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Paulo Mendes da Rocha
Qual sua origem e quais momentos considera importantes para a sua carreira?
“Nasci em Vitória (Espírito Santo) em 1928. Meu pai era engenheiro, sempre procurava fazer uma relação com a natureza, o que de certa forma me influenciou muito. Minha formação em Arquitetura e Urbanismo ocorreu em São Paulo no ano de 1954 na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Obtive destaque ainda muito novo, aos 29 anos, quando venci o concurso para o Ginásio do Clube Atlético Paulistano. Entre 1960 e 1961 realizei vários projetos de escolas públicas, na qual também ingressei como professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP. A construção da minha residência em 1964 é fundamental para mim, localizada no bairro do Butantã em São Paulo.”
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O que é arquitetura para você?
“A arquitetura está em constante transformação, é um processo histórico lento e demorado. O moderno sempre traz consigo traços do passado, pois é exatamente esse o intuito. Ela não nasceu do nada, foi surgindo pouco a pouco simultaneamente com as experiências e modificações do homem, da sua forma de viver e se relacionar. Não posso me esquecer da natureza, que assume um papel fundamental, afinal tudo é construído a partir dela e a sua forma deve ser respeitada.”
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Como foi a criação do Museu Brasileiro de Escultura (MuBe)?
 “Esse projeto foi fruto de um concurso público em São Paulo. O terreno anteriormente estava destinado para ser um Shopping Center, mas um grupo de moradores conseguiu mudar essa situação e o terreno foi doado à prefeitura que promoveu o concurso. 
  O terreno tinha cerca de 7 mil metros quadrados e para a construção fiz com que suas fachadas se desdobrassem em múltiplos planos, onde não há elevação principal, lateral, frontal. Assim, sendo formado por uma elaborada sucessão e interrupção de superfícies, estabelecendo uma relação com as duas vias públicas, semelhante a um passeio ou um singelo parque-jardim. Os dois pavimentos do museu formam duas praças, uma alta e outra baixa.
  Na cota mais baixa do terreno, fiz a praça de entrada revestida com mosaico branco, contrapondo com a gravidade da massa de concreto que desce verticalmente sobre ela. Na cota mais alta fiz um espelho d´água no ângulo extremo do lote, recortando o piso da praça superior. Uma das maiores características desse projeto são as dependências semi-enterradas, onde projetei grandes salões para exposições, mantendo a continuidade exterior-interior, mediante rampas, escadas e aberturas zenitais e laterais que oferecem luz natural ao interior da construção. Na parte externa, o paisagismo quem fez foi Burle Marx e também serviu de pano de fundo para as exposições e atividades ao ar livre.” 
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Flávio de Carvalho
Vamos começar do começo, onde você nasceu e como sua história na arquitetura se iniciou?
“Eu nasci dia 10 de agosto de 1899 em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, me formei engenheiro-arquiteto, creio que a maioria me conhece como grande representante do movimento modernista, mas também sou desenhista, pintor e performer. Eu amo pintar, ver teatro e fazer figurinos e performances, o que me deixa mais feliz é exaltar o experimental e a total fuga das regras e formas academicistas de cada arte.”
Realmente, essa influência artística é perceptível! Por que você adotou esse seu estilo também na arquitetura?
“Bom, o meu estilo é bastante peculiar, eu gosto dos traços do surrealismo, cubismo, do expressionismo alemão, além de um grande apego ao polêmico e renovador. Tenho como ideia a antropofogia pura, releitura de movimentos artísticos europeus, para a sociedade brasileira, sempre busquei um contato direto com o espectador. Meu interesse era despertar a reação psicológica em quem visse meus trabalho.”
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Como foi projetar o Palácio do Governo e participar do Congresso Pan-americano de arquitetos? 
"O meu projeto da nova sede do Palácio do Governo em São Paulo destacou-se entre os concorrentes, principalmente pelo aspecto monumental do edifício, optei pela decomposição dos volumes e pela intensidade dramática imaginando uma verdadeira fortaleza. Logo depois, quando fui conferencista no Congresso Pan-Americano de Arquitetos com "A Cidade do Homem Nu", meu objetivo central era enfatizar minha tese ligada ao movimento antropofágico do homem despido dos preconceitos da civilização burguesa."
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Qual de suas performances deu mais polêmica?
“A mais polêmica foi a vez em que eu sai do ateliê na Rua Barão de Itapetininga e andei pelas ruas do centro de São Paulo, vestindo uma roupa pouco comum: era uma saia verde , sandália de couro , uma meia arrastão e uma blusa amarela de mangas curtas. A ideia era propor uma vestimenta mais adequada ao clima de um país tropical e, também, criticar o uso de roupas que são ditados por países europeus sem qualquer questionamento. Mostra também um ato de rebeldia quanto às normas da sociedade.”
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Qual foi sua mentalidade ao fazer o conjunto no Jardim Paulista?
“Bom, o conjunto é formado por dezessete casas, sendo dez delas voltadas para a Alameda Lorena e para a Alameda Ministro Rocha Azevedo e sete casas no interior do conjunto, acessadas por uma rua interna. Estas casas situadas no interior do conjunto são casas geminadas, mas as voltadas para as alamedas são independentes volumetricamente e estruturalmente.
A questão do conforto físico, “casas frias no verão e quentes no inverno”, é um pouco suspeito, pois todas as casas apresentam plantas com organizações e disposições semelhantes, que mudam de orientação na implantação sem relação à insolação. Mesmo as questões das aberturas e de materiais teriam que ser revistas enquanto conforto ambiental, nenhum estudo anterior apresentava a posição do norte, sendo esta verificada a partir de mapas da cidade.”
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Qual era a ideia para o projeto da Residência Flávio de Carvalho?
“Eu considerava como síntese do meu pensamento arquitetônico para essa construção, que a decoração fosse tão importante quanto a arquitetura exterior! A frente do edifício tem a forma de um trapézio alto; e seu interior é um grande salão sem divisórias, com cortinas de panos coloridos que dançam com o vento. Os banheiros e a cozinha são revestidos com chapas de alumínio, material considerado extremamente moderno. Ela possui também uma lareira com cúpula da mesma matéria-prima pensada para soltar fumaça colorida, fato que, por si só, comprova a imaginação e irreverência do arquiteto.” 
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João Batista Vilanova Artigas
De onde você veio e como iniciou sua carreira como arquiteto?
“Nasci em Curitiba, Paraná em 1915. Por ser uma criança que gostava muito de desenho e matemática, me formei Engenheiro-Arquiteto pela Escola Politécnica da USP, em 1937. Logo após, em 1944, abri meu próprio escritório.“
A sua influência na arquiteturas é indiscutível, quais os prêmios que já recebeu?  
“Recebi os prêmios: Jean Tschumi em 72, por minha contribuição ao ensino da arquitetura e os Auguste Perret em 85, pelas obras construídas.”
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Qual a sua relação com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo? 
“Assim que Retornei dos Estados Unidos, participei da criação da FAU/SP, articulei projetos que se tornaram as linhas mestras da Escola Paulista, incluindo o edifício da FAU/SP. 
Me tornei professor e grande precursor do curso de Arquitetura, no entanto, em 1969, fui desligado da FAU em virtude do AI- 5. Depois de participar de um concurso para professor titular, em 1974 voltei a minha posição.”
Qual a sua relação com os cursos de arquitetura como um todo? 
“Sempre fui muito engajado na política de regulamentação de arquitetura. Acredito que os cursos de arquitetura e engenharia devem ser separados. Participei das reformas do ensino, buscando criar uma formação mais completa para o arquiteto colocando a tona as matérias de artes, cultura e sociedade. E essas linhas de ensino influenciaram muitas escolas de arquitetura. Eu fui vendo que era preciso fazer um curso que ensinasse as coisas concretas da vida do arquiteto.”
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Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa
De onde você veio e como iniciou sua carreira como arquiteto?
“Fiquei conhecido como Lúcio Costa, nasci na cidade de Touln, França, no dia 27 de fevereiro de 1902. Estudei no Royal Grammar School, em Newcastle, Inglaterra e no Collège National, em Montreal, Suíça. Em 1917, quando voltei ao Brasil, ingressei na Escola Nacional de Belas Artes, e concluí o curso de arquitetura e pintura, em 1924.
Entre os anos de 1922 e 1929, mantive um escritório de arquitetura, em sociedade com Fernando Valentim.”
Qual foi a sua relação com a Escola Nacional de Belas Artes? 
“A convite de Rodrigo Melo Franco, fui nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes, tinha como objetivo de implantar um curso de arquitetura moderna. Convoquei Warchavchik para dirigir o ensino de arquitetura e criei o salão livre de artes plásticas, que encampou oficialmente as experimentações artísticas.
No entanto, minha ação provocou reação violenta de professores e acadêmicos, que culminou com meu afastamento após uma greve que durou por meses.”
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Já havia trabalhado com Niemeyer antes de BrasÍlia ? 
“Por volta de 1938, venci o concurso para o projeto do "Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque", mas propus que fosse escolhido o projeto de Oscar Niemeyer, segundo colocado, por julgá-lo melhor.E com isso o pavilhão foi  projetado por nós dois, com a colaboração do norte-americano Paul L. Wiener. Além de muitos outros projetos que colaboramos juntos.”
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Como foi trabalhar no Projeto de Brasília?
“Fiquei muito feliz ao vencer o concurso nacional para o plano-piloto de Brasília, a nova capital do Brasil, a cidade seria construída no centro geográfico do país, em uma área do estado de Goiás. Vista de cima, a principal área da cidade é descrita frequentemente como tendo o formato de um avião, mas a minha  proposta inicial era de que se assemelhasse ao sinal da cruz, mas um dos eixos teve de ser  arqueado para se adaptar ao relevo da região
Trabalhei junto com Joaquim Cardoso, Oscar Niemeyer, entre outros. As principais edificações foram criadas pelo Oscar Niemeyer. 
Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960, com uma grande celebração.”
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Affonso Eduardo Reidy
De onde você veio e como iniciou sua carreira como arquiteto?  
‘’Nasci na França, em 1909, mas cresci no Brasil, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro. Sou Arquiteto urbanista, no Brasil, ingressei em 1926 na Escola Nacional de Belas Artes, onde me formei como engenheiro-arquiteto recebendo a Grande Medalha de Ouro(1930). Em 1929, ainda como estudante, fui designado para servir junto ao urbanista Alfred Agache na elaboração do Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, tendo passado posteriormente a seu principal assistente, onde permaneci até a extinção do escritório do Plano.’’
Como que surgiu essa paixão por Arquitetura?
 ‘’Minha paixão pela arquitetura apareceu logo cedo. Aos 17 anos  ingressei  na Escola Nacional de Belas Artes, me formei em 1930 com 21 anos.’’
Conte-me um pouco de como foi a sua trajetória?
‘’No de 1934, realizei um projeto para a Escola Primária Rural Coelho Neto, trabalhei em parceria com a engenheira Carmen Portinho. Em 1936, me integrei a equipe que, sobre a liderança de Lucio Costa, em 1944 venci, junto com Jorge Moreira o concurso para a sede administrativa da Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Entre 1944 e 1945 ocupei o cargo de vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). Em 1948, me tornei diretor do Departamento de Urbanismo da Prefeitura do Distrito Federal e coordenei o projeto de urbanização do Centro do Rio de Janeiro, que foi base para o desenvolvimento posterior do Aterro e Parque do Flamengo.’’
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Quais foram suas principais obras? 
‘’Em 1936, fui convidado para fazer parte do projeto do Ministério da Educação e Saúde, atual Edifício Gustavo Capanema, o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, localizado em São Cristóvão (RJ), projetado em 1946, teve como objetivo abrigar funcionários públicos do estado e o Museu Carmem Miranda, com o objetivo de ser um espaço para recreação e lazer.’’
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David Libeskind  
De onde você veio e como iniciou sua carreira como arquiteto?
“Eu sou da cidade de Ponta Grossa, Paraná, nasci lá em 1928 dia 24 de Novembro, mas logo me mudei com a minha família para Belo Horizonte em 1929. Eu frequentava cursos de desenho e pintura e logo cedo comecei a demonstrar habilidades artísticas que, depois, foram muito úteis para minha carreira. 
O projeto da Pampulha por Niemeyer foi muito marcante para mim, que morava na capital. Então, em 1947, iniciei meus estudos em arquitetura na Universidade Federal de Minas Gerais. Na faculdade tive aulas com Sylvio Vasconcellos, que me convidou para trabalhar no Sphan (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e em 1952, me mudei para São Paulo com duas cartas de recomendação de Vasconcellos, onde tive maior contato com a arquitetura moderna e com arquitetos influentes do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil.“
Como você define seu trabalho?
“Sempre fui centralizador e perfeccionista o que me custou um pouco de tempo a mais em que talvez eu pudesse ter produzido mais, mas aquilo que fiz, fiz com esplendor. A caneta e o papel foram meus maiores instrumentos de trabalho, tudo ‘passava por minhas mãos’ e eu estava sempre rodeado de arte, mas o Parkinson me tirou isso no final da carreira e transformou um Imac no meu maior companheiro onde pude reviver o trabalho das décadas anteriores.” 
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Qual é a sua relação com o Conjunto Nacional?
“Eu tenho um grande amor pelo Conjunto Nacional. Objeto absolutamente inquietante do ponto de vista da escala, propõe uma abordagem de uso e ocupação do solo da cidade para afirmar-se como ponto de inflexão da estratégia de ocupação do lote.
Ele foi distribuído em dois grandes volumes um horizontal e outro vertical que se desenvolve sobre pilotis. 
Nesse sentido, a transição que se estabelece entre o espaço público do passeio e o térreo do edifício, promove relações ímpares nesse novo lugar criado pelo diálogo estabelecido com o espaço coletivo. A cidade em expansão acolheu o edifício, espécie de simbiose urbana.”
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Como foi sua experiência com projetos residenciais?
“Logo após minha chegada a São Paulo, projetei algumas casas que foram muito marcantes. Eu tinha uma forte tendência para projetos residenciais!
A primeira foi a Spartaco Vial em Sorocaba. A declividade acentuada do terreno me fez dividi-lo em duas partes, um corte que foi resolvido com um muro de arrimo. O volume da casa se apoia em uma plataforma feita na cota mais alta do terreno, a residência então possui um nível com entrada pela varanda através de uma escada. Como formato temos então um prisma ortogonal, de sessão retangular, que ora repousa, ora se lança sobre a pendente do terreno.
A segunda foi a residência Antonio Mauricio da Rocha, um grande amigo meu da faculdade. Novamente tomei como ponto de partida favorável a inclinação do terreno, projetando a casa 70 cm acima do solo no lado dos dormitórios, dando a sensação que a casa estava flutuando em seu formato retangular. O projeto se distribui de forma fluida, com a integração plena entre os setores social, íntimo e de serviços garantida pelo vestíbulo de acesso principal , onde se pode atingir qualquer setor da residência sem cruzar os demais mas ainda garante seu perfeito isolamento.
Depois dessas projetei mais alguns projetos residenciais como a Residência Germinal Ortiz Garcia, Joseph Khalil Skaf, Natan Fearmann, David Libeskind, e a Aron Birmann que são muito importantes também.”
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