Tumgik
#finalmente cheguei com os refris !
thisisthelion · 1 year
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05/02/2023 - FIM DO CELIBATO/SENTIMENTOS VAZIOS
ACABOU!!!! É HEXA!!!!
Finalmente o celibato involuntário se foi. Não como eu queria mas foi bom do mesmo jeito, mas vamos aos acontecimentos que antecederam esse fim.
Durante a semana estava conversando com meu ex sobre minha ida a casa dele, resolvi ''testar'' ele pra ver se continuava o mesmo e sim, continua. Começamos a discutir por mensagem (que maduro) sobre pendências do passados e senti o quanto havia mudado a minha cabeça. Se fosse a Amanda de antigamente ela teria chorado horrores com aquelas mensagens, não teria coragem de falar aquelas coisas mas a de hoje... Quando as lágrimas queriam descer o rosto esquentou como se estivesse em chamas, as queimando por completo, lembrando que não vou e não deixarei ninguém arrancar a raiva e a ferocidade que criou em mim pra crescer e ser independente.
Falei mesmo tudo o que estava entalado e me livrei de tanto sentimento ruim que fiquei leve, aquela ansiedade e preocupação de saber se me sentiria bem revendo ele passou a ser 0.
Logo após a discussão pensei que não iria querer me ver e foi o contrário. Ele pediu infinitamente pra vê-lo, sinceramente não queria e disse: se quiser mesmo pague o meu uber, não irei andar .
Ele pagou. Tanto de ida quanto de volta.
Bom, cheguei lá sábado, não nos tocamos nas primeira horas, ficamos conversando de boas, ele fez o almoço e vimos o ep de Tomo-chan. Passando um pouco ele começou a me abraçar e se aconchegar em mim, perguntei o que ele sentia, disse que se sentia bem pq não fazia isso com mais ninguém e tinha mais de 2 anos que não nos víamos e a última pessoa com quem ele fez isso foi, novamente, comigo. Perguntou como eu me sentia, disse que me sentia ''normal'', não podia dizer que sentia nada, um vazio, não senti nada criando dentro de mim. Falei que estava em um bloqueio emocional enorme e que não iria conseguir retribuir o carinho.
Logo a gente começou a se pegar e né, celibato quebrado. Nesse momento tive vontades, mas somente sexuais, só queria saliência né kkkkkk. Era pra eu ter ido embora no sábado mesmo mas acabei ficando pra dormir pq queria rever uns colegas, amigos deles que por incrível que pareça sentia uma saudadezinha. Comprou sushi pra gente comer, depois foi com os boys comprar refri e ice já que não tomo refrigerante. Teve uma mini social e depois os meninos se foram. Dormimos juntos e tava de boas até a porra de uma barata subir em mim, antes tinha muito medo e nojo mas hoje tô de boa.
Conversamos um pouco pela madrugada e acabamos transando de de novo, uma espécie de despedida, pois ele perguntou se eu poderia ir visitá-lo de vez em quando, falei que não iria e que também não era pra se acostumar com a minha presença. Fria.
''Você será minha só por essa noite?''
''Sim.''
Sem arrependimentos, sem sentimentos.
Cheguei em casa domingo de manhã.
Ele não me vê como amiga, eu sei, mas não posso fazer nada. Ele terminou porque queria evoluir e eu não estava indo no ritmo dele.
Hoje eu sigo meu ritmo, minhas regras, meu tempo, vou viver por mim e pra mim.
Me negligenciei pelo meu primeiro namoro e me arrependi, estou tomando de volta esse tempo perdido, do meu jeitinho. Como disse pra ele:
-E que se por Deus eu tiver que virar uma vadia sem coração pra subir na vida, eu farei rem remorso nenhum-
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coolgzrl · 3 years
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* ⠀ ⠀ 🐝 ⠀ ⠀ / ⠀ ⠀ 𝒆𝒔𝒕𝒉𝒆𝒓  𝒅𝒊𝒆𝒕𝒉𝒆𝒍𝒎  𝒊𝒔  𝒂𝒎𝒚  𝒅𝒖𝒏𝒏𝒆 ⠀ !
cool girls are above all hot . hot and understanding . cool girls never get angry ; they only smile in a chagrined , loving manner and let their men do whatever they want . go ahead , shit on me , i don’t mind , i’m the cool girl . 𝒎𝒆𝒏 𝒂𝒄𝒕𝒖𝒂𝒍𝒍𝒚 𝒕𝒉𝒊𝒏𝒌 𝒕𝒉𝒊𝒔 𝒈𝒊𝒓𝒍 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒔 . maybe they’re fooled because so many women are willing to pretend to be this girl .
                         𝒑𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒆𝒔𝒕    .    𝒔𝒑𝒐𝒕𝒊𝒇𝒚    .     𝒎𝒖𝒔𝒊𝒏𝒈 𝒃𝒍𝒐𝒈
gif credits to : @gwennifergifs​​​ ( x )  ;  @cemresbaysel​​ ( x )
𝐀𝐁𝐎𝐔𝐓
ei , parece que esther diethelm renovou a matrícula na université monte carlo !  conhecida pelo campus como amy dunne e com seus vinte e dois anos , parece estar na lista negra do ghostface … o que será que ela fez ? se quer encontrá-la , basta procurá-la na turma de relações internacionais ou na sororidade borealis .
𝐒𝐊𝐄𝐋𝐄𝐓𝐎𝐍
garota de ouro, filha perfeita, aluna exemplar; todas essas características são atribuídas a você sem que precise de muito esforço, como se fosse algo inerente a si. durante toda a sua vida, seus pais a mantiveram num estrelato, como um animal em cativeiro, e você precisava agir de acordo com eles, ou as recompensas eram severas. você sempre sorria e dizia que ser filha única garantia a atenção de todos, mas a verdade é que seu interior ardia por uma irmã, para que outra pessoa pudesse sentir a dor de ser filha de seus pais — só você conhecia o peso de ter uma mãe narcisista e um pai passivo. por isso, talvez, você adquiriu características sombrias escondidas, numa tentativa de esconder-se da própria realidade. seus sorrisos fáceis e atitudes dóceis podiam enganar quem for, mas você nunca me enganou. se você olha muito tempo para o abismo, ele olha de volta para você.
relação com os mortos:  amy é o equivalente de marlee e, portanto, estavam sempre em pé de guerra. muitas vezes, a ouviram falando que mataria “aquela garota e o resto de seus súditos”, mas não passava de uma brincadeira — de acordo com ela, pelo menos.
𝐇𝐄𝐀𝐃𝐂𝐀𝐍𝐎𝐍𝐒
há quem diga que perfeição é um conceito irreal e inalcançável , mas os pais de esther parecem acreditar que é apenas o mínimo esperado por ela . a garota de ouro , a filha perfeita , a bailarina prodígio ; ah , as expectativas dos progenitores apenas iam se aumentando com o passar dos anos  —  tudo em prol da ascensão política do pai , que ganhava o público com a imagem da família perfeita  (  bem , isso e as inúmeras ligações dos diethelm acumularam com a política através das gerações ) . 
é um fato que o fruto não cai longe da árvore , e outro é que o jardim dos diethelm é completamente podre . os sorrisos perfeitos e a imagem imaculada , bem como todas as causas sociais e campanhas sobre mudar o mundo que eles defendem com tanto ardor não passam de uma mera ilusão muito bem criada pela mãe de esther . esta , diferente do marido omisso , não teve a sorte de nascer numa família que dispusesse de bilhões para assegurar seu conforto ; ah não . se conseguiu escapar da pobreza e conquistar o topo , foi através de mérito próprio  —  o que poderia ser louvável , quer seus métodos não fossem tão implacáveis ! e entre as paredes de sua nova mansão , suas vontades e manipulações reinam supremas ; todos são meros bonecos em seu jogo de intrigas . isso foi algo que a pequena esther aprendeu muito bem .
aos olhos de todos , a loura é a criatura perfeita . extrovertida e animada , inteligente e dedicada  ( acumulando conquistas e mais conquistas com facilidade )  , a menina de ouro sempre pronta para ajudar os demais  —  uma pena que não conseguem reparar que seu verdadeiro talento é a atuação … ora , quem repara em seus sorrisos doces nem sequer pode imaginar o veneno que corre por suas veias . diethelm , na realidade , é uma criatura ardilosa e vingativa , que por vezes manipula pessoas de acordo com seus objetivos . competitividade é algo para o qual foi praticamente programada ; veja , não tem como evitar , quando se passa a vida toda tendo que ser a melhor , isso se torna tão natural quanto respirar . por conta disso , não admite que nada e ninguém fique em caminho , muito menos mede esforços para conseguir aquilo o que quer  —  nem que para isso tenho que sujar suas próprias mãos.
𝐂𝐔𝐑𝐈𝐎𝐒𝐈𝐓𝐈𝐄𝐒
ela é bissexual
dança ballet desde muito nova : uma das imposições de seus pais que acabou se tornando uma paixão . não se tornou dançarina profissional apenas porque isso vai contra os plano traçados para si , no entanto , é sabido que é uma dançarina brilhante .
————      o que não sabem é que do mesmo jeito que é talentosa , pode ser cruel com suas concorrentes . pequenos acidentes acontecem a sua volta , mas ninguém jamais vai ligá-los a esther . afinal , como alguém tão boa poderia colocar vidro nas sapatilhas alheias ??
também pratica esgrima .
foi sequestrada quando era menor , não mais que dez anos de idade enquanto saia da escola . a notícia se divulgou pelos canais de notícia ; a família do pai utilizou de todas as suas relações com a mídia , de modo que não se falou em outra coisa durante os sete dias que esther ficou desaparecida . outra coisa que contribuiu para a popularidade foi o desfecho : quando sua mãe corajosa , ao ser obrigada a levar o dinheiro do resgate , precisou atirar num dos sequestradores para salvá-la . 
————      como qualquer coisa nessa família , o caso não foi tão simples assim . em realidade o sequestro foi armado pelo amante de helene , que após matar seus comparsas , usaria o dinheiro para sumir no mundo com mãe e filha . só que a mulher não era do tipo que deixava o sentimentalismo vencer ; por mais que pudesse amar o homem , que era um dos funcionários de seu marido , sabia bem que a vida que queria só poderia ter ao lado de daniel diethelm . desse modo , após ele se livras dos capangas que contratou , o matou ela mesmo  —  uma cena presenciada pela própria esther .
𝐂𝐎𝐍𝐍𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒
pre estabelecidas :
michael myers  :  michael representa tudo o que amy despreza num homem : carente , inseguro e emocionalmente dependente . ele é apaixonado por ela e não faz questãoo de esconder , dando espaço para que amy faça o que bem entende com as boas intenções masculinas  —  manipulações são seu forte , afinal .
tree gelbman & thomasin  :  as três personalidades fortes poderiam fazer com que elas se odiassem , mas a verdade pe que se adoram . não são exatamente confidentes ou compartilham detalhes de seus passados trágicos , mas é verdade que estão sempre juntas .
louis bloom  :  ninguém sabe ao certo qual a relação entre amy e louis , mas a tensão é palpável . são faíscas , separados , mas tornam-se uma fogueira perigosa quando juntos , e , portanto , seus amigos detestam quando estão na companhia um do outro . é mesmo uma pena que eles tenham se tornado parceiros de festa , incitando a inconsequência um do outro com bebidas .
nellie crain  :  não existe um motivo justificável para que amy deteste nellie com tanto fervor , mas ela não consegue evitar um revirar de olhos constante sempre que nellie está por perto . a bem da verdade , ela acha que a outra é puro vitimismo e não tem muita empatia . isso não a impede , porém , de unir-se à pobre garota quando lhe convém .
combinadas :
danny torrance  :  o nick dunne de sua amy . é um relacionamento extremamente tóxico e complicado , porém nem sempre foi assim . elliot foi seu primeiro amor de verdade , alguém que a fez sentir algo real entre todas as suas encenações . e ajudava também que o namoro era bem visto por seus pais . era um conto de fadas digno de toda a fachada que esther mostra ... contudo a linha que separa o amor do ódio é bem tênue , especialmente com duas pessoas tão problemáticas .  o romance se desgastou em algum momento e o estopim para o término da relação foi a traição dele . atualmente se detestam com tudo o que tem , porém sempre estão circulando a órbita do outro .
𝐈𝐍𝐒𝐏𝐈𝐑𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍
amy dunne  ( gone girl ) , alison dilaurentis  ( pll ) ,  blair waldrof  ( gossip girl )
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ricofog23 · 3 years
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    - Acha que ela já não sentiu o outro esquema que existe aqui, você e o Iza?
  - O que esta dizendo dona Lucimar?
  Sérgio fica desconsertado ali diante a pergunta de Lucimar, Janete chega com Stéfany.
  - Mãe.
  - Oi filhas, trouxeram o que lhes pedi?
  - Sim, tudo aqui.
  - Bom, muito bom.
  Lucimar olha sério para Sérgio que entende, por hora ele escapara do interrogatório, ele sai cumprimentando as meninas, Lucimar abre as sacolas e as garotas guardam as compras de legumes no gavetão do refrigerador.
  - E o que vamos comer?
  - Arroz, fiz empadão de frango e legumes.
  - Oba, delicia.  Lucimar ri da felicidade das duas ali, mais ainda tendo em mente tudo que esta acontecendo com o trio, ela sente que Sérgio ainda esconde alguns segredos.
  - Mãe.
  - Oi filhas, o que estavam dizendo?
  As meninas vão contando as novidades a ela e ali Lucimar se distrai enquanto termina o preparo da refeição, logo Izaías chega.
  - Olá garotas.
  - Oi garotão.   Risos.
  Izaías brinca ali com elas e logo segue para o quarto, encontra Sérgio dormindo, sem fazer barulho ele pega toalha e segue para o banho, retornando não vê mais o colega de quarto ali, de bermuda e camiseta ele sai e vê Sérgio sentado na calçada frente a casa.
  - E ai, pensando na morte da bezerra?
  - Acho que vou me mudar.
  - Por que, alguém te ofendeu, fez algo de ruim contra você, me diz que eu resolvo, eu juro que resolvo.
  - Não, é que, sabe, minha cabeça, as coisas estão indo muito rápido desde que cheguei aqui.
  - É pela gente, bobagem moço, vamos seguindo assim, se curte uns e eu outros e se der certo a gente se curte ás vezes e ai?
  - Não é o que quero para mim e tenho comigo que nem você, sou claro e limpo aos meus sentimentos.
  - Sei, e eu não sou?
  - Você foge de seus sentimentos, você ainda brinca de esconde esconde consigo, sabe, eu sei e sinto, você gosta de mim, e eu, cara, eu estou ficando louco por ti.
  - A loucura judia, ela ás vezes até cega, isso não é bom, o amor deve ser vivenciado, aprendido, ensinado.
  - Quer que eu te ensine?
  - Olha só, um mestre em amor aqui na minha frente, Brasil pasmei.
  - Esta vendo, você se abala, fica nervoso e parte para a ofensa.
  - Eu não te ofendi.
  - Me ofende, quando me usa, joga seu corpo no meu, fazemos as loucuras mais gostosas e depois você foge.
  - Eu não fujo.
  - Quero que prove.
  - O quê?
  - Agora.
  - Como?
  - Me beije.
  - Não.
  - Pronto, ouvi o que eu queria.
  Sérgio se levanta e segue para a casa, Izaías o alcança e ali o beija, Cris chega no momento e assiste, alguns hóspedes também, Lucimar sai para fora.
  - Que lindo hein, os dois agora no meu quarto.
  - Sim.
  Ali frente a ela no quarto de Lucimar, Sérgio cabisbaixo enquanto Iza cantarola algo romântico tipo "Adelle".
  - E então, vão ou não assumir esse namoro?
  - Namoro?
  - Seja o que for, é ou não é?
  - Eu gosto do Sérgio.
  - Eu amo o seu filho.
           Dia de sábado, ali num quarto de hotel barato, Izaías faz sexo com um cara, Luciano, 23 anos, eletrecista.
  - Nossa você sabe mesmo como gostar disso.
  - Eu adoro.
  - Tem namorado?
  - Tenho você aqui comigo, os dois transando, esta bom pra você?
  - Não, é sério a gente bem que pode ser assim........
  - Não estrague o momento esta tão bom, não acha, você mesmo ja avaliou e bem, vamos ficar do jeito que esta.
  - Quero mais de você.
  - Teremos muito gato, só que desse jeito, eu na minha e você na sua vibe, a gente se encontra e rola, tá bom?
  - Por que tem de ser desse jeito?
  - Vai gatinho, me faz gritar de prazer, vai.
  Terminado ali, após o banho, Izaías já vestido se despede de Luciano com um beijo.
  Na frente do hotel, Izaías entra no táxi que o deixa em sua casa, ele entra e encontra Sérgio e Elisabeth assistindo filme.
  - Oi.
  - Veio cedo, o que foi?
  - Não preciso da noite toda, para ser feliz, maninha.
  - Sei, te conheço.
  - O que foi Beth?
  - Vá dormir, precisa manter a pele assim, aveludada.
  - Vou mesmo ingrata.
  Iza entra no quarto e tira a roupa, de bermuda cai em sua cama, chora, só de pensar que em duas semanas depois que teve com Sérgio, sua vida sofrera um giro e agora ele é oficialmente o namorado de sua irmã, ele aceitara por que pegou os dois aos beijos na cozinha, foi o corte final.
  Agora ali na sua cama, lágrimas, ele olha para a cama do colega e ali vazia.
  Sérgio aos beijos com Beth que o leva para fora da casa, ali nos fundos ela esfrega seu corpo no homem, aos beijos e caricias eles fazem amor na mesa, Beth sente o poder do homem ali fluir nela, lágrimas descem, finalmente ela tivera um homem de verdade que a fizera vibrar e querer muito mais dele, acabado eles seguem cada um para seu quarto, Sérgio entra e vê Iza ali dormindo se aproxima para cobri-lo, mais desiste do ato, tira sua calça e coloca um short e deita, Iza assiste aquilo sentindo um forte desejo de ir até o homem e te-lo para si.
  De manhã, café, pães, frutas, Lucimar que reduzira suas palavras aos 3 ali, somente lhes serve e segue para os seus afazeres.
  Iza já não suporta mais o gelo dela vai até a mãe.
  - Até quando mãe vai ficar assim comigo?
  - Acho que você não entendeu, filho que palhaçada é essa aqui dentro dessa casa?
  - Mãe.
  - Um troca troca, agora seu cacho esta com sua irmã, é isso mesmo, sabe, eu bem devia é colocar um fim nessa palhaçada, ele vai ter de sair.
  - Por favor mãe.
  - Filho, isso é vergonhoso, eu toco um comércio e não uma boate de sacanagem, nunca imaginaria que teria de passar por isso aqui dentro desta casa.
  - Mãe, me perdoe eu sou o culpado, eles não tem culpa, por favor.
  - Essa sem vergonhice tem de acabar, e vai acabar isso eu vou fazer.
  - Mãe.
  - Só vou dar mais uns dias e se isso não se ajeitar, eu o coloca para fora, afinal ele é um bom menino mais ja esta atrapalhando tudo aqui, tudo.
  - Tá bom mãe, a senhora que sabe.
                                                                   110221......
                                      3
                     Duas semanas depois, Sérgio chega do trabalho num Tempra preto.
 - Amor, quelindo, é seu?
 - Nosso.
 - Você comprou, sério amor?
 - É, deu para juntar uma graninha e um amigo estava vendendo, não foi caro, comprei.
 - Amei, me leva para um passeio?
 - Agora.
 Elisabeth entra no veiculo, Lucimar sai e vê aquilo.
 - Oi dona Lucimar, a gente vai dar um passeio, tudo bom?
 - Sei, por mim, façam o que quiserem.
 Ele percebe que ela não gostou da atitude deles, Sérgio sai com Beth, Cris chega minutos depois.
 - Filha.
 - Oi mãe, o que houve, esta um tanto nervosa?
 - Vem comigo.
 - Tá.
 As duas entram no quarto de Lucimar.
 - Me ajude, mexa nas gavetas enquanto eu procuro nos outros lugares.
 - O quê, mãe?
 - Quero achar aquele papel que o Sérgio me deu aquela vez com o número da Begônia.
 - Por que, esta desconfiando dele?
 - Não sei não, filha, acho que ele vou ter grandes surpresas quando for ve-la, se é que ela esta viva.
 - Mãe.
 - Vai, me ajude filha.  As duas iniciam ali um pente fino no quarto até encontrarem o número, Lucimar sai dali deixando Cris no comando, tendo em mãos o número ela vai até um orelhão em um bar e faz a ligação, do outro lado uma voz feminina não a convence ser a da velha Begônia.
 - Com quem eu falo mesmo?
 - Dirce, por que?
 - Meu nome é Celina, sou amiga da Begônia, ela esta?
 - Begônia, não querida, ela faleceu, ja faz um tempo.
 - Meu Deus eu não sabia, quanto tempo faz mais ou menos?
 - Olha, acho que ja tem uns 4 anos.
 - Nossa, muito hein, meu Deus não acredito que fiquei sem ve-la por tanto.
 - Como é mesmo seu nome senhora?
 Lucimar desliga e vai para dentro do bar, bebe um refri e come uma coxinha de frango, sai dali pensativa e retorna para a pensão.
 - Então mãe, ele mentiu?
 - Sim, como eu imaginava, não diga nada, deixe-o do que jeito que esta.
 - Mais é sério?
 - Vou precisar de um outro favor minha filha.
 - Sim mãe.
 - Fique no comando por uns dias, vou ter de dar um passeio.
 - Até sei onde vai.
 - Não fale nada a ninguém, por favor filha, não quero que ele desconfie e assim saia.
 - Tudo bem mãe.
 Cris e Lucimar ali na cozinha preparam a janta, Iza chega cansado e se joga no sofá da sala junto de 3 senhores.
 - E ai meus colegas?
 Os homens o cumprimentam, ele conversa um pouco e logo segue para o quarto, Cris vai atrás.
 - Mano.
 - E ai Cris.
 - Teu amigo comprou um carro, a mãe disse.
 - Sério, bom para ele e para a outra.
 - Você ficou sentido com tudo, não é irmão?
 - Cris, ela  é nossa irmã, tem todo direito de ser feliz, mais furar o olho do outro, isso é demais.
 - Quer que eu fale com a mãe?
 - Não, deixe para lá, ela que faça o que bem entender, além do mais não é a total culpada, ele também não vale nada, que sejam felizes a maneira deles.
 - É isso mesmo irmão, logo tudo isso acabará, pode ter certeza.
 - Por que Cris, sabe de alguma coisa que eu não sei?
 - Não, eu não.
 - Claro, me desculpe, sabe, ainda estou puto com eles e...........
 - Sim eu te entendo, bem vou fazer algumas coisas.
 - Sabe, eu estou morrendo de fome.
 - Vem comigo, a mãe fez aquela lasanha de berinjela que você ama.
 - Sério, enfim uma boa nova, adoro lasanha dela.  Risos.
 Sérgio chega do passeio com Beth, ela desfila pela sala com o boy e copos de sorvetes.
 - Olha o que eu trouxe para vocês.  Lucimar olha para ela e sai, Beth dá sorvete a todos quando chega em Iza ela deixa o copo cair no pé do rapaz.
 - Desculpa maninho, foi mau, quer um pano para limpar?
 - Serve a sua cara, sem graça.
 Izaías gruda nos cabelos da irmã que grita ali, Cris e Janete vem a eles e tenta separa-los, aos gritos da caçula sendo puxada pelo irmão, Lucimar grita ali cessando tudo.
 - Que merda é essa aqui, vamos parar com isso, eu tenho uma pensão não um manicônio.
 Beth toda despenteada vai para os braços de Sérgio que fizera o tempo todo somente assistir ao ataque deles ali, Lucimar vai a eles.
 - Sim dona Lucimar.
 Sérgio sai com a garota que grita vingança contra Iza.
 Iza termina o suco de abacaxi com Luciano, o rapaz lhe faz massagem nos ombros.
 - O que eu faço com um gato além de tudo massagista, hein?
 - Fica com ele pelo resto de sua vida, e aí?
 - Adoro, mais o tempo que me resta pode ser muito mais do que o sentimento agora.
 Luciano fica frente a ele e abre o roupão, Iza deixa o copo no criado e joga o rapaz contra a cama, logo caindo em cima deste, eles experimentam as delicias de um 69 bem feito, Luciano fica meio que em transe com a língua de Iza descobrindo e explorando a fenda do menbro genital do homem, o prazer é tão intenso e recíproco que gritos são liberados, Iza é penetrado com direito a gel relaxante, o beijo se inicia adocicado e logo esquenta com as pastilhas do desejo que Luciano comprara, Iza faz diversas posições, até as improváveis a muitos, o que faz Luciano gemer enlouquecidamente.
 Após o sexo, ambos fumam cigarros aromáticos ao som de regaee e Iza dança para o cara, logo outra sessão de sexo.
 Fora do motel, a caminho da pensão, Iza segura o braço de Luciano que dirige.
 - O que vamos fazer no próximo final de semana?
 - Amor?
 - Mais o quê?
 - Bobo, vou te levar para um lugar bem interessante.
 - Que lugar?
 - É surpresa.
 - Vai diz, não gosto de surpresas.
 - Dessa você vai gostar.
 - Será, vai logo me diz, estou ficando nervoso, vai diz.
 - Quando a hora chegar, vai saber meu lindo.
 - Sério, sério mesmo?
 - Sim, amor.
 - Adoro te ouvir falar amor.
 - Amor.
 O carro pára frente a casa, eles descem e ficam namorando um pouco até que Iza entra.
 - Tchau.
 - Tchau mozão.
 Izaías entra e o silêncio total ali, todos dormindo, ele vai na cozinha, bebe refri, come pizza e senta um pouco no sofá, lembrando dos momentos anteriores com Luciano, ele sorri, mais logo ouve algo.
 - Cara, acho que tem algo por aqui.
 Ele segue o barulho e vê a porta para o quintal ele vai até a mesma, pela fresta ele assiste sua irmã na mesa recebendo a virilidade de Sérgio, Iza vê aquilo, olha a bunda de Sérgio num vai e vem, o tesão lhe percorre o corpo seguindo de um ódio visceral, sem pensar ele derruba algo e segue para o quarto, o casal no quintal se assusta e para tudo, momentos depois Sérgio entra no quarto.
 - Pelo menos vocês poderiam ser mais decentes, respeite a minha mãe.
 - O que diz?
 - Isso aqui não é zona, cabaré.
 - Não estou entendendo.
 - Cara, sério, vocês me dão nojo.
 Iza se vira para sua cama quando recebe um abraço por trás de Sérgio.
 - Você que quis assim.
 - Me solta agora.
 Os dois entram em luta, Iza recebe um soco de Sérgio e cai no chão, logo as irmãs e alguns hóspedes entram no quarto e separam a briga.
 - O que houve Sérgio, o que você fez com o meu irmão?
 Izaías se levanta, de sua boca sai sangue pelo canto.
 - Sai do meu quarto agora, não quero você mais aqui.
 - Me desculpe, foi sem querer, me desculpe, por favor Izaías.
 - SAIIIIIIIIIIIIII.  Vocífera Iza ali, Sérgio sai com ajuda de Beth que indica levar seu cara para o seu quarto, Cris se adianta e deixa o homem num quarto de outro hóspede.
 Iza tem os socorros feitos por Janete, Beth chega ali.
 - Gostou bicha do caralho, finalmente recebeu o que tanto queria, viado barrela, nojento.  Ela enche a boca e cospe no irmão, Iza tenta pega-la, Cris chega antes e dá um tapa na cara de Beth.
 - Nunca mais fale desse jeito dentro de casa,, ouviu bem?
 - Vai defender ele, sempre foi assim mesmo.
 - A mim pouco importa suas vidas de catação, mais essa casa e a tia merece todo nosso respeito, pronto, não quero nunca mais isso aqui, nunca ouviram bem?
 Beth alisa o rosto que recebera o tapa e sai em choro dali.
 - Meu Deus, o que foi isso?
 - Janete, me diz, você realmente mora aqui, nunca percebe nada sempre se fazendo de omissa, olha só o inferno que estamos vivendo, é isso.
 - Eu achei que fosse apenas um romance de verão, só isso.
 - Pois agora você com seus olhos, não é, esta mais para uma terceira guerra mundial.
 - Céus.
 Sérgio na cama de seu novo quarto, não conseguindo segurar mais as lágrimas esmurra o travesseiro.
                                     120221.....
                  TEXTO INDICADO AO PÚBLICO ADULTO PORTANTO ACIMA DOS 18 ANOS.
                 LGBT E HÉTERO.
                         YOUTUBE - paulo fogaçaz/canal
    Lucimar acorda bem cedo, toma café no hotel e sai, com um papel na mão entra em alguns lugares até que em um mercadinho recebe a informação que deseja, agradece e segue.
  De frente a uma grande casa de madeira, portão de ferro pequeno, muro baixo, ela bate palmas até sair uma senhora de seus 50 anos.
  - Dona Dirce?
  - Sou eu mesma, quem deseja?
  Lucimar chega mais perto e olha firme para a mulher.
  - Bem, devo me apresentar, apesar de que sinto, já nos conhecemos há muito, Dirce das cachorras, não era assim que te chamavam no passado?
  - Você é................
  - Lucimar, agora vai me convidar para entrar ou vamos papear por aqui mesmo?
  A mulher olha para a outra com certo receio quando de trás de Dirce surge um homem que faz Lucimar quase ter um colapso.
  - Bom dia maninha, então veio mesmo, vai, abra a portão, estava a sua espera.
  Lucimar abre o mesmo sem ainda acreditar, ali na sua frente seu irmão Osvaldo.
  - Você, o que esta fazendo aqui?   Depois de dois copos de água e açucar, ela tem suas mãos a tremer.
  - Esta melhor querida?
  - Deus, por onde esteve seu ingrato?
  - Calma, vou te dizer tudo, bem quase tudo, afinal existem detalhes que só interessam a mim, entende?
  - Por que voltou para cá?
  - Bem, depois daquele papelão que a gente encenou em sua casa, seu marido que Deus o tenha, me fizeram, fui para o Norte, fiquei por lá, depois segui para o garimpo.
  - Garimpo?
  - Sim o Brasil ainda é muito rico minha irmã, só ter coragem e enfrentar as adversidades ainda se pode fazer fortuna por aqui.
  - Como sempre o foi, louco pela ambição, sempre querendo o tudo.
  - Pois é, trabalhei muito, suei deveras e ganhei o suficiente para se fazer o meu senhor, meu patrão, achei que vida jamais sorriria para mim, me enganei, ela sempre sorri aos fortes.
  - E a sua mulher, a bugra?
  - Morreu, 3 anos depois daquele vergonhoso encontro nosso.
  - E os filhos dela?
  - Ficaram com os avós, como sempre mana, preocupada com os filhos dos outros talvez seja por que..........
  - Eu tenho uma filha, fora os meus outros 4.
  - Sério, eu juro não sabia desse meigo detalhe.
  - E os meus filhos, como estão?
  - Como acha, estão ótimos, criei eles para serem pessoas honestas, eles estudam e ja estão se formando.
  - Sabia, essa é a minha irmã preciosa ajóia mais rara que a vida pode dar a alguém.
  - O que quer?
  - Ve-los oras, afinal ja faz tantos anos, tenho vontade de ve-los, sou o pai deles, você é a tia.
  - Agora sim vejo com mais clareza, sua caçula lhe puxou em tudo, até na indecência.
  - O que diz?
  - Elisabeth, lembra dela, a caçula das meninas, essa nunca quer nada com nada, não estudo e só sabe ficar em baladas e diversão, igualzinho a você.
  - Deixe de bobagens eu preciso ve-los, são meus filhos ja te disse.
  - E o Sérgio, ele é fake como dizem, afinal você o colocou lá para vigiar tudo?
  - Em certo sim, ele é meu afilhado, neto de dona Begônia, quando o encontrei estava em situação lastimável, fiz um acordo com ele.
  - Espionar-me?
  - Não se aproximar e assim obter para mim mais informações para quando eu surgisse assim para meus filhos.
  - Você não mudou em nada continua sendo o mesmo, mais fico aqui pensativa, foi sua idéia também fazer o seu espião gostar tanto de seu filho Izaías a ponto de te-lo para si e agora ter a sua caçula também?
  - O quê, meu filho, como?
  - Não sabe sobre isso, não te disseram, teu filho Izaías, ele é gay.
  - Gay?
  - Sim, mais é um dos melhores filhos que uma mãe pode pedir a Deus, todos os são, Osvaldo não sabe o ouro que tenho comigo, seus filhos são uma dádiva para mim.
  - Gay, isso eu não sabia, aquele patife não me contou nada disso e ainda eles estão...........
  - Não, não estão mais, agora seu afilhado esta tendo um flerte com a sua Elisabeth, a caçula, sua cara e xerox.
  - Desgraçado, esse maldito vai me pagar, não é a toa que me alertaram sobre.............
  - Sobre o quê, Osvaldo?
  - E então vai me deixar ver meus filhos?
  - Você merece isso, merece esse seu desejo realizado Osvaldo?
  - Por que, por que, você tinha que ter feito tudo aquilo comigo, me deixou sair sem meu filho, meu único filho homem, por que, se ele estivesse comigo com certeza não teria sido um...........?
  - Um gay, é isso Osvaldo, seu filho não seria homossexual, é desse jeito que quer realmente ver seus filhos, cheio de preconceitos e imposições, é assim mesmo?
  - Me perdoe, eu não quis ter dito desse jeito, você tem toda razão.
  - Ele gostar de meninos não muda em nada seu caráter e seu coração, ele é um doce, meigo, gentil educado, não há uma só pessoa que não goste de seu filho, ele tem amigos e uma família por ele Osvaldo.
  - Quer mais água?
  - Não só quero que me respeite, respeitando os teus filhos, meus sobrinhos.
  - Me desculpe é que foram tantas informações, aquele canalha do Sérgio, não sabia que estava se divertindo com meus filhos ás minhas custas e costas.
  - Como assim as suas custas, ele não trabalha?
  - Trabalha, mais é numa fábrica clandestina mau consegue o necessário para pagar o quarto que você o alugou.
  - Sabia, por que faz isso Osvaldo?
  - Eu estou morrendo irmã, tenho HIV e recentemente em exames foi diagnosticado um câncer.
  - O quê, como assim?
  - Estou em tratamento, tennho meus medicamentos alguns até em testes, fique tranquila, entende agora por que quero ter meus filhos perto de mim?
  Dirce entra ali trazendo exames e laudos médicos, Lucimar os lê e vê o irmão tomar seus medicamentos.
  - Tudo é superável minha irmã, menos a saudade que tenho de meus filhos, não me deixe morrer sem ve-los, por favor.
  Lucimar almoça com Osvaldo e Dirce, no cardápio, costela de forno, arroz branco, feijão com couro de porco, salada de rúcula e tomates.
  - Nossa esta tudo uma delicia, muito bom, divino Dirce, esta de parabéns.
  - Obrigada.
  Terminado a refeição, Lucimar sai com o irmão.
  - Por que deixou eles comigo Osvaldo, sempre soube que eu iria imped-lo por completo, afinal você é minha família?
  - Serei e sou muito grato a você sempre, irmã, acha mesmo que iria conseguir forma-los e da-los a educação e o respeito que tenho certeza que você e o Cicero deram, jamais.
  - Sim concordo em tudo isso.
  - Mais vai visita-los?
  - Quero muito, irmã.
  - Então vem comigo, vamos para a pensão, será bom você vai ver, mais esteja preparado pelo que vier, traga sua esposa.
  - Ela, a Dirce, não, ela não é a minha mulher.
  - Mais a traga afinal ela me serviu uma comida deliciosa, gostaria muito de devolver em bom gosto a recepção.
  - Esta certo, ela virá com a gente.
  - Já que esta tudo certo partimos amanhã, certo?
  - Não, irmã só mais uma coisa.
  - O quê?
  - Melhor que vá na frente depois eu chego com a Dirce, prepare o campo, será melhor, afinal é muita informação para eles, o que acha?
  - Por mim vocês ja iam, mais se pensa assim, só não quero que fique tanto tempo como ficou sem ter o carinho e o amor deles.
  - Obrigado mana.
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notesandletters · 4 years
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3 segundos
Dizem que o presente é 3 segundos do seu agora, depois disso é tudo passado, passado que é armazenado em seu consciente de forma automática, mas que são apenas fragmentos importantes e não a memória inteira, ou seja, você pode ter vivido o seu pior dia, no português mais específico seria seu dia de merda, mas se você teve um mísero segundo alegre que foi importante e fez diferença durante o tal dia, é isso que será armazenado!
Então, o que eu posso dizer em minha defesa? Pois eu tenho as memórias do meu passado de forma nítida em meu consciente, e eu consigo lembrar!
Me lembro de cada mensagem digitada por mim, quanto mais por ele, me lembro do "Caraí cuzao"
Me lembro da rosa vermelha de plástico que ele usou no vídeo em que me pediu em namoro no 11 de setembro,
Me lembro do vídeo dele lavando a louça que sua irmã gravou e até aquele vídeo do "Palmeiras não tem mundial",
Me lembro das gravatas e me lembro daquela fotografia em frente ao espelho que ele tirou de si quando usava sua touca cinza,
Me lembra dos áudios e o seu "Bom dia amor, acordei com vontade", me lembro das brigas e términos também,
Me lembro da gata Mel e do pipi, nome carinhoso que seu irmão mais novo o apelidou,
Me lembro das ligações para acorda-lo e das nossas iniciais na árvore de uma praça no interior de São Paulo onde eu morava,
Me lembro das canções e óbvio que me lembro de nossa versão de Aquieta Minh'alma,
Me lembro da piada na pia e dos cultos que ele ficava na mesa de som,
Me lembro da filosofia de que nossas vidas são como notas musicais e eu ainda uso essa referência por que pra mim faz todo sentido,
Me lembro da passagem e do saco azul onde ele guardou os meus presentes, me lembro do vídeo lindo de como foi a trajetória dele até ele finalmente me encontrar na rodoviária
Me lembro da praça na barra funda, me lembro dos motéis, a camisinha que ficou na minha vagina e também de algumas lágrimas que eu não evitei nesses momentos,
Me lembro da mania hilária de colocar a toalha no órgão genital e ficar balançando como um palhaço bobo,
Me lembro da dor da despedida, e do seu áudio com a voz dolorida me dizendo adeus e óbvio que me lembro do nosso reencontro no terminal, onde diz ele, que suas pernas tremeram quando me viu, me lembro até do pirulito que ele deu pro Davi, meu filho!
Me lembro das escadas do apto do meu irmão, bom, digamos que não éramos um casal comportado, é nítido o carro do seu pai e o do seu avô em minha memória, e é impossível esquecer a parada pela polícia,
Me lembro de uma perda, que seria um pedaço nosso, me lembro do final e das recaídas, me lembro até dele me pedir para deixá-lo em paz, e de dizer que não conseguia esquecer a garota, se não me engano eu cheguei até implorar, foi a primeira humilhação pra me ensinar que jamais deveria fazer novamente, e não fiz, tantas conversas e momentos que ainda são bem reais e frescos, cada beijo, cada abraço, cada hot dog com refri, cada assunto sobre a escola de inglês e seus pais, cada sorvete no shopping e do dinheiro perdido na máquina de pesque e pague, me lembro de quando olhei pra trás pois sabia que ali, seria a última vez que o veria, passado tão atual como se fosse os meus 3 segundos do presente.
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janesaliance · 6 years
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First Kiss
-Você tem que me ajuda Sam! - Cat dizia num tom de choro dramático enquanto se jogava na cama. -Mas eu sou tão inexperiente quanto você... Você tem certeza que quer beijar ele? - Sam se sentou na beirada da cama e olhou a irmã de um jeito apreensivo. Cat tinha um encontro, bom na verdade ela ia em sua primeira matinê juntamente com a sala inteira, mas Fred o menino mais gato da sala encostou na frente do armário da garota e disse. "- Eai Cat você vai na matinê sábado? -Acho que sim. -Legal, te vejo lá..." Logo isso era claramente um encontro. -É claro que eu tenho Sam. Beijar alguém não é um bicho de 7 cabeças também. - Disse se levantando e voltando a encarar as roupas espalhadas pela cama. -Ta, mas você não tem medo de ser ruim? -Não... - Cat disse distraída olhando para espelho enquanto tentava moldar um vestido azul no seu corpo. -Meninas o almoço tá na mesa...Que bagunça é essa Catherine? -A matinê mãe, é hoje. Eu to escolhendo meu look. - Cat disse como a coisa mais obvia do mundo. Por que pais tinham sempre que esquecer das coisas? -Ah é... Sobre essa matinê... -Ah mãe! você não vai não deixar eu ir logo agora né. -Não é isso, é que eu ainda não falei com o seu pai, mas a gente conversa agora no almoço. -Mãe você não pode deixar uma homem definir suas decisões. - Melissa a encarou por alguns segundos depois soltou uma riso fraco. -O almoço vai esfriar. -- O almoço ja estava acontecendo a algum tempo e nada da mãe das garotas tocar no assunto da festa. Cat já estava ficando impaciente, sabia que se ela fosse homem não ia ter essa cerimônia toda, mas também sabia que um não do pai acabaria com suas chances. -Estava pensando de antes de ir no Rodrigo a gente passar no shopping e comprar aquele vinho que ele gosta. -É uma boa ideia amor, mas se tiver aberta, ela costuma fechar cedo. - Melissa dizia distraída quando sentiu um pé cutucando sua perna. Demorou para entender quem tinha feito isso, mas quando olhou para filha, que estava sentada na sua frente logo entendeu. A matinê, tinha que falar da matinê. - Noah sabe que não é só a gente que quer sair hoje. Sam e Cat tem uma festinha para ir. -Ah é... Então é por isso que eu passei pelo seu quarto e tinha roupa espalhada para todo canto. - O pai de Cat disse a encarando com aquele olhar que ela não sabia dizer se era amigável ou não. -Eu sou movida pelo estilo pai. - A garota disse e piscou logo em seguida fazendo o irmão mais velho rir enquanto negava com a cabeça. - Não entendi a graça Dylan. -Acho que o Dylan vai ficar bem feliz se vocês forem né, vão deixar o sábado dele livre. -Eu não vou fazer absolutamente nada. - O garoto respondeu. -Claro que vai, você sempre faz alguma coisa. Tenho certeza que seus amigos tem algum role marcado. -Hoje por incrível que parece não. Eu pretendo inclusive assistir muita série. - Sorriu de canto sabendo que ela ficaria brava por ele não estar a ajudando com o pai. -Não sei se devo deixar vocês sairem sem eu e sua mãe estarmos aqui. -Mas o Dylan acabou de falar que vai estar aqui. -É... - O pai respondeu. - Só se vocês duas prometerem que vão ficar juntas o tempo todo -Eu não vou. - Sam soltou. Ela definitivamente não queria ir e Cat sabia disso, mas sabia também que se ela não fosse... -Sam! -Se sua irmã não vai, você também não vai Cat. - A mãe disse -Sam você não pode fazer isso comigo. -Mas eu não quero ir, odeio festas. - Ela não odiava festas, mas estava morrendo de medo dessa. -Dylan fala pra ela ir! -Sam vai na festa. -A menina negou. - Sorry. - O irmão disse se levantando da mesa e indo em direção da cozinha. -Eu odeio todos você! -Olha o modo de falar Catharina. Esta feito, se Sam não for você não vai! - disse a mãe -- Depois de subir do almoço sem sobremesa na tentativa do efeito dramático fazer os pais mudarem de ideia, Cat se jogou na sua cama e ficou tentando pensar uma forma de convencer a irmã a ir naquela matinê. Estava tudo orquestrado na sua cabeça. Ela e Frad iam comer uma batata e tomar um refri, depois ele iam dançar ate que iam parar em um lugar menos lotado, ele ia colocar a mão na cintura dela e se inclinar para beija-lá, tudo acontecia exatamente assim nos seus sonhos, mas ela tinha se esquecido da sua extensão, com quem ela era obrigada a fazer absolutamente tudo. Queria muito ser filha única, ou pelo menos não ter uma irmã gêmea. Pelo menos que Sam a entendesse ou alguém entendesse ela e fizesse a irmã a entender... Se pelo menos existisse alguém que realmente pudesse influenciar Sam, alguém que ela admirasse muito... -M! ---- -Ai Zendaya não to muito afim... - M disse enquanto rolava para o outro lado da cama tentando pegar a coberta que havia caído durante a noite. -M! Você nunca ta afim de ir pra balada. -A amiga praticamente gritou do outro lado da linha. -Que mentira, eu to sempre em festas, quase todo final de semana, quase todo dia na verdade, eu canto em muitos lugares. Sei la to cansado hoje... Cheguei tarde ontem. - A morena disse quanto tentava achar a coberta perdida pela bagunça do seu chão. -Olha você nunca sabe quando eu posso ir embora, não despedisse sua chance. -Ok, Z eu vou pensar nisso ok, mais tarde eu te ligo... Tchau. - Quando a menina finalmente desligou M suspirou aliviada e voltou a se enrolar na sua coberta na tentativa de voltar a dormir. Estava quase pegando num sono, quando seu celular começou a tocar novamente. -Zendaya se você me ligas mais uma... -Sou eu M. A Cat irmão do Dylan. - em três segundos M quase que levantou da cama de tão surpresa que ela ficou com a ligação. -Oi Cat... Tudo bem?.... Aconteceu alguma coisa? - Não, quer dizer não com o meu irmão. Eu queria te pedir ajuda pra uma coisa. -Ah... Ok, pode falar. -Eu quero ir em uma festa, sabe é tipo a minha primeira balada. Só que eu não posso ir se a Sam não for. Eu queria tanto ir, tanto! Mas eu não sei como convencer ela, e ja que meu irmão não move um dedo pra me ajudar eu pensei... Será que você poderia vir aqui tentar me ajudar a convencer ela. -Ir ai? -É -Ok -Serio? -Sim - Não! M o que deu na sua cabeça? -Ai obrigada!! Você vai salvar a minha vida. -Imagina linda, em... 20 minutos eu to ai... Tchau... -Zendaya se você estiver me olhando do céu peço que não me julguei! Amém. - Zendaya a julgou muito quando descobriu. --- Cat foi esperar M na sala, não queria correr o risco do Dylan atender a porta. Seus pais ja haviam saído fazia uns 5 minutos e Cat escutou perfeitamente eles falando para o irmão não deixar ela ir sem a Sam. Ela odiava o fato de que ele ia obedecer eles, se ela fosse a irmã mais velha seria muito mais legal. --- M chegou uns 40 minutos depois e mal tocou a campainha a garota já apareceu na porta. -Hey! Que 20 minutos longos em... -Igualzinha ao irmão, impressionante. -Desculpa eu... -Relaxa, vem entrar. Vamos até o quarto da minha irmã e só seja você que ja convence ela. -Ok... - M disse meio rindo, estava começando a achar que aquilo seria mais divertido do que parecia.
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camvwriter-blog · 6 years
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Tumblr media
oi gente, turo bom? cheguei com os refris uma intro feita meio desleixadamente porque só tô vindo aqui agora que terminei meu resumo, mas já já preciso voltar a estudar porque vida de estudante infelizmente não tá fácil send help quero férias. ENFIM, deixo depois do read more os hcs e o quote da minha filha, a camille é a escritora de sangue jovem e é meio bitter, mas juro que não é uma má pessoa. vou chamar mais tarde no chat todo mundo, prometo! só tá meio complicado agora por causa da prova jsaijsa mas antes de dormir eu juro que apareço no chat de alguém. é isto, paz!
“você não deve esquecer o que eu disse. você e eu somos pessoas diferentes. não vá pelo caminho errado por minha causa.”
Estas foram as últimas palavras de sua mãe para si antes de entregá-la aos cuidados de sua tia, uma mulher séria e de personalidade forte que iria cuidar dela daquele dia em diante. Nada mais parecia fazer sentido naquele momento, mas mantinha a fala da figura materna em mente firmemente, com a esperança de que um dia conseguiria entender o sentido de tudo aquilo. Contudo, só veio a entender o sentido de tudo aquilo quando ficou mais velha, depois de anos usando um novo nome e sendo criada em um novo país por sua tia. A garota fora o fruto do caso entre sua mãe e um homem casado, este sendo um renomado político que almejava alcançar a presidência de seu país no futuro, mas que não tinha nenhuma disposição de cuidar da filha que havia gerado. Em um ato de desespero, sua mãe começou a chantageá-lo com o objetivo de receber dinheiro de seu ex-amante para que assim fosse possível tomar conta de sua filha. Suas chantagens deram certo durante uns bons anos, mas todo foi por água abaixo quando a esposa deste descobriu e exigiu que o marido deixasse de mandar dinheiro para a filha, começando também a colocar em sua cabeça que seria mais fácil simplesmente varrer sua existência da face da Terra do que se preocupar com as ameaças da mãe desta de expor seu caso e acabar com a sua reputação bem quando seus objetivos começavam a se realizar. No fim das contas, o que a mãe da Camille queria era evitar que ela se envolvesse com pessoas que não deveria e arruinasse a sua vida por ganância. Mais importante ainda, não deveria nem mesmo cogitar a ideia de ir atrás de seu pai e de sua esposa por alguma motivação vingativa, aquilo só a traria ruína e era seu dever viver uma vida melhor agora que tinha a chance. Mas como poderia fazer isso, agora que sabia que eles eram os responsáveis por estar vivendo como uma nova pessoa e longe daquela que era a pessoa que mais amava no mundo?
HEADCANONS.
— Foi criada apenas por sua mãe durante os primeiros anos de vida, não fazendo nem ideia de quem era o seu pai, mas sempre admirando a força da mulher para cuidar dela mesmo com todas as frequentes dificuldades que surgiam na vida de ambas. Seu amor pela leitura surgiu quando era ainda pequena, com os livros infantis que ganhava das amigas da figura materna ou que achava na biblioteca de sua escola. Era uma aluna extremamente aplicada e não media esforços para ir bem nas provas, almejava ser uma das melhores alunas da classe, demonstrando traços de ambição desde aquela idade.
— Deixou de ser Oh Naeun para se tornar Camille Lecomte ao se mudar para a França com sua tia aos onze anos, dando adeus a sua vida antiga e a sua mãe. Odiava ter de se afastar dela sem nem sequer saber o motivo de tal coisa estar ocorrendo, as desculpas de sua tia não a satisfaziam e a inquietação tomava cada vez mais conta de si. Só foi descobrir a verdade sobre sua vida e o motivo de sua partida meses após o falecimento de sua mãe em um acidente de carro, quando a garota estava em seus dezesseis anos e sua tia resolveu que estava mais do que na hora de ela saber sobre tudo.
— Lançar Sangue Jovem foi como a realização de um sonho para si, sempre fora extremamente apaixonada pelo mundo literário e finalmente ter a sua primeira obra publicada era um motivo de comemoração - era sua maior conquista, com toda a certeza. Mantém uma carreira de modelo desde o começo de seus vinte anos, sua beleza chamando tal atenção do público que diversas propostas começaram a lhe serem feitas. Iniciou uma faculdade de moda no ano passado e está realmente dando o seu melhor no curso, embora não deixe que este atrapalhe seus esforços para se tornar uma escritora de ainda mais sucesso, ou de seus planejamentos para lançamentos literários futuros.
—  Gosta de manter a imagem fútil que sua paixão pela moda e seu modo de agir passam para os outros, afinal, se deu conta de que a melhor forma de não chamar a atenção alheia para o seu passado é a de não aparentar ser uma pessoa interessante ao ponto quererem descobrir mais do que o necessário sobre sua identidade. É uma mulher de personalidade forte e que não leva desaforo para casa, embora também se esforce para relevar as mais diversas grosserias e tentar apenas passar uma imagem de desinteresse - acabando por muitas vezes falhar devido ao seu gênio. Não acredita muito no amor e nunca se apaixonou por ninguém, mas às vezes se pergunta como seria encontrar alguém que a amasse mesmo com todos os seus defeitos, embora sempre acabe abandonando tais pensamentos por achá-los nada produtivos.
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dearoppa · 6 years
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A movie night
Categoria: Smut
Kim Namjoon
Palavras: 3061
Imagine por: @kpop4you (Monnie)
Já se passavam de nove horas da noite, minhas pernas tremiam e minha cabeça já começava a doer. O sino da porta tocou pela nongentésima nonagésima nona vez naquele dia e informava que mais um cliente havia acabado de chegar, peguei a caderneta que se encontrava em cima do balcão e fui ao encontro do cliente que havia se sentado à mesa 03, era um casal de idosos, eram fofos.
- Posso anotar o pedido de vocês? – pedi com um tom de voz baixo, porém educada, aliás, ninguém era culpado pelo meu mal dia.
-Olá querida – a senhora disse com um sorriso fofo no rosto, ela usava um óculos redondo e tinha cabelos brancos e lisos. – queremos dois cappuccinos e dois pedaços de bolo de baunilha, por favor!
Anotei o pedido do casal, preparei os dois cappuccinos e coloquei os pedaços de bolo, um em cada prato.  Enquanto fazia aquilo o casal conversava e sorria, pareciam estar juntos há muito tempo e mesmo assim não deixaram o amor acabar. Terminei de preparar o cappuccino em menos de 20 minutos, decorei cada um com um coração.
- Aqui estão os cappuccinos e os pedaços de bolo que pediram – entreguei o pedido com um sorriso sincero no rosto.
- Muito obrigada! – dessa vez o senhor me agradeceu com um sorriso, ele também tinha cabelos brancos e lisos, mas não usava óculos como a senhora que sentava em sua frente. Curvei-me e fui novamente para o balcão.
Comecei a organizar a bancada onde os cafés eram preparados e então começou a se passar pela minha cabeça quando eu encontraria alguém que soubesse o significado literal de reciprocidade. Meu melhor amigo Namjoon sempre me dizia que nada caía do céu de uma hora para outra e isso me fazia entender que tudo dependia de tempo.
Conheço Namjoon desde meus 15 anos, ele tem sido meu melhor amigo desde que cheguei à Coréia do Sul. Sim, Namjoon, o líder do super famoso e prestigiado grupo BTS, o “Deus da destruição”, o Rap Monster que agora é RM. Sim. É dele mesmo que estou falando.
Conheço Namjoon há oito anos, quase nove. E não, a fama não subiu a sua cabeça e ainda é o garoto mais amável que conheço. Às vezes me encontro confusa em relação à Namjoon, quando o vejo meu coração acelera e sinto um calor subir pela minha espinha. Já fazia meses que não o via, mas sempre conversávamos por mensagem. Posso dizer que Namjoon é meu confidente, Namjoon sabia de todas minhas paixonites e ilusões amorosas, segundo ele eu deveria ser chamada de “A menina das ilusões amorosas”.
Costumávamos ir muito à casa um do outro, ficávamos vendo filmes e falando coisas inúteis na maioria do tempo. Tudo era diferente com Namjoon, eu tinha total liberdade para falar do que quisesse com ele, podíamos ficar em um mesmo cômodo completamente calados que aquilo não seria estranho para nós. Ter Namjoon ao meu lado fazia eu me sentir segura, em relação a tudo.
Sou tirada dos meus devaneios pelo som da porta sendo aberta e pela milésima vez naquele dia, mais um cliente chegava. Não me viro, pois Hyun iria anotar o pedido já que estávamos quase fechando, eu não via a hora de chegar em casa, tomar um banho quente e dormir.
-S/N? – ouvi a voz de Namjoon ecoar naquele café, pensei estar delirando devido ao cansaço e por meus pensamentos estarem focados nele na maior parte do tempo. Apenas ignorei. – Então a pirralha decidiu me ignorar foi? – a única pessoa que me chamava de pirralha era Namjoon e Yoongi e eu tinha total certeza de que aquela voz não era de Yoongi.
Apenas me virei e me deparei com Namjoon, vestindo um casaco preto junto com um boné e uma calça da mesma cor. Suas mãos seguravam suas luvas em vês de estar vestido com elas, seus cabelos novamente pintados, só que agora de castanho escuro, eu realmente amava o cabelo de Namjoon com aquela cor. Seus lábios com a cor rosada a qual sempre teve devido ao uso constante de hidratante labial por causa do frio.
EI, S/N, vamos acordar? Mundo real te chama garota. O seu melhor amigo que não vê a mais de meses está bem na sua frente e você fica reparando esses tipos de coisa? –pensei comigo mesma.
- Namjoon, quer me matar do coração? – falei de uma forma despojada tentando esconder que eu ainda ficava mexida cada vez que a gente se via depois de muito tempo.
- Pode confessar que estava morrendo de saudades. – passou a mão em meus cabelos deixando-os bagunçados.
- Virou vidente agora foi? – disse sorrindo, enquanto dava a volta pela bancada para poder chegar à frente da bancada, onde Namjoon estava.
Parei em frente a ele e coloquei meus braços em seu pescoço o abraçando, pude sentir Namjoon me rodopiando e meus pés flutuando no ar. Senti saudade daquele perfume levemente amadeirado que Namjoon sempre usará, seria aquela uma de suas marcas registradas?
Fui colocada no chão, Namjoon depositou um beijo em minha testa e deu um sorriso sincero sem mostrar os dentes. Suas covinhas ficaram a mostra e eu não pude resistir, involuntariamente dei um sorriso tímido.
Calma S/N, você sabe que são amigos e que ele a vê como uma irmã mais nova. Calm down girl.
- Já acabou o expediente?
- Sim, vou só terminar de ajeitar as coisas e já vou pra casa. – por favor, me ofereça uma carona Namjoon.
- Vou esperar. Te deixo em casa. – disse se virando, indo em direção a uma mesa. Quando ouvi aquilo, por dentro dava saltos de alegria e agradeci mentalmente.
- Tem certeza? – Torci para ele dizer sim.
-Sim! – sorriu e pegou o celular que estava em seu bolso.
- Prometo não demorar.
Terminei rápido de arrumar a bancada e de limpar o chão, fui para os fundo tirei meu avental e meu uniforme e os coloquei no armário e então coloquei minha roupa. Voltei para frente do café, Namjoon ainda estava sentado na mesma mesa, mexia em seu telefone, acho que jogava algo.
- Aposto que perdeu. – brinquei com ele, pegando o celular de sua mão e saindo do café. Não demorou muito para que ele me alcançasse.
- O que acha de sessão de filmes hoje? – parecia uma criança de tão empolgado.
- Topo, ‘tô’ morrendo de saudades dos meninos. Tenho certeza que Hoseok oppa va... – fui interrompida por Namjoon.
- Então, eu estava pensando em assistir na sua casa. Só a gente, saudade dos velhos tempos sabe- disse tímido enquanto olhava diretamente nos meus olhos.
Quando ouvi aquilo meu coração acelerou, o fato de estar com o Namjoon, sozinha, sem os meninos, depois de tanto tempo me estranhava. Foco S/N, é o Namjoon, o seu melhor amigo que sempre derrubava coca-cola na sua cama e queimava a pipoca. Nada mudou, Foco!
- Claro. – disse como se fosse a pessoa mais confiante do mundo todo naquele momento – mas você escolhe o filme, você sabe que sou uma merda para escolher.
- Se sei. – disse zombando de mim e entrando no carro. Fomos o caminho todo conversando sobre o que havíamos feito durante esses nove meses.
- E os garotos? Ainda continua a “Menina das ilusões amorosas” ou já encontrou sua metade da laranja? – disse sorrindo, enquanto mantinha o foco na estrada.
- Acho que o meu destino traçado pelos Deuses diz que “A menina das ilusões amorosas” não possui metade da laranja. – disse debochada.
- Para vai, você sabe. Tudo tem seu tempo.
-“Tudo tem seu tempo”- o imitei fazendo voz de desentendida.
Demos uma gargalhada e então por um minuto o silêncio reinou naquele carro, era possível ouvir o barulho do atrito das rodas com o asfalto e do motor, toda vez que Namjoon pisava na embreagem, e pela a primeira vez depois de muito tempo o silêncio pôde nos deixar desconfortáveis. Era notável ver a diferença entre nós, algo havia mudado.
Olhei para o lado e percebi Namjoon segurava o volante com sua mão direita e seu cotovelo esquerdo estava apoiado na janela e sua bochecha apoiada em sua mão. Naquele instante pude ver que cada detalhe em Namjoon era percepitivel, que suas mãos eram grandes e seus dedos finos e magros, que sempre abria um sorriso quando o assunto era seus amigos, e que sempre ficava meio “perdido” quando não se encontrava com seu telefone por perto. Percebi naquele momento que Namjoon era o mais próximo que tinha entre eu, o amor e a reciprocidade.
Fui retirada dos meus pensamentos quando vi que Namjoon havia parado o carro e que finalmente estávamos em casa.
- Aqui não mudou nada – desceu do carro e ativou o alarme.
- Aqui não, mas outras coisas...- pensei alto comigo mesa.
- O que você disse? – parou na escada se virando de costas para mim.
- Nada, pensei alto. Esquece. – quando ele se virou novamente, agradeci a Deus por ele não ter feito mais nenhuma pergunta.
Passei em sua frente e destranquei a porta, entramos e Namjoon a trancou novamente. Fui olhar na geladeira pra ver se tinha algo e graças a Deus eu havia feito compras no fim de semana.
- Joon, vai escolhendo o filme pois não estou a fim de comer sua pipoca queimada – Gritei da cozinha.
- Até parece que queimo pipoca. – disse se encostando na parede da cozinha com cara de desentendido.
- Tá bom então, vou fingir que acredito.- debochei dele – vai logo escolher o filme Namjoon.
- Vou mesmo, quero assistir um filme descente hoje. - disse e deu de ombros debochando da minha cara, taquei um milho em sua cabeça. – Aí!
- Isso é para você parar de ser debochado.
Terminei de fazer a pipoca e fui trocar de roupa, coloquei um moletom cinza e uma calça amarela, super combinando? Sim. E amarrei o cabelo em um rabo mal feito. Voltei para a cozinha e coloquei a pipoca em um pote, coloquei o refri para a gente. Levei a pipoca e depois voltei e pequei o refrigerante.
Ele havia escolhido um filme de ação, parecia legal, me sentei na cama ao lado de Namjoon e dei play no filme. O filme começou e não demorou muito tempo para que Namjoon começasse a conversar.
-Realmente não conheceu ninguém durante esse tempo todo? – Namjoon me perguntou, ainda olhando para o filme.
- Não, acho que não tem necessidade. – respondi.
- Nem das preliminares passou? – dessa vez pude sentir o olhar de Namjoon em mim.
- Deveria ter passado? – o encarei com um olhar desafiador, Namjoon nunca havia tocado naquele assunto.
- Você tem 23 anos e ainda não passou das preliminares, só isso. Pensei que isso te incomodasse. - pegou algumas pipocas no balde e voltou sua atenção para o filme.
- Por que me incomodaria com isso, por acaso perder a virgindade seria como ganhar um troféu? – disse séria, pegando o controle e pausando o filme para que a atenção fosse tirada do filme, ele me olhou com cara de surpreso pelo que eu havia dito.
- Eu não quis dizer isso S/N – disse tímido se virando pra mim. – somos amigos a tanto tempo que pensei que não se importaria em tocar nesse assunto.
- Eu não me importo em tocar nesse assunto, mas a forma que você disse me pareceu que eu deveria ter perdido a virgindade há muito tempo com o primeiro garoto que passasse na minha frente. – disse olhando nos olhos de Namjoon.
Ele se aproximou, fazendo nossos corpos ficarem próximos, aquilo me deixou estranhamente desconfortável, porém o fato de Namjoon estar ali, parado, com sua respiração pesada bem próximo do meu rosto fazia aquele calor percorrer por toda minha espinha.
- Eu me importo com você, e eu não quero que isso te deixe chateada. Aliás, você é a mulher mais importante da minha vida. - quando ouvi aquelas palavras saindo da boca de Namjoon as batidas do meu coração aceleraram e parecia que eu estava prestes a explodir a qualquer momento. – eu sei que demorei muito tempo para dizer isso e que você deve estar me achando a pessoa mais inútil da face da Terra nesse momento...
Interrompi Namjoon.
- Para falar a verdade você também é a pessoa mais importante da minha vida, eu conto os dias para você chegar toda vez que esta longe, quando chega notificação no meu celular e vejo que é sua mensagem meu sorriso chega de orelha a orelha. Eu realmente amo tudo sobre você Namjoon. – disse olhando diretamente nos olhos de Namjoon.
-Seria eu a sua reciprocidade esse tempo todo? – disse acariciando meu rosto com sua mão.
- Sempre foi. – me aproximei mais, deixando o espaço entre nós menor ainda.
Encaramos-nos por um tempo, o único barulho que ouvíamos era o do aquecedor velho ligado no quarto. Apoiei minha mão na nuca de Namjoon e então ele me puxou para um beijo. Foi um beijo lento e com desejo, nos aproximamos mais podendo sentir o calor do corpo um do outro.
O clima começou a esquentar, Namjoon colocou a mão por dentro de minha blusa e naquele momento eu pensei se aquilo seria realmente certo. Primeiro: Eu era virgem e não tinha quase nenhuma experiência no assunto. Segundo: Namjoon era meu melhor amigo, e eu queria muito aquilo por mais que Namjoon fosse meu melhor amigo. Terceiro: Não sabia se estava totalmente preparada para aquilo.
- Namjoon – o interrompi afastando-o.
- O que foi? Fiz algo errado – perguntou confuso.
- Não, o problema sou eu.
- E qual seria esse problema que não estou vendo? – colou suas mãos apoiadas em meus quadris.
- Eu não sei se isso é certo. Somos amigos e isso seria realmente cer... – fui interrompida por Namjoon colocando seu dedo indicador em meus lábios, fazendo sinal de silêncio.
- S/N, eu te amo, sei que você é a mulher da minha vida – me selou – não sou sua reciprocidade?
- É verdade, desculpa. – o selei de volta – e com certeza você é minha reciprocidade.
Namjoon retomou o beijo, seus dedos passavam pelos meus fios de cabelo e minha mão segurava sua nuca trazendo-o para mais perto não deixando nenhum espaço faltar entre nós.
Pude sentir Namjoon me deitar na cama com cuidado, como se eu fosse um bebê ou coisa do tipo. Namjoon desabotoou meu sutiã ainda por baixo da blusa, fazendo o volume dos meu seios ficarem a mostra. O olhei e o garoto sorriu, eu apenas dei de ombros de comecei a desabotoar sua camisa, Namjoon me olhava com um olhar travesso, como se fosse a criança mais sapeca do mundo. Tirei sua camisa e pude ver aquele abdômen, não era um abdômen definido mas era lisinho. Namjoon mantinha a forma.
Namjoon começou a beijar meu pescoço e aquilo me causava arrepios, minhas unhas instantaneamente arranhar as costas de Namjoon, deixando marcas em suas costas. Soltei um grunhido involuntariamente e pude sentir Namjoon sorrir ao ouvir aquilo. Logo a mão de Namjoon segurou a barra de minha blusa a puxando para cima, levantei meus braços para ajuda-lo já que estava deitada.
O olhar de Namjoon nos meus seios se parecia com uma criança olhando um doce. Com movimentos circulares começou a passear com sua língua sobre meus mamilos, aquela sensação me fazia segurar os cabelos de Namjoon, Enquanto mantinha a boca ocupada, as mãos de Namjoon percorreram por toda extensão do meu corpo até chegar em minha intimidade, o garoto parou o que estava fazendo e então puxou minha calça de moletom junto com a minha calcinha. Pude sentir os dedos de Namjoon fazerem movimentos circulares pela região do clitóris. Estava quase chegando ao meu ápice quando Namjoon parou seus movimentos.
O olhei e ele estava sorrindo, como se estivesse ganho algum tipo de competição. Então me levantei e olhei para o seu membro que mostrava um volume favorável em suas calças, a desabotoei e logo a puxei para baixo, seu membro quase saltava da cueca, então tirei sua cueca e parecia ter tirado um fardo do corpo de Namjoon, pois o garoto suspirou quando a tirei.
Segurei seu membro em minhas mãos e comecei fazer movimentos circulares com a minha mão que subia e descia, Namjoon começou a se contorcer, parecia que algo o machucava. Comecei a fazer movimentos mais rápidos, ele começou a gemer um quanto tanto alto, logo comecei a fazer movimentos com a boca. Namjoon segurou em meus cabelos fazendo os movimentos aumentarem. Não demorou muito para Chegar ao seu apíce. Me levantei e de uma forma sutil Namjoon se virou e pegou sua carteira, e tirou um preservativo. Naquele momento pude perceber que as preliminares haviam realmente acabado e que daqui alguns minutos eu não seria a menininha virgem que não conseguia passar das preliminares.
- Fique tranquila ok? – disse me selando de forma carinhosa, Apenas concordei com a cabeça.
Pude sentir o membro de Namjoon me penetrando e uma dor me consumindo conforme a intensidade que seu membro me penetrava e então soltei um gemido involuntariamente.
- Prometo que essa dor não irá demorara a passar. – disse me selando.
E foi dito e feito, Namjoon estava totalmente certo sobre aquilo. Conforme os movimentos aumentavam a dor começou a se tornar prazer e os gemidos se tornaram gemidos de prazer. Pude perceber que Namjoon era a pessoa certa para o que estava acontecendo naquele momento, ele era o verdadeiro significado de reciprocidade que eu conhecia. Não demorou muito para que eu chegasse ao meu ápice, Namjoon também chegou logo depois.
Caímos um ao lado do outro, com a respiração ofegante. Ficamos um tempo assim até que Namjoon depositou um beijo em minha testa e me cobriu com o lençol da cama. O abracei e fiquei o encarando por um tempo, até ele adormecer.
Pude perceber que tudo que eu sempre sonhei estava na minha frente o tempo todo, sempre me fazendo sorrir e me enchendo de amor.
Aquela com certeza foi a melhor “noite do cinema” que já tivemos.
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panndine · 7 years
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18 – Tattoo
Segunda-feira...
 “Sabe, não está dando muito certo, às vezes eu me sinto meio o Dick Vigarista gritando para o Mutley fazer alguma coisa. E você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai ser? Desisto. Eu acho, às vezes, que seria mais produtivo perseguir pombos em praça pública. Bem, eu só queria dizer que, apesar desse seu jeito todo iceberg de ser, eu te acho um rapaz incrível. Você é o melhor ser humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não sei.”
Fechei meu notebook pouco menos de dois minutos antes do meu despertador tocar às sete da manhã, após ler uma das citações de Gabito Nunes. Levantei e entrei no banho sem muita vontade de nada. Ler era uma das coisas que eu adorava fazer em minhas horas de tédio, ainda mais depois de não ter conseguido dormir direito por ter ficado pensando nele... Eu estava exausto, completamente sem forças para nada.
Quando saí do banheiro e voltei ao quarto para me vestir, vi o pequeno chaveiro que Hyuk me deu. Sentei na cama e, dolorosamente morto de saudades, passei meus dedos pelo contorno de cada letrinha de seu nome. Fiquei um bom tempo observando o chaveiro e lembrando cada momento que passamos juntos. Eu poderia ter gostado de alguém que curte os mesmos estilos que os meus, que fica me olhando todo dia com sorriso apaixonado e que manda recadinhos num papel; mas, não, fui começar a gostar logo dele, que é complicado com as pessoas, que tem opiniões contrárias às minhas, que prefere a perversão, que tem a vontade de jogar com o corpo de alguém como se fosse uma simples peça sexual.
Ali sozinho, pensando em tudo, cheguei a me perguntar se essas coisas eram realmente ruins. A conclusão que tomei é: muito pelo contrário. Era exatamente isso que me fascinava nele. O diferente dele me agradava e me deixava cada vez mais apaixonado.
Suspirei pesadamente.
Eu estava agindo tão roboticamente que nem me lembro quando foi que levantei da cama, vesti uma roupa e peguei o carro para ir direto ao trabalho. Só quando cheguei ao escritório, deixei a mochila sobre a mesa e senti alguém se aproximar de mim por trás, que tive a noção de tempo e espaço.
— Bom dia, lindo. – SiWon disse ao se colocar à minha frente. Foi quando me dei conta de que eu não poderia estar disperso no local de trabalho.
— Dia... – Murmurei tão sem ânimo, que ao ver minha expressão de desânimo, ele chegou mais perto e me observou atentamente.
— Nossa... – SiWon murmurou de volta. – Iceman te fez trabalhar mais do que deveria? Você está com uma cara péssima.
— Pois é. – Eu disse, sorrindo um sorriso amarelo e tão forçado, que daria medo em qualquer pessoa, menos em SiWon, que certamente acreditaria em minhas palavras. Por sorte aquele comentário havia me despertado completamente. – Ele é meio cruel no trabalho. Mas de resto é tranquilo.
— Mas o que houve aí? – Ele apontou para meu braço, notando o curativo devido a luxação.
— Eu caí enquanto lavava minha casa. – Respondi entredentes, sem vontade alguma de lhe dar muitas explicações.
— Quando você voltou de viagem? – Ele mudou de assunto, após menear a cabeça para minha explicação.
— Sexta à noite. Cancelaram as reuniões que teríamos porque o senhor EunHyuk precisou voltar à América.
— Vamos. – Disse SiWon, pegando-me pelo braço. – Tomaremos um café da manhã reforçado, aí você me conta o que está acontecendo.
Não havia muito como recusar aquele convite, então apenas deixei que ele saísse me puxando amigavelmente. No café, para justificar minhas olheiras, falei de Bada e o quanto a saudade dela estava me deixando um pouco debilitado nos últimos dias, o que foi bom em certa parte, pois a simples menção de seu nomezinho encheu meus olhos de lágrimas – era um ótimo pretexto para que ele não descobrisse o que estava havendo de verdade e me liberasse logo de todas aquelas perguntas. E deu certo. 
Alguns minutos depois, voltamos às nossas salas. Minha sorte era que havia muito trabalho pela frente.
Minha chefe me cumprimentou ao passar ao meu lado, e pediu que eu fosse até sua sala. Ela queria saber como foi tudo na viagem e o que eu disse pareceu deixá-la satisfeita. Em seguida, como de costume, ela me encheu de trabalho. Era assim, entupindo-me de tarefas que ela mostrava o quanto ficou irritada com o fato de o chefe ter escolhido a mim, e não ela para acompanhá-lo.
Assim que se encerrou o expediente, mesmo exausto, decidi ir à academia. Eu estava precisando relaxar e lá ao menos conseguiria. Ou tentaria, já que as horas foram passando e uma certa ansiedade foi me dominando. Mesmo que eu tentasse ignorá-la, não dava. E isso foi aumentando dia após dia...
Na terça-feira enviei um e-mail para ele, meu chefe, o senhor EunHyuk. Mas ele não respondeu.
Minha chefe voltava a me encher a paciência. Estava insuportável. Qualquer dia eu seria capaz de mandá-la ir à merda e seria demitido na hora. Já a Jessica, me ligou. Falamo-nos e ela insistiu que eu antecipasse a viagem à Mokpo.
 Quarta-feira enviei outro e-mail para ele. E novamente ele não me respondeu.
A minha chefe, uma vez mais, escapou, quando o chefe do RH chegou de repente e fez-me ter que desdobrar para que ele não flagrasse aquela bruxa fogosa junto do SiWon, numa atitude nada profissional em sua sala.
 Já na quinta-feira recusei-me a escrever mais e-mails para aquele imbecil do Hyuk. Mas acabou que não consegui resistir e mandei uma mensagem com apenas uma palavra: “Escroto!”
E nada de resposta.
Por fim, na sexta-feira o desespero tomou conta de mim. Nenhuma notícia. Nenhum telefonema. Nada... Eu não sabia absolutamente nada sobre aquele homem. E isso me fazia concluir que, de fato, fui um brinquedinho dele durante alguns dias, e tudo o que eu queria agora era esquecê-lo.
Minha chefe continuava um saco, e acabou fazendo uma ceninha na frente de vários dos meus colegas da empresa. Não a mandei à merda porque o desemprego estava alto, senão, ela ia saber quem realmente era Lee DongHae.
À tarde, meu colega me ligou e marcamos um cinema. Na saída, uns amigos que nos esperavam riram de mim, pois ninguém entendia porquê eu chorava tanto vendo filmes. E acabaram por sugerir de irmos beliscar alguma coisa nos bares próximos à redondeza. A sugestão me deixou contente, eu precisava mesmo sair um pouco na companhia de quem me fizesse sorrir. Depois fomos em outro bar e, às quatro da manhã, finalmente voltei a ser eu mesmo... Ri, me diverti e dancei como um louco, ainda que para isso, eu tenha bebido o estoque de Vodka com refri de toda a Coreia.
Na manhã seguinte, o barulho da porta me acordou. Tapei a cabeça com o travesseiro, mas o barulho continuava sem parar... Irritado, me levantei e atendi o interfone.
— Quem é?!
— Oi, titio. Sou eu e a mamãe.
Era o que me faltava. Minha irmã...
Abri a porta para elas com muita má vontade.
Começar o dia aturando o pessimismo da minha irmã me deixava desesperado só de imaginar, mas não tive escapatória. Minha pequena sobrinha se atirou em meus braços assim que me viu, e minha irmã, ao reparar em meu estado, passou batida e ligou logo a tv. Procurou o canal infantil e, por sorte, quando um anime bobinho apareceu na tela, minha sobrinha desapareceu do nosso lado.
Entrei na cozinha feito um zumbi para preparar um café, e minha irmã me seguiu. Sua expressão era séria, e eu já imaginava que ela ia me encher de perguntas. Dava para ver como estava tensa.
— Primeiro, me devolva a cópia das chaves da tua casa. – Com uma vontade de matá-la, busquei as chaves e as coloquei na mão dela, apenas para não brigarmos já cedo. – Segundo – continuou –... você é um péssimo irmão. Eu te liguei milhões de vezes nos últimos dias e nada de você me ligar de volta. E se tivesse acontecido alguma coisa grave comigo? – Não respondi. Ela tinha razão. Às vezes eu era muito avoado e admito que dessa vez exagerei em ter sumido assim. – E terceiro: que diabos aconteceu para você estar com essa cara péssima?
— Amber, ontem à noite eu saí com uns amigos e só fui dormir às sete da manhã. Estou destruído. – Respondi sem vontade nenhuma de me explicar.
— Bom, a noite deve ter sido maravilhosa. – Ela serviu outro café e se sentou na minha frente. – Sua cara diz tudo.
— Foi sim – Murmurei enquanto pegava um remédio para dor.
— Foi com aquele gato com quem você está saindo?
— Não.
Ela fez uma cara de decepção, e eu mais ainda ao pensar em Hyuk. Amber não gostava dos amigos que eu sempre saía na Coreia. Achava coisa de marginal eles usarem piercing na sobrancelha e terem tatuagens. Ela estava muito enganada, mas como já tentei explicar várias vezes e não deu em nada, deixei para lá. Que ela pensasse o que quisesse.
— Maninho... Não me diga que a saída de ontem foi com aqueles seus amigos, porque senão vou ficar irritada.
— Então pode ficar irritada. – Respondi, dando de ombros. – Assim você terá dois trabalhos: se irritar e se “desirritar”.
— Aish! E o EunHyuk? – Ela perguntou, e eu acabei estremecendo por apenas ter ouvido aquele nome. – Esse é o nome dele, né?
— Na verdade o nome dele é HyukJae... Mas, sim... EunHyuk é como deve ser chamado pelo pessoal da empresa. – Expliquei, tentando agir normalmente enquanto tomava o comprimido com um pouco de café.
— Você continua com ele?
— Não.
— Por que não?
— O que você tem a ver com isso, Amber?
— Poxa, DongHae, ele parecia um homem com H maiúsculo. Como você o deixou escapar? – Esse era um comentário típico de minha mãe, que ultimamente Amber não parava de usar. E mesmo demonstrando não estar satisfeito ouvindo aquilo com uma expressão de “Cala a boca senão te dou um tapa!”, ela resolveu continuar: — Eu realmente não te entendo, DongHae. Jessica é louca por você, e você não está nem aí pra ela. Tá, tudo bem... talvez porque você tenha descoberto que gosta desse outro lado. Mas... Agora você ainda perde aquele homem  interessante,  decente  e  com cara de sério que te dá a maior bola.
— Que saco... Quer calar a boca? – Exaltei-me.
— Não. – Minha irmã balançou a cabeça, reprovando minha ação. Mau sinal. – Não vou calar a boca. Fico dias sem te ver e quando ligo você não atende. Hoje eu venho te ver e te encontro feito um trapo por ter saído com seus amiguinhos. E ainda por cima, não está mais com o EunHyuk.
Soltei o ar bufando, irritado e querendo jogá-la pela janela do último andar do apartamento.
— Olha só, Amber... – Olhei pra chata da minha irmã, esgotando os últimos suspiros de paciência que me habitavam e comecei: – Não quero falar sobre Hyuk, nem sobre meus amigos, nem sobre Jessica, nem sobre nada! – Espalmei as palmas na bancada e fiz uma cara extremamente irritada. – Não estou nem aí pra nada disso! Estou tendo uma semana infernal no trabalho e ontem saí porque eu realmente precisava me divertir e esquecer todas as coisas que estão me estressando. E agora vem você e fica gritando como uma esclerosada, sem querer entender que minha cabeça está explodindo! – Ergui as mãos, unindo o indicador ao dedo do meio, para pressionar minha fronte em uma massagem, numa tentativa falha para que a dor sumisse. – E se você não calar a boca, juro que sou capaz de fazer uma coisa horrível.
Ela mexeu o café, tomou um gole e, fazendo uma cara de coitadinha, começou a chorar.
Ótimo!
 Era só o que me faltava!
— Ah... Desculpa, Amber. – Levantei da cadeira e fui abraçá-la. – Desculpa por ter gritado desse jeito. Mas você já sabe que não suporto que se meta na minha vida e...
— Preciso te contar uma coisa e não sei como, maninho...
Pisquei os olhos diversas vezes. A mudança de assunto me desconcertou e fiquei sem saber como agir. Amber realmente era minha irmã, porque olha...
— Deixa eu ver... Outra vez a história do Henry estar enganando você?
— DongHae... – Ela enxugou os olhos, se levantou, observou minha sobrinha de longe e aproximou-se de novo de mim para murmurar: – Eu te liguei mil vezes para contar...  – Fiquei concordando com a cabeça. Na verdade, vi as chamadas perdidas dela, mas decidi ignorar. Senti-me péssimo naquele momento. – Eu... Eu não sei por onde começar. – Ela cochichou. – É tudo tão... Tão...
Fiquei nervoso e meu pescoço começou a coçar. Seria verdade que o idiota do meu cunhado estava traindo minha irmã? Estiquei minhas mãos e segurei as dela, convencido de que esse seria um assunto sério.
— Tão... o quê?
Amber puxou as mãos e tapou o rosto, quase me matando de tanta angústia. Agora eu estava me sentindo pior que qualquer monstro por tê-la deixado na mão esses dias todos. E eu a conheço, sei que estava sofrendo.
— É que tenho vergonha.
Ou não...
— Deixa disso. Sou seu irmão.
— Então... – Amber começou, ficando vermelha como um tomate. – Henry e eu conversamos seriamente na semana passada, quando ele voltou de viagem. – Ela abaixou a voz e cochichou, levando a mão ao pescoço. Balancei a cabeça e fiz uma cara de compreensão, pelo menos era um bom começo. – Ele me disse que não tem nenhuma amante e que me ama, mas...
— Mas?
— No dia seguinte, quarta-feira da semana passada, quando Hyo foi dormir... Ele... Fechou a porta da sala e... E... – Ela gaguejava tanto, que minha vontade era de dar uns tapas para ver se soltava o carretel. – Colocou um filme de mulher vadia.
— Que!? Filme de mulher vadia?! – Pendi a cabeça levemente para o lado e ergui uma das sobrancelhas, inflando as bochechas para não rir da cara dela. – Você quer dizer: um pornô?
— Sim. Ai, meu Deus! – Amber enfim respondeu, e finalmente soltei uma gargalhada alta, não conseguindo evitar. – Não ria! Você não imagina as coisas que vi!
— Ah, Amber, não seja careta. – Respirei fundo, tentando não me engasgar com minha própria risada. – São pessoas transando, pô...
—... E trios e orgias e...
— Caraca... pelo visto o Henryzinho te deixou bem informada!
Ambos caímos na gargalhada.
— Reconheço que isso fez minha libido ir a mil e... Bem... – Ela estava extremamente envergonhada enquanto me contava. – Uma coisa levou à outra e fizemos amor na sala. – Continuando o cochicho, ela arregalou os olhos fazendo-me rir, surpreso. – No chão!
Coloquei as mãos nas bochechas fingindo uma cara de assustado e falei: — Não acredito!
— Exatamente isso que você ouviu.
— Bom... – Eu disse, achando graça no fato de que, para ela, fazer sexo no chão era algo proibido. – E que tal? O que achou?
— Ah, DongHae! – Ela sorriu e murmurou, sem olhar para mim, morrendo de vergonha. – Foi como na época em que éramos namorados. Paixão em estado puro...
— Amber... Isso é maravilhoso.  – Peguei em suas mãos e a fiz olhar dentro de meus olhos. – Não é o que você queria? Paixão?
— Sim...
— Então qual é o problema? Por que está me olhando com essa cara?
— Porque a história não termina aí. No sábado eu quis fazer uma surpresa para ele. Falei com a mãe da amiguinha da Hyo, e a levei para dormir na casa dela. Preparei um jantarzinho, fui ao cabeleireiro e... E...
— E?!
— Ai, maninho, tenho até vergonha de falar.
— Tá bom, se você vai me dizer que assistiu a outro filme pornô com seu marido e que transaram encostados na porta, o que há de errado? – Fiz uma cara de impaciência, soltando um longo suspiro.
— DongHae... – Amber colocou a mão no peito, me olhando com aquela cara de sardinha envergonhada. – É que não só fizemos no sofá e no chão, mas também em cima da máquina de lavar e no corredor.
— Eita... minha nossa... O Henry tá que tá... Que garanhão você tem em casa, hein!? – Gargalhei, ela fez o mesmo.
— Ele me comprou uma lingerie vermelha muito sexy e me fez vestir.
— Que legal, Amber!
— E depois... Quando eu menos esperava, me deu outro presente e...
— E?
— Ele me deu um... Um... – Nervosa, ela bebeu um gole de seu café, pegou seu leque e se abanou antes de soltar: – Um... Vibrador! – A essa altura ela estava vermelha como um tomate. – Pronto, falei! Ele disse que quer que a gente brinque na cama, que nossa relação precisa disso e que devemos realizar fantasias.
— Ai, meu Deus... – Soltei uma risada outra vez. Não conseguia me conter.
— Não sei qual é a graça. – Ela murmurou chateada ao me ver rindo tanto. – Estou te dizendo que...
— Aigoo... Desculpa... Desculpa, noona. – Fiquei sério e abaixei a voz, assim como ela. – Acho muito legal que Henry tenha te dado de presente um vibrador e que vocês fantasiem diversas coisas.  Se isso vai apimentar a vida sexual de vocês, ótimo! Fantasiar é bom... A imaginação tem que servir para alguma coisa, não acha? – Comentei, vendo como ela concordava vermelha como um tomate.
— Ai, Hae! Fico vermelha só de lembrar as coisas que Henry me dizia.
Tentei entendê-la. Tentei imaginar o que Henry lhe dizia, e isso me fazia sorrir. No fim das contas, os seres humanos eram mais parecidos uns com os outros do que pensamos.
— Tudo bem... – Sussurrei com cumplicidade no ouvido dela. – Não precisa me contar o que ele te dizia, mas que tal sobre o seu Ricardão? Digo: o vibrador.
— DongHae!
— Você lhe deu um nome?
— Maninho, por favor!
— Ah, vai... Você gostou ou não? – Questionei, constatando como ela ficava vermelha de novo. Ao ver que continuei olhando à espera de uma resposta, ela balançou a cabeça em positivo.
— Foi maravilhoso, Hae... Nunca pensei que um aparelhinho desses que vibram e funcionam com pilhas, juntos da imaginação pudesse ter tanta utilidade. Só posso dizer que desde sábado não paramos mais. Estou assustada. Será que tanto sexo assim faz mal? Eu vou te dizer que até minha perereca está assada.
— Amber!
Gargalhei o mais alto que eu conseguia, batendo em minha própria barriga de tão engraçado que aquela confissão dela havia sido. Puta merda, ninguém merece uma irmã tão clichê, com linguajar tão ultrapassado e que começa a descobrir o que realmente é sexo após anos de casamento.
— Paaaara de rir, Hae!
— Aish... Tá bom... Ó... – Limpei os cantinhos dos meus olhos, que escorriam lágrimas de tanta risada que eu dava. – Compre um masturbador oval para ele. – Cochichei. – Tenga eggs é fantástico!
A cara que minha irmã havia feito por meu comentário era impagável. Eu era seu irmão mais novo e acabei de lhe revelar que nada do que ela me contava era novidade para mim.
— Mas... – Com a curiosidade em sua expressão, ela deixou o leque em cima da mesa e me encarou atentamente. – Desde quando você usa essas coisas?
— Há muito tempo. – Menti.
— E por que você nunca me disse? – Sua pergunta me fez ficar olhando para ela, completamente assustado.
— Ué... Convenhamos, Amber, o fato de que você precisa me contar suas intimidades na cama com seu marido, não significa que eu precise contar as minhas. Eu uso essas coisas e ponto, oras... – Fiz um bico enorme, desviando o olhar. – E agora, se você descobriu que isso te excita, te deixa com tesão ou como queira chamar, aproveite o momento e tenha a certeza de que sua vida será mais feliz.
— Você é meu melhor amigo e eu precisava te contar isso tudo. Eu sabia que você não ficaria escandalizado e que me incentivaria a continuar esses joguinhos sexuais com Henry.
Sorri com sinceridade e voltei a olhar seu rostinho envergonhado. Amber era realmente muito inocente para usar aquele termo “joguinhos sexuais”, mas ela apreciava tudo com amor, não só prazer. Isso era um tanto invejável e muito lindo; não algo para se ter vergonha.
 Peguei então em sua mão, fazendo um carinho, como se tentasse confortá-la e, também me reconfortar. Ela sorriu de volta. Às vezes eu era quem parecia o irmão mais velho, e eu gostava disso.
— Essas coisas, como você chama, são brinquedos eróticos e tudo bem usar. – Cochichei, finalmente, em meio a risinhos. – E sim... Eu também brinco com eles e com a minha imaginação. – Enrubesci diante do olhar arregalado que ela me enviava. Amber devia ficar imaginando me auto penetrando, e isso me fazia rir internamente. – Acho que noventa por cento do planeta faz o mesmo, mas poucos admitem. Você sabe muito bem que sexo é tabu e, apesar de todo mundo fazer, ninguém fala disso. Mas o sexo é o sexo e devemos aproveitar tudo dele. – Voltei a pensar em Hyuk e, com um sorriso bobo por me lembrar que ele me ensinava diversas coisas, continuei: – Lembro que a pessoa que me deu meu primeiro brinquedinho, disse que quando alguém dá um objeto desse para outra pessoa é porque deseja brincar com ela e curtir. Então... nonnie... Aproveite, pois a vida é curta!
De repente, minha irmã explodiu numa gargalhada e eu também. Ainda não consegui acreditar que eu estava falando de vibradores com minha irmã e usando a palavra “brincar”, nesse contexto. Até que minha sobrinha entrou na cozinha.
 — Du que voxês tão rinu?
— De como eu e seu tio adoramos brincar. – Amber disse, piscando um olho pra mim, inesperadamente, e eu voltei a rir.
Nesse mesmo dia, à noite, após uma tarde de risadas e confidências com a agora “safadinha” da minha irmã, liguei o computador assim que as duas foram embora e fiquei boquiaberto. Havia um e-mail de Hyuk... Nervoso, abri a mensagem e vi uma foto minha da noite anterior, dançando como um louco com os braços para o alto. Isso me deu uma raiva. Por acaso ele voltou a me espionar? Mas minha irritação aumentou, quando li o texto do e-mail:
De: EunHyuk
Para: DongHae
Assunto: Lindo quando dança
Gostei de te ver feliz, com o braço bom, e mais ainda de saber que está cumprindo o prometido.
Atenciosamente,
Lee HyukJae (o escroto).
 O sangue me subiu pela cabeça. Ter a consciência de que ele fica me vigiando, de que leu a mensagem em que o insultei e de que não respondeu... Isso tudo me irritou de um jeito extremo.
Por que não me ligou?
Por que não respondeu meus e-mails?
Por que ficou me seguindo?
Pensei em responder. Comecei a digitar, escrevendo um monte de grosserias, mas... Não... Recusei-me a lhe dar aquele gostinho e deletei a mensagem em um só toque. Desliguei o computador e, morrendo de raiva, fui para a cama.
Seria mais uma noite em claro...
  No sábado à tarde, decidi sair de novo com meus amigos. Bebemos umas cervejas no barzinho, jantamos numa pizzaria e depois seguimos para a boate Euforia. Dei uma olhada à procura do detetive que EunHyuk com certeza pôs na minha cola, mas claro, não descobri ninguém. Apenas gente se divertindo como eu.
Quando já fazia mais de uma hora que eu estava lá, Jessica apareceu ao meu lado e eu só consegui encará-la, surpreso, enquanto me sorria daquela forma espontânea e linda.
— O que você está fazendo aqui?
— Mokpo sem você é muito chata. – Ela respondeu, tentando se aproximar de mim mais do que o suficiente.
— Jessica... – Voltei a encará-la, ainda assustado com sua presença repentina. – Você está se iludindo comigo. Nunca menti para você e... – Tentei continuar a frase, mas ela colocou o indicador em minha boca para me fazer ficar quieto.
— Eu sei, oppa, mas não consegui me segurar. Vamos... Venha ao meu hotel. Temos que conversar.
Não resisti, mas também não fiquei satisfeito por ter de ir ao hotel dela para podermos conversar, se era realmente isso o que ela queria fazer comigo lá. Todavia, me despedi dos meus amigos e prometi voltar logo. Na minha cabeça, eu sabia que essa conversinha com Jessica seria rápida e não muito agradável.
Quando chegamos ao hotel, podíamos sentir a tensão massacrante no ambiente. Recusei a subir até o quarto dela, então fomos ao bar e pedimos uma bebida. Conversamos durante uma hora, discutimos, deixamos claros nossos sentimentos. E, quando por fim tudo parecia estar esclarecido e eu me preparava para ir embora, ela agarrou meu pulso e impediu que eu desse um passo adiante.
 — Oppa... Me dê uma chance, por favor. Você mesmo acabou de dizer que não sabe se quer algo a mais. Deixa eu te mostrar de uma vez por todas o que sou capaz de lhe dar. – Sua voz era tão manhosa que fazia meu coração amolecer. Nossos olhos mantinham-se fixos, mesmo que eu não conseguisse me concentrar em nada. – Você é lindo, eu te adoro, sua animação para fazer as coisas me enlouquece. E eu quero que saiba que eu faria tudo por você.
Meu coração palpitou. Eu precisava de carinho e aquelas palavras eram, naquele instante, um alívio para minhas feridas. Mas obviamente, eu não conseguia deixar de pensar no desgraçado safado do meu chefe.
Fechei os olhos, tentando me concentrar, mas tudo o que me veio à mente foi o olhar possessivo e misterioso de EunHyuk. Sem saber por que, agarrei Jessica pela cintura com uma mão, e a outra levei até seu cabelo para que a puxasse e nossas bocas se encaixassem. Adentrei minha língua na boca dela e a beijei com tanto erotismo e vontade, que até eu mesmo me surpreendi.
Sem hesitar, Jessica me arrastou até o elevador. Eu sabia o que ela queria, sabia onde queria me levar e eu apenas estava deixando. Enquanto nos beijávamos com voracidade, subimos ao seu quarto, enquanto eu a deixava percorrer meu corpo com as mãos. De uma forma ou de outra, eu me sentia um traidor, pois não conseguia parar de pensar em Hyuk.
Acabei suspirando entre um ofego, quando as unhas dela entraram em contato com meu abdômen por baixo da blusa e os dedos começaram a roçar abaixo de meu umbigo. Para a surpresa dela, peguei sua mão e a incentivei a descer mais um pouco, tocando em meu sexo por cima do jeans.
— Nossa... Oppa... Você...
— Shih... Não fala nada...
Excitada com minha empolgação, Jessica cravou aquelas unhas em minha pele e me empurrou em cima da cama quando entramos no quarto. E sem demora, sentou-se em meu colo logo após.
Ela esfregava a bunda em meu sexo de um jeito gostoso, arrancando-me desde sorrisos de pura lascívia à gemidos baixinhos pela sensibilidade do local. Era cautelosa, manhosa; sempre foi assim. Seu jeito de fazer amor não tinha nada a ver com o de Hyuk. Aliás, ali, quem comandaria seria eu.
Meu sexo com Jessica obrigava-me a ser delicado. Já com Hyuk, ele me comandava sendo rude e possessivo; exatamente do jeito que agora me fazia ansiar.
Meu coração batia com força, da mesma forma que meu pênis latejava, quando pensei em EunHyuk e isso me excitou escrotamente. Eu tinha a certeza de que, se ele visse o que eu estava fazendo, ficaria tão excitado quanto eu. O jogo dele se transformou no meu, e eu estava tão ou mais incendiado por suas perversões. Naquele instante, embora fosse Jessica, uma mulher que se esfregava em mim e me tocava, era Hyuk quem me possuía.
Peguei meu celular e, disfarçadamente, tirei algumas fotos enquanto ela me beijava. Jessica estava enlouquecida pela minha entrega, que sequer deu conta do que eu fazia, pois já arrancava a própria calcinha para em seguida arrancar minha calça junto da boxer.
Sem demora, ela se colocou de joelhos no chão e afastou minhas pernas, aproximando o rosto da minha virilha. Mordi o lábio, fitando-a de um jeito tão intenso, que minha expressão era toda e totalmente pronta para o sexo, se não tão exagerada: para o orgasmo.
— Isso, Jessica... Ahhn... – Gemi ao sentir os lábios dela envolverem minha glande.
Ela lambia todo meu pênis de cima a baixo, esfregando aquela língua de um jeito tão gostoso, que eu não podia deixar de exaltar meus gemidos por todo o quarto. A carinha manhosa que ela fazia, junto da expressão um tanto vulgar ao me chupar era demais, por mais que eu ainda precisasse de muito mais para realmente estar delirando de tesão.
Fechei os olhos e senti o olhar de EunHyuk. Aqueles olhos ardentes me censuravam, mas ao mesmo tempo eram cheios de desejo. Eu não queria abrir os olhos, não queria mais ver Jessica na minha frente. Queria continuar de olhos fechados e sentir a presença de Hyuk sobre mim. Mas, de repente, Jessica parou os movimentos e eu acabei saindo do mundo da minha imaginação, sentindo algo pressionando meu pênis.
— Oppa... – Manhosa, ela me chamou daquele jeitinho tão implorável para ser fodida. Ela havia colocado uma camisinha em mim, e eu nem percebi de onde foi que ela tirou. – Por favor...
Pensei por alguns segundos se eu realmente queria continuar com aquilo. Mesmo que eu pensasse em HyukJae naquele momento, eu era quem foderia Jessica, não ele a mim. Além do mais, seria um sexo meu com uma mulher, um sexo normal, não um sexo gay e cheio de toques deliciosamente intensos de possessividade, como os dele.
— Tem certeza? – Questionei, puxando-a para cama, para logo me colocar entre suas pernas.
Ela assentiu uma única vez, sorrindo, sem dizer nada. Respirei fundo e mordi meu lábio inferior, esfregando minha ereção à intimidade dela. Instantes depois, com delicadeza, comecei a penetrá-la. Era tão apertadinha, que pouco a pouco eu a deixava se acostumar com o tamanho que a invadia. Mas, sua impaciência fez com que ela se descontrolasse, enlaçando as pernas em meu quadril para me pressionar e encaixar, com força.
— Vai... Ah... Vai, Hae oppa... Mais... Assim... – Ela gemia manhosinha, de um jeito tão delicioso que faria qualquer cara gozar... Menos eu.
— Jessica... Espera...
Jessica continuava tentando me pressionar contra seu corpo para que minhas investidas aumentassem de intensidade, e assim o fiz. Agarrei a cintura dela e me movi para dentro e para fora, com velocidade. Mas eu precisava de mais, mais prazer, mais tesão, mais fogo. Nem os gemidos manhosos e orgasmáticos daquela mulher estavam me enlouquecendo. Ou melhor, eu já estava louco? Pois tudo o que eu pensava era em EunHyuk.
— Aaaii, oppa... Aaahhh...
Jessica estava gozando bem embaixo de mim, tão rápido, em uma cena tão erótica, que merecia virar filmezinho pornô. Só que a única coisa que consegui fazer foi fechar meus olhos e sentir vontade de chorar. Eu queria meu EunHyuk. Queria fazer sexo com ele e que _ele_ me fizesse estremecer.
O que um tempo atrás era ótimo com Jessica ou qualquer outra pessoa, agora, depois de Hyuk, ficou sem graça e monótono. Era do mais que eu precisava, e só ele sabia me dar o que eu queria. Ele sabia me dar o que eu queria e como queria.
Deitei minha cabeça na curvatura do pescoço de Jessica, ouvindo os suspiros pesados que ela deixava escapar. Fechei os olhos e senti o abraço manhoso dela numa espécie de agradecimento enquanto ainda se deliciava da sensação deliciosa de gozar. A sensação que eu não estava tendo.
Eu não conseguiria continuar naquela situação. E ao dar-me conta disso, tentei desvencilhar-me e jogar o corpo para o lado.
— Está tudo bem, oppa? – Jessica perguntou a me ver afastar de si.
— Sim... – Menti. Eu não queria magoá-la.
 Levantei-me e fui ao banheiro. Fechei a porta e joguei uma água no rosto, olhando-me no espelho com uma cara idiota para meu “eu”.
— O que você fez comigo, seu escroto? – Sussurrei para minha própria imagem no reflexo. Tudo o que eu queria ver ao lado de minha imagem era HyukJae descendo seus beijos por meu pescoço, mas a única coisa que eu via ali era um DongHae derrotado após ter brochado com uma mulher.
Irritado, joguei água em meu rosto e saí do banheiro, encontrando Jessica sentada numa cadeira, já vestida com um blusão longo.
— Estou indo. – Eu disse, vendo a expressão dela se contrair em uma decepção.
— Não, DongHae... Fique aqui.
Aproximei-me e lhe dei um beijo na boca, tentando limpar a imagem suja que demonstrei segundos atrás. Eu estava consciente de que me comportei como uma pessoa sem caráter, como um idiota filho da puta que fode uma garota e vai embora logo após.
— Por favor, Jessica, continue com sua vida e me deixe continuar com a minha. Nos vemos em Mokpo. – Dito isso, me virei e saí, sem esperar qualquer resposta dela.
Quando fechei a porta atrás de mim, fechei os olhos e suspirei. Eu me sentia péssimo. Andei até o elevador e, já na rua, liguei para meus amigos que me disseram onde estavam. Corri para lá, pois eu realmente precisava encher a cara e esquecer o que acabei de fazer.
Ao chegar na boate Euforia, meus amigos me perguntaram por Jessica, e minha cara demonstrava que eu não queria falar disso. Respeitaram meu silêncio e não perguntaram mais.
— Beba... – Meu querido amigo KyuHyun me ofereceu uma latinha de refri. – Vai se sentir melhor.
— Aigoo... Obrigado.
Uma hora depois, eu já estava mais relaxado. Kyu conseguiu me fazer sorrir e só me deixou tomar refrigerante. Segundo ele, o álcool não era bom para curar a tristeza. Enquanto todos conversavam, fiquei observando o braço dele. A tatuagem que tinha ali, me chamou a atenção, então o segurei e aproximei perto de mim.
— É nova? – Apontei para o doende que ele tinha no antebraço.
— É sim. Gostou? – Sorridente, ele me mostrou mais o braço, eu concordei com um gesto.
Sempre gostei de tatuagens e das pessoas tatuadas. Algo que Hyuk não tem de jeito nenhum. Sua pele era suave, branquinha como um leite, e sem marcas; ao contrário da pele de KyuHyun, que era um tatuador e adorava ter a pele cheia de desenhos. De repente, tive uma ideia.
— Kyu, você me faria uma tatuagem?
— Claro. – Ele me cravou seus olhos. – Quando você quiser.
— Quanto você me cobraria?
— Nada, baby Hae. – Ele sorriu um sorriso engraçado. – Pra você eu faço de graça.
— Sério?
— Claro que sim, bobinho.
— Então... – Ponderei antes de perguntar. – Você faria agora?
— Agora? – Kyu repetiu surpreso, deixando sua cerveja no balcão.
— É.
— São cinco da manhã. – Ele disse, e eu sorri.
Mas eu estava tão a fim de ter uma tatuagem que sequer pensei que ele poderia estar cansado, e cheguei mais perto.
— Não acha que é uma hora perfeita para isso?
Não precisei dizer mais nada. Kyu pegou firme em minha mão e saímos da boate. Subimos em sua moto e fomos direto até seu estúdio. Ao entrar, ele acendeu as luzes e eu acabei olhando tudo ao redor. Havia centenas de desenhos pendurados nas paredes, com todo o trabalho de KyuHyun ao longo de todos esses anos. Tribais, nomes, caricaturas, dragões, fotos de pessoas famosas que ele fazia tatuagens de henna, entre outras coisas.
— Bem, Sr. Impaciente. Que tatuagem você quer?
Sem me mexer, continuei observando as fotos até que vi algo e então pensei exatamente o que eu queria. Ele se surpreendeu quando eu disse o que era, mas procuramos em seus moldes algo parecido com minha escolha. Decidimos o tamanho. Não muito grande, mas o suficiente para ser notada. Então Kyu começou a trabalhar no molde.
Vinte minutos depois, ele olhou para mim e disse: — Já está pronta, meu lindo.
Nervoso, assenti positivamente e observei o que ele tinha feito. Sorri, seguindo o caminho onde ele havia convidado para que eu me sentasse na maca, qual fazia seus trabalhos.
— Onde você quer a tatuagem?
Hesitei por alguns instantes. Eu queria que a tatuagem fosse algo muito íntimo, que só quem eu quisesse poderia ver e que sempre, sempre me fizesse lembrar ele; EunHyuk. Por fim, convencido do que eu queria, apontei o dedo para meu baixo ventre, seguidamente das entradinhas do oblíquo, num local que, com certeza, a boxer taparia.
— Aqui, quero que você tatue aqui. – Sussurrei, indicando o local.
— Hae, vai ser uma tatuagem muito sensual. – Ele sorriu, eu também. – Você sabe disso, né?
— Sim, eu sei. – Respondi.
— Tem certeza, DongHae? – Confirmando o que eu queria, ele perguntou uma última vez enquanto pegava uma agulha.
— Tenho. – Afirmei, determinado.
— Tudo bem, gatinho... Então deita aí.
Enquanto conversávamos e escutávamos Numb do Linkin Park, Kyu trabalhava sobre meu corpo. As picadas da agulha eram dolorosas, mas nada se comparava com a dor que eu sentia em meu coração por culpa de Hyuk.
Por volta das sete da manhã e após escutarmos todos os discos do LP que havia ali no estúdio, KyuHyun largou a agulha na mesinha e lavou minha pele com água.
— Prontinho, lindo.
Levantei-me, ansioso para ver o resultado. De boxer, andei até o espelho e meu coração palpitou forte quando li, nas entradinhas abaixo do meu oblíquo, a frase: “Tell me you want”.
Ao chegar em casa, em torno das oito da manhã, exausto e um pouco dolorido por causa da tatuagem, abri meu notebook. Passei as fotos que tirei com o celular e fiquei decidindo qual delas eu enviaria. Depois abri meu e-mail e escrevi:
De: Lee DongHae               
Para: Lee HyukJae
Assunto: Noite gostosa
Para que você veja que estou me divertindo e fazendo o que te prometi.
Atenciosamente,
DongHae.
 Anexei à mensagem uma foto em que estou deitado na cama e Jessica me beijava. Nem mencionei a tatuagem, ele não merecia. E eu queria que ele se sentisse mal, vendo que minha vida continuava mesmo sem sua presença.
Após ler a breve mensagem umas cem vezes, apertei a opção “enviar”. Fechei o computador e fui dormir.
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poemassecretos · 6 years
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Refri
As ruas estavam deveras convulsionadas. O som estridente das buzinas conseguiam, por momentos, trazer-me de volta dos meus devaneios.
Eu sentia muito, o que não era pouco, mas fazia sentido para mim. Havia acabado de ser reprovada em uma prova de aptidão e me encontrava contida pelo turbilhão de pensamentos que me atingiam em cheio e com vontade.
‘Como cheguei a esse ponto?’
Eu estava cega. O caminho do local do exame até o ponto de ônibus fora totalmente percorrido sem a minha total atenção, o que, mais tarde, fez-me pensar na irresponsabilidade comigo mesma que eu cometera.
‘Eu não sou comprometida com nada em minha vida. Hoje comprovei isso.’ ‘Como? Como cheguei a esse ponto, meu Deus?’
O diálogo interno transitou para a camada externa à indagação do rapaz que também esperava no ponto de parada.
‘Moça?’
Meu celular era uma boa distração enquanto, por um breve momento, me perguntava se aquele chamado era direcionado a mim.
‘Ô moça?’
Por instinto, meu olhos procuraram a origem daquele som. Assenti em resposta a ele.
‘Você fez a prova?’
‘Sim.’
‘E como você foi?’
Ele tinha um sorriso discreto escondido por detrás de sua mão esquerda.
‘Eu reprovei.’
‘Sério?’
Tirou a mão de sua boca e seus olhos saltaram como se eu tivesse lhe dado uma informação surpreendente.
‘Nem tudo são flores.’ - Sorri, tentando me contentar com o resultado. - ‘E você?’
‘Eu passei.’
‘Olha! Que notícia boa.’
Meu sorriso não estava mascarado. Era visível que estava sendo um esforço.
‘Hm, você sabe qual ônibus aqui passa no centro?’
‘Os dois vermelhos que passam aqui vão direto.’
‘Ah sim, obrigada.’
A trilha sonora do trânsito voltou a dominar minha mente como se fizesse parte da minha playlist no Spotify. Novamente viajando sobre pensamentos desgostosos, porém, outra interrupção tomou minha atenção.
‘Que sacanagem fizeram com você!’
‘Está tudo bem. Acontece.’
‘Não! Eles fazem de propósito! Eu vi a sua prova, você foi bem!’
‘Que pena que a decisão não era sua.’
Era para ter soado em tom brincalhão, mas a ironia estava carregada em cada palavra. Mas eu não me culpava, estava desapontada.
E não houve mais interrupções de minhas reflexões durante a espera, a tomada, e no desembarque do ônibus. Apenas até ali, para recomeçar o diálogo quebrado ao meio.
‘Você está indo para o curso?’
Ele havia descido no mesmo ponto que eu.
‘Sim. Tenho que ver o quanto antes posso refazer a prova. Tentar adiantar alguma coisa.’
‘Na próxima você consegue.’
‘Não tenho certeza disso.’
‘Essa foi a minha segunda vez e eu passei.’
‘E pensar que tanta gente paga para passar nesses testes idiotas. Me preparei tanto para ela me reprovar por causa de 1 mísero ponto.’
‘Eu paguei.’
Meu olhar incrédulo sobre o dele foi como uma cena teatral enquanto andávamos pelo centro.
‘Então... você pagou? Para passar?’
‘Sim. Tem que molhar a mão dos caras se não eles não passam você.’
‘E, tipo, foi fácil?’
‘1.500 reais facilita muita coisa.’
‘Não acredito nisso.’
‘É uma máfia. Se você perguntar diretamente a eles, irão negar até a morte. Mas todo mundo sabe que o esquema existe. Tá no Brasil todo. Em todo lugar.’
Paramos em um semáforo no qual indicava para esperarmos até abrir.
Um grupo de garotos robustos, brancos e de cabelos raspados estavam descendo a rua paralela à qual estávamos parados esperando para atravessar a rua. Eles gritavam chingamentos e encaravam as pessoas com quem cruzavam caminho. Me senti apavorada, um medo súbito de imaginar-me sozinha sob aquela situação. Me aproximei do rapaz, sem saber ao certo se era para tentar me sentir segura ou para parecermos que estávamos juntos. Ambas as hipóteses poderiam ser criadas e objetivar o ignorar daquele grupo. Lei da sobrevivência. Quem não se adapta, morre.
Bastou o sinal abrir para seguirmos o rumo a escola, sem ao menos ousar olhar para trás.
‘Eu sabia que não ia passar de novo, por isso eu paguei.’
‘E com quem você conversou para pagar?’
‘Olha, pelo amor de Deus, fica entre a gente isso. Eles têm contatos entre eles, inclusive dentro da escola. Se você quiser saber valores, eu te indico pra quem você deve perguntar.’
‘Olha a que ponto chegamos. Ter que se igualar e encher o bolso dos caras para passar. E depois reclamam que o problema do Brasil está apenas na base política.’
Ele hesitou antes de me responder ao tom de minha fala.
‘Mas a gente tem que fazer isso mesmo, se não o dinheiro da reprova fica mais caro que se você fosse pagar.’
Nós já estávamos perto de chegar à escola, quando comecei a processar a situação lentamente e concluir que eu estava na companhia de um homem desconhecido enquanto que eu compartilhava minhas indignações. Lembrei-me de minha mãe dizendo, quando era menor, para não falar e nem acompanhar estranhos, principalmente se fossem homens. Se ela soubesse da situação, certamente piraria.
Subitamente, uma senhora curiosidade manifestou interesse em observar mais atentamente a feição daquele rapaz. Foi quando olhei diretamente em seu rosto e pude ver algumas manchas, talvez causadas pelo sol, ou seriam de nascença? Sua pele era pintada de um bronze forte e seus dentes desalinhados sorriam, quase que a todo momento, em direção a mim. Seus olhos, expressivos, deram a mim a sensação de nunca ter me deixado, desde a primeira vez em que me viram. Achei graça os seus cílios curvados; uma ponta de inveja também.
Ele parecia ser simples, de alma, eu falo. Era leve, mas ainda sim desconhecido. Eu tinha minhas razões para temer qualquer pessoa.
Ao passar-mos em frente a um bar de esquina, já me preparava para atravessar quando ele tocou em meu braço.
‘Ei, quer um refri?’
Minha paciência estava no limite é aquela pequena parada fez revirar meu estômago de agonia.
‘Não, obrigada.’
Quase fui seduzida a uma vontade avassaladora de atravessar a rua e o deixar para trás. Ele e seu refri que se virassem sem mim. Eu tinha pressa.
Foi quando surgiu ao meu lado, meus olhos caíram diretamente em suas mãos que seguravam, com agilidade nos dedos, duas mini garrafinhas de fanta laranja.
‘Toma, pega uma.’
Dessa vez meu riso saiu livre de tensão. Eu estava realmente surpresa.
‘Eu vou chegar pra Jaqueline e dizer que eu não passei, quero ver a cara dela.’
Atitude. Simples, mas foi uma bela atitude. Daquelas que desmontam barreiras e defesas. Finalmente minha mente havia se distraído com algo realmente importante. Aquele momento, aquela pessoa.
‘Ela sabe?’
‘Sim! Aquela ali sabe de tudo.’
O caminho até a escola foi bem rápido visto em que o rapaz continuara a falar, e eu apenas me concentrava em assentir silenciosamente enquanto tomava a minha Fanta laranja.
Eu realmente gostava de sentir aquela sensação do líquido descendo por minha garganta. Aquilo havia tomado outro significado.
Ele olhou para a recepcionista com um sorriso parecido com o que escondia atrás das mãos no ponto.
‘Não passei Jaque.’
Passei pelos dois que trocavam sorrisos brincalhões e bradei a ela.
‘Ele passou sim.’
De repente, me vi envolta daquele divertimento, apesar dos pesares comigo mesma.
Fui em direção ao bebedouro que ficava no final do corredor, onde estava deserto, para minha surpresa. Enquanto molhava os lábios, pude perceber a presença de alguém vindo em minha direção.
‘Ela quase acreditou. Se você não tivesse falado nada...’
‘De qualquer maneira ela já sabia.’
Me afastei para dar lugar ao rapaz e iniciei minha caminhada contrária.
‘Ei!’
‘Eu!’
‘Vai dar tudo certo. Conversa com eles, ou se quiser tentar de novo. De qualquer maneira você vai conseguir, você é esperta.’
Aquele elogio remeteu a minha infância de quando esperteza era sinônimo de inteligência.
Meu sorriso a isso e a ele não poderia ser maior e verdadeiro.
Fui acertar com a recepcionista os próximos passos para fazer novamente a prova, e outra vez, o rapaz estava lá, com sua atenção em mim.
Eu ria internamente. O que ele queria, afinal? Não havia demonstrado um interesse maior, não havia se apresentado, como a maioria das pessoas fazem quando estão interessadas, não havia sequer perguntado o meu nome, e nem o meu número de telefone. Não que eu quisesse isso, antes, eu digo; antes da garrafinha de Fanta laranja. Eu havia gostado daquilo.
Ao final do meu diálogo com a moça, de relance pude perceber a atenção do rapaz ainda em mim, sustentando a sua análise sobre seu olhar. Virei-me na posição contrária à deles e deixei o local sem olhar para trás.
Eu saí dali sem um nome, sem um interesse explícito, e muito menos sem dizer um Até Breve!
Mas de uma coisa eu tinha certeza: dali para frente, Esperteza e Fanta Laranjas nunca mais seriam os mesmos. Seriam as minhas perspectivas de vida; a simplicidade carregada de significados diferentes que em alguns momentos são capazes de mudar a vida das pessoas.
Esse, de longe, foi o melhor não-encontro que eu já tive.
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ricofog23 · 3 years
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     6
               Levi sai junto com duas amigas quando um rapaz vem a ele.
  - Você é o Levi?
  - Sim, por quê?
  O rapaz entrega um bilhete e sai para junto dos outros.
  - O que esta escrito?
  Pergunta uma das garotas, ele abre o papel lê para si e se despede delas, no caminho liga para alguém.
  Renato ali na cama mau consegue abrir os olhos, se arrastando cai desta e engatinhando vai até a uma cadeira onde pega suas roupas, só então olha para trás, ali na cama duas mulheres com indicios de facadas.
  Ao ver aquilo ele vomita e inicia gritos de socorros do lado de fora vários risos, gargalhadas, logo o som é aumentado e ele ali, tentando se levantar naquele chão melado de sangue.
  Ele consegue e quando chega a porta, cai de novo ficando ali sem forças.
  Leticia se diverte com Gilmar em cima da mesa do traficante, ela já perdera quantos dadinhos e bebidas consumira, alguns rapazes cultuam seu corpo quando se ouve uma gritaria e logo o som é desligado.
  - Você, o que faz aqui?
  Levi e alguns seguranças vão até Gilmar.
  - Onde ele esta?
  - Quem?
  - O rapaz, Renato, que essa mulher trouxe para cá.
  - A, sei, o bobo da corte, esta no quarto triste.
  - Onde fica isso?
  - Para quê quer saber, por que entrou assim deste jeito seu muleke mediocre?
  - Você conheceu meu avô, conhece meus pais, quer mesmo continuar nisso?
  - Terceira porta, leve ele e me deixe em paz.
  - Da próxima, venho com a força e sabe bem qual.
  Gilmar olha para Levi que não demonstra qualquer fraqueza, faz sinal a um dos seguranças que abre a porta e resgata Renato desacordado.
  - Que merda foi essa?
  Diz Levi de ver tudo aquilo no quarto, Gilmar grita.
  - Pode parar.  As moças que supostamente estavam mortas se ajeitam e saem dali, no chão todo sujo de sucos e líquidos a parecer sangue.
  - Vocês não prestam mesmo.
  - Só um pouco de terror psicológico.
  - Vão para o inferno, eles saberão.
  - Não, por favor, se eles souberem perco grandes negócios.
  - Pensasse melhor.
  - O que posso fazer?
  - Bem, faça isso...........
  Levi diz algo para Gilmar e logo sai levando Renato, Leticia ali deitada na mesa.
  Assim que Levi sai com os seguranças e Renato, Gilmar faz levar Leticia para um banheiro e ali ela toma um banho gelado vestida.
  No caminho, o amigo de Renato tem o mesmo preso nos braços, alisa os cabelos dele até que este acorda.
  - Onde estou?
  - Indo para sua casa.
  - Levi, você veio, não é sonho.
  - Olhe Renato, nunca mais faça isso ou perderá minha amizade para sempre, ouviu bem.
  - Sim, eu juro.
  Levi sorri para ele que corresponde, a viagem de volta é tranquila e uns 30 minutos depois Renato é deixado frente sua casa.
  - E os outros?
  - Que outros?
  - Os caras que estavam com a gente e...........
  - Isso será um segredo de amigos, tudo bem?
  - Tá certo, obrigado.
  - Quer que eu vá junto?
  - Não precisa, a essa hora só a empregada esta em casa, tudo bem.
  - Perfeito.
  - Tchau.
  - Tchau.
  Renato entra na casa ainda sentindo um pouco tonto, sobe para seu quarto e cai na cama, Levi segue para sua casa e assim que entra na sala, seus pais o aguarda no sofá.
  - Vocês.
  - Pelo jeito conseguiu salvar o mocinho de forma rápida?
  - Acho que sim.
  - Como ele está?
  - Melhor, acho.
  - Achei que fosse me ligar e...........
  - Para quê, afinal não sou nada seu.
  - Olha amor, finalmente o garoto cresceu.
  A mulher sai do sofá e rodeia o rapaz.
  - Meu querido, meu filhote esta mais grande e responsável.
  - Eu não sou teu filho.
  - Nem da outra, você era.
  - Respeita a minha mãe.
  - Levi, você é um agregado, seu avô te quis para formar a família.
  - Pare de falar, já chega, não sou como vocês, não sou seu filho, odeio vocês e essa casa.
  - Então por que não sai daqui, a porta continua ali.
  Diz o homem para ele, Levi senta olhando para Macedo.
  - Por que meu avô me disse antes de ir para a Suiça que fique aqui e fiscalize muito bem aos dois aqui na minha frente.
  - Besteira, meu pai esta morto.
  - Não, eu sei que não, ele só não quis mais olhar para essa patifaria que se tornou isso tudo.
  - Cale-se, seu muleke mau criado.
  - O que quer mais?
  - Eu é que te pergunto, por que esta tão bravo assim, queria estudar, era seu sonho ser um estudante normal.
  - Tudo por que faz parte desse plano, seu plano, me colocar naquela escola e naquela família, só assim pude sentir o que é ser um estudante.
  - Não sei para quê tanto lamento, afinal foi criado a pão de ló, aquele velho te fez o bom e o melhor no pacote todo, tutores e mais tutores, já imaginou os seus novos coleguinhas e o Renato souber que você é fluente em 8 idiomas?
  - Vou para o meu quarto.
  - Fique tranquilo, o Gilmar será corrigido de acordo com as normas familiares.
  - Não me interesso por isso.
  - Faz bem, deixe para a gente, melhor a Júlia vai cuidar disso pessoalmente.
  - Como quiserem.  Levi vai para o quarto, Macedo olha para Júlia que entende indo até o balcão, retira deste uma maleta e sai.
  - Bom trabalho.
  - Obrigado.
                                19102020...................
                  Leticia chega na sua casa, Jarbas lhe prepara um banho quente, ela tosse compulsivamente, depois do banho e um chá de hortelã bem quente, ela de roupão segue até o telefone fazendo uma ligação.
  - Oi.
  - O que quer?
  - Deixe sua cria longe da isca.
  - Quem decidiu isso, sua mau criada.
  - Tio.
  - Agora se lembra que sou seu tio?
  - Eu cheguei antes.
  - Nosso interesses são bem diferentes, portanto temos vantagens, não quero guerra com seu lado, portanto saia de uma vez disso.
  - E ter perdas declaradas.
  - Já pensei sobre isso e tenho uma proposta praticamente irrecusável para ti.
  - Já gostei, diga.
  - Mais antes quero que dê sua palavra e saia de junto do garoto.
  - Primeiro me adiante os fatos, verei se faço ou não o que diz.
  - Muito esperta para uma veterinária usuária.
  - Descemos ao nível primata, agora.
  - Se acha assim vou desligar e tomar algumas providências quanto as suas investidas.
  - Não, por favor, somos civilizados o bastante, vamos chegar a um acordo é bem melhor para ambos, não.
  - Espero que cumpra sua parte nisso.
  - Vou tentar, acredite.  Leticia ouve a tudo que lhe passam por telefone e termina por fechar o acordo.
  - Esta vendo, não foi tão dificil assim.
  - Você é e sempre será uma cobrinha que tenho de estar a cuidar, por que sempre me causa problemas, mais dessa vez sabe que te ofereço muito mais do que das outras vezes.
  - Obrigado pelos elogios, sabe, adoro seu jeito amável de me tratar, titio.
  Ela desliga o telefone e do outro lado Macedo faz o mesmo colocando seu celular no móvel olhando para um espelho arruma seu cabelo e sai.
  Levi sai do quarto vestido para ir na casa de Renato quando Macedo lhe pára.
  - Onde vai?
  - A casa de Renato.
  - Não faça loucuras, afinal ainda temos tudo sob controle.
  - Tem?
  - Acabei de falar com a fedelha dos infernos.
  - E?
  - Somente saiba, ela vai te deixar em paz e fique tranquilo ela só sabe o necessário para ter firmado o contrato com a gente.
  - Com você, isso que quer dizer.
  - Tanto faz, tome cuidado, ninguém deve suspeitar que temos conexões.
  - Eu sei disso.
  - Claro que sabe, afinal foi você quem criou todo o esquema.
  - Não precisa me lembrar sempre disso.
  - Tá bom, filho.
  - Não sou teu filho, ja te disse isso várias vezes, não se cansa disso?
  - Não, vá logo muleke estúpido.
  - Trouxa.  Levi sai dali enquanto Macedo acende um charuto fazendo algumas ligações.
  Júlia ali frente a Gilmar que esta preso a uma tábua de madeira com correias presas aos pés e mãos.
  - Por que foi tão infantil com a gente?
  - Me desculpe eu não....
  Logo o homem recebe um soco dado pela mulher com auxílio de um soco inglês.
  - Sempre bela e gentil para com seus colaboradores.
  Outro soco e Gilmar perde o sentido.
  Júlia prepara com alicates e pinças cirúrgicas o castigo ao homem ali.
  Allan já prepara sua saída do consultório quando a secretária bate a porta entrando.
  - Dr.
  - Sim Fátima.
  - Me desculpe mais tem uma paciente nova, ela deseja por tudo ser atendida pelo dr.
  - Deixe-a entrar.
  - Me desculpe.
  - Nada, ossos do ofício.
  - Dr.
  - Boa tarde.
  - Bem que disseram, é lindo.
  - O quê?
  - Nada, me desculpe ter vindo tão tarde mais passo mau...........
  - Sente-se por favor.
  Leticia senta e Allan inicia os exames na mulher ali que lhe sorri e demonstra um certo jogo de sedução vindo dela.
  Allan afere a pressão da mulher que suspira ali, fazendo o doutor se desconsertar por um breve instante.
  - E então doutor?
  - Olhe, aparentemente não vejo nada de anormal, faremos o seguinte, vou lhe passar alguns exames laboratoriais e ai sim teremos uma conclusão melhor.
  - Ai doutor, que bom, os outros que eu fui só me deram vitaminas.
  Allan sorri ao ouvir aquilo e em certo momento a uma troca de olhares deles.
                             7
                      Três meses se passam, Allan estreita laços com Leticia, em inicio uma amizade que vai se tornando namoro.
  Ainda sem nada definido entre eles, tipo oficial, o casal é cada vez mais visto em circulos da alta sociedade.
  Leticia apresenta o doutor para diversos amigos, nenhum dos negócios ílicitos, ainda.
  Allan se torna bem popular e até frequenta algumas festinhas de clubes de facul que Leticia é convidada.
  - Nossa, eu havia me esquecido.
  - O quê?
  - O quanto é bom sair, se divertir.
  - Você não sai antes?
  - Só no clube que meus pais são sócios.
  - Ambiente velho?
  - Muito.  Risos.
  - Pois é, já estive nestes, quem nunca.  Risos.
  - É mais fiz bons clientes para a clínica.
  - Acredito, estes senhores tem sempre uma dorzinha em lugar do corpo.
  - Sim, sempre.  Risos.
  - Te acho lindo, sabia.
  - Eu também te acho muito gata.
  - E então, sua casa ou a minha?
  - Na minha, dessa vez, tá bem?
  Leticia bebe mais uma caipirinha de morango enquanto ele termina seu refri.
  - Vamos.
  - Agora.
  O casal segue alegre para a mansão dos pais dele, chegando em total silêncio seguem para o quarto do homem onde Leticia não poupa sua essência de sedução e prazer ao homem.
  - Nossa, você é gostosa demais.
  - Doutor o que é isso?
  - Vou te mostrar agora, gata.
  Já perto das seis quando Allan se apronta para ir ao trabalho no hospital, Leticia sai se despedindo dele sai pelo jardim por uma porta lateral da casa, em seu carro termina de se vestir e arrumar-se seguindo para a aula na facul, lá realiza suas tarefas estando sempre alegre, mais nunca deixando seu lado cruel, aproveitara algumas festas e reuniões para adquirir mais consumidores de entorpecentes e assim mais menbros para o seu reino.
  Gilmar espera do lado de fora por ela que sai num vestido preto justo e curto.
  - Nossa, ai me mata, querida.
  - E ai Gil, conseguiu o que te pedi?
  - Lógico, pegue a chave.
  - E o lugar?
  - Sinistro como você.  Risos.
  - Adoro.
  Leticia pega a chave e entra no carro junto de Gilmar seguindo para uma zona rural, estrada de chácaras, a penúltima fora alugada por ela por dois anos sendo que fora pago seis meses adiantados do aluguel ao proprietário por meio de Gilmar.
  Em três dias ela deixa o lugar do seu jeito, paredes escuras, portas de vidro fumê, escadas com luzes e máquina de fumaça.
  Duas semanas e ela já movimenta ali seu clube particular do reino, onde homens e mulheres colocam suas fantasias para fluir livremente sempre regados a muita droga.
  Gilmar se muda para lá ficando em uma casinha de onde gerencia tudo, mais de 20 câmeras foram espalhadas por todo lugar principalmente na estrada caso a policia surja dê tempo a eles para fujir ou desenvolver outros planos.
  No subsolo onde era deixado para depósito, tornou-se um cassino clandestino onde até garotas são prêmios de rodadas.
  Porém o forte ali é o consumo de dadinhos e a venda em grandes proporções desse e outros para países vizinhos.
  Jarbas é o responsável por toda a segurança do local e colocara mais de 30 a seu serviço ali.
  Rapidamente, Leticia é conhecida como a fada dos dadinhos, o que a faz vibrar em alegria e lucros, porém tendo por outro a dor de cabeça de ter de lidar para que seu hoje quase noivo, Allan, não desconfie e descubra tudo.
  Nalva fazendo a compra de supermercado da semana para a família de Dani conhece uma mulher jovem e logo faz amizade, assim que sai do mercado, Allan aparece para leva-la para casa, a mulher que esta com Nalva o reconhece de estar junto de Leticia e permanece em silêncio.
  Levi e Renato também segue com sua amizade sem problemas até que em um intervalo na escola.
  - Ai que lindo, o casal vai dar um beijinho, vai?
  Uma garota diz aquilo junto de outras, ambos ignoram, mais um garoto tenta pegar aquilo e fazer uma piada de mau gosto, pronto, Renato acerta o garoto com soco certeiro e dois dentes vão para o ar.
  - O quê?
  Mafalda enfurecida ali na sala diante aos 3 já que Levi fez questão de ir junto com o amigo.
  Depois de muita discussão, Mafalda decide por pagar o odonto ao garoto além de não cobrar por 3 meses as mensalidades deste na escola sendo ela que irá custear do seu bolso á tesouraria da escola.
  - Viu o que fez, viu?
  - O que foi, sou homem e não vou aceitar esse tipo de piadas nem comigo e nem ao meu amigo.  Grita Renato para mãe.
  Mafalda fecha a porta, ficando ali dentro de sua sala somente ela e o filho.
  - Por favor querido, eu te amo, mais olhe, todo mundo esta falando desse garoto, ele é estranho.
  - O que é estranho para você mãe, ele ser gay?
  - Não, não é isso.
  - Então o que é mãe, vai diz ai, o que é?
  - Filho.
  - Não mãe, diga logo de uma vez, por que até onde sei, a senhora mesma pediu a ele que se afastasse de mim, por que mãe, por que?
  - Por que não quero ver meu filho ser apontado como afeminado.
  - Então é isso.
  - Eu não sou obrigada a ver e ouvir todos os dias que meu filho, meu lindo filho que nunca me trouxe uma garota em casa para conhecermos, agora ande pra todo lado com um florzinha.
  - Pare, esta ouvindo o que diz, é isso mesmo, você é homofóbica, não deveria estar nessa posição, como pode uma diretora de uma escola conceituada agir e ser assim?
  - Eu não tenho culpa de ser desse jeito, e sim, sou e sempre serei assim, eu não pretendo bater palmas toda vez que te ver andando com um rapaz assim, alegre.
  - Morra.  Vocífera Renato ao sai da sala batendo a porta, deixando Mafalda ali desarmada no chão em lágrimas, logo funcionários batem a porta e entram, encontram a mulher ali jogada ao choro e tentam conforta-la.
  - Por que, por que, me diz, por que eu sou assim, por que eles são assim?
  - Fique calma vai, não adianta brigar, eles são amigos, só isso.
  - Não, eu quero e não vou aceitar, não sou obrigada a aceitar esse tipo de amizade, entenda, eu não vou e não quero.
  - Você ama seu filho?
  - Lógico, amo mais que a mim mesma.
  - Então procure compreender primeiramente, eles são jovens, amigos, só isso.
  - Mais o outro é gay.
  - Será que é só isso que a senhora consegue ver no Levi, eu não, eu vejo um ser humano interessantissimo, boa pessoa, legal, amigo e respeitoso com a gente e aos outros.
  Mafalda ouve aquilo recebendo o abraço de uma colega de trabalho  e ali mais lágrimas rolam.
                                                            22102020...............…
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