𝐖𝐎𝐍𝐃𝐄𝐑𝐋𝐀𝐍𝐃 + 𝐏𝐑𝐎𝐌𝐏𝐓: 𝐭𝐡𝐞 𝐚𝐰𝐚𝐤𝐞𝐧𝐢𝐧𝐠 𝐨𝐟 𝐡𝐞𝐫 R𝐞𝐝 R𝐢𝐠𝐡𝐭 H𝐚𝐧𝐝 🐺
Em Wonderland, Crimson se transforma em loba pela primeira vez, e esse será o despertar desse seu lado em Storybrooke + Inspirado em Rei Leão, a Crimson encontra um recado nas estrelas. Literalmente, as estrelas tentam falar algo para ela, e ela não sabe se está ficando doida, se mais alguém viu, ou se realmente aconteceu.
Ao abrir os olhos, Crimson não entendia muito bem o que estava acontecendo. Ela não conseguia se lembrar da noite passada, nem da antepassada, era como se suas memórias tivessem simplesmente desaparecido. Assim que a confusão do despertar passou, pode analisar o cenário em que se encontravam, e aquela certamente não era Storybrooke. A própria mulher se sentia diferente, e assim que seu cérebro ordenou que as mãos passeassem por seu corpo, percebeu que não era humana, e sim, um animal. Mais especificamente um lobo. Naquele momento, sentiu um pequeno desespero tomar conta de si, porém, imaginou que aquilo não passava de um sonho. Ela não sabia o que fazer, não tinha a mínima ideia de como escapar daquela situação, então, decidiu apenas aceitar e explorar o local como canídea.
O local em que estava era tudo, menos bonito. Parecia ter passado por uma guerra ou algo parecido, e por mais que algumas flores insistissem em brotar em um canto ou outro, a maioria do local parecia estar tomado por uma coloração feia que até entristecia. Além disso, conforme caminhava sobre as quatro patas peludas, tentando entender como fazer aquilo com elegância, aproveitava o ambiente para camuflar-se e não ser vista pelos mais diferentes animais que passavam por ali, fossem terrestres ou voadores. Não queria interagir com ninguém até que tivesse plena consciência do que estava acontecendo.
Conforme o dia ia passando, mais ela se acostumava com a sensação de agora de ser um lobo, e até gostava daquilo. Sentia-se mais poderosa, capaz de fazer tudo. Queria poder estar daquela forma na floresta de Storybrooke, é claro, e não em meio a um local desconhecido. Porém, não iria iludir-se muito com aquilo, afinal, não passava de um sonho. E com tais pensamentos, continuava a vagar pelo local, e conseguira até mesmo assistir algumas cenas se desenrolar à sua frente, achando engraçado de alguns rostos lhe parecerem conhecidos, como os moradores da cidade.
O anoitecer não demorou a chegar e ela procurou uma clareira em meio a floresta em que estava para tentar dormir. No entando, perdeu o sono no momento em que encarou o céu e o que antes era cinza e escuro, completamente nublado, agora fora substituído por um céu estrelado, de tirar o fôlego, que nem mesmo parecia real. O que era óbvio, afinal, nada ali era. A situação se tornou ainda mais estranha quando, com o focinho ainda apontado para o céu, ela pode jurar que as estrelhas começaram a se mexer. E ao ver que começavam a montar uma frase, Crimson pensou estar louca. Mas tudo bem estar, aquele não era um mundo de verdade, talvez todos fossem loucos ali. Um grunhido, que era para ser um riso, soou da loba, e ela continuou a observar o céu movimentar-se, formando as mais diversas formas, até acabar em uma frase: não tenha medo de agir, você é forte, como uma loba. Seja feliz, corra atrás do que ama e não deixe nada impedi-la. Era uma frase longa, porém, pareceu fazer completo sentido para a Kirmizi. Com o coração cheio de esperança, caiu em um sono profundo.
No dia seguinte, acordou envolvida em um vestido cinza, meio descosturado e sujo, mas com suas pernas no lugar. Ela não sabia exatamente o porquê, mas parecia que sua aventura naquele lugar estava apenas começando e sentia que, assim que a lua aparecesse no céu novamente, ela e sua loba interior entrariam em contato e ela estaria pronta para a caça.
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I'm underground, 𝑰 𝒇𝒆𝒍𝒍 𝒅𝒐𝒘𝒏.
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sexta-feira.
Após a reunião de pais e alunos daquela noite, Clara não conseguiu rejeitar os olhares que Francisco lhe dava, completamente ansioso e nervoso. Ainda se recordava do episódio em que ele a havia atraído para um buraco jurando ter visto um coelho com relógio de bolso alertando-os sobre o atraso para o chá... Que chá? Que coelho? Por mais que aquilo fosse, logicamente, toda a imaginação fértil de uma criança, a loira só conseguiu se perturbar mais ainda com o pensamento naquele restante de sexta-feira. E sem perceber, caminhou para fora da escola completamente sem rumo de volta ao jardim, onde se deparou com o mesmo buraco e, instantes depois, se viu caindo no mesmo. E tudo ficou turvo demais.
Clarissa sentiu um enjoo forte ao ver todas as cores, cheiros e situações diferentes. O vestido que usava anteriormente em Storybrooke agora estava em um tom tão escuro, feio e morto que ela sequer parecia ela. Os cabelos loiros estavam gelados como num dia de inverno, assim como seu nariz, boca, bochechas e, bem, todo o corpo, mas não porque estava frio: ela estava apavorada e correu até bater forte contra uma porta vermelha e robusta, que abriu com o simples toque e fez com que ela caísse do outro lado. Conseguia ver todo aquele ambiente que nunca vira na vida antes completamente arruinado, ao mesmo tempo em que era mítico como se tivesse saído de um dos livros que se divertia lendo com seus alunos.
Algo muito ruim parecia ter acontecido ali, e ela caminhou por toda a noite ofegante, precisando apertar os olhos e falar em voz alta, gritar desesperada, para ter certeza de que tudo aquilo não era real. Mas era, e cada vez mais perturbador. Sentiu o estômago embrulhar diversas vezes e perdeu a conta de quantas vezes precisou se recuar em uma árvore viva para se recompor, toda decorada de símbolos de cartas que eram assustadores e não admiradores. Os ruídos que as plantas faziam eram absurdos, e foi imersa naquela loucura da natureza viva que acabou apagando, exausta de tanto correr sem rumo.
sábado e domingo.
Quando acordou, não estava no mesmo lugar, e aquilo a apavorou novamente. Sentia estar completamente fora de si, precisando se olhar no reflexo da água para ter certeza de que ela era mesma... Mas a água era vermelha como sangue, e nada conseguia refletir, e quando refletia, sempre tinha a sensação terrível de que grandes asas estavam penduradas em suas costas. Rodou no lugar tantas vezes para garantir que nada havia nas costas que caiu uma, duas, quatro vezes. É claro que nada encontrou, e ainda assim, estava no lugar irreal, onde criaturas desesperadas corriam de um lado para o outro gritando sobre o fim dos chás.
Seu estômago estava doendo de fome, e sentia que qualquer coisa que colocasse na boca voltaria com a mesma rapidez que entrasse. Quando finalmente se deu conta de que falavam de chás, teve a brilhante ideia de falar com as cartas de baralho em tamanho real que gritavam para todos os lados junto de baixinhos gorduchos que pareciam ter a mesma face: Alguém viu o coelho?, foi o que perguntou várias vezes, e em algumas delas, sentiu que estava sendo muitíssimo xingada pelos seres, mas não conseguia compreender uma palavra.
Depois de correr para os lados e ver ao longe duas ruínas opostas de um castelo branco, tão distante que mal conseguia ter certeza de que era um castelo de verdade, e outro vermelho destruídos, sentou-se sobre a grama verde e chorou como se não houvesse outro dia. O que estava acontecendo? Será que Francisco colocara algo nos cupcakes da reunião? Ele era uma criança! Não era possível! Aquilo parecia familiar demais, como se já estivesse naquele ambiente, mas Clarissa estava devastada. Nada fazia sentido, nada a compreendia, e nem mesmo os baralhos furiosos conseguiam lhe prestar um xingo decente.
Sentia que o ar escapava dos pulmões com frequência em um surto de pavor, até que eles apareceram. Philip e Gwendolyn Mayfield apareceram com suas camisas de viagens e um boné de lembrança de algum lugar, amparando a filha de uma forma um tanto estranha, e a coisa mais lógica que Clarissa fez com suas mãos machucadas e os joelhos ralados foi ir até eles — mal ela sabia que aquilo era tudo obra de Wonderland e seu território devastado. Se jogou nos braços dos pais que há tanto não via com um alívio extremo, mas a expressão preocupada deles não fez com que se sentisse melhor.
“Mãe? Pai! Vocês precisam sair daqui, e me levar junto. Eu morri? Onde estamos? Vocês morreram? Meu Deus, o que está acontecendo?” Perguntou enquanto os sacudia, desesperada.
“Ah, floquinho... Nós sabíamos que esse dia chegaria, mas não está acontecendo da maneira certa. Você errou o caminho.” A voz suave e aveludada do pai, como sempre fora, saiu.
“Pensávamos que quando conseguissem salvar vocês, você entenderia as coisas. Até mesmo nós conseguimos criar uma afeição por você.” Os dedos delicados da mãe traçaram o rosto da professora de geografia, que parecia estar prestes a virar um pingo de luz de tão inferior que se sentia.
“Do que vocês estão falando? O que está acontecendo? Tem cartas falantes! Por todos os lados!” Perguntou, furiosa. “Eu quero ir embora.”
“É só voltar pelo mesmo caminho. Por que você chegou até aqui?” O pai indagou, tirando do bolso uma mexerica que começou a descascar, oferecendo a ela um gomo que foi visto com aceito com tanta raiva que logo foi jogado para o lado. “Você se machucou muito.” Continuou o homem na tranquilidade enquanto seu rosto desaparecia devagar.
“Pa-papai...” Gaguejou ao vê-lo como um borrão, apenas nas feições.
“Querida, nós nunca estivemos aqui. Fomos fruto da sua imaginação, e adoramos viver isso com você. Mas a maldição já acabou até aqui. Perdemos nossa função. Você não se lembra de como nasceu?” A mãe ergueu um dente-de-leão tão brilhante que parecia estar banhado de brilho, que foi pegado por Clarissa e logo umedecido. Ela sequer percebia que continuava chorando sem parar. “É hora de nos esquecer de vez. Você já sabia que isso estava acontecendo. Nossa última participação vai ser em te levar para fora. Ainda existem forças tentando consertar tudo. Você devia falar com Mirana, e Edward. Ou pelos outros nomes.” A mulher finalizou enquanto seu olhar se dissipava no ar esfumaçado.
“O QUE ESTÁ ACONTECENDO?” Clarissa empurrou dos pulmões uma última vez, recebendo uma única imagem dos pais, que também seria a última.
“Vamos, senhorita Winkle. Vamos te levar pra casa.” O homem, que sequer tinha nome para Clarissa mais, falou uma última vez.
Tudo pareceu um borrão novamente, e ela se viu andando completamente perdida, seguida de duas sombras que existiam apenas em sua mente. A boca estava seca e todo o corpo doía, pior que um dia inteiro de gincana escolar. A garganta estava fechada enquanto ela tinha certeza absoluta de que estava louca, completamente maluca, em um mundo onde tudo era terrível demais. E também havia sido ali onde Periwinkle se afundou antes da maldição cair de vez, o que a havia levado de volta para o mesmo lugar.
Não se lembrou de mais nada, e sequer percebeu que dois dias haviam se passado.
segunda-feira.
Quando Clarissa acordou novamente, estava diante da porta vermelha. Se recordava com um aperto enorme no peito das duas pessoas que eram completos estranhos, e não pensou antes de correr para longe dos baralhos berradores e do mundo que ardia em chamas. Apenas correu como se não houvesse outro dia e, de repente...
Estava em Storybrooke. Olhando para o buraco, estática. A testa estava franzida e sentia um grande cansaço no corpo. Os joelhos ardiam, as palmas estavam feridas e as costas pesavam como se tivesse carregado algo por dias.
Bom, Chico estava enganado. Aquele era apenas um buraco vazio que dava arrepios, de fato, mas não havia nada demais. Ela havia ficado tempo demais ali, apenas encarando, que havia imaginado coisas, inclusive que esquecera de seus pais. Tinha certeza de que era café demais para uma noite cansativa, exceto pelo fato de que era de dia. O que? Clara se levantou rapidamente, olhando para os lados perdida, enquanto um jardineiro a encarava agarrado à enxada.
“Bom dia, senhorita Mayfield. Esqueceu algo do passeio de semana passada? Já encontrei três garrafinhas de água das crianças e uma lancheira cor de rosa. Precisamos procurar por algo mais?” O rapaz perguntou, embora estivesse um tanto aflito com aquela cena. Clarissa tropeçou para trás, deixando o homem falando sozinho enquanto ia para fora daquele lugar.
Deparou-se com a bolsa e seus pertences, puxando tudo com muita força, e quanto olhou para o alto, viu um rapaz com um sorriso muitíssimo gentil, usando a camiseta de uma tal de Buts Dans La Vie, o que ela não fazia ideia do que se tratava, aproximando-se.
“Oi! Clara, certo?” Ele estendeu a mão, pegando na dela antes mesmo que ela pudesse oferecer. “Recebemos uma ligação de seu amigo, Caleb, reportando seu sumiço. Fico muito feliz em ter te encontrado. Quer me acompanhar? Posso te explicar sobre o nosso serviço, e nosso chefe, Gerard, disse que te conhece. Não precisa ter medo de nada.” Tagarelou tão convincente que Clara sequer negou a ajuda, olhando para o papel que ele entregava, sentindo os olhos arderem muito na tentativa de leitura.
“Sumiço? Eu acabei de chegar aqui... Acho que cochilei perto do buraco. Não foi nada demais. Hoje é sábado. De manhã.” Começou, sentindo que o toque do homem praticamente despertava alguns sentidos e praticamente apagava tudo o que sabia de antes, sobre Francisco, o buraco e a escola. Como se nunca tivesse acontecido.
“Hoje é segunda-feira, Clara. Podemos conversar em outro lugar. Caleb está te esperando na Buts Dans La Vie.” Apontou para o bordado na camisa e, novamente, falou com tanta garantia que ela assentiu e foi embora, olhando uma única vez para o jardineiro que tampava o buraco com urgência... E ela não fazia ideia de que buraco era aquele.
Naquele instante, pensou em telefonar a seus pais para avisar que estava bem. Se havia sumido, e acreditava que tinha mesmo sumido, mesmo que ainda estivesse confusa, eles sabiam também. Não queria preocupá-los. O problema era que ela não se lembrava deles nem um pouco. E sequer tinha certeza de que tinha pais naquele momento.
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