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A Cantiga de Pássaros e Serpentes / Suzanne Collins

Faz tempo que não faço resenha sobre nenhum dos livros que termino, mas o hate a esse livro me fez ter vontade de mostrar minhas impressões.

Em primeiro lugar, acho deselegante o apelido que deram para o título. Seria bom o público leitor se acostumar mais com o próprio idioma, ao invés de se apegarem tanto a neologismos e se esquecer do leque de palavras interessantes que podemos explorar.

O livro trata de um jovem Coriolanus Snow que vive entre suas ambições de poder e a realidade paupérrima. Munido dos valores que aprendeu a construir em seu núcleo familiar, vai construindo seu caminho de forma nem sempre ética. Apesar de ter ficado órfão muito cedo e de o luxo de sua classe social ter sido apenas uma lembrança vaga de sua mal-iniciada vida, ele não se considera merecedor de um futuro com poucos recursos. Collins ressalta o desenvolvimento de um vilão: ele vai sendo construído de acordo com seus próprios valores, com sua visão de mundo, com suas escolhas e também com a orientação que tem tanto da família como do meio acadêmico. Coriolanus não nasce mau. Ele aprende a viver com a escassez da guerra e do pós-guerra, cresce entre a generosidade (e criatividade para simular um padrão que eles nao tinham) da prima Tigris e dos delírios de grandeza da “Lady-Vó”, com isso ele aprende a viver de aparência. O livro é uma distopia ficcional, mas o protagonista não se diferencia muito de algumas figuras da vida real, e mostra como o elitismo e a xenofobia, ou qualquer outro tipo de preconceito, não fazem bem para o desenvolvimento de um bom caráter. Quem se incomodou com a fluência deste livro deve ter esquecido que a escrita da Suzanne Collins é bem irregular, que em todos os livros a ação demorou a chegar e que o período antes dela sempre foi arrastado. A terceira parte da história mais parece uma quebra de clímax a princípio, mas não deixa de ser importante para desenvolvimento de alguns personagens e para a história como um todo. Algumas simbologias da Collins são fascinantes para se notar: o livro chama-se “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, claramente o “pássaro” é a Lucy Gray e a “serpente” é o Snow. Desde o princípio Lucy Gray mostra respeitar/amar as serpentes e sabe lidar com elas ao passo que a “serpente” Coriolanus nunca mostrou lidar muito bem com os pássaros. Chamo atenção também para a semelhança no som de “Lucy Gray” e “Mockingjay”: ela é tanto o fantasma da canção homônima como a “fênix” renascida na Katniss Everdeen (não era o que ela buscava antes de desaparecer?)

#A Cantiga de Pássaros e de Serpentes #Suzanne Collins

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Uma Princesa de Marte / Edgar Rice Burroughs

Retire da cabeça o filme da Disney sobre este livro. Até porque um livro de mais de um século sempre terá problemas de adaptação (seja pela tecnologia – o que sabemos das propriedades do rádio e da tecnologia -, seja pela astrofísica – o que sabemos sobre Marte -, seja no que se refere à antropologia e sobre nossa cultura atual). A própria estrutura da narrativa denuncia a sua idade, por ser mais descritiva e menos imersiva do que os romances atuais.Burroughs se aproxima muito dos romances de cavalaria, com a temática da mocinha donzela e inútil que precisa ser salva por um nobre e valente guerreiro.Apesar de todos os problemas, não deixa de ser uma aventura divertida conhecer cidades dos marcianos verdes e vermelhos, e sua convivência com um alienígena branco da Terra. Também é interessante notar o que a descoberta dos canais marcianos (descoberta real) impregnou o imaginário dos escritores da época.Também percebo semelhanças com histórias posteriores. Como os tharks (e posteriormente os wahoons) se parecem com os dothrakis de George R. R. Martin, e o próprio mundo lembra os mundos desérticos de Star Wars, sem contar algumad palavras (a palavra “padwar” – generais de Barsoon – parece com “padawan” – aprendizes de jedi; a palavra pra “governador” (?) “jed” parece com a palavra para os guerreiros do universo do George Lucas: “jedi”).Enfim, trata-se de um clássico que certamente inspirou muitos autores, e que tem um final bastante poético.

#Uma Princesa de Marte #Edgar Rice Burroughs

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As Sereias de Titã / Kurt Vonnegut

“Acho que alguém lá em cima gosta de mim.” – Malachi Constant

Se você não gosta de spoilers, eu sinto muito! Um dos principais personagens deste livro foi infundibilado cronossinclasticamente e agora ele pode ver o passado, o presente e o futuro até Betelgeuse. Com isso eu quero dizer que Winston Niles Rumfoord entrou no primeiro infundíbulo cronossinclástico que viu pela frente, se “afunilou” pela malha do tempo-espaço e agora vive espalhado por aí daqui até Betelgeuse. Por isso, logo no começo da história, ele revela shakeaspeareanamente ao playboy Malachi Constant: “você vai para Marte, depois para Mercúrio, voltará para a Terra e por fim, Titã”. (Eu fiquei o livro todo doida pra ver as sereias e a civilização titânica e… não me arrependi!).

Belicismo marciano, harmônios mercurianos, maquinações trafalmadorianas e por fim, Titã!

Uma obra sensacional, sarcástica, que nos faz pensar no que somos, por que fazemos o que fazemos, o que fazemos com o que somos, qual o nosso propósito (como humanidade), qual o nosso destino e que papel um “Deus” teria nisso tudo?

Ótima leitura, excelentes reflexões.

#As Sereias de Titã #Kurt Vonnegut

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O Grande Sol de Mercúrio / Isaac Asimov

Uma ameaça ao Projeto Luz faz Lucky e Bigman viajar até o planeta mais próximo do Sol para averiguar a situação.

(Cabe ressaltar que na época em que foi escrito – 1956 – pensava-se que Mercúrio voltava sempre o mesmo lado para o Sol).

Aqui o caráter de emergência e o perigo parecem muito mais pronunciados do que nos livros anteriores – por conta da proximidade do Sol. As teorias da conspiração também parecem bem maiores – grandiosas demais, até.

Mas nada parece um obstáculo grande demais para o grande faro investigativo de Lucky e sua relação quase telepática com seu melhor amigo, Bigman.

Será que o problema no projeto foi sabotagem ou incompetência do jovem Mindes? Será que o projeto é mesmo viável ou apenas um desperdício de dinheiro público? Se for sabotagem, qual das teorias é a certa? Que segredos guardam as cavernas de Mercúrio e os fantasmas do Sol?

Mais interessante que um livro investigativo, só quando tem incluso uma viagem espacial.

Livros anteriores: As Cavernas de Marte, Vigilante das Estrelas, Os Oceanos de Vênus.

Livros posteriores: O Robô de Júpiter, Os Anéis de Saturno

#O Grande Sol de Mercúrio #Isaac Asimov #Saga Lucky Starr

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Os Oceanos de Vênus / Isaac Asimov

Não posso falar muito sobre esse livro. Apenas dar uma dica: toda vez que você pensar “ué, isso não faz sentido”, fique tranqüilx que a extraordinária inteligência de Asimov amarrará todas as pontas no final. E aqui está também o mesmo traço de suas obras: um grande xadrez mental (mais do que os livros anteriores da saga de Lucky Starr).

Segue alguns trechos que destaquei:

“Quando penso que antigamente todo mundo era obrigado a ficar na Terra, Lucky, tenho uma sensação esquisita. As pessoas não conseguiam sair de lá de jeito nenhum. Não sabiam nada a respeito de Marte ou da Lua ou de qualquer outra coisa. Quando penso nisto, fico todo arrepiado.”

“Lembre-se, Bigman, que é fácil ‘proteger a sociedade’ mandando executar um criminoso, mas isto não poderá reviver suas vítimas. Curá-lo e utilizá-lo para melhorar e facilitar a vida desta mesma sociedade é sempre um feito muito mais importante.”

Livros anteriores: As Cavernas de Marte, Vigilante das Estrelas

Próximos livros: O Grande Sol de Mercúrio, O Robô de Júpiter, Os Anéis de Saturno.

#Os Oceanos de Vênus #Isaac Asimov #Saga Lucky Starr

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Vigilante das Estrelas / Isaac Asimov

Quando piratas espaciais voltam a assombrar a paz no Sistema Solar, é hora de Lucky e seu fiel parceiro Bigman investirem numa aventura rumo à base dos seus inimigos: no Cinturão de Asteróides!

Novamente lembro dos contos do autor, em que os homens de Marte, após uma crise hídrica e política contra os homens da Terra, aventuram-se em direção aos asteróides. Contudo, em Vigilante das Estrelas, podemos ver um pouco como é a vida na fronteira dos Sistema Solar Interno.

Mais um enigma asimoviano para decifrar, mais uma viagem emocionante com Lucky e Bigman.

Livro anterior: As Cavernas de Marte Livros posteriores: Os Oceanos de Vênus, O Grande Sol de Mercúrio, O Robô de Júpiter, Os Anéis de Saturno.

#Vigilante das Estrelas #Isaac Asimov #Saga Lucky Starr

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As Cavernas de Marte / Isaac Asimov

Essa é a saga inicial do intrépido David Starr, que ficou interplanetariamente conhecido como Lucky Starr. Ainda criança, fora o único sobrevivente de um atentado que assassinou seus pais quando iam para Vênus. Desde então ele passou aos cuidados de dois novos pais: Hector Conway e Augustus Henree (ambos amigos e colegas de profissão de seu finado pai).

Assim que o ainda David consegue seu diploma como membro efetivo do conselho, ele presencia um caso de envenenamento alimentar. Então ele tem a idéia de – sozinho – se infiltrar numa das fazendas de Marte (sem o consentimento dos seus pais e chefes) para verificar o que está acontecendo. Aqui também conhecemos John Bigman Jones, o Bigman, que se tornará o grande parceiro de Lucky em suas aventuras pelo Sistema Solar.

O cenário de Marté o mesmo utilizado por Asimov em seus contos: uma terra árida com cidades com cúpulas para abrigar os seres humanos com gases e pressão atmosférica apropriada para seus corpos.

Porém o autor vai um pouco além, mostrando o quão inóspito o planeta se mostra para os seres humanos após as tais cúpulas.

O que será que Lucky Starr encontrará n’As Cavernas de Marte?

Próximos livros: Vigilante das Estrelas, Os Oceanos de Vênus, O Grande Sol de Mercúrio, O Robô de Júpiter, Os Anéis de Saturno.

#As Cavernas de Marte #Isaac Asimov #Saga Lucky Starr

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Além do Planeta Silencioso / C. S. Lewis

De todos os lugares mais agradáveis e gentis para estar, certamente os mundos de CS Lewis estarão entre os melhores. Se você já mergulhou em algum dos lagos do bosque entremundos, jamais poderia imaginar encontrar outro mundo fantástico dentro do nosso Sistema Solar. Através de seus olhos (ou sua escrita), enxergar a Terra pelo seu lado de fora antes mesmo de Gagarin percebê-la azul!

Somos conduzidos até Malacandra, conhecemos seu povo e seus costumes, fauna e flora, e harmonia de uma civiliação entre os seus e o todos os “céus”. Através de suas cores, paisagens e cheiros, você é capaz de intuir de que planeta se trata?

Próximos livros: Perelanda, Aquela Força Medonha, A Torre Negra.

#Além do Planeta Silencioso #C S Lewis #Trilogia Cósmica C S Lewis

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Obsidiana / Jennifer L. Armentrout

Nunca tive muito interesse em fazer resenha de livros, mas este livro me deu vontade e é por isso que iniciarei por ele.

Obsidiana é o primeiro livro da Saga Lux categorizada como Romance Sobrenatural.

(Não estou no nicho dos romances, tenho mais interesse por ficção científica e fantasia, e minha curiosidade em lê-lo foi porque se tratava de um livro de alienígenas \o/ )

Sinopse

Katy é uma jovem da Flórida que se muda no último ano colegial para West Virginia, onde conhece seus vizinhos – Dee e Daemon – gêmeos da mesma idade e muito misteriosos. Essa amizade vai dispersar qualquer monotonia que ela achava que existiria com a mudança.

Comentários Pessoais

É inevitável comparar esse romance com a Saga Crepúsculo. Daemon é um misto de Edward e Jacob Black (inclusive tem o mesmo sobrenome do último, enquanto a protagonista tem o sobrenome parecido com o da Bela: Swartz). Daemon brilha como Edward e é quente como Jacob, porém é um bad boy. Em contrapartida, Katy é completamente diferente da Bela: é mais forte, mais decidida, não é falsa com as amigas (kkkkkkkk – a personalidade da Bela me incomodava demais) e na hora H pensa em todos e não só no seu (quase) par romântico. Aqui também se repete alguns outros elementos: a garota linda, da mesma espécie sobrenatural, interessada do garotão e que ele não dá bola e o garoto potencialmente estuprador… e brigas sangrentas e mortes. Entretanto, Obsidiana se revela mais interessante por ser mais engraçado, mais jovial, e uma certa veracidade no quesito “ser sobrenatural” (Daemon tem uma fala em que expõe que é mais fácil se pensar em alienígenas – pela quantidade de planetas e do nosso desconhecimento do universo – do que em vampiros e lobisomens).

Não é um grande clássico da literatura mundial, não é um deep sci-fi (as explicações sobre a distância do planeta, o tempo que levaram pra chegar aqui, a relação deles com o latim – era o idioma deles? – e entretanto ainda estarem à mercê do Governo da Terra, não convencem). Mas é divertido, e a protagonista – apesar dos momentos em que cai em tentação – é hilária e o final é sensacional.

Próximos livros da saga: Ônix e Opala.

#obsidiana #Jennifer L Armentrout #Saga Lux

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Feita de Fumaça e Osso / Laini Taylor

Em primeiro lugar este livro me encantou pelo nome. Achei poético.

Em segundo lugar este livro me encantou pela sinopse – vi no canal do YouTube da Beatriz Paludetto, A Quimera.

Não precisei de um terceiro incentivo para começar a lê-lo.

Feita de fumaça e osso é um romance sobrenatural. Apesar do plot twist ser praticamente anunciado logo no início, acho melhor falar o mínimo possível sobre sua história.

Comentários Pessoais.

Achei as motivações históricas deveras pueril, mas a mitologia é bastante interessante. A metempsicose é um assunto que me fascina desde priscas eras, e a oportunidade de saboreá-la neste contexto é fascinante: rebelião, oprimidos x opressores, diferentes pontos de vistas de duas culturas, invasões e absolutismo, desenvolvimento de sua própria arte (no caso, magia). O livro claramente pede por uma continuação e vejo um leque muito amplo de possibilidades, espero que os debates abertos se aprofundem nos demais.

Próximos livros: Sonho de deuses e monstros e Dias de Sangue e Estrelas

#feita de fumaça e osso #Laini Taylor

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