O que é: Child of Light
Olá, pessoas do Tumblr! Estou muito feliz por estar de volta fazendo mais uma resenha. Estive ocupada e com preguiça por muito tempo, e o mínimo que posso fazer para evitar o ócio é atualizar este blog. Pois bem, o “o que é” da vez é sobre um jogo muito proveitoso que completei em época de quarentena (lá em 2020 mesmo). Agora posso ter a oportunidade de relembrar e analisar essa coisinha fofa que é tudo de bom! Bem, o jogo não é só fofo, ele tem as maiores aventuras- é só que minha impressão final de tudo foi essa. Tudo é muito lindo, muito caprichado, por isso é fofo.
Acho que, pra falar a verdade, comecei a jogar Child of Light em 2019, na casa de uma amiga que tinha um Xbox One. Esse jogo estava dentro do Game Pass e resolvi testar só um pouco. E realmente fiquei impressionada com a beleza daquilo! Eu queria sempre continuar. Só meses depois o comprei definitivamente no Nintendo Switch e fui até o fim. Demorou, mas não me arrependi. É uma jornada e tanto! Tudo me cativou muito no decorrer da história: trilha sonora, design, jogabilidade em lutas... Mais do que nunca, tinha vontade de avançar no enredo e ver o que aconteceria em seguida.
Enfim. Child of Light é um jogo criado pela Ubisoft Montreal, lançado em 2014, que conta a história de uma jovem princesa amada por todos em seu reino, sobretudo por seu pai, até o dia de um evento trágico. Por causa disso, ela agora deve enfrentar as forças do mal no território de Lemuria- sua casa -para que, basicamente, a luz vença a escuridão. Tem um ar bem claro de conto de fadas. Em tudo.
Nisso, Aurora, a personagem principal jogável, acompanhada de Igniculus, uma espécie de guia e ajudante do jogo nas mais diversas ocasiões, parte em missões espalhadas pela terra fantasiosa, conquistando feitos heroicos e ganhando a confiança de alguns seres com o desenrolar da exploração no reino. Entre eles estão bobos da corte, um anão, um animal antropomorfizado, uma criatura pisciana e até um golem. Assim, o jogador vai formando e aumentando a sua party, quando consegue de fato desbloquear a presença de um participante na sua equipe ao realizar uma ação ou concluir um desafio. Deve-se também prestar atenção em todos os cantinhos dos cenários, para encontrar objetos ou interações escondidas que serão posteriormente importantes. Com o avançar do jogo, ao saírem vitoriosas em batalhas, as personagens ganham mais pontos de habilidade, estes usados para obter golpes e feitiços mais poderosos.
Adicionalmente, o modelo de jogo é RPG de turno, algo extremamente interessante e que foca nas estratégias necessárias na hora de derrotar inimigos diferentes. Quanto a essa parte, confesso que tenho certa preguiça de estar sempre lutando e, mesmo culpada, acabo fugindo de uns embates. O que é, por sinal, altamente não recomendado, pois não preciso nem dizer que a dificuldade para vencer os bichos aumenta gradativamente. A fim do jogador ter tranquilidade no enfrentamento de chefões, ou de qualquer inimigo mesmo, é uma excelente ideia sempre batalhar para aumentar seus níveis vertiginosamente, de modo que os inimigos seguintes estejam com a força bem abaixo da sua. No fim, isso será mais prático e rápido. Observo tal quadro nitidamente apenas agora, ao perceber o quão foi sofrido passar por cada luta sem fazer o acima indicado. Então não façam o mesmo que eu. Ah, e uma coisa mais particular de Child of Light é a existência de uma barra temporal que guia as batalhas: é melhor que os ataques sejam acionados quando se está na região indicada dela.
Sabe-se que o jogo tem uma simbologia enorme dos contos de fadas, dos poemas e das fábulas (embora conte até com elementos inspirados na cultura japonesa). Para quem é fã dos gêneros, diria que ele se mostra bem imersivo nesse sentido e acaba sendo um prato cheio no que diz respeito à apreciação de detalhes. Logo no início, se deslumbra uma introdução animada da história (que se encontra dublada em português, vejam só) com o uso da estética dos vitrais. Desde essa parte, já é possível notar o capricho dos cenários fabulosos e do texto empregado em cada fala, instrução, descrição ou acontecimento. Além do mais, esse mencionado texto, original ou traduzido, mantém invariavelmente o uso de rimas; afinal, é um recurso de linguagem usado quase universalmente pelos habitantes de Lemuria. Justamente pelo trabalho primoroso de adaptação de todos os dizeres sob tais condições, gostaria de parabenizar vigorosamente a equipe brasileira por trás da localização.
O resultado realmente ficou esplêndido. A versão nacional não deixa nada a desejar e conserva o forte tom poético e teatral das situações, exprimido integralmente nas falas. Hoje em dia vemos diversas traduções desleixadas e inorgânicas por aí, e me faz incrivelmente feliz o fato de esta não ser uma delas.
Gostaria de frisar que, abaixo, há uma contribuição em desenho de Yoshitaka Amano, um dos designers da franquia Final Fantasy, para a divulgação do game aqui abordado. Achei o desenho superbonito e coloquei a imagem dele aqui. Olha, se esse fosse o estilo de Child of Light... eu também não reclamaria, seria tudo.
Tá, mas voltando ao assunto: ao se deparar com o contexto vivenciado pela protagonista Aurora, quem joga logo vê uma realidade inicialmente não colorida nem viva. Durante a maior parte da jornada, passa-se por lugares totalmente desolados e melancólicos, na tentativa de resolver seus problemas, e a sensação causada pela produção e pela trilha sonora reflete tal objetivo de forma ímpar. Realmente há um clima de devastação aterrador nas várias terras do reino, em face dos locais abandonados e deixados à mercê das trevas.
O estilo artístico dos referidos locais não é nada menos que impressionante, desde a aparência de enormes vitrais quebrados em contato com a iluminação até das formações rochosas e arbóreas sombrias que abrigam ruínas. Os traços do desenho são aquarelados, remetendo a ilustrações próprias de livros infantis, mas por vezes com aquele toque levemente assustador, que surge mais pela própria aura da experiência no jogo, e nem tanto pelo aspecto gráfico. Outrossim, em um mar de textura 2D que se estende às próprias personagens, apenas Aurora, ao se movimentar pelo cenário, apresenta um molde 3D. Considero um pouco incoerente com o resto do conteúdo na tela, mas quem sabe quais seriam as dificuldades de colocar para mover por aí um boneco exclusivamente desenhado à mão em lugares de inúmeros relevos diferentes. Mesmo assim, fica aqui registrada a minha ínfima crítica visual.
Notavelmente, o avançar dos feitos do jogador confere o prosseguimento da história, que chega a contar com reviravoltas muito bem boladas, na minha opinião. Torna-se difícil não se importar com tudo o que está acontecendo com os seres que habitam aquele mundo, e também com o destino de Aurora. E é esse interesse constante que se estabelece em querer saber mais que leva qualquer um, por meio da exploração dos elementos mais sutis, a encontrar side quests. Com frequência você deve completá-las indo nos cafundós do Judas procurar um item pedido por uma personagem não-jogável. E demais coisinhas complicadas do tipo. Por sorte, tem um mapa bonitinho de Lemuria disponível no menu para o devido deslocamento do jogador de uma área até outra muito distante. No fim, torna-se imensamente divertido sair em busca dessas variadas peças, em uma série de viagens que se confunde com a descoberta de um segredo, ou com uma encantadora caça ao tesouro.
Na verdade, Child of Light se faz encantador do início ao final, a todo momento. E devo dizer que, para tal, outro fator decisivo na criação da dita atmosfera é a linda trilha sonora. Ela tem um jeito mágico, meio orquestral, às vezes lúdico, com direito a uma faixa vocal bela que só: Off to Sleep, da artista Cœur de Pirate- que elaborou todos os temas musicais. Como se pode ver, grande parte da imersão gerada pelo jogo vem de artifícios deliciosamente bem feitos, algo que eu sempre gosto de enaltecer. Adoro um jogo bonito, mas, acima de tudo, um jogo com um estilo próprio, único dele. É uma grande felicidade, portanto, apontar que este aqui atende aos meus requisitos extremamente pessoais sobre o que constituiria uma experiência satisfatória ao se tratar de videogame.
Então, chegando aos "finalmentes": o que é Child of Light? Ele é uma bela surpresa de videogame, e uma excelente porta de entrada para o universo dos RPGs. É para todas as idades e não é muito extenso. O considero ideal para jogar casualmente. Sua história é simples e efetiva, isto é, ele não é complexo ao ponto de se perderem milhares de informações quando se para de avançar nele toda hora. Mas também é instigante o suficiente para não se sentir vontade de parar. Bem, em umas partes do meio não nego que senti certo cansaço de continuar, por causa das lutinhas de sempre, mas creio que isso é um ponto que varia com o olhar de cada um.
Acho que foi perceptível a minha impressão deveras positiva acerca da maioria das questões trazidas nesta minha descrição e avaliação, que terminará sendo altíssima. Afinal, esse jogo parece não pecar no quesito estético e de sensibilidade narrativa e, logo, parece tampouco pecar em sua qualidade geral. Por fim, a nota que dou a essa singela obra de arte é de...
★★★★★
5 estrelas muito bem dadas! Com todas as observações maravilhadas vistas acima, não seria coerente dar qualquer pontuação menor. De certa forma, eu mesma acabei descobrindo que gostava desse jogo muito mais do que lembrava. Só consigo pensar no quanto me impressionei com o modo simplesmente adorável como cada missão e mecanismo funcionava nele. Mas não há apenas esse tom adorável em tudo, pois Aurora é dona de uma grande personalidade, viu? É uma personagem forte e muito agradável de acompanhar. Talvez isso, em conjunto a todo o restante supracitado, faça acontecer uma jornada fantástica diante dos olhos do jogador.
Terminada esta análise, gostaria de desejar a quem lê um próspero ano novo e agradecimentos sinceros por estar aqui mesmo após minha longa pausa nos textos. Sei que, bem antes, prometi uma resenha ou de "Ernest e Célestine" ou de "Katana Zero", e desviei completamente do foco. Eu tinha esquecido disso tudo quando comecei a fazer esta aqui. Mas quem sabe um dia ainda cumpro o que falei. Vou seguindo de acordo com o que meu estado de espírito diz. Da maneira como as coisas vão, o próximo "o que é" deve bem ser de um filme fashionista dos anos 90. Então aguardem um bocadinho de tempo!
Abraços,
✿⌜cbccat⌟✿
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i JUST need people to understand worldwide just how big this win was. yall know bolsonaro is a fascist forest burner, but the lenghts he went to try to cheat this election were unprecedented (and we had a coup 7 years ago!)
beyond his industry of fake news, the government was shamelessly buying votes with state tools. he was artificially manipulating the economy to try to win votes. there have been hundreds of complaints of companies, big and small, across the country of employees being threatened into voting for bozo, women being told to smuggle phones in their bras to prove their vote. workers being shamlessly bribed into voting bozo. there have been countless attacks and dozens of murders over this election this year. and finally, yesterday, when even that wasn't enough, the federal traffic police was used to roadblock voters on the regions lula had the most votes. the police stopped HUNDREDS of buses taking people to vote in over 780 operations in a blatant act of electoral fraud; i don't know how many votes were lost because of it. nothing like this has ever happened after the end of the dictatorship. it was terrifying, i was scared we were looking at another coup.
and yet. even after all of that, even after years of fascist propaganda and the machine of state being shamelessly used to attempt to fraud this election it STILL wasn't enough! we won , WE DID IT and we won by millions! I'm from an extremely anti lula, fascist region in the country and people were euphorically celebrating in the streets! historical political rivals are talking of hope for the future, finally. lula is our once and future president, democratically elected in a government that seeks to undermine democracy every day. it was genuinely a fight against the machine of the state and every underhanded tactic they could employ.
a lot of foreigners were talking about how this was one of the most important elections in the last decades... yeah. yeah .... you have no idea
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