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#império de tempestades
rebuiltproject · 4 months
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Thagommon
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Nível Armadura/Armor
Atributo Variável
Tipo Homem Dragão
Campo Destruidores de Vírus (VB)/ Espíritos da Natureza (NSp)/ Império do Metal (ME)
Significado do Nome Thagomizer, arranjo de espigões na cauda de algumas espécies de dinossauros usado com principal ferramenta de defesa.
Descrição
Um Digimon Homem Dragão de Nível Armadura que evoluiu com o poder do Digimental da Amizade.
Com seu potencial elevado pelo poder do Digimental da Amizade, Gabowomon se torna Thagommon, uma criatura dita ser uma reencarnação de Kanomon. Embora fisicamente ambos sejam Digimon totalmente diferentes, a sinergia com o poder ancestral do Digimental, desbloqueia em Thagommon um poder diferente embora equivalente ao de Kanomon, como se fosse a mesma criatura porém adaptada para um tipo diferente de combate, enquanto Kanomon é uma criatura grande cuja vantagem em combate são seus golpes pesados e implacáveis porém relativamente lentos, Thagommon atua com golpes extremamente ágeis e com um estilo de combate totalmente diferente, ainda assim ambos agem de maneira a não dar espaço para reações terminando seus combates sempre vitoriosos.
A armadura proveniente do poder do Brasão da Amizade que embora não seja feita de nenhum metal muito especial, rivaliza com o poder do Cromo Digizoid Azul e da a esse Digimon força e principalmente velocidade fora do comum, mesmo dentre a maioria dos membros da espécie de Gabowomon, nenhum outro é tão veloz quanto Thagommon. Isso se dá graças aos canhões de plasma em suas costas, que além de arma de combate quando combinado com os sensores de movimento em seu peito, são também propulsores, o tornando tão rápido que é capaz de quebrar a barreira de densidade do ar e voar como se não houvesse a menor resistência.
Seu corpo esguio e musculoso, embora pequeno comparado com Kanomon, combina força e agilidade perfeitamente, fazendo de Thagommon um poderoso lutador, além das poderosas garras tradicionais da espécie, e também de sua longa cauda com espigões virtualmente indestrutíveis e muito afiados, os quais normalmente são sua principal arma de combate (Thagomizer).
Assim como Kanomon e AranDramon, Thagommon tem uma relação muito especial com Lovagmon e quando juntos, um parece potencializar os poderes do outro. Isso se dá não só ao vínculo estabelecido enquanto Gabowomon e Hontamon, mas também pela conexão existente entre os brasões da Amizade e Esperança, uma combinação capaz de gerar um milagre único no mundo digital Rebuilt.
Técnicas
Thagomizer Usa os espigões em sua cauda para golpear o inimigo com movimentos velozes, por vezes girando em seu próprio eixo;
Tempestiro (Stormshot) Dispara projéteis teleguiados de energia dos 4 canhões em suas costas, após travar a mira no alvo com o auxílio dos sensores de movimento localizados na parte superior de sua armadura;
Impacto Relâmpago (Lightning The Strike) Dispara raios extremamente poderosos, sendo capaz de golpear também diretamente acumulando energia elétrica em suas poderosas garras;
Espírito do Trovão (Soul of Thunder) Canaliza a energia que reside em seu núcleo e invoca um avatar com a forma de Kanomon que envolve seu corpo com o qual avança contra o inimigo;
Tempestade de Benção (Blesser Storm) Invoca um avatar de energia com a aparência de Kanomon que voa em direção ao céus acompanhado do avatar de AranDramon invocado por Lovagmon, os quais se entrelaçam como uma dança, colidindo no ar e causando uma chuva de raios de energia extremamente poderosos (c/ Lovagmon).
Linha Evolutiva
Pré-Evolução
Gabowomon + Digimental da Amizade
Subespécie
Lampyrmon
Artista Caio Balbino
Digidex Aventura Virtual
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pplivros · 1 year
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Trono de Vidro - Sarah J. Maas
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A magia há muito abandonou Adarlan. Um perverso rei governa de seu trono de vidro, punindo impiedosamente as minorias rebeldes, quando uma assassina chega ao castelo. Depois de cometer um erro e ser capturada, ela se torna prisioneira nas minas de sal de Endovier, onde a tortura prevalece e ninguém sobrevive.
A LAMINA ASSASSINA
TRONO DE VIDRO
COROA DA MEIA NOITE
HERDEIRA DO FOGO
RAINHA DAS SOMBRAS
IMPÉRIO DAS TEMPESTADES
TORRE DO ALVORECER
REINO DAS CINZAS
Quando fizer o download de algum livro, deixa uma reposta para outras pessoas baixarem também.
Beijinhos e aproveitem ! <3
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claudiosuenaga · 10 months
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John Dee, o Mago da Rainha Elizabeth, Fundador do Império Britânico e Precursor da Ciência Moderna
O empurrão dimensional inicial para abrir um portal e trazer seres de outras dimensões a este mundo foi dado pelo polímata e ocultista John Dee (1527-1609), um dos maiores e mais influentes gênios de todos os tempos, uma figura magus maior que a vida.
Conselheiro, confidente e consultor astrológico da Rainha Elizabeth I (1533-1603), concebeu a geopolítica para a construção de um novo império mundial, o Império Britânico (termo alcunhado por ele) e ajudou a fundar a ciência moderna e o próprio mundo moderno.
Seus estudos cartográficos, bem como técnicas e instrumentos desenvolvidos por ele mesmo contribuíram muito para o progresso da navegação. Shakespeare se inspirou no próprio ocultista para elaborar o personagem Próspero, de A Tempestade.
E mais: O manuscrito Voynich, a magia enoquiana, astrologia, os arcontes e os rituais Babalon.
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seasickpoetry · 3 months
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tudo aqui tá sem devir (trechos extraídos diretamente do meu grupo comigo)
#1
As coisas dela. Quando acaba
tudo
ainda tem isso.
#2
tem tanto de nós em mim tem
um monte de vocês no eu, tem coisas demais comigo e
ela está lá, no chuveiro, ouvindo um mantra que canta assim
- eu te perdoo, eu me perdôo, eu te amo, eu quero seu bem, eu te perdoo -
#3
falar com você é querer atenção é
olhar demais para mim. chega.
se olhasse de menos, veria como ando tranquilo paulista acima como pego sem crise o jornal no twitter como chamo e entendo seu tempo como
teu
ufa.
#4
são várias fita.
teu jeito bad vibes de ser massa
teus poema de crise feitos com sombra
teu flow mistério ornando com weirdo
como quem hay que endurecerse pero sin deixar de ser gata jamás
são várias e várias ideias que a gente podia mesmo trocar
e
até o Instagram já se ligou
que eu coube direitinho no teu bolso
#5
todas as suas preces
não, todas as suas presas seus tópicos,
eu grudo
#6
são fones, os seus, é do rádio, vem de todo o lugar, na verdade
- Ogum de malê -
vem lá do instrumento do play, vem
junto com todo esse sentido que faz esse som, que bizarro
menina,
sim, daquela história mesmo, quando ele te fez aquilo lá, depois que ele pegou e, sabe? foi
- Ogum de malê -
#7
- ponto de ônibus -
ih alá, tá lá..
Tá caçando um baseado no meio maço. Deve ser uma ponta.
#8
um negócio de tcham
o primeiro a sacar foi o algoritmo. sim.. garoto esperto
talvez ele tenha ajudado até. não sei.
#9
joguei seu nome na Google
pedi para o chat gpt resumir tua dissertação, que coisa,
Quero a todo assunto ter custo
#10
Cabeça é uma coisa curiosa
andei tanto pelo vale da sombra da morte, misericórdia,
esses meses foi foda.
catei tanta pedra na beira do rio. Bati tanto cabeça, de frente com muro, essas coisas de ponta de faca ou etc tal, sei lá eu quanto paguei no almoço
pra chegar no alto desse dia e ainda ter tempo de sentir ciúmes de você
#11
ter em tudo um olhar pras coisas
cada uma, cata tudo
#12
toda vez que eu sonho com você, espírito livre
toda vez que você me visita em pensamento
sou feliz por tocar teu tempo e encontro um jeito de me confirmar
#13
tenho tanta saudade de falar baixinho
começar assim, terminar assim,
tinha tudo nessa nossa fala por que terminar assim por que começar?
#14
fruto do tempo, do beijo e da onda
feito na crise, no senso e na soma
com as costas no velho e de perto fazendo-se em novo
são muitas as indefinições pros conceitos da gente
com poucas e talvez a única certeza de ser
essa, a
que enumera a luta a
que supera a chuva e
que mesmo defronte à rudeza e ruidosa colonização, seja comendo ou cortando do império na mão,
independent,
canta e incorpora e se aninha no outro
seja com versos com a fala ou com tudo no corpo
sendo de tudo, até mau, violento, complexo, novo ou normal, mas
sem nunca, mas nunca, deixar-se de ser
- internacional
#15
uma coisa é saber
a outra é sentir
sentir tem a ver com você
saber independe
sentir embaraça, posiciona e te complica
#16
tô desequilibrado na cama
na beira, no banho no jeito
falta você no tudo e no meio
que atravessando as paredes meu tronco me sonha
que encosta em você num canto e te sente
#17
depois da crista dessa onda,
chuva braba, a tempestade
vou botar só o dedinho na água
olhar pros lados
respirar bem fundo
sempre andar com guarda-chuva e
até aqui em casa vou espiar pelos cantos, trancar três vezes, sussurrar queu
tenho é medo da crise
#18
you put me in a mental space..
#19
Que que cê disse mesmo?
Não entendi os movimentos da tua boca
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sorvete-de-pacoca · 1 year
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@kaimaciel Foi feito apressado mas é de coração. Queria retribuir aquela ask do meu aniversário. Espero que doa em você tanto quanto doeu em mim escrever isso 🥲💕💕
Neste universo quando uma nação muda, sua forma antiga se torna humana e passa a envelhecer normalmente. Portugal se torna humano após deixar de ser um império e Inglaterra vem para cuidar dele (ou pelo menos tentar)
Era estranho vê-lo envelhecer tão rápido. Ou, talvez, Inglaterra não estava acostumado vê-lo mudar tão depressa. Portugal, agora somente Afonso, já marcava os 80 anos de idade. Agora vivendo em sua pequena casa a beira mar. No começo havia um grande fluxo de agentes do governo e outras nações que o visitavam. Mas todos então começaram a respeitar seu desejo de viver só com sua nova vida.
Todos menos Inglaterra, que passou a visitá-lo todos os dias. Com a idade e o tempo lhe tirando parcialmente a visão, Afonso necessitava de cuidados. Mas o velho português não colaborava. Resmungava quando Inglaterra estava perto e fazia pirraça para atos básicos. Como comer e se trocar. Quando o pobre inglês tentava puxar conversa ele lhe dava uma resposta rude. A nação não se dava por vencida e continuava a voltar. As vezes podia até jurar que Afonso dava falta dele. Como no dia em que, por causa de uma reunião, se atrasou, e encontrou o velho sentado na porta. Seus olhos com boca visão o procurava. Quando ouviu ele chegar voltou a resmungar.
"Pensei que não viria"
"Ficou com saudade" Inglaterra perguntou. Afonso o xingou.
Um dia caiu uma tempestade. Inglaterra decidiu ficar a noite na casa. Afonso estava mais silencioso que o costume. Falou pouco até a hora de dormir. Inglaterra ficou com o sofá quando terminou de o preparar para a cama. Sempre foi alguém com hábitos noturnos, então ficou até a madrugada lendo. Ao se levantar para pegar água ele passou pelo quarto do português, e parou quando ouviu um choro baixinho. Afonso derramava lágrimas enquanto deitado. Tentou se esconder quando Inglaterra veio preocupado.
"Afonso! O que houve?"
"Por favor...saia"
"Não vou sair! O que aconteceu?!"
Afonso soluçava "Você é terrível, um verdadeiro monstro"
Inglaterra não entendia, sentou-se ao lado dele.
"Eu já havia aceitado minha situação, aceitado a morte. E então, você vem, me faz me apaixonar por você novamente, me faz desejar viver só mais um pouquinho para ficar com você. Porque diabos você está aqui?! Porque não volta para o França?!"
"Afonso..." Inglaterra tenta o acariciar, felizmente Afonso não o rejeita "nunca deixei de te amar."
"Mentira..."
"É verdade! Sei que nós tivemos nossas desavenças, sei que nosso casamento esfriou, mas nunca deixei de te amar. Você foi meu primeiro amor e melhor amigo" Inglaterra percebe as lágrimas escapando pelo seu rosto "eu...eu também não quero te perder, mas eu seria egoísta se não estivesse aqui para você" ele segura sua mãos enrugada.
"Não quero perdão, só quero que se sinta bem antes de partir"
"Arthur..." Afonso o procura no escuro com a outra mão. Arthur o deixa tocar em seu rosto. Na escuridão, por um momento, ele é o homem com quem uma vez compartilhou uma vida inteira. O inglês o beija os lábios e Afonso retribui.
O antigo Imperio Português, na sua forma humana, viveu por mais uma década até seu eventual falecimento. Um grande e cerimonial enterro foi feito. Vários chefes de estado e nações compareceram para prestar condolências. Inglaterra permaneceu perto do caixão quase o tempo todo. Afonso dormia com serenidade, algo que somente alguns deles irão experimentar.
Em sua mente disse 'adeus' quando viu o caixão ser enterrado. Viu forte emoção em alguns dos presentes. Espanha chorava muito e Brasil tentava consolar seus irmãos, mesmo que também tivesse lágrimas a correr.
Inglaterra pegou um ramo de lavanda dos arranjos de flores, pôs em no bolso da lapela e voltou para casa sozinho.
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petiteblasee · 1 year
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Desafio Literário • 2023 | Leituras de Janeiro
• Um livro para ler em um dia • Caçadores de Tempestade - Laís Lacet.
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Não é a primeira leitura que eu faço da autora, então fui com muita vontade de acompanhar o universo que ela criou, e o lamento veio: TEM APENAS 36 PÁGINAS!
Empenhados em resgatar um parceiro preso pelo império enquanto liberta diversas crianças de trabalhos forçados, Tifa e sua equipe se vêem num dilema ao saber do perigo que pode colocar tudo e todos a perder. É bem curtinho, como eu havia dito, e por isso não irei além disso, mas a história é tão bem contada que você deseja mais e não esquece tão fácil os personagens. Vale super a pena a leitura. 
• Um livro que você devia ter lido em 2022 mas não leu • A Casa dos Espíritos - Isabel Allende
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Não foi o primeiro livro da Isabel que eu li e me arrependo de não ter começado por ele.
Eu me preparei por saber que a autora colocou muito do que viveu (a família dela esteve no foco do golpe sofrido pelo Chile na década de 70) mas não foi suficiente e agora me encontro sem saber como explicar o quanto essa história mexeu comigo. Ao longo de 448 páginas acompanhei a história de uma família por 3 gerações sem perder o interesse e fiquei completamente presa ao conhecer ela se mantendo através de Clara, a vidente, Blanca, a rebelde e Alba.
Não tem como ficar impassível nessa leitura porque cada gente que vai se achegando nas Três Marias ou na Casa da Esquina passa por essas três de uma forma inesquecível, o que torna lamentável cada partida, mesmo que não eterna. Foi temendo a falta desse clima de lutas internas tendo como fortaleza a proeza de ser de todos, que fiquei triste por ter chegado ao fim, mesmo que querendo correr para ele para saber como tudo acabava - e haja sofrimento!
As três mostraram a graça e fortaleza da vida, principalmente no enfrentamento das dores diversas que as mulheres estão destinadas a carregar. E isso é tão inquebrável entre elas, sendo uma fonte para a outra, que nem a parte narrada pelo maldito patriarca tira esse brilho - na verdade, só reforça, principalmente com o leitor acompanhando como essas mulheres, de diferentes formas, e em épocas diferentes, tornou a vida desse homem num inferno.
Depois de um período de perda, Esteban reaparece na vida de Clara e torna-se o seu marido, mas, como a maior parte dos homens de sua época, não aceita que o corpo de uma mulher pertença a ele sem a alma vir junto. A Clara leva a vida de uma forma completamente diferente do jeito dele, o que deixa ele completamente atormentado. Acompanhar a forma como ele cresceu na vida é um lembrete constante de porque é preciso que a luta de classes esteja bem viva. A parte mais complicada da leitura, além de todo horror passado por cada um, tenha sido esse homem narrando e se explicando, e não fosse a Clara ensinando sobre o milagre que é viver com a consciência de que a vida envolve sobrevida de diversas formas, sem que isso te descaracterize como forte, eu teria odiado muito o final pacífico de quem tanto trouxe o inferno à terra.
Eu realmente poderia ficar falando por horas sobre cada personagem, sobre as diferentes épocas e as grandes transformações e o longo período de trevas que destroçou a América Latina durante algumas décadas (a ferida continua aberta, apesar de tentarem esconder), mas é necessária a leitura para muita coisa ser compreendida e sentida da melhor forma, então só me resta recomendar a leitura desse livro incrível nível sair gritando no meio da rua para que todos possam sentir tudo que a história oferece porque todo sofrimento vivido aqui vale a pena.
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amor-barato · 1 year
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Quando alguém nos morre (Olga Orozco)
Poema a Eduardo Bosco
Foi necessário o grave, solitário lamento do vento entre as árvores, para que tu soubesses mais que ninguém esse desesperado ressonar, esse rumor sombrio com que podem se dizer as palavras quando de nada vale sua fugaz melodia, quando na solidão – a única aparência verdadeira -, contemplamos, calando, os seres e os tempos que foram em nós irrevogáveis mortes cujos nomes não saberemos jamais.
Foi necessário o ócio daquelas largas noites que minuciosamente ordenastes em recordações, memorioso, para que tu passasse sustentando a sombra com tua sombra, apenas pressentida pelos dias, com tua mesma pausada palidez demorando-se ainda depois de haver ido, porque era teu adeus a despedida última, o último sinal que acercava os sonhos desde o incontido amanhecer.
Foi necessário o lento trabalho dos anos, seu rápido fulgor, seu murcho decair entre pesados muros que só levantaram respostas de cinza a teu chamado para que tu mirasses largamente tuas despojadas mãos como uma planície donde os ventos deixam poeiras mortais, enquanto dispõem, distante, a tempestade que arrasa desmedida seu sedento destino.
Foi necessário todo o que fomos contigo, o que somos contigo do lado dos prantos, para saber, vivendo, quanta surda treva te assediava e encontrar-nos, depois, Com o assustado resplendor do ar que deixastes morrendo.
Porque todo este tempo é o inumerável testemunho que nos traz as mesmas evidências, aquele que fostes quanto eras, de uma vez para sempre: acostumados gestos, certos ritos que cumprira teu sangue submissa à memoria, esses noturnos passos acercando os campos onde a luz é só um repetido começo de penumbras, as remotas paredes, as efêmeras coisas a que retornavas com a triste paciência de quem guarda, laborioso, no olhar, paisagens habituais que mais tarde aliviarão o peso das horas em sabido desterro.
Tu pedias tão pouco. Apenas se anseia um tranquilo viver que prolongasse a duracão de tua alma em idéntico amor, em radiante amizade, em devoção sagrada por gentes que existiram com a simples nobreza da terra, sem glórias nem ambições. Tu amavas o imortal, o grandioso terrestre.
Mas não pode o débil chamado de tua vida contra pesadas portas aposentos malditos, épocas miseraveis onde o destino dorme surdamente seu legendário esquecimento-, nadas tu na distância contra os invenciveis mares do inútil, nadas tu juventude contra esse rosto que entre desalentadas rebeldias, nostalgias e furiosos pesares, infatigavelmente se assomou a teus desvelos; e umas noites sentimos dentro do coração um rouco ondear, amargamente vivo, no preciso lugar onde ardia em nós, como nós mesmos, duradoura, tua calada grandeza.
Agora estamos mais sós por império da morte, por um corpo ganhado como um palmo de terra pela terra baldia, recobrando ao conjuro do mais distante sopro realidades perdidas no mais esquecido dos antigos dias, imagens que juntos transpassamos, que juntos nos esperam; porque nao é a recordação do passado dispersos alhures -folhas e ramas que acendemos para chorar ao humos de uma lânguida fogueira-, senão fiéis sinais de uma região dormente que aguarda nosso passo com as pegadas de outrora suspendidas como eternas roupagens.
Não é só por dizer, Eduardo, quando alguém nos morre, não há um lugar vazio, não há um tempo vazio, há lufadas imensas que se buscam a sós, sem consolo, pois aqui, e mais além, tanto do que ele foi respira conosco a fadiga do pó passageiro, tanto do que somos repousa irrecobrável entre sua morte que assim sobrevivemos levando cada um uma sombra do outro pelos distantes céus. Alguma vez se acercarão, Então, quando estivermos contigo para sempre, Últimos como tu, como tu verdadeiros.
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laumessenger · 1 year
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͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝐜𝐞𝐝𝐫𝐢𝐜 𝐠𝐨𝐝𝘭𝘪𝘬𝘦.
Em nome da Excalibur, Cedric Godlike em seus 27 anos, jura reverter o legado de Hércules e Megara durante a sua estadia na Academia dos Legados. Com a sabedoria concedida a ele, deve se manter caminho da luz enquanto conclui o Módulo III.I. Com a bondade tocada em seu coração, recebe assertividade e não se permite ser corrompido por ambição. Por último, é deixado um corte na mão de Wolfgang Novogratz como prova de seu comprometimento com a luz.
Inspirações: Daemon Targaryen (House of the Dragon) e Kevin Pearson (This is Us).
♡ Nascido em meio a tormenta, o Olimpo parecia comemorar numa grande tempestade a chegada do primogénito de Hércules e Megara. O temperamento impulsivo parecia vir desde o ventre, chutando a mãe durante todo o período de gestação em gestos agressivos que se comprovaram como parte da personalidade do menino quando, enquanto criança, não aceitava menos que o melhor. Os pertences de última linha, a palavra final e a auto-estima elevada lembravam a juventude da figura paterna, se descobrindo como o herói da região ao derrotar criaturas e salvar mocinhas. Compulsivo pela própria figura e o sucesso, Cedric desenvolveu-se sob os holofotes como alguém digno de ter o sobrenome Godlike sempre lembrado apesar da falta de poderes mágicos, fosse em competições esportivas ou os prostíbulos do castigo, ele fez-se digno.
♡ Corredor nato e capitão da Knights of the Excalibur, era comum vê-lo arrancar suspiros entre os corredores em sua época de esplendor. Apesar de diversas vezes diminuído como alguém que teria apenas o período de ensino para se orgulhar, garantia-se que o futuro seria tão incrível quanto o sorriso estampando a face bem esculpida. Porém, foi durante uma competição de magibol que assistiu todos seus planos caírem por terra e por culpa de uma contusão grave precisou se afastar de todos os esportes que não só moldaram o nome da família à qual pertencia, como sua vida até aquele momento. 
♡ Se afogando num mar de lamentações, também iniciou comportamentos autodestrutivos que incluíam vícios principalmente na área de apostas, e por mais que o pai houvesse garantido o fim de seus dias na área corporativa do império construído, ele não era alguém que se escondia por trás de um terno e gravata, além de secretamente estar destruindo tal legado a cada jogo ilegal e investimento falido. O adormecer só acontecia à base do álcool e Cedric remava diariamente contra a maré de fracassos que se transformava, cada vez mais ambicioso e impaciente pelo poder. Afinal, como uma vida de aplausos poderia ter se tornado tal lamúria do dia para noite sem seu comando? 
♡ O estado deplorável de Hércules o amedrontou no que dizia a própria segurança, mascarando o apego emocional de quem sempre enfrentou e ao mesmo tempo tentou ser semelhante como alguém marcado na história até ser parcialmente desafiado. O homem sabia de sua condição e como primogénito acreditava com certeza ser o mais apropriado para assumir a fortuna a qual fora criado para comandar, extraindo de si simplesmente o pior ao enxergar os irmãos como adversários aos quais derrotaria independente do preço. 
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brasil-e-com-s · 1 year
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Leis contra a conduta omissa ou partícipe (ambos são crime) de donos de redes sociais e mega empresários da tecnologia têm que ser reavaliadas com certa urgência. A vida social e os governos estão sob uma tempestade que estará sem controle caso não tomem uma medida.
A liberdade de expressão já está fora de controle. Os golpistas continuam atacando e atacando os iniciais esforços do novo governo (sem sucesso, claro). Mas é preciso conter.
O Twitter, por exemplo, tem sido um império de notícias e postagens fake news que não há quem detenha porque não é do interesse do proprietário.
Os piores seres humanos que se teve conhecimento nos últimos anos fazem do Twitter um covil de serpentes: Donald Trump, a família Bolsonaro, políticos de extrema-direita, simpatizantes das piores coisas do mundo em matéria de discriminação, abusos e mentiras.
Não é portanto, impossível que esses mega empresários das redes sociais estejam sim, alimentando e financiando as divisões e os ataques contra determinados países por seus interesses financeiros e neocolonialistas.
Arquivos: 09/10/2020 _ Elon Musk: "Daremos um golpe em quem quisermos e lide com isso."
Fonte: AFP/Win McNamee/Brasil de Fato/DCM
E no Brasil, e no Peru, ainda não está descartado. A América do Sul sempre foi cobiçada por eles.
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okhotskk · 2 years
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Eu amei muito mais quando eu pude amar com você.
É inacreditável amar, se fosse possível colocar esse absurdo que é o amor em palavras, e alguém tivesse a coragem de coloca-las em mil poemas, em décadas de filmes e séculos de música, eu não acreditaria. Mas, de alguma forma, eu, que coloquei esse amor em uma galáxia distante, de repente te amei.
Amar você foi como ir para o lugar mais lindo do mundo pela primeira vez, foi como se eu pudesse ver cores novas, e todo amor de antes era algo novo, porque era com você.
Eu me senti no maior clichê romântico já feito, nós flutuávamos por uma rotina meio louca, de eu conhecer tudo que era seu e eu percebi o quanto eu não vivi, e aqueles meses foram como uma vida. Você me permitiu chegar perto o suficiente para eu descobrir que os meus maiores sonhos eram pequenos, perto daquilo tudo que era estar com você.
Todos os dias eram os melhores dias, o presente era a única coisa que existia, e eu consegui viver minha máxima, de aproveitar tudo gloriosamente de uma maneira extraordinária.
E, de novo, é inacreditável amar. Acho que como tudo que se agiganta demais, talvez o que faltou no nosso amor foi a pequenez. Talvez, o nosso erro foi conquistar o império do amor sem poder o controlar, mas eu não me arrependo. Eu não me arrependo de pular neste mar sem saber nadar, e não me arrependo de escolher me afogar de novo te procurando, depois do desespero de procurar terra firme.
Não tem revolta na insanidade de nos perdermos na tempestade que se tornou a vida, porque eu tive a chance de ser eu do teu lado, e foi uma das coisas mais lindas que eu já vivi.
Isso não é um poema, porque seria muito pequeno eu tentar colocar os oceanos do nosso amor nas limitações da poesia, e apesar da piada cósmica da dor ser uma rima perfeita, te amar nunca foi ruim.
Você me disse que nós duas vamos ser felizes, e eu acredito. Eu espero conseguir ver além das cordilheiras do nosso desencontro, eu e você, felizes. Além da ironia da separação, o amor ainda é o mundo inteiro, e depois disso tudo, eu não vou deixar de te amar, porque afinal de contas, agora o amor que você me deu faz parte do meu oceano, e eu adoro o mar.
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kazuttora · 2 years
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DS - Império de luar e tempestades
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rebuiltproject · 10 months
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Kanomon (2012)
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Nível Adulto/ Seijukuki/ Champion
Atributo Vacina
Tipo Dinossauro
Campo Espíritos da Natureza (NSp)/ Império do Metal (ME)/ Rugido do Dragão (DR)
Significado do Nome Ka de Kampfer, Lutador em alemão e No de Dino, dinossauro.
Descrição
Quando Gabowomon atinge o ápice de seu potencial após enfrentar as inúmeras e incessantes tempestades de raios das Terras do Relâmpago, Kanomon surge dando lugar a um poder sem igual. Mesmo sendo dono de uma personalidade gentil e muito sociável, é um Digimon que tem fama de brigão e agressivo, o que de certa forma é verdade, já que é um apaixonado por batalhas e poucas coisas o fazem tão feliz quanto um bom combate físico.
Da mesma forma que seu estágio anterior, a energia que reside no corpo de Kanomon é virtualmente inesgotável, tanto que agora possui 4 pequenos reatores em seu corpo, cujo os quais tem a função de conter a energia e fazê-la circular por cada bit de sua programação. Em seu braço esquerdo estão contidos os dados de sua variação mais comum, o que dá a Kanomon um status de combatente físico difícil de se equipar, estando entre os mais poderosos Digimon das Espécies de Combate, além é claro de sua enorme e poderosa cauda que possui lâminas em forma de machado feitas de puro Chrome Digizoid.
Kanomon possui uma relação de irmãos muito forte com JagBeasmon, com o qual protege toda a extensão das Terras do Relâmpago de qualquer ameaça. Aqueles que se atrevem a colocar em perigo seu território devem estar preparados para enfrentar a fúria e o poder oculto desses poderosos lutadores.
Técnicas
Tempestade Explosiva (Blastorm) de seu braço esquerdo que contém dados da variante mais comum de Kanomon, dispara uma rajada/esfera elétrica altamente energizada;
Reação QUATRO (Reaction FOURce) canaliza a energia que flui pelo seu corpo em seus 4 reatores e dispara como uma grande rajada de energia;
Esplendor das Terras do Relâmpago (Lightning Lands Gloria) crava as garras de seu braço esquerdo no solo causando uma espécie de terremoto, fazendo se erguer uma tempestade de raios diretamente do chão;
Grande Machado(Gran Tomahawk) golpeia com força máxima usando o machado de Chrome Digizoid em sua cauda coberto por energia;
Golpe Trovão (Thunder Slash) golpeia com as garras cobertas de energia;
Impulso de Carga (Charge Impulse) golpeia com seu chifre energizado, ou expande um pulso de energia pelo chifre;
Linha Evolutiva
Pré-Evolução
Gabowomon (2012)
Subespécie
Kanomon
NeoKanomon
Kanomon X-Antibody
Artista Caio Balbino
Digidex Aventura Virtual
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supersoldierslover · 2 years
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Trono de Vidro -Episódios - Lista Completa
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6) A Lâmina da Assassina por Sarah J Maas
7) Trono de Vidro por Sarah J Maas
9) Coroa da Meia-Noite por Sarah J Maas
10) Herdeira do Fogo por Sarah J Maas
12) Rainha das Sombras por Sarah J Maas
15) Império de Tempestades por Sarah J Maas.
17) Reino de Cinzas por por Sarah J Maas.
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claudiosuenaga · 27 days
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Lançamento da Revista Enigmas nº 32: John Dee, o mago da Rainha Elizabeth, idealizador e fundador do Império Britânico e precursor da ciência moderna e do mundo moderno
Por Cláudio Suenaga
O empurrão dimensional inicial para abrir um portal e trazer seres de outras dimensões a este mundo foi dado pelo polímata e ocultista John Dee (1527-1609), um dos maiores e mais influentes gênios de todos os tempos, uma figura magus maior que a vida. Conselheiro, confidente e consultor astrológico da Rainha Elizabeth I (1533-1603), concebeu a geopolítica para a construção de um novo império mundial, o Império Britânico (termo alcunhado por ele) e ajudou a fundar a ciência moderna e o próprio mundo moderno. Seus estudos cartográficos, bem como técnicas e instrumentos desenvolvidos por ele mesmo contribuíram muito para o progresso da navegação. Shakespeare se inspirou no próprio ocultista para elaborar o personagem Próspero, de A Tempestade.
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E mais:
A TEIA ILLUMINATI: NOBREZA NEGRA, TEMPLÁRIOS, PAPA NEGRO E OS JESUÍTAS
O poder das sociedades secretas é vasto, exercendo uma influência significativa na esfera sociopolítica. Muitas de suas atividades não seriam aprovadas publicamente, razão pela qual preferem o anonimato. Embora suas identidades possam não ser totalmente desconhecidas, mantêm-se nas sombras seus rituais, comportamentos e objetivos em relação ao controle global, longe dos olhos do público. Utilizam hierarquias e cerimônias de admissão rigorosas para garantir que apenas indivíduos considerados adequados possam ingressar em seus círculos. Suas fraternidades recrutam em diversas instituições de ensino superior em todo o mundo.
Por André de Pierre
O ENIGMA DA ANTÁRTIDA
Imagens impressionantes obtidas no Google Earth publicam um passado e um presente da Antártida desconhecidos do senso comum.
Por José de Mello
DOS ANUNNAKI DE NIBIRU AOS NEPHELINS DE TIAMAT E A GUERRA NUCLEAR DE 2.024 A.C.
Revelações cósmicas: desbravando os enigmas dos anjos, Anunnaki e a fascinante epopeia da humanidade.
Por Pedro Macchion
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bunkerblogwebradio · 2 months
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Há 200 anos navio pioneiro da imigração alemã chegava ao Rio
Marco oficial do afluxo de imigrantes de língua alemã foi 25 de julho de 1824, com a fundação da colônia de São Leopoldo (RS). Em janeiro, porém, o navio Argus já aportava no Brasil com 284 passageiros.
"Chegamos ao destino em 13 de janeiro de 1824, com mais pessoas a bordo do que partiram de Brecherbach, pois além de dois mortos, houve 16 nascimentos", escreveu o pastor luterano Friedrich Oswald Sauerbronn (1784-1864) aos seus amigos que ficaram no Velho Mundo. Ele estava relatando a chegada ao Rio de Janeiro do navio Argus, que trouxe ao Brasil 284 imigrantes de língua alemã – inclusive o próprio pastor.
O Argus tem uma importância grande para a imigração alemã no Brasil – embora, oficialmente, considere-se como marco oficial dessa imigração o 25 de julho de 1824, data da fundação da colônia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
"Foi o primeiro navio dentro daquele convencionado como primeiro período oficial da imigração alemã no Brasil, que compreende os anos de 1824 a 1830", explica o pesquisador Ademar Felipe Fey, autor do livro Navio Argus – Ano 1824: Imigração alemã no Brasil.
Vale ressaltar que a Alemanha só passou a existir como país em 1871, por isso é mais correto se referir a esses colonos como pessoas "de língua alemã". Segundo conta a historiadora Daniela Rothfuss, coordenadora cultural do Instituto Martius-Staden, a maioria dos imigrantes a bordo do Argus era das regiões de Oldenburg – atualmente parte da Baixa Saxônia – e Hesse, hoje um estado na região central do país.
"O termo 'alemães' está ligado a uma identidade linguístico-étnico-cultural, mais do que à ideia de nacionalidade política. As primeiras levas, até 1830, contavam com imigrantes de outros países de língua alemã na Europa, como Suíça e Áustria, mas a maioria era de regiões que formam a Alemanha moderna", explica o gestor público Sylvio Zimmermann, secretário de Cultura de Blumenau.
Rothfuss pontua que o navio trouxe "um dos primeiros grupos fechados" de imigrantes ao Brasil. E foi o primeiro navio de imigrantes a oficialmente desembarcar após a Independência, em setembro de 1822.
Bahia e Rio, antes do sul do país
"Antes de 1824 houve algumas tentativas de estabelecer colônias com imigrantes alemães na Bahia", pontua Fey. Também foi criada a colônia de Nova Friburgo, no Rio, inicialmente com imigrantes suíços – destino de boa parte dos que vieram no Argus.
Professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e autor do livro Imigração alemã no Rio Grande do Sul, o historiador Jorge Luiz da Cunha ressalta que "quando chegaram ao Rio de Janeiro, foram todos [os que vieram no Argus] destinados à colônia alemã de Nova Friburgo, fundada antes da Independência do Brasil".
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Assentamento de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, nos anos 1820: para lá foram os passageiros do Argus
Ele considera "cientificamente que os verdadeiros primeiros imigrantes do Brasil Independente foram as 39 pessoas que partiram de Hamburgo, na Alemanha, a bordo do navio Caroline, em 17 de dezembro de 1823" – ou seja, os que fundariam a colônia de São Leopoldo.
"Como essas colônias [da Bahia e do Rio] não atenderam às expectativas do Império, o que viria acontecer apenas com a de São Leopoldo, a data oficial do início da Imigração Alemã no Brasil foi convencionada em 25 de julho", ressalta o pesquisador Fey.
Tempestades e piratas
Não foi fácil a saga enfrentada pelos imigrantes a bordo do Argus. Segundo a carta do pastor Sauerbronn, cheia de detalhes, o grupo saiu de Frankfurt, atual Alemanha, para Amsterdã, em maio de 1823. Lá embarcou no navio que o traria para o Brasil, em 24 de julho. Mas uma tempestade acabou quebrando o mastro do navio ainda no Mar do Norte, obrigando um retorno de emergência ao porto inicial e uma longa espera pelo conserto.
De acordo com a jornalista e pesquisadora Adriana Sauerbronn de Moura, descendente direta do pastor luterano, a nova partida ocorreu apenas em 10 de setembro. Mas a viagem seguiu acidentada.
Primeiro, uma tempestade obrigou o Argus a fazer escala de 11 dias num porto da Inglaterra. Próximo às Ilhas Canárias, a tripulação foi atacada por piratas africanos. "Só que quando o capitão pirata subiu ao navio, percebeu que só havia gente mais pobre que ele, então ofereceu suprimentos como frutas frescas e bebidas para os colonos", conta Moura. E aí o próprio pastor relata que em 13 de janeiro o grupo aportou no Rio com mais gente que na partida – por causa de duas mortes e de 16 nascimentos.
Curioso que alguns desses eventos estavam diretamente ligados ao pastor. Em 17 de novembro de 1823, durante a travessia, a esposa dele, Charlotte, deu à luz a um menino saudável, Peter Leopold. No dia seguinte, contudo, ela morreu em decorrência de complicações do parto.
Sauerbronn desembarcou no Brasil com sete filhos pequenos para criar. O caçula Peter acabaria morrendo um mês depois, de disenteria. "Essa imigração para Nova Friburgo acabou sendo um pouco esquecida. Primeiro porque a imigração para o Rio Grande do Sul foi muito mais numerosa, segundo porque a terra onde eles foram colocados não era muito fértil, então foi difícil se manterem ali", explica Moura.
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Cidade de Nova Friburgo hoje
Um projeto oficial de povoamento
Fato é que o Argus foi uma tentativa inicial de um projeto que depois acabaria adaptado para o sul do país, onde efetivamente funcionou. Em 1822, José Bonifácio (1763-1838), então ministro das Relações Exteriores, enviou um major para as cortes alemãs da Europa, encarregando-o de recrutar colonos.
"A ideia inicial era enviar os imigrantes para a Bahia ou Nova Friburgo, uma colônia suíça criada na serra fluminense em 1819", diz Zimmermann. "Mas D. Pedro 1º e Bonifácio mudaram os planos: resolveram estrategicamente povoar a Região Sul. Assim, as levas seguintes de imigrantes foram enviadas para São Leopoldo, próximo de Porto Alegre."
Os colonos eram, em sua maioria, artesãos ou trabalhadores rurais, gente que havia empobrecido em consequência da industrialização e das guerras napoleônicas. Formavam "um excedente populacional na Alemanha, que era procurado pelo Brasil recém-independente", relata Zimmermann.
"Os imigrantes de língua alemã fugiam da pobreza e da fome, causada pelo fim da servidão feudal no início do século 19 […], por iniciativa da Prússia, como estratégia das necessidades urbanas da nascente indústria", completa o historiador Cunha.
Conforme informa o livro 1824: Como os alemães vieram parar no Brasil, do historiador Rodrigo Trespach, os recrutados eram famílias ou homens solteiros. Os que podiam arcar com os custos da viagem recebiam terras, sementes e animais para recomeçarem a vida. Os que não tinham como pagar eram obrigados a servir no exército por quatro anos antes de receber as terras. No início, a operação era financiada pelo governo brasileiro. "Os imigrantes alemães recebiam recursos", corrobora o historiador Cunha. "Os custos da imigração eram cobertos pelo governo do Brasil independente."
Discrepância nas datas
Os registros do Arquivo Nacional, notas de jornais da época arquivados pela Biblioteca Nacional, a carta do pastor luterano e todos os especialistas ouvidos para esta reportagem confirmam o 13 de janeiro de 1824 com dia da chegada do Argus ao Rio. Contudo, diversos textos já publicados sobre a saga apontam para outras datas, principalmente 7 de janeiro.
Segundo os pesquisadores, o mais provável é que se trate de um equívoco antigo que acabou sendo reproduzido sem checagem – ou, como diz Zimmermann, pela "falta de consulta às fontes originais". "Infelizmente, existem fontes históricas diferentes", esclarece Rothfuss.
Fey aponta uma outra possibilidade: as diferentes datas indicariam diferentes momentos: "A discrepância pode ocorrer pela informação de entrada na baía do Porto, avistamento da cidade do Rio de Janeiro, etc."
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poisonhxart · 3 months
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#obrpov 6: listen to the wind blow.
Praia das Conchas Cintilantes. 24 de novembro, aproximadamente 20h30.
No início a Essência era abundante, então, deixou de ser. Uma frase pontual, que não carece de muito para ser compreendida, mas que ainda assim era alvo de reflexão. Havia lugares no continente em que, mesmo escassa, a Essência ainda era fascinante. Sulcana do Sul era um desses lugares. Mesmo que a viagem da Academia fosse curta e não permitisse uma exploração mais imersiva por outros pontos ainda mais misteriosos, bastava um olhar pela Praia das Conchas Cintilantes para saber que havia coisas ali que ninguém explicaria. Talvez sua magia estivesse naquele nascer do sol demorado, que coloria o céu como se os espíritos da natureza tivessem pegado em pincéis e colorido cada detalhe à mão. Talvez estivesse nas mãos das senhoras caiçaras que moldavam com todo esmero do mundo as miçangas que eram vendidas pelos turistas. Noutra possibilidade talvez até estivesse na brisa do mar, ou na água salgada, ou na terra, ou nas conchas brilhantes, ou em absolutamente tudo naquele lugar. Era uma magia tão forte que fazia Arianrhod ter vontade de falar, de sentir, de viver. Algo tão surreal que preenchia seu íntimo quase sempre tão apático com uma felicidade genuína, tornando os risos mais fáceis e as ações mais espontâneas. 
E tudo isso era estranho demais. 
Por toda a vida, Arianrhod cresceu ouvindo que era pessimista demais - então, para melhor adequação ao meio, passou a proferir frases encubidas de uma esperança que ela mesma não tinha -, mas seu pessimismo não era nada além dos fatos. Pensar nas possibilidades mais plausíveis, mesmo que essas não fossem as mais agradáveis, não a tornava nada além de pragmática. Era uma das principais características dos filhos da terra, não? Ter os pés tão fincados nela que até a pior das opções é tragável e inclusive preferível à uma mentira mais doce. Esse era um peso que carregaria eternamente e que não tinha como fugir, do qual até mesmo gostava. 
Era esse estado pragmático que a impedia de mergulhar e se afogar nos delírios magníficos de Sulcana.
A magia era sentida no ar. Salpicada na brisa marítima como se estivesse disfarçada em cada átomo que o vento trazia e repousava sobre a pele das pessoas ali. Havia um formigamento incomum na pele de Arianrhod, sobretudo nos pés descalços em contato direto com a areia, como num reconhecimento entre a terra e sua filha. Ela já tinha sentido algo parecido antes, mas nunca assim, porque tinha a certeza de que algo estava errado. A agitação das ondas e a brutalidade do vento foi a confirmação que precisava para saber que seus instintos ainda estavam suficientemente afiados, como precisava que estivessem. 
O primeiro sussurro não foi de todo agradável; a ideia de uma iminente destruição não a preocupava quando essa fosse causada para derrubar o Império, mas no contexto em que tinha sido dita, causada por Yanvis… aquilo a angustiava. Um de seus desejos mais profundos era de que o Império caísse e que o glorioso Imperador fosse morto pelas mãos daqueles que tinha feito sofrer, não que os fizesse derramar ainda mais sangue e lágrimas. Como reflexo imediato daquilo que seus ouvidos captaram, ela ajeitou a coluna e travou a mandíbula. A mensagem trazida pelos espíritos guias da natureza tinha intuitos múltiplos e nenhum deles parecia ser bom, não naquele momento. 
E então, assim como no ditado que diz haver calmaria após a tempestade, ela mal sentiu quando o vento afastou mais uma vez o cabelo de sua orelha, como se convidasse a si mesmo para um sussurro mais íntimo, um recado que ninguém além dela poderia escutar. Um presente especial, um que ela merecia. Era uma voz doce, uma voz que há muito havia se perdido no tempo e que encontrou caminho direto para seu coração com um pouco mais de desafio que talvez devesse. 
“Por fim virá uma cobra que trará ruína em seus olhos e veneno em sua alma.”   
E, por mais que Arianrhod quisesse rir da ironia que era uma mensagem tão pessimista ser por ela interpretada com tanta determinação, não esboçou nada. Há muito havia aprendido que se ela era observadora, outras pessoas também eram, e se captassem dela o que ela captava dos outros, não teria vantagem alguma em um possível bote.
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