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#Saudade e nostalgia
d4r-te-ei · 1 year
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Deixar pra trás o que te machuca também é uma forma de dizer eu te amo.
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desbotando · 3 months
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eu sou extremamente nostálgica. quase como se olhasse pro passado com saudade, embora nada me faça falta. eu escuto as mesmas músicas e revivo as mesmas dores. sou muito repetitiva. já notou quantas vezes escrevo sobre dores e feridas? como se minha vida fosse só isso. não sou tão limitada; mas a experiência do escrever me faz parecer restrita à dores insuportáveis e um constante quase-suicídio. mas não sou só isso. veja só, olho pro passado e apesar de não sentir tanto orgulho, dei passos largos e alcancei degraus mais altos de onde antes estive. eu tô bem longe do início, distante daquele tempo em que eu achava que ia morrer amanhã e me tornaria só memória - de um corpo triste que jamais alcançou nada. os anos passaram e sigo aqui. não quero mais morrer, mas se eu olhar com atenção pra conjuntura ainda sinto bastante desespero. tudo me parece insuficiente. sou também só um rabisco do que já quis ser. o desenho completo com todos os detalhes e beleza sei que nunca me tornarei. não choro mais por isso, quase não choro mais. só pela TPM e por umas cicatrizes que acho nunca ter merecido. ainda tô aprendendo a ser adulta, vez ou outra volto a ser criança que não sabe seus próprios limites e que acaba caindo do alto da cama e se machucando; ainda me machuco, mas é episódico e não jogo mais álcool na ferida aberta, descobri que soro trata melhor e é indolor. viu? algo aprendi sendo adulta. não mereço dor, nunca mereci. queria voltar pro passado e dizer pra pequena eu que um dia eu faria o sangramento estancar e as feridas fecharem; que eu não merecia as noites de desesperança e o pânico no peito. talvez a nostalgia venha daí. não posso amar a minha versão do passado, mas posso cuidar de todas as minhas versões a partir de agora. e não hesitarei mais em me escolher.
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serenattus · 3 months
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desalento.
algumas lembranças têm cheiro, nome e sobrenome... não é tristeza, também não julgo como saudade. talvez seja isso que chamam de nostalgia.
serenattus.
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todasasnotas · 2 months
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hoje eu senti sua falta. ás exatas 05:00 da manhã, antes do nascer do sol. a saudade de você apostou uma corrida com os raios solares, competindo pra ver quem chegava ao meu quarto primeiro… infelizmente, quando o cômodo se clareou, eu já estava inundada de você.
hoje eu senti sua falta. a porcentagem pareceu maior que ontem, talvez até maior que há um minuto atrás, acho que o certo seria ditar que a cada palavra que teclo seu vislumbre torna-se mais claro em minha mente, fazendo a nostalgia de você a cada segundo que passa mais dolorosa de suportar.
hoje eu senti sua falta. e é esmagador sentir. principalmente quando tenho o entendimento de que eu sou a principal causa dessa catástrofe emocional ter ocorrido. sou atormentada com a decisão que eu tomei durante todos esses meses, e hoje reconheço que a pior escolha que eu fiz foi ter ido embora mesmo querendo ficar.
hoje eu senti sua falta. e sinto sua falta. todos os dias da minha vida. ando pela cidade ouvindo sua voz, que soa como direção aos caminhos que cruzo numa tentativa falha de me reencontrar com as memórias de nós espalhadas por todo mundo.
hoje eu senti sua falta. senti saudades de como costumávamos ser, de como éramos inseparáveis e incríveis juntos. sinto sua falta e sinto uma necessidade um tanto quanto incontrolável de escrever sobre você sempre que posso (e consigo) em um desabafo sincero acompanhado de uma esperança irreal de te ter de novo, nem que seja só por uma estrofe.
e com muito pesar, admito nas minhas linhas, onde sou a mais verdadeira e honesta possível, que eu não queria sentir sua falta e todos os dias eu ajo como se não sentisse, mas eu sinto, e é por causa da dor da falta que eu não consigo me esquecer de você.
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anaharae-s · 3 months
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Esse ano eu quis começar de uma maneira diferente e me desafiar com as edições de capa e acabei encontrando esse desafio proposto pela conta @angellen, logo tratei de colocar em prático tudo que sabia e assistir inúmeros vídeos no YouTube para alguns estilos de capa que nunca havia feito.
A maioria das capas nesse post estão disponíveis para doação, então caso você veja e tenha interesse manda uma mensagem por aqui! ♥
Estilo: Clean / Tema: Sobrenatural
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Confesso que a mistura do clean com sobrenatural me pegou desprevenida, mas foi então que lembrei dessa arte linda da @eerna e pensei ter tudo a ver usar. Noragami não é lá um fandom muito ativo, mas espero que gostem de ver essa edição.
Capa disponível para doação
Estilo: Romântica / Tema: Filmes
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Pensa numa capa que me deu trabalho encontrar uma inspiração! Sinceramente, eu não sou uma grande fã de filmes de romance, então precisei buscar bastante na internet e pedir ajuda da @cham-stuff e @druh19 para conseguir usar a capa de Heartstopper como inspiração.
Capa doada
Estilo: Fluffy / Tema: Ballet
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A fofura já faz parte do meu cotidiano, então das capas essa foi uma das mais tranquilas de se fazer, ainda mais quando usei a empolgação do pessoal com a categoria miraculous e criei algo com a protagonista.
Capa disponível para doação
Estilo: Divertida / Tema: Desenho Animado
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Queria fazer algo com algum desenho que remetesse a minha infância, então eu lembrei de uma das versões das Meninas Super Poderosas (Geração Z, provavelmente quase ninguém viu) e uni a arte da maravilhosa @shi-yin-drawings e quanto ao título a inspiração veio enquanto assistia Galinho Chicken Little 😂 
Capa doada
Estilo: Colagem / Tema: Colegial
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Essa foi uma das capas que mais me deu trabalho, eu queria fazer algo diferente e me inspirar em capistas como a @maridrista e o @kenjicopy então me arrisquei na colagem com muito mais elementos e imagens.
Capa doada
Estilo: Vintage / Tema: Literatura
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O pedido de capa da @marol-27 veio em boa hora, sinceramente trouxe todo o ar retro da Londres antiga e junto a nostalgia da saga de Animais Fantásticos.
Estilo: Dark / Tema: Piratas
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Estava com saudades de fazer edições 2D, então aproveitei o tema piratas para lembrar um dos meus primeiros pedidos de Piratas do Caribe.
Capa doada
Estilo: Sexy / Tema: Magia
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Esse tema me fez quebra a cabeça por dias atrás de uma personagem que pudesse combinar com a temática, escolhi a Vanessa mesmo sem ver o anime e confesso que amei o resultado da edição (mesmo considerando que talvez não esteja tão sexy assim).
Capa disponível para doação
Estilo: Angst / Tema: Amor Proibido
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Agradeço novamente a @cham-stuff e a @druh19 pela ideia de usar o shipp Yuriona! O estilo angst é um dos meus favoritos, então confesso que curtir bastante editar essa capa e o resultado. ‪‪❤︎‬
Capa doada
Estilo: Manipulada / Tema: Cisne
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Essa é oficialmente a capa que mais me deu dor de cabeça, entretanto é a minha favorita! Eu precisei dar um jeitinho, já que após ver tantos Watch me! no YouTube sobre como fazer uma manipulação de imagem, tentar e falhar miseravelmente percebi que isso não é comigo.
Então, recorri a usar a imagem com a autorização da @madbalalaika que realmente sabe manipular como ninguém.
‪‪❤︎‬ Para todos os capistas que fazem capas manipuladas, minha admiração por vocês só aumentou ainda mais, viu?
Capa doada
Estilo: Vetor / Tema: Música
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Precisei de novo reforços da @cham-stuff dessa vez para me explicar o que era esse estilo e após ela me mostrar alguns modelos de referência consegui criar essa edição e concluir o desafio.
Capa disponível para doação
Muito obrigada por ler todo esse desabafo gigantesco e principalmente por tirarem um tempinho do dia de vocês admirando as minhas capas. ‪‪❤︎‬
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renjunplanet · 9 months
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| Skinny Love... Huang Renjun
notas. parte 2
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O dia cinzento trazia consigo o frio do outono, juntamente dos arrepios que sentia nos braços e pernas — o cobertor grosso com estampa de onça da sua vó que servia para esquentar seu corpo mal conseguia fazer o trabalho direito. Com uma caneca de café quente nas mãos e o celular tocando baixinho Bon Iver, você admirava o conforto estranho que só o outono sabia lhe trazer.
Estava tirando um fim de semana de folga, tentando largar um pouco a vida acelerada da cidade para aliviar um pouco a mente num lugar tranquilo. E não há lugar melhor que a casa de sua vó, uma casa de praia que só lembram de visitar no verão.
Gostava do lugar, da natureza local e das pessoas — uma bem em específico , mas era uma lembrança distante que já não via há muito tempo — e, principalmente, adorava estar nos braços de sua vó para receber consolo em épocas caóticas como a da semana de provas que chega na segunda-feira.
Café, praia no outono frio, um cobertor de vó e um cenário bonito era tudo o que precisava; estava satisfeita.
— Entra, querido. Sai desse frio se não você vai ficar doente!
Você escuta a voz de sua vó ressoar lá dentro. Olha curiosa para o lugar, em busca de entender o que está acontecendo a poucos metros.
— Licença, vó. — uma segunda voz doce se faz presente, junto a uma silhueta masculina.
Ah, você reconhecia quem era. Reconheceria até se estivesse em meio a uma multidão.
Era ele: Huang Renjun, seu primeiro amor. A pessoa específica que gostava.
Estava diferente, faziam cerca de uns cinco anos desde a última vez que viu o rapaz, ele estava um pouco mais alto, o rosto um pouco mais marcado. Continuava bonito como as flores do quintal de sua vó, ainda sorria da mesma maneira adocicada de antigamente. Ele, mesmo diferente, ainda lembrava o garotinho de anos atrás que brincava com você na praia e ajudava você e sua avó a roubar as rosas da vizinha mal humorada da rua.
Era como um balde de nostalgia. Uma onda grande de saudades e um choque no estômago com a ansiedade de rever novamente seu primeiro amor.
— É só do açúcar que a Dona Lili precisa, Menino Jun?
— Sim, vó. Ela disse que, qualquer coisa, ela me mandava aqui de novo pra incomodar a senhora. — disse rindo de leve.
— Ih, rapaz. Então te prepara pra voltar, porque do jeito que sua vó tá ficando caduca, você vai vir de novo. — ela lhe entrega um saquinho com o açúcar — Vem, bem. Eu te acompanho até a porta.
— Precisa não, Dona. Vai pegar frio atoa. Fica aqui no quentinho. — ele deixa um leve selar na bochecha da mais velha que lhe resmunga um "Ah, querido..." e vai em direção a saída.
Assim que vira o corpo em direção a porta principal da imensa casa, seus olhos se cruzam. Os corpos ficam rígidos e as respirações pesadas. A expressão no corpo se mistura entre as sensações de felicidade, surpresa e vontade de matar a saudade.
Mas nada acontece, porque Renjun vai embora de cabeça baixa, com as bochechinhas vermelhas e o saquinho de açúcar nas mãos, te deixando estática sentadinha no deck do jardim de trás, na esperança que a vó dele o faça voltar para pedir emprestado mais algum ingrediente para sua receita.
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cartasparaviolet · 5 months
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Quantas mensagens carregam uma única lágrima? Quantas palavras não ditas são necessárias para transbordar todo esse sentimento e fazer jorra-las? Quanta saudade cabe nesse coração que não sabe dizer adeus e transforma toda a sua nostalgia em pranto? Quantas lágrimas são necessárias caírem abruptamente desses olhos opacos até cessar todo um vazio interno? Talvez haja um oceano de lágrimas em mim.
@cartasparaviolet
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rafla7000 · 5 months
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"Dias de chuva nos trazem nostalgia… saudades de ser bom, de amar e compartilhar. Chuva é Deus lavando a casa do coração." (Patrícia Assmann)
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luizaknd · 3 months
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A leveza e paz que senti me lembrou de um coração, que jurava não existir.
Fui morta, enterrada e sufocada pelo vento. Ventos de paz , amor e alegria. Foi bom enquanto durou, mas hoje só me resta a nostalgia.
Saudades dos bom dias, apelidos e sorrisos, do cabelo escuro, olhos e carinhos, das histórias engraçadas... Vidas separadas.
Doeu quando não teve volta e nas horas perdidas de ligação, era só eu, você e um violão.
Agora me deito no sereno da noite fria e estrelada, sob os olhos da via láctea.
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Ana Luiza
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ddelicadezas · 5 months
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Seja Sol !Raízes não são âncoras...
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"Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncoras vive apenas a nostalgia e não a saudade. Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra"
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perm4nente · 2 years
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lembro que meu telefone tocava e eu olhava com nostalgia o nome estampado na tela eu sabia que viraria saudade eu sabia que desejaria mais momentos como aquele no dia que recebi tua mensagem primeiro também foi assim no meu silêncio no meio da ligação eu sabia que sentiria sua falta o fim era questão de tempo eu sabia que chegaria mas nunca me preparei pra isso quis aproveitar tua passagem por aqui só que nosso tempo nunca me pareceu suficiente dois anos se passaram e a saudade se modifica, mas nunca se vai eu questiono quando é que o fim vem de vez.
Beatriz Pontes
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poetatalvez · 1 day
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Hoje acordei com um sentimento de nostalgia, saudades dos sorrisos que nunca mais contemplarei, dos abraços que nunca mais degustarei e principalmente das memórias que nunca mais viverei.
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klimtjardin · 8 months
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Q U A N D O B A T E A Q U E L A S A U D A D E
Jaehyun x Personagem Original
{enredo: Jaehyun retorna ao lugar onde foi criado e lá desenterra um balde de memórias; isso é ficção!; romace; Jaehyun é brasileiro/gaúcho; um pouco de angst; regionalismos; essa é uma história antiga que esteve em meu perfil no Spirit, que fiz para uma pessoa com quem hoje nem tenho mais contato. Não sei. Lembrei da existência e quis repostar. Escrevi essa numa época de muita saudade de casa. Gostaria de escrever bem como Veríssimo, mas esse foi o máximo que pude naquele momento, acho que vocês vão perceber as diferenças dessa pra minha escrita atual.}
Jaehyun ainda se sentia inexperiente em campo aberto, mesmo tendo passado mais de metade de sua vida em um. Cavalgar era um escape, e foi exultante a sensação de saber que o seu cavalo se lembrava dele. Não foi necessário mais do que alguns assobios para que o animal atendesse e deixasse ser montado.
O vislumbre dos pampas pela manhã era uma visão da qual jamais se cansaria, mesmo com os pensamentos enuviados como naquele dia. Com uma milonga nos fones de ouvido, saiu galopando pelo conhecido caminho da infância. Passou pelos verdejantes campos que terminavam com uma pastagem quase dourada, os pomares da família, um campo de gado, e rente ao fim, às parreiras carregadas com as uvas que produziam o melhor vinho da região. Memórias recorriam a mente do menino, de quando ainda era guri correndo por aquilo que parecia tão infinito quanto um mar. Relutava em admitir que sentia um vazio ao pensar no lar, de longe. Escolheu terminar o colégio e fazer uma faculdade no exterior, portanto, passou um bom tempo com a outra metade da sua família, mas nenhum lugar era ou seria como aquele que abrigava todas as fragrâncias, sabores e sentimentos dum pequenino Jaehyun.
Quando o cavalo já trotava próximo à vila mais perto da estância, Jaehyun teve um misto de confusão e nostalgia. Como estariam aquelas pessoas? Será que se lembravam dele? Será que se perguntavam como estava o menino Jung que corria com as mãos gordinhas cheias de uvas?
Ele parou à frente do único mercadinho da região, uma construção singela, por onde recordava passar muito tempo. Esperou que o dono o cumprimentasse com um aceno de cabeça, talvez um olhar surpreso. Porém, quem lhe atendeu foi uma moça. Enquanto ela lhe encarava com certo assombro, ele não pôde conter um sorriso largo que mostrou as duas covinhas cavadas no canto de suas bochechas.
– Bela? – Questionou.
A moça por sua vez, endireitou-se. Reconheceria aquela voz de barítono em qualquer lugar.
– Seu Jung? – Ela lhe devolveu a pergunta.
– Não me chame assim, parece quem nem nos conhecemos…
De fato… Se não fossem pelos olhos gigantes como duas bolitas, talvez Jaehyun não a reconhecesse, já que esta se encontrava tão diferente de quando costumavam brincar juntos. Bela agora era uma mulher; o que fazia Jaehyun diretamente inferir que ele também era um homem, e não mais o guri louco de assanhado de tempos atrás.
– Vieste comprar algo?
– Bem, sim, mas já que te vi aqui vamos conversar – ele respondeu.
– Pai eu vou dar uma volta, o Jaehyun está aqui – Ela virou, desamarrando o nó do avental. – Sim, o Jung, filho do dono da estância.
O pai de Bela deu um aceno tímido ao rapaz quando ela saiu da venda pela porta lateral.
– Este é o Garibaldi, o teu cavalo? – Ela perguntou assim que viu o animal parado ao lado dele.
– É sim, eu tinha medo que ele não me reconhecesse – Jaehyun acariciou as costas do bicho daquele jeito tosco, dando umas batidinhas. – E tu? Quanto tempo demorou para perceber quem eu era?
– Bom… Não tem muitos rapazes iguais a ti por aqui – Ela deu de ombros.
– Ainda sabe montar? – Ele indicou.
– Podemos descobrir.
Jaehyun subiu no cavalo novamente, em seguida ajudando Bela a sentar atrás de si.
– Com emoção ou sem emoção?
– Se me conhece bem, sabe a resposta.
Jaehyun impulsionou-se para frente, evocando um relinchar de Garibaldi. O cavalo saiu em desatino pelo mesmo caminho que o dono percorreu para chegar ali. Jaehyun respirou fundo assim que Bela enlaçou sua cintura com os braços; esperou aquele momento por muito. Queria encher-lhe de perguntas sobre como havia sido a vida ali por aquele tempo em que esteve fora, porque a dele com certeza fora um porre atrás do outro, e nenhuma festa se comparava a calmaria daquele lugar. Garibaldi parou perto das parreiras a comando de seu dono. Ele desceu do cavalo e ofereceu a mão para a moça que o acompanhava. Os dois caminharam por um pedaço sem falar nada, apenas admirando a plantação - e porque não - a companhia um do outro.
– Como ficou aqui? – Jaehyun sondou.
– O mesmo de sempre – Bela mais uma vez se esquivou, dando uma risadinha para evitar que ele pensasse que estava sendo grosseira. – Aqui é… calmo.
– Quer uma? – Ele lhe ofereceu uma uva recém arrancada do pé.
– Tu não perde os maus costumes. – Bela deu um chega pra lá em seu ombro, mas aceitou.
Jaehyun riu de canto.
– Lembra que a gente corria por tudo isso? Eu sinto saudade.
– Lá fora não é tão legal?
– É, é bem chato. Não tem cavalo. Nem tu.
– Que guri bacudo! Não sabe nem aproveitar. Aposto que tem um monte de coisas boas lá.
– Já disse que não é que nem aqui. – Ele chutou o chão irregular mesmo que a ponta da alpargata não fizesse nem cócegas no mato. Virou-se para Bela com um sorriso sapeca e empurrando-a com o ombro anunciou que a brincadeira de pegar estava com ela.
Eles dispararam entre os parreirais, rindo e gritando como duas crianças que outrora cresceram por ali. Jaehyun pegou Bela pela cintura, a erguendo e recebendo resmungos de protesto. A menor balançou os pés elevados numa birra que não foi atendida. Quando se cansou, Jaehyun a largou embaixo de uma das árvores do pomar, ambos ofegantes, as bochechas cheias coloridas igual maçãs. Ele foi o primeiro a sentar-se embaixo da sombra da copa, sendo seguido pela moça num movimento estabanado. Jaehyun recostou a cabeça na coxa dela, suspirando pesado.
– Canta – Sugeriu.
Bela limpou a garganta demorando meio segundo apenas para pensar em uma música.
– “É você que tem
Os olhos tão gigantes
A boca tão gostosa
Eu não vou aguentar.”
Jaehyun sorriu de canto, revelando apenas uma covinha. Os seus pensamentos viajaram longe, muito longe dali. Num lugar onde se encontrava pouco tempo atrás; uma espécie de inércia mental que sugava sua energia. Uma rotina de universidade, festas, bebidas, bocas estranhas, corpos estranhos, sentimentos nulos que preenchiam a falta que aquele cenário lhe fazia. Um cotidiano fútil que aprendera com seus colegas enquanto tomava notas sobre agrotóxicos e transgênicos, o olhar atravessando a janela ao se perguntar o que a turma de jornalismo estaria fazendo naquele instante.
– “Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Eu tô com uma vontade danada de te entregar todos beijos que eu não te dei
E eu tô com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado
E de acordar do teu lado pra te dizer que eu te amo
Que eu te amo demais.”
E sim, os devaneios sobre ela. Mesmo que houvesse conhecido muitas pessoas diferentes e diversas de suas próprias maneiras, ele constantemente lembrava Bela. Quando caminhava pela rua da floricultura e via as rosas abertas. Quando alguém citava qualquer literatura numa conversa. Quando ouvia Rubel, e até quando seus professores soltavam um ‘todavia’ durante uma explicação. Jaehyun sentia saudade. Saudade, aquela palavra cuja existência se encontra unicamente no dicionário brasileiro. De todas as palavras que poderiam existir em sua língua mãe, saudade não existia em nenhum outro lugar.
– “Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Quero te ver de branco
Quero te ver no altar”
Jaehyun ergueu-se interrompendo a canção da moça.
– Eu não aguento – disse somente.
Ela esperou que ele completasse com alguma sentença a mais, que explicasse o que aquela frase solta queria dizer. Entretanto, Jaehyun encarou-a por um longo momento, sem piscar. Seus olhos esquadrinharam o semblante dela na busca de algum sentimento que se parecesse com o que se passava em seu interior.
– Eu te amo demais – Sorriu.
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moprius · 5 months
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Relaxar um pouquinho ao estilo synthwave acompanhando alguns devaneios sobre os anos 80/90 é sempre uma boa ideia. Claro que, como toda época, teve seus problemas, mas isso não impede de ver os melhores momentos que se passaram. Você que provavelmente tem seus 30 anos deve ter algumas memórias muito interessantes durante essa época, como os momentos de infância, indo para escola e conversando com seus amigos - que momentos, hein -, o seu programa de TV favorito - só de lembrar, já dá vontade de viajar, desenhos, animes, TV Manchete -, jogando os seus melhores jogos - o SuperNintendo, PlayStation, que saudade - e muito outros. Ahhhh, cada momento é uma nostalgia que nos leva para uma viagem. Então, bora imaginar e tirar algum proveito disso….
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omeulirico · 2 years
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adoro a nostalgia que envolve meu corpo sempre que escuto aquela música, aquela que você sempre ouvia repetidas vezes no carro, aquela que você ficava cantarolando nos fins de tarde e que sempre estava na caixa de som durante alguma confraternização que você estivesse presente.
eu adoro a nostalgia que a melodia me traz, mas também odeio a saudade que ela causa.
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blues-nocturne · 8 months
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O passado só volta pra assombrar a gente se nos permitirmos ser feridos pela nostalgia. Tristeza vicia, saudade também. Antes de tudo, é preciso cuidar — e preservar bem — o próprio coração.
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