na com ardor, e mais de uma vez, em tempos de perseguição, selaram esta crença com o seu sangue.(2)
III. Depois de ter explicado o desaparecimento da velha Cabala e a origem da nova, acrescentemos aqui uma reflexão. Que tal frase do Zohar, do livro Bahir, etc., e dos seus numerosos comentários, especialmente os de Isaac Luria, conduza, como dissemos, ao panteísmo ou a qualquer outro sistema que se desvie da Revelação Divina, isto é incontestável, porque o os autores desses livros não pesaram as expressões que tomaram emprestadas de livros pagãos; mas é preciso estar em sinal de má fé ao atribuir a intenção a homens fanáticos que dia e noite se entregavam às práticas mais minuciosas e embaraçosas do farisaísmo, na persuasão de que estavam assim se tornando agradáveis ​​à Divindade. Queremos remontar estas frases, com o significado ímpio que lhes atribuímos, à antiga Cabala? Então teríamos que concluir que o povo de Deus não acreditava em Deus: o que é o cúmulo do absurdo. E, no entanto, esta tese, por mais absurda que seja, foi seriamente apoiada! Será que o M. Salvador, caluniando o próprio texto do Deuteronômio, ousou sugerir que quando Moisés nos ordena a acreditar que Jeová é um - יהוה אחד‎, deve ser entendido que Jeová é composto de todo o universo (1-XXVIII)? E os maiores mistérios do Cristianismo, a Santíssima Trindade e o Verbo feito carne, não presumimos reduzi-los a uma proposição panteísta? É assim que num livro recente recompensamos os Cabalistas com o engano de esconder sob os termos sacramentais da lei mosaica os princípios mais revoltantes do ateísmo. Spinoza chama como garantia de seu sistema não apenas a Cabala dos Hebreus (2), mas também o grande Apóstolo dos Gentios, "a Omnia", diz ele, "in Deo esse et in Deo moveri cum Paulo afirmado, et auderem etiam dicere cum antiquis omnibus Hebraeis, quantum ex quibusdam tradicionalibus, tametsi multis modis adulteratis, conjicere licet." Epist. 21. J. Tolland não temeu transformar toda a Sagrada Escritura num código de espinosismo. Henri Morus, em sua "Fundamenta philosophiae seu Cabbala aëto-pœdo-melissaeae", reduziu toda a Cabala a dezesseis proposições panteístas. Isto preparou o caminho para o famoso livro Spinosism in Judaism ("der Spinosismus im Judenthum") com o qual Wachter respondeu às provocações de Jean-Pierre Speeth, uma espécie de louco que, criado na religião católica em Viena, sua terra natal , passou já maduro para o luteranismo em Stuttgart, e após retornar ao catolicismo na cidade de Frankfurt am Main, recebeu a circuncisão em Amsterdã com o nome de Moisés, o Alemão - משה אשכני‎. Um judeu alemão de forte incredulidade, Peter Béer, aproveitou estes dados com grande talento. O Sr. Franck quase não teve nenhuma dificuldade além de copiar o último. Se na sua Cabala (1-XXIX) ele não se mantém acima do seu modelo, como escritor e como filósofo capaz de provar o branco e o preto, ele revela quase em todas as páginas a sua incompetência na linguagem e na ciência cabalística que requerem estudos especiais aos quais nunca teve tempo de se dedicar. Além disso, diversas passagens que ele cita estão truncadas ou desviadas de seu verdadeiro significado. Não deixaremos, por favor, de justificar, no nosso trabalho sobre a Cabala, todas estas afirmações com exemplos retirados do seu livro.
Parece que a saudável Cabala, cuja perda Maimônides deplora, foi muito considerável e poderia muito bem ter fornecido o material para os setenta volumes de Esdras, uma vez que os fragmentos que nos foram preservados ainda são bastante numerosos e fornecem provas abundantes a favor de todos os principais artigos da Fé Católica, para que possamos combater vantajosamente os judeus com os seus próprios livros, como tão bem diz Pico de la Mirandola, cujo testemunho citamos no prefácio, página XII.
Carpzovius, falando das vicissitudes da Cabala, diz: "Posterior transiit in nugas kabbalisticas, quibus salutarem illam doctrinam de mysteriis, quae sub tôt legalium ceremoniarum involucris latebant, obnubilarunt (rabbini) , sed ita tamen, ut in istis veteris ὀρθοδοξίας; (a boa doutrina) reliquiae subinde se prodant, atque adeo neganrium non sit, multa e kabbalistarum monumentis ad asserendam christianam veritatem depromiposse." - Introd. intheol. jud., c. vi, § 9."
- David Paul Drach, "De L'Harmonie entre L'Église et la Synagogue, Tome Second", Paris, Paul Mellier, Libraire-Editeur, 1844, páginas XV-XXIX.
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bunkerblogwebradio · 9 months
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O monstro de duas cabeças
É cada vez mais visível que o outrora denominado “mundo livre” está sofrendo uma investida inédita e muito poderosa, uma enorme arremetida contra o que a dita humanidade possui de mais humano, desencadeada por agressores movidos por uma insaciável vontade de poder. Trata-se de um ataque impiedoso a todas as reservas de liberdades pessoais e de valores morais consagrados pela tradição. O maior algoz da civilização ocidental, atualmente, com sua agenda destruidora radical, mas sempre apresentada sub-repticiamente como socialmente justa e politicamente correta, como promotora de igualdade e defensora do planeta, é um monstro de duas cabeças: a primeira é a do comunismo, e a outra é a do globalismo.
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O ogro possui uma necessidade patológica de submeter os semelhantes ao seu totalitarismo, com a supressão dos direitos de escolha dos cidadãos e a imposição de seus conceitos peculiares de felicidade e de bem-estar, debuxados e definidos sempre por meia dúzia de políticos, intelectuais e bilionários iluminados. É bastante disciplinado e organizado e vem trabalhando há décadas em busca de seus objetivos, valendo-se de todos os meios imagináveis, mediante um processo de paulatina ocupação e cooptação de todos os espaços, na política, na justiça, nas legislações, nas universidades, nas artes, nos esportes e em todas as manifestações culturais.
O que assusta é que, se antes agia em silêncio, disfarçado e sem alarde, há alguns anos passou a fazê-lo escancarando as suas duas carrancas e acelerando cada vez mais o ritmo de seus assaltos, até o frenético estado atual. Porém, antes, como agora, sempre fazendo uso indiscriminado da mentira e das falsas narrativas, que são o oxigênio essencial para a sua sobrevivência. Seu comportamento despótico tem sido tão ostensivo que não é exagero dizer que os cidadãos do Ocidente estão diante de um dilema terrível: ou permanecem comodamente na defensiva, o que acarretará em pouco tempo a supressão de praticamente todas as suas liberdades — e da sua própria dignidade —, ou enchem-se de coragem e, pensando na liberdade de seus descendentes, enfrentam corajosamente o problema.
Exemplos indiscutíveis de que o socialismo-globalista abandonou a tradicional cautela e passou a revelar abertamente as suas intenções são algumas declarações do presidente brasileiro, na abertura da reunião do Foro de São Paulo, em Brasília, na semana passada.
Entre afagos a ditadores do naipe de Fidel, Maduro e Ortega, o chefe do nosso Executivo declarou: “Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”; “Ele [o discurso] nos acusa de socialistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso; nós não ficamos ofendidos; isso não nos ofende, isso nos orgulha”; e “Por que, em 1985, nós criamos o Foro de São Paulo? É que em 1985 eu tinha consciência de que jamais a gente poderia chegar ao poder pela via do voto, pela via democrática”. Dias antes, em Paris, na mesma frase, declarou-se um defensor da soberania nacional, mas fez questão de ressaltar que a Amazônia pertence a toda a humanidade. Bem, se dá para colher algo de positivo nessas afirmações, é a sua sinceridade, por revelar finalmente suas intenções reais, sem disfarces.
Globalismo e socialismo têm muitas áreas de interseção, como não poderia deixar de ser, uma vez que ambos são casos explícitos do radicalismo característico dos experimentos de engenharia social. O globalismo é uma ideologia mais antiga do que normalmente se acredita. Alguns de seus traços são semelhantes aos do comunismo, como a tentativa de desmantelamento dos valores morais e da tradição — vale dizer, a supressão do princípio da dignidade da pessoa humana —, o que pressupõe ou a eliminação da religião ou a sua relativização e consequente desvirtuamento; o seu caráter internacionalista; e o controle das atividades econômicas e sociais, direta ou indiretamente, pelo Estado ou por grupos extraoficialmente dominados por ele.
No trecho comum dos credos dessas duas seitas, os inimigos da humanidade recitam contritamente “glória ao coletivismo e abaixo o individualismo”, e o motivo para isso é facilmente dedutível, porque a nossa civilização foi construída sobre o fundamento da família, um ente formado por indivíduos distintos, interdependentes e livres, ou seja, não subordinados ou dependentes de um modelo de Estado que os submeta, à força, aos moldes exigidos pela ideologia dos engenheiros sociais.
É exatamente pelo fato de que a estrutura familiar não depende de nenhuma visão de Estado e de mundo que é preciso destruí-la, uma vez que impede a construção de uma sociedade baseada no coletivismo e submetida a seus devaneios opressores. Comunistas e globalistas não aceitam — ou veem como um problema — a realidade histórica de que, cronologicamente, a instituição da família é anterior à formação do Estado e que este, por sua vez, nasceu da necessidade de existência de normas de conduta. Assim, precisam forçar a inversão dessa ordem natural das coisas, e para isso é necessário, primeiro, que ditem comandos e ordens, que chamam eufemisticamente de leis, que sirvam de suporte para o tipo de Estado totalitário que têm em mente, para então consumarem a submissão plena de indivíduos, famílias e populações inteiras ao “Grande Irmão”.
Os candidatos a tiranos esclarecidos sabem perfeitamente que, se fracassarem nessa inversão de causalidades, todo o plano de construir uma nova civilização irá por água abaixo, mas insistem em seu intento porque ignoram ou se recusam a aceitar que os fatos históricos, embora possam temporariamente ser desvirtuados e invertidos, cedo ou tarde — mesmo ao custo do sacrifício de gerações — acabam prevalecendo. Seus experimentos nascem condenados ao fracasso, mas o problema é que, enquanto o fracasso não acontece, impõem frustrações e sofrimentos a milhões de pessoas usadas como cobaias.
Comunismo e globalismo são ideologias internacionalistas; logo, são antissoberanistas. É certo que o conhecidíssimo mote expresso em 1848 por Marx e Engels no nefando Manifesto, “proletários de todos os países, uni-vos”, de fundo claramente internacionalista, perdeu de certa forma o seu sentido, mas seu espírito está claramente presente no vocabulário dos globalistas de Davos, da ONU, das ONGs, da União Europeia, da Otan, da OEA, dos liberals norte-americanos, dos partidos de esquerda espalhados pelo mundo, das big techs e dos banqueiros, em uma interminável lista de expressões — repercutidas exaustivamente como ladainhas pela mídia, universitários, artistas e pretensos intelectuais cooptados por décadas de doutrinação —, tais como “governo mundial”, “diversidade cultural”, “mudanças climáticas”, “nova ordem mundial”, “energia limpa”, “dívida histórica”, “branquitude”, “família tradicional”, “meu corpo minhas regras”, “heteronormatividade” e muitas outras.
Tanto o comunismo como o globalismo precisam impor uma estrutura social compatível com sua ideologia e filosofia política e tentam fazê-lo sem qualquer cerimônia, simplesmente afirmando que esse arranjo será melhor para todos e pagando bilhões de dólares para que intelectuais serviçais, pesquisadores impostores e jornalistas vigaristas façam o trabalho sujo de, como água mole em pedra dura, mentira após mentira, subliminarmente, terminar contaminando todo e qualquer cérebro avesso ao hábito salutar de pensar por conta própria. Infelizmente, como foi escrito há milênios em Eclesiastes I, 15, stultorum infinitus est numerus, ou seja, “o número de tolos é infinito”, uma velha e simples constatação, a mesma que levou Nelson Rodrigues a escrever que “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade, eles são muitos”.
Como disse sem qualquer laivo de pudor o presidente do Fórum Econômico Mundial — um lunático extremamente perigoso e poderoso —, Klaus Schwab: “Vocês não serão donos de nada, mas serão felizes”. É essa arrogância inacreditável que escondem a “Agenda 2030”, o “Grande Reinício”, a “Open Society“, a “Nova Ordem Mundial” e outros projetos de desumanização da sociedade. Essas ideias de jerico representam um perigo sem precedentes para a nossa civilização, porque seus defensores são verdadeiros psicopatas, loucos, pretensiosos, arrogantes, tiranos, frios, dissimulados e — e como isso importa! — com o agravante de serem financeiramente poderosíssimos.
É muito preocupante, para quem defende verdadeiramente a liberdade e os valores morais tradicionais, que Schwab tenha feito uma visita recente ao Brasil, tendo em vista essa amigação do comunismo com o globalismo e sabendo que o governo brasileiro atual, seja por ideologia, seja por interesses, endossa o caminho da servidão, com a escravização do indivíduo pelo Estado. O que esse sujeito veio fazer aqui? Já não nos bastam nossos déspotas domésticos?
Por isso, quem tem ouvidos para ouvir e um mínimo de inteligência e independência intelectual para saber interpretar as coisas entende perfeitamente muitas das declarações aparentemente estapafúrdias do presidente do nosso país, assim como inúmeras coisas do arco-da-velha que vêm se tornando comuns em nossa política.
A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo.
Do ponto de vista estritamente econômico e para simplificar, o sucesso do amancebamento entre comunistas e globalistas significa tão somente que a presença do Estado vai continuar a aumentar em todo o mundo, mas não do modo gradual como aconteceu a partir dos anos 1930, e sim mais aceleradamente. Na Holanda, por exemplo, o governo já está ameaçando confiscar propriedades rurais e até sacrificar gado, em nome de supostas “mudanças climáticas”, algo absolutamente inconcebível há poucos anos; por sua vez, em nome da “diversidade”, em todo o mundo minorias vêm sendo favorecidas em concursos e em ofertas de emprego, sem critérios de mérito e em detrimento de maiorias; na França, Macron, um exemplo típico de esquerdista e globalista, está querendo se aproveitar do caos que as políticas que sempre defendeu instalaram no país para aumentar o poder do Estado sobre os indivíduos. E o mais incrível é que não é difícil encontrar pessoas que apoiam esses tipos de violência.
Trazendo essas preocupações para o Brasil, trago uma questão: para que tem servido o Estado em nosso país, a não ser para explorar os cidadãos? Em regimes efetivamente democráticos, ser de esquerda ou de direita é um direito de qualquer cidadão. Muitos liberais aceitam que se pode justificar a presença do Estado, sempre visando ao bem comum e de preferência indiretamente, em cinco áreas: justiça, segurança (interna e externa), educação, saúde e infraestrutura. E como andam a justiça, a segurança, a educação, a saúde e a infraestrutura “neste país”? Quem cuida desses cinco setores não é o Estado? Você acredita mesmo que a ONU, a OMS, a Unesco ou algum governo mundial vão cuidar deles direitinho? E que o caminho secular de fracassos do comunismo, “desta vez”, poderá ser bem-sucedido em gerar progresso?
A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo. Deformou-se, está grande demais para resolver os pequenos problemas e pequeno demais para resolver os grandes problemas, como afirmou, ainda nos anos 1960, o sociólogo norte-americano Daniel Bell. Mas o monstro de duas cabeças — insensível e insaciável — quer aumentá-lo.
Ubiratan Jorge Iorio 
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apcomplexhq · 10 months
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✦ Nome do personagem: Jeon 'Angeline' Bomi Valentine. ✦ Faceclaim e função: Seulgi - RED VELVET. ✦ Data de nascimento: 06/06/1996. ✦ Idade: 27 anos. ✦ Gênero e pronomes: Feminino, ela/dela. ✦ Nacionalidade e etnia: Americana, sul-coreano. ✦ Qualidades: Carismática, empática, criativa. ✦ Defeitos: Impulsiva, impaciente, estressada. ✦ Moradia: Mount Olympus. ✦ Ocupação: Idol da SM Entertainment e co-dona do Karaokê. ✦ Twitter: @MO96GV ✦ Preferência de plot: ANGST, CRACK, FLUFFY, HOSTILITY, ROMANCE, SMUT. ✦ Char como condômino: Ginger (ou Angeline) é sociável e extrovertida, sempre disposta a conversar e interagir com os vizinhos. Apesar dos burburinhos sobre sua família e fama - Sendo bons ou ruins. -, ela mantém uma postura amigável e descontraída, contribuindo para criar um ambiente acolhedor e animado dentro do complexo, e também sendo vista como uma pessoa talentosa e um tanto mística.
TW’s na bio: alcoolismo, rumores falsos, ansiedade, depressão, transtorno alimentar.
Biografia:
Em Nova Orleans, Luisiana, no dia 6 de junho de 1996, nascia Angeline Valentine Jeon, mais conhecida pelo stage name, Ginger. Filha de Hongsuk "William" Jeon, um imigrante coreano que faz parte de uma família conhecida por seus restaurantes que, ao longo do tempo, se transformaram em lanchonetes com karaokê. Sua mãe, Kimberly Valentine, também tem origem coreana e pertence a uma família famosa pela sua empresa de cosméticos e perfumes. Desde cedo, Ginger foi criada em um ambiente onde os costumes coreanos dos Jeon se misturavam com o misterioso histórico da família Valentine. A família Jeon, estabelecida em Nova Orleans há décadas, construiu uma bem-sucedida rede de restaurantes que, com o tempo, evoluiu para lanchonetes com karaokê. Essa rede se expandiu até a Coreia do Sul, onde os familiares de Ginger são donos de karaokês em Gangnam, incluindo o local no bloco Asphodel Meadows. Como parte da família e co-dona do karaokê, Ginger também tem participação nos ganhos. Enquanto a família de Valentine cresceu desde os anos 70 pela indústria de cosméticos da cidade de Luisiana e se expandindo pra outros estados.
No entanto, a vida de Angeline, ou, Ginger não foi tão fácil assim, apesar de seus diversos privlégios. Desde a infância, ela e suas irmãs, April Valentine Jeon e Paris Valentine Jeon, enfrentaram bullying na escola devido aos rumores sobre bruxaria e voodoo relacionados à família Valentine, e também por serem descendentes de asiáticos. Essas experiências deixaram marcas em Ginger, levando-a a enfrentar problemas de saúde mental, incluindo depressão, anorexia, que conseguiu curar-se de certa forma. E ansiedade generalizada, TDA, sonambulismo e paralisias do sono. Problemas que residem em sua vida até os dias de hoje.
Aos 16 anos, Angeline decidiu se mudar para Seul, capital da Coreia do Sul, para seguir uma carreira no K-pop. Com seu talento vocal e o apoio dos familiares. Na empresa de entretenimento SM, ela começou a treinar arduamente. Aos 20 anos, em 2016, Angeline finalmente realizou seu sonho e estreou como cantora em um grupo, hoje internacionalmente conhecido. Seu nome artístico, Ginger, foi uma coincidência curiosa, já que era chamada de Ginger pelos apelidos carinhosos dados pela família. A carreira de idol trouxe a Ginger fama e reconhecimento mundial, mas também trouxe desafios e pressões intensas. Ela vive com a constante pressão da mídia coreana e americana, temendo que polêmicas absurdas, como os rumores sobre bruxaria, ou sobre alcoolismo, possam prejudicar sua carreira. No entanto, a maioria dos sul-coreanos a enxergam como uma das maiores vocalistas atualmente, admirando seu talento.
Ginger é uma personalidade extrovertida, amante de festas, passeios noturnos e pré-drinks. Ela encontrou na música um escape para suas dificuldades e se tornou uma ótima cantora, além de possuir habilidades de dança e atuação. Seu talento artístico também se reflete em sua criatividade e imaginação. Além disso, ela nutre um amor especial por cachorros e animais marinhos, e se não fosse uma idol, teria seguido a carreira de bióloga marinha. Hoje, Ginger mora em uma mansão em Mount Olympus, no bloco de mansões residenciais do complexo chamado Acropolis, localizado em Gangnam, Seul. Ela desfruta dos benefícios de ser uma idol de sucesso, mas também enfrenta o ônus de lidar com a mídia e a constante busca pela perfeição. Sua personalidade perfeccionista muitas vezes a impede de descansar até que tudo esteja perfeito.
Como condômina do complexo, Ginger é conhecida por sua sociabilidade e extroversão. Ela gosta de estar envolvida na comunidade, participando ativamente de eventos e festividades dentro do local. Sua presença é animada e vibrante, trazendo uma energia contagiante para o ambiente. No entanto, seu estilo de vida e a fama de sua família ainda geram burburinhos e rumores entre os moradores do complexo, alimentando as histórias sobre bruxaria e voodoo. É uma pessoa barulhenta, solícita, organizada e participativa. Ela está sempre disposta a ajudar os outros, seja com conselhos amorosos ou ouvindo os problemas de seus colegas. Sua participação ativa nas atividades do complexo e sua organização refletem seu compromisso em ser uma boa condômina e em manter um ambiente harmonioso para todos.
No entanto, Ginger também enfrenta seus próprios desafios. Sua ansiedade generalizada e outros problemas de saúde mental podem afetar sua estabilidade emocional. Ela busca equilibrar sua vida pública com a necessidade de cuidar de si mesma, enfrentando suas fraquezas e buscando ajuda profissional quando necessário. Apesar das adversidades, Ginger permanece amorosa, direta e sincera, espalhando sua paixão pela música e seu amor pelos animais, vivendo na mansão com seu único cachorro, Ralph.
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demoura · 10 months
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DIA 15 DE JUNHO DE 2023 : ALMOÇO COM OS SOBRINHOS REGRESSADOS DE PARIS NA « SALA DE CORTE » 34a STEAKHOUSE A NÍVEL MUNDIAL E PORTUGUESAZ . MAIS UMA ACHA NOS EFEITOS COLATERAIS DO GANHO DE PESO EXPLOSIVO : foi um encontro com os meus sobrinhos regressados de Paris e da Disneylândia onde viajaram com as filhas .No ranking do World's Best Steak Restaurants, que todos os anos elege as melhores 101 steakhouses a nível mundial, só há uma presença portuguesa. Depois de em 2022 ter conquistado a 50ª posição, a Sala de Corte, especializada em carne maturada, volta a entrar para a lista, tendo alcançado este ano o 34º lugar no ranking internacional. O primeiro lugar pertence à Parrilla Don Julio, o em Buenos Aires, na Argentina o segundo ao Hakswmoor de Londres . mas é grotesco que o Morton’s de Chicago não esteja lá ( eu estive…) “No menu, é possível encontrar diferentes cortes, oriundos principalmente da Península Ibérica, que são tratados na câmara de maturação do restaurante e depois cozinhados em carvão num forno Josper. A valorização das raças autóctones portuguesas é constante Fomos a este restaurante por recomendação do Luís que o considera a melhor aproximação portuguesa do Hakswmoor de Londres . No nosso dia a recomendação era a Cachena da Serra da Peneda que experimentamos num steak de 960 gramas maturado 55 dias partilhado e com todos os acompanhamentos. O vinho recomendado foi um Vallado 2012 um soberbo tinto touriga nacional . Excelentes sobremesas e serviço competente . Preço €€€€ . ..Altamente recomendado .
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blog-fitness4all · 1 year
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Fórmula 1
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A história da Fórmula 1 começa no final do século XIX e, ao longo dos anos, gerou inúmeros campeonatos com corridas e pilotos incríveis. A Fórmula 1 é uma corrida de carros mundialmente famosa que começou no século XIX até o século XIX os principais campeonatos automobilísticos que aconteciam na Europa. E grandes nomes dos pilotos fazem parte da história da Fórmula 1. Nomes como Ayrton Senna, Michael Schumacher, Alain Prost, Jackie Stewart, Jack Brabham, Rubens Barrichello, Nelson Piquet, Juan Manuel Fangio, Niki Lauda, ​​​​​​​ Lewis Hamilton. E tantos outros pilotos renomeados que se tornaram campeões ao longo dos anos. O Campeonato de Fórmula 1 foi criado pela FIA​​(Federação Internacional de Automobilismo), originalmente as competições eram em 6 GPs (Grand Prix) subdividido. Realizada na Europa. As corridas foram disputadas na Inglaterra, Mónaco, Suíça, Bélgica, França e Itália, e posteriormente as 500 Milhas de Indianápolis (Indiana-EUA) foram adicionadas. Assim, a Fórmula 1 torna-se uma competição global. História da Fórmula 1 A história da Fórmula 1 começou no final do século XIX, quando o automobilismo foi realizado na Europa. Porém, como ainda não existiam os autódromos, os testes aconteciam nas estradas. Segundo alguns historiadores, a primeira corrida teria acontecido na estrada entre Paris e Bordeaux, na França, em 1895. E aquela corrida teria uma distância de 1200 quilómetros e duraria 48 horas. Mas o nome Grand Prix (GP) não foi usado até 1901 numa corrida realizada na cidade de Le Mans onde o Grand Prix de France aconteceu. Embora Le Mans seja considerada uma das pistas de corrida mais importantes do mundo, Le Mans não é atualmente a sede da Fórmula 1. Vários GPs foram disputados na Europa entre 1901 e 1949 na França, Itália, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Mónaco e Espanha. Desde a sua criação, os GPs só foram interrompidos durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Depois, durante as guerras, os pilotos disputavam corridas no Autódromo de Indianápolis, nos Estados Unidos. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu criar um campeonato em que o Grandes Prémios da Europa foram coletados. Daí este campeonato ser chamado Fórmula 1. https://www.youtube.com/watch?v=GgxWImjRZgE A primeira corrida de Fórmula 1
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A primeira corrida de Fórmula 1 aconteceu em 10 de abril de 1950, Maserati venceu o Grande Prémio de Pau na França. No entanto, esta corrida não foi considerada parte da Fórmula 1. Portanto, a primeira corrida oficial do Campeonato Mundial de Fórmula 1 aconteceu em 13 de maio de 1950, num sábado no circuito de Silverstone, na Inglaterra. O piloto vencedor foi o italiano Nino Farina pilotando um Alfa Romeo. A corrida teve um público de 100.000 pessoas além da presença do Rei George VI, Rainha Elizabeth e Princesa Margareth. Naquela Desta vez, os principais pilotos foram representados pelas grandes montadoras Alfa Romeo, Ferrari, Mercedes e Maserati. Porém, nos dois primeiros anos o grande campeão foi a Alfa Romeo com os seus carros Alfettas. Em 1954 a Mercedes-Benz entrou em competições e graças ao seu carro, Juan Manuel Fangio, conquistou 2 títulos e foi ordenada como Três piloto campeão mundial. A partir da década de 1960, a Fórmula 1 começou a mudar, com inovações tecnológicas os carros experimentaram mudanças em sua aerodinâmica. E em 1967, o número de telespectadores do desporto na televisão teve um aumento significativo, chamando a atenção de grandes marcas para o mercado de patrocínios. Por isso foi uma década muito importante para o automobilismo. Pistas e Pilotos de Fórmula 1 Entre os pilotos que mais se destacaram no início da história da Fórmula 1, pertence ao italiano Nino Farina , Juan Manuel Fangio e Alberto Ascari. Nino Farina foi o primeiro campeão da Fórmula 1 em 1950, Alberto Ascari venceu o campeonato em 1952 e 1953 pilotando um carro da Ferrari. O argentino Juan Manuel Fangio conquistou o título em 1951, 1954, 1955, 1956 e 1957.O campeão foi Fangio que pilotou pelas quatro equipes Alfa Romeo, Maserati, Ferrari e Mercedes. Inicialmente o campeonato de Fórmula 1 era disputado apenas na Europa e Indianápolis nos Estados Unidos. Em 1954 a Argentina passou a fazer parte da Fórmula 1 graças ao grande sucesso do piloto argentino Fangio. Em 1958 o circuito marroquino foi incluído no campeonato, tornando-se o primeiro país africano a sediar uma corrida de Fórmula 1. No final dos anos 1950, com a Fórmula 1 tendo 11 circuitos por temporada, o australiano Jack Brabham começava a se destacar. E foi campeão em 1959 e 1960, pilotando um carro Cooper desenhado pelo neozelandês Bruce McLaren, considerado inovador na época. Alguns anos depois, Brabham e McLaren formaram as suas próprias equipes, assumindo os seus próprios sobrenomes. Na mesma época, os ingleses Stirling Moss e Mike Hawthorn também se destacaram, com Moss terminando em segundo quatro vezes e Hawthorn sendo campeão em Ferraris 1958. O futuro da Fórmula 1 Motores híbridos mais silenciosos, porém, não agradaram aos fãs do ronco característico das corridas de Fórmula 1. Nos próximos anos, as equipas enfrentarão o desafio de manter o motor híbrido, mas sem eliminar o barulho que faz as delícias dos torcedores. Além disso, a partir de 2030, os motores de combustão interna serão proibidos na Europa, portanto devem ser parte de novas pesquisas Investir em motores sem combustão. Por isso, a partir de 2022, a Fórmula 1 terá que passar por mudanças tanto na aerodinâmica quanto nos motores para torná-los mais eficientes e menos poluentes. No entanto, há a previsão de que o efeito solo volte, mas numa versão mais segura que a dos anos 1970. No entanto, outro desafio da Fórmula 1 é tornar a categoria mais acessível às equipes. O investimento é menor para que também tenham hipótese de disputar os GPs. Finalmente, 2021 seria um ano de muitas mudanças para a Fórmula 1, porém devido à pandemia do coronavírus, Covid-19, eles foram adiados para 2022. Read the full article
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aloneinstitute · 2 years
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Paris
"Mãe, posso dormir na casa da vó hoje?
escutei dentro do ônibus hoje de manhã
quando consegui me virar pra ver a criança que me fez voltar ao passado apenas com uma frase
ela já não estava mais ao meu alcance
viajei longe
quando foi que o tempo passou e nos fez adultos cheio de prioridades chatas?
lutamos todos os dias por alguma coisa que não sabemos se é o que realmente queremos
quando na verdade
casa de vó é o que todo mundo precisaria para ser feliz
casa de vó é onde os ponteiros do relógio tiram férias junto com a gente e passam os minutos sem pressa de chegada
casa de vó é onde uma simples macarronada e um pão caseiro ganham sabores diferentes, deliciosos
casa de vó é onde uma inocente tarde pode durar uma eternidade de brincadeiras e fantasias
casa de vó é onde os armários escondem roupas antigas e ferramentas misteriosas
casa de vó é onde as caixas fechadas se tornam baús de tesouros secretos, prontos para serem desvendados
casa de vó é onde os brinquedos raramente surgem prontos, são inventados na hora
casa de vó, tudo é misteriosamente possível de acontecer
mágico
e sem preocupações
casa de vó é onde a gente encontra os restos da infância dos nossos pais e o início de nossas vidas
casa de vó, só mesmo lá dentro, no endereço do nosso afeto mais profundo, tudo é permitido
esse luxo não me pertence mais - infelizmente - viverá comigo apenas em recordações
mesmo assim, se eu pudesse fazer um pedido agora
qualquer pedido
de todos os pedidos do mundo, eu iria pedir a mesma coisa
posso dormir na casa da vó hoje?"
Saulo Subira
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cinematopeia2 · 4 years
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Paris nous appartient | Paris nos pertence 1960 Jacques Rivette
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blogdojuanesteves · 3 years
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SAUDADES DE HAVANA> Iatã Cannabrava
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O paulistano Iatã Cannabrava viajou por várias partes do mundo em circunstâncias especiais. Mais precisamente, como exilado, como ativista político e também como fotógrafo e produtor cultural de fotografia. Talvez seja o nome mais mencionado quando se fala em festivais ou fóruns que trabalham com imagens. Experiências que datam desde sua infância e adolescência, resultado das peregrinações de seu pai, o jornalista Paulo Cannabrava Filho, perseguido após o golpe militar de 1964 quando integrava a equipe brasileira da Agencia Informativa Latinoamericana de Notícias (Prensa Latina), hoje editor da revista eletrônica Diálogos Sul.
   Saudades de Havana (Ed.Vento Leste/Ipsis, 2021)  faz parte da série Quarentena Books 2, um projeto iniciado em 2020 com oito livros cujo lucro é destinado aos mais fragilizados através do Projeto Rizoma (https://www.projetorizoma.org ). A concepção e idealização é de Lucas Lenci e André Matarazzo, com a participação de Fernando Ullmann, proprietário da Gráfica Ipsis. Curiosamente, e mantendo as normas de proteção para a pandemia, o grupo de produtores e autores nunca se encontraram pessoalmente. Além de Cannabrava, participam os fotógrafos Cris Bierrenbach, Letícia Valverdes, Marcio Scavone, Eustáquio Neves, Ivan Padovani, Betina Samaia e Lucas Lenci.
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Havana foi a sexta cidade fundada pelos espanhóis em 1514 na ilha então chamada de San Cristóbal de la Habana. O nome combina San Cristóbal, seu padroeiro e Habana, de origem obscura, possivelmente derivada de Habaguanex, um chefe nativo Taíno que controlava as Antilhas, conforme mencionado pelo conquistador e primeiro governador da cidade, Diego Velázquez de Cuéllar (1465-1524) em seu relatório ao rei da Espanha. É capital da conhecida ilha de Cuba, pertencente à província de La Ciudad de La Habana.
   Logo após o surgimento das primeiras cidades em Cuba, o lugar serviu de base para outros avanços espanhóis, como a ida para o México, pelo também conquistador Hernán Cortés (1485-1547).  Era um lugar sem as riquezas da época, como ouro e pedras preciosas. Em meados do século XVIII, foi ocupada pelos ingleses, mas já no século XIX começou a florescer e chegou a ser conhecida como a Paris das Antilhas. Durante seu período republicano, de 1902 a 1959, surgiram inúmeros hotéis e cassinos, frequentados pela burguesia americana, como opção à Miami e por nomes famosos do cinema e da literatura como Ernest Hemingway (1899-1961) que lá morou. Com a revolução de Fidel Castro (1926-2016) no poder, após derrubar o militar e ditador Fulgêncio Batista (1901-1973), a ilha viveu um paradoxo: O declínio da economia, condicionado pelo embargo americano, em contrapartida ao seu crescimento cultural.
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É nesta Havana, ainda revolucionária, cursando seu antigo ginásio com 15 anos, que Iatã Cannabrava ganha de presente de seu professor e amigo, uma câmera russa, de plástico, que, conta a lenda, derrete na traseira de um carro. É deste tempo, desta vivência, com os pais exilados, que o fotógrafo cria uma posição mais crítica contra o regime cubano. Que se junta a outros como o genial escritor Guillermo Cabrera Infante (1929-2005), um dos apoiadores na primeira etapa revolucionária, que muda em 1965 quando foi preso pelo regime logo depois de ganhar o Prêmio Biblioteca Breve, concedido pela Editora catalã Seix Barral, por seu livro Três Triste Tigres, um do clássicos da literatura latino-americana. O escritor conseguiu fugir, exilando-se em Londres até o fim da vida, não voltando mais à cidade. Já o fotógrafo, retornou à ilha em 2007, como "uma espécie de guia-professor-coordenador de um grupo heterogêneo de fotógrafos, amadores e profissionais jovens e experientes."
   Para o fotógrafo, seu retorno à Havana foi inusitado e tem um diferencial. Diz ele: " Eu não fui olhar, eu fui mostrar." Sendo assim, sua volta assume nesta publicação uma característica diferenciada ao seu próprio pensamento. Talvez, como ele mesmo às vezes diz, poderia ser uma espécie de curta "reconciliação" com o país. E, em parte, é nesta circunstância que podemos admirar as poéticas imagens de Saudades de Havana. Entretanto, por um jogo de design na capa, que transpassa o título e o sobrenome do autor para a contracapa, podemos também ler, Saudades de Havana Brava. Pensamos então na relatividade da popular expressão espanhola Pero no mucho!
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As travessias da vida social, profissional e política, serviram para que Cannabrava pudesse  de certa forma acertar as contas existenciais através da fotografia. Foi assim com seu ótimo livro Pagode Russo (Ed.Madalena/Ed.Terceiro Nome,2014). O fotógrafo, militante da Juventude Socialista do PDT de Leonel Brizola (1922-2004),  organizou a ida de uma comitiva brasileira para o Festival Mundial da Juventude dos Estudantes,  por dentro da chamada “Cortina de Ferro”, uma Europa ainda dividida entre oriental e ocidental, com o domínio da URSS sobre o bloco do leste. [ leia aqui review sobre este livro https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/101775914461/o-pagode-russo-de-iat%C3%A3-cannabrava ].
    As imagens, feitas em 1985, relatam um desencontro imaginativo do autor. Em outras palavras, a Moscou dos comunistas maléficos que se vendia ao mundo ocidental não era a mesma que ele vislumbrava pela sua câmera. Muito pelo contrário, era “um cenário ingênuo”. Segundo Cannabrava, “não fazia nenhum sentido diante daquela ideia preestabelecida”. Em Saudades de Havana, sua leitura é mais poética ainda. Amigos e casais dominam o espaço em uma cidade limpa e de tom pastel. Nada de Almendrones (os carros americanos antigos) ou casas em ruínas, vendedores de "puros", ou uma supremacia da cor como vemos nos livros Havana ( Ed.Steidl, 2001) do canadense Robert Polidori, Old Habana (Dórea Books, 1998), do carioca Claudio Edinger e HI-FI (Tempo d'Imagem, Ipsis Gráfica e Editora , 2018) do paulistano Daniel Kfouri. [ veja aqui review deste último livro https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/171809809341/hi-fi-daniel-kfouri ].
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Na primeira imagem, temos a impressão de uma outra cidade.  Mas, não é por acaso que estamos diante de uma loja, à noite, onde se destaca o pavilhão cubano azul, vermelho e branco. A bandeira representava a divisão geográfica da ilha no início da revolução de 1850 contra a Espanha e adotada oficialmente em 1902, quando de sua independência. As listras brancas são uma evocação à pureza das intenções do movimento de independência; o triângulo equilátero representa a liberdade, igualdade, fraternidade ( o lema da Revolução francesa 1789-1799 )  e a vermelha, o prenúncio do sangue que seria derramado para alcançar a independência, sendo que a estrela branca representa a solidariedade entre os povos.
   Mas, prosseguindo, temos o cubano tocando seu trompete na murada do Malecón, onde o céu límpido e o mar azul calmo nos anuncia o percurso do autor. Em vez dos casarios desmanchando, uma senhora toda vestida de branco, como uma "Mãe de santo" se protege do sol com sua sombrinha imaculadamente branca. Garotos brincam como golfistas, e amigos bebem na porta, enquanto duas adolescentes, em seus uniformes escolares parecem olhar para o infinito, para que na fotografia seguinte surjam três mulheres que sorriem para a câmera de alguém que estava ao lado de Cannabrava, que pega carona na pose.
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Guardadas as proporções, a Havana de Iatã Cannabrava nos remete à de Walker Evans (1903-1975), ainda que tenham diferenças fundamentais como uma sendo em cor e a outra em preto e branco e muito distantes no tempo uma da outra. Em 1933, o americano viajou a Cuba para fotografar para o livro The Crime of Cuba (J.B. Lippincott, 1933) do jornalista americano Carleton Beals (1893-1979). A ideia era expor a corrupção do ditador Gerardo Machado (1871-1939) e a relação entre os Estados Unidos e sua ilha vizinha. As fotografias de Evans são fascinantes tanto pelo assunto quanto pelas evidências de seu desenvolvimento artístico.
   Publicado pela primeira vez em 1989, o livro Cuba 1933 ( J.Paul Getty, 2001) de Evans, um dos clássicos da fotografia mundial, traz um texto do poeta e romancista romeno radicado nos Estados Unidos Andrei Codrescu, autor de ``Ay, Cuba! (Picador, 1999). O ensaio nos fornece  uma noção das forças estéticas e políticas que moldaram a arte de Evans no início dos anos 1930. Seu argumento é que o caráter do fotógrafo "estava claramente em conflito com a retórica apaixonada de Beals" e mostra que Evans estava apenas no início de sua estética formalista com as preocupações sociais que figuravam de forma tão proeminente em seus trabalhos posteriores.
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    As imagens de Iatã Cannabrava são plenas de lirismo como as de Evans. Há uma evidente empatia para com seus personagens. Vemos as mulheres sentadas e bem arrumadas nas duas publicações, a simplicidade dos cubanos como a imagem das três grávidas conversando, o beijo do casal apaixonado. Os rapazes de cartola e manga arregaçada nas imagens do americano se juntam aos jovens que o brasileiro encontra. Em Saudades de Cuba, a retórica política cede espaço para arte em suas suas poucas 48 páginas.
A frase "Do exílio não há retorno." do argentino León Ferrari (1920-2013), um dos artistas mais provocadores de nosso tempo, é usada por Cannabrava quando ele revela que ela pertence àquelas ideias e emoções que nunca o abandonam. Ele coloca esta série de Havana como um diferencial entre todas oportunidades que teve que transformar lembranças através da fotografia, seu "instrumento particular de alquimia."  Em tempos de pandemia e até mesmo normais, é sempre bom lembrar que temos autores assim.
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 Dados Técnicos: Fotografias de Iatã Cannabrava; design de Celso Longo; produção gráfica de Jair Rocha; escaneamento das imagens de Andressa Casado; tratamento de imagens de Greice Emer; Impressão Ipsis Gráfica e Editora em papel Munken Lynx Rough, idioma português; formato 17X24cm.
 Para adiquir o livro, é só ir direito em https://www.ipsispub.com.br/product-page/saudades-de-havana-iat%C3%A3-cannabrava
 Para ver os demais ou um box completo com os 8 livros, https://www.ipsispub.com.br/selo-ipsispub?page=2
  * nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política com a cultura vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
        Imagens © Iatã Cannabrava            Texto © Juan Esteves
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sobrebarbarapalvin · 3 years
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ENTREVISTA COM A SUPERMODELO BARBARA PALVIN
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Entrevista realizada em 2018 mas publicada no site do FashionStreet em novembro de 2019
Barbara Palvin tem sido uma das modelos mais cobiçadas e bem pagas da Forbes há anos, e o influente site models.com a considera uma das modelos mais renomadas. Com apenas 26 anos (atualmente 27), sua carreira já atingiu patamares surpreendentes: a vemos em todos os lugares, desde fotos de capa e campanhas até o tapete vermelho de Cannes, seu nome é citado ao lado das maiores marcas de moda e líderes do mundo da moda, e no Instagram, ela tem mais seguidores do que toda a nação da Hungria. Nos últimos anos, ela cresceu de uma supermodelo de sucesso para uma entidade maior do que ela: um verdadeiro ícone. No entanto, ela ainda está com dois pés no chão. Pudemos realizar uma entrevista exclusiva com a própria Barbara Palvin sobre fama, celebrações, fracassos, sucessos, o valor do au naturel e o futuro, que ainda não foi gravado na pedra.  Conheci Barbi em um café em Budapeste, e não fiquei surpreso com as circunstâncias: ela voltou de uma festa de gala de moda na França na noite anterior e, na manhã seguinte, ela já estaria voando para Nova York para mais trabalho. O que me surpreendeu foi sua aura natural - durante nossa conversa, Barbi se revelou uma pessoa tranquila e simpática. Sua imagem de “garota da porta ao lado” no Instagram não faz parte de uma manobra de relações públicas habilmente construída; este é a verdadeira Barbi. Ela é surpreendentemente madura para sua tenra idade: sua confiança, presença de classe mundial e o profissionalismo que ela traz para seu trabalho são mantidos enquanto ela permanece fiel a si mesma, apesar de sua fama. No entanto, nem sempre foi esse o caso; entre goles de smoothie de desintoxicação, ela explica seu caminho para encontrar seu verdadeiro eu.  "No passado, era difícil harmonizar a pessoa que eu mostrava ao mundo e a pessoa que eu era, mas percebi que a única maneira de curtir meu trabalho era sendo eu mesma. Mas isso vem com suas próprias controvérsias: sou tímida e extrovertida, vergonhosa e confiante ao mesmo tempo"  Barbi falou sobre estar em guerra com seu corpo em vários sites de mídia social e também durante entrevistas, o que é difícil de acreditar vindo de alguém que se tornou mundialmente famosa por sua beleza. A Barbi que estava sentada na minha frente - sem maquiagem, olhos lacrimejantes de alergia, vestindo um macacão esportivo e folgado e tênis - ainda ofuscava a rua com um brilho natural; um feito que nós, mortais normais, não seríamos capazes de realizar, nem mesmo com horas de cuidadosos preparativos. Mas quando perguntei a ela sobre a guerra com seu corpo, ficou claro que os motivos de suas inseguranças vêm de sua própria profissão.  “Quanto mais as pessoas prestam atenção na sua aparência, mais você percebe cada pequena imperfeição. Nunca estarei cem por cento satisfeita comigo mesma: sempre haverá pequenas coisas que me incomodam, principalmente sobre a minha figura. Se eu não escolhesse essa profissão, não seria um problema, mas agora tenho que prestar atenção nisso, porque cada quilo a mais pode parecer monumental em uma foto. Infelizmente, com meu tipo de corpo, eu realmente tenho que prestar atenção à minha figura - relaxar por apenas duas ou três semanas já pode destruir a magreza que eu vinha desenvolvendo por meio ano antes. Mas, felizmente, estou conseguindo me amar e me aceitar cada vez mais.”  Embora tenha tido um número incrível de projetos desde que foi descoberta espontaneamente na rua pela Icon Model Management aos 13 anos (o que lhe rendeu uma aparição global na capa do L'Officiel francês), ela ainda acredita que não não está pronta para muitas oportunidades.  “Eu não me sentia pronta para a passarela até agora: aos 26 eu ainda tenho a alma de uma criança, portanto, aos 19 eu definitivamente não estava pronta para fazer poses sensuais de lingerie durante o primeiro desfile de moda da Victoria's Secret - eu tinha que treinar o corpo e alma para isso. Atuar é semelhante: eu poderia ter conseguido um papel maior em Hércules, mas não me atrevi a fazê-lo; Eu estava com medo de não ser boa o suficiente ainda e teria acabado me decepcionando. É uma das minhas características básicas adiar as coisas porque tenho medo do fracasso.”  Mas ela realiza tudo o que empreende com uma velocidade que poderia causar inveja até mesmo ao melhor carro de corrida: as duas mãos não são suficientes para contar o número de campanhas fotográficas e eventos de moda que ela protagonizou nos últimos meses, e ela continuará a fazê-lo internacionalmente. Essa garota que está sempre viajando e um pouco viciada em trabalho descansa?  “Tenho que admitir, não tirei férias decentes por quase 12 anos até fevereiro de 2018. Depois, passei os primeiros dois meses relaxando em casa e viajando pela Europa com meus amigos. Mas era o que eu precisava; mais descanso e eu teria enlouquecido. Estou no meio de tudo de novo, mas felizmente posso dormir durante voos longos; acordar de madrugada e viagens curtas com conexões aéreas são muito mais cansativas. Normalmente consigo lidar com esse ritmo por dois meses e depois me permito pelo menos alguns dias de descanso ”.  Durante os últimos 13 anos que Barbi passou nesta profissão, ela realizou alguns feitos na carreira: não uma, mas duas vezes ela apareceu na capa da Vogue e novamente nas capas de L'Officiel, Harper’s Bazaar e Glamour; ela se tornou a embaixadora da L'Oreal Paris; ganhou os Prémios Rookie of the Year da Sports Illustrated, Prémio de Model of the Year da GQ Portugal e Glamour Women of the Year; ela estrelou as campanhas de perfume de Armani, Nina Ricci, Lagerfeld e Calvin Klein; e também se tornou o rosto de marcas mundialmente famosas como Chanel, Armani e, a partir de 2019, ela também é uma Victoria’s Secret Angel - para citar apenas algumas. Mesmo com uma carreira tão incrível como essa, falhas podem acontecer. Esses são certamente difíceis de seguir em frente, mas a tarefa mais difícil é permanecer fiel a si mesma quando você alcançou o topo. Barbi parece ter conseguido até isso.  “Esta profissão é construída sobre fracassos - com muitos 'nãos' e decepções, mais tarde, com determinação suficiente, você pode receber grandes 'sims'. Personalidade é sempre o fator mais significativo: a carreira de modelo é sem dúvida um esforço de equipe, mas é você quem fica sozinho durante as sessões de fotos ou eventos, não o agente, portanto é importante se comunicar de uma forma que, no final do dia, as pessoas gostem de trabalhar com você. Você também deve ser um bom juiz de caráter; é a única maneira de excluir pessoas superficiais: aquelas que só se aproximam de você quando sabem que os outros podem ver vocês sorrindo juntos. As pessoas dizem que ainda sou eu mesma, real. Não fui arrebatada pelo mundo da moda; Eu sou uma garota real, um pouco infantil. Eu posso ver isso em muitas estrelas mundialmente famosas; parece que perderam o modo de vida normal: muitos deles (clientes) desejam naturalidade e acredito que os lembro disso.”  Felizmente, apesar do lado negro frequentemente desonesto da profissão, Barbi também ganhou amizades e experiências fantásticas desde o início de sua carreira.  “Fiquei muito amiga de três modelos: Stella Maxwell, Alexina Graham e Soo Joo Park - tanto que às vezes fico com elas por dias. Além dessas amizades, há muitos outros aspectos dessa profissão que amo: conheci pessoas incrivelmente interessantes e nunca teria imaginado viajar para tantos lugares emocionantes.”  E qual mais poderia ser o lugar favorito de quem já viajou ao redor do mundo senão...  "Budapeste. Eu moro aqui, me sinto em casa aqui, e meu coração pertence aqui.” [Relembrando que a entrevista é antiga, de 2018, e atualmente Barbara mora em NY com o namorado Dylan]  Nossa conversa foi interrompida não por um, mas por três vídeos de cães: Barbi e sua irmã, Anita, tornaram-se as orgulhosas donas de um cachorrinho Shiba Inu chamado Sushi - e foi ótimo ver que, embora ela possa olhar para você com seu olhar característico de sensualidade confiante de qualquer campanha de marca mundialmente famosa, ela ainda dá zoom em inúmeras fotos de seu cachorrinho com o mesmo entusiasmo que o resto de nós. Entre dois "olha que fofo", ela acrescentou com seu humor característico que havia dado o primeiro passo em direção à maternidade ao ter um cachorro. Naturalmente, depois do obrigatório "oh meu Deus" e "tão fofo", tive que perguntar sobre os próximos passos em direção à maternidade.  “Estou pronta para ter uma família e gostaria de ser uma mãe jovem: seria ótimo se eu pudesse começar uma família por volta dos 30 anos. É claro que não posso saber de antemão o quão assustadora seria a maternidade, porque naturalmente é uma responsabilidade enorme. Mas tenho certeza de que manteria o mesmo ritmo com meus filhos.”  Esses desejos são surpreendentes para Barbi, pois estão longe do glamour e da fama do mundo da moda: mas ainda mais surpreendente como ela administra conscientemente seus hábitos online e offline.  “Eu não tenho um notebook há oito anos e estou sem um perfil no Facebook há sete. Esperar sem dormir à noite por uma resposta na penumbra da tela do computador, ou pensar sobre por que tantas pessoas assistem a um evento para o qual você não foi convidado, é muito venenoso. Tento me isolar de tudo isso; portanto, a importância das mídias sociais nesta profissão é particularmente difícil.”  Embora Barbi não seja fã de mídia social, ela também a ama muito; seu perfil no Instagram tem mais de 12 milhões de seguidores [atualmente 15,6].  “Eu diria que esse tipo de atenção é uma pressão enorme, mas no final do dia eu também não seria diferente com 8.000 seguidores. Eu sei, é claro, que uma selfie bem tirada traz mais curtidas do que uma foto em grupo com meus amigos, mas o que eu comunico a tantos seguidores é uma responsabilidade muito maior. Gostaria de dar um bom exemplo, antes de mais nada, permanecendo natural e mostrando em minhas fotos e postagens que você não precisa estar bem vestido e maquiado para ser amado e aceito. No futuro, gostaria de lidar com este tópico mais a sério - falar sobre autoconfiança e compartilhar tudo o que aprendi nos últimos anos.”  Durante nossa conversa, o pensamento de reações online entristeceu Barbi mais de uma vez - porque com tanta atenção, uma supermodelo recebe muitos comentários maliciosos junto com o feedback gentil e de apoio.  “Eu ficaria muito feliz se as pessoas não fossem tão críticas. Eles não me conhecem, eles não podem ver minha vida. Se eles pudessem saber como uma opinião negativa me machuca tanto quanto machuca qualquer outra pessoa... e como cada comentário malicioso me atinge. Sei muito bem que não sou perfeita e adoraria se pudéssemos nos livrar dessa forma negativa de pensar, e aprender a nos apoiar e melhorar um ao outro. Não estou falando apenas de mim: com uma atitude positiva, podemos alcançar muito mais em tudo.”  Não nos demoramos nesses tópicos delicados e, em vez de momentos dolorosos, perguntei a ela sobre as comemorações e suas oportunidades de deixar seu cabelo castanho dourado solto com seu estilo de vida agitado e bastante rígido.  “Sempre me recompenso depois de terminar um grande trabalho. Da última vez, quando cheguei em casa de uma sessão de fotos de 2 semanas com a Armani, tivemos um banquete com minha família e, mais tarde, saí com meus amigos. Eu realmente amo meu aniversário também, mas sempre fico comovido quando sou banhado de tanto amor, especialmente do meu círculo íntimo de amigos. Foi muito difícil encontrá-los: quase acreditei que não podia confiar em ninguém antes de nos conhecermos, e até hoje sou muito grato a minha irmã por nos apresentar. É maravilhoso que, graças a Anita, eu pudesse finalmente ter um círculo de amigos honestos e prestativos em Budapeste. Eu os amo terrivelmente e as muitas aventuras que realizamos juntos.”  Em relação aos programas e passatempos, Barbi consegue manter-se natural até nas horas vagas: não liga para extravagâncias e gosta dos simples prazeres do mundo real.  “Eu leio muito e adoro pescar. Meus amigos e eu fazemos uma viagem para Barcelona ou Bélgica sempre que podemos. Em Budapeste, costumamos fugir de quartos e adoramos jogos de tabuleiro que exijam criatividade, como Cluedo ou Catan. Sim, amadureci e cresci - mas a moleca que fui quando criança ainda está em mim.”  Enquanto Barbi lentamente terminava as últimas gotas de seu enorme smoothie, vi que nosso tempo estava chegando ao fim. Como última pergunta, perguntei sobre sua motivação como modelo que parece ter conquistado tudo.  “Eu não acho que poderia simplesmente deitar e ficar completamente satisfeita: assim que eu alcançar algo, eu tenho um novo objetivo. Acredito que a vida é boa quando temos algo motivador diante de nossos olhos. Além da minha carreira, gostaria de continuar participando do trabalho de caridade que está perto do meu coração e, por meio da minha fama, aumentar a conscientização para as questões globais que estão acontecendo neste momento. No futuro, gostaria de fazer um trabalho interativo e intelectual onde tivesse a chance de usar mais minha criatividade: gostaria de estar preparada para me tornar uma mulher de negócios por volta dos trinta anos. Sempre fui boa com números, me interesso por finanças e gostaria de colocar mais energia em nossos negócios familiares. Eu gosto do meu trabalho, mas sinto que ainda não encontrei minha vocação na vida - e pode não ser ser modelo.”  Apesar de sua roupa esportiva e personalidade descontraída, ela chama um táxi com uma elegância francesa inata e vai embora. Há muitas coisas atrás dela, mas o caminho à frente ainda é longo - em todos os sentidos. Para onde ela vai a partir daqui? Só o tempo dirá o que o futuro reserva para ela depois de Budapeste, Nova York ou sua carreira de modelo - mas não importa o que ela escolha na vida, ela certamente permanecerá a pessoa bonita, honesta e verdadeiramente real como a conhecemos hoje.
 [Fonte: fashionstreetonline.hu]
  Entrevista traduzida pela equipe do Sobre Barbara Palvin no dia 20 de março de 2021 às 11:10.
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flvrencepughs · 4 years
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            ˚        ✶       𝐓𝐑𝐀𝐂𝐊 𝟎𝟎𝟒:  𝒆𝒙𝒊𝒍𝒆.      ≻
                       I'm in 𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄 𝑠𝑒𝑒𝑖𝑛𝑔 you ᴏᴜᴛ
                                             ✶
                                       It     took     us      five     𝒘𝒉𝒐𝒍𝒆    minutes                                        To   𝐩𝐚𝐜𝐤   𝐮𝐬   𝐮𝐩  and  leave  me   with  it                                        Holdin' all this ℓσνє  out  ʜᴇʀᴇ in  the  hall
A movimentação frenética nas ruas não podia ser um fenômeno mais conhecido por qualquer parisiense, contudo, naquela noite, as estradas e calçadas próximas ao Arco do Triunfo estavam mais sobrecarregadas do que de costume. Algo deveras comum em época de Ano Novo, todavia, aquele ano em específico celebrava-se não apenas a virada da década, mas também a inauguração do monumento que outrora seria o mais importante da capital de Lorandy. 
Colares de pérolas adornavam o pescoço das mulheres que compunham a multidão, assim como os ternos de linho e relógios de ouro maciço decoravam com ostentação escancarada os pulsos dos homens que as acompanhavam; e postura austera de cada um presente demonstrava que cada um dos presentes carregava um ego que evidenciava a certeza de superioridade ––– se qualquer um menos abastado fizesse-se presente, os olhares reprovadores e com uma pitada de deboche certamente adorariam o rosto da burguesia local, e eles nem sequer se dariam ao trabalho de disfarçar. E ali, em torno das luzes, construções majestosas e uma multidão afetada, um Isaac de apenas dezesseis anos soube que estava oficialmente cercado pela mais alta sociedade parisiense. 
Sequer mencionou o preço dos ingressos para que ambos pudessem subir até o topo da Torre, tampouco que trabalhou por meses apenas para juntar a quantia necessária para poder pagar por eles. Algumas semanas antes do Ano Novo, simplesmente disse para Cora preparar o seu melhor vestido, pois naquele ano, eles não passariam nos fundos da propriedade que trabalhavam. Já Isaac, havia resgatado o melhor terno do pai, e pedido encarecidamente para que uma das funcionárias da mansão dos D'Elia costurasse os rasgos que o tempo e o descuido haviam feito; e com o traje limpo e sapatos lustrados de melhor forma que ele conseguiu, o moreno poderia se passar perfeitamente por um dos garotos ricos do centro de Quartier Latin. 
––– Sei lá onde eles acham que a gente tá. Você não tá perdendo nada. Vai por mim, a festa deles deve tá um saco. ––– tagarelava, enquanto estavam espremidos na grande fila para entrar no pequeno recinto que supostamente os puxariam até o topo da torre ––– mais uma das inúmeras novas tecnologias que insistiam em surgir, ano após ano. Por mais que parte de si acreditasse que as festas da alta sociedade poderiam ser, de fato, enfadonhas, a verdade é que pronunciava as palavras mais para fazer pouco caso dos patrões do que porque realmente pensava daquela forma. A bem da verdade, era o oposto; jamais apreciou a beleza da simplicidade, porque para ele, simplesmente não existia qualquer romantização ou vantagem em estar quase às margens da sociedade lorandiana. Isaac era raso o suficiente para impressionar-se facilmente com futilidades e artigos de luxo. As grandes e exageradas festas, as ruas repletas das mais majestosas mansões, e as jóias ostentadas pela elite local enchiam os olhos ambiciosos do moreno, que há algum tempo fez subir à cabeça a ideia de se tornar, num futuro próximo, ele mesmo membro da alta sociedade. Ficaria podre de rico, não importava os meios que utilizaria para alcançar este objetivo, e a primeira coisa que faria era tirar Coraline daquele inferno que há tantos anos ela era obrigada a suportar. 
Os anos observando os trejeitos dos mais abastados serviram-lhe como exemplo de como agir neste meio, visto que o parisiense sabia reproduzi-los perfeitamente quando achava necessário ou pertinente ––– era impressionante o quão rápido ele adaptava sua postura, as expressões e o sotaque, imitando perfeitamente o comportamento de um Arnault ou Pinault. Quando entregaram os ingressos para o segurança, este nem sequer suspeitava que o jovem casal poderia ser menos do que herdeiros de grandes fortunas locais ––– e imediatamente, eles se tornaram ainda mais adoráveis aos olhos do homem de meia idade que recolhia os bilhetes. Logo que verificou os papéis, direcionou à Cora e Isaac um simpático sorriso, e os cumprimentou de tal forma que jamais o faria se soubesse que eles passavam longe de pertencer à alta sociedade. 
Enquanto as correntes do elevador puxavam o pequeno grupo torre acima, Isaac e Cora continuavam a conversar com a mesma naturalidade que faziam durante todos os anos que praticamente dividiram o mesmo teto. E ainda que estivessem disfarçados de elite naquela noite, os diálogos entre os adolescentes fluía da mesma forma que o fazia durante os muitos anos que passaram juntos ––– como se, na presença dela, fosse um dos únicos momentos que Isaac pudesse ser de fato ele mesmo. Sem mentiras, sem fingimentos, e sem precisar morder a língua a cada minuto para evitar dizer qualquer desaforo que demitiria ele e o pai. As horas passaram como se fossem minutos, mas mesmo tanta beleza e riquezas que tão facilmente enchiam os olhos de Deschamp, no momento, pareciam secundáriam para um Isaac que tinha olhos apenas para sua companheira. Dentre o céu parisiense salpicado das mais brilhantes estrelas, as diversas luzes que adornavam o recinto, as jóias reluzentes expostas sem que a elite local temesse qualquer furto, como o faziam diariamente, e decoração arrebatadora singularmente requintada do local, era incrível como Cora conseguia ofuscar tudo com apenas a luz de um singelo sorriso ––– e como Isaac seria capaz de virar o mundo de cabeça para baixo apenas para vê-la ostentar a felicidade genuína no olhar todos os dias. 
                                      𝑪𝒊𝒏𝒒, 𝒒𝒖𝒂𝒕𝒓𝒆, 𝒕𝒓𝒐𝒊𝒔, 𝒅𝒆𝒖𝒙, 𝒖𝒏… 
Os fogos de artifício, das mais diversas cores e formas, juntaram-se às estrelas para adornar o céu, agora mais próximo deles do que jamais estivera. Era possível escutar à alguma distância as discretas felicitações dos mais velhos, taças de cristal brindando e o som dos sapatos italianos batendo no chão, indicando a pequena multidão que agora procurava seus entes queridos para desejar-lhes um feliz 1890. Um pequeno sorriso adornou os lábios de Deschamp, os olhos azuis maravilhados pela vista arrebatadora da sua Paris, vislumbrada do topo da Torre Eiffel, cada detalhe que fazia aquela noite tão especial; não apenas por toda a ostentação que o cercava, mas também, pela garota que o acompanhava. O encantamento na expressão de Cora fez com que, involuntariamente, o sorriso nos lábios do lorandiano se alargasse, os olhos azuis apertando-se em uma expressão genuína de felicidade. Ela era linda por completo. Seja em trajes de gala, ou em roupas velhas e surradas. De cabelos arrumados, ou sujos das cinzas da lareira. Com a expressão reluzente graças aos bons momentos, ou nas vezes que chegava completamente enfurecida devido a mais uma das injustiças que insistiam em preencher seus dias. Para Isaac, Cora podia adentrar de qualquer jeito em qualquer recinto, que imediatamente roubaria todos os olhares para si; fosse porque o som do seu riso soasse como se estivesse retornando para casa, ou porque ela era a maior, e talvez única, verdade em sua vida. 
Não desviou o olhar quando as íris castanhas de Hybern encontraram as dele; pelo contrário, o sorriso manteve-se a medida que ele pendia discretamente a cabeça para o lado. A destra calejada foi de encontro à dela, permitindo-se entrelaçar seus dedos aos alheios, e aproximando lentamente o rosto do dela, proferiu numa voz baixa, quase sussurrada, as felicitações.
––– Bonne année, mon cher. ––– quando os lábios masculinos encontraram os alheios, foi como se cada sensação instantaneamente houvesse se intensificado. O calor da derme alheia proporciona ao lorandiano uma sensação de pertencimento; imediatamente, seu coração começou a bater mais forte, assim como a presença das borboletas no estômago. Não importava onde estaria; Lorandy, Balanqua, ou no Novo Mundo. Se Cora estivesse consigo, Isaac sabia que jamais sentiria saudade de casa; ela era sua casa. 
Cercados por tanta beleza, era inviável para Cora e Isaac, naquele momento, imaginar que na semana seguinte, seriam bruscamente separados pelos próximos oito anos ––– sem o privilégio de uma despedida, e sem conseguir manter contato. Não por falta de tentativa de Deschamp, mas porque as centenas de cartas que insistentemente enviara para Cora nunca eram respondidas ––– talvez porque elas não tivessem sido propriamente entregues antes de serem interceptadas. Mas por mais persistente que fosse, houve uma época que o moreno não podia mais arriscar o envio de cartas, se não quisesse clocar em jogo a segurança da própria Cora graças a vida que ele decidira levar ––– tudo por ambicionar demais um lugar na alta sociedade, e ter levado esse objetivo a sério demais. Saiu da residência dos D'Elia órfão e sem um tostão no bolso, e por mais que os tempos de fome não houvessem durado muito, uma vida confortável para ele também não parecia o suficiente ––– não quando queria ele mesmo olhar de cima àqueles que um dia lhe desprezaram, num gesto puramente orgulhoso e invejoso. Mal sabia Isaac que quanto mais ele teria, mais ele iria querer ––– como se nem todo o dinheiro do mundo fosse o suficiente para suprir as necessidades que ele mesmo criara. Mas principalmente, estaria exilado da única casa que ele conheceu.
@scnshiny
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renaultportugal · 3 years
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Renault Clio V6: A história de um ícone!
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Apresentado como “concept” no Salão de Paris de 1998, o Clio Renault Sport V6 começou a ser produzido em 2000, dando origem a um dos modelos mais espetaculares, fora da “bolha” e icónicos, não só da Renault, mas de toda uma indústria. Equipado com um motor 3.0 V6 24V montado em posição central traseira, o Clio V6 é um daqueles raros automóveis que se transformou num clássico no dia em que foi apresentado...
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A Renault está a celebrar os 20 anos do Clio V6, mas quem tem motivos para regozijo são todos os amantes desta indústria ou não fosse este produto da divisão desportiva da marca, uma verdadeira ode aos automóveis exóticos e verdadeiramente especiais.
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Desde o momento em que foi dado a conhecer, ainda sob a forma de um “concept car”, em 1998, o Clio V6 cativou entusiastas e criou uma legião de fãs, rendidos ao seu compromisso, sem reservas, com as prestações e o “look” de um automóvel de competição. Não sendo de estranhar que, para muitos, o Renault Clio V6 esteja mais próximo dos supercarros de ralis de Grupo B da década de 80 do que do utilitário de tração dianteira do qual deriva.
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Desde o primeiro momento, o Clio V6 não teve rival à altura. Este era o único hatchback de motor central no mundo e a sua vocação desportiva e agressividade eram tão vincadas que os clientes foram convidados a integrar a “Experiência V6”, onde poderiam testar as capacidades do Clio em ambiente controlado e com instrutores dedicados e certificados.
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A produção muito limitada também era um ingrediente fundamental desta aura de exclusividade que, ainda hoje, rodeia o mítico modelo da Renault. Para muitos entusiastas, a decisão de adquirir o Clio V6 obrigou a um período de espera que chegou a ser de dois anos. Cada unidade foi manufaturada e numerada individualmente, com o respetivo número afixado numa placa colocada na consola central.
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Mas não foram apenas os clientes a ficarem rendidos ao puro-sangue da Renault. A imprensa especializada também não poupou nos elogios ao Clio V6, enaltecendo o exotismo e a exclusividade do modelo, assim como o acompanhamento “vocal” do melodioso V6, com um tom que ecoava na mente.
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Por tudo isto, e por muito mais, 20 anos passados o Clio V6 continua a ser tão ou mais procurado do que na época em que foi produzido. Pelo desenho e conceitos únicos, bem como pela sua raridade, este icónico desportivo entrou para o restrito grupo de automóveis altamente colecionáveis, com as melhores unidades a serem comercializadas a preços inimagináveis há uns anos.  
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Verdadeiro ponto alto da história da Renault, o Clio V6 é o epítome da paixão da marca pela inovação e pela criação de automóveis de estrada únicos e especiais. O Clio V6 espelha ainda o compromisso da Renault com a experiência de condução, atributo que continua a influenciar o desenvolvimento de qualquer desportivo nascido sob a égide da marca.
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Ponto de partida: de automóvel de competição, a concept no Salão de Paris
Na verdadeira tradição da Renault Sport, as origens do Clio V6 podem ser seguidas até ao mundo do desporto automóvel.
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A sua criação é o resultado direto do envolvimento da Renault na série de Troféus Clio V6, competição que, na altura, foi criada para promover o lançamento da segunda geração do Renault Clio. Substituindo o Troféu Renault Sport Spider, as provas do Troféu Clio V6 passaram por algumas das mais icónicas pistas europeias. Graças às prestações e equilíbrio entre equipas, este troféu monomarca, assente nos Clio profundamente alterados, acabou por atrair diferentes celebridades do desporto automóvel.
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Com um motor 3.0 V6, com 285 cv de potência, tração traseira e uma distância entre eixos muito curta, as corridas eram tão entusiasmantes para quem competia como para quem observava.
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É verdade que o modelo de competição tinha pouco a ver com as versões de estrada do bem-sucedido utilitário, mas tudo estava prestes a mudar com o Salão Automóvel de Paris de 1998.
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Tendo tido, desde sempre, grande destaque no calendário de eventos da Renault, o Salão de Paris de 1998 teve um significado especial, já que foi palco da celebração do centenário da marca e uma oportunidade de ouro para demonstrar a capacidade de inovação e a paixão que sempre moveu a Renault. Para vincar o evento, a marca apresentou três novidades de peso: o Twingo II, o topo de gama Vel Satis e o fabuloso Clio Renault Sport V6 24V.
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A influência dos Clio de Troféu era óbvia, mas este projeto tão especial também pretendia homenagear o mítico Renault 5 Turbo, com destaque para o motor colocado em posição central-traseira, a tração atrás e o estilo muito musculado e agressivo, vincado pelo alargamento das vias e as múltiplas entradas de ar necessárias para “alimentar” e arrefecer o poderoso motor V6.
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Da mesma forma que o anterior Renault 5 Turbo já tinha acrescentado um toque de exotismo à gama da qual deriva, também o Clio V6 veio trazer uma nova carga emocional e um entusiasmo sem precedentes ao Clio.
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É verdade que o Clio I já tinha tido algumas versões especiais, como o desejado e apaixonante Williams, e que a segunda geração do utilitário da Renault já disponibilizava a desportiva variante de 172 cv, mas o Clio V6 estava mais perto do universo dos supercarros do que dos utilitários compactos. 
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A resposta ao “concept” foi tão entusiasta e avassaladora, que a marca decidiu pedir um estudo prévio de desenvolvimento aos especialistas britânicos da TWR (Tom Walkinshaw Racing). O relatório confirmou que a execução e passagem à produção era possível e que os exigentes critérios de qualidade, segurança e dinamismo impostos pela Renault podiam ser atingidos na versão final. Baseada nestes estudos e conclusões, a Renault decidiu produzir mesmo uma série limitada do mais radical dos Clio.
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FASE I: DAS PISTAS PARA AS ESTRADAS
Para deleite dos verdadeiros entusiastas do mundo automóvel e de desportivos de exceção, o Clio Fase I original era 98% fiel ao “concept” mostrado em Paris, dois anos antes. 
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No coração da “besta”, colocado no local onde deveriam estar os bancos traseiros, batia o mesmo 3.0 V6 atmosférico que a marca utilizava no Renault Laguna. Para ser montado no Clio, o V6 recebeu novos pistões, viu a taxa de compressão ser aumentada, as tomadas de admissão alargadas e o limite de rotações subiu para as 7100 rpm. Ligeiramente menos potente do que as versões de competição que corriam no Troféu, o V6 debita 230 cv de potência e 300 Nm de binário às 3750 rpm. 
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Assim, o Clio V6 Fase I é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 6,4 segundos e atingir uns anunciados 237 km/h.
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Associado ao poderoso V6 estava uma caixa PK6 manual de seis relações, que derivava da já existente caixa de 5 velocidades, embora profundamente alterada (os mecanismos de controlo internos eram integralmente novos). O diferencial autoblocante oferecido de série ajudava a colocar os “cavalos” no asfalto. A ausência de um turbo tornava a resposta do V6 mais linear e progressiva, mas a combinação de uma curta distância entre eixos e a ausência de um sistema de controlo de tração, garantiam que a condução do Clio V6 Fase I era sempre excitante e muito envolvente...
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Ainda que a carroçaria, capot, tejadilho e porta da mala fossem comuns ao Clio Renault Sport 172, os para-choques, os ailerons traseiros e dianteiros, as cavas das rodas e os painéis laterais eram todos eles exclusivos do Clio V6.
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Quando comparado com o Clio “normal”, o V6 era 171 mm mais largo, 66 mm mais baixo, 38 mm maior na distância entre eixos e as vias dianteira e traseira eram, respetivamente, 110 mm e 138 mm mais largas.
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À imagem dos verdadeiros supercarros, o Clio V6 tinha pneus diferentes à frente e atrás: 205/50 ZR17” na dianteira e 235/45 ZR17” na traseira. As generosas e elegantes jantes OZ “Superturismo” de 17” também permitiram montar discos dianteiros ventilados de 330 mm que, pela primeira vez, num automóvel de produção, eram mordidos por pinças AP Racing de 4 pistões. Atrás, o Clio V6 recebia uns igualmente impressionantes discos ventilados de 300 mm.
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Como seria de esperar, toda a arquitetura traseira era específica do V6, mas o sub-chassis dianteiro era baseado no do Clio Renault Sport 172, com, naturalmente, vários elementos de reforço.
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Já a suspensão era exclusiva do V6. Na dianteira, a Renault optou por um esquema tipo MacPherson, enquanto no eixo traseiro foi escolhida uma configuração independente multibraços (multilink). De destacar que a barra estabilizadora dianteira foi herdada diretamente do Clio do Troféu.
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Ainda que não restem dúvidas sobre o foco colocado nas prestações e dinamismo do Clio V6, este combinava o extremo prazer de condução com um nível de equipamento que estava mais próximo de uma berlina de luxo. De série, o Clio V6 era enriquecido com revestimentos em pele e Alcantara, ar condicionado, vidros escurecidos e parabrisas com refletor de calor e um sistema Radiosat 6000 com carregador de 6 CD. A segurança estava a cargo, entre outros, de um sistema de ABS com EBD (distribuição eletrónica da força de travagem) e uma panóplia de airbags.
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Com o potente V6 e restantes periféricos a ocuparem o espaço que seria da mala, a versatilidade de utilização não era, claro, uma prioridade no Clio V6. Ainda assim, sob o capot dianteiro, ainda havia espaço para um 67 litros de bagagem e, na traseira, ainda existia um outro compartimento que podia acomodar 45 litros adicionais, o que permitia aos utilizadores guardar alguns pertences numa saída para uma ida às pistas ou para um track-day.
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Para reforçar a exclusividade do Clio V6 “Phase I”, todas as unidades foram construídas, manualmente, nas instalações da Tom Walkinshaw Racing (TWR) em Uddevalla, na Suécia, ao ritmo de, aproximadamente, 12 por dia. Assim, até ao lançamento do Clio V6 Phase II, em agosto de 2003, a TWR produziu 1631 exemplares da primeira série, 256 destas com volante à direita.
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FASE II: MAIS POTÊNCIA, MELHOR DINÂMICA, MAIS RENAULT SPORT
A popularidade do modelo original acabou por abrir caminho para o modelo “Phase II” (Fase II), que foi apresentado, em simultâneo, com a apresentação do “restyling” da segunda geração do bem-sucedido Clio II.
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Como o resto da gama, o agora designado Clio V6 255, recebeu uma modernização no desenho da dianteira e da traseira, além de ter acolhido novas entradas de ar e jantes maiores de 18”. Se o renovado topo de gama do Clio não fosse suficientemente exclusivo para alguns clientes, estes podiam tirar partido dos novos esquemas personalizadas propostos pela Renault i.d, incluindo a nova cor Liquid Yellow (J37), que passou a ser sinónimo dos modelos de alta-prestações da Renault Sport. Se o Clio V6 já é raro, as unidades com este tom específico são ainda mais raras, sendo das mais procuradas entre os amantes do Clio V6 que querem adicionar o modelo à sua coleção.
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No entanto, as alterações nesta segunda geração Clio V6 vão muito além da superfície, já que a Renault Sport aproveitou esta oportunidade de mudar a aparência, para também proceder a alterações significativas na dinâmica e na motorização.
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Como a designação deixa antever, o Clio V6 passou a debitar 255 cv. A potência máxima passou a ser entregue às 7150 rpm, sendo que os 25 cv adicionais resultaram de alterações nas cabeças dos cilindros e de um sistema de admissão mais eficiente e desimpedido. A potência extra e relações de transmissão mais curtas, traduziram-se numa aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,8 segundos e numa velocidade máxima de 246 km/h.  
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Melhor ainda, as alterações na suspensão permitiram tirar pleno partido do maior dinamismo desta versão. Para melhorar o controlo e tornar o Clio V6 255 mais benigno em condução desportiva, o chassis foi alvo de alterações profundas. A distância entre-eixos aumentou 33 mm, a via dianteira ficou 23 mm mais larga, a suspensão ficou mais firme, recebeu novos batentes dos amortecedores, braços de guiamento maiores e sub-chassis reforçados.
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O resultado final assegurava que o Clio V6 255 não só era mais rápido do que o antecessor, mas também mais “civilizado”, sem perder o foco no prazer de condução.
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A Renault Sport também mudou a produção, que passou a ser feita em “casa”, mais especificamente na ex-fábrica da Alpine, em Dieppe. Como o modelo original, todas as unidades eram construídas à mão, tendo sido produzidas, até 2005, um total de 1309 Clio V6 255, 354 deles com volante à direita.
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UMA HERANÇA DURADOURA: UM CLÁSSICO DOS TEMPOS MODERNOS
Mais de 15 anos após a última unidade ter saído das linhas de produção em Dieppe, o Clio V6 é visto, atualmente, como um clássico desportivo dos tempos modernos. O pináculo da inovação e filosofia da Renault Sport.
Este icónico modelo acabou por trilhar o caminho para toda uma nova geração de Clio R.S. focados na dinâmica. Mas mesmo dentro da gama Renault Sport, a sua influência é evidente na constante busca por esticar os limites na criação de modelos únicos, como o radical Renault Mégane R.S. Trophy-R.
Sem surpresas, o Clio V6 atingiu o estatuto de modelo de culto. Ainda que as suas prestações se mantenham impressionantes, o que mais entusiasma os seus fãs é o estilo inconfundível e o seu compromisso, sem concessões, com o prazer de condução. Com o 3.0 V6 colocado em posição central-traseira, o aspeto musculado e as vias mais largas, este é, sem dúvida, um dos pequenos desportivos, mais radical, alguma vez produzido. A sua reputação de automóvel de competição para as estradas acabou por ganhar ímpeto, graças a uma dinâmica exigente, com a brochura oficial do Clio V6 255 a descrever o modelo como “Este é um automóvel para ser conduzido. Agressivo. Exigente. Para um condutor conhecedor e apaixonado. Quanto mais exige dele, mais ele o recompensa.”
Das duas versões, o original oferece uma experiência de condução mais envolvente, mais crua, especialmente quando o conduz perto dos limites. No entanto, o Fase II é considerado por muitos como o mais “utilizável” e preciso. Seja qual for o escolhido, qualquer um deles é muito procurado e continua a bater recordes de preço no mercado de usados. Esta valorização é a prova de que o Clio V6 é visto tanto, como um automóvel de coleção, como um automóvel para ser “pilotado”. Mas quer os seus proprietários tirem partido deste ou não, uma coisa é certa: têm na sua posse um dos automóveis mais lendários e exclusivo que a Renault produziu nos mais de um século de história na indústria automóvel.
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Clio V6 Fase I
MOTOR
Tipo: Seis cilindros em V Cilindrada (cc): 2,946cc Diâmetro x Curso (mm): 87.0 x 82.6 Rácio de compressão: 11.4:1 Sistema de injeção: Injeção sequencial Bosch ME 7.4 Número de válvulas: 24 Potência kW (cv)/rpm: 166 (230) / 6,000 rpm Binário máximo Nm/rpm: 300 / 4,650 rpm
CAIXA
Tipo: Manual Número de velocidades: 6
PRESTAÇÕES
Velocidade máxima (km/h): 237 Aceleração de 0 a 100 km/h (s): 6.4
CONSUMOS E EMISSÕES
Cidade (l/100 km): 14,9 Extra-urbano (l/100 km): 8,9 Combinado (l/100 km): 11,2 Emissões de CO2 (g/km): 267 Capacidade do depósito (litros): 60
SUSPENSÃO
Dianteira: Tipo MacPherson com barra estabilizadora de 25mm Traseira:  Multibraços
DIREÇÃO
Tipo: Pinhão e cremalheira, com assistência Número de voltas de topo-a-topo: 2.75
TRAVAGEM
Dianteira: Discos ventilados, 330mm Traseira: Discos ventilados, 300mm ABS com EBD (distribuição eletrónica da força de travagem)
JANTES E PNEUS
Jantes (frente): 7x17” Jantes (atrás):  8.5x17” Pneus (frente): 205/50 ZR17” Pneus (atrás): 235/45 ZR17”
PESOS (kg)
Tara: 1335 Peso bruto: 1545
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Clio V6 Fase II
MOTOR
Tipo: Seis cilindros em V Cilindrada (cc): 2,946cc Diâmetro x Curso (mm): 87.0 x 82.6 Rácio de compressão:  11.4:1 Sistema de injeção: Injeção sequencial Bosch ME 7.4 Número de válvulas: 24 Potência máxima kW (cv): 187 (255) / 7,150 rpm Binário máximo Nm: 300 / 4,650 rpm
CAIXA DE VELOCIDADES
Tipo: Manual Número de velocidades: 6
PRESTAÇÕES
Velocidade máxima (km/h): 246 Aceleração de 0 a 100 km/h (s): 5.8
CONSUMOS E EMISSÕES
Cidade (l/100 km): 15,5 Extra-urbano (l/100 km): 9,8 Combinado (l/100 km): 11,9 Emissões CO2 (g/km): 285 Capacidade do depósito (litros): 61
SUSPENSÃO
Frente: Independente tipo MacPherson barra estabilizadora de 28mm Traseira: Independente Multibraços
DIREÇÃO
Tipo: Pinhão e cremalheira com assistência Número de voltas topo-a-topo: 2.8
TRAVAGEM
Dianteira: Discos ventilados, 330mm Traseira: Discos ventilados, 300mm ABS com EBD (distribuição eletrónica da força de travagem)
JANTES E PNEUS
Jantes (frente): 7x18” Jantes (atrás): 8.5x18” Pneus (frente):  205/40 ZR18” Pneus (atrás):  245/40 ZR18”
PESOS (kg)
Tara: 1335 Peso bruto: 1545
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apcomplexhq · 10 months
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✦ Nome do personagem: Jeon 'Angeline' Bomi Valentine. ✦ Faceclaim e função: Nayeon - Twice. ✦ Data de nascimento: 06/06/1996. ✦ Idade: 27 anos. ✦ Gênero e pronomes: Feminino, ela/dela. ✦ Nacionalidade e etnia: Americana, sul-coreano. ✦ Qualidades: Carismática, empática, criativa. ✦ Defeitos: Impulsiva, impaciente, estressada. ✦ Moradia: Mount Olympus. ✦ Ocupação: Idol da SM Entertainment e co-dona do Karaokê. ✦ Twitter: @MO96GV ✦ Preferência de plot: ANGST, CRACK, FLUFFY, HOSTILITY, ROMANCE, SMUT. ✦ Char como condômino: Ginger (ou Angeline) é sociável e extrovertida, sempre disposta a conversar e interagir com os vizinhos. Apesar dos burburinhos sobre sua família e fama - Sendo bons ou ruins. -, ela mantém uma postura amigável e descontraída, contribuindo para criar um ambiente acolhedor e animado dentro do complexo, e também sendo vista como uma pessoa talentosa e um tanto mística.
TW’s na bio: alcoolismo, rumores falsos, ansiedade, depressão, transtorno alimentar.
Biografia:
Em Nova Orleans, Luisiana, no dia 6 de junho de 1996, nascia Angeline Valentine Jeon, mais conhecida pelo stage name, Ginger. Filha de Hongsuk "William" Jeon, um imigrante coreano que faz parte de uma família conhecida por seus restaurantes que, ao longo do tempo, se transformaram em lanchonetes com karaokê. Sua mãe, Kimberly Valentine, também tem origem coreana e pertence a uma família famosa pela sua empresa de cosméticos e perfumes. Desde cedo, Ginger foi criada em um ambiente onde os costumes coreanos dos Jeon se misturavam com o misterioso histórico da família Valentine. A família Jeon, estabelecida em Nova Orleans há décadas, construiu uma bem-sucedida rede de restaurantes que, com o tempo, evoluiu para lanchonetes com karaokê. Essa rede se expandiu até a Coreia do Sul, onde os familiares de Ginger são donos de karaokês em Gangnam, incluindo o local no bloco Asphodel Meadows. Como parte da família e co-dona do karaokê, Ginger também tem participação nos ganhos. Enquanto a família de Valentine cresceu desde os anos 70 pela indústria de cosméticos da cidade de Luisiana e se expandindo pra outros estados.
No entanto, a vida de Angeline, ou, Ginger não foi tão fácil assim, apesar de seus diversos privlégios. Desde a infância, ela e suas irmãs, April Valentine Jeon e Paris Valentine Jeon, enfrentaram bullying na escola devido aos rumores sobre bruxaria e voodoo relacionados à família Valentine, e também por serem descendentes de asiáticos. Essas experiências deixaram marcas em Ginger, levando-a a enfrentar problemas de saúde mental, incluindo depressão, anorexia, que conseguiu curar-se de certa forma. E ansiedade generalizada, TDA, sonambulismo e paralisias do sono. Problemas que residem em sua vida até os dias de hoje.
Aos 16 anos, Angeline decidiu se mudar para Seul, capital da Coreia do Sul, para seguir uma carreira no K-pop. Com seu talento vocal e o apoio dos familiares. Na empresa de entretenimento SM, ela começou a treinar arduamente. Aos 20 anos, em 2016, Angeline finalmente realizou seu sonho e estreou como cantora em um grupo, hoje internacionalmente conhecido. Seu nome artístico, Ginger, foi uma coincidência curiosa, já que era chamada de Ginger pelos apelidos carinhosos dados pela família. A carreira de idol trouxe a Ginger fama e reconhecimento mundial, mas também trouxe desafios e pressões intensas. Ela vive com a constante pressão da mídia coreana e americana, temendo que polêmicas absurdas, como os rumores sobre bruxaria, ou sobre alcoolismo, possam prejudicar sua carreira. No entanto, a maioria dos sul-coreanos a enxergam como uma das maiores vocalistas atualmente, admirando seu talento.
Ginger é uma personalidade extrovertida, amante de festas, passeios noturnos e pré-drinks. Ela encontrou na música um escape para suas dificuldades e se tornou uma ótima cantora, além de possuir habilidades de dança e atuação. Seu talento artístico também se reflete em sua criatividade e imaginação. Além disso, ela nutre um amor especial por cachorros e animais marinhos, e se não fosse uma idol, teria seguido a carreira de bióloga marinha. Hoje, Ginger mora em uma mansão em Mount Olympus, no bloco de mansões residenciais do complexo chamado Acropolis, localizado em Gangnam, Seul. Ela desfruta dos benefícios de ser uma idol de sucesso, mas também enfrenta o ônus de lidar com a mídia e a constante busca pela perfeição. Sua personalidade perfeccionista muitas vezes a impede de descansar até que tudo esteja perfeito.
Como condômina do complexo, Ginger é conhecida por sua sociabilidade e extroversão. Ela gosta de estar envolvida na comunidade, participando ativamente de eventos e festividades dentro do local. Sua presença é animada e vibrante, trazendo uma energia contagiante para o ambiente. No entanto, seu estilo de vida e a fama de sua família ainda geram burburinhos e rumores entre os moradores do complexo, alimentando as histórias sobre bruxaria e voodoo. É uma pessoa barulhenta, solícita, organizada e participativa. Ela está sempre disposta a ajudar os outros, seja com conselhos amorosos ou ouvindo os problemas de seus colegas. Sua participação ativa nas atividades do complexo e sua organização refletem seu compromisso em ser uma boa condômina e em manter um ambiente harmonioso para todos.
No entanto, Ginger também enfrenta seus próprios desafios. Sua ansiedade generalizada e outros problemas de saúde mental podem afetar sua estabilidade emocional. Ela busca equilibrar sua vida pública com a necessidade de cuidar de si mesma, enfrentando suas fraquezas e buscando ajuda profissional quando necessário. Apesar das adversidades, Ginger permanece amorosa, direta e sincera, espalhando sua paixão pela música e seu amor pelos animais, vivendo na mansão com seu único cachorro, Ralph.
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