Black Swan (Vamp!Austin&Leitora)
Capítulo 4: Errático
Os polegares dele pairam sobre o teclado virtual como dois fantasmas. A barrinha na área de transferência pisca desafiando-o, ou, pelo menos assim Austin achava. Ele nunca esteve tão frustrado consigo mesmo. Ele ainda se perguntava como havia cometido aquele deslize. Aquilo nunca havia acontecido. Ele nunca havia sido tão desleixado. Bem, até a noite que ele a tinha encontrado muitas coisas nunca havia acontecido.
Para sua sorte a humana é honesta, se fosse outra a essa altura já teria conseguido um comprador para as nossas coisas, a criatura que ele havia sido zombou quando sua mão quase fez o celular em pedacinhos horas antes.
Com um movimento humanamente rápido ele fechou o aplicativo de mensagens apagando o visor do celular para coloca-lo sobre a superfície da mesa. Ele coçou o queixo coberto pela barba loira com o sentimento dubio de exasperação e incredulidade. Aquele não era quem ele havia se tornado, descuidado e alheio. E o pior, alheio ao que era tão importante para ele. Todas as suas joias caras podiam sumir, contanto, que o medalhão continuasse intacto com ele. A última lembrança de sua vida humana não podia se perder como todas as outras foram desaparecendo da sua memória, enquanto sua existência se tornava mais longa.
Você é cheio de contradições, não é mesmo?
E aquela era mais uma das contradições dele, Austin tinha plena consciência, mas não conseguia deixar totalmente suas lembranças humanas para trás.
O medalhão era o último elo com sua vida anterior, como a casa que sempre cheirava a assados frescos, açúcar e canela. Do cantarolar da mãe enquanto esticava os lençóis recém-lavados no gramado alto do quintal nos dias quentes. Da inconfundível e amistosa gargalhada do pai enquanto atendia mais um freguês na pequena padaria da família. Da irmã sempre bordando para ajudar nas despesas da casa, e para quem saber fazer a si mesma um pequeno agrado. E dele mesmo coberto de farinha sempre se esquivando de qualquer coisa que remetesse ao contato humano.
A movimentação ao seu redor parecia ter sido completamente esquecida até ele sentir o cheiro de malte com especiarias de Gene, maître do The Marshal. Austin num movimento imperceptível ajustou a coluna na tentativa de parecer mais relaxado.
- Sr Butler, o senhor tem certeza que não gostaria de beber alguma coisa? O Chivas Royal* para abrir o apetite. – o homem perguntou solicito.
- Obrigado, Gene. Mas eu vou continuar só com a água por enquanto. – falou sem olhar para o elegante copo continuava com seu conteúdo intacto – Callum e eu estamos para fechar uma venda, e eu prefiro deixar a bebida para o momento da refeição.
- Perfeitamente. – o homem de meia-idade com leves entradas no cabelo grisalho concordou gentilmente – O Sr. Turner sugeriu servimos de entrada uma Burrata com tomate confit e pesto e pão italiano.
Um pequeno agrado ao cliente, coisa que tanto Austin quanto o amigo faziam. Podia parecer algo bobo, mas todo ser humano gostava de ser mimado, que suas preferencias fossem notadas e lhe fossem ofertadas. E por que não oferecer aqueles pequenos deleites, quando se estava prestes a tirar alguns milhares de dólares de alguém que estava louco para se exibir com sua requintada coleção de obras de arte? Mesmo que essa pessoa estivesse tentando tirar vantagem da aparente juventude dos dois marchands.
- Excelente. Você pode mandar servir a assim que ele chegar com o nosso cliente. – Gene assentiu eficiente. – E para acompanhar um Patricius Tokaji Aszú 6 Puttonyos*.
- Excelente escolha, Sr. - concordou não surpreso com o conhecimento do imortal sobre a carta vinhos.
- Mas alguma recomendação, Sr? – o maître questionou cordial.
- Por enquanto é só. Obrigado, Gene.
- Perfeitamente. Com sua licença, Sr Butler. – ele disse antes de se afastar.
E como se atraídos por imã os pensamentos dele voltam mais uma vez para o celular a sua frente, na mensagem contida nele, assim que se viu só mais uma vez. Austin não entendia do que tanto tinha receio. Ou, talvez compreendesse, mas assumir aquilo, mesmo que seja somente para si, fosse sinônimo de vulnerabilidade. E vulnerabilidade era estar exposto, e quando se está exposto todas as suas fraquezas e limitações são trazidas a luz.
E quem está fazendo tudo isso é uma humana, o seu eu em roupas vitorianas zombou, enquanto se aboletava na cadeira a sua frente.
Austin suspirou cansado. Ele gostaria de poder simplesmente ignorar e seguir com a sua existência, mas S/N simplesmente tinha em suas mãos o último elo que existia dele com a humanidade. Raramente um vampiro conseguia preservar aquela última ligação com sua humanidade. Muitos a preservavam como uma espécie de souvenir. Outros para lembrar de que todo vampiro um dia foi um ser humano. Contudo, Austin gostava de pensar que fazia parte do terceiro grupo, que havia deixado completamente qualquer resquício de humanidade para trás.
Os dedos dele tamborilaram sobre a mesa formigando para alcançar mais uma vez o aparelho. Ele já havia perdido as contas de quantas vezes havia relido aquela mensagem. E das formas como ela soou para ele, todas às vezes com um ponto em comum entre elas, ela ainda estava preocupada com ele. Por mais que palavras numa tela de um aparelho eletrônico pudessem parecer frias, mas havia uma parte dele que sabia, simplesmente sabia que partindo daquela garota aquelas palavras não era meramente uma forma educada de começar uma mensagem. Ela realmente se importava com ele, mesmo que ele fosse pouco mais que um estranho.
Ou, um monstro. E que ser humano comum se importava com o bem-estar de monstros?
Aquilo ainda era novo para Austin, especialmente, quando o número de criaturas que realmente se importavam com ele era muito limitado. E um ser humano preocupado com o bem-estar dele era quase como ser transportado para um passado que ele havia enterrado há quase cinco décadas. Ou, pelo menos assim ele pensava.
Ele afastou a mão da superfície da mesa assim aquela sensação familiar de alerta dos seus sentidos despertou, anunciando a chegada de Callum. A presença de um vampiro era sentida por outro antes mesmo do seu cheiro leve. Aquilo era essencial, especialmente, quando vampiros desavisados no passado vagavam pelo território de um determinado clã. No mundo atual havia se tornado impraticável preservar um território dominado por um único clã. O mundo parecia cada vez menor e muito mais integrado.
Austin aprumava a coluna mais uma vez quando o aroma forte do humano que acompanhava o amigo chegou até ele. O cheiro de manjericão, limão persa e feno-grego que era associado a Titus Kokkinos, um homem de meia-idade que amava arte e exibir seu conhecimento sobre ela. O vampiro loiro os observou falar brevemente com o host do lugar antes de entrarem. Ambos pareceram retomar uma conversa enquanto caminhavam despreocupados na direção do salão.
Com um inspirar e expirar o vampiro plantou seu habitual sorriso amigável no rosto para receber seu mais novo cliente.
Mais uma vez S/N os pensamentos se esgueiraram de forma sorrateira para o seu celular, ou melhor, para mensagem visualizada e não respondida. Consequente, inevitavelmente, seus pensamentos voaram para a pessoa a quem se destinava mensagem. Todavia, se ela ousasse ser honesta consigo mesma aquela mensagem parecia só mais uma desculpa para pensar nele. Austin, no dia anterior, havia rondado sua mente de forma quase ininterrupta, e agora parecia se recusar a ir embora.
Talvez quando eu devolver as coisas dele, ela tentou se convencer com aquele pensamento, ou, se consolar com eles. E os dois pareciam zombar dos pensamentos dela, como se existisse algo por trás daquilo tudo que só eles conheciam.
- Está tudo bem?
O olhar perdido dela mostrava que só o seu corpo estava presenta na reunião semanal, onde eram acertados os últimos detalhes da estratégia de marketing daquela semana. Ela simplesmente, do momento em que se sentou a mesa com Dacre e Melissa, estava completamente desligada do que acontecia ao seu redor. Sua mente parecia ter perdido a capacidade de se concentrar em qualquer outra coisa
- S/N?! – ela ouviu uma voz a chamar como se estivesse muito distante. – S/N?!
Com o um semblante ligeiramente vago ela voltou sua atenção para o homem de olhos azuis, mas não eram aqueles que ela desejava encontrar. O tom pareceu errado, assim como o formato dos olhos, também como a forma como aqueles olhos a encaravam. Faltava a intensidade e a ferocidade implícita que ela havia testemunhado no olhar de Austin.
- Aconteceu alguma coisa? Você está bem? – o homem perguntou.
- Por que? – ela perguntou sem entender a preocupação estampada no rosto não só de Dacre, mas no de Melissa também.
- Por que nós estamos falando há quinze minutos e você simplesmente está muda? – a mulher cabelos loiros quase brancos falou.
- Na realidade, você nem parece que está aqui. – o diretor de marketing falou.
- Desculpa, Dacre. Eu só não consegui descansar bem no final de semana. – ela disse num sobressalto, despertando a curiosidade de Melissa.
- Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou visivelmente preocupado.
- Foi o cara da boate? – Melissa perguntou, a sua curiosidade mórbida se revelando. – Aconteceu alguma coisa?
- Que cara? Que boate? – Dacre parecia positivamente perdido.
- Não. Não tem nada haver com ele. – mentiu - Está tudo bem. Vocês não têm com o quê se preocupar. Só foi um final de semana cansativo. – tentando dar por encerrado aquele assunto.
Entretanto, o olhar avaliativo de Dacre não parecia querer o mesmo. S/N podia ver a curiosidade – ou a cobrança – espreitando através das sombras do rosto dele. Ele precisava parar com aquilo. Todavia, constantemente ele parecia cobrar dela uma postura que não condizia com o que ela sentia por ele. No caso, ele estava não muito além de um colega de trabalho.
- Se você precisar conversar. – ele falou obviamente se colocando a disposição.
- Não, eu só preciso ocupar minha mente. – tirar ele da minha mente por algumas horas – Só me repassem o que vocês discutiram na minha ausência, certo? – ela brincou mudando de assunto.
Dacre demorou seu olhar sobre ela durante mais alguns instantes antes continuar – Bem, nós pensamos em ser massivos nas redes sociais. Faz um tempo desde a última promoção de livros infanto-juvenis. E a Sandy quer que nos livremos da maioria dos boxes do Harry Potter por causa dos lançamentos do próximo semestre.
- Nós pensamos em adotar a mesma estratégia que usamos com os livros de true crime. Muita presença no nosso próprio Instagram e no dos parceiros. E os descontos especiais para as compras online– Melissa completou, enquanto S/N assentia tentando manter o seu foco naquele momento.
- A Anna já está com está com os últimos detalhes da vitrine quase prontos. Você quer acrescentar alguma coisa? – o homem de cabelo loiro escuro perguntou.
- Não. Para mim está ótimo. Essa estratégia já nos trouxe excelente resultados, acho que vale a pena coloca-la em ação mais uma vez. – ela diz torcendo para que ninguém exigisse dela muito mais do que aquilo.
Austin, que você está fazendo comigo?
Ela não deixa passar a obvia frustração de Dacre, que esperava, com razão, uma participação maior dela naquela pequena reunião. Quem sabe até mesmo uma das ideias originais que S/N sempre parecer ter em sua manga. Mas o que ela poderia dizer? Todos os cantos de sua mente parecia ter sido ocupada pelo loiro alto de olhos azuis. Era como se Austin não permitisse que houvesse espaço para mais nada que não fosse ele.
- Bem, então é isso, meninas. Eu estou indo verificar os últimos de vitrine com a Anna. Mel, você pode entrar em contato com aqueles parceiros que você sugeriu? – ele perguntou juntando alguns papéis sobre a mesa e apanhando o celular.
- Claro. – respondeu com leve levantar e abaixar de ombros, vendo-o se colocar de pé.
- S/N, o Adam já enviou todo material que você precisar. Faça algumas imagens da vitrine para um vídeo de divulgação, tudo bem? – ele falou ainda com aquele olhar de exasperação.
- Tudo bem. Eu vou baixar o material e subir para apanhar a câmera para começar as filmagens. – ela disse em concordância.
- Eu acho que eu não devia ter citado o cara boate. – Melissa falou observando Dacre se afastar.
- Não. Não devia. O que aconteceu no sábado não estava pauta do dia. – devolveu acida.
O rosto de Melissa torceu em um sorriso cheio de malícia. O provável reflexo de como a mente da loira já havia montado todos cenários sórdidos que ela podia imaginar. A colega de trabalho era conhecida por sua curiosidade sem limites. E S/N, por sua vez, sabia que por sua natureza reservada, acabava despertando aquele interesse quase sombrio. E o sábado havia despertado um interesse voraz da mulher.
- Você é muito sensível em relação a uma coisa que só deve ter sido uma coisa de uma noite. – a maldade implícita no tom de voz dela.
- Não, eu sou sensível em relação ao que eu quero que seja privado, e nesse, é a minha vida. E eu creio que eu tenho o direito de dividir ela com quem eu quiser. – rebateu apanhando o celular sobre a madeira clara da mesa enquanto se levantava – E nesse caso você não está na lista.
- Uma lista bem restrita...
- Você não imagina quanto. – ela disse antes de se afastar.
Austin havia esquecido o quanto Titus era entediante, mais até que a média dos seres humanos. Naquele exato momento ele lembrava porque era sempre Isao o responsável por fechar as vendas com ele. Nem mesmo a ligeira tensão do grego por estar dividindo a mesa com dois vampiros o fez se tornar divertido.
Na realidade, os humanos nunca pareceram tão patéticos, e merecedores de ter os vampiros como seus predadores. Feitos para serem subjugados por criaturas como ele, estavam no nível mais baixo da cadeia alimentar sobrenatural. Aquela era a ordem das coisas, e não havia mortal algum com o poder mudar aquilo. E nem o vampiro fraco demais para se curvar a seres tão frágeis e perecíveis. Se existisse não merecia o seu dom da imortalidade.
“Eu só espero que você não se esqueça disso no futuro” a criatura que ele havia sido disse num tom cheio de cinismo.
- Acho que podemos fazer alguma coisa sobre isso, não é Austin? – ele ouviu sotaque britânico falar de forma pontuada, como se para chamar sua atenção.
Ele só levantou seus olhos do seu sangrento filé Angus ao molho de ervas tentando entender o que havia perdido.
- O quê? – sua voz nunca pareceu tão idiota.
- Sobre a coleção Costiera Amalfitana Al Tramoto. Acho que podemos conversar sobre isso. – Callum disse encarando-o como quem diz o que porra está acontecendo com você.
- Acho que podemos sim. – falou num tom mais firme depois de um ligeiro pigarrear. – O senhor tem sido nosso cliente há anos. E Isao sempre nos deu ótimas referencias suas, Sr. Kokkinos.
- Bem, eu estou há muito tempo tentando ter essas gravuras em minha coleção. Até empreendi uma pequena busca pela gravura perdida. Obviamente não obtive sucesso. – a decepção dele se sobrepunha ao desconforto causado por ambas as criaturas – Mas eu mal pude acreditar quando Isao me informou que haviam achado a gravura em Amsterdã.
- Foi uma surpresa para todos nós, pode acreditar. – Callum confessou cortando mais uma fatia do seu lagostim – Eu mesmo julgava definitivamente perdida.
- Era uma obra perdida há quase trinta anos. Qualquer um pensaria o mesmo. – Austin colocou antes tomar um gole do vinho que harmonizava perfeitamente com o seu almoço.
Havia sido uma surpresa mais que agradável, especialmente, para Datin descobrir que a sua obra, considerada praticamente impossível de ser encontrada estivesse de volta as suas mãos depois de décadas de procura. Buscas realizadas não só por ela, mas por alguns colecionadores ao redor do mundo. O próprio Austin confessou, depois de tudo solucionado, que achava que a obra pudesse ter sido destruída em algum incêndio, ou, pela ignorância de algum leigo em arte. Todavia, a gravura não fora destruída, apesar de ter chegado muito perto daquele destino. Ter sido encontrada em um mercado de pulgas em uma das cidades mais famosas da Europa foi um golpe de sorte.
- Eu imaginei que a nossa negociação seria muito mais produtiva. Isao me fez criar expectativas sobre capacidade negociação, Austin. Sobre você ter sempre uma carta na sua manga. – Titus disse depois que sua sobremesa foi servida alguns instantes depois do prato principal. – Eu esperava um pouco mais de desafio.
Os olhos do imortal se estreitaram enquanto a xícara a sua frente expelia o aroma de frutas cítricas do seu conteúdo fumegante. Ele conseguia sentir o olhar de Callum sobre pesando sobre si, e de alguma forma sabia que o amigo pensava de forma bastante semelhante. Sua quietude anormal durante um almoço de trabalho era alarmante.
- Uma carta na manga. – falou lentamente antes de beber um pouco do seu café.
- Bem, minha compra principal a principi...
- É o Le Fleuriste –um quadro pintado por Datin durante uma temporada em Avignon, no sul da França, ele sabia exatamente o que estava sendo vendido – Ele está avaliado em um milhão e meio, mas a sua proposta é de um milhão.
- Isso mesmo. E somado ao valor das gravuras...
- Dois e trezentos e vinte. – o olhar nublado de Titus mostrava que ele não havia gostado de ter sido interrompido por uma segunda vez – E a sua proposta pelo quadro e as gravuras é de um setecentos. – um valor que Austin achava um insulto. – Dois e cem é a minha contraproposta. Ou, eu até o final da tarde encontro o comprador que leve o quadro e as gravuras pelo valor cheio.
Ele ouviu os dentes de Callum rangerem provocando um som feio, enquanto ele fingia estar muito interessado na própria sobremesa, se impedindo de falar alguma coisa que deixaria a situação ainda pior. Austin tinha plena consciência de quão arriscada era sua contraproposta, que havia soado ríspida até para si mesmo. Ele até gostaria de dizer que era ousadia, mas suas palavras estavam repletas de arrogância e pinceladas por um pouco de falta de paciência. Elas simplesmente estavam sustentadas nos comentários depreciativos, que tanto Datin quanto Isao, faziam sobre Titus Kokkinus. Chamado na maioria das vezes de ambicioso e exibicionista como uma criança mimada, que necessita da inveja dos amiguinhos para se sentir superior.
- E-eu preciso pensar – gaguejou.
- E eu de falar com um novo comprador. – disse enquanto fazia sinal para Gene, o maître.
- Isso só pode ser uma brincadeira. – Titus balbuciou inseguro.
O outro vampiro o olhava como se perguntasse a mesma coisa.
- Eu pareço estar brincando? – perguntou com o rosto vazio de qualquer tipo de emoção.
- Olha, eu venho há anos comprando as obras de Blanchett e Isao nunca me fez passar por isso. – Kokkinus falou com um sorriso duro.
- Talvez, porque você nunca tenha tentado bancar o engraçadinho com ele. - Austin usava seu tom mais calmo, quando o maître se aproximou.
- Sr. Turner, eu achei que nós tínhamos um acordo. – a fúria fazendo-o perder aquela camada do verniz de intelectual polido que Titus gostava de ostentar.
- Bem, foi você quem sugeriu esse almoço para negociar. – Callum disse com leve levantar e abaixar de ombros. – Era você quem estava curioso para conhecer as habilidades de negociação de Austin.
- Sr. Butler?! – Gene chamou aproveitando o momento de estarrecimento do velho grego.
- A conta, por favor. – o vampiro loiro em seu tom mais amigável.
- Perfeitamente, Sr. – o maître falou– Cartão?
- Sim- respondeu antes do funcionário, assentir e se afastar.
- Isso não é negociar, rapaz. – Titus retrucou evidentemente arrependido de sua sugestão de negociar com os dois marchands.
- Você apresentou a sua proposta e eu a minha. Cabe a você aceita-la ou não. Fazer uma nova proposta. E no caso não chegarmos a um acordo, e eu tenho todo direito de procurar outro comprador. – Austin falou como quem explicava o resultado da soma de um mais um.
O rosto vermelho de Titus fez o seu aroma incomodo se tornar mais pungente. Obrigando a Austin se controlar para não torcer o nariz para o cheiro.
- Eu sou um cliente especial. Isao não te explicou isso, garoto? – o homem perguntou num quase rosnado, enquanto observava o marchand beber mais de sua xícara – Eu já fiz compras que custaram muitas dezenas de milhões...O Dusk in Madagascar
- Custava cinco vezes mais e você aceitou a proposta do Isao sem chiar – respondeu como se aquilo não tivesse importância alguma para ele.
- Eu sou um cliente especial – Titus repetiu, mesmo com o rosto ruborizado, e acabou para ver o homem loiro dar de ombros.
E, mesmo com toda a bajulação, Austin nunca o viu diferente de qualquer outro cliente. Contudo, ele sempre gostou do jogo da negociação. De como poderia manipular os humanos de forma imperceptível. De como aos poucos e, principalmente, de forma sutil dobra-los a sua vontade. Especialmente, aqueles que o julgava por sua aparente juventude, até mesmo eles eram subjugados, e no final todos acabavam adorando até mesmo o chão que ele pisava. Todavia, tudo que o imortal não tinha vontade e, muito menos, paciência era para aquele joguete. Tudo que ele precisava era mostrar, talvez para si mesmo, que estava no controle da situação.
- Você tem até o momento que eu pagar a conta do almoço para se decidir, Titus. – ele falou tranquilamente empurrando a xícara e o pires alguns centímetros.
- O que você está fazendo, cara? – Callum sibilou.
- Dando um incentivo ao nosso cliente. – respondeu cinicamente observando o humano a sua frente com um olhar que fez o homem se encolher em seu assento.
- Austin, você sabe não é assim que funciona. Ele precisa pelo menos de vinte quatro horas para analisar a sua proposta.
- Eu não estou com paciência para protocolos. – ele disse fazendo movimento quase imperceptível, mas que não passou despercebido por Callum, e muito menos por Titus, que parecia estar encurralado na própria cadeira. O movimento do vampiro remetia uma besta pronta para estraçalhar o que estivesse ao seu alcançasse.
- Não é só uma questão de paciência você sabe disso. É deixar que eles decidissem sem influência ou pressão. – o característico sotaque britânico soava num tênue som de alerta, mas o meio sorriso que brincou no canto dos lábios de Austin relatava outra coisa, enquanto encarava o amigo.
Kikkonos era um mero espectador das duas criaturas com um olhar de curiosidade mórbida e um intimo sentimento de crescente de pavor.
- Influência?! – Austin chamou num tom humanamente inaudível, mas sabendo que para Callum era como se ele houvesse gritado para quem quisesse ouvir.
Foi como se uma lâmpada tivesse sido acesa dentro a cabeça dele. A satisfação nos olhos azuis era obvio antes dele voltar sua atenção para o homem lívido. O lampejo vermelho que durou milésimos de segundos passou pela íris azulada foi o aviso os fios do autocontrole de Austin estavam prestas a se romper.
E Callum só podia assistir.
- Então, Titus, por que nós não damos as negociações por encerradas? – Austin sugeriu enquanto a vontade do homem começava a se submeter a sua. – E você simplesmente não leva o quadro e as gravuras pelo valor cheio. Afinal, o que são dois milhões trezentos e vinte para quem já gastou muito mais que isso em obras de arte. Isso não te parece um excelente?
- Dois milhões trezentos vinte me parece o melhor negócio que poderia fazer. – ele concordou docilmente para satisfação do vampiro.
As pessoas ao redor seguramente não haviam notado o que acabara de acontecer, apesar de tudo Austin parecia perfeitamente controlado. Quase como se ele houvesse planejado aquele pequeno show, Callum observava com leve desconfiança. E se ele conhecia bem o amigo, como achava que conhecia aquilo era uma pequena demonstração do que era capaz de fazer. E o vampiro só se prestava aquele papel se sentia desafiado, ou, o que era raro, inseguro.
Desafiado por quem?
Inseguro por quê?
São só seres humanos, eles não poderiam desafia-lo. Ou, muito menos deixa-lo inseguro, eles foram feitos para se dobrarem para criaturas como ele. As frágeis madressilvas se curvando diante ao espinheiro.
- Eu acho que você devia acompanhar o Sr. Kikkonos, Callum. – a sombra de um sorriso sardônico brincando no canto dos lábios, enquanto observava o incontestável estado de confusão do homem.
- Depois desse estrago acho que é melhor mesmo não deixar ele sozinho. – o outro vampiro devolveu nada satisfeito com o que havia presenciado. – O que foi que deu em você? – sibilou observando Titus parecer não ter ideia do que fazer com a colher em sua mão.
- Ops, eu acho que exagerei na dose. – Austin disse em seu tom mais falso, enquanto o polegar brincava com o anel de Cianita no dedo mínimo.
Butler não podia negar o quão prazeroso havia sido ver todas as já instáveis defesas mentais ruírem diante do seu poder de manipulação. Defesas mentais, vindo abaixo, uma após a outra, como peças de dominó. Sua vontade prevalecendo sobre a do humano. Mas aqueles instantes de satisfação estavam fadados a sua própria impermanência. Porque minutos depois, que ele deixou o restaurante, a realidade voltou a soar tão forte e insolente como a voz do seu eu mais sedento de sangue e tragédia. O efeito paliativo da sua ceninha havia se esvaído na mesma velocidade com que ela aconteceu.
Você é um imbecil, Austin podia sentir o celular pesando inconvenientemente no bolso da frente do jeans, lembrando-lhe da mensagem aguardando sua resposta. O seu conflito interno havia voltado com força total.
Aquela ceninha não adiantou de nada, não é? Ela só serviu para fazer você se sentir o dono da situação. Dar uma afagada no seu ego ferido pela sua humana.
Ele queria dizer que ela não era dele, mas havia as pessoas ao seu redor, e um sentimento paralisante que vinha de algum lugar a muito esquecido dentro dele. Austin não entendia porque sentimentos que não conseguia entender continuavam a assalta-lo. O que S/N havia despertado nele para que desestabilizado tanto?
O que porra estava acontecendo com ele?
A parte dele, que tinha muito apreço pela vingança, esperava que ela pelo menos se sentisse da mesma forma. Chame-o de filho da puta, mas era daquela forma que coisas funcionavam na cabeça dele. Se ele estava sendo atormentado o mínimo que o imortal esperava era que a humana passasse por algo semelhante.
Algum tipo de lei do retorno ele esperava, ou algo muito próximo daquilo.
Você está mais preocupado com isso do que com o medalhão do seu pai, ele ouviu sua versão do século XIX perguntar astutamente. Mais uma vez Austin sentiu a sensação de culpa se instalar dentro de si. Contudo, não era como se ele houvesse esquecido da maldita relíquia, só que a criatura precisava admitir que não fazia ideia como seria estar de novo na presença da garota.
E esse receio de encontrar com a humana de novo, a voz zombeteira do Austin que ele era.
Talvez fosse realmente receio, mas não dela...Talvez dele mesmo. Ele sabia que o seu comportamento na noite que passou com a garota não havia sido o usual. As coisas que ele falou e, principalmente, as coisas que ele sentiu e como se portou diante delas. Ele até queria dizer que havia sido o cheiro da mulher, mas seria só mais uma de suas mentiras, o que ele havia sentido era mais profundo que aquilo. Mais forte do que qualquer aroma.
E uma parte dele queria sentir aquilo de novo, Austin precisava reconhecer.
Queria até demais.
A caminhada de vinte minutos até seu apartamento foi feita enquanto sua mente girava em espiral. Os comentários sórdidos da sua versão com ânsia pelo caos foram uma companhia constante durante trajeto. E assim também foi durante as duas horas seguintes, enquanto ele respondia e-mails de clientes interessados em algumas das obras de Datin. O imortal tentou se convencer que ocupar sua mente seria um bom paliativo, embora ele achasse que estava se tornando cada vez pior naquilo.
Por que você não faz logo o que tem que fazer? Você está doido para trepar com ela de novo, ele podia se ver de cabelos compridos calças pretas, que apesar de bem cortadas, pareciam imundas, assim como a camisa de botões que em algum momento havia sido branca sentado no beiral interno de uma das gigantescas da sala.
- Não vai acontecer. Quando esse encontro acontecer vai ser só para eu pegar minhas coisas. – ele quase resmungou aquilo.
Se fosse com a puta insossa da Dejours eu teria toda certeza. Mas duvido que você vá encontrar a sua humana e ir embora sem enfiar o pau nela de novo, ele soou tão impertinente e zombeteiro como sempre.
- Ela não é minha humana. – disse num tom que até para ele não parecia tão convincente.
Então é melhor você se esforçar mais um pouco em relação a isso. Não soa muito convincente, qualquer coisa que ele tinha para falar foi esquecida quando o som de alerta de notificação de mensagem do seu celular soou. Austin apanhou o celular sobre a mesa de jantar, ao lado laptop, para encontrar o nome do Isao como remetente, lhe informando da realização da compra por Titus e que sua comissão estaria em sua conta bancaria em vinte quatro horas como sempre.
Austin tentou ignorar inquietação cada vez maior dentro si, enquanto as cores no céu mudavam e o dia se transformava em noite. Ele se esforçou para pensar em uma rotina para aquele final de dia, começando por um banho. Quem sabe depois cozinhar alguma coisa. Comer assistindo A Woman Under Influence, um dos filmes seus favoritos e onde conseguia ver a natureza humana em plena ação. E quem sabe varar a madrugada tocando piano como ele gostava, ignorando a mensagem de Callum que dizia que apareceria mais tarde naquela noite para que ele explicasse o que porra havia sido aquilo durante o almoço. Todavia, ao sair do banheiro dez minutos depois com o cabelo úmido e a toalha acinzentada presa envolta da cintura estreita, não foi à calça de moletom favorita que ele apanhou depois de apanhar a cueca na primeira gaveta a esquerda do armário. Também não foi a velha camiseta do time de hockey favorito. Suas escolhas foram um dos seus jeans mais surrados, a primeira camiseta branca da pilha na prateleira do meio, as botas de sempre e, para fechar tudo, a velha jaqueta couro que ele havia achado em um brechó em Berlim anos atrás.
Definitivamente podemos dizer que os planos mudaram, ele se ouviu dizer, enquanto apanhava as chaves da Harley Heritage Classic 114 e o capacete que o ajudava em se manter dentro do papel de humano frágil.
Eram quase sete da noite quando a invejável moto preta deixou a garagem do prédio de alto padrão. Nuvens se acumulavam no céu noturno, relâmpagos irrompiam de tempos em tempos, anunciando que aquela noite provavelmente seria de tempestade. O vampiro conseguia ver a pressa tanto das pessoas nos carros, quanto dos pedestres, para escaparem da provável chuva que desabaria em breve sobre a cidade. Ele sempre gostou de noites como aquela, era como se Nova Iorque obrigasse a todos a lhe darem algumas horas para que ela pudesse se refazer para começar tudo de novo em seguida.
Embora ele só tivesse desenvolvido aquele gosto com o passar do tempo.
Em seus primeiros anos como imortal Austin costumava odiar noites como aquelas. O aguaceiro costumava esvaziar as ruas quase por completo, só permanecendo nelas bêbados errantes e algumas putas geralmente cheirando a destilado barato e haxixe. Ele odiava o sabor que aquelas duas coisas combinadas, ou, separadas davam ao sangue. Ambas conseguiam anular o sabor do sangue mais delicioso. Ele nunca entendeu o prazer dos seres humanos de se entupirem de substancias de tão baixa qualidade. Criaturas como ele, no século XIX e meados dos XX, que precisavam se alimentar de quem encontrasse pelas ruas teriam que baixar as expectativas quanto ao sangue que encontrariam em noites como aquelas. Entretanto, o tempo passou, e ele, enfim, tinha como gostava de chamar, pontos fixos de alimentação. Também conhecidas como garotas tímidas e solitárias com um sangue um pouco acima do trivial com quem ele poderia se divertir e saciar sua sede.
Uma bela mudança de situação.
O brilho dos relâmpagos iluminando o céu foi se tornando cada vez mais frequente, dando impressão que as nuvens se sobrepunham a um vazio desolador. Muito antes que os humanos pudessem ouvir os primeiros rumores dos trovões eles chegaram aos ouvidos de Austin. Uma sinfonia de estrondos graves em expansão, que ele mal dava atenção. Apesar de todo cenário ao seu redor sua mente estava concentrada na desculpa que ele daria a S/N por não responder a mensagem, mas, ainda sim, aparecer na casa dela sem ao menos avisar.
Ele se sentiu como um adolescente em uma comédia romântica, de enredo previsível, ensaiando um futuro diálogo de frente ao espelho. Austin começava a se perguntar o quão mais idiota ele poderia ficar. Desde quando ele precisava ficar dando justificativas a um ser humano, eram as coisas dele e estaria no apartamento da garota para pegá-las de volta.
E só.
O loiro alto adentrou ao prédio de fachada avermelhada pela segunda vez às 7:27 de uma segunda-feira gelada, capacete preto fosco apoiado no antebraço coberto por couro marrom. Assim como no sábado o lugar, onde deveria estar porteiro do prédio, estava vazio. Contudo, o lugar já não era tão silencioso como da última vez que esteve lá. Ele podia ouvir o chuveiro ligado do andar em que estava. A TV ligada em um daqueles programas sensacionalistas que as pessoas pareciam ter verdadeira adoração no segundo andar. Ainda no segundo andar pôde ouvir duas mulheres conversando, uma delas se queixando da sua chefe, que segundo suas próprias palavras não passava de “puta escrota��. No terceiro andar sua audição sobre-humana instintiva distinguiu, enquanto ele ia em direção as escadas, os sons do apartamento de S/N. Ele deu a desculpa para si mesmo que só estava fazendo aquilo para constatar que não havia saído de TriBeCa inutilmente. E o que ouviu o surpreendeu, a voz de Steve Ray Vaughan em Life Without You, na versão ao vivo em Montreux, 1982, soava num volume descente.
Não podemos dizer que ela não tem um bom gosto musical. Quantas das garotas que você fodeu e se alimentou desde o começo dos anos dois mil que escutavam blues, tom petulante que ele conhecia bem soou fazendo-o pensar que ele poderia contar em uma mão, e ainda sobrariam dedos.
Era uma pequena surpresa agradável saber que havia jovens desse tempo que ainda sabiam apreciar uma boa música.
Ele não podia negar que apesar de tudo, havia algo em S/N que o atraia, e não era só sangue e o sexo.
Estar de volta a segurança do seu apartamento depois de um dia dominado pelo caos. O dia onde tudo parecia cooperar para dar errado. Depois da reunião Melissa e Dacre tudo pareceu ser uma sucessão de desastres. Como ela se esquecer de fazer o roteiro dos posts que seriam veiculados nas redes sociais da livraria. A culpa por ter derramado sem querer café sobre a mesa de Kodi, manchando os papéis que estavam sobre ela. Naquele instante ela pôde sentir o olhar de perfurante de Dacre, que estava na sala, querendo adentrar em sua mente, numa tentativa de descobrir o que estava acontecendo. O fato era, que nem mesmo ela sabia dizer com segurança o que estava acontecendo. O porquê da mente dela estava fazendo de tudo àquilo maior do que realmente era.
Por isso, voltar para casa onde com seu pensamento obsessivo ela não um risco para mais ninguém, que não fosse ela mesma. Ainda sim, a garota se obrigou a deixar o celular de lado e tentar não pensar mais naquilo, indo procurar algum refúgio na música. Deixar que aquilo a envolvesse tirasse a tensão do seu corpo e levasse a sua ansiedade embora. E naquele exato momento tirasse o foco de S/N do assunto Austin e suas joias em poder dela. Stevie Ray Vaughan havia sido designado para tal missão, depois que ela saiu do banho.
Usando uma camiseta preta antiga que mal chegava até suas coxas, peça que havia roubado do irmão em uma das viagens para ver os pais no Natal de alguns anos atrás. A parmegiana que havia sido congelada na noite anterior seria seu jantar, depois de uma visita ao forno por vinte minutos. Se aquele momento idílico havia funcionado S/N não tinha muita certeza com os seus pensamentos ansiosos. Mas para o alivio dela, haviam diminuído mais do que se podia imaginar. Talvez fosse um presente de sua mente exausta.
Ela gostaria de poder conversar com alguém naquele momento. Ou melhor, conversar com Shannon naquele momento, mas certamente a aquela altura ela ainda não teria sido liberada do seu plantão diurno na ala obstétrica do First Hillo, onde era enfermeira. Aquela era uma das desvantagens de estar longe de casa e rodeada por pessoas, as quais ela nunca conseguiu confiar completamente. Falar abertamente o quanto ela não se sentia completamente normal desde o domingo pela manhã. Se ela pudesse falar com Shannon com certeza a amiga lhe diria que ela não estava sendo minimamente normal.
Porque não pode ser normal deixar que um cara que é quase um desconhecido tomar conta da minha cabeça desse jeito, ela deixou sua mente vagar enquanto escovava os dentes depois do jantar. Até alguma irritação começava a sentir por toda aquela situação. Por ter aceitado o champanhe dele para começar, teria sido melhor ficar imaginando como poderia ter sido. E pela segunda vez em menos de vinte quatro horas seus pensamentos zombaram dela. Era óbvio que ela se arrependeria se tivesse feito o papel de durona, ela pensou com frustração. Todavia, antes que ela pudesse se livrar daquilo a campainha soou fazendo com que ela reprimisse o suspiro desalento.
Ela logo está enxaguando a escova e os resquícios do creme dental da boca. Rapidamente ela secou os lábios na tolha de rosto deixando-a sobre a pia do banheiro antes de sair de lá para sala. O único pensamento que havia em sua mente era o que a Sra. Spencer tinha em mente para mandar Jose entregar circulares sobre a próxima reunião de moradores, quando eles já haviam tido uma a menos de dez dias. Aquilo era bem típico dela. A Sra. Spencer achava as noites de segunda-feira ideais para aquilo.
Mas ao entreabrir a porta limitada pela corrente ela constatou que o porteiro nunca foi tão alto, nem tão loiro e muito menos tinha aqueles olhos azuis. E também não tinha a capacidade de fazer as pernas dela tremerem.
- Oi, S/N. – ele disse com seu tom profundo e uma sombra de um sorriso.
-Oi, Austin. – ela devolveu em um leve tom de surpresa. Ele era a última pessoa pensou que veria naquele dia. Mas lá estava mais uma vez o homem mais bonito que já havia visto, de pé do lado de fora de porta outra vez. Vestido de forma mais simples que a última vez e parecendo ainda mais deslumbrante.
- Desculpa aparecer assim...
- Sem avisar? Sem ao menos responder minha mensagem? – ela perguntou sem ao menos pensar no que dizia, sobrepondo a guitarra virtuosa de Vaughan.
Austin não gostou do tom na voz dela.
Quem aquela humana achava que era? Entretanto, gostou menos ainda da surpresa e do constrangimento que percebeu refletir de si. Ele havia esquecido quem ele era? A cobrança pela falta de resposta era valida, mas como aquilo tinha soado havia gerado nele mais outras daquelas sensações que o imortal não sabia como lidar. Como se já não bastasse o aroma dela o atordoando, mesmo não havendo a urgência da sede.
- Eu sei que tenho que me desculpar com você, S/N. A gente precisa conversar. – quando ele se deu conta àquelas palavras sorrateiramente saíram dos seus lábios – Posso entrar? – ele perguntou vendo um ligeiro conflito que havia se formado dentro dela refletido nos olhos castanhos.
Pra quê tanto suspense? O que ela vai dizer: “Volte amanhã em horário comercial”? Ela não tem muita opção, a parte mais impaciente dele disse com todo cinismo que lhe cabia.
Em silêncio ela voltou a fechar a porta para retirar a corrente e abrir, finalmente, para deixa-lo entrar. Foi como um novo mergulho, só que sem o flagelo instalando-se em sua laringe. E puta que pariu, quando ele finalmente pôde vê-la sem empecilho da madeira entre eles. O que ela estava tentando fazer recebendo-o vestida daquele jeito? Ela estava tentando criar rachaduras na frágil fachada das convicções que ele tinha para aquela noite? Mesmo que seu lado racional lhe dissesse que ela não tinha como saber que ele iria aparecer de repente em sua porta. Mas o sangue correndo frenético em direção a sua virilha não permitia que seu cérebro formasse pensamentos coerentes.
- E então? – ele a ouviu perguntar enquanto o observar uma leve curiosidade nos olhos, depois de fechar a porta parando frente e desligar a música.
- E-eu só...Eu só – lá estava ele de novo gaguejando e lutando com as palavras. – Eu devia ter respondido sua mensagem.
- Teria sido educado pelo menos. Você me ignorou mesmo eu dizendo que estava com suas coisas. Eu não estava querendo forçar nada.– ele também não gostou da resposta da seca dela. Não depois do que ele havia experimentado.
- Eu sei. – foi tudo que ele conseguiu dizer.
Era óbvio que ele sabia daquilo, mas vê-la verbalizando aquilo só o fez se sentir ainda mais idiota. Lógico que ela não estava tentando forçar nada, ele sabia. S/N só queria mesmo acabar o mais rápido possível com qualquer laço entre eles, por mais insignificante que fosse. Que cada um pudesse seguir seu caminho. Na realidade, nunca foi ela tentando prolongar aquela situação, sempre havia sido ele mesmo. Austin estava consciente que no momento que respondesse aquela mensagem estaria a um passo de acabar. Que todo seu tormento era sobre estar divido entre ter o medalhão do seu pai de volta e a possibilidade daquilo cortar o seu último vinculo com a humana.
Eu fico com ela e posso dizer adeus à sanidade, que levei décadas para conseguir ter de volta, ele fez questão de se lembrar.
Talvez, um pouco de insanidade te faça bem, aquela contraparte da sua personalidade sedenta pela loucura parecia mais convincente do que sua parte equilibrada.
-Eu vou pegar suas coisas. – ela disse num esboço de sair da sala.
- Eu não quero que as coisas entre a gente fiquem assim. – ele recomeçou como se não a tivesse ouvido. Ele até podia sentir os dedos formigando para tocá-la. – Você achando que eu sou um idiota, mesmo que tudo esteja indicando justamente isso. Eu só não quero ir embora com essa sensação de que você está se livrando de mim, S/N...
Agora ajoelha e implora o perdão dela, seu idiota., Austin podia ouvir o Austin arrogante dizer-lhe num acido e impaciente.
O que acontece com você quando está com essa garota?
- Na realidade, eu não quero ir embora – e mais uma vez as palavras pareciam sair da boca dele por vontade própria. Ele quase sentiria raiva de si mesmo, se não fosse à percepção do mesmo desejo estampado no rosto da humana e confirmado pelo som frenético do coração dela. Ela também o queria lá.
- Você não precisa ir embora, Austin. Eu também não quero que você vá. – o tom era quase de confissão.
- Eu não consegui parar de pensar em você. – ele dizia enquanto fechava o incômodo espaço que os separava.
- E eu de pensar em você...Meu dia foi péssimo. – ela observando-o trocar o capacete de mão antes dele se inclinar em sua direção.
- O meu também não foi nada fácil. Eu não consigo entender o que você está fazendo comigo. – ele podia quase ver o Austin sanguinário revirando os olhos enquanto o observava falar como se não tivesse controle.
-Acho que estamos empatados.
É a última vez, ele tentou se convencer, enquanto se inclinava para colocar o capacete sobre o sofá.
É a última vez, quando se permitiu inebriar pelo o aroma inesquecível que emanava dela.
É a última vez, endireitando-se deixando seus dedos encontrarem os cabelos macios dela e seus olhos vagarem para os dela e descerem em direção aos lábios rosados. Mesmo que fosse pela última vez Austin precisava sentir de novo o beijo dela e sensação da língua dela na dele. Os olhos de ambos se fechando, enquanto um cedia ao outro.
Ele precisava dos lábios dela, da doçura quente e picante contida neles. Precisava daquilo como um moribundo necessitava da cura. Não havia a sede pelo sangue de S/N, mas a necessidade por ela continuava. Como se não pudesse ser contida, ou satisfeita.
É a última vez, mas naquele momento ele podia fingir que não. Fingir que aquela noite podia durar para sempre. Se deixar envolver pelo encantamento de como o corpo pequeno dela se encaixava perfeitamente em seu abraço. Ou, como os braços dela pareciam perfeitos envoltos em seu pescoço. Ou, ainda, como ela precisava ficar na ponta dos pés para alcançar os lábios dele.
É a última vez...
Era última vez, mas o vampiro podia simplesmente fingir que não pelas próximas horas.
O beijo só foi interrompido quando ele percebeu a garota por lutando por ar, mas sua boca, língua e dentes nunca deixaram a pele dela. A leveza do sabor único dela sobre seu paladar era sensual, assim como seu aroma se tornava a cada segundo mais voluptuoso. O corpo pulsante e quente contra o dele...O corpo dela. O calor dela.
Austin não podia pensar muito naquilo, mas seus sentidos estavam entorpecidos por ela. Os lábios frios pela sensação de frescor da hortelã se mesclando ao aroma natural de S/N tornando tudo mais difícil. A dureza dele cada vez mais obvia marcando o velho jeans. Um suspiro excitado dela ao senti-lo soou como uma sinfonia.
- Eu adoro os sons que você faz...O quanto você é sensível. – o tom de confissão estava implícito na voz dele.
- Eu não sei o que você está fazendo comigo...Acho que nunca fui assim com mais ninguém – ela disse numa voz quase sussurrada tão reveladora quanto a mão que deslizava pelo peito dele descendo pelo abdômen, enquanto os lábios deles se encontravam mais uma vez.
Quando a mão dela encontrou seu membro, que ficava cada vez mais rígido sob o jeans, ele sentiu seus joelhos fraquejarem. O suspiro abrasado que escapou dos lábios cheios do vampiro, a forma que a mão pequena o aperta e o esfrega é perfeita. Suja e perfeita. Da forma que ele precisava. O cheiro dela cada vez mais quente e picante flutuando no ar, tomando conta de cada canto da sala. É tão insanamente bom que ele sente o pênis latejar dentro do seu confinamento.
- Isso é bom... – ele gemeu contra os lábios dela.
- É só o inicio do que eu desejo fazer com você – Austin não podia negar que estava gostando daqueles pequenos momentos de ousadia.
- Isso é um blefe, ou, uma promessa? – ele provocou com sua voz soando uma oitava mais grave.
Pelo brilho que Austin via nos olhos S/N, quando ela o encarou ao se afastar um pouco, alguma coisa lhe dava a certeza do que a humana lhe dizia ela pretendia cumprir. Era o mesmo brilho incandescente que ameaçava consumi-lo naquela primeira noite. E ele sentia a necessidade torturante de ser consumido, da forma que ela desejasse.
- O que você acha? – ela perguntou abandonando a carícia para ajudar a outra mão desafivelar o cinto da calça.
- Acho que vou ter que pagar para ver. – disse já sentindo falta do toque aterrador.
O som do fecho metálico do cinto e o farfalhar dos jeans seguido pelo som do zíper sendo aberto nunca pareceu tão sexy. Mas foi quando ela ajoelhou-se diante dele foi que aquela sensação que ele havia tido a quase quarenta e oito horas voltou, aquela mulher estava lhe sendo ofertada, como um presente. Um presente que ele talvez não merecesse.
Austin abandonando a estranheza que aquela sensação lhe causava começou despindo a jaqueta para depois fazer o que lhe foi sugerido. Ou melhor, não era uma sugestão, era uma isca que ele fazia questão de morder. Valia a pena se aquilo levaria a tê-la ali aos seus pés liberando o seu pau vermelho e inestancável de pré-sêmen do confinamento da cueca Calvin Klein preta. Ele consegue ver a ponta da língua dela espreitando por entre os lábios, o imortal consegue ver que ela anseia por da mesma forma que ele anseia por ela.
Não que ele precisasse de mais aquela evidencia, porque o aroma dela já lhe dizia tudo que ele precisava saber, mas ver que aquilo era algo que S/N não conseguia controlar era um afago em seu ego já inflado.
Em momento algum ele precisou dizer a ela o que queria, ou como começar. O vampiro simplesmente deixou que a humana fizesse dele o que bem entendesse. E quando os dedos dela se fecharam na base do membro rígido dele e a língua alcançou os testículos pendentes. Aquilo quase fez os joelhos dele quase cederem.
- Puta merda...Isso é bom – ele num tom que denotava necessidade. – Você tem uma língua incrível, baby.
Ele só conseguia pensar naquele instante que ir ao encontro dela havia sido a melhor – e impensada – decisão que já havia tomado. Todavia o vai e vem da mão de S/N em seu pênis fizeram qualquer pensamento coerente saírem pela janela um segundo depois. A combinação de ambos os estímulos o empurravam para uma espiral de sensações vertiginosas que ele nunca havia experimentado. O que era muito raro para um vampiro de duzentos anos.
Alguma coisa lhe dizia que talvez ele devesse se preocupar com aquilo, mas havia aquela parte dele que estava sendo atraído como o ferro pelo imã. Irresistivelmente arrastado, ou talvez, ele estivesse indo por vontade própria. Todavia, não era hora de fazer conjecturas sobre aquilo, não quando a sua humana se mostrava tão disposta a agrada-lo, quando ele se sentia dolorosamente mais duro.
Os olhos dela encontraram os dele quando aos poucos ela abandonava aquele glorioso trabalho em suas bolas. Austin queria dizer que precisava da boca dela ao redor do pênis tenso, mas ela parecia ter acesso aos pensamentos dele, e ainda sim, se permitindo não fazer a vontade do imortal imediatamente. Decidindo por traçar com ponta da língua as veias evidentes do membro rijo, e tudo que ele conseguia fazer era gemer entregue a vontade dela.
- Você realmente quer me enlouquecer? – ele perguntou com voz tremula. – Eu quero estar dentro da sua boca.
- Você poderia segurar o meu cabelo? – ela perguntou o olhando, as mechas aneladas emoldurando o rosto dela, dando-lhe um aspecto quase angelical...se não fosse pelo membro dele a centímetros dos lábios dela.
Cuidadoso ele junta as madeixas castanhas e macias em sua mão segurando em punho, enquanto ela apoia as mãos em sua coxa e nádega. Quando a boca dela envolve a glande rubra foi como ser enviado para o paraíso sem escalas. O gemido indescritível que saiu dos lábios suplantou o som da chuva torrencial que já caía sobre a cidade. Era tão bom.
Tão malditamente bom.
O vampiro gostaria de perguntar onde ela havia aprendido aquilo, mas, de repente, ele percebe que a ideia de S/N fazendo isso com alguém que não fosse ele lhe trazia um gosto ruim na boca. A simples ideia já lhe parecia desagradável o suficiente, Austin decidiu que não precisava saber aquilo. Ele preferia pensar nela se esforçando para agradá-lo, afinal, era aquilo que justificava existência dos seres humanos. Eles estavam aqui Terra para agradar e satisfazer criaturas como ele, com o sangue e o sexo.
- Você está indo tão bem, baby. Me deixando entrar nessa sua boquinha assim – a excitação se infiltrando em cada palavra enquanto o seu polegar acariciava a bochecha da humana. Ela o observa com olhos brilhantes à medida que cada centímetro do membro duro avança na boca dela, chegando ao fundo da garganta.
Ela era perfeita daquele jeito.
A criatura estava hipnotizada observando a humana tomando cada centímetro dele, sentindo seu membro rijo sendo envolvido pelo calor úmido da boca de S/N. Ela havia sido feita para aquilo, ou melhor, para ele, para toma-lo daquele jeito. Os feromônios enrolando-se ao cheiro único dela fazendo de tudo ainda mais devastador. Ele nem precisava ver para saber que naquele instante das dobras rosadas dela a umidade jorrava em abundancia.
- Porra...tão fundo– ele sibilou quando sentiu a ponta sensível do pênis bater no fundo garganta percebendo que havia chegado ao limite.
Austin a ouviu puxar o ar pelo nariz antes de acariciar a coxa despida dele como um sinal que ela estava pronta para que começassem.
A sensação aterradora de plenitude de ter Austin daquela forma era um sentimento completamente novo. Não que S/N fosse uma total inexperiente naquilo, mas também não se tratava de alguém com uma experiência vasta. Ainda sim, ela sabia que nunca havia se sentido daquele jeito, e algo lhe dizia que provavelmente não voltaria a sentir nada nem meramente parecido. Era algo inerente a ele. Somente a ele. Ela nunca havia se sentido confortável em fazer sexo oral com os homens – dois – que com quem teve contato íntimo casual. Todavia, com Austin era como se ela necessitasse em senti-lo de todas as formas, de tê-lo correndo em suas veias, ainda que aquilo parecesse estranho até mesmo para ela.
Era insano. Eles mal se conheciam...
E ela já estava se desmanchando por ele.
A umidade que jorrava por entre as pernas intensamente, assim como a dor torturante instalada lá, era a prova de que ela era irremediavelmente atraída por ele. Como uma mariposa atraída pela lâmpada, mesmo sabendo que o calor dela queimaria suas asas. Ainda sim, ela só desejava agradá-lo. E num entendimento silencioso, através de um simples olhar, eles começaram. O membro dele entrando e saindo parcialmente da boca dela, fazendo-a ouvir os suspiros pesados de Austin, o corpo dele parecia vibrar sob o seu toque.
Ela amava aquilo. Saber que era o motivo pelos olhos azuis enevoados pelas sensações que ela estava proporcionando aquele insanamente lindo.
- A sua boca é o céu...- ele gemeu enquanto se empurrava na garganta dela, fechando os olhos e se abandonando no próprio prazer que lhe estava sendo entregue.
Ela não sabia que podia se sentir tão excitada por deixar um homem usa-la daquela forma. A garota podia sentir a umidade corria insanamente dela fazendo a sua calcinha grudar em sua pele sensível, escorrendo pelas suas coxas pressionadas uma contra a outra, numa tentativa aliviar necessidade dolorosa por toque, alguma fricção.
Ela estava latejando, seu corpo parecia prestes em entrar em combustão espontânea só de Austin preenchendo sua boca. Quando se tratava dele era como se todo se o corpo não conseguisse se controlar. Como se tudo que sentisse estivesse elevado ao máximo. S/N não sabia como aquilo era possível, se era normal desejar tanto alguém. Mas alguma coisa lhe dizia que o absurdo com Austin poderia parecer perfeitamente plausível.
Ele já havia tido mulheres naquela posição mais vezes que um ser humano conseguiria lembrar. Mulheres que não havia conseguiram leva-lo tão bem em suas bocas, apesar de todos os esforços para satisfazê-lo. Algumas eram inexperientes demais. Outras que o fizeram sentir tão bem que fizeram o imortal lamentar, por um minuto ou dois, a necessidade descarta-las. Todavia, seu anonimato valia muito mais do que uma boquinha habilidosa. E, então, veio S/N despertando nele aquela necessidade primordial. Fazendo o imortal se sentir cada vez menos vampiro com aquela sensação. A mesma que ele associava aos resquícios de humanidade, que alguns como ele lutavam para aniquilar. Ou, que também estava conectado ao medo que a maioria tinha de passar a existência sozinha.
Não que Austin fizesse parte da maioria.
Contudo, vê-la com os lábios ao redor da sua circunferência, levando-o tão fundo em sua garganta, despertou aquele lado selvagem e completamente instintivo. Primitivo e incontrolável, quase territorial. Ele desejava que mais ninguém tivesse o que ele tinha. Que devia ser só dele. Ele queria de forma avassaladora marca-la, fazê-la dele. Deixar bem claro a quem a humana o pertencia, mesmo que uma parte do cérebro lhe disse que aquela deveria ser a última vez.
Enquanto aquela parte que ele achava ser a equilibrada do seu cérebro dizia que nada daquilo fazia sentido, mas os seus instintos impunham justamente contrário. A necessidade física de colocar aquilo em pratica era quase dolorosa. Seu pênis estava impossível e dolorosamente mais duro, suas mãos estavam tensas, assim como os músculos do seu corpo. Algo completamente desassociado da eminencia do seu clímax, que naquele momento parecia torturantemente se recusar a chegar, mesmo que o corpo dele estivesse sendo varrido por ondas e mais ondas de intenso prazer.
- Porra – ele gemeu jogando a cabeça para trás, enquanto a boca talentosa da sua humana o deixava naquele estado aterrador. Entrementes ele precisava para-la seu instinto exigia aquilo antes que fosse tarde demais e a boca dela continuasse com aquele tormento – S/N. – ele chamou numa voz que poderia ser confundida com um dos seus vários sussurros necessitados. Em resposta ela continuou seu trabalho com ainda mais esmero, fazendo os olhos de Austin revirar com a intensidade da descarga de excitação que percorreu cada célula do seu corpo naquele segundo – S/N – ele chamou mais uma vez depois reunir mais força em sua voz fazendo com que os olhos dela, enfim, encontrarem os dele.
– Eu que...Eu preciso gozar, mas não assim. Não na sua garganta. – ele disse para que segundos depois ela o deslizasse lentamente para fora de sua boca. De onde ele saiu com um suspiro carregado – Preciso que você tire suas roupas e vá para aquele sofá... Vamos, baby.
Logo ela fez o que lhe era pedido, já de pé ela tratou de se livrar as próprias roupas, ficando completamente exposta para ele. Enquanto Austin se desfez das suas. Ela tomou o lugar no sofá, enquanto o imortal ajoelhava-se devotamente a sua frente. A parte frontal das coxas dele roçando levemente no sofá, e a parte lateral na pele dela. Ele nunca esteve tão excitado, da sua glande o pré-sêmen jorrava abundantemente se misturando a saliva dela.
- Eu não tenho ideia do que eu fiz para merecer isso – falou ao ser agraciado com a visão dela completamente exposta para ele, ainda mais molhada. A umidade havia que escorrido para a parte visível das nádegas dela, pingando incessantemente no sofá. – Tudo isso para mim – não foi uma sugestão, ou uma pergunta, era uma constatação dita tom num de orgulho, quando sua mão em punho se fechou ao redor do seu pênis – Você é a visão do paraíso – os sons úmidos dos golpes enchiam a sala – Meu pau nunca esteve tão duro...E tudo isso é para você
Vê-la aberta somente para ele com a carne rosada pulsante e impossivelmente mais úmida o enviava ao seu limite ainda mais rápido. A forma como ela o observava, os olhos grudados nele, quase hipnotizados. Um misto de apreciação com desejo. A construção era implacável do seu orgasmo sob aquele olhar, fazendo seus músculos das coxas e do abdômen ficarem tensionados brutalmente.
- Isso mesmo, baby. Toque-se para mim. – Austin disse ao ver os dedos, indicador e médio, dela alcançarem a vulva encharcada.
O roçar sôfrego dela naquela parte sensibilizada pela excitação empurravam duramente o vampiro para a borda. Os quadris dele perseguiam determinados à própria liberação. A imagem de S/N tocando-se por ele, os sons que saíam dos lábios dela era algo que ele saberia que nunca seria capaz de esquecer.
- Você não tem ideia do que está fazendo...Te ver assim está fazendo comigo – ela disse numa voz cheia de necessidade. – Eu quero tanto ver você gozar.
Aquilo parecia uma suplica.
Ele podia ver o brilho e calor nos olhos dela.
E foi como se o corpo dele estivesse esperando somente por aquilo para que os músculos das coxas, das nádegas e do abdômen se contraírem violentamente quando grossos jatos brancos dispararam da ponta do membro rubro. A humana afastou os dedos do seu clitóris observando o liquido quente esbranquiçado atingir seu vente e a carne entumecida, enquanto os gemidos guturais dele enchiam a pequena sala.
- Porra, S/N ... Era isso que você queria? – ele lamentava enquanto jorrava o sêmen grosso pela fenda em sua glande. – Me ver gozando duro desse jeito?
Ela nada respondeu distraída demais com a imagem do homem desconcertantemente bonito diante dos seus olhos. O latejar doloroso da vagina dela de se tornava quase insuportável, aquela visão era demais para S/N. Ele parecia tão entregue ao seu próprio orgasmo, era coisa mais linda e lasciva que ela havia visto. O Adônis ressurgido.
- Você é lindo – ela diz enquanto a liberação quente dele escorre sobre a pele dela chegando entre as pernas.
- E você parece que nasceu para estar assim, coberta pelo meu esperma, amor – a mulher mal registrou aquelas palavras enquanto à sua pele arrepiava pela sensação quente do liquido.
O centro entre as pernas pulsava dolorosamente ela nunca precisou tanto do próprio apogeu como naquele momento. Ver Austin na própria euforia orgástica só a deixava mais carente, sedenta até. A fina camada de suor que começava a cobrir a pele levemente dourada passava a sensação que ele cintilava sutilmente sob a iluminação amarelada vinda do teto do apartamento. Era quase irreal vê-lo descer do seu ápice com os olhos fixos nela.
Um olhar carregado de apreciação e de um reflexo de posse.
- Você não tem ideia de quanto te cai bem – ele levando seus dedos a pele coberta por seu fluido leitoso. – É como se você tivesse sido feita para isso.
- Por favor, por favor...- ela choramingou com uma voz cheia desejo enquanto seus dedos vagavam de volta para o calor doloroso entre as pernas.
- Não, não eu cuido disso. Eu quero que os meus dedos sejam o seu deleite – falou impedindo com uma mão que ela continuasse, enquanto a outra escorregava coletando sêmen pelo caminho.
Ela mal conseguia registrar as palavras de Austin, era difícil se concentrar em outra coisa que não fosse o toque dele e o latejar constante em seu centro. Ela acompanhava hipnotizada enquanto os longos dedos do loiro, cobertos pela sua própria liberação, rastejarem sobre seu ventre descendo cada vez mais baixo. O coração de S/N acelerado pelo sentimento de antecipação crescente dentro dela. A umidade fluindo desavergonhadamente de dentro da garota.
- Oh, meu De...- a frase desvaneceu diante o toque avassalador, era tão bom. Tão insanamente bom que ela queria que nunca acabasse. Austin a acariciava com o requinte de quem sabia exatamente o que estava fazendo. E ela se entregava a ele sem reservas.
Se fazia dele sem reservas.
Ela era dele.
Para o bem, ou para o mal. Para a sanidade, ou a insanidade, ela era dele.
Ele tinha tanta certeza daquilo como tinha da sua condição como vampiro. Como tinha certeza do chão duro sob seus joelhos. Como o teto sobre a sua cabeça. Como o som dos gemidos dela que enchiam aquele lugar..
*Chivas Royal: Marca de whisky produzido na Escócia. O valor pode passar dos 900 reais.
*Patricius Tokaji Aszú 6 Puttonyos: Marca de vinho possui uma receita única e histórica que revela seus melhores sabores e aromas, extraindo o melhor de suas uvas e unindo em seus métodos, características antigas com traços de modernidade. Desenvolvido na histórica vinícola Patricius, na Hungria. O valor da garrafa pode custar mais de 800 reais.
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Apostas - Moon Taeil (NCT)
_: Taeilxreader, smut, masturbação (f e m), dirty talk, jogo de cartas, aposta, Taeil usando saia, protagonista que nunca foi tocada (ou quase isso.)
N/a: Gente, eu sou obcecada pelo Taeil na era Fire truck e precisei lançar algo com ele dessa era. É isto ❤
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— Uno! — a mão da garota ergueu a carta até acima da cabeça e um sorriso debochado tomou conta dos lábios do homem — O que foi? Está com medo de perder? Qual é, Taeil? 'Cê tem mais duas cartas aí, não é possível que não vai conseguir virar o jogo. Você já foi bom no Uno, acho que está enferrujando.
— Se eu fosse você não cantaria vitória antes do tempo. — retrucou, aproveitando para espetar os fios amarelados e dedilhar o pingente do brinco — Quero uma dica sobre a sua carta aí. Bora, pode ir falando logo.
— O quê? Não mesmo! Se eu contar vai ficar fácil para você.
— Pensei que fôssemos amigos. — as sobrancelhas se uniram, tristes, e ele permaneceu com aquele semblante de cachorro abandonado para ela que não lhe deu ouvidos — Está bem, vamos fazer uma aposta então.
— Ihhhh, não confio muito em você. Todas as vezes que apostamos eu saio cada vez com menos grana.
— Eu prometo que dessa vez não terá dinheiro envolvido.
— Okay, então me conta aí como vai ser.
— Uma aposta simples, quem ganhar vai receber os cuidados do perdedor durante o restante do dia.
— Como é que é? Não, não e não. Sei como você sabe ser preguiçoso quando quer, e me recuso a limpar e fazer comida logo hoje que é feriado.
— Ué?! E você não estava convencida de que iria ganhar? — dito isso, a garota mordeu o lábio inferior e se calou, observando o amigo bater uma carta na outra enquanto lhe direcionava um sorriso de canto — Vai apostar ou não, perdedora?
— Vou, e não sou perdedora coisa alguma. E outra, já adianto que não vou ser sua empregada. Nem pense nisso.
— Não pensei. — riu soprado, prosseguindo ainda com o resvalar das cartas — Mas e você, o que vai querer que eu faça?
Ela parou para pensar e não conseguiu concluir o que queria de fato. Claro, tinha um desejo sim, mas era arriscado. Não queria perder a amizade com Taeil por conta daquilo, e devido a isso preferiu não responder.
— Joga a tua carta aí, deixa de enrolação. — desviou do olhar intenso do amigo e baixou a cabeça, não notando o exato momento em que ele se curvou para frente só para ver a carta em suas mãos.
— Uno! Eu escolho vermelho. — balançou a carta solitária como um leque e ajustou a postura na cadeira que estava sentado.
— Hey! Assim não vale, você.... — parou para pensar e mirou a carta "7 vermelha" em sua mão direita — Espera um pouco aí...
— O que foi? Vai dizer que não gostou?
— Mas Taeil assim não vale, é roubo da mesma maneira. — forçou os lábios em um bico e se recusou a depositar a carta em cima da pilha de outras cartas do mesmo jogo.
— Eu não roubei ninguém, muito pleo contrário, estou te dando a honra de me fazer de empregado pelo resto do dia. — dito isso, ele virou a última carta em sua mão e revelou a coringa — Se não jogar esse 7 vermelho agora, eu jogo a minha. E vamos ser sinceros, você não quer fazer o que eu mandar hoje, hm?
— Não quero mesmo.
— Boa garota! Então joga logo essa carta e me diz a primeira tarefa do dia.
— "Bati". — a comemoração saiu em um muxoxo, ainda estava levemente chateada por não ter ganhado por mérito próprio. Porém, o amigo aguardava pacientemente que ela lhe direcionasse a primeira ordem — Eu quero... Eu quero?? Errr. Eu quero que você pegue a minha garrafa d'água. — uma das sobrancelhas de Taeil se ergueu em confusão e ela pigarreoou a fim de afastar o verdadeiro pedido que desejava.
— Essa aqui? Toma. — pegou a garrafa ao lado dela e entregou — É sério que não tem nenhum pedido melhor? Eu estou disponível para você, garota. Vamos ter um pouco mais de criatividade.
— Eu realmente não tenho, Taeil, de verdade.
Por mais que tentasse acreditar nas palavras da amiga o garoto permanecia no direito da dúvida, dado que já desconfiava de certas coisas.
— Está bem, então serei eu quem ditará as regras agora.
— O quê? Nã...
— Shhh..... Eu quero que você venha sentar perto de mim.
— Mas que raios de pedido é esse?
— Você não decide o que quer, então sou eu que tenho que tomar as rédeas, ué?! — gargalhou baixinho e bateu contra a coxa duas vezes — Senta aqui, vem. — pé ante pé ela caminhou até o amigo, evitando fazer contato visual com ele e sentando de costas na ponta do joelho em que a saia de sarja não cobria— Mais para cima. — o hálito quente tocou a pele das costas desnudas e ela se arrepiou com aquilo, porém, obedeceu e subiu mais alguns centímetros, consequentemente subindo também o tecido da saia que o amigo usava — Eu disse: mais para cima! — enlaçando a cintura da mulher ele a puxou até que as nádegas estivessem na altura do seu membro, prendendo-a ali para que não saisse — Agora sim.
— Taeil, eu... Eu acho melhor a gente parar com essa brincadeira. — aos poucos ela sentia a calcinha molhar somente com aquele mísero contato, e com medo de que o amigo descobrisse ela tentou se levantar, o que não adiantou, já que ele a puxou de volta e o choque das carnes se fez presente. — Aahh. — tapou a boca rapidamente e o Moon não escondeu o sorriso convencido do rosto.
— Parar? Não... — a boca se fechou contra o lóbulo e mordiscou a carne dali — Está tão bom assim, vim de saia justamente porque queria facilitar as coisas, sem contar que noto como fica toda eufórica quando uso ela.
— Eu não fico não.
— Não? — o indicador desceu até a calcinha e de forma certeira encontrou o clitóris, aproveitando para massagear lentamente — Então qual o motivo de estar tão molhada? Que menina devassa, ficando desse jeito só por conta que o amigo vestiu uma roupa diferente do habitual. — estalou a língua algumas vezes e o dedo aproveitou para brincar com o elástico lateral até alcançar os grandes e pequenos lábios, introduzindo-se entre aquela mistura de calor e excitação — Olha só para isso, está tão molhada... — o indicador abandonou a vulva e elevou até que ela pudesse vê-lo todo molhado com seu líquido — Tão necessitada... Pobrezinha! Deveria ter me pedido isso antes, eu resolveria o seu problema com muita dedicação — dito isso, ele sorveu a falange melada, provocando estalos propositais e fazendo a mulher em seu colo se contorcer com a cena.
Ela rebolou inconscientemente no colo dele, despertando o pau antes adormecido e fazendo-o apertar sua cintura para que ela prosseguisse com o que estava fazendo.
— Isso, continua. — elevou o quadril para que ela pudesse sentir a dureza dele sendo esmagada pelas bandas fartas de sua bunda — Está gostando de me sentir assim? Eu sei que está.
— Taeil, para com isso! Nós somos só amigos, não deveríamos estar fazendo isso.
— Ora, ora. Cadê aquela garota tão sisuda de minutos atrás, sumiu? — zombou e estocou mais uma vez para que ela arfasse e se apoiasse na mesa — Eu gostava tanto dela. Da forma como me desafiava no Uno, ria da minha cara quando eu perdia de propósito e quando me dava peteleco na minha testa só para enfatizar que eu era um perdedor. Mas veja só, cada a vencedora agora? Está calada, rebolando no amigo toda manhosa. Essa não é amiga que eu conheço, não mesmo.
— Vai te foder, Moon!
— Epa! Que linguajar é esse, garotinha? Vou ter que te ensinar bons modos? — a palma apertou as bochechas da mulher e virou o rosto para si — Não, acho que não vou precisar ser tão rude assim, só se você quiser.
— Cara, só me deixa sair daqui. Me deixa em paz, por favor. — a voz vacilou e ele desceu as duas palmas de forma a afastar as coxas e liberar o acesso para a ventre.
— Sua boca diz algo, mas a sua mente quer outra coisa. Estou errado?
— Está!
— Que bom, minha garotinha teimosa voltou pelo menos agora. — a língua sorrateira lambeu a linha da coluna até a nuca, enquanto os dedos vagarosamente caminhavam em direção a calcinha mais uma vez — Se você quisesse mesmo sair, já teria feito isso. Te conheço bem ao ponto de saber o quanto é forte para se desvencilhar de mim. — riu zombeteiro e a puxou para trás, vergando-se para frente e colando o peitoral nas costas dela — Me conta. Quer que eu continue? — os dedos pararam esperando a sua resposta.
— Eu... Eu... Quer saber? Foda-se! — suspirou derrotada e Taeil riu soprado — Eu ia te pedir isso, só que não tive coragem.
— Sério, ia pedir o quê? Seja mais específica. — a garota sentiu o rosto queimar em vergonha, mas decidiu prosseguir.
— Eu ia te pedir para me tocar, só que de verdade, diferente de como eu faço.
— Então você se toca pensando em mim, hm?
— Isso não vem ao caso, Moon. — respondeu ríspida e recebeu um gargalhar como resposta — É só que... Eu nunca fui tocada por outro homem, só por mim. E EU SEI QUE JÁ TENHO VINTE E QUATRO ANOS E...
— Calma, calma, não precisa se alterar. Estou aqui todo ouvidos. — acalmou a amiga, depositando selares pelo pescoço e ombros.
— Eu juro que já tentei deixar que outros caras me tocassem, mas eu não consigo. Bem, não conseguia até agora. — mais um suspiro sôfrego ao sentir a fricção da falange em sua virilha, perigosamente próxima ao nervo necessitado — Eu quero que você me toque, só isso. Se não for pedir muito, é claro.
— E não é. — ajustou-a em seu colo e espaçou as pernas para que ela pudesse sentar corretamente — E se está me pedindo isso, eu farei com muito carinho. Abre as pernas para mim, vai.
— Elas já estão ab...
— Abra mais. — a palma puxou a coluna de encontro ao seu peito e a ajudou a espaçar as pernas, fazendo com que cada uma se prendesse em uma das coxas masculinas — Isso, está bem melhor. Agora continua me contando como você se toca, quero que guie os meus dedos.
Embora estivesse visivelmente tímida, a garota guiou a mão do amigo até a virilha e o fez adentrar os dedos no tecido de algodão e ir de encontro ao ventre encharcado. O contato gélido da falange a fez suspirar e tombar a cabeça nos ombros de Taeil, este que aproveitou para beijar-lhe a bochecha e molhar ainda mais os dedos com a sua excitação.
O indicador e o médio formaram um "V" invertido acima do clitóris, e seguindo de cima para baixo, ele massageou os lábios com calma, fazendo os estalidos molhados aumentarem a cada segundo.
— Gosta desse jeito? Pode me contar quando não estiver gostando de algo. — soprou as palavras próximo a sua orelha e ela concordou. Ele não mediu esforços para roubar um selar quando a amiga virou o rosto em sua direção, buscando ter mais contato com ele. Começou lento, apenas um contato simples e ingênuo, e conforme a massagem aumentava o seu ritmo, mais necessitado o beijo se tornava.
A mão livre que a segurava pelas costelas decidiu apalpar as mamas, desbravando a frente única sem pudor até que estivesse na altura dos mamilos. A garota desatou o nó do pescoço e das costas, com certa dificuldade em se concentrar no que fazia, ela então se livrou da peça e posicionou o braço direito no encosto da cadeira no intuito de dar o acesso necessário para que o amigo chupasse seus seios. E assim ele fez, dividiu a atenção entre o busto na altura da sua boca e a fenda que se tornava cada vez mais uma bagunça em seus dedos.
Mudando a técnica, Taeil passou a esfregar o polegar no ponto inchado enquanto o médio capturava o líquido que era expelido. A boca beijou o vale entre as mamas, lambeu da clavícula até o mamilo direito e ali passou a sugar, preenchendo a cavidade até que a garota somente enxergasse a ponta do nariz e os lábios pressionados em sua pele.
A destra feminina subiu até as madeixas amareladas, puxando um punhado entre os dedos e obrigando Taeil a intensificar as carícias. Os dedos prosseguiram afoitos até o momento em que a massagem teve seu fim e ele a posicionou sentada na mesa, de frente para ele e completamente arreganhada. Com ajuda dos dedos, ele deslizou a calcinha para fora do corpo dela de jogou em cima do sofá, quanto a ele não usava nada, então bastou somente subir a saia para punhetar o próprio pau junto com o polegar que a ajudava a se masturbar também.
— Esfrega em mim, por favor. — a garota implorou, abrindo mais as pernas e lhe dando a total visão de como estava necessitada.
— Eu vou te comer direito, mas não agora. Vamos só fazer da forma mais simples.
— Não precisa me penetrar, basta se esfregar, só isso. Por favor, Taeil, por favor! — sentindo-se tentado com a proposta ele direcionou o pau em direção a buceta da amiga, resvalando e se sujando nela. — Isso, assim mesmo.
— Você está tão quente e molhada. — gemeu arrastado, esfregando-se cada vez mais rápido e furioso — Desse jeito eu vou gozar, não dá. — ousou se afastar e ela prendeu a cintura do homem com as pernas, impedindo que ele se afastasse mais alguns centímetros. — É melhor eu só te tocar, desse jeito eu vou ficar tentado a fazer mais coisas.
— Não tem problema, eu confio em você. — a glande circundou o clitóris mais uma vez e desbravou os locais que desejava, indo da entrada até as laterais flamejantes — Eu estou quase, Taeil!
— Eu também estou. Eu também....— as bolas batiam contra a pele da garota e num misto de gemidos ambos gozaram, espamando os corpos e se deleitando naquela sensação.
Taeil fez questão de se desmanchar no monte de Vênus, tudo para que a amiga não se preocupasse por terem feito isso sem proteção. Com a ajuda da cabecinha avermelhada, ele deslizou o líquido pela pele, escrevendo o seu nome e batendo o pau duas vezes sobre o local quando terminou.
— Prontinho, agora é minha.
— Sou, é? — brincou, apoiando o peso nas mãos para que pudesse olhar a obra de arte.
— É sim. Propriedade de Moon Taeil a partir de agora.
— Sonhar faz bem para as pessoas. E... Meu Deus que bagunça! — encarou o reflexo no espelho e notou o caos que estava, o cabelo assanhado, o batom borrado e chupões por todo o pescoço e busto.
— Que nada, essa é só uma amostra grátis do que eu posso fazer com você. — mordiscou o lábio inferior da garota e sorriu convencido. — E como você não deve ter notado, eu ainda não usei minha última carta.
— Qual delas? — questionou em dúvida e ele elevou o pedaço de papel, revelando a "Coringa"outra vez.
— Eu escolho verde, e como já sei que você não tenha essa carta significa que perdeu.
— Mas Taeil...
— Nananinanão, sem reclamações. — a deitou na mesa e beijou do umbigo até os ossos dos quadris — Como eu ganhei então tenho meu direito de escolha.
— E o que você quer? — a pergunta saiu sussurrada, dado que já não estava mais processando o que acontecia e somente revira os olhos todas as vezes que a língua ia de encontro ao ventre maculado.
— O que eu quero? Hmmm... Você. Quente, molhadinha e gemendo tão alto que vai ser impossível te calar com beijos. Ah, minha princesa, você está muito ferrada nas minhas mãos. Completamente encrencada...
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