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evreuxdharcourt · 3 years
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❝ você nunca conhece alguém completamente ❞
3 𝘥𝘦 𝘫𝘶𝘭𝘩𝘰 𝘥𝘦 2021, Paris/FRA — Mansão d'Harcourt.
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Foi um certo alívio escutar a gravação de Chloé e perceber que seu irmão não era nenhuma das duas pessoas envolvidas. Ainda assim, o conteúdo da conversa era preocupante e também não significava muito que Pierre era isento de culpa. Depois do desenrolar das coisas na peça de primavera, Geneviève finalmente estava preparada para quebrar o seu silêncio e ser completamente honesta com o mais velho, esperando que ele entendesse a gravidade da coisa.
O garoto tinha saído e não tinha voltado ainda, então Viv foi até o quarto dele. Não era sua pretensão revirar as coisas dele ou invadir sua privacidade, mas momentos difíceis pedem por medidas desesperadas. No fim das contas, por mais gavetas e armários que tenha aberto, a loira ficou frustrada em não encontrar nada além de coisas do seu trabalho com o senador. Sentou-se na escrivaninha do irmão para abrir seu computador quando notou a sua presença. "O que está fazendo?", foi a pergunta dele; a mais nova virou-se lentamente e notou que o tom utilizado não era acusatório, apenas confuso.
❝ — Estou revirando suas coisas enquanto tento provar para mim mesma que você não está envolvido com algo bem sério.❞ — foi direta, encarando o irmão. A expressão dele acentuou-se. "Algo bem sério? Por Deus, Genny, o que você bebeu?", ele brincou, deitando na própria cama e encarando o teto. Ela suspirou; precisaria mandar a verdade logo para ele entender. ❝ — Você conhece a Eloise Girard-Dampierre?❞ — decidiu perguntar primeiro. Pierre levantou a cabeça para olhá-la e se apoiou nos próprios braços para sustentar a visão. "Claro que conheço, ela é sua amiga há mil anos. E não foi ela que morreu e ressuscitou depois?", a expressão de Pierre era genuína, e Viv queria acreditar que a ingenuidade dele era também, porém precisava tirar todas as dúvidas. ❝ — E você não conhece ela de mais lugar nenhum?❞ — continuou, uma das sobrancelhas erguidas de forma questionadora. Pierre riu. "Por que você não me pergunta o que realmente quer perguntar logo?", ainda assim, o irmão não parecia irritado, o que talvez fosse um bom sinal. ❝ — Você convidava Eloise para as festas do seu clube secreto? E se não, pelo menos lembra dela lá? Ou se algum dos seus amigos tem algum motivo para querer ela fora da cena?❞ — disparou. Se Pierre queria que ela fosse direta, então com certeza ia conseguir isso.
Uma expressão de choque transpareceu no rosto do mais velho. Ele ficou alguns segundos sem responder ou reagir. "Ok. Um, não, nunca convidei ela, mas...", ele hesitou. "Eu a vi lá, sim. Achei esquisito e comentei que na época ela só tinha dezessete anos, mas ninguém me deu muita atenção e...", aí ele se interrompeu e olhou para a irmã com dúvida. "Como você sabe disso tudo? Um 'clube secreto' tem esse nome por um motivo", disse, encarando-a e aguardando a resposta. ❝ — Eu tive umas dicas. Mas e aí, alguém tinha motivo para querer ela morta?❞ — insistiu na pergunta. "Não! Claro que não, Genny, meu deus! Você acha que algum deles matou a Eloise? Quer dizer, por que isso importa, se ela nunca morreu mesmo?", perguntou ele, a dúvida claramente estampada em sua expressão. ❝ — Ninguém tinha motivo ou você não sabe se alguém teria esse motivo? Alguém se envolveu com ela? Quem chamou ela para essas festas?❞ — prosseguiu, ainda determinada em arrancar qualquer deslize dele. Podia parecer inocente e ser seu irmão, mas no fim isso não o isentava cem por cento. "Por que tá falando comigo como se eu tivesse feito algo horrível? Genny, to tentando ser honesto, mas você precisa ser também, porque não to entendendo como te ajudar assim", Pierre disse, se levantando e sentando na cama.
Geneviève levantou da cadeira e foi sentar ao lado do irmão. ❝ — Faz muitos meses que vem acontecendo algumas coisas que nenhum de vocês aqui em casa sabem.❞ — iniciou, pausando para escolher melhor as palavras. ❝ — Quando todo mundo achou que Eloise morreu, uma pessoa começou a mandar mensagens ameaçadoras para a gente... Eu e meus amigos. Por meses essa pessoa vem expondo segredos alheios e obrigando as pessoas a fazerem o que ele ou eles querem porque sim. Primeiro parecia que queriam saber o que aconteceu com Elo, mas ficou pior com o tempo e depois que ela voltou.❞ — disse, olhando para o irmão esperando que demonstrasse alguma coisa, porém ele só parecia prestar atenção com um ar de confusão. ❝ — Não sabemos quem é e por muito tempo apenas esperamos que fosse parar, mas nunca parou. E quanto mais tempo passa, a coisa fica pior. Eu tenho medo de... De ir para a faculdade e isso continuar de alguma forma. Com a internet, eu posso estar no Polo Norte e isso ainda pode me perseguir.❞ — aqui, tentou apelar para o senso protetor de irmão mais velho. Os dois eram próximos desde sempre e sabia que Pierre, seu Pierre, faria de tudo para ajudá-la. "Genny... Você deveria ter contado para alguém. Pra mim, se não queria envolver o papai e a mamãe. A gente poderia ter feito alguma coisa...", ele começou, mas Viv sacudiu a cabeça negativamente. ❝ — Essa pessoa sabia todos os meus segredos e eu não tava pronta para envolver ninguém nisso. Além do mais, não tinha como vocês ajudarem. Mas... Agora tem. Pierrou, preciso da sua ajuda.❞ — enfatizou, utilizando o apelido infantil dele para apelo emocional. Precisava daquilo, precisava daquelas informações.
"Claro. Claro, Genny, o que você precisar, qualquer coisa. Mas o que eu posso fazer? Eu ainda não entendi a relação nisso tudo", ele foi honesto. Geneviève assentiu. ❝ — Eu não fiquei sentada esperando esse idiota destruir minha vida e de todo mundo, como você pode imaginar. Eu tentei fazer o que eu podia e isso me levou a algumas informações. Por exemplo, a pessoa que estamos procurando é da Université d'Harcourt e alugou 'A Arte da Guerra' ainda esse ano. Em uma pesquisa mais minuciosa, eu descobri que essa pessoa faz parte de um certo clube filosofia e sociologia e tem um processo disciplinar arquivado na ficha. A que tudo indica, também pode ter um passado lá em Cannes.❞ — descreveu todas as informações. Os olhos de Pierre se arregalaram. "Você não quer dizer eu, certo? Porque Genny, existem mais pessoas com essa descrição do que você pensa! Eu juro que jamais faria isso com você! Ou qualquer pessoa. Você me conhece, acha que eu faria isso?", ele questionou, parecendo verdadeiramente magoado. Uma parte dela estava aliviada porque ele realmente não parecia ter nada a ver com aquilo tudo. Respirou fundo. ❝ — Não acho. Mas acho que algum dos seus colegas da Ordem do Iluminismo sim. E preciso descobrir qual.❞ — falou, mordendo o lábio inferior. "Não quero nem saber como você descobriu isso. Quer dizer, ia acontecer uma hora ou outra quando viesse para cá, mas você não deveria saber agora. Mas... Eu não sei. Quer dizer... Bom... Esses caras são todos filhos dos amigos do papai e da mamãe, por que fariam algo assim?", perguntou ele, confuso. ❝ — Você pode conhecer uma pessoa e até amar uma pessoa, mas nunca pense que sabe tudo sobre ela. Acho que aprendi essa lição umas cinquenta vezes nesse último ano.❞ — disse, colocando uma das mãos na dele e segurando forte. ❝ — Preciso saber tudo o que você sabe sobre um cara chamado Blaise. Pelo que sei, ele usa o codinome D'Alembert.❞ — falou, e então esperou que Pierre a respondesse.
"Blaise... Certo, Blaise é acho que um ano mais novo que eu. Ele também faz Direito. Ele estudou em Cannes! Só que não acho que foi na Truffaut, porque eu teria me lembrado dele e não sabia quem ele era quando entrou na Ordem. Mas lembro dele ter dito que estudou lá, mas nasceu em... Nice? O que mais? Não sei, ele não é exatamente... Puts, isso vai soar babaca, mas ele não é o cara mais influente do grupo. Os pais dele não são beneficiários da Uni e no fim a influência lá acaba tendo muito a ver com isso. Algumas pessoas entram por chamar atenção de algum jeito. Tem certeza que é Blaise mesmo?", ele questionou e Viv assentiu em confirmação. Anotava mentalmente todos os detalhes ditos. "O nome dele é Blaise Charbonnet, se não to enganado. Bom, não tem muito mais que isso. Ele parece ser um cara legal, não consigo ver ele fazendo essas coisas, mas como você diz... Não da pra saber tudo sobre uma pessoa", admitiu e buscou o olhar da irmã para que ela comentasse sobre. ❝ — Você consegue pensar em alguma relação entre ele e Eloise? Ou então se ele... Algum amigo dele mais próximo na Ordem? Ou alguma noite, alguma festa, que algo esquisito tenha acontecido?❞ — disparou ela. Já sabia onde poderia encontrar Blaise agora que sabia o nome completo e o curso dele, mas qualquer informação extra também ajudaria. Pierre riu fraco. "Pra ser sincero, eu não sei. Vai soar idiota, narcisista, mas não presto muita atenção no que não tem nada a ver comigo. Eu disse que Eloise era menor de idade e ninguém ligou pra mim, e ela continuou indo, mas nunca falei com ela. Não sei com quem ela se envolveu. Também pelo mesmo motivo não sei quem seria esse amigo próximo de Blaise. Somos todos amigos e nos damos bem... Talvez aquele recrutado dele seja próximo, mas não sei muito sobre ele também porque ele é meu calouro e eu não tenho mais tempo pra ficar monitorando a vida dos calouros igual antes, sabe. E sobre algo esquisito... Você vai aprender logo, Genny, que se não acontecer algo esquisito, não é uma festa universitária. Muitas coisas aconteceram e eu não me orgulho da maioria, mas aconteceram e não posso mudar esse fato. No fim das contas eu só participo disso porque não tenho muita escolha, tenho?", relatou e deu de ombros, parecendo um pouco desconfortável. Pela primeira vez em uns dias se lembrou do processo disciplinar e em como Pierre podia ester envolvido. Claro que omissão é tão ruim quanto o crime, porém Viv sabe como a mentalidade de multidão pode ter influência sobre alguém, especialmente se você não é acostumado a tomar as próprias decisões e se impor, como Pierre foi a vida toda. Além do mais, a pressão dos pares podia ser estressante ao extremo no nível psicológico, assim como a necessidade de fazer parte e pertencer. Pelo seu jeito despreocupado e debonair, a loira nunca pensou que Pierrou não quisesse estar onde estava, mas, como sua própria lição diz: nunca se conhece alguém completamente. Geneviève assentiu e agradeceu o irmão.
Depois de finalizar a conversa, Geneviève saiu do quarto do irmão com a cabeça um pouco zonza. Blaise tinha um recrutado e talvez esse recrutado fosse o outro cara da gravação. Talvez esse fosse o anônimo, ou o segundo componente. Agora ela iria até a Université finalizar aquilo, mas antes discou o número de Chloé Beauchamp. ❝ — Chloé? É a Geneviève. Eu descobri o nome completo e umas outras informações do nosso amigo. Estou indo para a Université para encontrar o dormitório dele e vou te passar isso também. Mas antes, escuta só...❞ — continuou, passando tudo que Pierre a disse. Era passada a hora de acabar com aquilo de uma vez por todas.
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evreuxdharcourt · 3 years
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quando já estavam longe da aglomeração, beauchamp novamente certificou-se que estavam de fato sozinhas.  ❝ ━━ eu estou assustada e você provavelmente também irá ficar.❞ ela respirou profundamente e tomou a lufada de ar como um ímpeto de coragem. ❝ ━━ holly, wolf, ben e eu encontramos um papel no carro de eloise, o que nos levou a um geneticista. holly e eu acreditamos que seria uma boa ideia investigar, então fomos disfarçadas até o hospital. descobrimos mais sobre o quadro clínico da família, sobre a hemofilia da camille… o que nos fez entender que ela nunca teve qualquer chance de sobreviver a queda. o que não sabíamos é que estávamos sendo observadas.❞ ainda sentia calafrios ao recordar-se que provavelmente haviam assistido seus passos e de sua amiga desde a maldita consulta. ❝ ━━ em paris, enquanto estávamos na d’harcourt, debatemos um pouco disso. de forma discreta, eu não acredito que alguém tenha escutado algo… e mesmo que tenha, jamais pensávamos que qualquer pessoa que estivesse ali ━━ fora da nossa turma ━━ se interessasse no assunto. só que ben e wolf receberam um convite para um baile de gala de uma união de cavalheiros, a ordem do iluminismo.❞ a nomenclatura da sociedade fora dita em voz baixa, parte de chloé ainda tinha enorme receio de tocar no assunto. sentiu as suas palmas suarem e cruzou os braços, por um momento arrependeu-se de falar sobre aquilo sozinha, desejava o apoio moral de seus amigos ou de seu namorado. ❝ ━━ nós fomos a tal festa no sábado a noite, era um baile de máscaras. parecia uma festa bastante exclusiva e eu acredito que de fato seja… nós estávamos nos divertindo e um tanto quanto deslumbrados, daí minha cunhada me ligou e eu precisei me afastar dos outros para conseguir atender o telefone.❞ beauchamp mirou o chão, concentrando-se para não escapar nenhum mínimo detalhe da cena que presenciou em seguida. ❝ ━━ e-e eu acabei escutando o que não devia. dois rapazes, aparentemente membros da ordem do iluminismo, estavam discutindo na sacada. eu decidi que iria gravar para rir com a holly da fofoca universitária, e… um deles falou o nome de eloise.❞ aspirou profundamente e mordeu o lábio inferior. “eloise está viva e não tá mais aqui, então chega!”, podia recordar-se perfeitamente das palavras de blaise. ❝ ━━ blaise l’ambert, quer sair da ordem ou do plano deles… não sei ao certo, tudo que sei é que ele falava sobre eloise e sobre nós, disse que o outro havia errado em nos convidar, que era arriscado. e o outro respondeu falando sobre camille, disse que nós estávamos tentando descobrir coisas sobre ela e que nos distraiu com uma festa.❞ seu tom já não era tão sereno como de costume, chloé soava aflita e um pouco desesperada. as pontas de seus dedos se encontravam geladas e a loira apertava seus próprios antebraços em busca de aliviar a tensão que sentia.  como um estalo, a mente sempre engenhosa de chloé logo tratou de trabalhar e em poucos segundos a loira possuía uma nova teoria, algo que não fazia a semanas devido ao temor que vinha sentindo. ❝ ━━ putain, geneviève, eu tenho certeza que esses caras sabem exatamente o que aconteceu naquela noite! putain, putain, esses caras podem ser assassinos, ou uma máfia… putain! talvez eles sejam a porra do -E!❞ o cenho da loira franziu e um vinco de preocupação surgiu em sua testa. ❝ ━━ tudo que eu sei é que eu e os outros estamos andando com seguranças há semanas e prometemos não falar sobre isso a ninguém. eu gravei essa porra dessa conversa e a tenho segura em um drive no meu apartamento. estou contando para você porque de certa forma sua família está envolvida e eu sinto que você pode ser a única pessoa a nos ajudar.❞
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Geneviève assumiu uma postura ainda mais séria enquanto escutava o relato de Chloé. Eram muitas informações para serem absorvidas. Camille era hemofílica, o que quer dizer, como observou a garota, que qualquer queda ou machucado poderia ser fatal. Agora, será que isso quer dizer que a morte pode ter sido acidental ou que alguém se aproveitou dessa informação para matá-la? O queixo da d'Harcourt quase chegou ao chão enquanto o discurso continuava. A Ordem do Iluminismo, lá estava ela de novo. Então, agora mais do que nunca, sabia que a pista recebida no início do ano não era falsa. O coração disparava absurdamente no peito enquanto a Beauchamp contava sobre o ocorrido em Paris. Entendia o desespero da amiga, porém Viv sentiu que aquilo tudo a enchia de determinação. Estavam agora mais perto do que nunca de resolver aquilo. Tinha certeza de que cada pessoa ali naquela festa tinha algum tipo de informação e, juntando tudo, iam entender direito aquela coisa toda. Puxou as mãos de Chloé nas suas, tentando passar algum tipo de calma para ela. Ainda assim, estava quase tremendo com a expectativa. Meu Deus, tinha tanto para fazer e pensar. ❝ — Você fez bem em me contar. Chloé, e podemos resolver isso de uma vez por todas, eu sei que sim. Eu também sei algumas coisas. Mas vou precisar dessa gravação.❞ — falou, mordendo o lábio inferior. Primeiro precisava saber se Pierre d'Harcourt estava envolvido nisso. Mesmo que estivesse, a loira sabia que a coisa teria que ser resolvida de qualquer forma e ele precisaria pagar; mas se sim, o approach seria diferente. Tentaria arrancar dele informações. ❝ — A que tudo indica, essa Ordem do Iluminismo é um tipo de clube secreto da Université. Sim, bem Skull and Bones da parte deles. Quer dizer, é uma faculdade bem antiga da Europa e é mais comum do que você pensa. Eu recebi uma mensagem anônima no início do ano falando que tinha uma pista e que podia me ajudar. Isso me levou até a d'Harcourt e um livro específico alugado por algumas pessoas. Mexi no sistema da faculdade e descobri que todos eles estavam nesse mesmo clube e possuíam uma falta disciplinar que foi arquivada. Durante uma festa, eles passaram dos limites com uma garota e... Bom, ela não morreu, mas quase.❞ — mordeu o lábio inferior, lembrando da notícia que descobriu depois. A trama toda parecia sem fim agora. ❝ — Não sei como Eloise pode estar envolvida, mas ela ia às festas desse clube, imagino que sejam festas iguais as que vocês foram. Eu tenho uma lista de nomes, mas Blaise d'Alembert...❞ — interrompeu-se; não precisava pensar duas vezes, sabia a lista de cor e aquele nome não era familiar. Não conhecia nenhum Blaise e o sobrenome... Então, de repente, ela conectou os pontos. ❝ — Putain! D'Alembert! Como Jean le Ron d'Alembert! Chloé, esse é o codinome dele. Nos convites da festa que encontrei no quarto da Eloise todos eles assinam com codinomes. Tem Diderot, Fourier, Rousseau... Iluminismo! Mon dieu, como são pretensiosos.❞ — sacudiu a cabeça. Refletiu um pouco mais sobre o que tudo aquilo significava. Achava que podia entender mais ouvindo a gravação, mas aquilo, juntando com o que Noëlle a disse naquela semana, significava que dois membros conheceram Eloise e estavam a seguindo a mando do pai de Faheera. ❝ — Eu acho que sim, esses dois podem ser o -E. Mas esse Blaise talvez seja nossa chave para tudo. Porque Chloé, eu recebi pistas dizendo que queria me ajudar. Se esse cara quer sair de seja lá o que está acontecendo... Precisamos de um plano.❞ — falou, encarando-a intensamente. Sabia que deveria ter medo, porém no momento só estava determinada. Queria terminar com aquela merda de uma vez por todas.
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
houssière assentiu lentamente em concordância com a amiga. brincadeiras a parte, poderia, sim, ser pior. mas o fato de sua mãe não estar ali, reduzia consideravelmente o número de pessoas que ela temia decepcionar pra duas pessoas. toda a preocupação aquém do cunho emocional, girava única e exclusivamente ao redor do medo de ter, consequentemente, destruído todas as suas chances de ter o futuro brilhante que vislumbrava desde que lhe foi dada a oportunidade de estudar em truffaut. — ❝ está tudo bem, de verdade. nós fazemos o que temos que fazer, certo? a princípio minhas motivações foram nobres então meio que só me arrependo em cinquenta por cento. ❞ — reafirmou, mais para o autoconvencimento, na verdade.  — ❝ estou preocupada, enfim… em ter fodido minhas chances de entrar em uma universidade renomada. e… uh, com a martina, pra ser bem sincera. ❞ — explicou, desviando as orbes castanhas para o livro disposto sobre a mesa. parcialmente feliz em ter conseguido desviar o foco daquela conversa com tamanha facilidade. embora tudo, aparentemente, estivesse interligado e o que ouvira no jantar da université era tão ruim quanto.  — ❝ pois bem, a rivera me levou pro jantar de amigos e contribuintes da université d’harcourt e em um momento, depois que a gente se afastou dos outros convidados acabamos por ouvir uma conversa entre o que parecia ser o secretário do sr. al hosseinzadeh e alguém talvez daqui, talvez da universidade. o que eu sei é que ele se referiu a duas pessoas, categoricamente, que supostamente foram pagas pra resolver as coisas com a eloise. ❞ — mantinha sua voz em mero sussurro, depois de olhar em volta para se certificar de que não havia mesmo mais ninguém ali.  — ❝ porque ela sabia coisas demais. e agora eu sei também. ❞ 
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Geneviève sorriu para Noëlle. Conhecia a garota há muito tempo diante do fato das duas terem estudado na Truffaut por anos, e sinceramente nunca viu alguém mais merecedora de um futuro brilhante ou de todas as melhores oportunidades do mundo como ela. Só que a vida não era colorida e perfeita e Viv sabia bem disso. ❝ — Não se preocupe com isso. Quer dizer, não sei quanto às outras faculdades, mas duvido muito que você vá perder sua chance com a Université d'Harcourt. Não deveria te contar isso, mas parece que tem muita gente impressionada com você depois de Paris, sem contar que minha mãe é simplesmente sua fã número um e não tenho nada a ver com isso. É tudo coisa sua.❞ — assegurou. Poderia parecer favorecer amigos, mas a verdade era que ela nem precisava fazer isso. A Houssière era inteligente, competente, esforçada, resiliente e cheia de ideias para mudar o mundo; ela não precisava da ajuda de Geneviève. ❝ — E quanto à Martina... Vamos lá, tenha um pouco de fé nela. Vocês se conhecem melhor do que ninguém. Tenho certeza de que ela sabe o suficiente sobre você para entender que você não faria isso se não tivesse um motivo. Todos nós temos segredos e guardamos eles dos demais, amiga, até das pessoas que a gente mais ama.❞ — e Viv tinha muita propriedade para falar daquilo por mil e um motivos. Seja porque os pais esconderam um segredo familiar enorme dela por anos, ou porque Bash escondeu o filho dela, ou mesmo porque ela planejava algo grandioso e enorme nas costas da família inteira... A lista era enorme.
Ao ouvir a menção de faculdade, as engenhocas do cérebro da d'Harcourt começaram a trabalhar. De alguma forma, tudo parecia se conectar na Université. Ela começava a entrar em pânico pensando que talvez sua família pudesse estar relacionada com o anônimo. O comentário sobre Faheera, entretanto, a distraiu de suas ansiedades. Aquela era uma informação completamente nova para ela. Não sabia do envolvimento dos Al Hosseinzadeh na história toda e com toda certeza era algo valioso. Estavam pagando duas pessoas para ficar de olho em Eloise! ❝ — Isso é muito sério. Meu deus, mas faz todo sentido. Olha só...❞ — diminuiu o tom novamente, olhando ao redor para ver se ninguém prestava atenção nelas. ❝ — Eu descobri que uma pessoa ou um grupo de pessoas na Universidade pode estar relacionada com o anônimo ou ser o anônimo. Conheceram a Eloise em uma das festas de lá. Eu só não sei o motivo de eles estarem atrás dela dessa forma e de ela ter corrido. Com certeza, agora com o que você disse, foi porque ela pode ter se metido em algum canto perigoso. Possivelmente com envolvimento do pai de Faheera.❞ — refletiu, tentando juntar todas as peças. Ainda assim faltavam informações essenciais. Por que essa pessoa virou o anônimo se a história era com Eloise? E como sabia tanto da vida deles e da Truffaut? Algumas coisas ainda não se encaixavam.
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evreuxdharcourt · 3 years
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os olhos de castiel estreitaram-se à concordância alheia, porém deixou que ela falasse. uma risada sarcástica ecoou baixa em sua voz ao que teve a acusação devolvida a ele. “exatamente, uma ótima forma de me plantar como vilão da história. aliás, você diz que tinha provas contra o anônimo nesse computador, mas fora sua palavra, não há nada que comprove, não? então, seria uma perfeita forma de você tentar me incriminar por estar lá! mas não deu certo, não é mesmo? afinal, se eu estivesse envolvido nisso, acha mesmo que eu colocaria a minha oportunidade de ir para yale no fogo? nem venha para cima de mim com essa, geneviève, sua acusação sequer tem sentido!” soltou um riso sem humor, um tanto incrédulo, na verdade. negando com a cabeça, acrescentou “mas sabe o que faz sentido? você ter se zangado com a sua tentativa frustrada de me incriminar, e por isso, ter soltado logo agora uma mentira que é capaz de ferrar com todo o meu futuro. inclusive… visitas ao seu namorado em paris? me parecem ser um ótimo disfarce para quando você, na verdade, saía em busca de pessoas que pudessem contar segredos alheios.” então, trouxe à discussão mais um ponto “além do mais… tudo isso começou com a morte da garota, não? quem eu não conhecia, mas você, sim. eu nem mesmo deveria estar naquela festa… mas você, se não me engano, foi uma das cabeças-chefe dela. tanto que não contava com a possibilidade de camille estar por lá, e de você errar seu alvo… não é mesmo? e, então, você se aproximou de mim, porque não é segredo que a equipe da minha família sabe manter certa poeira debaixo do tapete… o interesse da universidade d’harcourt em mim nada mais era do que uma forma de garantir que o erro do seu plano não acabaria virando uma notícia bombástica, já que não iam querer meu nome envolvido com algo desse tipo… e, agora que optei por yale, a sua saída é me fazer parecer culpado, como se eu fosse o riquinho que manipula a mídia e a todos, e pode fazer o que quiser. mas adivinha só? não vai dar certo, porque eu vou te desmascarar, e vou te fazer pagar por todo o mal que fez aos meus amigos, e às pessoas com quem me importo.”
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Geneviève escutou a teoria mirabolante de Castiel com um misto de perplexidade e riso ao mesmo tempo. Não era possível que ele pensasse que isso era plausível. A loira cruzou os braços e lançou um olhar questionador e irônico ao inglês. ❝ — Na verdade, há sim algo que comprove. Felizmente eu sou uma pessoa de extrema competência e consegui as provas contra o anônimo de outros jeitos. Não que eu te deva satisfação depois desse surto aí. Sinceramente, Castiel, independentemente da sua antiga briga com o Sebastian ou da minha com a Amelia, era de se esperar que um garoto inteligente como você soubesse diferenciar fantasia da realidade.❞ — falou, duramente. Não admitia estar sendo acusada de algo que ela tentou lutar contra faz mais de seis meses. ❝ — Eu estava com a sua ex namorada quando Eloise caiu do penhasco. Pode perguntar para ela. Se eu realmente fosse o anônimo como você tão brilhantemente propõe, eu teria que ser uma maluca. Você não tem noção do que ele ou eles me fizeram passar. Você foi exposto agora no fim do ano letivo? Que tristeza. Eu já fui exposta umas quatro vezes de formas diferentes, cada uma delas mais humilhante que a outra e quase entrei em um colapso nervoso irreversível em todas. Você pode achar e pensar o que quiser, mas se realmente quer desmascarar o anônimo, vai precisar de mim. Porque enquanto você tentava enganar meus pais de sabe-se lá o que, tentando se aproveitar deles para provocar o Bash a troco de porcaria nenhuma, eu era quem estava me mexendo para acabar com a tortura das pessoas que você se importa.❞ — discursou, extremamente irritada. Castiel não sabia a besteira que estava falando em acusá-la. Não tinha a mínima ideia de como essa era a teoria mais furada e errada do mundo. ❝ — Não tente me pintar como vilã da sua história, Windsor, porque você sempre esteve bem certo de onde ia estudar e poderia ter deixado isso claro, então não me diga que não houve nenhuma vantagem para você se aproximar de mim e da minha família. E se você realmente quer insistir nessa teoria, vai em frente. Eu tenho álibi para todas as noites e dias em Paris ou aqui. Diferentemente de você, que conforme sei, não estava em lugar nenhum a ser encontrado em um certo dia lá na viagem da turma, exceto quando apareceu misteriosamente para almoçar com a minha mãe. Não sou maluca a ponto de pensar que você é o -E, mas sei que tem algo aí. E se não quiser falar, eu vou descobrir e vai ser pior para você.❞ — finalizou, pouco se importando agora se estava usando um tom de ameaça ou não. Tinha cansado de agir cordialmente com ele e não tinha nada a ver com sua escolha de faculdade.
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evreuxdharcourt · 3 years
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chloé assentiu em concordância, wolfgang não era notável na habilidade de guardar segredos, porém ele vinha a surpreendendo positivamente. até onde sabia, além de seu plano para desmascarar o tio, ele também havia mantido a discrição sobre a festa da ordem do iluminismo. estava determinada a manter o silêncio e não aprofundar-se no assunto, entretanto, a fala seguinte de d’harcourt fez com que parte de sua postura se desfizesse. ela inspirou profundamente, por um segundo acreditou escutar novamente a voz de blaise ecoando no salão e podia sentir suas pernas formigarem. seus olhos azuis se perderam por alguns segundos, algo que certamente seria notável para geneviève. finalmente voltou a fitar atentamente a loira e ignorou completamente seu comentário sobre seu vestido, ela espremeu os lábios. estava ponderando se deveria ou não ser completamente honestas com d’harcourt. fuck it, iria apostar alto. funcionava no poker ━━  tudo bem que se tratava de strip poker, mas não deveria ser tão diferente do poker comum ━━ , teria de funcionar naquele momento. ela mirou seus arredores, buscando os olhos familiares que partilharam da experiência parisiense porém não os encontrou.
❝ ━━ geneviève, nós podemos ir para um lugar mais reservado?❞ pediu a loira em um tom de voz baixo, fez o possível para soar serena, embora seu coração batesse como um tambor. ❝ ━━ eu preciso te contar algo um tanto quanto sério. há grandes chances de eu me arrepender ou você me odiar por te envolver nisso de forma indireta, mas, meu sexto sentido ━━ se é que isso existe, está me dizendo que devo te contar.❞ se d’harcourt de fato havia feito descobertas em paris, havia grandes chances de ser algo relacionado a ordem do iluminismo e eloise. além disso, eles atuavam dentro da universidade da famíliar da loira, era de bom tom alertá-la de todo modo. ela pegou seu celular e foi até o grupo de mensagens que partilhava com ben, holly e wolf. “vou contar sobre paris para geneviève, eu acho que ela pode nos ajudar.”, digitou rapidamente e enviou o texto.
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Geneviève notou a mudança de expressão de Chloé e deixou o sorriso sumir gradativamente. Aparentemente, algo incomodava a garota e estava visível. Prestou atenção em seus movimentos e concordou em acompanhar-la, tentando se decidir se estava mais curiosa ou ansiosa pelo assunto. ❝ — Claro... Quer dizer, parece importante. Você sabe que pode contar comigo para essas coisas, não sou só a sua vice.❞ — tentou tranquilizar a outra. Não sabia sobre o que seria aquela conversa, mas a julgar por sua menção de Paris em sua fala anterior, Viv julgava que podia ser sobre a mesma coisa. E quando o assunto era o anônimo, ela sempre queria saber o máximo possível.
Guiou a loira para o lado de fora, no terraço, e apoiou-se na grade enquanto olhava para Cannes iluminada lá embaixo. Felizmente era quase verão e o clima era ameno, a brisa noturna bem vinda. Virou-se para a Beauchamp. ❝ — O que está acontecendo? Você parece assustada.❞ — comentou, observando-a enquanto mordia o lábio inferior em antecipação.
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evreuxdharcourt · 3 years
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Talvez fosse uma má ideia ir a uma festa com álcool depois do que aconteceu na peça. Não para Geneviève especificamente que, aliás, nem tinha tocado em bebida alguma desde que chegou, mas especialmente para os que foram expostos. Sabia que a maior parte dos colegas já não era exemplo em estabilidade, agora que tinham sido explanados para todo mundo poderia ser pior. Sentada conversando com Viviénne, a loira tentava juntar as peças sobre as coisas que sabia e encaixar-las na situação atual. ❝ — Eu não sei, Vivi...❞ — iniciou ela diante das considerações da Chevallier. ❝ — Aquela vez foi diferente. Ele disse que tinham algumas mentiras e a gente teria que adivinhar. Agora... Acho difícil que ele esteja mentindo.❞ — admitiu, mordendo o lábio, pensativa. ❝ — Claro, acho que ele pode ter aumentado um pouco pelo drama, já que essa é a marca registrada dele; manipular informações. E por mais que eu não queira acreditar em algumas coisas, acho que os fatos em si aconteceram.❞ — confessou, balançando a cabeça. Não achava que Valentin, o garoto que compartilhava um teto há dois anos, seria capaz de matar alguem deliberadamente. Ainda assim, podia ter mais naquela história do que imaginavam.
As reflexões de Vivi fizeram a d'Harcourt refletir. De fato, pouca coisa sobre Eloise havia saído à tona. Não era esquisito? Inicialmente poderia se pensar que estavam mancomunados, mas então por que ela fugiria? Na cabeça da loira, apesar de ter se magoado com a amiga de anos, ainda era impossível que ela tivesse fingido absolutamente tudo. ❝ — Vou ficar te devendo um palpite de quem é. Mas vou dizer uma coisa...❞ — iniciou, ajeitando a postura e olhando ao redor. ❝ — Seja lá quem for, é ou aluno ou ex aluno da Truffaut. Talvez os dois, porque acho que envolve mais de uma pessoa. Possivelmente um deles estuda na d'Harcourt e acho que possa ter estudado aqui antes. É alguém com motivo para não gostar da gente ou então de alguém específico e acabou levando nós como colaterais. Acho que tem uma história com a Elo. Eles se conhecem. A impressão que eu tenho quando lembro como tudo isso começou é que ele estava tentando vingar a morte dela, descobrir o que estava acontecendo. Não sei o que aconteceu depois, nem por que isso mudou ou ele não parou quando ela voltou, mas acho que é pessoal.❞ — contou.
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 17 de junho de 2021, afterparty
𝑶𝑵𝑫𝑬: semiramis
𝑸𝑼𝑬𝑴: viviénne & @evreuxdharcourt​
“eu não acredito nessas histórias todas. ele pode até ter falado a verdade quando me expôs sobre minha relação com o meu padrasto, mas antes disso, quando falou que eu me relacionava com um homem casado, era mentira… foi, inclusive, o que me deu a ideia, para que eu caísse certinho na armadilha do anônimo para fazer besteira…” confessou, claramente não se orgulhando daquilo. “pode me chamar de ingênua, ou o que quiser, mas eu não acho que a faheera seria capaz de ter algum envolvimento com a morte de um homem! viv, isso é muito sério! e, qual é, nós conhecemos a fahee, e conhecemos também o valentin… ele pode ter mil e um defeitos, ser explosivo, mas… não acho que ele seria capaz de uma coisa dessas, viv… não quero acreditar que seja.” admitiu, por fim, engolindo em seco. e antes que se perdesse na sua confusão de sentimentos, voltou ao ponto “quero dizer, sinceramente, o que essa pessoa ganha nos expondo assim? o que ele ganha explanando que a jeanne é bolsista, além de uma sádica satisfação em ver ela sentindo-se exposta e humilhada?” viviénne questionou a geneviève, inquieta, ainda que baixinho, enquanto observava a festa acontecendo. em sua cabeça, rolavam mil e um pensamentos, a deixando apreensiva e perturbada. “eloise podia ser muitas coisas, mas sei que não era má pessoa.” comentou com o coração um pouco apertado, pois em seguida admitiria “não sei como eu pude pensar que, no início, era tudo culpa dela…” negou com a cabeça, suspirando. eloise podia ter a língua maior do que a boca e bisbilhotar até que seu nariz caísse, mas agora viviénne via que a garota parecia ser tão vítima - se não até mais - daquilo tudo quanto qualquer uma das outras pessoas. “apesar de que não sei se o fato de o anônimo nunca ter exposto nada sobre ela me deixa com a pulga atrás da orelha, ou se me faz pensar que talvez ele seja muito pior em segredo com ela…” por fim, então, questionou á melhor amiga, ao que passava o olhar por todos na festa “e você? tem algum palpite de quem é?”
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
normalmente, nöelle se refugiava na biblioteca por amar absorver conhecimento. se afundar em livros de história ou livros avançados sobre energia renovável e física quântica, não importava. mas, naquela segunda-feira em particular estava na biblioteca porque era um ambiente que exigia silêncio. ou seja, ali era o lugar onde a probabilidade de ser incomodada por qualquer curioso era baixíssima. não que se valer de uma expressão fechada não tenha feito bem o trabalho. poucas pessoas ousaram lhe dirigir a palavra e, se estavam falando alguma coisa dela pelas costas, espalhando a fofoca por aí, estavam escondendo muito bem. retirada da bolha que havia conseguido criar ali com tanto esforço, estava pronta para dar uma má resposta, se não tivesse erguido a cabeça e percebido se tratar de geneviève. encolheu os ombros enquanto esboçava um meio sorriso, um tanto sem graça.  — ❝ bom eu não estou presa, odeio policiais, nunca empurrei ninguém da escada embora não falte vontade e não preciso tomar ritalina pra tirar notas boas… então acho que já posso considerar uma vitória, não? ❞ — sabia que d’harcourt a conhecia bem o suficiente para saber que ela não estava bem, por mais que tentasse a convencer do contrário.  — ❝ não estou bem, sendo bem honesta. quer dizer, fui desestabilizada por esse segredo antes do -e expor pra provavelmente todo o resto da turma então… a exposição não teve tanto impacto quanto ele achou que teria. só estou intrigada. tentando conectar os pontos, porque não pode ser coincidência isso ter acontecido bem depois de eu ter descoberto algumas coisas sobre… ❞ — pausou, curvando-se sobre a mesa de madeira em direção à amiga e abaixando o tom de voz.  — ❝ eu ouvi uma conversa sobre o pai da faheera possivelmente ter algum envolvimento no desaparecimento da eloise. ❞  
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Geneviève conhecia Noëlle há tempo suficiente para adivinhar que sua reação seria aquela. Dificilmente sua amiga estaria em algum canto se lamentando sobre a vida, independentemente do que o anônimo pudesse vazar sobre ela. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto ao ouvir seu comentário. ❝ — Pensando assim, podia ter sido pior.❞ — concordou. Viv na verdade não ficou chocada com o segredo da amiga. Claro, jamais ia imaginar que ela participava de lutas clandestinas, porém não achou aquilo horrível; realmente não era nada se comparado à algumas coisas lidas naquela mesma mensagens ou outras anteriores. Ainda assim, não era fácil saber que alguém tinha informações tão pessoais sobre você, ainda mais alguém que aparentemente queria seu mal. Entretanto, a segunda declaração da Houssière fez os olhos da d'Harcourt se arregalarem. ❝ — O que? Que conversa foi essa? Onde? Me conta!❞ — interrogou, de repente tomada por uma sensação de euforia. Se isso fosse verdade... Algumas opções de teorias de Geneviève poderiam ser colocadas a teste.
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evreuxdharcourt · 3 years
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Geneviève estava preocupada depois da peça. Os ataques do anônimo pareciam assumir cada vez mais uma conotação violenta. Em sua cabeça, era possível que ele ou eles estivessem perdendo o controle da situação e agindo desesperadamente. Sentada em um dos sofás enquanto observava os colegas, a loira só conseguia refletir se o fato de estarem ameaçando o reino de terror do -E era bom ou ruim. Os pensamentos foram deixados de lado com a presença de Castiel. Não esperava, entretanto, que ele fosse assumir aquela postura defensiva contra ela. Um sorriso surgiu nos lábios da d'Harcourt; era irônico, porque na cabeça dela o Windsor ainda não tinha limpado sua reputação. ❝ — Realmente, hilário.❞ — concordou, fixando o olhar no inglês. Não gostou daquela acusação velada e se era assim que o garoto queria jogar, Viv também tinha suas perguntas. ❝ — Mas engraçado mesmo é isso acontecer bem depois de eu ter te questionado sobre estar no escritório da minha mãe quando o computador dela, que continha informações importantes para desmascarar o anônimo, foi hackeado. Você nunca foi exposto antes até esse momento, então acho que pode imaginar como isso é suspeito.❞ — observou.
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 17 de junho de 2021, afterparty
𝑶𝑵𝑫𝑬: semiramis
𝑸𝑼𝑬𝑴: castiel & @evreuxdharcourt​
“eu só acho engraçado que…” castiel limpou a garganta para anunciar sua presença ao que se aproximava de geneviève, recostando-se na parede ao lado dela enquanto fingia dispersar sua atenção pelas demais pessoas na festa “é muita coincidência o anônimo me expor logo agora, que fui aceito em yale… e que recusei a proposta da universidade d’harcourt…” o ato de brincar com o anel de família em seu dedo do meio era, na verdade, uma tentativa de dispersar o próprio nervosismo e ainda dar um ar de desinteresse no assunto. “não acha, d’harcourt?” ele fez questão de evidenciar o sobrenome alheio, implicando implicitamente que ela teria algo a ver com essa última leva de explanação de histórias intrigantes - afinal, não poderia chamar tudo de verdade ou de mentira -, que por acaso, incluía-lhe. afinal, também não era segredo o quanto a mãe da loira queria o príncipe estudando na universidade da família. o fato de geneviève já ter-lhe levantado como suspeito na época da história envolvendo o pen drive e o almoço com a diretora também deixava-o ainda mais instigado com a possibilidade de que aquilo não passasse de uma forma dela livrar-se das suspeitas acerca dela mesma ser o famigerado anônimo.
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evreuxdharcourt · 3 years
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Geneviève ainda estava um pouco desorientada tentando entender tudo que tinha acontecido até agora. Foi a peça de primavera para apoiar os amigos e colegas e a sucessão de coisas que aconteceram a deixou zonza. Primeiro a questão do avô de Wolfgang, depois a nova sacanagem do anônimo. Ficou muito feliz pela primeira coisa, mas a segunda ainda ficou com ela; não foi uma das atingidas dessa vez, porém ainda achava injusto que quase um ano depois ninguém sabia como se livrar dessas ameaças constantes. Seu cérebro trabalhava rapidamente enquanto ela estava quieta na festa e tentava pensar em uma saída. Encontrou com Chloé nesse meio tempo e a elogiou e parabenizou pelo papel, e então começaram a conversar. ❝ — Fico feliz que tenha acontecido. Todo mundo sabe que Wolf não tem vocação para o crime, muito menos esse que foi acusado. Mas vou dizer que fiquei ainda mais impressionada com o plano por ele não ter contado para ninguém.❞ — comentou. A loira sabia que o austríaco não era o melhor em esconder coisas, então era um feito e tanto. Viv assentiu; também pensou que fosse trama do anônimo e saber que não tinha nada a ver a deixou um pouco aliviada. Ele atrapalhava muito a vida deles, porém ninguém parou na polícia até então pelas sacanagens dele e isso era um pouco reconfortante, mesmo que minimamente. ❝ — Sobre isso... Eu realmente acho que passou da hora da gente fazer alguma coisa. Parte de mim quer achar que isso vai acabar na faculdade, mas eu descobri...❞ — baixou a voz agora, olhando para os lados. ❝ — Descobri umas coisas em Paris.❞ — deixou no ar. A amizade dela com Chloé era relativamente nova, porém a d'Harcourt confiava na Beauchamp e sabia que ela era boa em analisar as situações. A garota riu do comentário sobre o vestido. ❝ — Então é melhor você ficar longe das bebidas essa noite. Mas seu look está mesmo divino, digno de estrela.❞ — elogiou.
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onde: festa de comemoração do elenco do musical garotas malvadas ━━  semiramis
quando: dezessete de junho de dois mil e vinte e um
quem: @evreuxdharcourt​ && chloé
  as bochechas de beauchamp estavam doloridas de tanto sorrir. havia posado para diversas fotografias, agradecido a mil elogios e até feito alguns vídeos de agradecimento aos espectadores da peça. finalmente pode pausar suas interações e respirar profundamente, sabia que ainda estava cansada, mas ainda havia adrenalina correndo em suas veias a impedindo de esmorecer. estava descansando quando avistou genevieve e a dupla engatou uma conversa.  ❝ ━━ é, eu também não fazia ideia que aquele exposed iria acontecer. quando a conversa começou a ser transmitida, tomei um susto gigantesco. achei que a peça tinha voltado do intervalo e eu teria que correr para não me atrasar.❞ disse quando a exposição feita por wolfgang foi mencionada. ❝ ━━ é um alívio que esse assunto já esteja resolvido e que o wolf tenha conseguido recuperar a reputação dele. quando ele foi preso, por um momento acreditei que podia ser coisa do…❞ mirou seus arredores rapidamente e aproximou-se mais de d’harcourt. ❝ ━━ -E, mas, felizmente o desgraçado não teve nada a ver com isso. aparentemente.❞ completou em sussurros, a experiência parisiense havia lhe relembrado que as paredes tinham ouvidos. um garçom passou servindo bebidas, entre elas chá gelado cujo chloé pegou um copo. a loira bebeu avidamente o líquido enquanto mantinha seu indicador levantado, sinalizando para que o garçom esperasse. suspirou em seguida, colocando o de volta na bandeja do homem. ❝ ━━ sabe, ver o gastón indo preso me deu um pouco de esperança de um dia termos a paz total. sem ter de lidar mais com chantagens e ter que fazer truques.❞ foi completamente sincera com geneviève. ❝ ━━ esperança é uma coisa perigosa para uma mulher como eu ter… mas, eu tive nesse momento.❞ ela riu baixo um pouco desgostosa e pigarreou, buscando retirar o clima quase fúnebre que tinha se instalado. além disso, lembrou-se da promessa que havia feito a ben e a si mesma, onde havia decidido manter-se afastada de qualquer coisa ligada a -E durante algumas boas semanas.  ❝ ━━ por falar em esperança, eu espero que eu não precise fazer ir ao toalete ou fazer parte de qualquer armação durante as próximas horas de festa. porque por mais que eu acredite que eu tenha acertado na minha escolha de look, esse vestido não foi feito para o ofício. não quero destruir minha reputação, ou pior, meu relacionamento pedindo ajuda para ir ao banheiro.❞
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evreuxdharcourt · 3 years
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your future's not near, it's here
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HEADCANONS DO FUTURO DE GENEVIÈVE porque todos sabem para qual faculdade ela vai e não tem graça nenhuma
Nunca existiu sequer uma dúvida na mente de Geneviève para onde ela iria: a Université d'Harcourt era o local que abrigava todos os membros da sua família desde a sua fundação. Não era como se ela precisasse se dedicar muito, bem sabia que alguns dos seus irmãos não eram alunos modelos e mesmo assim a carta sempre chegava. De qualquer forma, manter uma média impecável era questão de orgulho para a loira.
Apesar disso, Viv não recebeu a carta da Université no dia em que deveria, o que a fez entrar em pânico por algumas horas. Os pais ou irmãos não a respondiam por ligação ou mensagem e ela chegou a acreditar que de alguma forma não entraria na faculdade por alguma espécie de vingança ou qualquer coisa que fosse da parte dos pais. Um pouco em surto, a loira pulou em um avião para Paris (deve ser muito bom ser rico) e chegou em casa, onde foi recebida com uma festa de congratulações.
Mesmo com o tanto de coisa acontecendo em Cannes e o fato de que ela faria e está tentando fazer de tudo para desmascarar o anônimo, o coração todo de Viv se encontra na sua cidade natal e, conforme o tempo no ensino médio acaba, para ela é mais difícil manter a cabeça na Truffaut. Tudo o que ela quer é acelerar alguns meses e se ver livre daquela porcaria toda na cidade que ela mais ama com as pessoas que ela mais ama (ou a maior parte delas).
Depois do fim do Lycée, Geneviève vai se mudar para Paris, na sua antiga casa onde nasceu e cresceu, e frequentar o curso de Direito na U.H. Além disso, ela vai continuar trabalhando para a sua atual chefe no escritório de Paris. Eventualmente ela vai morar junto com seu namorado, Sebastian, com quem vai frequentar o mesmo campus da universidade.
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
mesmo com a figurativa nuvem cinzenta pairando sobre si, castiel despontou um sorrisinho com a provocação de geneviève. “sempre tão inteligente, viv… lendo as entrelinhas.” devolveu de maneira divertida. ainda estava de mau humor, mas estava aliviado de não ter que colocar todo o esforço para uma conversa com a loira não acabar em farpas disfarçadas. inclusive, era algo que o fazia rir do empenho colocado anteriormente, já que repentinamente sua perspectiva havia mudado, bem como suas prioridades. sebastian nem estudava mais ali, e o ano escolar estava acabando, afinal. não era de se admirar que ao cair na realidade, castiel houvesse redirecionado suas energias. assentiu para o que foi contado por ela, a princípio, apenas jogando conversa fora. “fico contente em saber” afirmara com um pequeno sorriso, e então suas sobrancelhas ergueram-se levemente com a menção do almoço. castiel se forçou a não deixar transparecer os sentimentos ruins trazidos pela memória do que acontecera antes do almoço ao que concordou “ah, sim, o almoço! c’mon, geneviève! nós dois sabemos que não faço nada para impressioná-la…” ele soltou um baixo riso, negando com a cabeça. aquela parte, pelo menos, não era de todo mentira “gosto da companhia dela, é uma mulher brilhante. então quis aproveitar que já estava por lá e oferecer a cortesia de um almoço. i’m a gentleman, after all ¹.” justificou-se, dando de ombros, como quem dizia que não era grande coisa. “mas por que diz que eu fiz um bom trabalho em impressioná-la? ela disse algo a meu respeito?” questionou um tanto curioso, e, sinceramente, esperançoso por ver algo aparentemente de bom após tempos de energia tão pesada.
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❝ — Você está sendo muito modesto.❞ — insistiu; era essencial no livro de Geneviève ser polida antes de tentar encurralar uma pessoa, assim você amaciava o ego dela o suficiente para fazê-la soltar a língua. Castiel não era ingênuo, mas talvez pudesse descobrir algo útil se usasse aquela estratégia. ❝ — Ah, disse que você é muito inteligente, muito cavalheiro, que vai ter um futuro brilhante com a sua ambição e brilhanteza. Esse tipo de coisa.❞ — sorriu para ele enquanto continuava a se alongar. Era importante dar pausas para deixar as informações serem absorvidas e também para que Viv pudesse planejar meticulosamente sua próxima fala. ❝ — Ela mencionou que seria incrível ter um Windsor, especialmente você, no corpo discente. Que queria muito conversar com você, mas achou que estaria ocupado na viagem à Paris...❞ — iniciou, voltando a olhar para Castiel. ❝ — Uma sorte ela ter te encontrado no gabinete dela tão repentinamente.❞ — mencionou, piscando, o sorriso pequeno ainda mantido nos lábios. Queria parecer casual e inocente, então fez questão de não mudar a expressão enquanto esperava a resposta dele e procurava sinais de mudança na face alheia.
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
❛ provavelmente, a desorganização é proposital ❜ a garota murmurou em resposta à melhor amiga, levantando-se do seu lugar para sentar-se ao lado da loira para que pudesse ficar mais atenta ao trabalho alheio. nunca tinha sido particularmente curiosa a respeito da identidade do anônimo que os perseguia, adotando a postura passiva que normalmente usava para lidar com seus problemas num geral, mas a relação dos problemas de sua turma e a universidade que a família da francesa definitivamente mudaram as suas perspectivas sobre o assunto. ❛ se temos universitários de uma sociedade envolvidos nessa história, então talvez a eloise tenha se envolvido com algo muito maior do que imaginamos de início ❜ não hesitou em expor o que vinha pensando sobre a confusão que a outra tinha deixado para trás e nas mãos deles há bons meses. ❛ o que não entendo é como ela chegou até aqui, sabe? eu sei que ela era bastante intrometida, mas isso é bizarro… ❜
Geneviève assentiu em concordância com a fala da melhor amiga. Sim, tinha certeza agora que aquela questão ia muito além de Eloise ou sequer Camille. Algo a mais acontecia nos bastidores e se interligava, mas não conseguia ver com clareza ainda o que. O que a Université d’Harcourt, aqueles garotos, Eloise, Camille e o anônimo tinham em comum? Como eles se ligavam? Era isso que precisavam descobrir, agora mais do que nunca. ❝ — É, eu também gostaria de saber. Mas analisando pelo fato da gente ter achado os convites no quarto dela, eu acho que ela não sabia no que exatamente estava se metendo. Eram só festas universitárias, né? Talvez a coisa ficou feia depois.❞ — refletiu. A garota franzia o cenho enquanto analisava os arquivos; começava a ter dor de cabeça vendo todos aquelas coisas soltas e sem organização. ❝ — Chega! Esse garoto aqui é muito desorganizado. Não dá.❞ — suspirou e então digitou na barra de pesquisa o que realmente queria saber “processo administrativo”. Por sorte, alguns arquivos correspondiam à pesquisa. A loira clicou no primeiro e viu que se tratava de um protocolo administrativo que informava o arquivamento do feito. ❝ — Margot, acho que é isso.❞ — falou, passando os olhos pelas palavras rapidamente. O arquivo mencionava uma “festa não autorizada” ocorrida em Paris e... O estômago da d’Harcourt embrulhou; “denúncia por parte da aluna C. d. V (nome retirado para manter a privacidade da vítima) de abusos e assédio por alguns dos envolvidos” seguida por “omissão de socorro dos demais”. Tudo o que conseguia pensar era em qual desses seu irmão se encaixava e com qual ela se sentiria melhor. Provavelmente nenhum. Logo em seguida o reitor seguia dizendo que apesar da denúncia, não haviam provas nem mesmo da festa ter ocorrido e que todas as testemunhas atestavam o contrário e que as versões dos alunos pareciam estar em consonância, não restando alternativa senão arquivar o feito. ❝ — Eu... Isso é horrível. Será que Eloise sabia disso?❞ — perguntou, olhando para a amiga.
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evreuxdharcourt · 3 years
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o quarto de viviénne encontrava-se escuro e silencioso, mas não por ela estar dormindo. pelo contrário, parecia impossível pregar os olhos quando sua mente estava tão carregada de preocupações. já havia chorado litros e colocado praticamente até o próprio estômago para fora, então naquele momento, ela apenas encontrava-se estática, deitada abraçada ao travesseiro, cansada e fraca demais para qualquer coisa que não fossem seus pensamentos depreciativos. quando ouviu a voz da melhor amiga, entretanto, ela pareceu despertar em um novo medo: o de ser julgada. haviam acabado de reconciliar o estrago que o noivado idiota tinha feito, não suportaria ver o olhar de decepção tão cedo novamente. mesmo assim, ela reuniu o que lhe restava de forças para levantar-se e abrir a porta, deixando que a luz exterior iluminasse seu rosto inchado pelo choro e os cabelos bagunçados. um verdadeiro contraste com a figura impecável que sempre mantinha. havia jurado ser sincera com a amiga, vez que as mentiras só provavam machucar cada vez mais, então simplesmente concedeu de forma direta a resposta à pergunta que parecia pairar no ar. “é verdade, viv, é tudo verdade.” alguns segundos depois, ela já mordia o próprio lábio inferior ao que as lágrimas voltavam a correr em um choro sonoro, e seus braços envolviam a amiga em busca de consolo “por favor, não me odeie, viv… por favor, não me julgue, eu…” queria dizer que não era um monstro, uma vadia, que não era podre ou a má pessoa que sentia-se agora, porém nem ela mesma acreditava mais em si.
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Geneviève nunca foi o tipo que julgava os amigos ou qualquer outra pessoa que amava, e com certeza não ia começar agora. Claro que o que leu na mensagem do anônimo a deixou extremamente preocupada com a condição mental e situações em que Viviénne poderia estar metida, mas não era perfeita o suficiente para julgar as motivações de ninguém. Foi se sentar na ponta da cama da garota e olhou-a com atenção. Deixou-se ser envolvida no abraço e retribuiu, um pouco desesperada porque não sabia o que fazer. Quando entrou ali achou que a Vivi estaria lívida e brava pela mentira inventada, porém a constatação de saber que aquilo era verdade a deixou um pouco em choque. A d’Harcourt notou o quão pouco poderia saber da vida de pessoas próximas e olhou para a amiga. Mesmo assim não podia odiá-la. ❝ — O que aconteceu? Ele te abusou? Como...? Quer dizer...❞ — a voz falhou enquanto tentava reorganizar os próprios pensamentos. ❝ — Eu não vou te julgar. Eu sou sua amiga e todo mundo faz coisas para se arrepender, caso contrário esse anônimo não ia ter munição para aterrorizar ninguém. Se quiser conversar sobre, eu estou aqui.❞ — assegurou.
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
o sorriso em sua face tomou um tom mais nostálgico ao que se via concordando com viv: era doloroso o mero pensamento de se separarem após tantos anos juntos. e isso valia, incrivelmente, até para as pessoas com quem não tinha a melhor das relações. os últimos tempos em truffault podiam estar sendo um verdadeiro inferno, mas isso não mudava como o instituto havia sido sua casa e sua família por tantos anos. “para… todas?” admitiu, rindo baixo. “d’harcourt, é claro… esmod, academia internacional de moda de paris, universidade de artes de paris… quase todas daqui da frança, na verdade… e algumas mundo a fora, mesmo que eu não tenha certeza se vou poder ir…” deu de ombros, suspirando fraco. afinal, a educação custava, e mais ainda se necessitasse mudar de país e arrumar um novo lugar para morar. custava um dinheiro que viviénne não tinha. “eu te perguntaria o mesmo, mas sei exatamente qual vai ser a sua resposta.” brincou para tentar aliviar-se do pensamento a respeito de custos. para o quase engasgo de geneviève, entretanto, não estava preparada, e seu riso juntou-se ao da amiga. e até teria engatado alguma outra brincadeira nisso, caso o assunto pendente não fosse tão sério. “cédric… cédric!” repetiu como se uma luz se acendesse em sua cabeça “vocês ainda se falam, certo?! acha que poderia entrar em contato com ele para passar o recado para a eloise?!” sua pergunta mais era um súplica. assentiu, então, para viv, porém sua face mostrava que ela não deveria erguer suas esperanças “disse que o nome dela era cécile… não disse de onde a conhecia, mas ela falou sobre eloise ter pedido um favor e ela não ter conseguido fazer. também disse alguma coisa sobre a eloise enviar alguém, que ela achou que seria eu.” engolindo em seco, vivi remexeu o garfo e comentou baixinho o que não largava seus pensamentos “disse que ela tinha feito amizade com um detetive, mas que não chegou a contar nada pra ele porque… porque eles, essas pessoas perigosas, aparentemente tem mais que o suficiente para… para incriminar ela.” um gole de vinho foi necessário para tirar o gosto amargo deixado por aquela palavra em sua boca. “mas eloise não seria capaz de cometer um crime… seria?”
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Geneviève sorriu satisfeita ao saber que a amiga pensava em estudar ali na França mesmo. Foi triste descobrir que Margot queria ir para o Reino Unido e toda vez que alguém que gostava dizia que ficaria na França, para ela era motivo de comemoração. ❝ — Bom, eu sei que ao menos em uma dessas você vai arrasar. E qualquer universidade seria honrada em te receber, a nossa próxima Coco Chanel.❞ — brincou. Sorriu para a amiga; de fato, não precisava falar qual seria o seu destino depois da escola. Sempre existiu apenas uma opção para ela e Viv nunca teve problema nenhum com isso.
Quando viu a expressão da amiga mudar, a d'Harcourt também ficou séria. Achou que o acontecido tinha sido mero acaso, mas pelo visto ela não foi a única a descobrir coisas em Paris que tinham a ver com o mistério que eles viviam ali em Cannes. ❝ — Eu...❞ — iniciou, mas pausou. Para ser honesta, ela não falava mais tanto com Cédric. Desde que ele foi embora sem dar tchau, a garota ficou meio chateada, porém não podia culpá-lo se ele agiu da forma que entendeu correta para garantir a própria segurança e a da irmã. ❝ — Acho que poderia tentar falar com ele, sim.❞ — disse por fim, porque acreditava mesmo que se tentasse a comunicação, o Martin não a deixaria no vácuo. Ou era o que esperava. Franziu o cenho enquanto escutava as demais informações da amiga. Aquilo tudo era esquisito. Quem era essa Cécile? Quem era o tal detetive? ❝ — Mon dieu, quantas informações novas.❞ — falou, largando os talheres no prato e colocando a mão na cabeça. Tentava raciocinar e ligar as informações que tinha com as que foram providas por Viviénne. ❝ — Para ser honesta, eu não sei, Vivi. Mas... Pode ser que ela tenha se metido em algo muito maior do que previu. Eu também descobri algumas coisas nessa viagem. Eu venho procurando o -E há uns meses e recebi algumas dicas de um outro número anônimo. Podia ser uma brincadeira de mal gosto, claro, mas as coincidências são demais para não ser nada. Eu só não sei como Eloise se meteu nessa, acho que é isso que precisamos descobrir. Talvez procurando esse tal de detetive.❞ — refletiu.
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evreuxdharcourt · 3 years
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Jun Ho sabia que em algum momento teria que enfrentar sua irmã. Talvez enfrentar não fosse exatamente a palavra certa, mas o rapaz sentia que precisava estar de frente para ela e ao menos tentar explicar seus motivos. Pensou que seria bom dar um tempo a ela, portanto decidiu se manter em silêncio. Os dias passaram e Jun Ho já não suportava mais tal situação, de modo que se dirigiu para a casa da irmã assim que retornou da viagem, as mãos no bolso da jaqueta enquanto a aguardava. Não queria observar o olhar no rosto de Geneviéve, mas não tinha opção. “Eu não deixaria de falar com você e está certa, eu vim mesmo para me desculpar.” Levantou os olhos por mim, um suspiro tomando os lábios. O coreano havia pensando em vender suas posses como forma de recuperar os valores, mas sabia bem que se tratava de confiança, não apenas de dinheiro. “Eu quero me desculpar com você e com minha madrasta, quando puder.” Pensava se deveria falar que não se arrependia ou seria babaca demais. “Eu estive errado esse tempo todo.” Resolveu admitir por fim, mantendo-se em uma zona quase confortável. 
Geneviève tentou não mudar a expressão impassível enquanto encarava Jun Ho e escutava o que tinha para dizer. Ela era conhecida por ser indulgente com as pessoas que amava, mas o segredo exposto foi uma facada nas costas e o fato dele ter esperado tanto tempo para pedir desculpas foi ainda pior. Quanto mais ela desculpava as pessoas, mais difícil ficava fazer de novo. A d'Harcourt deu espaço para que ele entrasse no apartamento e fechou a porta ainda em silêncio. Dirigiu-se até o sofá da sala e sentou ali. Tudo isso para ganhar tempo para formular o que diria e digerir as informações. ❝ — Eu não contei para ela, meu pai e nem para os meus irmãos. Minha mãe sempre defendeu você e acho que falar disso para eles seria causar uma briga colossal.❞ — explicou. Por mais que estimasse muito o meio irmão ainda que brava, seu motivo para não ter comunicado nada a família foi poupar a mãe. Suspirou diante da confissão alheia. É claro que você estava errado, era sua vontade de reponder, mas não faria bem nenhum naquela situação. ❝ — Errado sobre o que exatamente? Porque já sei que vender coisa que não é sua sem permissão é errado em qualquer parte do mundo.❞ — tentou manter a calma para não perder a razão. Queria que ele dissesse o que pensava em inteireza, assim ela podia avaliar o que podia fazer e falar.
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evreuxdharcourt · 3 years
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FLASHBACK.
              Domenico automaticamente quis bufar alto, mas segurou-se por educação. Afinal, podia ter todos os defeitos do mundo, mas sua mãe tinha criado um rapaz educado, que não faria tal coisa dentro de uma sala de aula. Porém, com toda certeza, ao lembrar-se dessa específica cena, em um local longe dali, bufaria, pensando em como a voz de Geneviève lhe incomodava profundamente. “Vai encarar muito, princepessa¹?” A questionou, sentindo-a lhe encarar, já que seus olhos estavam fixados no papel em sua frente. Para aquela pergunta, ele revirou os olhos. “Problemi in inferno².” Reclamou em sua língua materna, sem ideia alguma das chances da francesa lhe entender. Não era com ela que iria desabafar, nunca nem havia pensado naquilo, mas diante de Viv e da familiarização que ela tinha de seu pai, talvez esboçar um pouco sua situação e seus questionamentos não faziam tão mal. “Como é que dizem… Problemi con il papa, daddy issues?” Apesar do inglês ter sido sempre presente em sua vida, não era com tanta facilidade quanto com francês que as palavras vinham a sua cabeça. Porém, Domenico disse aquilo com desdém, somente reclamando de sua vivência. 
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A relação entre Domenico e Geneviève podia ser resumida em duas pessoas que foram obrigadas a conviver desde sempre e por isso se conheciam bem, mas não conseguiam não brigar na maior parte do tempo. Ou seja, quase como irmãos que não conseguem se entender em nada. E nesse tipo de relação, por mais que você não fale com a pessoa toda hora e não conheça tudo que acontece na vida dela, ainda existe a familiaridade e aquele conhecimento indesejado que você tem da outra parte. Viv não era fluente em italiano, mas sabia o suficiente para entender a língua de origem latina. Assentiu quando ele falou do pai. A d'Harcourt querendo ou não conhecia a dinâmica da família dele e Marcellus Della Rovere não era o homem mais agradável do mundo. ❝ — O que ele fez?❞ — perguntou, desviando a atenção do caderno para Domenico. Tinha noção de que ele não gostava de falar sobre a própria vida e em geral ela também não ligava muito, mas o que qualquer um dos dois tinha a perder ali? Antes que ele a lançasse um olhar esquisito ou bravo, a loira adicionou: ❝ — Eu sei que não fazemos isso e eu não sou sua amiga, nem sua psicóloga, mas temos quase uma hora de aula ainda e você pode sentar aí emburrado ou falar comigo, sua escolha.❞ — se explicou e deu de ombros.
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evreuxdharcourt · 3 years
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evreuxdharcourt​ • flashback
❝ é, eu também sinto muito. ❞ — encolheu os ombros porque, de fato, era a única que podia fazer diante daquela situação que, àquela altura, estava muito aquém dele e só tendia a piorar com o acordo feito com a justiça. — ❝ na verdade, estou um tanto apreensivo com as delações. é ótimo que ele consiga reduzir a pena dele, mas, a que preço? eu vi alguns nomes em algumas transações e… não sei. ❞ — comentou distraído em um murmúrio que sequer sabia se geneviève havia escutado, até esperava que não. porque não tinha dado muita atenção às suas palavras e aquilo era algo importante a ser compartilhado com uma quase estranha. ludovic confiava nas boas intenções alheias, embora a encorajasse a não fazer o mesmo com ele.  — ❝ obrigado. mas dificilmente vou te cobrar esse favor agora que devo estabelecer planos menos ambiciosos que ser presidente da frança. ❞ — brincou, a fim de deixar ela mias tranquila em relação àquela história do conto. — ❝ mas se você quiser me convidar pra próxima reunião de família para que eu tente cair nas graças da sua mãe e do seu pai ao mesmo tempo. ❞ — deu de ombros, emendando a brincadeira. referia-se implicitamente a uma possível bolsa de estudos na université d’harcourt e ao mesmo tempo às suas aspirações políticas, afinal, jacques era um diplomata. arqueou as sobrancelhas, refletindo sobre a teoria de geneviève. ele não estava ali desde o começo, então não tinha muito o que pensar sobre as ameaças e tudo o mais. — ❝ para acompanhar os passos de vocês tão de perto e se interessar tanto por tudo o que acontece em truffaut, suponho que seja o mais plausível. ❞ — concordou.  — ❝ mas ao mesmo tempo parece insano pensar que… existe um projeto de psicopata em um círculo próximo. ❞ — mordeu a bochecha, enquanto virava o rosto minimamente para encarar a garota.  — ❝ e se for mais de uma pessoa? ❞ — ousou sugerir. curvou-se no que geneviève abaixou o tom, para poder compreendê-la melhor. investigações por conta própria? queria dizer que ela era louca, mas poderia mesmo julgar já que ele fazia o mesmo com o caso de notre-dame? e agora alimentava essa teoria de que estava tudo interligado.  — ❝ alguém além de mim sabe que você está fazendo isso? porque a menos que ele esteja te seguindo, o que parece ser possível poderia ser uma pessoa próxima. por isso acho que esse é um serviço pra mais de um, é humanamente impossível saber o que todos estão fazendo ao mesmo tempo. a menos que a pessoa tenha um aparato tecnológico de nível federal, sei lá. você acha que a polícia poderia estar envolvida? quero dizer… tive que prestar depoimento mesmo estando em outro país quando da morte da eloise, camille, sei lá. fiquei sabendo que várias provas sumiram e depoimentos anteriores também, não tem cara de trabalho interno pra você? ❞ — permitiu-se conspirar.  
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Geneviève olhou interessada para Ludovic. Nunca tinha discutido a sério aquele assunto com ele por ser de extrema delicadeza, mas agora que ele tocou no assunto, a garota ficou curiosa. Delações eram sempre alvo de interesse do público e ainda mais de uma das escolas mais famosas da cidade... Ela só conseguia imaginar o tanto de nomes que poderiam estar envolvidos. ❝ — Talvez não seja só questão de reduzir a pena. Talvez ele sinta que precise fazer isso, sabe. Para corrigir o que ele fez. Para ser uma pessoa melhor... Um exemplo para o filho.❞ — falou, sorrindo. Deus sabia que ela não tinha vontade nenhuma de ir contra a família e fazer tudo diferente deles na d'Harcourt, mas não ia conseguir dormir a noite se não fizesse isso. Viv riu do pedido alheio. ❝ — Seria um prazer. Minha mãe não é tão difícil de se conquistar assim, somos meio parecidas. Jacques d'Harcourt aí é outra história, mas acho que você daria conta.❞ — disse com sinceridade, porque apesar do pai ser mais casca grossa, o Seltz tinha muito o perfil que ele ia aprovar: centrado, ambicioso, diplomático.
A teoria de Ludo era plausível e fazia sentido para Geneviève. Sim, ela pensou milhares de vezes que poderia ser alguém próximo... Ou melhor, "alguéns" próximos. ❝ — Sei que ninguém quer pensar que uma pessoa do convívio diário é um projeto de psicopata, mas será que podemos eliminar isso? Eu não conheço todas as pessoas tão bem. E eu costumo acreditar muito nas pessoas, mas talvez essa seja a hora de parar, ao menos por enquanto.❞ — pensou alto. Quem mais poderia saber de tudo que acontecia ali e todas as tradições se não alguém que os conhecia? Queria fazer uma lista de pessoas que não foram atingidas pelo anônimo, mas achava que a esse ponto todos tinham. E se ele ou eles fossem realmente espertos teriam vazado segredos próprios para não levantar esse tipo de suspeita. A loira assentiu diante da pergunta dele. ❝ — Talvez. Mas essa ideia de alguém que tenha aparato tecnológico a nível federal não é impossível também. Eu vi o que Cédric Martin era capaz de fazer e ele usava os aparelhos da escola, então só posso imaginar o que outro hacker com mais acesso à tecnologia e dinheiro poderia fazer.❞ — refletiu.
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