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#Tradição da Mariposa
lobamariane · 1 year
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Serpente
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Se consultarmos o que existe de registro das histórias criadas pelos povos originários para explicar o início da vida na terra logo vamos dar de cara com uma serpente.
No primeiro episódio da série Flechas Selvagens chamado A Serpente e a Canoa, Ailton Krenak narra rapidamente algumas dessas histórias de forma que é impossível não estabelecer conexões, costuras entre ideias similares nascidas de povos de diferentes pontos geográficos do mundo. O entendimento sobre as serpentes é tão importante que a cristandade precisou vilipendiar esse símbolo para que seu plano de dominação e invasão de um deus sem nome pudesse ter algum sucesso.
Quem me falou sobre as serpentes foi Amanda, primeiro através do pensamento de Antonin Artaud, depois através da bruxaria .Só muito mais tarde compreendi que as duas vias-serpentes formavam uma só estrutura num entrelaçamento que lembra outro par de serpentes, o par que carrega e transporta nossas informações genéticas.
"Se a música age sobre as serpentes, não é pelas noções espirituais que ela lhes traz, mas porque as serpentes são compridas, porque se enrolam longamente sobre a terra, porque seu corpo toca a terra em sua quase totalidade; e as vibrações musicais que se comunicam à terra o atingem como uma sutil e demorada passagem; pois bem, proponho agir para com espectadores como para com as serpentes que se encantam e fazer com que retornem, através do organismo, até as noções mais sutis." Antonin Artaud
No lugar onde cresci mora uma serpente conhecida como Dique do Tororó. Ao longo dos anos aprendi a brincar de dar voltas no seu corpo cheio de curvas. Aprendi a olhar para as suas águas escuras e fazer perguntas.
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Até que um dia eu sonhei com ela, uma serpente verde esmeralda, escamas aveludadas, olhos vermelhos e brilhantes. Era dia estávamos na beira de um rio, havia uma cachoeira com uma gruta ao fundo. Eu estava dentro d'água quando a serpente subiu pelas minhas costas e soprou três perguntas no meu ouvido. Desde então, artista que sou, me dedico a respondê-las. E desse jeito ela nunca mais foi embora.
Hodie Mihi Cras Tibi Que saia pela boca O santo que habita em ti
Hodie Mihi Cras Tibi Serpentes nos abracem Noite nos revele
Oração da Roda Gigante, Amanda Maia
E ela continuou aparecendo em pensamentos, mensagens, sinais, flechas, até que costurei a canção que dediquei a 12ª edição do Sarau Boca Acesa, ação de movimento e provocação de artistas nesse agora, realizado pela Guilda Anansi como parte do ministério da Tradição da Mariposa. 
"Serpente,vem me perguntarsinto o seu rastejartoco a pele da Lua"trecho de Serpente, Mariane Lobo
Se, como diz Krenak, todos os seres são textos diferentes que compartilham a mesma Fonte, a Vida, quantos mistérios existem em cada degrau da escada espiral formada pelas serpentes que formam nosso DNA? Como não perguntar?
~ a primeira imagem é do lambe serpente mariposa que colei no ponto de ônibus da praça castro alves.
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novosparanos · 2 years
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VOCÊ CONHECE O KAMALU HAI? De grandes a minúsculas proporções, a cerâmica Waurá (autodenominação Waujá) é patrimônio cultural brasileiro caracterizado pelo alto nível de elaboração realizado pelos habitantes da margem direita do baixo rio Batovi, no Parque Indígena do Xingu, ao norte do Estado de Mato Grosso. De acordo com os Waurá, Kamalu Hai, um bicho parecido com uma cobra de pernas, foi visto no sonho do pajé na região onde é extraído o barro utilizado para o feitio da cerâmica. A partir de então, Kamalu Hai é visto como “o dono do barro” que proporciona os saberes e auxilia o feitio da tradição. As Kamalupi são como cobras que saíram do mar com pequenas panelinhas cantoras em suas costas. As esculturas confeccionadas são utilizadas, em sua maioria, durante os rituais da etnia e revestidas com elaboradas pinturas. Os grafismos fazem referência a uma série de interpretações, como peixe, rosto de arara, asa de mariposa, dente de piranha, jibóia, rio e cabeça de sucuri. As peças da Etnia Waurá estão disponíveis na nossa loja virtual. Acesse já e garanta a sua! loja.novosparanos.com.br LINK NA BIO #novosparanos #etniawaura #waura #arteindigena #artebrasileira #artepopular #xingu #brasil https://www.instagram.com/p/Civsc3ArsJX/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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arthmarcus · 2 months
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Revérbero - "Fogo no Mato: A ciência encantada das macumbas"
revérberos sobre obra fruída em meu itinerário pessoal
Título: Fogo no Mato: A ciência encantada das macumbas Autoria: Luiz Antônio Simas e Luiz Rufino N° de páginas: 124 Ano e País de publicação: 2018, Brasil.
Termino da Leitura: 20.06.2021, minguante em escorpião
citação p.53
"A noção de diáspora, entendida por nós como encruzilhadas, opera de forma ativa na produção de possibilidades reconfigurando e provocando perturbação na mecânica cultural e histórica do pertencimento."
A leitura dessa visão sobre a episteme encruzilhada diaspórica encantada e todas as suas idiossincrasias e também sua problematização sobre as reverberações dos adventos históricos de colonização e globalização que vem sido impostos da Europa pra cá a mais de 500 anos é elementar para que uma pessoa miscigenada como eu possa me situar geograficamente.
A magia das encruzas e o seu pensamento encantado são expressados nesta obra. Complementou e revelou aspectos do meu entendimento sobre feitiçaria ao mostrar de forma elaborada certas vivências e percepções que senti e sinto na pele em minha vivência de Gira na Tradição da Mariposa.
Quem se sabe regido pela Rua e pela Sorte vai compreender, quando o livro h em versos enfeitiçados no jogo, que os grandes oceanos se transformaram na maior das encruzilhadas quando europeus colonizadores decidiram arrastar em correntes pessoas de outro continente para "as bandas de cá". Os tambores contam e perpetuam as histórias e culturas  resgatando as raízes de toda uma episteme encantada ancestral. A encruzilhada converte o que vem em outro destino que vai. Existem muitas transgressões a serem feitas.
O vocabulário poético costura em cada palavra novas noções de aprendizagem, firmadas no desejo de liberdade que também nasceu nas encruzilhadas transatlânticas. Ler Fogo no Mato é adentrar um terreiro-encruzilhada habitada que rebela-se aos conceitos padronizadores vigentes convidando ao jogo de perguntar e responder mistérios encantados.
citação p.35
"O rodopio configura-se como o giro que desloca os eixos referenciais fazendo com que aqueles princípios que comumente são compreendidos como objetos a serem investigados e que por uma série de relações de saber/poder são mantidos sobre ums espécie de regulação discursiva sejam credibilizados como potências emergentes e transgressivas."
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Agenda SP: Bambas de Sampa, Francineth e Comunidade da Vila Industrial
O Samba em Rede indica programas para os amantes do gênero samba: são diversas opções de rodas para quem quiser apreciar, conhecer e curtir bons sambas na cidade de São Paulo até a próxima segunda-feira, (1/7).
Confira abaixo algumas sugestões:
Terça-feira – 25/6
Jacke Carvalho no Ó do Borogodó 
Quarta-feira – 26/6
Aldo Bueno e Eduardo Gudin no Bar do Alemão Mumu de Oliveira no Ó do Borogodó 
Quinta-feira – 27/6
Anderson Soares no Boteco da Dona Tati  Francineth Germano lança disco na Casa de Francisca  João Nogueira recebe homenagem no Bar do Alemão  Thiago França e Alan Abbadia na Casa Barbosa  Zé Barbeiro no Ó do Borogodó 
Sexta-feira- 28/6
Bambas de Sampa convida Geovana, Guiga de Ogum e Toinho Melodia no Rio Verde  Grupo Reduto na Casa Barbosa  Projeto Nossas Coisas recebe Neuza Lima na Ação Educativa  Samba da Chinela Voadora na Toca da Capivara  Samba da Sardinha no Boteco da Dona Tati  Terreiro Grande no Ó do Borogodó 
Sábado – 29/6
Inimigos do Batente no Ó do Borogodó  Projeto Olha a Nossa Tradição no Boteco da Dona Tati  Samba da Chinela Voadora na Casa Matahari Mariposa  Samba das Divas recebe Leci Brandão e Grazzi Brasil no Maria Zélia  Samburbano no Largo Santa Cecília 
Domingo – 30/6
Comunidade do Samba da Vila Industrial  Kolombolo Diá Piratininga promove Praça do Samba na Vila Madalena  Pagode da 27 no Grajaú Samba Delas homenageia Beth Carvalho na Casa de Cultura São Rafael 
Segunda-feira – 1/7
Samba da Vela na Casa de Cultura Santo Amaro
+ samba:
Veja também: Samba e Jazz se misturam na roda do Samba da Chinela Voadora 
Agenda SP: Bambas de Sampa, Francineth e Comunidade da Vila Industrialpublicado primeiro em como se vestir bem
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novosparanos · 2 years
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PRECIOSAS CRIAÇÕES WAURÁ NA LOJA VIRTUAL De grandes a minúsculas proporções, a cerâmica Waurá (autodenominação Waujá) é patrimônio cultural brasileiro caracterizado pelo alto nível de elaboração realizado pelos habitantes da margem direita do baixo rio Batovi, no Parque Indígena do Xingu, ao norte do Estado de Mato Grosso. De acordo com os Waurá, Kamalu Hai, um bicho parecido com uma cobra de pernas, foi visto no sonho do pajé na região onde é extraído o barro utilizado para o feitio da cerâmica. A partir de então, Kamalu Hai é visto como “o dono do barro” que proporciona os saberes e auxilia o feitio da tradição. As Kamalupi são como cobras que saíram do mar com pequenas panelinhas cantoras em suas costas. As esculturas confeccionadas são utilizadas, em sua maioria, durante os rituais da etnia e revestidas com elaboradas pinturas. Os grafismos fazem referência a uma série de interpretações, como peixe, rosto de arara, asa de mariposa, dente de piranha, jibóia, rio e cabeça de sucuri. As peças da Etnia Waurá estão disponíveis na nossa loja virtual. Acesse já e garanta a sua! loja.novosparanos.com.br LINK NA BIO #novosparanos #etniawaura #waura #arteindigena #artebrasileira #artepopular #xingu #brasil https://www.instagram.com/p/Cim8_eiOx-n/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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novosparanos · 2 years
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PRECIOSAS CRIAÇÕES WAURÁ De grandes a minúsculas proporções, a cerâmica Waurá (autodenominação Waujá) é patrimônio cultural brasileiro caracterizado pelo alto nível de elaboração realizado pelos habitantes da margem direita do baixo rio Batovi, no Parque Indígena do Xingu, ao norte do Estado de Mato Grosso. De acordo com os Waurá, Kamalu Hai, um bicho parecido com uma cobra de pernas, foi visto no sonho do pajé na região onde é extraído o barro utilizado para o feitio da cerâmica. A partir de então, Kamalu Hai é tido como “o dono do barro” que proporciona os saberes e auxilia o feitio da tradição. As peças confeccionadas são utilizadas, em sua maioria, durante os rituais da etnia e revestidas com elaboradas pinturas. Os grafismos fazem referência a uma série de interpretações, como peixe, rosto de arara, asa de mariposa, dente de piranha, jibóia, rio e cabeça de sucuri. As peças da Etnia Waurá estão disponíveis na nossa loja virtual. Acesse já e garanta a sua! loja.novosparanos.com.br LINK NA BIO #novosparanos #etniawaura #waura #arteindigena #artebrasileira #artepopular #xingu #brasil https://www.instagram.com/p/Cfyv6qiO-2a/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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