Tragédia
Ele havia dito “Talvez tudo fique bem no final.”
Eu encarei as estrelas, silenciosamente gritando, implorando ajuda ao universo “Eu espero que sim. Mas e se for uma tragédia?”
“Tragédias são belas.”
“Elas são belas quando nos consomem por inteiro?”, eu perguntei.
Por mais que amemos uma estória trágica, nós nunca escolheríamos ser parte de uma; mas essa escolha era um privilégio muito grande para possuirmos.
Sua resposta foi apenas silêncio, assim como o universo estaria em silêncio quando descobríssemos que sim, era uma tragédia.
E não.
A tragédia não é bela a partir do momento que é a sua.
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O Baile da Morte Vermelha, Edgar Allan Poe
O Baile da Morte Vermelha (título na edição da Darkside Books), de Edgar Allan Poe, conta uma história ocorrida há muitos anos em um país distante. A Morte Vermelha, segundo o narrador onisciente, dizimava a população de um reino. Sabe-se que a praga é horrível e, quem a pegasse, tinha o lado esquerdo do rosto e do corpo banhados de sangue, e a morte das vítimas se davam em 30 minutos. Por conta disso, era temida por todos.
"A Morte Vermelha há muito devastava o país. Nenhuma praga jamais fora tão fatal ou tétrica. Tinha no sangue seu avatar e seu selo - o horror escarlate do sangue. Provocava dores agudas, tonturas repentinas e, por fim, uma profusa hemorragia. As manchas vermelhas no corpo e sobretudo no rosto de suas vítimas eram os estandartes da peste, que assim os alijava de ajuda e compaixão alheias. O ataque, a evolução e o fim da doença duravam apenas meia hora."
Somente o príncipe Próspero não a temia, isolando-se em uma abadia, com mantimentos e pessoas para diverti-lo: nobres, músicos, atores e dançarinos. Passaram a viver em luxo, longe do país onde, do lado de fora, a Morte Vermelha assolava.
Todos passavam os dias despreocupados e em segurança, sem se importarem com a praga além dos portões.
Passado seis meses, o príncipe decidiu dar um grande baile de máscaras, para comemorar a forma que os nobres desafiaram o contágio. Foram distribuídas máscaras que misturavam horror com beleza, e por todos os cômodos o baile estava cheio de vida, enquanto do lado de fora o pesadelo imperava.
Porém, a Morte já estava dançando ao som dos músicos e entre os convidados, usando sua própria máscara que tanto amedrontava o príncipe.
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"A razão pela qual todos nós gostamos de pensar tão bem dos outros é que temos medo de nós próprios. A base do otimismo é o mais absoluto terror. Nós nos imaginamos generosos por atribuir a nossos vizinhos aquelas virtudes que nos beneficiariam. Elogiamos o banqueiro por permitir que saquemos mais do que temos em nossas contas, e vemos boas qualidades no assaltante de estrada na esperança de que ele poupe nossos bolsos. Acredito em tudo que disse. Tenho o maior desprezo pelo otimismo. E, quanto a estragar uma vida, a melhor forma de fazer isso é impedindo seu crescimento. Se você quiser prejudicar alguém, trate apenas de reformá-lo."
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (Capítulo 4)
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"Simplesmente nunca se case, Dorian. Os homens se casam porque estão cansados; as mulheres, porque são curiosas: ambos terminam desapontados."
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (Capítulo 03)
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Vista da janela do meu quarto, há alguns minutos atrás
From my bedroom window, a few minutes ago
Rio de Janeiro, Brazil
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Herbert West Reanimator, H.P. Lovecraft
Herbert West Reanimator é uma história em seis partes, escrita por H.P. Lovecraft, publicada espaçadamente a partir de 1922. A primeira parte veio à tona na Home Brew I, sendo republicada na Weird Tales 36, n. 4, em 1942, após a morte de Lovecraft.
"Sobre Herbert West, que foi meu amigo na universidade e no pós-vida, posso falar apenas com extremo terror. Esse terror não se deve totalmente à aparência sinistra de seu desaparecimento recente, mas foi engendrado por toda a natureza do trabalho de sua vida e começou a ganhar uma forma mais grave há mais de dezessete anos, quando estávamos no terceiro ano de nosso curso na escola de medicina da Universidade Miskatonic, em Arkham."
A história é contada pelo ponto de vista de um narrador que não é identificado. Estudante de medicina, ele forma uma "amizade" com Herbert West, o protagonista do conto. West realiza experiências mórbidas com animais mortos, e desenvolve uma fórmula capaz de reanimar suas cobaias mortas; ele acredita, em sua mente, que essa fórmula será capaz de trazer seres humanos mortos à vida.
É em torno disso, das experiências de West, que o enredo se constrói, e ao passar do tempo vemos Herbert West enlouquecendo ao ponto de roubar corpos do necrotério e até mesmo matar um rapaz para realizar seus experimentos.
Herbert West Reanimator nos lembra Frankenstein de Mary Shelley, com West e Victor Frankenstein traçando um paralelo muito interessante: ambos médicos que buscam vencer a morte utilizando a ciência.
Até agora, acredito que este é o conto que mais gostei de Lovecraft, e indico a leitura.👻🍁🕸
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"Tenho ciúme de tudo cuja beleza não morre. Tenho ciúme do meu retrato que você pintou. Por que ele deve manter o que eu terei de perder? Cada momento que passa subtrai algo de mim e dá algo para ele. Ah, se simplesmente fosse o contrário! Se o quadro pudesse mudar, e eu permanecer para sempre como sou hoje! Por que você o pintou? O quadro vai zombar de mim algum dia - zombar terrivelmente de mim!"
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (Capítulo 2)
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Tudo o que eu queria neste momento era ter uma grande biblioteca com uma passagem secreta entre as estantes de livros...
All I wanted was to have a large library with a secret passage between the bookshelves...
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"O estúdio estava impregnado do rico aroma das rosas e, quando a aragem de verão agitava de leve as árvores no jardim, pela porta aberta entrava a densa fragrância dos lilases ou o perfume mais delicado do espinheiro de flores rosadas."
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (Capítulo 1)
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O Corvo, por Edgar Allan Poe
The Raven, by Edgar Allan Poe
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"O destino é como um estranho e impopular restaurante, cheio de garçons esquisitos trazendo coisas que você nunca pediu e de que nem sempre gosta."
Desventuras em Série, O Escorregador de Gelo
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Drácula, Bram Stoker
Drácula é um romance estruturalmente epistolar, ou seja, o livro é composto por cartas, diários, notícias de jornais e correspondências. Durante a narrativa, acompanhamos a história de Jonathan, Mina, Lucy, Arthur, Quincey, Dr. John Seward, Van Helsing e, é claro, do enigmático Conde Drácula. Cada uma das personagens tem seu respectivo ponto de vista e é por meio deles que acompanhamos a trajetória desse grupo tentando derrotar o vampiro.
No início do livro, vemos Jonathan a caminho do castelo de Drácula, na Transilvânia. Essa trajetória é sombria e misteriosa, e não fazemos ideia do que pode acontecer. Pouco depois de chegar ao seu destino e ser acomodado no castelo, Jonathan começa a perceber que é na verdade mais um prisioneiro do que um hóspede, e que o educado Conde Drácula não é o que parece ser.
O suspense deixa o livro instigante e as descrições são tão realistas que pude imaginar as cenas com perfeição. O clima sombrio, as paisagens obscuras, o castelo rodeado por neblina e as tempestades dão ao livro uma verdadeira atmosfera de terror.
As personagens tem, cada uma, suas próprias características e é fácil nos apegarmos a elas. Em minha opinião, Van Helsing e Mina são as melhores, e eu não gostei muito de Lucy. Conde Drácula é um personagem muito bem construído, sendo inspirado em Vlad Tepes III, príncipe da Valáquia conhecido como o Empalador.
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Quoth the Raven: "Nevermore"
"E o corvo disse: 'Nunca mais'"
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"O que mais importa é o quão bem você caminha pelo fogo."
в υ к о w s к ı
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Nem todos os que caminham estão perdidos
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