Tumgik
condomino33 · 6 years
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[ tudo o que o olho alcançar e o que ninguém escutar te invade sem parar te transforma sem ninguém notar frases, vozes, cores ondas, frequências, sinais o mundo é grande demais coisas transformam-se em mim por todo o mundo é assim ] (em Praia Pereque-Açu)
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condomino33 · 7 years
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Carta de um futuro próximo
Acorda Heitor
Ei
O carnaval já acabou e você dormiu a quarta-feira de cinzas inteira
Acorda Heitor
Ei
Tá na hora de levantar, parar de pensar tanto e agir.
Viver é melhor que sonhar.
E a vida começou já tem um tempo, você sabe.
Sente-se parado no tempo enquanto a vida passava pelos olhos.
Você vai perceber logo que isso não é um sonho. Vai parar de misturar ilusão e realidade. Assim esperamos, não é?!
Parece que sempre vai ser duro. Ou triste.
Parece que é assim mesmo.
Parece que sempre foi assim
Uma realidade ilusória.
Um desespero sem fim de ser iludido. De estar imerso em um mundo de sonhos em que todos são felizes e todos os buracos foram tapados, preenchidos; todas as intensas dores foram sanadas e não há mais o que sentir a não ser paz. Imensa paz.
<Ilusões>
Heitor, esteja atento aos sinais, a lua já chegou em câncer e a vida vai continuar triste, bela e ilusória como sempre foi.
Chega de dormir enquanto a noite não dura, ou quando a chuva  não cai, ou quando não se recebe mais mensagens na madrugada. Tudo está passando e você, meu amigo, está correndo o risco de ficar pra trás.
Tente olhar mais para frente, menos para o chão.
Controle teus anseios e não segure teus choros.
Essa vontade incansável de estar com outros, de estar em outros, de dividir esse desespero que é estar vivo;
ter o pedaço de outro alguém e ter seu pedaço nele também - essa vontade talvez passe, talvez não.
Contudo, meu caro sentimental, é sempre necessário lembrar:
vieste à esse mundo com nada e irá embora com nada.
A solidão estará sempre com você, acostume-se a ela.
Fique bem.
Caio
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condomino33 · 8 years
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Praça
* ele estava sentado na escadaria da Praça Roosevelt *
- Alô?... Oi Nicolas. - Oi. Você já tá indo embora? To chegando já.
- sentado na escadaria -
- Eu só estava acompanhando meu irmão. Já estou voltando pra Praça. - Beleza. Vou te esperar em frente ao teatro.
- da Praça Roosevelt -
e desligou.
o Nicolas é um garoto que eu conheci na internet, num aplicativo. A gente já se fala há mais de um mês. Ele sempre me chamava pra sair, mas eu resistia um pouco. Hoje me dei uma chance de conhecê-lo melhor. - Eu to voltando pra Praça Roosevelt - Será que eu vou reconhecer ele? Sempre tenho esse medo, de não reconhecer a pessoa e ser pego de surpresa, ou de saber quem é, mas não lembrar o nome. A praça já tá esfriando, no fim de noite. Mas é incrível como continua muito movimentada. Eram já 11 da noite. Cruzei a praça meio nervoso. curioso. inquieto. Era a primeira vez que eu ia manter uma conversa não virtual com ele. Era a primeira vez que eu ia reparar suas feições, seus detalhes. Era a primeira vez que
eu ainda estava em duvida se eu gostava dele.
E ele estava lá sentado na escadaria da  Praça Roosevelt olhando para o celular enquanto fumava um cigarro.
Eu cheguei perto e encarei seu perfil até que ele me encarasse de volta. Ele me viu. me fitou de cima a baixo e voltou a olhar o celular. Eu sentei ao seu lado sem dizer nada. Ele continuou a olhar o celular.
- Boa noite. disse - Boa noite, ele responde - você tava muito longe? - Não. Fui só levar meu irmão no ponto de ônibus. Não é longe.
Ele acena com a cabeça. Oferece-me um cigarro. Eu recuso. Conversamos. conversamos sobre coisas bobas, implicamos um com o outro, brigamos até certo ponto... Eu tinha percebido que o Nicolas era meio implicante quando conversamos no aplicativo, mas esperava que ao vivo fosse mais ameno, e não era. 
Começava a me incomodar, suas implicâncias. Mas não foi um momento ruim, foi só difícil. Eu gostava dele, de certa forma. Eu sabia que não era amor, ou uma paixão platônica, como a Ciça, mas era um momento... que me agradava. Fazia tempo que eu não ficava flertando com alguém. Acho que eu me levei pelo embalo e pela excitação do ato e fiquei bem, mesmo tendo que aguentar as criancices do Nicolas.
E ele acaba se portando como criança mesmo. Fomos a um fast food comer coxinhas e ele se mantinha num estado eufórico infantil, falando muito, me perturbando, rindo alto. Aquilo me incomodou muito, me tirava do sério. peguei uma bandeja e bati em sua moleira, no topo da cabeça. - Para, menino! - exclamei e comecei a rir. O Nicolas havia se espantado. Não foi uma batida forte. Eu não pus força, foi uma batida leve. Mas funcionou, pois o Nicolas havia sossegado e eu continuei a rir dele.
Estávamos esperando as coxinhas, quando ele disse algo que eu não havia entendido, pedi para que ele repetisse.
- Aquele casal é fofo. Eles se beijam assim
E me beijou. Foi um beijo leve. quase um selinho. Eu espero que ele não ache que eu ia me contentar com aquele beijo fajuto. Comemos as coxinhas, fomos para o ponto de ônibus.
- Você mora longe daqui, Heitor? perguntou
Estávamos na Consolação.
- Não. Tem um ônibus que passa aqui que me deixa na porta de casa em 20 minutos. respondi
Ele reagiu meio estranho. Eu sabia que ele morava no Butantã e ainda pegava dois ônibus para chegar em casa. Mas eu não ia chamar ele para dormir em casa. Primeiro por que o Bernado podia estar em casa e segundo porque eu ainda não queria transar com o Nicolas.
- Você podia ir comigo para casa... - Acho melhor não. De domingo os ônibus pra minha casa demoram muito de passar - Menti.
Menti descaradamente. Mas eu queria mesmo era ir pra minha casa. Deitar na minha cama, estar no meu quarto, sozinho. Eu sei que eu nunca quero estar sozinho, mas estar sozinho já é cotidiano. Encerramos a conversa sobre casas e ônibus ali. Conversávamos agora sobre a cidade. Sobre os lugares conhecidos, os lugares não conhecidos, as preferências, as descobertas...
Nos beijamos. Nos beijamos ali, no ponto de ônibus, com mais três pessoas também à espera. Me incomodava estar num ponto de ônibus habitado, se pelo menos ele estivesse vazio... Mas foi ali que ocorreu nosso primeiro beijo. Ele voltou a comentar sobre irmos para uma mesma casa mas eu recusei. O ônibus dele passou e ele foi embora. O meu ônibus passou e eu fui embora. * Eu não tenho certeza sobre o que eu sentia pelo Nicolas. Mal nos conhecíamos, ele não fazia, digamos, o meu tipo, mas ele era muito gente fina, eu via alguma coisa minha nele. Enfim, decidi me dar mais chances de conhecê-lo melhor,  de ter um 'pré relacionamento' ou o que seja. Porque no fim a gente tinha o mesmo objetivo,
sexo.
* Meu apartamento tá escuro. Nenhum sinal de Bernado. o Nicolas poderia ter vindo para casa.
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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Tragos
- Então ele é o seu novo flerte?
Ela disse isso enquanto pousava seu recém tragado cigarro no cinzeiro. A fumaça ainda estava em seu pulmão quando ela me sorriu irônica e triunfante, com um olhar de superioridade e questionador ao mesmo tempo. Soltou a fumaça, ainda me olhando.
- Não, ele é a minha nova fantasia.
disse. E era a mais pura verdade.
- Hum, então, vocês não se falam muito?
Era estranho descrever essa sensação. De ter uma fantasia.
- Mais ou menos. Nos conhecemos. Conseguimos manter uma conversa. Mas não é aquele tipo de conversa que se estende por muito tempo. Tem uns silêncios que duram uns 10 segundos e depois eu ou ele abordamos outro assunto.
- É, não tem nada de flerte mesmo.
Olhei para baixo. Era verdade. Eu mantinha uma relação com ele, mas era pífia. falei
- É quase como se a gente tivesse querendo se beijar e se agarrar e...
- Transar! - Me interrompeu. Eu não tenho problema em falar sobre sexo, mas, naquele momento, quis ser subjetivo.
- É!.. Mas um não admite pro outro, sabe?
E no final era assim mesmo. Eu na minha timidez e retração cotidiana e ele... Ele ainda é um mistério pra mim. As vezes eu acho que ele só tá tentando ser legal e simpático, mas outras vezes eu acho que ele quer, mas quer que eu aborde primeiro. E eu não consigo abordá-lo sem ter certeza.
- Henrique?
- Ahn?
- Henrique, o nome dele?
- Ah, não, não. É Ricardo. O apelido é Rick.
Tomei o cigarro da mão dela. Fumar com a Lívia sempre foi mais prazeroso. Eu não comecei a fumar por causa dela, apesar de conhecê-la há bastante tempo. Mas depois que comecei a fumar, ter ela de companhia me ajuda muito. Parece até que estou fazendo a coisa certa, quando sei que não estou.
- Rick, pra mim, é apelido de Henrique, mas tudo bem. Você não me disse como se conheceram.
- Bom, ele é amigo do Bernado. Fizeram faculdade juntos. Só que o Rick tá desempregado hoje. Ele sempre vinha nas festas que o Bernado dava aqui no apartamento. Conheci ele aqui...
- Nossa, uma vez que você viu ele e já deu pra você fantasiar?
- Não né, Lívia?! Eu via ele nas festas da faculdade também, que não eram poucas. Enfim, numa dessas festas ele me deu um selinho.
Lembro muito bem disso. Eu ainda nem tinha certeza sobre minha sexualidade.
- Ahhhhhhh, mas agora chegamos na parte que me interessa - pegou o cigarro da minha mão e tragou - como foi isso?
- Eu tava na pista de dança com a galera da faculdade e ele também tava lá... Ele pegava a Melissa, lembra dela?  A amiga da Bia?
Ela só fez um sim com a cabeça e soltou a fumaça. Continuei
- Então, assim, do nada, ele se aproximou do meu rosto e me deu um selinho. Foi muito louco, porque eu não estava esperando aquilo. Nunca havia passado na minha cabeça que ele ia me beijar. Mas ao mesmo tempo, por um milésimo de segundo, eu fechei o olho. Foi muito rápido esse fechar de olhos também. Durou pouco mais que uma piscada. Era como se eu quisesse que ele continuasse. O que, de fato, eu queria.
- Gente! Mas ele é hétero? como é?
- Ele tava pegando a Mel, mas não sei. Inclusive, depois ele me explicou que ele e a Mel estavam em uma competição de quem dava mais selinhos na festa.
Aquilo me broxava. Me dava um certo receio.
- Ah, mas ele escolheu você pra dar o selinho né, Heitor?! Nem perguntou nem nada. Só saiu dando o selinho. Deve significar alguma coisa, não?
Ela tinha no olhar uma expectativa. Eu me contagiei.
- Não sei, Lívia. Talvez ele esteja confuso como eu estava. Você sabe como eu era.
- Se sei. E o pior foi que você não seguiu meu exemplo - Ela ria enquanto apagava o cigarro no cinzeiro.
Ignorei o comentário e prossegui.
- Então... Talvez ele só esteja meio perdido, como eu estava. Talvez falte alguém pra abrir os olhos dele...
- E esse alguém é você?
.recuei o corpo.
- Não sei... - dei de ombros - É. Talvez. "A sua imaginação esteja tão limitada por problemas reais..."
- Alguém abriu seus olhos, Heitor? - Ela disse procurando meu olhar.
- Ué, depois que você se assumiu, Lívia, percebi que só faltava eu.
Menti. Quando a Lívia se assumiu lésbica publicamente eu fiquei muito feliz por ela e pela parceira da época. Mas não foi aquilo que me fez querer experimentar minha outra sexualidade.
- Nossa, mas você demorou um tempo depois de mim, não foi?
- Foi, mas...
Meu celular vibrou. Peguei ele e tinha uma mensagem na tela. *Pode ser então. Te vejo amanhã. Beijos*
- Quem é?
Ela perguntou quase como se tomasse o celular das minhas mãos com seus olhos.
- Um cara aí que eu conheci na internet.
- Mas tu não dorme mesmo, hein, garoto?!. Fantasia com um cara, fica de flerte com outro. Vem cá... Tu ainda se considera Bissexual?
Antes de eu interromper ela veio
- E aquela tal Ciça? Que que deu?
- Você tinha que mencionar esse nome, né? - interrompi.
- Desculpa... É ...
- Esquece. Tudo que eu quero saber é porque você ainda não acendeu outro cigarro? A gente tem que sair daqui a pouco!
Ela riu. Puxou o maço e me pediu o isqueiro. E eu fiquei com a música na cabeça.
"É... Talvez a sua imaginação esteja tão limitada por problemas reais."
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condomino33 · 8 years
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esse ano vai ser o seu ano ou se não, o destino não quis
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condomino33 · 8 years
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à Vista
Meus amigos heterossexuais acham estranho eu ter me apaixonado pela Ciça.
Quer dizer, os amigos que sabem que eu sou apaixonado pela Ciça acham estranho. Eu não conto isso para todo mundo, mas alguns sabem, porque eu contei e outros acabaram percebendo.
Eu não sei dizer.
Eu apenas me peguei querendo estar do lado dela a todo momento - essa é a ideia que eu tenho de paixão. E eu nem sei se vou conseguir me apaixonar por outra garota depois dela. Eu também não me apaixono por muitos garotos e, de fato, eu nunca me apaixonei por um do mesmo jeito que me apaixonei por ela. Não que o sentimento fosse mais forte por ela, mas ele era diferente. Acho que a impossibilidade de tê-la sempre me fascinou mais. E ela, na época, nem sabia dos meus sentimentos por homens e mulheres. Eu também não, e isso não importava. Eu gostava dela, e ela, creio eu, também gostava de mim.
Mas eu não vou me prender a esse pensamento de novo.
*
Meu cigarro tá quase no fim. Eu to esperando meu irmão chegar. Viemos visitar nosso possível futuro apartamento. Ele sabe que eu fumo, mas não gosta de me ver fumando, então eu meio que me apressei a fumar enquanto ele não chega.
O prédio fica meio que numa colina, a rua é bem grande, não muito larga. Há bastante árvores por todo o local, o que me atrai. Jogo o cigarro fora porquejá posso ver o Hélio subindo lá na curva da rua. Ele é mais velho que eu, 2 anos, mas um pouquinho mais baixo. O cabelo dele é um pouco mais escuro que o meu, apesar de ambos serem castanhos, mas os olhos dele são castanho claro, ou como ele prefere chamar, cor de mel. Os meus são castanhos, nem muito claro, nem muito escuro, só castanhos. Ele tá usando uma camiseta do Sex Pistols, sua banda favorita, que ganhou da minha mãe. Acho que percebeu que eu estava fumando. fez uma cara de desgosto.
- E aí maninho, como você tá? - ele diz enquanto me abraça.
- Tô bem, Hélio. E você?
- Também. Cê tava fumando né?! - ele diz tentando controlar a reprovação em sua voz;
- Sabia que você ia perceber.
- Percebi mais pelo cheiro do seu cabelo. Isso não atrai garotas, pode ter certeza!
- Hélio?! Eu sou gay, lembra? - disse, apesar de não ter certeza sobre isso.
- Tô te zuando. O corretor já chegou?
- Tá na portaria. Eu avisei que ia fumar enquanto te esperava e ele falou que ia esperar lá.
- Então vamos. - e foi até o portão do prédio que se abriu logo que ele chegou no capacho.
"O Hélio não é homofóbico" - eu repito esse mantra as vezes.
*
A janela do que seria meu futuro quarto era pequena. Mal entrava luz. E a pior parte: não dava pra ver a rua! A vista da janela dava pro térreo do prédio ao lado, que estava em uma colina um pouco mais alta.
O resto do apartamento era OK, mas a janela do meu quarto... Me deixava triste. Eu amo tanto a vista da janela no meu apartamento atual. Será bem difícil me acostumar a não ter vista nenhuma.
- E aí? Que que você achou? - O Hélio tava muito animado com aquele apartamento. Eu, por outro lado, nem tanto.
- É bom. Legal. Mas não tem vista né?!
- Ah, Heitor?! É um apartamento no primeiro andar em um conjunto habitacional. Lógico que não vai ter vista! - soltou toda a reprovação que tinha nessa frase, eu senti.
- Eu sei... É que eu gosto da vista do meu apartamento.
- Mas então... Eu te falei já, não falei? Esse apartamento tá muito mais barato que qualquer um no prédio onde você está. Não é muito longe de metrô e é perto da sua faculdade.
- É. Isso é - acho que não era a melhor hora para falar que queria trancar a faculdade - eu não tenho problema nenhum com localização Hélio. eu só gostaria de um conforto que eu tenho no meu apê, tipo uma vista decente.
Ele se emburrou
- Mas eu entendo - continuei -  e respeito. A gente não tá em posição de escolher também né?! Ainda mais eu que tô desempregado. Eu não tô negando o apê, eu só estou manifestando um desejo meu, mas relaxa, não vai ser isso que vai impedir a gente de alugar o apê!
- Então estamos decididos? - falou firme - Vamos ficar com o apê?
- Vamos. - algo dentro de mim gritava.
- Então beleza - ele saiu do que seria meu quarto e foi até a sala, falar com o corretor. Pude ouvir a proposta e contraproposta pela fresta da porta.
Fui olhar novamente pela minha futura janela. Eram quase 4 da tarde e o dia estava nublado. Mesmo com a janela aberta, o quarto estava escuro. Era um quarto bem espaçoso. Maior do que o que eu divido com o Bernado. Para mim era só mais espaço pra penumbra reinar.
esse ano será bem diferente. Talvez seja bom, talvez nem tanto.
Mas a vida é feita de mudanças mesmo, né?! a gente que tem que abraçar isso e se adaptar.
*
a vida poderia ser mais fácil pra mim a janela poderia ter uma vista, meu irmão poderia ser mais compreensivo, a Ciça poderia me amar... .
Por menos que eu goste de admitir, eu acho que eu sou um pouco sentimental.
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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Adronitis
Atrasada.
Ela tava lá sentada do outro lado da sala. Eu tô sempre atrasada. Atrasada pra faculdade. Atrasada pro encontro com os amigos. Atrasada pro cinema. Atrasada pra vê-la.
Não que eu nunca tivesse olhado pra ela - afinal nós estudamos juntas desde o início da faculdade; eu e todo o pessoal da sala fomos na festa dela em comemoração ao seu aniversário, entre outras situações em que (pouco provável) ela estava conosco. Mas eu não vou me recordar. Eu nunca me recordo. Eu tô sempre atrasada pras lembranças.
Mas naquele dia foi diferente. Acordei uma hora antes do despertador. Tomei café - aquela bebida quentinha e aconchegante logo de manhã me traz uma paz como nenhum remédio no mundo - andei um pouco pelo apartamento e saí cedo pra faculdade. Pegar o metrô é algo diferente: é de inúmeras formas uma experiência. Enfim. Por essa experiência eu passo batido dessa vez. Me Perdoem.
Cheguei  cedo na sala, me sentei em alguma cadeira confortavelmente conhecida, nas fileiras do fundo. Talvez eu tenha ficado lendo enquanto o pessoal chegava. Não sei. Eu tô sempre desatenta, que merda. Mas não no momento em que ela apareceu. Na minha vida. Já estava na hora. Meu relógio despertou e eu vi. Com a cabeça baixa, eu a vi. Sua voz me fez vê-la. Aquela voz. Droga, de quem é essa voz? Achei. Era sobre música que ela falava com alguém, foi sobre música que ela contou uma piada que fez a sala inteira rir. Eu não absorvi o que ela disse. Ri por último. Eu tô sempre atrasada.
For a minute there, I lost myself
Alguns minutos se passaram até eu me lembrar. Olívia. Linda. Eu sabia disso. Eu soube disso quando a vi. Sublime. Fui tomada pelo sentimento mais intrigante. Não sabia dizer o que era aquilo dentro de mim, me tomando, me inundando. Só tive certeza de uma coisa naquela hora: que daqueles amores eternos e verdadeiros, Olívia era um dos meus.
O apartamento. Quando dei por mim estava sentada de frente pra janela olhando a vista de fora. Eu adoro aquela janela e todo o vento que vem dela.
Digo o mesmo da garota.
  Não sei precisar há quanto tempo conheço a Olívia. Acabei de mandar uma mensagem pra ela "oi liv, amo você" e a resposta recebida foi "oi, a liv te ama".Eu nunca me senti tão sozinha numa relação.
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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Nada
Parece que eu dormi por 8 dias depois de um atropelamento.
Ressaca filha da puta.
E eu tenho certeza que nem bebi tanto... Talvez seja só a idade chegando mesmo. A implacável idade.
Inclusive, em homenagem à própria, a festa foi ótima. Dançamos até amanhecer - acho que nunca vou ficar velha demais pra isso -, rimos - de nós e dos outros -, falamos besteira e fizemos todas as outras coisas que jovens de 20 e poucos anos são bons em fazer.
Cheguei em casa (sempre foi meu sonho ter um apartamento perto do metrô exatamente pra situações como essa, em que você está tão cansada, seja de uma festa ou de um dia puxado no trabalho, que só queria se teletransportar. Morar perto do metrô nessa cidade é a coisa mais próxima de teletransporte que se pode ter.) esperando que o torpor por um acontecimento específico da noite tivesse passado.  
Não passou.
.
Eu não sou exatamente o tipo de pessoa que se apaixona. 
Nunca cheguei a sentir isso. 
Talvez já tenha sentido algo próximo, mas fui treinada pela cultura pop (romances em geral, seja em forma de livros, filmes ou música) a acreditar que quando é paixão de verdade, o coração dispara, as pernas tremem, você só pensa na pessoa e principalmente: vocês vivem felizes para sempre.
Cultura pop filha da puta.
Eu não acredito mais em contos de fada. Nem em pra sempres.
Eu acredito no amor. Não no amor pra mim.
O fato é que esse garoto (posso chamá-lo assim? Eu não sei qual vai ser a idade certa pra passar a chamar alguém de ‘homem’.), o Pedro, que não deveria estar lá, estava.
E foi isso.
Ele só estava lá.
Não é uma história das melhores, eu sei.
A gente não tem um passado juntos. Um romance épico e fracassado, como os grandes romances devem ser, do qual eu possa dolorosamente me orgulhar.
Nos beijamos duas, talvez três vezes, ao longo da vida. Mas não somos grandes amigos. Não temos histórias loucas e divertidas pra compartilhar. Não viajamos pra lugar nenhum juntos. Não tivemos aquele jantar romântico. Ninguém olhou pra nós e disse ‘vocês nasceram um pro outro’. Não o apresentei pros meus pais.
Eu poderia ficar horas mencionando tudo o que não somos.
Mas só uma palavra define o que somos.
É sobre isso que tudo isso se trata.
Sobre o não-amor.
Sobre como às vezes temos uma ligação que sentimos ser quase cósmica com alguém e a vontade que dá de ficar junto, só por ficar junto. E ainda assim isso não tem significado.
Porque não importa o quanto tenhamos conversado, dado risada, nos beijado, transado, trocado segredos de madrugada (não, isso não aconteceu comigo. Não fora da minha imaginação.), a conclusão óbvia não existe no mundo de MaBê.
Não chega a ser triste. Só me faz pensar.
Pensar que se alguém como ele me pedisse pra ficar, eu talvez considerasse a ideia. - e aí iria embora de qualquer forma, partindo o coração dele e também o meu -
Pensei nisso quando o vi, pensei nisso quando ele me cumprimentou, pensei nisso quando tocou aquela música que eu gosto, pensei nisso enquanto vinha embora, pensei nisso enquanto subia até em casa e também enquanto virava a chave na porta e até quando coloquei a cabeça no travesseiro e finalmente fechei os olhos. Estou pensando nisso agora, vou pensar nisso amanhã e depois de amanhã. Até parar de pensar.
E - como normalmente aconteceria se a vida fosse um bom filme, livro ou música - ele não vai me ligar no dia seguinte. Não vai me convidar pra sair. Provavelmente nunca teremos histórias pra contar, nem viajaremos juntos. Não vamos jantar nem ser melhores amigos e ninguém vai achar que nascemos um pro outro. Eu não sei se os pais dele estão vivos.
Ele nem tem meu telefone.
�����/
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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Papéis
"Heitor,não aguento mais. Queria estar morto hahaha"
Era isso que estava escrito num papel que o Caio passou pra mim no último dia de aula do semestre. Eu só olhei pra ele, que estava sentado atrás de mim, mas em outra fileira, e sorri, concordando com a cabeça. O Caio é um dos meus melhores amigos na faculdade. A gente se deu bem rápido, apesar de sermos um pouco diferentes. Ele é bem atleta, quer dizer, ele faz mais esportes que eu, mas eu sou mais político. Não que ele não seja engajado politicamente, ele só não curte discutir muito.
Mas eu e ele somos bem reservados quanto a sentimentos. Acho que isso nos uniu, de certa forma, e impede que tenhamos uma relação mais profunda. Não to falando de namoro nem sexo. O Caio é um ótimo amigo.
Ele tem lindos olhos cor de mel? sim. Cabelo liso e ondulado nas pontas? também. Uma boca pequena e incrivelmente sexy? é. Mas eu não sinto falta disso. Eu sinto falta de poder falar qualquer coisa pra ele. Como uma grande amizade deveria ser, sabe?
Por exemplo, eu queria poder contar pra ele sobre a Ciça.
A Ciça é uma colega de turma e é a melhor amiga do Caio. Eles se conheceram no ensino médio e passaram juntos para o mesmo curso, na mesma faculdade e, daí,  a amizade só cresceu. No início do ano, nós três éramos inseparáveis. Andávamos juntos, comíamos juntos, fazíamos trabalhos juntos. Mas, no meio do semestre, a Ciça se afastou de mim. começou a cultivar novas amizades e, aos poucos, perdemos aquele elo que nos ligava. Mas com o Caio ela continuava a mesma, era só comigo que as coisas haviam mudado. E, embora eu acredite que o Caio nutra sentimentos amorosos por ela, ele nunca me disse. Eu não o culpo. Eu também nunca falei dos sentimentos amorosos que eu nutria por ela.
O professor acendeu a luz da sala. A apresentação final do grupo que estava em seminário havia acabado. O ano letivo estava oficialmente finalizado.
Normalmente, em situações como essa, nós iríamos para o bar. Quando digo nós, refiro-me ao grupo que havia se formado desde o início do curso - Beatriz, Melissa, Caio, Lucas, Ciça e eu. Mas a Bia tava cansada, o Caio estava indo viajar com os pais, o Lucas tava sem grana e a Ciça ia sair com o namorado (Sim, ela tem um namorado!), e, como eu não tenho muita intimidade só com a Mel, decidimos ir pra casa e fazer algo durante as férias.
Fui pro metrô.
Pensar na Ciça ainda é foda. A gente teve uma história. Quer dizer, pra mim, essa história existiu. Pra ela eu não sei. Talvez seja quase inexistente pra ela. Quase. Porque eu sei que todos os nosso momentos juntos, em que havia flertes, de ambas as partes, eram prazerosos tanto pra mim quanto pra ela. Talvez ela negue se for confrontada. Mas eu sei, ou prefiro acreditar, que ela me amou um dia, do jeito dela. Amor mesmo. Amor de sexo. Amor de querer ficar horas conversando. Amor de querer dançar música lenta juntinho.
Era isso que eu queria com ela.
Cheguei na minha estação.
Subi a rua, quando um senhor, que estava distribuindo papéis com propagandas, me ofereceu um deles e eu aceitei. Eu sempre aceito. Penso que estou ajudando no trabalho dele. Assim, ele tem menos papéis pra entregar e cumpre com a função dele - que é entregar papéis!
No papel estava escrito: "NÓS TRAZEMOS SEU AMOR DE VOLTA COM MUITA DESCRIÇÃO RAPIDEZ E MUITA RESPONSABILIDADE"
.soltei uma risada baixa.
- Que Amor? - pensei.
Os amores que tenho são, em suma, ideias de amor. Eles nunca foram, de verdade, meus. .
No filme "Bonequinha de Luxo", o cara acha que só porque ele ama a mocinha, ela pertence a ele.
Mentira.
Mas mesmo se a Ciça me amasse também, ela nunca havia me pertencido. eu não tenho um amor que eu possa me dar o luxo de perder.
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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MaBê
O dia começou terrível.
Por experiência própria eu sei que dias que começam assim tendem a terminar ainda pior. Eu já não estava bem e a mente resolveu vaguear por todos os lugares em que não deveria. E hoje, definitivamente, não é um dia em que eu posso me dar ao luxo de sofrer.
Quando estou me sentindo meio mal, deprimida, eu sempre procuro alguma música que me faça sentir melhor (entenda melhor como quiser, pode ser desde me afundar de vez nas trevas a me içar do fundo do poço de volta para a superfície). Hoje eu resolvi que queria voltar a ver a luz - e funcionou. A música tem mesmo esse poder sobre a mente humana.
Mas to saindo do foco, o ponto não era esse.
O ponto é que eu estou indo embora.
Ponto.
Eu não sei sequer dizer pra onde, só sei que essa cidade já me deu e tirou de mim tudo o que podia. De melhor e de pior.
Eu tenho mesmo esse hábito de não conseguir me apegar às coisas por muito tempo. Eu nunca sinto que tal lugar ou tal coisa me pertence. Eu sempre me sinto uma passageira, uma hóspede. Ainda que esse lugar seja minha casa. Minha cidade. Minha vida.
Muito estranho isso de se sentir inquilina da própria vida?
Uma vez eu li uma frase -não me lembro aonde- que dizia "não tenho tudo o que amo, mas nada que me ama me tem" e eu tive certeza de que nada antes havia me definido tão bem.
Passaram-se muitos anos. Eu ainda tenho certeza. . Meu celular tocou. Aparentemente já havia tocado outras três vezes, mas eu estava tão perdida nos meus próprios pensamentos que nem escutei.
- Oi mãe. Tudo bem? - Tava dormindo Maria Beatriz?? Liguei umas 87 vezes! Minha mãe tem uma forte tendência a exagerar todo e qualquer fato. Eu infelizmente herdei esse traço. - Tudo bem também. Como vão as coisas em casa? A ironia eu aprendi sozinha.
- Desculpa. Você sabe que eu fico preocupada quando não atende... Você aí sozinha nesse apartamento enorme...
Meu apartamento é pequeno.
- Enfim, eu só liguei pra saber como você estava e pra desejar feliz aniversário. Você não vem pra casa pra comemorar com a gente né? - Não... Pelo menos hoje não. Amanhã quando eu acordar eu passo aí. Faz um almoço gostoso pra mim!
- Você não ta se alimentando direito né?? Eu sabia, te conheço! Deve estar vivendo de miojo e...
Mães...
- Mãe, eu to com um pouco de pressa tá? Vou sair com uns amigos hoje e preciso me arrumar. Depois a gente fala?
Filhos...
- Tá bom filha. Cuidado na rua. Me liga quando acordar. Beijos.
Desliguei e fui direto pro chuveiro. Mas a minha mente, que não se desliga nem por um segundo, continuou me fazendo refletir sobre tudo que eu não queria pensar. Não hoje. Talvez nunca, mas certamente não hoje.
Comecei a pensar no futuro, nas pessoas que eu deixaria pra trás caso eu realmente fosse embora e em como parece que eu estou sempre com mais pressa do que os dias, do que os meses, do que os anos. Sempre correndo pra ultrapassar os acontecimentos.
Hoje começava um novo ano pra mim e isso significava que eu tinha mais 365 dias (ou oportunidades) pra fazer a vida dar certo.
Era tudo em que eu me apegava.
Terminei de me arrumar, - nada de mais, afinal, a vida noturna aqui permite que você seja quem quiser do jeito que quiser, sem julgamentos. - atravessei o corredor que ligava meu quarto à sala e fui dar uma última olhada pela janela antes de sair.
Eu adorava a vista do meu apartamento.
Ta aí uma coisa da qual eu me sentia parte: do horizonte. da brisa. das árvores que eu enxergava lá no fundo. do infinito.
Isso soa pretensioso? Querer fazer parte do tudo?
Peguei a bolsa e as chaves que havia deixado em cima do sofá logo que cheguei e deixei o celular já na música certa, aquela mesma que havia me feito sentir melhor mais cedo.
Apaguei as luzes. Fechei a porta do apartamento. Apertei o botão do elevador. A música começou.
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condomino33 · 8 years
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condomino33 · 8 years
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Heitor
O ônibus me deixou no ponto errado de novo. Eu que me distraí, eu sei, mas se o motorista fosse mais devagar com o ônibus, dava tempo de eu dar o sinal e descer no ponto certo. Parece que ele está com mais pressa do que os passageiros. A sorte é que, até meu prédio, é uma descida, então nem cansa muito. Mas tem dia que eu to tão cansado - tipo hoje - que andar menos iria fazer muita diferença. O pior é que eu tinha calculado certinho. Exatamente o momento em que eu terminasse de rodar a chave na porta do meu apartamento, a ultima musica do álbum do The Vaccines ia terminar. Agora, com esse atraso, a música vai acabar antes e eu vou subir de elevador sem ouvir musica nenhuma. . O porteiro não disse nada quando o cumprimentei. Acho que não ouviu.
Apertei o botão do elevador e não deu outra, a música acabou. Ouvi o som do piano morrendo ao fundo ("But I'm somebody else's, somebody else's child") e então o elevador chegou ao térreo. Subi sozinho, aproveitando o barulho das engrenagens e da porta do elevador.
Abri a porta do meu apartamento. Tudo escuro, ou seja, o Bernado ainda não havia chegado. Tiro meus fones  e fico bem contente, pois posso aproveitar meus últimos minutos como rei do apartamento e fazer o que tenho vontade. Peguei meus cigarros na minha mochila e fui pra janela. O bernado não gosta de fumantes, e desde que eu me mudei, há uns 10 meses, eu não deixo ele descobrir que eu fumo. Eu comecei faz pouco tempo. Um mês e meio, acho eu. Mas ele me conheceu não fumante e eu quero que as coisas continuem assim. Bom, até eu ir embora, daqui uns 2 meses. É realmente uma pena. Eu amo esse apartamento. Acho que ele tem a minha medida. não é pequeno, tem uma sala aconchegante, muito bem localizado e o fato de sempre ter um saxofonista tocando na esquina, aos domingos, contribui também. Eu queria que eu pudesse morar nesse apartamento com meu irmão, mas eu tenho certeza que o Bernado nunca ia abrir mão dele. É mais fácil eu sair.
Eu to quase terminando de fumar quando o alarme do meu despertador tocou no meu quarto. Ele tá quebrado. Você não consegue desativar o alarme, só mudar a hora em que ele desperta. Penso em deixar despertando até o ponteiro sair da posição, mas o som é irritante demais. Atravesso o corredor e chego no quarto. O relógio tava marcando quinze para as nove e o despertador estava marcado para as nove. Mudo o ponteiro do despertador de volta para o oito, assim ele para de despertar agora e desperta numa hora boa amanhã. Foi então que eu ouvi o barulho da chave na fechadura da porta da sala. O Bernado tava entrando no apartamento e meu cigarro ainda tava aceso. Faltava uns três tragos para acabar, mas ele não podia descobrir. Corro para a janela da sala, onde meu maço havia ficado e não penso duas vezes, jogo a bituca pela janela. Penso em colocar o maço no bolso, mas o Bernado já estava dentro da sala, então só escondo-o atrás das costas. - Oi Heitor. Tudo bem?... Ah, Parabéns! É seu aniversário não é?! Era a última coisa que eu gostaria de ouvir. - É sim. Valeu, Bernado. Ele me olhou com um olhar irônico. Detesta que eu o chame de Bernado. O nome dele de verdade é "Bernardo", mas eu sempre esqueço de pronunciar o outro "r" e ele já cansou de me corrigir. - Cheiro estranho. Você tava cozinhando? Tá cheirando queimado! Puta merda. - Tava sim. Deixei o cabo da panela perto demais do fogo. Foi mal. - Ah, tudo bem. Só deixa a janela aberta pra ventilar um pouco mais. - Eu já tava fazendo isso. (disse sem virar meu corpo em momento algum para a janela) Ele me encara. - Então beleza. Boa noite, Heitor! - Boa noite. Ele entra no quarto e eu ponho o maço no bolso. Queria ter terminado aquele cigarro. Acho que vou esperar ele dormir para fumar mais um. Isso pode levar um pouco mais de tempo. O Bernado não dorme cedo. Mas tudo bem. Hoje é um dia em que eu realmente preciso fumar. 7 de Dezembro. Parabéns pra mim.
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