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canalheyysa · 4 years

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um corpo na biblioteca - agatha christie (resumo com e sem spoilers)

A história começa na mansão de Sr e Sra.Bantry, logo cedo na manhã (7:15 hrs), com Mary, uma das empregadas, adentrando o quarto dos Bantry aos gritos, avisando sobre a existência de um cadáver na biblioteca. Arthur Bantry parece desacreditar a informação repetida pela esposa, mas acaba descendo em direção a biblioteca, depois de muita insistência. Ao chegar lá, a informação é confirmada pelo mordomo: há um corpo de uma jovem loira estrangulada.

Após chamar a polícia, Dolly Bantry liga para sua velha amiga, Jane Marple - que parece está levando uma vida de ajudar os vizinhos com problemas cotidianos. Dolly conta o problema e comenta o fato da jovem morta não parecer real. Ao chegar na mansão Bantry, e ser quase interceptada por um guarda, Miss Marple confirma por ela mesma a informação: ela não parece real. Com um cabelo platinado, o rosto com maquiagem extravagante, unhas pintadas e uma roupa de cetim, a jovem parecia ter sido tirada de um livro.

~ ZONA DE SPOILERS ~

Chega então o Coronel Melchett, Chefe de Polícia do município, acompanhado do inspetor Slack, Melchett não tem uma boa impressão de Marple (acha que ela fantasia as coisas).

Levando em conta a vestimenta da moça, Marple conclui que ela estaria vindo de uma festa, algo que não é comum na vila. Isso trás a mente da Sra.Bantry um homem de má fama: Sr. Basil Blake. Conhecido por dar festas grandes (trabalha no ramo do cinema), foi visto com uma mulher loira. O mesmo questionamento é aberto por Sr.Bantry para o Chefe da Polícia. Após ser questionado se não estaria envolvido no caso, Bantry acusa Blake.

Melchett é então levado a interrogar Blake, que parece ser muito sarcástico ao responder as perguntas. Porém, a resolução do caso não é tão fácil assim. No meio do interrogatório, a mulher loira de Blake aparece vivíssima, brigando por ele ter abandonada a festa.

A investigação parece não ter muito rumo até pouco tempo depois: uma ligação informando que uma dançarina do Majestic Hotel está desaparecida - e ela tem as mesmas características da jovem morta. Ao chegar no hotel, Melchett encontra a Josephine Turner, que se identifica como prima da vítima, Ruby - e confirma a identidade da vítima no necrotério. A moça diz que Ruby estava estudando para ser bailarina. Josephine além de recepcionista, fazia uma apresentação com Raymond todas as noites, mas acabou torcendo o pé durante um banho. Para não perder o emprego, contratou Ruby em seu lugar até melhorar. Na noite anterior, após as apresentações, Ruby dançou com um jovem que estava hospedado no hotel e depois sumiu. Com medo do que o chefe ia achar do bafafá, Josephine não chamou a polícia. Porém, um dos hóspedes, Sr.Jefferson, fez a denuncia (por meio de uma anotação, o chefe da polícia descobre que o Coronel Bantry havia jantado no Majestic na semana anterior, então decide levar Josephine até a casa dele para ver se o homem a reconheceria).

Ao chegar na casa do Bantry, Melchett não encontra Arthur, mas acaba descobrindo por Dolly que eles conhecem o homem que fez a denuncia: Conway Jefferson. Ela diz que a família dele é muito boa, e o homem é um guerreiro por ter sobrevivido a um acidente de avião que levou sua família e suas pernas. Porém, Dolly não sabia que o homem estava hospedado lá, apesar de serem muito amigos. Ao perguntar dele para Josephine, a jovem afirma que eles são boas pessoas, mas a sua voz mostra que tem algo com relação a eles que a preocupa. Marple desconfia disso. Ela também acha interessante o fato de que a lembrança de Ruby trás raiva a Josephine. Mas por que?

(Hora do crime: entre 8 e 10 da noite).

Srta. Wetherby, a vizinha fofoqueira, espalha a notícia, que acaba chegando no padre da cidade. A notícia é espalhada de uma forma que dá a entender que foi Bantry o culpado, e que a mulher morta era realmente a conhecida de Blake.

Melchett procura interrogar o dono do hotel, que parece não saber nada. O acordo era feito entre Josie e Ruby, o que fez com que ele conhecesse muito pouco a jovem.

Logo em seguida, é a vez da família Jefferson. Ao chega no quarto, Sra. Jefferson informa que o sogro acabou ficando muito abalado, e estava dormindo a base de sedativos. Ouvindo então o depoimento da própria mulher, Melchett não consegue muito além do que já sabia: uma jovem ingênua, que não tinha nenhum namorado, aparentemente. A nora confirma que seu sogro havia ficado muito só após a acidente, e gostava muito da companhia de jovens, como era o caso de Ruby. Segundo Adelaide, Josie não quis fazer alarde por que era ela a responsável pela jovem menina.

Posteriormente, George Bartlett é interrogado (o jovem que dançou com Ruby pela última vez). Parece um pouco disperso, diz apenas que ela o largou por não saber dançar. Ele ficou vagando e bebendo até a hora da última apresentação (disse que havia deixado seu carro no pátio, por que pretendia sair, mas não o fez).

Conhecemos Peter, neto do Sr. Jefferson. Ele diz que sua mãe e seu tio, na verdade, não gostavam de Ruby e a achavam intrometida.

Enfim, Sr. Jefferson é interrogado. Diz que se apegou muito a jovem, já que receava que seu genro e nora quisessem seguir suas vidas. Tinham a pretensão de adotar Ruby e dar uma quantia de 50 mil libras a jovem, caso ele morresse. A família não gostou da ideia, já que ficariam apenas com 10 mil cada. (Melchett e o inspetor Haper conversam sobre as possibilidades. Afirmam que Mark e Adelaide tem um álibi - estavam jogando com Josie. A ideia que lhe vem a mente é que a menina foi morta, e o assassino, querendo sair do centro do hotel que levaria até ele, procurou um lugar longe para deixar o corpo).

Melchett é procurado por George, que revela que seu carro sumiu. Diz que procurou informar isso, por que poderia ser algo. Eles revistam o quarto de Ruby, mas não encontram muita coisa, além de cartas de Lil, provavelmente uma amiga do Palais de Danse. Slack chega a uma conclusão: "esse senhor inválido fazia tudo na suposição de ser Ruby Keene uma criança pura e inocente. Ora, suponhamos que Ruby fosse vista com um namorado vulgar; isso poria por terra todos os planos..." e Josie poderia ficar com muita raiva disso.

Posteriormente, Melchett interroga Raymond, dançarino que era par de Ruby. Ele diz que não a conhecia muito bem, mas afirma que Josie ficou brava com a situação, e tentou contornar tudo com os Jefferson. Disse que ela mencionou que Ruby poderia colocar tudo a perder. Também disse que Josie havia falado sobre um tal moço do cinema. Ele não sabia quem era, e nunca o tinha visto com Ruby (poderia ser Blake?). Quando a situação parece que não poder piorar, um carro, igual ao de George, é encontrado queimado, com um corpo dentro (bem longe dali).

Conhecemos então Henry Clithering, detetive e grande entusiasta da Miss Marple. Apesar de Marple não ser muito bem vista por Melchett, Henry recomenda ao senhor Jefferson falar com ela. Segundo Henry, ela tem a capacidade de resolver o assunto.

Marple e Dolly estão hospedadas no hotel, e Henry vai falar com ela. Marple diz a ele tudo que pensa do caso, após ele contar todos os detalhes: talvez a atitude de Conway Jefferson pudesse mudar com Ruby se ela tivesse um namorado (assim, se ela tivesse um, manteria escondido e, talvez o jovem rapaz não gostasse disso). Disse também que talvez Mark e Adelaide quisessem seguir com a vida, e por isso Jefferson procurou adotar Ruby (ela também pensa que havia um plano, e ele foi mal executado).

Chega então a conversa, Sra.Bantry e Adelaide Jefferson (Mark chega logo também). Adelaide afirme não gostar de Ruby, enquanto Mark é bem mais enfático nisso. Diz que ela era intrometida, e que eles até que estavam felizes com sua morte (chegou a dizer que gostaria de ter lhe torcido o pescoço). Adelaide o reprime, mas ele continua com suas fortes palavras. Nessa conversa também temos a confirmação da ideia de que eles poderiam querer seguir com a vida : conhecemos Hugo Mclean, também conhecido por Willian Dibbin, romance de Adelaide.

(Peter chega depois, com um pedaço de unha de Ruby. Diz que ele tinha quebrado a unha um dia, e ele a guardou. Daí Marple se questiona: se ela cortou uma, deveria ter cortado todas as demais para igualar. Os policiais não teriam encontrado aparas de unhas no seu quarto?).

Voltamos então ao caso do carro queimado. Marple diz acreditar a possibilidade de ter um terceiro assassinato, e ela tem ideia de quem pode ser a vítima. Chegando no local, Henry confirma a identidade: uma jovem menina havia desaparecido, e o sapato e botão encontrados no local são de colegial. A vítima é Pamela Reeves. Ao interrogar os pais da menina, ele descobre que era uma jovem ingênua, e que não conhecia George, o dono do carro.

Levando em conta a ideia de Marple - que os dois crimes poderiam estar ligados - Harper se questiona se Pamela não teria sido estrangulada antes de ser queimada. Ele fantasia a possibilidade da jovem, ao voltar da reunião de guias em Danebury Downs, ter pego um atalho, e assim, passado perto do Majestic Hotel. Nessa passagem, ela poderia ter sido testemunha de algo envolvendo Ruby.

Descobrimos então que Mark está com problemas financeiros, e a morte da pobre Ruby poderia ajuda-lo. Passa também pela cabeça dos detetives a possibilidade do evolvimento de Basil Blake, que no fim, acaba sendo descartada por ele ter um álibi (como Mark). Harper também pensa na possibilidade de ter sido George. Ele é um jovem, mimado pela mãe, e parece não ter boas condições da cabeça. Seria um criminoso lunático? (O médico diz que Ruby foi drogada antes de ser morta).

Em paralelo, Adelaide abre seu coração a Bantry, dizendo que tinha ficado com problemas financeiros, após a morte do marido e Jefferson, apesar de não saber de nada, a acolheu. O marido ficou aficionado para ter a independência do pai, e depois de ganhar uma quantia boa de dinheiro dele, queria se tornar rico. Acabou por perder quase tudo. Adelaide disse que era bom morar com Conway, ele era generoso. O problema era que ele ainda via seus genro e nora como casados com seus filhos (então, eles seguirem em frente com outro casamento não seria aceitável). Ruby acabou por distrair o pobre velho de toda a situação, e Adelaide reconhece que deixou ele um pouco de lado, o que levou Conway a pensar na adoção.

Por outro lado, após saber que teve suas finanças pesquisadas pela polícia, Mark vai até Henry, e diz não acreditar estar sendo o suspeito n° 1 da polícia (apesar de dizer que foi sorte a garota ter morrido). Disse também que Conway gostava de dominar e Ruby sabia disso. Ela teria o manipulado, e escondido alguma relação com um homem.

Enquanto corre a investigação, Conway tem uma piora na saúde. O médico deixa claro que ele não seguia as orientações - porém, tinha um corpo forte. E seria impossível que um excesso de esforço o matasse, mais provável uma noticia, como a morte de Ruby. É assim que o inspetor pensa: quem matou Ruby, poderia ter feito isso com a intenção de matar a Conway junto.

(As aparas de unhas são encontradas no quarto de Ruby).

Marple diz achar estranho o vestido da jovem. Era desgastado e velho. Ela não usaria isso se estivesse indo a um encontro com um homem.

Henry vai falar com Edwards, o camareiro. Disse que a única coisa que irritava o senhor era ser enganado (se seu genro ou nora tivessem seguido em frente, provavelmente ficaria furioso). Contou de uma situação onde Ruby deixou uma foto de um rapaz cair, e Conway viu. Ficou irritado, enquanto Ruby tentava desconversar.

Indo para o caso de Pamela, algumas amigas dela são entrevistadas, e um delas, Florence Small, acaba entregando uma ótima pista as mãos de Marple. Pamela iria fazer um teste fotográfico naquela noite, escondido. Um homem disse que ela era perfeita para um papel, mas que só poderia confirmar, depois do teste. Pamela não deveria dizer nada até passar no teste.

Miss Marple, faz então, uma jogada de mestre. Com a ajuda do Pastor da cidade, Marple descobre algumas causas que estão sendo levantadas e vai até a casa de Blake, com a desculpa que está procurando donativos para essa causa. Chegando lá, conversa com Dinah, a loira com que ele teve uma discussão no começo do livro. A investigadora é então direta : pede a jovem moça que assuma que está casada com Blake (descobriu por observar o casal, que estava sempre brigando), pois ela descobriu seu envolvimento no crime e ele será preso. O ponto é: Blake voltou de uma festa, e após ter brigado com a mais nova esposa, decidiu ir para casa. Chegando em casa, encontra uma jovem estrangulada em seu tapete (que Marple já havia notado que havia sumido). Bêbado e meio perdido, a primeira coisa que vem a cabeça de Blake é levar o corpo para a casa dos Bantry. No fim, Blake acaba sendo preso - mas Marple afirma saber que não foi ele quem matou a jovem. Então, quem foi?

Vemos em seguida algumas decisões sendo tomadas em paralelo:

* Bantry tem de ceder seu lugar pra Thompson no Conselho de Radfordshire por que as pessoas desconfiam dele.

* Conway resolve doar o dinheiro que iria para Ruby, para uma instituição de dançarinas em Londres. Após essa decisão, acompanhamos outra tentativa de assassinato. Um intruso entra no quarto de Conway as 3 hrs da manhã, e pretende injetar algo no pobre velho, mas é impedido. Conway acorda olhando para a assassina de Ruby.

Segue agora a linha de raciocínio de Marple:

1. A respeito de Pamela, "a vítima era muito jovem, roía unhas e tinha os dentes um pouco para fora." Unhas roídas e unhas cortadas são coisas diferentes. As unhas de Ruby foram encontradas roídas, enquanto deveriam estar cortadas. Marple segue dizendo: "Aquelas unhas, como vêem, era um fato. E só poderiam significar uma coisa. O corpo na biblioteca do Coronel Bantry não era de Ruby Keene. E isso leva diretamente à única pessoa que devia estar envolvida. Josie! Josie identificou o corpo."

2. "A ideia verdadeira tinha sido a de jogar o corpo na casa de Basil Blake (uma pessoa muito mais verossímil). Mas a sua ação de levar o cadáver para a biblioteca do Coronel Bantry atrasou tudo consideravelmente, e deve ter sido uma fonte de grande aborrecimento para o verdadeiro assassino." Ou seja, inicialmente, a ideia do assassino ela levar Blake diretamente a prisão.

3."A questão não estava restrita ao Sr. Gaskell ou à Sra. Jefferson... havia mais algumas possibilidades de casamento. Se um ou outro fosse casado, ou mesmo se estivesse para se casar, então a outra parte do contrato matrimonial estaria envolvida também." Ou seja, quem se cassasse com Mark ou Adelaide poderia usufruir também de uma plano como esse.

4. Se Mark e Josie fossem casados, ela estaria diretamente ligada ao plano do dinheiro.

E assim temos a resolução do caso:

"Antes de tudo, a escolha da pobre criança, Pamela, sua abordagem com vista à vida artística. Um teste de tela... É claro que a pobre criança não resistiria. Mormente quando a coisa lhe foi exposta de modo tão plausível por Mark Gaskell. Ela vem ao hotel, ele está à sua espera, a conduz pela porta lateral e a apresenta a Josie, uma de suas técnicas de maquiagem! A pobre menina... como me sinto mal só em pensar nisso!... assentou-se no banheiro de Josie, enquanto Josie cuidava de seus cabelos, pintava-a e passava esmalte em suas unhas. Entrementes, lhe terá dado um copo de refrigerante com alguma droga. Ela entrou em estado de coma [...] Depois do jantar, Mark Gaskell saiu de carro, segundo ele disse, para a beira-mar. Foi quando levou o corpo de Pamela para o bangalô de Basil Blake, metido num vestido velho de Ruby, e o depositou em cima do tapete." "Em seguida voltou rapidamente e encontrou os outros no salão onde Ruby Keene, ainda viva, apresentava seu número da noite com Raymond [...] Ela também fora drogada, provavelmente no café, depois do jantar [...] Josie subiu mais tarde para “procurá-la”, mas ninguém, com exceção de Josie, entrou no quarto de Ruby. Ali pôs fim à vida da moça, talvez com uma injeção ou, quem sabe, com um golpe na cabeça."

Depois roubou o carro de George, colocou o corpo dela e colocou fogo. Posteriormente, queriam fazer como se a morte de Conway fosse por deficiência cardíaca, mas foram parados.

No fim, ao descobrir a verdade, Conway deixa as 10 mil libras para Adelaide e Peter. Além disso, toda a sua herança ficaria para Peter após sua morte.

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