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amordemaeve · 4 years
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◜    ༄    we 𝒂𝒍𝒘𝒂𝒚𝒔 walked a very тнιη line.
                                     Second, third, and 𝒉𝒖𝒏𝒅𝒓𝒆𝒅𝒕𝒉 chances                                      𝐁𝐚𝐥𝐚𝐧𝐜𝐢𝐧’     on     breaking     branches                                      Those     ᴇʏᴇs     add    insult   to   ınjurч
O retorno para Atlântica não fora desejado por Maeve, no entanto, sendo ela ainda menor, não pudera contestar quando Merlin dissera que em sua escola não permaneceria. Aquilo a incomodara e revoltara, contudo, toda a forma com a qual o mago se apresentava era motivo de incômodo. Não sabia dizer exatamente o que a incomodava no ser mágico, conquanto, assisti-lo distribuir sorrisos e acenos na despedida fora uma das piores experiências de sua vida. Porém, não havia como ir contra a decisão do mago, portanto, a sereia não tivera alternativa senão segurar-se no Guia da Balsa e retornar para o que outrora chamara de casa, com seu irmão ao seu lado.
Enquanto alguns colegas se encontravam felizes pelo retorno aos mares, o âmago da sereia se agitava desconfortavelmente. Não havia nada senão o temor do que encontraria, já sabendo o que seria: seus pais. Estevan e Úrsula provavelmente já sabiam do fechamento da instituição — se temporário, ela não sabia dizer — e não estariam felizes, porém, o que mais lhe assustava era a cobrança que viria. Certamente, Úrsula não estaria satisfeita com os resultados e cobraria alguma coisa. Ela sempre cobrava mais do que Maeve tinha a oferecer — evidenciando que a filha nada possuía — e sempre lhe tomava tudo. Quantos contratos a mãe não lhe impusera a fazer e depois roubara de si? Quantas vezes Úrsula usurpara de Maeve o que ela conseguira e fizera parecer que lhe pertencia?
Com seus novos poderes, era esperado que a agitação se tornasse um problema: precisou controlar-se com tanta força para não eletrocutar seus colegas; e fora difícil não receber indagações sobre seu bem-estar já que a expressão ostentada era tensa. No entanto, obviamente, o brilho prateado que envolvia seus dedos era um grandioso alerta, afastando quem se aproximava com o temor de levar um choque.
Sua casa era a última, bem distante da cidade que todos os moradores desceram. O temor de passar pelo centro de Atlântica sempre existia, embora já não pudessem fazer nada consigo desde que fora perdoada por Tritão. Ainda assim, envolvera os dígitos com força na concha do Guia da Balsa, o Oráculo dos Mares, que nunca parecia se abalar com nada do que ocorria. O preço da idade, talvez. Ele continuara com a mesma expressão, sabendo que seu dever era continuar até o Campo das Algas onde era sua parada final.
Maeve e Alethei foram deixados no início do campo em uma despedida silenciosa. Fora Alethei quem se dispusera a ir, embora rapidamente a irmã tenha pegado seu braço. Não se sentia confortável em atravessar o campo e ele bem sabia o motivo. Portanto, ali ficaram por tanto tempo, encarando a parede escura que as algas gigantes formavam, que era possível dizer que ambos desistiram e jamais chegariam do outro lado. Não desejava passar dentre as mesmas; as memórias da última viagem de Merlin ainda permeavam o imaginário de Maeve; o ataque de enguias elétricas deixara marcas maiores que os poderes que, por razão desconhecida ainda, lhe eram característicos agora. Abraçando sua covardia, resolvera nadar por cima e não pelo meio. Na claridade acima das águas, pudera ver abaixo dela a visão de diversos ninhos de enguias, enquanto os raios perolados que circundavam as salamandras — como ela as chamava — eram respondidos pela corrente que perpassava seu próprio corpo.
Demorara mais do que o usual para que a casa de sua mãe fosse avistada. Vira, primeiramente, o jardim extenso de flores mórbidas que indicavam o caminho; as flores eram pequenas, com raízes fortes e possuíam rostos melancólicos de quem estava aprisionado pela eternidade naquele lugar. Os gritos de desespero não eram uma ilusão de uma mente amedrontada; estes eram reais, pois caracterizavam os acordos de sua mãe. As pobres almas suplicavam o socorro enquanto a sereia passava — e uma até mesmo agarrara sua cauda, como de costume —, mas, acostumada àquilo, Maeve não se abalou. A casa de sua mãe em si era uma caverna: a entrada era um círculo belo, tal como ointerior. Passava a sensação de conforto, contudo, não era o sentimento que possuía em si. Continuou até que a entrada da caverna se tornara visível e passável, nadando para o interior.
Os tentáculos de Úrsula foram vistos antes que a figura da mãe o fosse. Os fios pretos e longos, parecidos com os da própria Argyris, ondulados pela ação do ambiente, eram visíveis devido à posição da mulher: estava de costas para a porta, importando-se mais com suas misturas no caldeirão. Fora Estevan quem vira os filhos em primeiro lugar.
As íris castanhas avaliaram a figura dos filhos tanto quanto eles avaliavam as mudanças desde o último dia que pousaram o olhar sobre a face do pai. O cabelo encaracolado crescera consideravelmente, chegando ao tamanho médio; havia mais erupções no rosto do sereiano e sua barba também estava maior. Parecia um ancião daquelas terras, e não duvidaria se fosse este o novo golpe de seu pai. Se Estevan estava surpreso com a aparição dos filhos, não demonstrou. Seu olhar continuava vazio, inexpressivo, tal como outrora.
— Crianças. — Sua voz era grave, mas carregava uma suavidade e afeição que era sempre característica a ele. Tornavam os castigos piores, pois, em vários momentos, Maeve indagava como era possível um homem tão bom em suas falas ser tão cruel. Ele me ama, ela costumava pensar para justificar as ações alheias; no entanto, toda vez que pensava em tal amor, algo se remexia dolorosamente. Não era amor. Nunca fora amor. E agora ela sabia que não era.
— Pai. — Fora seu irmão quem o cumprimentara, aproximando-se em um abraço de um braço só. Não havia o costume de demonstrar afeição naquela casa, mas eles fingiam muito bem quando precisavam. — Merlin nos mandou para casa mais cedo esse semestre. Muita coisa acontecendo. — Sentira o que o irmão desejava com aquela fala: queria saber o quanto os pais sabiam, o quanto se importavam. Mordera a língua para não dizer que não havia tal sentimento no cerne dos pais.
— Hmmm. — Estevan concordou, vagamente. Seu olhar estava focado em Maeve, ainda distante, encarando o ambiente que há anos não visitava. — E você? Não imaginei que retornaria tão cedo para casa. Vive fugindo. — O humor era cruel. Estava feliz pela sereia ser obrigada a voltar.
— Não havia muitas escolhas. — Confessou em um tom firme, mas baixo. Era difícil impor-se ali, afinal, experiências negativas demais para que conseguisse elevar sua voz. No entanto, a sua resposta fora o suficiente para que Úrsula se voltasse para ela, o brilho desdenhoso em sua face.
— E você encontraria um lar onde, filha? Você sabe que ninguém se importaria em recebê-la. Você é uma bruxa, Maeve. Ninguém a quer por perto. Nós, por outro lado, sempre recebemos você mesmo com suas malcriações. Não há ninguém como a família, não é? Agora, vamos, diga-me o que você tem para mim.
Úrsula possuía o prazer constante em menosprezá-la, mas, além disso, também desejava ressaltar a solidão de sua filha; como se ela dependesse exclusivamente de sua mãe. Era como conseguia feri-la, como a prendia a ela. Usualmente, funcionava: Maeve sempre abaixava a cabeça, assentia, e dava o que sua mãe queria. Aquela teia de abuso e dependência crescia um pouco mais a cada encontro. No entanto, naquele momento, o corpo da sereia continuou ali, congelado em seu lugar, encarando a face conhecida de sua mãe. Os lábios grossos, a pele cor de oliva, os olhos grandiosos e marcados pelo delineado natural, o rosto anguloso...  Maeve a amava. Ela tinha certeza disso. Mas ela não suportava mais aquela mulher.
— Maeve? — Úrsula a chamou de seu devaneio, proporcionando várias piscadas enquanto tentava digerir o que fora falado. Nã sabia o que dizer, ou o que faria, contudo, sentia-se consideravelmente mais pesada enquanto não conseguia proferir os dizeres.
— Ah, oi, mãe. — A simplicidade da fala não lhe era característica, portanto, ao pigarrear uma vez, Argyris completou: — Merlin nos mandou de volta por tudo que ocorreu em Aether. Ainda que você não se importe, é claro.
O movimento do lábio superior da Bruxa do Mar fora mínimo, mas perceptível. O movimento contínuo da cauda de Maeve era o único som ambiente. Seus pais odivam quando seus filhos respondiam. Era passível de punições severas e ela bem sabia disso.
— Quem disse que não nos importamos com o bem-estar dos nossos filhos? — Fora Estevan quem se pronunciara, porém, ele era quem menos poderia dizer tais palavras.
— Eu, sua filha. De qualquer modo, eu não vim para ficar. Só estou deixando o Alethei. Eu vou voltar para a superfície. — A surpresa perpassara a face do irmão, tal como era visível nas íris castanhas de seus pais, contudo, raramente demonstravam inquietação. Eram frios, impassíveis, mas igualmente cruéis.
— Querida, se veio aqui para me desafiar...
— Eu não estou te desafiando, pai, mas está certo. Eu tenho fugido de retornar para essa casa há anos e não será agora que eu irei aceitar ficar aqui. Acredito que nossa existência conjunta já não é uma possibilidade. — Diferentemente da forma como se comunicava com seus colegas em Aether, Argyris possuía um tom formal ao falar com os pais. Ainda que soasse firme, a sereia carregava um peso em suas costas; um temor que lhe impulsionava, pois era a razão porque fazia aquilo.
— Você acha realmente que vai conseguir viver sem mim? Sem seu pai? Maeve, você é incapaz de viver sem nós. Quem iria te ajudar com sua incapacidade com magia? Quem iria fazer todas as poções? Querida, já se olhou? Você — Úrsula nunca chegou a concluir sua fala. Em um momento, estava se aproximando de sua filha, utilizando todas as ofensas conhecidas por ela, noutro, havia sido atingida por um brilho confuso que a lançara alguns metros para trás, tocando o próprio caldeirão e queimando um dos tentáculos na tentativa de não acabar dentro da poção que preparava.
Nunca havia atacado seus pais. Sempre pensara que era respeitoso que simplesmente se calasse e os deixasse dizer, ou fazer, o que bem entendiam; era como fora criada. Respeito através do medo. No entanto, depois de tantos meses, depois de sua viagem às profundezas de Atlântica, aquele papel não se encaixava mais à sereia. Não era tratada enquanto filha, mas um objeto, uma serviçal, alguém que traria à sua casa o cumprimento de todos os objetivos megalomaníacos de seus pais; e Maeve estava completamente exausta daquele papel que a obrigavam. Dia após dia, fora obrigada a se colocar em um papel de objeto; um papel que não desejava fazer, mas era obrigada pelos desejos de Úrsula. Começara com a sua mãe, depois com as pessoas com as quais se relacionara, até que ninguém a enxergasse mais enquanto um sujeito, alguém que necessitava de algo, mas como um mero objeto. Era uma troca de favores em muitos momentos, fazendo-a se sentir enquanto uma meretriz em todos eles. E ela havia cansado daquilo em todos os âmbitos de sua vida.
Fora Estevan o primeiro a reagir. O homem encarou sua filha por um milésimo de segundo antes de avançar, furioso, vociferando ofensas das mais diversas. Ofensas que, outrora, fariam Maeve se encolher ou fugir, temendo o que estava por vir. Conquanto, algo que seus pais se esqueceram era que, naquele momento, provara que não era mais a mesma sereia que fora para Aether; não era mais a mesma mulher que eles criaram para que fosse. Mudara para melhor ou pior, não sabia dizer, mas mudara. Portanto, sem qualquer pudor, mas ainda sentindo a culpa por suas ações, indissociável da reação às amarras sociais do que era ser uma filha perfeita, seu corpo se envolveu em energia e ela transformara o seu redor em linhas brilhantes. As íris jabuticaba assumiram um tom prateado, elétrico, enquanto os fios negros se elevavam.
O sereiano parou, embora Maeve não tenha parado. A energia que fluía ao seu redor avançara em um comando contra o corpo altivo de seu pai, percebendo o quanto o homem se encontrava assombrado pelos novos poderes de sua cria, mas também furioso pela revolta alheia. Estevan fora atingido em seu peito — um ato dramático, é verdade — e tivera o corpo eletrocutado diante de todos. Maeve parara quando o corpo de seu pai chocou-se contra o teto da caverna, inerte. O brilho cedeu enquanto o cerne sereiano se encontrava um tanto exausto da demosntração.
— Você se cansa rápido. Não tem controle de seus novos poderes. — Úrsula comentou com um riso jocoso. Havia um frasco contendo uma poção azulada em suas mãos, e ela pingava algumas gotas na queimadura em um dos tentáculos. A bruxa voltou-se para Maeve. — Eu não me importo com o que você faça a seu pai. Eu nunca gostei dele realmente. Mas, querida, você não vê que podemos ser grandiosas? Seus novos poderes, minha magia... Sei que passou por tanta coisa e está traumatizada — o rosto se contorceu negativamente com a fala. Não havia tal vocábulo em sua vida. — Mas todos nós passamos por coisas terríveis para crescer. É como a vida funciona. — Enquanto falava, a cecaelia se aproximava, um sorriso cada vez mais dócil em seus lábios. — Nós podemos ser grandiosas juntas, querida. Pense em todo mundo naquela escola que lhe feriu, huh? Podemos reinar nos Sete Mares. Pense em Tritão e o que ele fizera com você, Alethei, eu... —
Havia uma sedução incomum no que a mãe dizia — e Maeve notara rapidamente. Como uma pessoa com poderes persuasivos, era possível perceber rapidamente quando estavam utilizando, e sua mãe o fazia naquele momento. Sempre se indagou a motivação por detrás de ter nascido uma sereia, atribuindo ao seu pai aquela característica que lhe custara tanto; todavia, observando sua mãe naquele momento, começara a pensar acerca da própria história; do que lhe fora roubado por Tritão e sua relação direta com aquele trono. A hipnose não era uma característica das sereias, mas da sua família. E ela poderia ter isso de volta.
Alethei se movimentara desconfortavelmente às costas da bruxa, decidindo entre ficar, unir-se à mãe, ou fugir. O olhar de Argyris fora automaticamente para o irmão, esquadrinhando sua expressão conflituosa; certamente sua mãe acabaria com ele. Em alguns momentos, Maeve se esquecia do quanto fora pior para o mais novo — ainda que fossem da mesma geração de ovos —, pois, enquanto ela ficara responsável por trazer grandeza a eles, ele tivera de se contentar em existir. Também nascera com uma cauda e não tentáculos. E, ainda que sua relação com o irmão não fosse saudável tanto quanto a que cultivava em relação aos seus pais, percebia o quanto a influência daquele lugar fora decisiva para aquela construção.
— Vai, mamãe, canta “sua mãe sabe mais” agora. — Ironicamente, proferiu, os lábios se curvando para cima. O sorriso fora o estopim para a expressão de Úrsula se transformar no mais profundo ódio. Um dos tentáculos agarrara o pescoço de Maeve, pressionando-os com força.
— Você é uma sereia burra e ingrata, Maeve. Eu estou lhe dando uma chance de ser alguma coisa nessa sua vida inútil e você debochando da minha cara. — O desdém era quase palpável, no entanto, o sorriso de Maeve não fora abalado. Continuava com a mesma expressão satisfeita. Ao tocar a palma de sua mão no tentáculo que a segurava, observando sua mãe se afastar segundos depois, com o choque que perpassara o corpo da cecaelia.
— Já deixou claro o que pensa do meu intelecto, mãe, mas adivinha? Eu consegui sozinha todos aqueles contratos, sem a sua ajuda. Inclusive, eu quero meus contratos de volta. Eles me pertencem. — A posição de Maeve era inesperada, portanto, pela primeira vez desde que a interação começara, a sereia notara o assombro no olhar alheio. Porém, tão logo aparecera, desfizera-se, afinal, não desejava demonstrar o quanto estava surpresa. Não desejava dar tal poder de quem ela sempre tentara usurpar.
Imaginar que Maeve tentaria lutar com a sua mãe com seu subdesenvolvido poder era tolice. Ela não iria. Utilizaria aquilo que sempre fora acusada de não possuir.
— Você me tratou como um objeto a minha vida inteira, mãe, mas eu não sou. Eu quero meus contratos de volta. — A voz era aveludada, mas firme; trazia consigo um fio poderoso e persuasivo. A hipnose sendo utilizada contra alguém que ela nunca tentara outrora.
No mesmo instante, as íris de cecaelia tornaram-se vazias, sem brilho; estava vivendo sob as ordens de outrem. O movimento fora letárgico, indo até à parede onde vários buracos formavam um nicho onde colocara vários pergaminhos. Trouxera consigo quatro destes que possuíam o emblema de Aether e, sem dizer uma palavra, os estregara para Maeve que os segurara com força, amassando-os. — Agora eu quero que faça um contrato para mim, mamãe. Um contrato em que você promete deixar a mim e Alethei em paz, pela eternidade.
Não fora necessário muito tempo para que Úrsula o fizesse. A pena da cecaelia escrevera com rapidez sobre o pergaminho cor de areia, sem uma rasura. Alethei, àquela altura, se achegara para perto de Maeve, olhando-a de soslaio enquanto vigiava sua mãe. Ele nada dissera, embora seus ombros estivessem tensos. 
A Bruxa do Mar pingara uma gota da poção amarelada sobre o pergaminho, e a sereia observara o mesmo brilhar antes que ela voltasse para si, mostrando-o para inspeção. — Assine. — Demandou Maeve para a bruxa que, sem contestar, o fizera. Era legitimo e não poderia ser quebrado, e era um lembrete para sua mãe.
Sua garganta queimava enquanto via a necessidade de dizer alguma coisa, porém, nada dissera. Encarara o rosto inexpressivo de Úrsula por alguns segundos, sabendo que logo ela voltaria ao seu normal. Era estranho estar naquela posição, contudo, era necessário. Por que não se sentia aliviada? Por que sentia que estava fazendo tudo errado? Abrira os lábios por vezes, decidindo o que poderia falar, contudo, nada aparecia. Portanto, sem qualquer aviso, Argyris dera meia volta e saíra da caverna em uma velocidade invejável; velocidade essa que seu irmão, com uma cauda idêntica à sua, era capaz de acompanhar.
Nadaram por tanto tempo que era possível notar o cansaço e a fome, mas não pararam. Não se sentiam seguros mesmo que soubessem que sua mãe não viria atrás deles; conhecia o próprio poder para saber que não poderá quebrar aquele contrato. Fora inteligente da parte de Maeve, conquanto, a sereia não se sentia daquela forma. Em verdade, Maeve se sentia insignificante, infeliz e extremamente culpada. Indagava se havia feito o correto, se não fora exagero de sua parte atacar a seu pai e se, em algum momento, sua mãe iria ignorar o contrato, burlá-lo, e desejar sua vingança. No entanto, nenhum destes questionamentos era maior que a culpa por ter dado às costas a Úrsula. Pensava em voltar, pedir desculpas, rasgar aquele pedaço de papel inútil, mas, bem lá no fundo, Maeve não desejava nada daquilo; ela não desejava voltar, não desejava rasgar o papel que lhe era a segurança, tampouco desejava voltar a ser o peão de um jogo que beneficiaria apenas uma pessoa. 
— É loucura eu dizer que eu a amo? Os amo, na verdade. — Fora Alethei quem falara após tanto tempo.
— Na verdade, não. — Ela balançou a cabeça. — Eu também.
No entanto, ainda que amasse sua mãe, jamais poderia conviver com ela. E, depois de vinte e três anos, Maeve precisava respirar longe de Úrsula. E ela finalmente estava respirando. 
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amordemaeve · 4 years
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aliolindo​:
Dados os acontecimentos recentes, estranho seria se Maeve estivesse de braços abertos para recebê-lo de volta! Então, o xingamento pareceu totalmente normal para Alistair e ele não se deixou abalar em nada pela recepção nada amigável da sua ex-alguma coisa. ❛❛ —— Maeve, me escuta, por favor. ❜❜ Pediu, aos suspiros. ❛❛ —— Meu pai me obrigou a ir embora depois daquele ataque e eu fui imbecil por não conseguir te contar pessoalmente, mas eu tava com medo de parecer um covarde. ❜❜ Àquela disparada de informações não era tão apropriada para uma conversa de corredor, mas ele a conhecia o suficiente para saber que ela não ia parar até que estivesse dentro da Imre – uma área que não teria acesso. E o discurso ensaiado no espelho somente se findou quando seus olhos tiveram vislumbre de um pequeno raio saindo da mãos da sereia! Um fenômeno que por si só pareceu ser mais chocante que a dor que viera a seguir. ❛❛ —— Aí, caramba! ❜❜ Ele disse até alto demais, arregalando os olhos enquanto a encarava com maior atenção. ❛❛ —— O que foi isso? Desde quando você dá choque? Você nem pode usar seus poderes fora d’água!! ❜❜ Todas as perguntas atravessadas aconteceram conforme ele passava a acompanhá-la com passadas mais rápidas. ❛❛ —— Isso é efeito de todos esses fantasmas dessa escola? Me diz que não tem ligação com essas paradas sinistras que tão acontecendo. ❜❜
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Naquele momento, seus passos eram constantes e furiosos; não desejava ouvir o pedido alheio, portanto, não o ouviria. Ainda assim, nem mesmo o raio  lançado na direção do ralieno fora o suficiente para pará-lo, mas criando ainda mais perguntas que ela seria obrigada a responder. Caso não estivesse irritada, talvez conseguisse passar incólume, conquanto, havia sempre algo a ser dito com Maeve. Era um dos traços de sua personalidade que teria de aprender a controlar. ‘ Você não acha que passou tempo demais fora para assumir como meus poderes funcionam? ’ Indagou ao parar repentinamente. Sua parada acabara fazendo com que Maeve observasse que alguns olhares estavam se voltando para a discussão entre os aprendizes. Aquilo fora o suficiente para que a guarda da sereia baixasse. Expirou, cedendo, arrastando o príncipe pela mão até que o enfiasse na primeira porta que encontrou — tentando não chamar mais atenção do que seu ataque anterior havia causado. Por razões conhecidas, Maeve se condicionara, de certa forma, àquilo. Ainda assim, havia uma parte sua que não desejava abrir mais elementos de sua vida do que já fizera com Laurent e Primeiro. ‘ Em primeiro lugar, eu não tenho nada a ver com nada do que tá acontecendo em Aether. Em segundo lugar, eu não ligo pra porra nenhuma que seu pai queria de você. E que você é um otário eu sei de longe, Alistair. ’ Maeve começou enquanto empurrava os ombros alheios, afastando o corpo masculino de si. ‘ Covarde, eu também sei! A porra do problema é que você me mandou pular da porra da janela, eu me quebrei toda e então quando eu saio da enfermaria eu recebo uma porra de uma mensagem? Sinto muito, precisei sair? É só essa a merda da mensagem que eu merecia? ’ Ele nem havia aparecido!
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amordemaeve · 4 years
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𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊!!
amordemaeve​.
‘ Ah, garoto, pensa um pouco. ’ Já que queria se provar tanto, não seria ela a lhe dar a resposta mastigada. Que chegasse a conclusão por sua própria conta. ‘ Sua mãe sabe que você tá indo para festinhas de adulto? ’ O sorriso era resignado, afinal, não poderia fazer nada com aquela informação — era uma criança —, porém, era engraçado ver a reação. No mais, prestara a atenção na fala de Jawari, e poderia utilizar em outro momento, mas parecer desinteressada era melhor para quando quisesse saber. ‘ Você tem quantos anos? Doze? Não é a idade de uma criança? ’ Ela o provocou enquanto observava sua ação de colocar um x sobre o não. Protestou com um arfar, embora, automaticamente, tenha se utilizado da aversão alheia para, novamente, reafirmar a provocação. ‘ Criancice. Infantilidade. Sim, você é uma criança. ’
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❛❛ —— Sabe quando as festas são pra todo mundo de Aether. ❜❜ Jawari rebateu com rapidez, cruzando os braços conforme a encarava com um sorrisinho vitorioso. O dia do amor verdadeiro era um belo exemplo de como Merlin não tinha tanto apreço em preservar a moral na instituição, tendo em vista a exposição dos mais novos a todos os passeios e bebedeiras dos veterenaos.  ❛❛ —— É idade de pré-adolescente! ❜❜ A correção parecia necessária do bom de vista do leãozinho. E, bem, rente as provocações da mais velha, ele a encarou com uma cara de quem tinha acabado de ser privado de um presente de Natal! Uma carranca tomando conta do seu semblante antes que ele mostrasse a língua pra sereia. ❛❛ —— E você é uma chata rancorosa! Eu cansei de você. ❜❜ O príncipe disse quando trincou os dentes, virando-se de costas para que pudesse ir embora. 
𝐄𝐍𝐂𝐄𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎!!
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amordemaeve · 4 years
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Não era usual que estivesse distraída, portanto, não estava; percebera a aproximação de Alistair quando o príncipe se achegara, parando enquanto processava o que o outro desejava consigo. Veja bem, segundo a visão da sereia, a qual fora prejudicada pela partida e poucas mensagens do príncipe, ambos haviam rompido não apenas o conturbado relacionamento, mas qualquer coisa. E isso ficara evidente quando, após voltar, ambos não tiveram um contato; e, bem, como alguém acostumada a evitar pessoas, ela sabia quando estava sendo evitada. Piscou uma única vez, a face assumindo um tom rubro enquanto a irritação perpassava a mesma. ‘ Vai se foder, Alistair. ’ Passara pelo outro enquanto sua irritação se tornava maior diante do pedido ridículo. Maeve sequer notara que a garrafa que trazia consigo já não continua água. Recordando-se do que ocorrera a Yukina, a Argyris sabia que não machucaria gravemente, porém, iria causar algum desconforto. Com um movimento rápido de sua mão, sentindo a corrente que percorria o próprio corpo vibrar, Argyris atingira propositalmente o príncipe com um frio prateado e brilhante; uma faísca, segundo a própria Maeve. ‘  Agora sim: vai se foder! ’
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A demora para procurar @amordemaeve​ por Dillamond não havia se dado de imediato unicamente por vergonha. Há alguns meses o príncipe não havia tido coragem de contar pessoalmente que estava partindo por uma decisão de seu pai – pouco depois do ataque de ogros – e tudo que havia feito tinha sido enviar algumas mensagens de texto pra sereia quando já estava em Paradiso. Uma atitude totalmente patética para quem vivia se gabando de ser encantado, hm? Agora, depois de criar muita coragem, ele finalmente havia cedido ao ímpeto de procurá-la e rezava com todas as suas preces ao Narrador para que não terminasse se arrependendo da decisão. ❛❛ —— Nós precisamos conversar. ❜❜ Ele disse assim que teve vislumbre da figura esguia deixando a cede do jornal da escola, passando a se aproximar com algumas passadas rápidas. ❛❛ —— Eu já sei que fui um idiota… Mais uma vez. ❜❜
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amordemaeve · 4 years
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Em dado momento, Maeve notara a inquietação alheia, porém, permanecera em silêncio. Parecia existir uma falha no filtro que ligava seus sentimentos e sua boca, não discernindo o que poderia ser proferido por ela, tornando-se mais fácil que falasse acerca dos mesmos. Caso Primeiro lhe indagasse algo sobre si mesma, era possível responder-lhe a verdade — e Maeve raramente falava a verdade, principalmente quando era acerca do que sentia e os porquês de sentir. Continuava, então, folheando alguns manuscritos, corrigindo erros que sempre passavam despercebidos por ela — e que, agora, apareciam com mais frequência —, tal como vocábulos que precisava de um dicionário do idioma comum para traduzir corretamente. Ainda que estivesse trabalhando, não estava tão imersa àquela atividade quanto gostaria, sendo capaz de perceber a fala de Primeiro desde sua gênese. Parou o que fazia, erguendo a cabeça para ele, esperando que concluísse. Riu quando o outro dissera que fizera xixi na frente do palácio. ‘ Eu daria tudo para você urinar na frente do palácio real real de Tritão. ’ O pensamento ainda lhe dava crises pequenas de riso, que logo tratou de controlar, pois possuía uma resposta para aquela pergunta; uma resposta que julgou segura. ‘ Sinto, quando quero algo na água ou preciso dos meus poderes, mas eu gosto de ser humana também. Tem alguns inconvenientes, mas eu gosto do que tenho aqui. Minhas experiências abaixo da superfície nunca foram das melhores. ’ Encolheu os ombros com o comentário, sem entregar os detalhes. ‘ Mas você está me perguntando isso por quê...? ’ 
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                Não tinha que lidar com coisas como aquelas, que apertam o peito e deixam a mente cinza, quando morava no país de loucos. Agora, mesmo quando tendo um livro recheado de siglas, fórmulas e resultados de reações químicas, nota que ainda não consegue se concentrar. Com as pernas cruzadas, como em posição de lótus, sobre a mesa que senta, Primeiro tenta encontrar acalento na presença da morena com quem divide o cômodo. Saber que ela está ali, mesmo que não precisasse abrir a boca, parecia melhor que os estudos de Química. No entanto, os olhos não conseguem olhá-la — terminam mirando além do vidro da janela. O olhar carrega muitas coisas; e coisas estas que o deixa tão mais velho do que sempre se sentiu, pisando no fato de que tem somente vinte anos, afinal de contas. É perceptível que Primeiro tem algo a dizer há um tempinho, mas a boca só abria e fechava. Até que não dá, mesmo, para guardar para si. “Sente falta de… De como você é? Seu corpo.” o cenho franze; os dedos apertam o lápis. “Digo, você tem uma cauda de sereia, não é? Sente falta disso? Eu sinto.” bem longe, vento sopra as folhas das árvores e o faz pensar em casa. “Digo, não de ter uma cauda, porque eu não tenho, eu não sou uma sereia, embora eu tenha achado ok ser uma  — aliás, eu fiz xixi na frente do palácio, porque me disseram que era um ritual ou coisa do tipo, mas agora eu sei que- que só me fizeram de estúpido —, ah! coelho. Isso que eu estava falando. Eu sinto falta de ser como sou e de onde sou.” ele se vira para @amordemaeve​. “Sente?”
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amordemaeve · 4 years
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notmaddiecine​:
—Hã? Sem saco está? Pena é que saco também não agora tenho.  — Respondeu enquanto dava de ombros, se se perguntar o por da outra querer um saco, não achava aquilo tão estranho afinal, já haviam lhe dito coisas mais estranhas.  —Qual o problema que há em rimar? Pior seria se nunca conseguisse parar. Ah no, no, no! Alucinógena não é a merda, mas os cogumelos uma delicia são! — Explicou como se fosse algo simples, ainda que duvidasse da capacidade da outra de compreender, já que Aether e Wonderland eram lugares bem distintos. Não foi qualquer surpresa para Madison quando a Imrense se afastou, as pessoas poderiam ser bem sensíveis quando o assunto era entrar na mente delas, parte da Kingsleigh entendia o por que, afinal, tinha partes de sua mente que nem ela mesma explorava ou compartilhava. A ameaça também já era esperada, os aprendizes costumavam ser bem previsíveis, talvez fosse por isso que Isla sempre procurasse criar drogas que mudassem um pouco tudo isso, animar o local.  —Que jura…? —  Indagou um pouco confusa até ser empurrada e sentir as costas irem de encontro com a parede, observando um raio passar por elas com certa fascinação, começando a dar pulinhos de excitação logo se virando para a Argyris outra vez.  —De novo! De novo faz! Habilidade sua é? Uuuuuh… Uma droga disso fazer deveria eu? 
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‘ Por que eu acho que vai parar? ’ Indagou para si mesma, abaixando a cabeça enquanto cobria o próprio rosto com as mãos, frustrada com o modo como a discussão ocorria. Por quê? Não sabia. Mas continuava ali, mantendo uma conversa que mais a irritava a cada segundo. ‘ O problema é que isso é ridículo! Quem gosta de falar rimando? E pra mim é sim uma merda. Não pode provar nada que fica mais louco que quando usam pó de fada! ’ Geralmente, os aprendizes tinham viagens terríveis — tal como a própria Maeve tivera uma vez ao provar tais cogumelos —, portanto, não era nada que gostaria de ir atrás. Estava pronta para ameaçar a loira uma segunda vez, um tanto furiosa pela ameaça de ter sua cabeça invadida por alguém, quando tudo acontecera. A reação de Maddie não fora nada previsível, fazendo com que a sereia a olhasse com um desejo claro de bater a cabeça da garota contra a parede algumas vezes. Em sua defesa, seria para o próprio bem da garota! Ela iria parar de falar daquela forma estranha, tal como agiria como uma pessoa normal, na concepção de Argyris sobre normalidade. ‘ Ai, garota, na moral! Você quer eu acerte um raio no teu rabo pra vê se passa essa loucura toda? ’
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amordemaeve · 4 years
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trcmainc​:
O rapaz estava prestes a protestar quanta a inferição de palavras em sua boca, mas não o fez, não queria entrar em uma discussão desnecessária com Maeve, já tinha demonstrado que a intenção era exatamente o oposto do que ela insinuava, mas não podia obrigá-la a acreditar em suas palavras se isso não fosse do agrado dela. Como já havia rendido-se, não insistiu no assunto, ao contrário, esperou pacientemente para que a garota lhe revelasse o que havia lhe ocorrido, não só agora, mas também o quanto ela quisesse revelar, parecia que Maeve precisava desabafar e demonstrar de alguma forma tudo o que lhe moldava daquela forma. Ele deu de ombros diante da questão, ela não podia confiar nele, não eram chegados e Laurent não parecia o cara que guardava segredos, mas ele o era. Carregava consigo um segredo grande o suficiente para que fosse expulso de aether se esse fosse o caso, mas ele não podia confidenciar o mesmo para a garota também. ‘ para alguém tão desconfiada, cabe a você me dizer o quanto está disposta a confiar em mim. ’ devolveu com um sorriso, afinal, era ela a figura desconfiada no momento.
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A resposta de Tremaine fizera com que Maeve se remexesse desconfortavelmente, sentindo-se mais tentada a ignorar a oferta do que continuar a conversa. Pesar o quanto deveria confiar em alguém era complicado. Assim, como, também, era o suficiente para que revelasse suas fraquezas para que alguém utilizasse contra si. Não era o que ela fazia? Sentia quase patética por precisar daquilo. Argyris demorou mais do que o necessário para tomar uma decisão — e ela ainda não havia decidido nada. Era incapaz de decidir sozinha, deixando com que o Narrador o fizesse. ‘ Eu não sei fazer isso. ’ Comentou ao cruzar os braços diante do corpo. Era uma forma de defesa. ‘ Falar o que eu sinto. Quando acontece, eu vou para a pista de patinação, fico patinando até que tudo desaparece, mas ainda continua aqui de alguma forma. E eu não gosto de sentir. É uma distração. É o que minha mãe me mandou não fazer. ’ Aos poucos, abria sua caixa de Pandora. Era quase fácil demais que ela simplesmente continuasse falando. ‘ Eu não consigo dormir, ou comer, ou fazer qualquer coisa das matérias. Eu fico preocupada com Melena e todos que desapareceram. Eu não consigo descansar um minuto. Eu não sinto mais vontade de ir para o jornal e eu sinto vontade de chorar. ’ Laurent poderia notar o desgosto na voz de Argyris com a fala, com a constatação daquele fato. Naquele momento, sentia a mesma necessidade, embora fosse extremamente fácil contorná-la, prendendo a emoção em sua garganta. ‘ Eu ganhei novos poderes que eu não faço ideia de como controlar, mas isso também me fez... Me fez questionar muita coisa. E eu achei que, com tudo isso, eu estava andando para trás. Eu estava tomando um caminho diferente do que eu sempre achei que deveria seguir. Só que, agora, eu não sei qual caminho seguir. E nem sei se era o meu caminho. ’
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amordemaeve · 4 years
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yourhghness​:
“ Que você se orgulhe disso é a parte mais preocupante ” porque significava que não pretendia parar tão cedo, mas não havia sido para isso que o moreno tinha ido até ali. Se fosse reclamar acerca de todos os defeitos da sereia, perderia muitos dias o fazendo. “ Por que será que essa historinha não me desce? ” riso descrente acompanhou a fala, incapaz de não desconfiar que tivesse sido ela a incluir seu nome no jornal também. “ E você descobriu sobre a Saxa e achou que seria uma boa ideia contar para o resto da ilha? ” frisou, elevando o tom de voz mais uma vez, percebendo que a Argyris estava fazendo só o que dela já era esperado. “ Se eu disser que sim vai anunciar para toda Aether também? Não é da sua conta ”  retrucou, seco, sem intenção alguma de piorar o caso da ex-noiva ao dizer que não sabia a resposta para aquela pergunta.  “ Quer uma estrela na testa? Engraçado você falar como se vivesse pra me prestar favores, quando boa parte dos boatos foram iniciados por você. Ninguém mais naquele jornal tem nada contra mim ”
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‘ Olha quem fala... ’ Maeve ironizou enquanto observava o outro. ‘ Você parece se orgulhar de todas as escolhas equivocadas de sua vida e ninguém aponta isso para você como um problema. Mas vocês insistem em vir encher a porra do meu saco sempre como se eu não tivesse direito de ser escrota com gente pau no cu. Você, Westergaard, veio pra cima de mim achando que tinha o direito de tirar a minha roupa, achando que era meu dono. Não me peça pra ser minimamente legal com você quando você é só um pau no cu filho da puta. ’ Njord parecia sempre conseguir fazer com que Maeve xingasse até sua quarta geração. ‘ Por que você é burro? Eu não tenho de provar nada pra você. E eu também não tenho de ficar me explicando sobre o motivo de ter ou não espalhando a porra da notícia. Vocês que ajudem a garota a cuidar dessa criança agora. Ninguém mandou meter onde não era chamado, né? ’ Proferiu, irritadiça. Ela já estava cansada de quantas pessoas vieram lhe falar que não deveria ter feito, ou que não deveria ter falado. Era uma notícia. Se pedisse autorização, certamente não teria. Ao menos, agora, Saxa poderia enquadrar todos os homens antes que fugissem. ‘ Ah, claro, o caso com Zane fui eu e não aquela fada maluca. A IST não foi as garotas da Ralien. Que você dorme com metade da escola não foram suas constantes insinuações sobre sua vida sexual, também. Você acha que eu tenho tempo de ficar inventando boato? Você mais do que ninguém deveria saber que quando eu quero saber algo, eu não fico inventando boato pra ficar correndo por corredor, eu vou atrás. Fiz com Saxa, fiz com você, fiz com o Upland, e fiz com boa parte das pessoas dessa escola. Eu não fico inventando boato, Njord. Eu sou muito melhor do que isso. Me dê ao menos o crédito real que eu mereço nessa porra. ’
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amordemaeve · 4 years
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amordemaeve · 4 years
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menamcra​:
Casa. A palavra tinha sabor, som e cores; e era inegável que sentiria-se grata ao voltar ao palacete da família em Arcadia, não fossem as circunstâncias que levaram a viagem. Desaparecimentos… A palavra tinha gosto metálico na boca de Amora, que ainda tentava lidar com o repentino sumiço de alguns colegas. Aqueles que dividiam o quarto com a aderense, poderiam atestar seu empenho em não esquecer-se, em descobrir o que havia acontecido. Fato é que Lumière havia surtado, solicitando que a filha voltasse o quanto antes, fazendo com que sequer se despedisse. E ela aceitava a culpa que Maeve lhe entregava, assentindo suavemente. Deveria ter escrito, ou mandado um sinal de fumaça. Qualquer coisa. Por isso, ouviu calada, estalando de leve a língua ao pedido de desculpas alheio, contudo, este fora logo ignorado. ❝—— Você ao menos tem se alimentado direito? ❞ Reparava na sereiana o bastante para notar a clavícula mais à mostra e as maças do rosto mais proeminentes. ❝—— Eu sinceramente sinto muito por não ter estado aqui. ❞ Mordiscou o lábio inferior, aproximando-se apenas para capturar as mãos dela com as próprias, na intenção de afagar em sinal de consolo. ❝—— Mas me diga, o que andou aprontando no jornal para reclamarem? E, mais importante: ainda tenho minha coluna? ❞ 
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Não era justo — em um sentido do que era justiça, embora fosse desconhecido para Maeve o conceito em sua plenitude — que cobrasse aquela resposta; que acusasse Amora por algo quando era dona da própria vida. Mas, ainda assim, acabara fazendo, embora, pouco tempo depois, tenha ignorado já que Knox não deu continuidade ao assunto. Com a pergunta, porém, acabara dando de ombros, sem se importar com a percepção alheia do quanto emagrecera. ‘ Eu não tenho fome. ’ Tornou a repetir o que era, no final do dia, uma verdade. ‘ Você estar aqui apenas faria com que fosse apenas mais uma pessoa com a qual eu ficaria preocupada. ’ Flexionou os dedos, expirando enquanto o corpo era guiado para um banco, ao lado de alguns armários. Acabara por se sentar e chamar Amora com algumas batidinhas ao lado. ‘ Sua coluna está a sua espera. ’ Piscou com um meio sorriso, lembrando-se de tudo que fizera nos últimos meses. ‘ Saxa está grávida. E toda a escola ficou sabendo através do Folha. Eu descobri, escrevi a matéria e tudo. E então surgiu a ideia de um bolão para saber quem era. O pessoal do jornal foi citando nomes e colocamos todos. Njord, Neevan, Soren... Depois você pode discutir o quanto isso não foi nada feminista. ’ Ainda que o sorriso tenha sido de escárnio — afinal, era extremamente seletivo quando as colegas de instituto falavam sobre o tal feminismo; serviam para uma classe — acabara o lançando para Amora antes de sua face ficar séria novamente. ‘ Antes disso, saiu namoros, traições, brigas e essas coisas. Mas essa é a mais importante, acho. Mas vivem me enchendo o saco como se só eu estivesse lá. ’
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amordemaeve · 4 years
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trcmainc​:
‘ Interprete como quiser. ’ era a melhor resposta que Laurent poderia dar, ao menos, ele escapava de comprometer-se com insinuações que poderiam ofender a garota e agir desse modo o isentava de culpa para sua eventual irritação, o que não tardou a aparecer. ‘ eu não disse nada. ’ moveu-se o corpo e ergueu as mãos em um gesto de rendição, como se não tivesse dito nada, mas se ela queria interpretar daquela forma. ‘ por que seria falta de educação não me importar, ainda mais sabendo que todo mundo se fodeu na volta da excursão. ’ ergueu o pulso engessado como para simbolizar o que ele queria dizer. ‘ Ótimo, fico feliz por você. ’ abriu um sorriso gentil em direção a sereia, mesmo que ela ainda o estivesse lhe tratando com rispidez. ‘ quer me falar o que aconteceu com você, ou, podemos voltar a pauta da sua vibe Leo Dias? a escolha é sua. ’
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O temperamento de Maeve não era desconhecido e, talvez, fosse realmente mais interessante que as mãos alheias tenham mostrado rendição. Ainda assim, não havia agrado no que ocorrera; mantinha-se com o mesmo vinco entre as sobrancelhas, ainda irritada. ‘ Não seria falta de educação, mas se você não se importa, não deveria fingir que se importa. ’ Colocava palavras na boca alheia, afinal, nunca dissera que não se importava; mas assumiu que era a verdade, pois, como ela não se importava com pessoas desconhecidas, Laurent — conhecido por ela apenas caso fosse minimamente interessante em seus afazeres cotidianos — também não o faria; e, principalmente, quando a pessoa em questão era alguém como Maeve: não tentava ser minimamente agradável. A pergunta seguinte lhe fez pender a cabeça para o lado, um sorriso desdenhoso desenhando seus lábios; porém, Maeve ponderava. O que havia acontecido a ela era bem maior do que conversar sobre sua tendência a fofocar sobre a vida alheia. E, no final, Maeve estava cansada. Tão cansada que poderia dormir sentada, mas não apenas fisicamente; emocionalmente, também, estava um fiasco. E, ainda que tenha alugado um curandeiro de saúde mental por um tempo, ainda se sentia sozinha. Cômico que tenha chegado ao momento que, após tanto tempo por sua própria conta, tenha se habituado a ter com quem conversar sobre o que não falava, ou pensava. Acostumara-se tanto a fugir do que sentia que, agora, sem ter para aonde ir, recaiu sobre a possibilidade que sempre fora óbvia demais. ‘ O quanto eu posso confiar em você, Laurent? ’ Havia um quê ameaçador em seu olhar; um brilho que indicava que depositar tal confiança em alguém era, na verdade, problemático, pois não aceitaria ser traída.
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amordemaeve · 4 years
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notmaddiecine​:
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—Eu tomaria até… Mas não me disse o que tomar.  — Concluiu com uma expressão confusa, observando a outra com certa curiosidade,quase como se fosse uma espécime rara.  —No, no, no… Como eu esquecer poderia se de pedir acabou? —  Indicou com um sorriso divertido no rosto, como se explicasse aquilo para uma flor falante que nunca havia saído do mesmo lugar. Só então, entendeu que a Imrense estava de mal humor, o que fez se levantar em um pulo, em seguida ela deu uma estrelinha e contornou a filha de Úrsula de forma saltitante.  —Do you wanna kill the rage inside of you? Ou dor é o que tem? Nisso um jeito podemos dar também, posso mandar tudo isso pro além, mas na sua cabeça deixar-me entrar também.  
Poderia ter repetido a ofensa, mas percebeu que seria inútil. Não adiantaria nada e apenas se irritaria. Conquanto, embora conversas subjetivas e abstratas fossem até toleradas em outros momentos, agora Argyris não possuía paciência o suficiente para tal. ‘ Por que vocês vêm até mim quando eu tô sem saco? ’ Não precisava de uma resposta; era apenas uma verbalização da frustração. ‘ Ai, porra, você fala rimando também? Que país cheio de merda alucinógena é as Maravilhas? ’ Passou os dígitos no rosto, compreendendo o que a rima queria dizer e dando um passo para trás. ‘ Você não vai entrar na minha cabeça! ’ Aquilo era, para além da óbvia dificuldade em se relacionar com os cidadãos do País das Maravilhas, uma reação para o modo como fora criada. Úrsula sempre lhe alertara para possibilidades como aquelas — como também sempre assistira à mulher a ludibriar pessoas o suficiente para temer que acontecesse com ela. ‘ Se você entrar na minha cabeça algum dia, eu juro... ’ a ameaça fora proferida com o dedo em riste, embora, ao longe, Maeve fosse capaz de ouvir o barulho de algo lutando com o metal. Tivera tempo apenas de empurrar a loira para o canto antes que um raio passasse por ambas, atingindo os armários de alguns primeiranistas. ‘ MERDA! ’ Eco de seus pensamentos, a fala não fora proferida por ela, mas um funcionário. ‘ Que inferno de poder! ’ Agora era ela. Afastou-se da garota, um tanto irritada com a loira, mas mais irritada consigo mesma.
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amordemaeve · 4 years
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yourhghness​:
“ Cara, por que você tem que ser grossa para um caralho sempre? E eu vou reclamar, sim, porque duvido que mais alguém tenha contribuído com aquela palhaçada de bolão ”  acusou, sem o mínimo de tato, o tom de voz aumentando em progressão à medida que deixava mais evidente sua insatisfação. Com tudo o que tinha acontecido na ilha e depois, ele não tinha tido a chance abordar a sereia, mas agora que já tinha deixado a enfermaria não a pouparia.  “ Você não merece mimo nenhum. Você merece… Argh, eu nem sei o que você merece. O que é que tinha na cabeça fazendo aquela matéria sobre a gravidez da Saxa? Eu digo pra você afastar boatos sobre mim e você vai lá e inventa outro? ”
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‘ Porque eu sou uma grossa do caralho sempre, Njord! Metade da escola já sabe, não aja como se eu tivesse lhe enganado! ’ Despejou uma irritação ainda maior em suas palavras, revirando os olhos ao findar da própria fala. ‘ E eu apenas descobri o que tava rolando com a Saxa, otário! O único nome que eu coloquei foi o nome de Neevan porque todo mundo sabe do histórico. O resto do jornal que foi colocando pessoas. A culpa não é minha se você enfiou seu pinto nela e pode ser pai! ’ Proferiu a frase final, entredentes, inclinando-se para frente. ‘ Devo te dar os parabéns? ’ A pergunta saíra por fim, sarcasticamente, embora não tenha lhe respondido à pergunta chave: onde estava com a cabeça? Bem... Não estava. Não pensou, na verdade. ‘ E eu afastei boa parte dos boatos, Njord. ISTs, gay, clube estranho lá... Todos os boatos possíveis. Esse não foi possível, mas é só esperar uns dias. ’
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amordemaeve · 4 years
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viradonojawari​:
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❛❛ —— Eu não sei. Me diz você, Maeve! ❜❜ Em algum lugar da mente de Jawari aquilo tinha soado como uma boa resposta, mas, sem comentários, era melhor apenas seguir em frente. ❛❛ —— Por que vocês gostam de subestimar o primeiro ano? Eu escuto muito mais coisas que você, ainda mais em bailes quando a galera fica bêbada e acha que qualquer um com menos de quinze anos é tapado pra não entender as conversas. ❜❜ O príncipe praticamente entregou uma mina de ouro a sereia quando soltou aquela frase e ele fizera aquilo totalmente consciente, já que aquelas informações jamais sairiam de graça. ❛❛ —— Eu não sou criança. ❜❜ O garoto praticamente silabou a última palavra, tentando manter o olhar alternado era a obra que era feita em seu braço e o rosto da sereia. ❛❛ —— Ah, vai sim! ❜❜ Concordou assim que pegou a caneta de volta, levando-a até a boca para que pudesse tirar a tampa para destampá-la e usar a mão boa para fazer um enorme X no “não” na frase escrita pela imrense. ❛❛ —— Eu acho que ficou melhor agora. ❜❜ Ele comentou ao curvar os lábios em sorriso sacana. Jawari realmente não tinha jeito! 
‘ Ah, garoto, pensa um pouco. ’ Já que queria se provar tanto, não seria ela a lhe dar a resposta mastigada. Que chegasse a conclusão por sua própria conta. ‘ Sua mãe sabe que você tá indo para festinhas de adulto? ’ O sorriso era resignado, afinal, não poderia fazer nada com aquela informação — era uma criança —, porém, era engraçado ver a reação. No mais, prestara a atenção na fala de Jawari, e poderia utilizar em outro momento, mas parecer desinteressada era melhor para quando quisesse saber. ‘ Você tem quantos anos? Doze? Não é a idade de uma criança? ’ Ela o provocou enquanto observava sua ação de colocar um x sobre o não. Protestou com um arfar, embora, automaticamente, tenha se utilizado da aversão alheia para, novamente, reafirmar a provocação. ‘ Criancice. Infantilidade. Sim, você é uma criança. ’
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amordemaeve · 4 years
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a-hood​:
❝ — É verdade… — ❞ Franziu a testa enquanto fazia um biquinho de lado ao ponderar sobre aquilo. Sabia o quão perigoso poderia ser aquele mundo onde os lordes se isolavam para o restante de Mítica, fechando os olhos para diversas questões bem mais importantes do que ampliar as próprias riquezas. Porém, havia outras questões com as quais poderia ocupar a mente para conseguir se manter sã pelos próximos dias e Maeve era ótima em descobrir as coisas, por isso alargou o sorriso diante da perspectiva de retornar ao clube. ❝ — É eu também não vou tem um bom tempo… Se você descobrir como está seria ótimo! E pode deixar, irei me recuperar completamente antes de qualquer coisa. ❞
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‘ Tá, assim que eu descobrir te dou um toque pra você fazer sabe-se lá o quê. ’ Murmurou enquanto, por impulso, os dedos esfregaram os olhos. Não notara o quanto estava cansada até que, finalmente, parou. Maeve tomava uma quantidade exultante de cafeína, forçava-se a ficar acordada, movimentando-se para se distrair. Dormir poderia ser algo útil, mas, sempre que fechava os olhos, sua mente era invadida por imagens que ela nunca pensou que pudessem abalá-la como fazia agora. ‘ Tá, Alexis, eu vou ter de ir. Vou visitar a Melena. ’ Mentira. Ela não iria até à enfermaria. Ela queria se manter em movimento. ‘ Não faz merda enquanto não estou olhando, beleza? ’
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— encerrada.
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amordemaeve · 4 years
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notmaddiecine​:
 Se estava ouvindo a conversa de Maeve, ela já não se recordava de uma palavra sequer, ela não tinha espaço para o mal humor, mas não fazia ideia se havia o matado naquela manhã também ou não.  —Ou posso desmaiado só tê-lo feito…  —  Ponderou para si mesma, naquele dia, resolveu que não andaria pelos corredores isso parecia banal e chato demais, por que não se arrastar pelo chão? Madison apenas ignorava os olhares estranhos, estava sendo divertido para si e dava um descanso para suas curtas perninhas. Virou então, sua atenção para a a Imrense com um brilho no olhar, se movendo para mais perto dela.  —MIMO?! Eu posso te oferecer algo de qualidade boa… Seria a testar a primeira. 
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‘ Ah, vai tomar no seu cu, vai. ’ Comentou na direção da loira, sem paciência para criaturas do País das Maravilhas naquele dia. A forma como pareciam querer irritá-la ainda mais era o suficiente para que perdesse um pouco de calma que havia em seu cerne. ‘ Esquece o que eu pedi alguma coisa. ’ Logo acrescentou. Não precisava de nada que viesse de alguém que se arrastava em um chão tão sujo, não é mesmo? Quanto mais ela pedia, mais gente doida o Narrador mandava para sua vida. Sinceramente... ‘ Vou rir quando você sair da enfermaria com um micróbio nesse rabo que você não para de arrastar no chão. ’
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amordemaeve · 4 years
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menamcra​:
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❝—— Eu me retiro por uns dias, pensando que a saudade seria importante para nós, e você me recebe dessa forma? ❞ Deixou que o gracejo escapasse, a medida em que afastava-se da soleira da porta, aproximando-se da sereia. Só de estar no mesmo ambiente ela já sentia a influência de Argyris sobre si, sendo algo impossível de contestar ou ignorar. ❝—— Estou sem mimos no momento, mas podemos ir para a cozinha. E eu preparo o que desejar. ❞ Propôs, parando à poucos centímetros da morena, o olhar vacilando, inspecionando o que podia dela, para se certificar de que estava bem. ❝—— Fico feliz em saber que já está melhor. ❞
Em meio à cólera, Argyris fora capaz de distinguir o timbre que acreditara ter sido esquecido por ela, mas que, por mais estranho que fosse, ainda estava vívido em sua cabeça. Girou em seus calcanhares, a face esquadrinhando os fios loiros, as maças do rosto proeminentes, os olhos levemente caídos... Recuperou-se a tempo de ouvir seu comentário, certamente uma brincadeira retórica, mas que acabara respondendo. ‘ Ah, claro, eu deveria responder como? Você está recebendo exatamente o que merece depois de ter sumido por semanas. ’ Indicou com um arquear de suas sobrancelhas, percebendo-se mais incomodada com o sumiço alheio do que deveria. Hmmm. Acabara expirando, colocando o indicador no nariz e o massageando por um momento. ‘ Tá, foi mal, eu estou estressada. Bem estressada. ’ Comentou com um olhar inexpressivo. ‘ Não tenho fome. ’ Negou rapidamente. Era verdade. Maeve não sentia fome, mas aquilo a acompanhava havia semanas. Comia pouco, dormia pouco, estudava pouco, não focava... ‘ Bem melhor. Melena ficou com a pior parte. ’
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