nem todos finais são felizes
você voltou,
não por completo, não do modo que eu queria,
porem voltou.
disse todas coisas que eu esperava ouvir, me fez se sentir importante pela primeira vez,
mas eu nao acreditei em uma silába sequer.
você roubou isso de mim.
da sua primeira partida, você me fez perder a fé nas pessoas, me fez esquecer que nem todos são egoístas e que eu posso me reencontrar de novo e compartilhar isso com alguém.
você me fez perder a fé em mim.
eu era um ted mosby e esperava pela minha tracy, e em todas minhas relações eu via uma possibilidade de uma tracy,
porém você é minha robin, não me deixa seguir em frente,
me deixa vazia.
agora você voltou e eu odeio o final de how I met your mother, odeio como você,
mesmo depois de tantas burradas que fez, tantas tristezas que eu passei pra te esquecer,
retornou e está me fazendo sentir de novo.
a ordem do texto está assim porque eu estou confusa.
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passagens
decorei marcas no chão do terminal, pois sei que ao momento que meu ônibus chegar lá será onde ele vai estacionar e as portas abrirão. tudo isso porquê eu quero um lugar na janela onde apoiarei meu braço no vidro, encostarei minha cabeça nele, para ela não ficar chocoalhando tanto e eu poder prestar atenção quando tudo passa rápido demais. os detalhes das ruas, as àrvores, os prédios com flores e plantas que tanto almejo, as pessoas e suas rotinas, a vida e sua efemeridade: tudo chega e tudo vai.
as manhãs são minhas preferidas, acordar às 5p.m. que não. coloco o despetador e vou adiando ele até o ápice que me permito, tomo banho correndo, antes eu tomava café mas por algum motivo minha mãe parou de levantar junto a mim para fazê-lo, pego o ônibus e todo o processo se repete. mas de manhã as coisas são mais calmas, digamos que poética. tudo é escuro e perigoso, mas quando observo o céu e a placa escrito hotel que tanto sonho em fotografar tudo se acalma. o céu vai do breo para o laranja até atingir o tom perfeito de azul. eu olho o tom amarelado e azulado iluminando o cenário e imagino cenas de filmes e clipes independentes, casais abraçados, jovens felizes, pessoas e suas rotinas. a tempestade que está dentro de mim quando acordo se acalma um pouco.
mas depois das 7 tudo piora. preciso conviver com pessoas ambiciosas, lidar com clientes me xingando quando na verdade eu não sou a empresa, só uma partícula minúscula que representa ela sem poder se expressar, gente que me odeia sem motivo algum ou que nunca se designaram se desculpar pelos dias angustiantes que me causam. é o pior momento e eu quero que tudo voe, o tempo voe. aí eu pego ônibus novamente e tudo que eu quero fazer é chegar ao meu lar e chorar.
minha casa recentemente reformou e todas paredes estão brancas, elas me entristecem e me levitam. ela está fria. eu me sinto assim e por isso me aconchego tanto ao meu quarto. vou pegando um pouco de cada coisa que me extressa e vou acumulando. eu durmo. sofro pra acordar pois não quero me levantar para ir à faculdade e ter que encarar pessoas hipócritas e que ridiculamente me irritam (e nem sei porque me importo ao ponto disso). finjo que presto atenção à aula, mas nada do que dizem tem sentido, no meu momento, e eu só penso em ir embora dormir ao mesmo que temo meu dia recomeçando novamente.
aos finais de semana eu tento ficar bêbada, mas fodi tanto meu fígado que o álcool não me anestesia mais quanto eu precisava, ficou monótono. eu gasto meu final de semana fazendo coisas inúteis e falando sobre pessoas que já me esqueceram mas que eu insisto em mantê-los aqui. meus gastos são em vinhos, baladas, comidas desnecessárias e ubers. sempre o mesmo. eu quero chorar toda vez que eu gasto em algo, mas não por estar gastando dinheiro, mas por aquilo não atribuir em nada pra me deixar feliz. só finjo que está tudo indo muito bem e que isso é minha vida, eu sendo social.
converso com as pessoas, aprecio e valorizo muito elas na minha vida, mas sinto que incomodo. me vejo forçando uma barra, sendo quem eu não sou quando eu tô sendo realmente quem sou e não conseguir fugir dessa sensação insegura de insuficiência. vejo pessoas que eu gosto se afastarem e não consigo fazer nada. estamos todos de passagem.
eu decorei as marcas do chão do terminal, eu encontrei uma forma aconchegante de sentar ao banco, eu aprendi a prestar atenção diariamente nas mesmas pessoas que pegam o mesmo ônibus todos os dias comigo e imaginar as vidas delas. todos esses relatos da minha rotina me deixam triste por perceber que o único momento que eu gosto de viver é quando estou dentro do ônibus e eu odeio andar de ônibus.
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rastros
eu observava você desviando seu olhar do meu
e achava seu descaso bonito
tudo em você tinha uma beleza tão singular
tanto que eu ignorava que ela doía.
você desviava seus olhos
mas quando eles pousavam em mim
a sensação me levitava
eu desejava que pudesse observar
os mesmos me vislumbrando para sempre.
mas agora, quando fecho os meus
não consigo parar de pensar no seu rosto
e principalmente na ideia de que
seus olhares estão pousando em outros.
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tempos infinitos
caralho.
eu não sei mais ser eu
não sei mais quem eu sou.
tô tentando me encontrar no meu passado
na minha rotina, nas minhas manias
mas sinto que nada mais me pertence
eu não sou mais eu
e pior, eu não sei onde estou.
me encontro na corda bamba do ser ou não-ser
só tenho existido
e esperado que um dia eu me encontre
dentro de mim.
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ainda mais
eu fiz besteira.
deixei que a carência
a necessidade de
ser olhada de volta
me fizesse retroceder.
não durmo há dias
sem divagar
não como há dias
sem me odiar.
deixei que a sinestesia
fosse maior que
a efetividade.
permiti novamente
que a afeição
me fizesse refém
e fosse meu
estorvo.
meu sentir é
sinônimo de
pesar.
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tipos de sujeitos
na minha oração você é meu sujeito desinencial
não tá explicito, mas eu sei que sempre é você.
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erros como esse
gostar de você é como ir tomar banho
e ficar segundos parada em frente à água gelada
criando coragem para enfim colocar o corpo todo
é doloroso no inicio, esfria a alma
mas depois o gélido se torna prazeroso
e eu não quero mais sair do banho.
gostar de você é como aqueles momentos
que tô voltando de manhã duma balada
toda acabada, com frio e vazia
mas o cheiro do cigarro e do álcool me anestesiam
e por um segundo aprecio aquela mistura de sensações
tão boas quanto as que você causa
ou causava, não sei.
gostar de você é como um dia ruim
que eu pego ônibus, deprimida
e encosto a cabeça na janela, respiro fundo
fecho os olhos e lembro de você
me olhando e disfarçando o olhar em seguida
me dando um selinho e sorrindo
aquele sorriso que me bambeia as pernas
abro os olhos esperando te encontrar
e não te encontro.
gostar de você é como quando eu me inebrio
beijo bocas alienígenas na expectativa
de que numa dessas eu esqueça a sua
e depois de tentativas falhas
não conseguir afagar o sufoco que você deixou,
nenhum beijo é tão singular quanto o seu.
gostar de você é tão dolorido
quanto parar de gostar
e isso, eu não me imagino fazendo
mas anseio pelo dia que eu fizer.
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garoa
a chuva parece vir de fora
mas está chovendo
dentro de mim
também.
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relicário
entre linhas escritas
perdidas na vastidão
me limito em cada
gênero
pensar em ti.
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cartas
escrevi cinco cartas
anonimamente
em um blog qualquer
dessas que a gente não quer
mas espera que sejam lidas
nenhuma delas foram enviadas
foram todas abandonadas
nenhuma delas foram remetidas
talvez estejam todas esquecidas
o destinário era solitário
se elas tivessem sido emitidas
ele seria donatário
de algo maior que a solidão
mas afinal
somos todos chegadas
e partidas
soletrando palavras
pragmáticas
e meu sentimentalismo
nelas todas escritas
acabou se tornando só
mais
um
ismo
a vida não para de girar
então vire
e vire
novamente
escrevi cinco cartas
e no fim
fiquei só
(por escrever).
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