Tumgik
dizofela · 2 years
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Adeus ao auto-engano
Por Fela
No fim do ano passado encontrei alguns amigos em um bar no centro de Belo Horizonte para matar a saudade e jogar conversa fora. Naquele dia, a cidade tinha um céu duvidoso que poderia facilmente terminar em sol ou chuva, típico de um fim de semana na capital mineira.
Enquanto me arrumava, me olhei no espelho e pensei se não deveria pegar um casaco ou guarda-chuva, mas, por motivos fúteis, optei por não levar. Naquele momento, assim como a personagem Karen Smith do filme Meninas Malvadas, eu sabia que ia chover e sabia que ia me molhar ou passar frio ao longo da noite.
Com a desculpa de que voltaria cedo do rolê, resolvi sair logo de casa, “seguro” da minha decisão e ansioso para começar a beber e fofocar com a galera. Não demorei muito para me arrepender. Pouco tempo depois, já conseguia ver pela janela do ônibus uma forte chuva que parecia longe de cessar.
Atrasado, cheguei no bar completamente molhado e notei que as mesas já estavam recolhidas embaixo da marquise para tentar evitar aquele temporal. O lugar estava cheio, era o último dia de um feriado prolongado, e, infelizmente, “ficar seco” foi impossível para muitos de nós enquanto tentamos nos encaixar naquele espaço apertado.
No entanto, nada disso me desanimou. Me diverti reencontrando pessoas, me surpreendi com uma nova amizade e precisei dormir na casa de um amigo depois da bebedeira que se estendeu pela noite. Porém, nos dias seguintes, acabei adoecendo.
Resfriado e mal humorado, me questionava se poderia ter evitado esse diagnóstico caso estivesse agasalhado ou com um guarda-chuva à disposição naquele bar. Me culpando nos próximos dias “de molho”, prometi que, faça chuva ou sol, nunca mais sairia de casa sem esses dois itens, mesmo sabendo que essa situação se repetiria mais vezes do que eu gostaria de admitir.
Mas será que precisa ser sempre assim? Tudo sempre no 8 ou 80?
Essa história me veio à cabeça porque nos últimos dias venho alimentando cobranças injustas sobre a melhor forma de lidar com sentimentos indesejados. Penso e repenso situações do passado e, em meio a culpabilidade, busco por soluções imediatas (e irreais) para o que vivo no momento.
Se sinto dor, juro em meio as lágrimas que vou desaparecer porque não mereço o amor daqueles ao meu redor. Se sinto alegria, quero fazer ainda mais graça para mostrar que está tudo bem e que continuo sendo o mesmo de sempre. Não existe meio termo ou flexibilidade, e tudo está em excesso.
Enquanto oscilo em mudanças de humor, penso se consigo evitar atitudes em reflexo a esses sentimentos assim como poderia ter feito com o corpo molhado naquele dia chuvoso no bar.
Perdido na obsessão pelos pensamentos que me acompanham, pergunto ao espelho: E se eu sentisse “menos”? E se a minha reação fosse diferente? E se eu não me importasse mais? E se eu tentasse mais? E se?
A verdade é que não posso voltar ao passado e refazer meus passos e ações, e também não devo alimentar mentiras de que se eu fizesse algo diferente, não me sentiria assim. Não existe garantia, somente oportunidade para viver o agora de forma honesta enquanto tento me recuperar e voltar a ser quem sou.
Quando perguntaram se eu estava bem, pela primeira vez decidi dizer a verdade. “Não, não estou, mas não consigo falar sobre isso no momento”. E assim, respeitaram. Não precisei mentir. Tive espaço para me afastar e sentir tudo que eu precisava sentir, sem me auto sabotar.
Isolado e ainda envergonhado pelos altos e baixos do coração, decidi voltar ao espelho em uma tentativa de ser mais honesto comigo mesmo. Da melhor maneira que consigo hoje. Respeitando os meus sentimentos e me despedindo do desejo de sempre ser a minha melhor versão porque, talvez, realmente está tudo bem, não estar bem.
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dizofela · 2 years
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Que comecem os estágios do meu luto
Por Fela
No próximo mês, completo um ano em terapia. Me lembro perfeitamente da primeira sessão com a minha atual psicóloga porque vivia um período de muito desespero, medo e insegurança no campo profissional. Sentimentos que aos meus olhos eram contraditórios, visto que, naquele momento, eu deveria me sentir no topo do mundo.
Na semana anterior ao início das sessões consegui uma vaga de trabalho, minha primeira oportunidade de estágio, que me trouxe, e ainda traz, conhecimento e perspectiva sobre o jornalista que posso ser. Mas a angústia, sentida na primeira produção como parte da equipe de redação, estava conectada a tantos outros sentimentos e dores mal resolvidas que eu jamais imaginaria a montanha russa que me esperava nos próximos meses.
Particularmente, eu nunca gostei de processar sentimentos. Aos 14 ou 15 anos, paralelamente a tudo que vivia em segredo, já era uma pessoa reativa e de pavio curto porque, secretamente, gostava de cultivar mágoas em relação ao meu pai depois de presenciar inúmeras discussões entre ele e minha mãe.
Era quase como uma vingança pessoal pensar que o ódio que eu sentia por ele se equivalia ao ódio que eu sentia por mim quando não era capaz de fazer nada que impedisse aquela situação. Prestes a completar 28 anos, ainda carrego um pouco dessa mágoa, mas tento acreditar que um dia ela vai deixar de me acompanhar.
Mas aí está o “problema”.
Quando decidi começar a fazer terapia, não imaginava que, querendo ou não, começaria a processar muitos outros sentimentos mal resolvidos. É involuntário. Hoje eu reflito mais, analiso mais e ajo diferente em diversas situações. Percebo essa mudança, principalmente, em situações que tentei evitar por muito tempo, mas que agora consigo encarar de peito aberto. Não é um processo fácil, mas já posso dizer que dei o primeiro passo.
Ainda assim, existe um desafio bem maior quando o assunto é: superar o medo que acompanha as mudanças da minha vida. A lógica ao longo dos anos sempre foi "se eu esconder isso por tempo suficiente, vai desaparecer". Mas em 99,9% dos casos, não deu muito certo.
Todas essas memórias me vem à cabeça porque, nos últimos 90 dias, tudo que eu mais temi pelos últimos nove anos aconteceu. Precisei reconhecer um sentimento lindo, mas que não é correspondido. Precisei questionar o que estava fazendo com esse sentimento e o que esse sentimento fazia comigo. Precisei conversar a respeito. E agora, preciso aceitar a mudança que essa conversa trouxe.
Quase que em estágios de um luto, eu choro, sinto raiva, me isolo, acredito que nunca vou superar essa dor e vislumbro um futuro positivo sem ela. Mas a verdade é que dói saber que tudo que eu sinto, precisa mudar. O que não necessariamente significa um fim entre nós, mesmo que eu sinta que acabou.
Passar muito tempo sozinho refletindo sobre o assunto também não ajuda, mas, em meio a toda essa melancolia, eu enxergo, aos poucos, os benefícios que essa mudança pode trazer. Enquanto tento me distrair revendo episódios de Friends, me pergunto: Será que Rachel e Ross realmente seriam endgame ao fim das 10 temporadas da comédia americana se tivessem espaço para processar o fim do relacionamento? Provavelmente não.
Não me surpreende perceber que ambos se negavam a superar aquele sentimento, uma vez que passavam todos os dias e experiências da vida juntos. Afinal, como se abrir a novas pessoas, momentos e emoções quando toda a sua vida gira em torno de quem você precisa “esquecer” por um tempo?
Diferente dos personagens e do universo fictício da série, eu vivo em um mundo real e, para continuar vivendo, preciso seguir em frente. Este ainda é o primeiro mês de um novo ano e, com toda a certeza do mundo, não consigo prever o que pode ou vai acontecer daqui para frente, mas talvez, insistir nessa distância me ajude a descobrir quem eu posso ser quando os meus dias não são inteiramente dedicados à você.
Quando olho para trás, me lembro que, há um ano, acreditava que nunca ia superar a dor de me sentir insuficiente como profissional. E, há vários anos, jamais sonharia em ter uma relação de paz com o meu pai. Bom, nada é perfeito, mas tudo é bem diferente do que eu imaginava enquanto vivia cada uma dessas dores.
Sabendo disso, ainda sofro por sentir que, em meio a todo esse “drama”, perdi a pessoa mais importante da minha vida. Mas saiba que não vai existir um dia em que eu não pense em você, não seja grato por você ou não me preocupe com você.
Sei que o break é necessário, mas ainda quero acreditar - mesmo com o coração apertado - que esse medo em relação ao nosso futuro não vai se concretizar e eu vou me surpreender ao perceber que você ainda está aqui do jeito que deve ser.
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dizofela · 3 years
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O Sr. Julgador
Eu amo sair para uma boa farra. Pode ser em um bar, um sítio ou até naquela balada sufocante que eu jurei nunca mais botar os pés.
Se você me convidar para um programa legal e que ainda possa render encontros com pessoas que eu gosto, eu vou (depois de pensar muito a respeito).
Contudo, sei que naquele espaço, talvez eu encontre todos os tipos de pessoas e situações que já cruzaram a minha vida, e não somente as que eu já quero por perto.
Com esse encontro de diferentes personalidades, todos começam interpretando um papel aos meus olhos, que em sua maioria, e de forma injusta, é inspirado em diferentes trechos da minha história.
No meu roteiro pessoal - baseado em alguns fatos irreais, e - cheio de personagens secundários, figurantes, vilões e mocinhas, a repaginada que leva à uma versão mais fiel à realidade, só sai da gaveta quando eu me permito conhecer o elenco sem pré-julgamentos.
Mas quem consegue viver sem julgar? Eu adoraria, mas ainda não consigo.
Fulano vai ser assim, ciclano é assado e beltrano eu não vou nem comentar. Criar suposições sobre o próximo se torna um mecanismo de defesa para o meu medo de ser julgado, porém, momentos inesperados continuam me levando a vínculos que eu sequer considerava.
Ao (re)encontrar queridos amigos da internet (que nem sempre consigo manter um contato frequente), antigos matches do Tinder (que eu não fiz o menor esforço porque cismei que não ia dar em nada) ou pessoas que eu considero “perfeitas” (e que pagam um preço por esse meu achismo), percebo como tudo é bem diferente das suposições que eu possa ter em mente.
Ali, tudo acontece em êxtase em meio ao brilho das luzes, risadas, fotos para as redes sociais, drinks coloridos e coreografias na pista de dança. E eu adoro isso.
Porém, não nego que também amo perder a noção do tempo vidrado em uma conversa que provavelmente é profunda e séria demais para aquele momento, mas que sempre me traz ótimos insights.
Com um cigarro e um dos variados tipos de alegria líquida em mãos, coloco em prática uma habilidade que considero admirável: falar sobre inúmeros tópicos ao mesmo tempo para tentar conhecer mais sobre o outro e assim descobrir se as minhas teorias tem algum fundo de verdade.
E como eu falo viu.
Se você me encontrar em algum rolê com certeza vai me pegar em uma rodinha com algum assunto interminável e que nem quem está presente sabe para onde vai.
Mas o que me impressiona de verdade é prever que, em algum momento, alguém naquela mesma roda de pessoas, vai me mostrar que, o que eu achava que era isso, na verdade é aquilo.
E assim, quase que num estalo dos dedos, fica nítido que, talvez, eu já poderia ter uma nova conexão e estava desperdiçando a oportunidade.
Agora me sinto feliz por vencer o barulho dos meus pensamentos que tentou, de TODAS as maneiras, me privar dessa experiência.
Agora tenho a certeza de que tudo não passou de uma exagerada dose de ansiedade e imaginação.
A partir daí, qualquer barreira que me impedia de me aproximar até de um “arqui-inimigo”, começa a cair, e depois de poucas informações trocadas, percebo que tenho muito mais em comum com o meu “rival” do que poderia imaginar.
Minhas conspirações continuam apenas como conspirações e são retiradas do meu set imaginário.
Na vida, sigo com o papel de diretor e sei que, com ou sem intenção, ainda vou julgar muitos roteiros e seus intérpretes. Mas também sei que a vida real é muito mais interessante que a ficção, e que, para a tristeza dos meus velhos hábitos, é com ela que eu vou ficar.
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dizofela · 3 years
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Chega de ser eu e você
Assim como tantas outras palavras que eu já quis te dizer, talvez esse texto fique guardado comigo e nem veja a luz do dia, mas preciso admitir: tenho pensado muito sobre como é difícil te querer.
Vontade essa que existe desde o primeiro dia em que te vi. Quase um delírio. Um sonho inalcançável para mim e só mais uma história para você.
De uns tempos pra cá, passei a me questionar sobre a sua “perfeição” (que só existe aos meus olhos) e o quanto eu já te quis (talvez muito mais do que te quero hoje). E mexer nesse vespeiro me traz desconfortos que eu tento evitar.
Se eu questionar demais, sei que em algum momento vou ter que aceitar o fato de que você nunca foi tão bom assim e isso pode mudar tudo que eu acreditei até aqui.
Também sei que você não é só você. “Você” é um pronome que, no meio dessas palavras, representa muitos ao longo da minha vida.
Da minha primeira paixão aos 13 até o flerte que ~quase~ foi longe demais aos 27. Eu não aguento mais você. Não aguento mais essa ideia de que para te alcançar, eu preciso lutar, correr contra o tempo, fazer malabarismos e mudar completamente quem eu sou.
E como sou. Emocionado, neurótico e inseguro. É assim que eu pareço ser, eu sei. Na verdade tudo que eu sou é alguém que te quer bem. Alguém que te quer.
Mas por que eu te quero? E o que acontece se um dia eu te ter? Isso é o que realmente me assusta.
Sinto que você passaria a ser um troféu, daqueles bem brilhantes e de dar inveja. Me validaria como pessoa perante o meu mundo e confirmaria que peraí, o “Fela” também pode. Mas pode o que exatamente?
Pode se sentir menos durante uma vida inteira? Pode viver em constante medo de que alguém superior levaria você? ou ainda pior: pode manter você no topo para todo o sempre?
Tudo isso eu já faço. Tudo isso eu já sinto.
Entre uma reflexão e outra, bate aquele medo de que eu não exista sem você. Que eu não tenha valor se não tiver você. E por isso eu insisto nesse querer. Eu espero a minha vez e peço um pouco do seu amor e atenção. E você gosta disso.
Mas não pode mais ser assim. Na verdade nunca deveria ter sido.
Eu deveria entender que quando você me olhou, era só mais um olhar. Que quando você cozinhou para mim depois da nossa trilha, era só o jantar. Que quando você disse que me amava, não era esse tipo de amar.
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dizofela · 3 years
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Cedo, me perco, desapareço
Sou acostumado a ceder desde os meus dias de criança. Fui ensinado que a vontade do outro sempre vale mais do que a minha e que para ser uma pessoa educada, querida e respeitada por todos, preciso acenar, colocar um sorriso no rosto e ceder.
Chega a ser cômico perceber que a conexão que eu sinto com personagens obcecados com o ato de agradar, como a Bree Van de Kamp da série Desperate Housewives, faz cada vez mais sentido com o passar do tempo. Quem me conhece sabe. Gatilho.
Desde que me entendo por gente até os dias atuais, aprendi, e reproduzo mesmo que inconscientemente, que se eu não gostasse de algum alimento, tinha que comer e não podia dizer não, para não ferir quem o preparou.
Se não me sentisse bem em uma peça de roupa, ainda precisava vestir, pois foi escolhida por alguém que talvez saiba mais sobre o que é melhor para mim.
Se queria ir em um lugar diferente, essa pode não ser a melhor ideia porque não existe sentido em ter uma vontade contrária à maioria.
E assim eu fui me perdendo, ouvindo palavras doces e conselhos de graça. E infelizmente, continuo perdido em percepções alheias.
Crescer com pais conservadores e em um ambiente majoritariamente religioso, me trouxe medos e inseguranças que, mesmo como um homem adulto, ainda não consigo perder. A regra não dita era: ir à igreja e participar de todos os eventos propostos para reafirmar que não tinha nada de errado comigo. Não deu muito certo.
Me lembro de ser levado a um psicólogo aos 11 ou 12 anos porque já demonstrava alguns sinais sobre a descoberta da minha sexualidade, para desagrado de muitos ao meu redor. Nessa mesma janela de tempo, roubaram a minha inocência. Mas isso eu não podia contar. Ninguém podia saber.
Ali, eu me sentava e compartilhava situações de faz de conta com um senhor mais velho, e seu olhar de julgamento, até que ele me convidava a me retirar e assim encerrávamos uma hora vazia e sem muitos propósitos. Esse era o momento em que os meus pais entravam para a sala de móveis brancos e paredes verde escuro para receber atualizações sobre o diagnóstico daquela criança diferente.
Ainda consigo sentir a angústia daquela espera. Ainda me lembro de alternar entre direita e esquerda, encostando as orelhas na grande parede de vidro para tentar ouvir o que era falado. Ainda me lembro do medo de, por descuido, entregar a verdade sobre quem eu era.
Por muitos anos eu puni aquela criança e tudo de “errado” que ela representava. Como não punir se todos aqueles que sabiam mais do que eu, puniam também?
Às vezes me vejo de volta aquela sala de espera, quando mesmo beirando os 30, lido com a desaprovação dos meus pais e os diagnósticos irreais sobre quem eu sou. Quando decidem o que é aceitável e o que não é. Quando determinam o que e quem eu posso ser. Quando tiram o meu poder de escolha. E isso transparece.
O poder que o outro tem sobre mim não se restringe às paredes da casa em que eu moro há mais de 20 anos. Muitos se aproveitam do meu medo em dizer não porque é cômodo saber que alguém sempre vai priorizar as suas vontades com um grande sorriso no rosto.
Ah, o sorriso no rosto. É engraçado pensar como eu nunca me esqueci do verso “é incrível o que você pode esconder com um sorriso”. Believe in Me, lançada em 2008 por Demi Lovato. Alerta.
Em contraponto, eu nunca me senti como uma vítima. Na verdade, eu sou o primeiro a dizer que tudo que já me aconteceu foi porque eu procurei ou mereci. Talvez esteja certo. Talvez seja uma falta de auto perdão. Talvez eu precise de mais terapia.
O problema é que viver com esse tipo de pensamento concentra toda a culpa em uma única pessoa, eu mesmo. E não que eu seja algum santo (feliette sofrendo mais que Jesus? não), mas existem situações em que é preciso enxergar que o problema em questão está no outro e não em você. Ainda não enxergo, mas tento. Como tento.
Ultimamente, a grande preocupação que tenho é em controlar os meus impulsos auto destrutivos sempre que alguém usa das minhas fraquezas para que eu não perca a minha necessidade de aprovação.
“Faça isso ou não conte COMIGO para mais nada”.
“Você não sabe o que EU estou passando”.
“É muito difícil para mim, se coloque no MEU lugar”.
E buscando por aprovação eu sigo. Quando me pressionam, acusam e apontam. Quando para agradar aos outros, jogo fora os meus bens mais preciosos, me isolo do mundo e renego o tão sonhado cabelo colorido enquanto raspo a cabeça (e não, não insira aqui uma piada sobre a Britney em 2007).
Mas ao mesmo tempo percebo que algo mudou. Mesmo quando cedo, agora posso dizer que EU sei qual é a MINHA verdade.
E nela me agarro. Com ela descubro novas camadas de quem sempre fui, mesmo quando não podia ser. Motivado por ela escrevo esse texto e dou um pequeno passo para me encontrar e deixar de tanto ceder.
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