Tumgik
#vacila
wintcrmoon · 2 years
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le tendrías miedo a algo que mide 8.5 inch de largo x 2.4 inch de ancho? 👀👀👀
“—depende... he comido maíz/choclo en palito que mire eso y no le tengo miedo, a menos de que me desgarre el paladar con el palito—” Se ríe, molestando al encuestador preguntón.
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refeita · 3 months
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você quer que eu seja sua antes de ser meu
Aposta no meu coração meio calejado e na minha suposta inabilidade de dissimular para cativar lugares novos aqui dentro, semeando memórias grandes demais para nosso acordo tênue e confuso. Te deixo entrar e danço no teu ritmo porque seus braços me aconchegam e sua voz me é gostosa de ouvir, porém, me vejo atenta toda vez que decide dizer algo mais. Você não disfarça a vontade crescente de me fazer cair desse abismo entre a loucura e a paixão. Já eu não me permito ir tão longe porque suas palavras são doces, mas suas certezas são um segredo. Me faz seguir seus passos apenas para dizer que não está ali de verdade, apenas para ver se vou atrás. Enche meu corpo de marcas suas e dúvidas minhas, alterna entre atenção massiva e desinteresse atuado porque você quer que eu seja sua antes de ser meu. Meu coração vacila em algumas noites e quase escapa da boca um pedido a mais, uma vontade a mais de te permitir crescer em mim para além da tensão entre nossos olhos e do encaixe envolvente dos nossos corpos. Eu não deixo, dia após dia, porque sua apreciação é errante e seu peito chama nomes distintos. Nos considero corpos afins, mas corações emprestados. Aceito não possuir você, não me iludir que preencho suas lacunas, entretanto, te vejo ecoar pelos meus portões que minha casa é sua. Seu desassossego me acua e me diverte porque enquanto me puxa para o abismo te vejo quase cair também. Enquanto tenta riscar minhas paredes com seu nome, não consegue evitar ser marcado com a mesma tinta. Suas mãos estão cheias de manchas, sua assinatura decora meu quarto, mas você segue esperando que eu grite as palavras que não quer dizer. Segue esperando que te chame para ficar, talvez apenas para saber que pode. Apenas para saber que me tem. Contudo, meu coração emprestado acelera, sim, por você, como também conhece o desespero da súplica mascarada de prepotência. Firmo meus pés da borda, fecho a boca com firmeza antes que qualquer palavra saia, nego me deixar ser vista por seus olhos escurecidos com as pupilas dilatadas, pois sei que você quer que eu seja sua antes de ser meu — e eu não sou.
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xexyromero · 2 months
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sorry //. fem reader! x pipe otaño
fem!reader, felipe otaño x reader, light angst
cw: angst!
sinopse: você vacila feio com seu namorado pipe.
wn: segue seu request, @rkiversstuff! não consegui tirar da cabeça a briga do juani com o pipe e saiu essa besteirinha. espero que goste. desculpa que ficou super miudinho!
“pipe, por favor, não faz assim. me desculpa!”
o silêncio era ensurdecedor. e angústia no seu peito era pior ainda. parecia que alguém triturava seu coração de pouquinho em pouquinho. 
“pipe, por favor. te imploro.”
o pior era que não vinha nenhuma raiva. nem um tipo de sentimento. não vinha nada - apenas aquele silêncio doloroso. quem disse que o contrário do amor não era o ódio, sim a indiferença, sabia exatamente o que dizia. as lágrimas rolavam livremente pelo seu rosto, estragando a maquiagem que você tinha feito horas atrás. antes de tudo acontecer. 
“felipe, pelo amor de deus!” 
você não sabia nem o que fazer. bati na porta do rapaz com força, as palavras embargadas pelo choro, pelo soluço. 
o pior de tudo era saber que a culpa era única e exclusivamente sua. 
era bem óbvio que pipe era orgulhoso e mais ainda que ele era incrivelmente sentimental. juani, um dos melhores amigos do rapaz, já tinha te alertado por mais de uma vez. tinha que ter cuidado com os sentimentos do pipe, que ele se magoa fácil e o perdão é difícil. agora sentia aquela frase na pele. 
maldita hora que resolveu fazer uma brincadeira desgraçada. devia ter ficado calada. o relacionamento de vocês era tão bom - e também não era do seu feitio brincar com coisa séria e muito menos quebrar o sentimento de alguém em brincadeira. você era atenta, cuidadosa. quando as palavras saíram da sua boca e você viu o rosto de pipe se contorcer, se arrependeu quase que automaticamente. ele saiu em disparada e fechou a porta do quarto atrás de si, te deixando do lado de fora.
você se afastou finalmente da porta, entendendo que tinha perdido e que não havia muito mais o que ser feito. seus soluços ficavam maiores, mais longos e as lágrimas teimavam em continuar saindo. mas não tinha mais o que fazer. tinha pedido desculpa na hora, tinha pedido desculpa enquanto seguia pipe para o corredor e tinha pedido desculpa na porta. o jeito era se recuperar, ir para casa e esperar que ele te perdoasse com os dias. 
no que tomou essa decisão, ouviu o barulho da porta abrir, e um felipe receoso, de rosto vermelho e olho inchadinho saindo de trás. ele abriu os braços. você correu para o abraço. “me desculpa, pipe.” você pediu, mais uma vez. ele assentiu com a cabeça, escondendo o rosto no seu pescoço. “me desculpa.” você repetiu, fazendo um cafuné com calma, enquanto sentia o corpo dele tremer levemente. ele também chorava. 
“te desculpo se você prometer não fazer isso nunca mais.” ele falou, se desvencilhando do abraço. a voz rouca, enxugando as lágrimas com as palmas das mãos. 
“eu prometo!” e era honesto. você estalou um beijo na bochecha ainda vermelha dele. ele entrelaçou sua mão. estava tudo bem. 
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marrziy · 3 months
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Billy Loomis & Stu Macher x Male Reader
"Pertença e obedeça"
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• Filme: Pânico (1996)
• Gênero: dark
• Sinopse: eles te querem de corpo e alma, e você se entrega, aceitando aquela dinâmica pouco favorável. Paixão e burrice são palavras próximas, e nessa história, o leitor vacila entre elas ao se perder em um labirinto de carícias por apego e cortes por ciúme.
• Avisos: violência, insinuações sexuais e relacionamento tóxico (tudo em nível elevado, então se liguem!)
• Palavras: 1.3k
1° pessoa - presente
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As coisas não acontecem do nada; tudo vem de um processo movido à porquês.
Mas a lógica disso só existe quando é de você para si mesmo. Ao ser aplicada de você para outro alguém, aí sim as coisas surgem do absoluto nada e além.
Afinal, você não sabe o que se passa na cabeça do próximo, não o conhece ao ponto de saber exatamente qual trauma, influência ou gosto o levou a tomar determinada atitude ou escolha, então para você, tudo o que ele faz ou deixa de fazer vem do nada.
Tirando os psicólogos da rodinha, isso meio que se aplica a todo mundo.
Eu poderia dizer exatamente o momento em que a merda começou a feder na sola do sapato.
Foi uma frase curta, mas de magnitude gigantesca.
"Nunca mais conversa com ele."
Certamente, na perspectiva de Billy, houve um trajeto de uma vida até essa fala, mas para mim, que a ouvi em um sábado à tarde, durante um passeio descontraído em um parque, não houve nenhum antecedente, simplesmente surgiu e eu tive que lidar.
Mas eu não lidei, eu não soube lidar e continuo não sabendo.
Eu congelei, foi tão abrupto que me tirou a fala. Meu olhar substituiu o trabalho da boca e, se pudesse ser traduzido, estaria perguntando a Billy se ele era maluco.
E ele é.
Fui descobrir isso quando interpretei a fala dele como hipérbole e não a levei a sério. Era um exagero grande demais para ser verdade...
— Desculpa! — eu disse essa palavra tantas vezes nos últimos cinco minutos que ela perdeu o sentido. — Eu prometo não fazer de novo! Já disse que vou cortar contato, que vou obedecer, então chega disso, por favor! — tentar revidar é inútil, cansa e faz doer mais, então me limito a implorar. Talvez minha lamúria desperte empatia...
Esse sou eu tentando me enganar. Me ver chorar só deixa os filhos da puta mais excitados.
— Para de se contorcer, vai acabar se machucando! — Billy repreende, terminando de traçar o "y" do próprio nome na minha barriga. Ele dá uma pausa após finalizar, afastando a lâmina ensanguentada.
— Você tá me machucando!
— Porque você merece, porra! — Billy, deitado na cama com o torço entre as minhas pernas, apoia o peitoral no meu colo e põe a língua para fora, mantendo minha camiseta erguida com uma das mãos enquanto lambe os cortes que ele infligiu à minha carne. — Eu te dei todos os avisos, mas mesmo assim, você preferiu ignorar e continuar de papinho com o fracassado do Randy... — a voz alterada dele não deixa dúvidas quanto à raiva que infla no peito. Mas a pupila está dilatada... — Cê teve sorte. O plano original era rasgar o seu cu com uma faca e depois te foder. — o olhar vultoso não abandona o meu, e condiz com o jeito que Billy me deixa lambuzado e com a forma que ele esfrega o quadril no colchão.
— Billy tá certo, gatinho. — sinto a respiração de Stu na minha nuca. Pendendo a cabeça para trás, me deparo com seu rosto sorridente. — Você meio que pediu por isso. Agora, aguente as consequências como um bom menino. — o Macher mantém meus pulsos presos, me impedindo de usar as mãos para afastá-los.
Eu bati propositalmente minhas costas contra o peitoral de Stu, o fazendo colidir na cabeceira da cama. — Você sempre está do meu lado... Por que essa agora?
Eu sei que doeu quando o ouço resmungar e descontar com um aperto bruto nos meus pulsos. — Foi mal, cadelinha, mas Billy me prometeu algo irrecusável caso eu o ajudasse a te castigar.
Billy ri contra meu estômago e morde minha pele ferida, me arrancando um gemido desgostoso.
Eu me odeio por estar intrigado e minimamente animado em um momento onde eu deveria me sentir apenas revoltado. — Que merda ele te prometeu? — o embargo na minha voz desaparece à medida que as lágrimas escorridas secam nas minhas bochechas.
Talvez isso significasse estar doente de amor.
Foi tão desesperador e doloroso sentir a faca separando a pele que agora só consigo aproveitar o alívio.
A raiva e a tristeza de ter uma cicatriz com o nome de uma pessoa no meu corpo... isso eu sinto depois.
— A bundinha. Você sabe como é raro o Billy liberar o rabo? Eu faria coisas piores por isso. — Stu tenta selar meus lábios, mas eu viro o rosto para o lado oposto.
Erro rude.
— Você quer jogar duro? Tudo bem, vamos ver o quão durão você realmente é. — Stu não poupa força na mandíbula ao morder meu pescoço. Como um cão arrependido, eu alinho nossas faces e, choramingando, aceito seu beijo. — Porra... foi mais fácil do que eu pensei. — ele murmura com nossas bocas unidas.
Billy para de me lamber quando não há mais sangue escorrendo. — E não pense que você não estará junto. Enquanto Stu estiver me fodendo, eu vou estar metendo em você. — a mão dele pousa nas minhas coxas, arranhando ao ponto de deixar vergões. — Afinal, somos um trio...
É aqui onde eu duvido dos meus sentimentos.
Eu sei o quão errado é, sinto na pele a dor de perceber que a porra da vida não é um morango... ou é, porque essa fruta é azeda pra caralho.
A questão é que, após o pior, depois de refletir e repensar minhas decisões, cogitar um milhão de vezes me impor e dar fim a essa relação, eles me tratam bem, e novamente, eu não sei lidar.
É tão bom durante o tempo em que tudo são flores, quando sinto as pétalas e não os espinhos.
Eu os amo quando não são monstros.
Mas é exatamente isso que eles são.
— Você parece bem calminho agora. Fiquei com medo de ir longe demais com a faca, sua respiração tava muito pesada e o seu abdômen contraia bastante. Mas então... tá preparado? Falta escrever o nome do Stu ainda.
Monstros.
Calafrios serpenteiam pelo meu corpo no instante em que vejo Billy com a faca na mão. — Por favor, não faz isso! Ainda tá ardendo... Essa merda dói pra cacete! — passo a me contorcer, em outra tentativa inútil de escapar desse inferno, mas Stu me acorrenta, com mais afinco dessa vez.
O filho da puta quer o próprio nome me rasgando.
— Relaxa, nem vai ser o primeiro nome completo, só o apelido, três letrinhas. — Billy tenta amenizar a situação absurda.
Absurda só para mim.
— Qual foi, cara? Não quer uma cicatriz com meu nome? — Stu abocanha a minha orelha.
Cachorro!
— E-eu faço qualquer coisa! Só... só para com isso! — a cada palavra, eu aumento o tom, em sincronia com a aproximação da faca.
Billy levanta a sobrancelha, me encarando com um sorriso, no mínimo, suspeito. — Qualquer coisa, é? — ele pausa o punho fechado no cabo quando a lâmina toca minha barriga, pressionando o suficiente para ser desconfortável, por estar próxima da região machucada. — Então me beija. Se você fizer isso, eu paro.
Billy ergue o torço e eu me curvo em sua direção. Começa lento, mas logo ele está com a língua dentro da minha boca. Meu estado entorpecido me impede de tomar iniciativa, estou apenas à disposição.
Exatamente como eles querem.
Billy se afasta quando o ar faz falta, unido a mim por um fio transparente de saliva.
— Pronto, a-agora me deixa ir!
O Loomis ri. — Você é burro ou ingênuo? Independente de qual for, apenas continue sendo, é divertido pra caralho. — ele aperta minhas bochechas, molda meus lábios em um biquinho e me dá um selinho. — Viu? Posso roubar um beijo de você quando eu quiser, então por que eu pararia por isso?
— Anda logo, Billy! — Stu se manifesta. — Faz ele chorar de novo! Ele fica tão fofo chorando... Porra, meu pau tá duraço!
Sei lá...
Talvez eu mate meus namorados algum dia desses.
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butvega · 9 months
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TA-LA-RI-CO XII
"Luana Bueno é um anjo, Jaemin Na só vacila, Jeno Lee é um artista, e eu posso te provar."
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notas. vou fazer uma medida protetiva pós esse capítulo. pra fechar o terceiro dia de talarico, liberei mais um capítulo! durante o fim de semana, e durante a semana não terei muito tempo pra escrever, então decidi liberar logo esse pra finalizar 3 dias de atualizações direto! fico muito feliz com a repercussão da historia, então essa é minha forma de agradecer. boa leitura, ♡
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Ligações? Ignoradas. Mensagens? Ignoradas. E se Jaemin fosse até a porta de sua casa, você muito provavelmente o ignoraria também. Seu coração pedia por um tempo. A preocupação de sua mãe era evidente, uma vez que aos fins de semana você não parava em casa, e desta vez você não saía de sua cama. Decidira fazer uma maratona de Grey's Anatomy. Percebe que realmente está na fossa quando ainda no fim de semana já está na terceira temporada.
— Minha filha, levanta dessa cama, vai lavar esse cabelo, ir 'pra praia com suas amigas. Luana me ligou perguntando se você morreu. Pelo cheiro desse quarto, eu falei que morreu sim. — é sua mãe na porta, com o óculos escorregando por seu nariz, a deixando com o olhar mais severo. Você revira os olhos, se enfia mais entre as cobertas.
— Eu realmente morri. — você murmura. — Aí, mãe! 'Tô brincando! — exclama quando recebe uma almofadada de sua mãe.
Era hora de reagir. Pegou no celular, encarando o número de Jaemin e as milhares de mensagens não respondidas. Seria difícil fugir dele na faculdade.
Difícil não, seria impossível. Na segunda-feira você se esgueira pelos corredores da PUC como se fosse uma espiã. Óculos escuros, um casaco enorme, mas pelo menos com o cabelo lavado e cheiroso. A primeira pessoa que você dá de cara é Luana, que te olha com os olhos arregalados.
— Garota? — ela pergunta confusa, apalpa seu rosto, seu corpo. Verifica se você está realmente viva.
— Para de me cutucar. — você tira as mãos dela de si.
— Por que você não me respondeu? Sua mãe disse que você 'tava parecendo uma defunta no quarto. Eu quase caí na porrada com Clara quando ela veio toda empolgada me dizer que 'tá pegando o Neno, e aí fui descobrir da confusão que rolou pelo Lucas.
— Lucas? Lucas Wong? Lucas te falou o quê? — aí você se encontra interessada. Lucas estava com Jaemin na fatídica festa.
— Que você ficou com ciúmes do Neno, o Nana ficou com ciúmes de você, e acabou chapadão na festa. Teve que levar ele quase desmaiado 'pra casa e tudo. — ela termina e você revira os olhos. Ela suspira. — Amiga. Como você 'tá com isso tudo?
— Péssima. Eu não quero ver Clara nem pintada de ouro, e não quero ver o Jaemin nem pintado de ouro. — você encosta no peitoral da mais alta, que afaga seus cabelos e te abraça.
— Então se esconde, porque Clara 'tá vindo pra cá agora. — ela diz baixinho, e você tenta se enfiar o máximo o possível no peitoral dela. Quem dera pudesse se esconder alí 'pra sempre.
— Ei. — escuta a voz anasalada que antes era tão comum e reconfortante para ti. — Queria falar contigo.
— Clara, dá um tempo, vai. Ela não quer falar contigo não. — Luana quem diz, a medida que você retira a cabeça do peito dela.
— Mas eu preciso pelo menos dar uma explicação.
— Clara, já deu teu tempo de se explicar já. Se você tivesse falado antes que queria ficar com ele, não ia ter dado tanto problema quanto deu. — você resmunga de braços cruzados, Luana ao seu lado como uma guarda costas.
— Você não fez isso quando ficou com o Jaemin, por que na minha vez tem que ser diferente? — é a morte. Clara diz, e você jura ter visto o veneno escorrer pelo canto da boca dela. Você revira os olhos, aqueles que estão marejados, e impassível, deixa as duas no meio do corredor da faculdade, se isolando para qualquer lugar onde pudesse estar sozinha.
Sente o peso na consciência piorar. Você simplesmente não podia odiar Clara, não podia odiar Jeno, uma vez que você havia feito o mesmo com Jaemin. Correto? Mas por que doía tanto? Por que se sentia tão traída? Teria sido essa a sensação que Jeno teve quando te viu pela primeira vez, naquela foto, deitada na cama com Jaemin? Você se sentia o pior monstro.
Se pudesse, faltaria a faculdade por uma semana. Mas se faltasse apenas uma aula já embolaria todo o seu semestre, quanto mais uma semana inteira. A vida do universitário é difícil, não se pode nem sofrer em paz.
— Amor? — não disse? Se fosse alguns dias atrás, escutar essa voz amenizaria todo seu sofrimento, mas nas atuais circunstâncias, se sente apenas pior. É Jaemin Na em sua frente, em sua melhor versão gatinho.
— O quê é, Jaemin? — você murmura. Se sente esgotada. Sentada em um dos bancos do Campus, sente a cabeça doer. O Na se senta em sua frente, cauteloso.
— Você... Não respondeu minhas mensagens, eu fiquei preocupado. — ele tenta pegar em sua mão, você desvia.
— Não pareceu preocupado quando me deixou em casa e foi pra festa com o Lucas. — tenta não parecer enciumada, irritada, mas é uma tarefa árdua demais.
— Eu só fui esfriar a cabeça, linda... Eu não fiz nada demais, juro. — ele está tão manso que é até difícil reconhecer.
— Nada? Encher a cara até passar mal, fumar maconha rodeado de mulher sendo comprometido não é nada? Acho que eu que tenho que rever meus conceitos então. — é sarcástica até demais.
— Ah, cara, coé. Você também não 'tá muito em condição de ficar apontando erro meu não. Na minha cara você ficou cheia de ciúme do Jeno com aquela maluca sua amiga lá. — você arregala os olhos desacreditada.
— Jaemin. Ela era minha melhor amiga, e do nada apareceu ficando com o meu ex. Como você não quer que eu fique puta? Ela não me falou absolutamente nada, eu me senti traída! Você entende o quão filha da puta ela foi comigo? — seu tom de voz aumenta. Como ele pôde jogar isso na sua cara?
— Ah, muito simples. Ela foi muito filha da puta com você, mas o engraçado é que nós dois fizemos o mesmo. Somos tão filhos da puta quanto. — e ele aumenta seu tom de voz também. — Fizemos o mesmo, não podemos cobrar nada de ninguém. Muito menos você, que além de ter feito o mesmo, quer os dois pra si. É isso? Quer me prender e prender o Jeno?
— Cara, não entendo como você pode ser tão escroto. De verdade. Pode ficar tranquilo, Jaemin, que eu não vou te prender mais não. Você 'tá livre pra fazer o que você quiser, pra comer quem você quiser, porque afinal, você 'tá solteiro.
Não era aquilo que Jaemin queria. Não, e não mesmo. Ele se levantou da cama almejando se resolver com você, e não terminar com você. O pânico subiu sob o corpo do maior a medida que você se afastava para dentro da faculdade. Nada ele disse. Talvez fosse a hora de momentaneamente sair de cena, deixar você respirar, e pensar em um plano melhor para fazer sua raiva passar.
Por mais dificultoso que fosse, você tentou prestar atenção em suas aulas ao máximo. Luana velava você e suas reações, tentava ao máximo evitar possíveis estresses para ti, uma vez que você já estava em seu nível máximo. Mas é claro, que nem tudo uma amizade verdadeira pode evitar, por mais que tente. Afim de evitar Jaemin, você espera seu uber para ir para casa sozinha, isolada. Só quer almoçar, e descansar. Missão impossível, tendo em conta que todos os seus problemas estudam com você, e Jeno Lee é um dos principais.
O perfume é fácil de reconhecer — é claro, você já sentira tantas vezes. De calça jeans clara, óculos, mochila nas costas, e uma camisa qualquer, Jeno se aproxima de mansinho, rodando as chaves de seu corolla na mão. Se senta ao seu lado dando aquele sorriso com os olhos, e com educação você sorri de volta.
— 'Tá fazendo o que aí sozinha? — ele pergunta.
— 'Tô esperando meu uber. 'Tô doida pra ir pra casa.
— Quer um bonde? Se quiser eu te levo.
— Ah, Neno, quero não, valeu. Sério, queria ficar sozinha só. — você diz. Tenta ao máximo não soar grosseira, Jeno estava sendo sua menor preocupação.
— Ah, tranquilo. Só queria te lembrar também que a galera vai pro Sana esse fim de semana, geral pro sítio do pai do Renatinho. Ele pediu pra te chamar, falou que te caçou o dia todo hoje pelo Campus e não te achou... — ele diz, se desescora da pilastra onde está, menção de ir embora.
— Ah, beleza. Eu vou ver com minha mãe, e depois mando mensagem 'pra ele.
— Se você quiser, eu vou de carro.
— E Clara não vai com você? — você não queria tocar naquele assunto. Não queria mesmo. Sabia que se falasse sobre, ele sentiria um gostinho especial de um ego bem amaciado, mas você não resistiu.
— Ah, não. Essa garota é 'mó problema. Maior rolo, depois te conto. — ele não se abalou. Parecia literalmente um amigo qualquer papeando com você, e aquilo, de alguma maneira inimaginável te deixava mais tranquila.
— Tudo bem. — você riu fraquinho. — Qualquer coisa, se eu for, falo com você pra uma carona.
— Você não... Não vai com o Jaemin? — ele também queria evitar aquela pergunta. Escutou a briga de vocês no bar, havia visto a foto de Jaemin nos storys, e o seu estado naquele dia na faculdade dizia muito também. Jeno estava se roendo de curiosidade.
— Ah, não. Eu e o Jaemin... Não... Não 'tá rolando mais. — você diz, um sorriso fraco e magoado ao proferir as terríveis palavras. Ele murmura um "Ah..", até mesmo meio confuso. Acena que sim, com a cabeça.
— Eu vou lá então. Qualquer coisa me manda mensagem, 'tá? — ele sorriu novamente, daquele jeito, como um cachorrinho, dando um selar delicado e meio sem jeito na sua cabeça.
Jeno se vai pelo corredor, mas sua tristeza permanece.
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quetetascreyendoo · 1 year
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Vente, vacila un poquito
Que aunque yo me haga el loquito
Me encanta' y lo sabe'
Y si está loca, loquita mía
Yo sé quién eres realmente
Y no lo que ellos saben, eh
Esa mami me tiene loco
Ya casi no cojo playa, contando lunares
Ahora, vente donde tú ya sabe'
La verdad que conocerte no entraba en mis planes🤎
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xolilith · 8 months
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[00:34] Medo de Elevadores - JJH
Você joga o corpo sobre o sofá, ao lado de Jaehyun que lê algum nonsense. Cruza os braços, o beicinho irritado enfeita seus lábios, mas todos aqueles trejeitos não são suficientes para atrair a atenção que você quer. Por isso, suspira alto, pigarreia, quase num bufar arisco.
Então o Jung desvia o olhar da obra, analisa seu rosto por detrás dos óculos de grau e, no cantinho dos lábios, deixa um risinho surgir.
– O que você tem, hein?
– Nós temos que nos mudar.
Declara, firme. Jaehyun franze o cenho, confuso. Nessa altura, já largou o livro em cima da mesinha de centro.
– E eu posso saber o por quê?
Respira fundo, desviando o olhar.
– Eu não gosto desse prédio ser tão alto. – Explica. – Você já olhou pela janela da cozinha? É tão assustador! – Sente o peito apertar pela lembrança que, apesar de dar para você uma linda visão do céu, te deixava com muito medo. – Eu não quero morar mais num lugar tão alto! E se cair, Jae? – Indaga, ao voltar o olhar para ele. – Eu não gosto nem de pensar.
Toda reação que Jaehyun consegue ter é rir. Não entendeu de onde surgiu aquele assunto, mas a sua expressão séria era tão fofa que ele não conseguiu evitar.
– Eu tô falando sério, Jung. – Joga uma das almofadas nele. – Eu conto minhas aflições e você ri. – Ralha, mas logo sua expressão de brava vacila e seus olhos marejam. – E a-ainda tem o elevador, eu odeio elevadores!
O choro então vem inexplicável. Jaehyun para imediatamente de rir, assustado quando puxa seu corpo para perto, ainda sem entender aquela crise.
Seus dedos agarram o tecido da camiseta dele com força, não quer perder, deixar escorrer pelos seus dedos. Tem tanto medo. Tanto, mais tanto medo.
– Eu tenho tanto medo Jae, não quero ficar aqui. – Tira a cabeça do peito dele para fitar o rosto sério, atencioso. Soluça. – N-nós precisamos ir para um lugar seguro.
Jaehyun assente.
– Tudo bem. Nós vamos achar outro lugar, uh? – Garante e pede. – Não chore assim.
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las-microfisuras · 1 month
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El ruido más triste, el ruido más dulce... (J1764)
El ruido más triste, el ruido más dulce,
el ruido que más locamente crece,-
lo hacen los pájaros en primavera,
cuando se cierran las delicias de la noche,
en la línea entre marzo y abril-
esa frontera mágica,
más allá de la cual el verano vacila,
casi demasiado celestialmente próximo.
Nos hace pensar en todos los muertos
que anduvieron con nosotros por acá,
a los que la brujería de la separación
vuelve, cruelmente, más queridos.
Nos hace pensar en lo que tuvimos
y en lo que lamentamos hoy.
Y desearíamos que esas gargantas de sirena
se fueran y no cantaran más.
El oído puede romper un corazón humano
con la velocidad de una lanza.
Querríamos que el oído no tuviese un corazón
tan peligrosamente próximo.
***
Emily Dickinson - J1764
The saddest noise, the sweetest noise,
The maddest noise that grows, -
The birds, they make it in the spring,
At night's delicious close,
Between the March and April line -
That magical frontier
Beyond which summer hesitates,
Almost too heavenly near.
It makes us think of all the dead
That sauntered with us here,
By separation's sorcery
Made cruelly more dear.
It makes us think of what we had,
And what we now deplore.
We almost wish those siren throats
Would go and sing no more.
An ear can break a human heart
As quickly as a spear.
We wish the ear had not a heart
So dangerously near.
Emily Dickinson - Versión: Isaías Garde
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girlneosworld · 8 months
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Mateus 12:36–37
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“De toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.”
tw: sugestivo e aquela tristeza/melancolia de sempre, vômito, menção a morte, tiro. acho que só.
oi, lindezas. nesse capítulo ainda estamos no mesmo corte de tempo do anterior, ok? esse serve mais como um conectivo e, pelos meus cálculos, purgatório terá 5 capítulos, isso quer dizer que estamos exatamente na metade. espero que estejam gostando e me perdoem qualquer erro. um beijo!
O pé que bate no chão incessantemente te ajuda a controlar a ansiedade que sente só em estar onde está. As paredes do tom alaranjado fazem seus olhos doerem e o piso de madeira faz um barulho muito irritante, mas nada disso te deixa mais nauseda do que a incerteza acerca do motivo que lhe traz ali. O crachá que está ao redor do seu pescoço parece te enforcar.
Finalmente, depois de minutos que pareceram mais uma eternidade, ouve seu nome sendo chamado pela voz eletrônica e levanta num salto, atravessando o corredor na velocidade da luz.
Vê Jaemin na porta de uma das salas e o abraça apertado, o rapaz procura qualquer sinal que pudesse indicar que está ferida e suspira aliviado quando percebe que você está bem. Fisicamente bem, pelo menos. Ele respira fundo e segura seu rosto com as mãos geladas.
— Desculpa ter ligado tão de repente — ele começa dizendo, os olhos passam por todo o seu rosto coberto. O Na cola suas testas e você sente o hálito cafeínado que sai da boca dele — Tava com tanta saudade.
Você concorda com a cabeça diversas vezes e abre o que seria a ideia de um sorriso mesmo que ele não conseguisse ver por causa da máscara cirúrgica que usavam.
— Eu também, amor — acaricia o braço malhado dele — Você volta pra casa hoje?
Vê quando Jaemin vacila por meio segundo e percebe ali que tem alguma coisa errada. Vocês estavam há cinco dias sem se verem com ele muito atarefado no batalhão, só conversando por mensagem quando você estava dispensada do estágio e sem ir a faculdade por recomendações superiores. Então, algumas horas cedo – enquanto você limpava o apartamento pelo quinta vez na semama –, recebe uma ligação do rapaz pedindo para que fosse até o Centro Acadêmico de Segurança de Daegu o mais rápido possível. E era por isso que estava ali.
— Além de ter que fazer alguns exames, preciso que veja uma coisa — ele diz depois de um tempo. Jaemin morde o lábio e pega um walkie-talkie no bolso da calça — Te pedi pra vir até aqui pra isso. Tem outra coisa também, na verdade, mas primeiro o que está dentro dessa sala.
Você franze o cenho e estranha aquele papo todo. Na Jaemin não é de fazer mistério, e se ele está tendo toda essa cautela é porque algo definitivamente não está certo. Tendo consciência disso, sua ansiedade só aumenta.
— Ok... e o que exatamente tem dentro dessa sala, Jaemin? — pergunta.
Ele não diz mais nada a você, apenas abaixa a própria máscara e deixa um selar em sua testa. Então, antes de abrir a porta, murmura um "estamos entrando" para o aparelho em sua mão e gira a maçaneta, te dando espaço para entrar.
Lá dentro, repara ser uma espécie de enfermaria, exceto pelo fato de ser bem mais espaçosa e estar cheia de pessoas fardadas carregando fuzis enormes. No centro uma maca abriga a mesma figura que viu dias antes. Dessa vez, contida por correntes e com diversos acessos em seus braços. No rosto, uma máscara de couro que mais parecia uma focinheira cobria os lábios rasgados e sangrentos e os dentes que batiam na tentativa de morder alguma coisa. O corpo se contorce e tenta escapar, gemendo e rugindo alto.
Você para no lugar onde está, os pés grudados no chão e os olhos arregalados. Se assusta quando sente uma mão em seu ombro, se vira e vê Jaemin te olhando preocupado.
— Achamos que era justo que a visse enquanto ela ainda está... não sei se posso chamar isso de estar viva, mas antes que ela morra de vez.
— O que? Não vão conseguir salvá-la?
Ele nega. Se aproxima de você e olha na direção da maca. Você repete o ato dele.
— O vírus já evoluiu para o estágio mais agressivo. Ocupou mais que 80% do sistema nervoso dela, a essa altura é impossível fazer qualquer coisa a respeito — um dos guardas explica, a voz abafada pelo capacete — Por isso é uma infecção tão delicada. Uma vez que o infectado sacia sua fome, o vírus começa a se desenvolver muito rápido e dificulta a cura.
Ouvir aquilo embrulha seu estômago e mareja seus olhos. Sabe muito bem como aquela fome foi saciada, tinha a cena bem vivida na sua cabeça e era assombrada por ela todas as noites. Não conseguia fechar o olhos e não ver Sae Bom morta em seus piores pesadelos. Sente a bile subir a garganta.
— E já sabem como a infecção está se propagando? — se esforça para perguntar.
— O palpite mais aceito até agora é que seja pela água e por alimentos vindos de lugares em que a água esteja infectada.
Assente sem saber exatamente responder e não consegue mais ficar naquele lugar sem sentir uma vontade absurda de vomitar, por isso pede licença e corre até o banheiro mais próximo e coloca tudo que comeu no dia para fora. Não bastasse toda aquela situação horrorosa ainda precisava lidar com os hormônios da gravidez. "Sei que é péssimo, mas você precisa ajudar a mamãe" murmura com a cabeça deitada sobre a tampa da privada depois de apertar a descarga. "Assim que chegarmos em casa eu peço seu pai para fazer um chá de limão para nós, okay, neném? Ele ficou craque em chá de limão, a Bomie adorava".
Sua voz embarga no meio da frase. Se escora na parede e funga. Estava falando sozinha e chorando num banheiro. Era tudo uma merda mesmo. Chega até a rir, desacreditada.
Depois de se recompor, lavar o rosto e beber um pouco de água, você se prepara para voltar para a sala e pedir a Jaemin que fossem para casa. Que fizesse os exames outro dia. Mas quando está pronta para abrir a porta, pega o final de uma conversa que presume que não era para ter ouvido.
— A viatura vai buscá-los amanhã às seis da amanhã. Estejam prontos — a mesma voz abafada de antes diz e você franze o cenho — Levem o que julgarem necessário.
— Não podem esperar mais alguns dias? Sae Bom faleceu a menos de uma semana, tá tudo muito recente — agora é Jaemin quem fala — E... eu ainda não contei a ela.
— Já te demos tempo o suficiente, tenente Na. Vamos fazer o nosso melhor para manter a segurança de vocês e, para isso, precisam deixar o apartamento amanhã. O aviso da Lei Marcial será transmitido durante a tarde.
Confusa, você se afasta da porta e aperta as mãos. Sente uma pontada no peito e queria mesmo poder culpar a gestação pela visão embaçada, mas não pode. E quando a porta se abre e Jaemin a vê com a respiração errática ele até tenta se aproximar, mas você ergue o indicador entre vocês dois. O rapaz se desarma e as sobrancelhas se juntam. Ele então percebe, e antes que algo fosse falado, você dá as costas e sai dali imediatamente.
— Sabe que não pode me ignorar pra sempre.
Mesmo que não veja, sente a presença de Jaemin em seu encalço para todo lugar que vai. Está segurando uma caixa de papelão entre os braços e joga tudo que vê pela frente ali dentro. Não o responde e completa suas ações sem olhá-lo, em completo silêncio.
— Caramba, eu ia te contar, ok? — a voz angustiada dele diz — Eu juro que ia. Só tinha esperança de conseguir adiar isso mais um pouco. Poxa, amor. Não faz isso comigo. Por favor.
Ouví-lo tende a deixar a situação mais difícil porque sabe que ele não tem motivos para mentir. Mas isso, infelizmente, não diminui sua chateação. Então, deixa a caixa sobre a cama e se vira para ele. Cruza os braços e ergue os ombros, o ar deixando o peito de forma quase dolorida. Jaemin entende como um sinal para continuar falando.
— Essa praga tá se espalhando feito uma maldição, só tô pensando na nossa segurança. Na de nós três — o olhar dele desce para sua barriga e você imediatamente coloca as mãos sobre ela — É uma cabana perto da divisa, vai ter tudo que precisarmos para passar umas semanas. Comida, cobertores, remédios. Água tratada.
"É difícil pra mim também. Moramos aqui desde sempre. Desde que eu e você somos eu e você, e isso tem tempo. Mas não tenho escolha. Ninguém sabe até quando a situação vai estar controlada, os infectados estão começando a sair do controle. O condomínio vai ser interditado e o batalhão vai se dispersar. Eu quero cuidar de vocês, mas eu tô morrendo de medo. Eu sinto muito medo, meu amor. E tudo que preciso é de você ao meu lado porque sozinho eu não consigo. Você só tem que confiar em mim."
A essa altura, os olhos marejados de Jaemin são o suficiente para toda sua resistência ir ralo a abaixa e se sente horrível só de ver que fez seu amor chorar. Quebra seu coração o tom angustiado em que ele fala e ver as mãos grande dele tremendo. O Na abre a boca duas vezes e o pomo de adão dele sobe e desce, o peito faz o mesmo movimento antes de dizer:
— Você não confia em mim? — e quando a voz dele vacila no fim da frase que você perde as estribeiras.
— Claro que eu confio em você. Céus — o puxa para se sentarem juntos na cama e enxuga o rosto molhado pelas lágrimas. Sorri para ele, na intenção de passar algum conforto — Confio em você de olhos fechados e talvez até mais do que confio em mim mesma, e não ligo se acha que isso não é saudável. É a verdade.
Jaemin funga e assente.
— Vamos fazer com que dê certo. Eu prometo — ele diz antes de colar os lábios nos seus e te apertar em seus braços. Jaemin te beija como se estivesse com saudade; e realmente estava, sentia saudade mesmo que estivessem a apenas meia hora longe um do outro. Enquanto uma das mãos segura a lateral do seu rosto, a outra desce e para dentro da blusa de malha que você usava e seus pelos todos se arrepiam quando sente os dedos gelados dele entrando em contato com a pele quente da sua cintura. Te puxa para o colo dele, abraça seu corpo e você joga o boné preto longe para emaranhar as falanges entre os fios escuros e macios do cabelo dele. O quadril dele vai de encontro ao seu algumas vezes e sente quando a respiração de Jaemin vacila, te causando um sorriso entre os selares cada vez mais urgentes. E, ao te ver sorrir de seu estado necessitado, o garoto arquea uma sobrancelha e ri soprado. Te vira e num único movimento você está deitada no colchão, sob o corpo alto dele. Agora é a vez do outro de sorrir de lado antes de voltar a beijá-la.
Momentos depois, quando o quarto já está escuro e silencioso, vocês dois estão suados e ofegantes embaixo do lençol, você se deita de lado e observa Jaemin olhando para o teto. Morde o lábio inferior e usa o indicador para desenhar formas imaginárias no peito nú dele. Virando apenas a cabeça, os olhos escuros dele te encaram silenciosamente.
— Vou poder levar minha coleção de sutiãs de renda? — pergunta de repente e ouve a risada grave reverberar pelo cômodo — Tô falando sério, seu babaca. Sabe que eu tenho apego emocional à Sevage X Fenty.
— Então vai precisar tomar decisões difíceis — ele dá de ombros ainda sorrindo.
— Ok. De qual você mais gosta? — o olha com as sobrancelhas levantadas e a próxima coisa que sente é o impacto do travesseiro batendo no seu rosto.
Ver a cidade não passando de borrões e ter aquela maldita viatura balançando não ajuda em nada com os hormônios rabugentos da sua gravidez. Ainda não era nem oito da manhã e seu humor era semelhante ao de uma porta. Não importa que a viatura fosse grande e espaçosa, você ainda se sentia sufocada mesmo com a janela aberta e o vento batendo no seu rosto cansado. Estava cansada, definitivamente. Nem mesmo a mão entrelaçada a sua era o suficiente para fazer com que se sentisse menos desamparada. Mais cedo, quando deu a hora de saírem do apartamento, Jaemin se surpreendeu com sua frieza em sair do lugar que passaram os últimos anos da vida de vocês. Saiu impassível, em passos firmes e sem olhar para trás.
A única coisa ouvida ali além dos ruídos da estrada eram as instruções que viam do rádio. Não se dava o trabalho de entender o que era, muito focada em olhar o dia cinza do lado de fora. Até que algo chama sua atenção e seu corpo se ergue de imediato.
— Para o carro — diz em alto e bom som, mas não recebe reação nenhuma além dos olhos de Jaemin em você. Então, troca a abordagem — Para a droga do carro ou eu vou vomitar nesse estofado inteiro.
Agora, a atenção está em você. Satisfeita, volta o corpo para a posição anterior.
— Meu amor, está se sentindo bem? — seu namorado pergunta enquanto a velocidade do carro diminui.
— É só que viagens embrulham meu estômago — murmura e solta a mão dele — Coisa de grávida, sabe como é. Será que eu posso sair rapidinho antes que eu bote tudo para fora aqui mesmo?
Os dois policiais nos bancos da frente se entreolham e olham para Jaemin pelo retrovisor. E então, assentem e param a viatura no acostamento. Você sorri e destrava o cinto de segurança.
— Quer que eu vá com você? — preocupado, o Na pergunta. Mas você nega com a cabeça e abre a porta.
— Preciso de privacidade pra vomitar, querido — pisca pra ele e pega discretamente seu celular, o guardando no bolso traseiro da calça.
Com isso, sai da viatura e bate a porta. Entretanto, diferentemente do que disse, não abaixa o corpo para expulsar tudo que comeu na noite anterior, não. Ao invés disso, aproveita o vidro escuro da parte de trás do veículo e sai, subindo a pequena colina daquele pedaço da estrada. Olha para trás algumas vezes e tenta aumentar a velocidade, não querendo demorar muito para não levantar suspeitas. Só para de correr quando vê os grandes portões e o letreiro em letras garrafais bem acima de sua cabeça. "Cemitério de Daegu", é o que ele diz.
Depois de se familiarizar com o lugar quieto; vasto e mórbido, finalmente acha o que procurava. Sua garganta fecha, os olhos ardem. Com as pernas vacilantes você se agacha diante do túmulo de pedra e coloca a mão esquerda sobre a escritura em prata, a direita tampa sua boca para abafar o choro que chega.
"Kim Sae Bom. 2016 - 2023"
— Meu amor... — sussurra — Me perdoa. Me perdoa, me perdoa. Me perdoa, meu amor — diz entre os soluços — Eu queria ter vindo falar com você antes, falar uma última vez. Sinto muita saudade, todos os dias. O Jaemin não sabe, mas as vezes eu paro o carro em frente a sua escolhinha, fico lá por horas e horas, esperando pra te ver pulando até mim, pra te dar um abraço bem apertado e te levar pra tomar chá de limão comigo e o Nana. Os chás de limão dele agora estão mais doces do que azedos, igual você pedia. O mundo não é o mesmo sem seu sorriso banguela pra alegrar meus dias mais sombrios. E tudo tem sido tão sombrio desde que você se foi. O neném, o nosso neném, ele está saudável e crescendo bem. Estamos nos mudando agora, então só vou saber se é seu irmãozinho ou sua irmãzinha quando nascer. Bomie, eu vi sua mamãe. Não consegui olhar pra ela e pensar que... que foi ela que...
Não consegue terminar de falar, o choro engata e fica cada vez mais alto, dolorido. Deita a cabeça no túmulo da sua menina, nunca se sentiu tão vulnerável antes. Ali, sente tanto medo de perder mais alguém. Tanto medo de perder seu brotinho. Tanto medo de perder Jaemin. Seria a mais sofrida de suas dores, ficar sem ele ao seu lado. Sabe que nunca aguentaria mais aquela perda, seria demais para você. E só pensar na possibilidade de, algum dia, ficar sem Jaemin, faz seu peito doer. As lágrimas escorrem pelo seu rosto e pingam na pedra, deixando marcada toda sua tristeza.
Abre o zíper de seu casaco e tira o peludinho de lá, beija a pelúcia branca e a deixa sobre o túmulo.
— Agora eu vou voltar, o Nana já deve estar vindo atrás de mim — suspira — Bomie, eu...
Para de falar quando ouve um grunido, parecido com aqueles que ouviu naquela sala no dia anterior. Entrando em alerta, você olha para os arredores e aperta os olhos quando enxerga uma figura entre os outros túmulos, um pouco distante e de costas. Aquilo faz seu coração acelerar e sua mente começa a trabalhar no automático.
Com toda a cautela que conseguia, você se levanta sem desviar o olhar do corpo que se contorce e geme, usando todo seu autocontrole para respirar de forma silenciosa. Teria dado passos rápidos para trás se, assim que o corpo estava completamente ereto, não tivesse ouvido o toque do seu celular no bolso da calça, ecoando por todo o espaço. O som foi alto o bastante para fazer com que o infectado ouvisse, te visse e, imediatamente começasse a correr na em sua direção.
— Merda.
Sua única reação é correr também, o mais rápido que consegue e que seu fôlego escasso permite. A adrenalina faz com que suas pernas sejam o mais ágeis possível, o seu instinto de sobrevivência fala mais alto que sua garganta queimando por ar. Entende, ali, o porquê de assemelharem aquela praga a doença da raiva, vendo a velocidade em que é perseguida.
Comete o erro de olhar para trás e conferir a distância que te separa da praga e, ao constatar que estão mais perto do que o seguro, não vê o relevo dos paralelepípedos abaixo de você e tropeça. Seu corpo cai e seu rosto se arrasta no chão, mas não há espaço para a dor física quando tudo que sente e desespero. Até tentaria se levantar, voltar a correr, mas não adiantaria, não. Trava no chão quando percebe que já estava praticamente cara a cara com aquela coisa que corria faminta de encontro a você. Aperta os olhos, coloca as mãos na frente do corpo, mas ouve um disparo alto e seco, e então sente um peso caindo sobre você.
Grita, assustada e tenta tirar aquilo de cima de você, não aguento sentir aquele cheiro forte e podre. Agora sim, se vira para o lado e vomita bastante, tremendo dos pés a cabeça. Vê Jaemin parado com um revólver em mãos e entende que o disparo veio dele. Se prepara para suspirar aliviada e agradecê-lo por salvar sua vida, mas é impedida quando olha para o rosto dele. Nos olhos bonitos que tanto é apaixonada, não tem amor agora. Eles estão cheios de um sentimento que não deseja ver nunca mais. Escuros, profundos.
Então, aqueles olhos sombrios olham para você. E acaba por ter certeza que nem um tiro da arma nas mãos dele doeriam tanto quanto doeu sentir todo aquele ódio sendo sendo progetado em sua direção.
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des-vanecido · 5 months
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“Vacilas y dudas de lo que siento por vos, alegando tener miedo”.
— Mi Instagram
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huellas-poeticas · 8 months
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Una mujer se ha perdido
Conocer el delirio y el polvo
Se ha perdido esta bella locura
Su breve cintura debajo de mí
Se ha perdido mi forma de amar
Se ha perdido mi huella en su mar
Veo una luz que vacila
Y promete dejarnos a oscuras
Veo un perro ladrando a la luna
Con otra figura que recuerda a mí
Veo más, veo que no me halló
Veo más, veo que se perdió
La cobardía es asunto
De los hombres, no de los amantes
Los amores cobardes no llegan a amores
Ni a historias, se quedan allí
Ni el recuerdo los puede salvar
Ni el mejor orador conjugar
Una mujer innombrable
Huye como una gaviota
Y yo rápido seco mis botas
Blasfemo una nota y apago el reloj
Qué me tenga cuidado el amor
Que le puedo cantar su canción
Una mujer con sombrero
Como un cuadro del viejo chacal
Corrompiéndose al centro del miedo
Y yo, que no soy bueno, me puse a llorar
Pero entonces lloraba por mí
Y ahora lloro por verla morir
Silvio Rodríguez
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elcitigre2021 · 4 days
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Refletir:
É hora de parar de viver na ilusão, livrar-se das algemas que o prendem e seguir em direção à luz da verdade e da liberdade. A escolha do livre arbítrio e a responsabilidade pessoal pelas ações que escolhemos realizar são as maneiras pelas quais obtemos a Verdade, o Amor, a Liberdade e a Paz. Abandonar essas capacidades poderosas que temos é abrir mão da propriedade de nós mesmos. O alinhamento com a Verdade Moral/Lei nos fornecerá a sabedoria das ações corretas a serem tomadas. A verdade nunca vacila, apenas a nossa percepção vacila. E é nossa obrigação moral alinhar as nossas percepções com a verdade para que a nossa sabedoria adquirida possa manifestar-se como uma acção moral correcta.  Elciene Galindo
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romanticaperfeita · 3 months
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É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente Não conheço strip-tease mais sedutor.
"Martha Medeiros"
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tyongbrat · 1 year
Note
escrever smut expondo seus pensamentos com jisung com hard kink por favor
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[Expondo meu kink em mordidas]
❥ I’m preying on you tonight – Park jisung
"você é tão bonita" o elogio agita teu estômago, uma mistura de ansiedade e excitação.
A mão grande envolve teu tornozelo, te puxando pra mais perto dele, arrasta teu corpo com facilidade, a outra mão pressiona teu estômago para baixo, te imobiliza.
"fica quietinha, tá?" Ele aponta o indicador nos lábios em sinal de silêncio "eu odiaria ter que quebrar algo tão bonito".
O sorriso sacana revela ao contrário, jisung mal pode esperar pra te quebrar por inteiro, ele te tem fácil, conhece teu corpo como se fosse dele, e talvez até seja, ele já te tem tanto que você não é mais sua, mas sim dele.
— não pode. – você sussurra.
— não posso? Eu não posso quebrar você? Esqueci que minha bonequinha é tão delicada.
A mão dele fez a volta no seu pescoço, ele não aplica força, nem mesmo faz menção, mas se inclina sob o seu corpo, fecha o espaço entre a boca dele e a sua orelha
"eu posso fazer o que eu bem entender com você, entendeu?" Você assente rapidamente com a cabeça, engolindo seco.
Ele é carinhoso no início, os lábios de jisung deslizam nos seus, deixa meia dúzia de beijos na sua bochecha, a pressão do seu pescoço começa aumentar, os dedos longos te trazem até ele. Os dois de joelhos na cama, rostos colados, a respiração dele contra a tua boca, mais beijos são espalhados pela tua clavícula. O pau duro pressiona a sua barriga, roçando os quadris contra você pra se aliviar.
— eu quero que você seja uma garota boa e obediente pra mim – ele diz — no chão. De joelhos.
E por mais que aquilo fosse ferir seu orgulho, você não exitou em obedecer a ordem dele – assim como ele havia dito: boa e obediente.
Ele te fez esperar, você não sabe bem quanto tempo, entretanto quando ele se pôs em pé na sua frente, você foi rápida em olhar na direção do homem. Jisung já se encontra sem camisa, o abdômen bronzeado te chama atenção, as calças jeans surradas tem um caimento perfeito na cintura magra.
— você gosta do que vê? É claro que gosta. – ele aperta a ereção entre os dedos longos, fazendo a tua boca salivar, se não estivesse tão desesperada agradar o garoto, já teria saltado dos joelhos e despido ele ali mesmo.
Por deus, todas as expressões no seu rosto tiram jisung dos eixos, ele tem vontade de te agarrar, morder até você sangrar na boca dele, chupar o local e beijar. Ele quer te sufocar até te ter mole, bater até te marcar e quer que você queira isso também.
E você quer.
Não te assusta quando ele novamente agacha para prender os dedos na sua garganta, aperta com tamanha força que te falta ar - as marcas dos dedos dele te dariam um belo oi no outro dia - ele não vacila um segundo em cuspir no seu rosto, a saliva escorrendo pelas suas maçãs do rosto, e você abre a boca quando ela chega até seus lábios, lambendo o que sobrou.
— boa menina. - deposita em tapinha na sua bochecha.
Ele te move pelo pescoço, te levanta e te encosta contra a parede. A pressão não diminui por um segundo, você escora a cabeça no material gelado, os olhos turvos, quase desistindo de mantê-los abertos, mas então ele vem desesperado contra o seu pescoço, jisung te morde com força, cravando os dentes entre o pescoço e a clavícula, te arranca um grito dolorido.
Você sente escorrer pelas pernas, todo orgasmo te atingindo com força, não pode acreditar que ele conseguiu fazer você vir apenas te machucando. O corpo dele arrasta pelo seu, ele inala seu cheirinho, beija o machucado, afrouxa o aperto no pescoço, e seu corpo se contorce por ele, por mais, a dor te deixa com mais tesão, seu corpo convulsiona de leve e pede por mais.
Os dedos dele rodeiam teus mamilos cobertos pela camisola de seda, ele beslica por cima, e você geme, um gemidinho que leva ele a beirada, quase empurrado para gozar intocado.
— por favor – você suplica por alívio, desgastada, você quer mais, mais dele.
— por favor – ele te imita, zombeteiro, egocêntrico demais para admitir que também precisa. — agora você quer implorar? Quer que eu faça o que eu quero? Achei que tinha dito "não" pra mim.
A mão dele desliza pelas suas pernas, encontra a sua boceta descoberta pela falta de calcinha, lábios molhados facilitam o deslizar dos dedos dele pra dentro, ele bombeia algumas vezes, te observa por cima, se delicia com a imagem de você se empurrando contra os dedos dele, perseguindo o próprio alívio e quando te sente apertar, ele simplesmente para.
Você quer gritar, xingar, bater nele, mas sabe que isso só tornaria tudo pior.
Ele vai até embaixo, segura seus quadris no lugar, embola o vestido na sua cintura. Todo o desejo crescendo tortuosamente em você, te fazendo gemer como uma puta desesperada por qualquer tipo de atenção.
Então ele lambe, lambe o caminho, geme ao sentir os pequenos pelos pubianos levemente aparados, passa os braços grandes pelas suas coxas te mantando aberta, a língua invade teu íntimo, simula estocadas, é áspero, te faz tremer as pernas, ele brinca com no teu ponto sensível, enfia os dedos grossos na tua pele, as unhas curtas te arranham e ele te come. Te devora faminto por ter mais.
Você não tem mais motivos para se segurar, não consegue, esguicha no rosto dele, sujando todo, sua cabeça tomba a tempo de ver ele sorrindo, a sensibilidade do momento te faz acreditar que vai desmaiar, mas ele não para, continua te lambendo, faminto por te ver quebrar, e quando você menos espera ele morde a sua virilha, te marca ali, sobe pelo seu corpo te segurando, jisung sorri ao ver as lágrimas escorrendo pelo seu rosto
— porra, sim – ele murmura – tão bonita chorando por mim, eu amo te ver quebrar.
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você vacila mas se vc quiser eu ainda quero
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t-i-m-e-l-o-o-p · 4 months
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Porta aberta
Vê as sombras dançantes e depois o nada. Sabe que bastaria colocar os pés para fora da cama, dar quatro passos e sair, mas não pode (ou não consegue?).   Abraça os joelhos, balança o corpo, sente o contato do tecido do pijama na lateral do rosto; o cheiro de sabão não está mais ali. Não sente o cheiro de nada, nem do mofo no canto do quarto, nem do próprio perfume antes impregnado nas cobertas, nem das flores plantadas lá fora, próximas à janela. A única coisa que sente é a intensidade da porta aberta para a aterrorizante escuridão. Às vezes sonha com aquele pequeno mundo restrito, mas quando está prestes a sair pela porta, desperta e percebe-se dentro do mesmo sonho, como em uma boneca russa cuja sensação de sufocamento só se faz aumentar cada vez mais e mais. Não distingue mais entre a realidade e a fantasia, foi exilada no limiar de um questionamento que não para de se presentificar: sair ou não sair? E cada vez que a pergunta insiste, algo dentro dela é contorcido, revirado, suprimido… Estaria deixando para trás a sua humanidade? A porta está aberta e a dúvida persiste, não mais como meras opções de consequências opostas, mas como iminente apagamento de um estado ou outro do Existir. Se vai, se fica… Não importa. Não existir em um desses universos representa o aniquilamento em qualquer universo.  Quer existir em ambos, quer realidades palpáveis que não se confundam com o abismo dentro de si. Quer o agigantamento do próprio Eu, ocupar todos os espaços até que a palavra "dúvida" deixe de ter um sentido, no entanto, no ato de desejar de maneira tão vil a face a face dos contrários, apaga a si mesma. Exclui-se em sua paralisia mortal. Sair ou não sair? Hesita; e sua hesitação se articula em um pesadelo contínuo.  A escuridão para além da porta não vacila. Pode ouvir as risadas ludibriosas ecoando no quarto e depois dentro dela, até que não distingue mais se o som é real, criação sua ou ambos.  É, então, no sobressalto da angústia, que percebe que a contradição é a condição da existência e que o existir requer a certeza da incerteza. Sai, a passos largos, para a escuridão. A porta permanece aberta. 
— Por Almanaque497
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