Tumgik
hyizen · 2 years
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yeeunlee​:
yeeun tinha colocado vários objetivos na sua lista de ano novo. ser menos tímida era uma delas. entretanto, era fato que a jovem não imaginava como eram as coisas para calouros na snu, ou pelo menos que não se sentiria tão desconfortável quanto estava. ela só queria fazer amizades, ter notas excelentes e posteriormente se tornar uma profissional renomada. sem problemas, sem brigas, sem desentendimentos. mas, tinham vários empecilhos - os “seus” veteranos em si eram um deles. tentava não olhar para ninguém diretamente, escolhendo colocar um dos fones no ouvido, enquanto observava o ambiente. não sabia se era somente impressão, mas notou que haviam mais moças que rapazes naquela calourada. 
“então, qual é o seu nome?” a voz masculina lhe chamou atenção, ao que ela direcionou as orbes e tentou assimilar o que o rapaz havia lhe perguntado. “sou lee yeeun, senhor” um sorriso meio tímido apareceu em sua face. “não há necessidade de formalidades. sou yoo jaebum, mas pode me chamar de oppa.” a surpresa foi algo que yeeun não conseguiu disfarçar, arqueando as sobrancelhas e recebendo em resposta várias risadas do rapaz e dos outros que o acompanhavam. “perdão?” ela falou enfim, ainda assustada com aquela abordagem tão… agressiva. “só te perdoo se eu puder levá-la em um encontro.” ele riu mais uma vez.
yeeun não estava acreditando naquela interação que estava acontecendo. o pior: todos estavam com os olhos sobre ela, enquanto o veterano aparentemente esperava por uma resposta sua. que sensação horrível, pensou, a tensão presente e o nervosismo começando a aparecer. “não.” falou. “não estou interessada.” e como se tivesse acabado de xingar o rapaz, viu em sua face uma vermelhidão. “como é?” viu-o se aproximar com certa raiva, fazendo-a recuar para trás. onde havia se metido?
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tomando um gole de sua cerveja, jenna acompanhava de soslaio a conversa não realmente solicitada por yeeun. os olhos ferinos seguiam a troca, fazendo sua cabeça destrinchar diversos cenários onde em nenhum deles a lee seria favorecida, porque tudo o que aqueles homens podiam fazer naquele estado era pensar com a cabeça de baixo. em nenhum momento realmente a olharam decentemente como uma hoobae que precisaria de instruções durante a primeira semana, e sim como apenas mais um pedaço de carne que acabaram de chegar na mesa. assim como faziam com qualquer uma das novatas ali. jenna não gostava de pensar o pior das pessoas, de verdade. apenas acontecia de quase sempre acertar.
teria aberto a boca em descrença pela cara de pau do sem vergonha que era o tal jaebum, se fosse mais dramática. imaginava em que mundo ou em que realidade paralela uma investida daquele tipo realmente funcionava – obviamente, descontando o medo e o receio de rejeição social das meninas já nos primeiros dias de faculdade –, mas teve uma surpresa quase positiva ao perceber a imposição de yeeun sobre o pedido ridículo. não imaginara, realmente. na realidade, conseguia enxergá-la muito bem acenando positivamente para seu carrasco – ou qualquer que fosse um nome melhor para chamar a dor na bunda que era aquele idiota. provindo de uma reação inesperada (tanto por ela quanto por jaebum, pelo visto), um outro cenário se montou. um o qual yeeun poderia não conseguir lidar sozinha. a gong suspirou. ‘foda-se.’ “ ━━ bebeu tanto que ficou surdo? devia ir ver isso, não é normal. ela disse que não está interessada. ━━ ”
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“como é?!”, ele repetiu. yizen revirou os olhos. deus do céu. “e quem é você pra estar se metendo? o assunto não chegou aí, garota!” à essa altura do campeonato, o trio já tinha a atenção das pessoas na mesa. meninas tensas e garotos em expectativa. “ ━━ não importa quem eu sou ou quem deixo de ser, só importa que meu nome não saia dessa sua boca fedorenta. ela disse que não quer sair com você. não sei como poderia ser mais clara que isso. você tem algum problema cognitivo? sua situação está piorando, pelo visto. além de não escutar, não entende. pra piorar, é feio. nada está te ajudando hoje, hein? ━━ ” as risadas por parte dos colegas de turma do outro pareceram provocá-lo ainda mais, dada a expressão terrível em seu rosto. ele já não estava apenas bravo com a rejeição. estava possuído pela humilhação. ‘você. venha aqui agora. se levante e venha aqui agora. quem você pensa que é pra falar assim comigo? pirralha insolente. você deveria respeita-’. yizhen não estava  assustada. quão mais incomodado estivesse com palavras, menos reações violentas teria por não estar acostumado com aquele tipo de tratamento. ainda mais se importando com o que dezenas de pessoas lá dentro poderiam pensar dele, um futuro médico promissor formado pela snu. “ ━━ eu não te devo respeito nenhum, se enxerga, seu porco. você não é melhor que ninguém aqui, ainda mais tratando as calouras desse jeito. e logo mais elas também vão perceber isso. nenhuma delas vai chupar o seu pau hoje. ━━ ” jenna levantou-se. sim, levantou-se e caminhou até o outro lado da mesa, mas não por jaebum. olhando para yeeun, fez um sinal com a cabeça. “ ━━ lee yeeun, vamos. não tem motivo pra você ou qualquer garota desse grupo estar aqui. já entendeu muito bem qual é a intenção desse teatro todo de sunbae e hoobae. ━━ ” segurando a mão da garota para saírem dali, percebeu o reflexo descuidado de jaebum ao segurar o punho da lee, impondo sua permanência. antes que aquilo virasse um cabo de guerra, jenna olhou pra mesa, sem paciência. ‘você não pod-! ah!!!’ e tudo o que ele viu foi um prato de japchae em direção à sua cabeça antes de soltar yeeun. a gong só teve pena de desperdiçar comida. fora isso, pelo visto a cachorro louco estava de volta. saindo do restaurante ouvindo os berros e xingamentos do veterano em meio aos demais pedindo para que ele se acalmasse, jenna guiou yeeun até o lado de fora. encostou-se na parede externa na parte da frente da loja, passando uma das mãos no rosto. seu início pacífico e seu recomeço haviam acabado de escorrer pro chão assim como o japchae na cara de jaebum. encarou a lee, provavelmente ainda tentando processar o momento. “ ━━ quando te confrontarem desse jeito de novo, seja cautelosa, mas não recue. isso vai dar a confiança para a outra pessoa tentar te subjugar, seja com o corpo, seja com palavras. garotas bonitas como você sempre parecem um alvo fácil pra eles. ━━ ” cruzou os braços, um pouco mal humorada pelo acontecido. “ ━━ você estava indo bem, apesar de tudo. ━━ ” talvez houvesse falado essa parte um pouco mais baixo, mas não mentiu. só não confiara que a lee conseguisse sustentar, por isso se metera.
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hyizen · 2 years
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🌙 spring, march (2022).
ela não fumava.
entretanto, usar os cigarros e a suposta dependência como métodos de fuga era um jeito bem eficaz de rejeitar conversas sem sentido e papos furados usados como pretexto pra assediar calouras, como alguns veteranos deveriam fazer todo início de primavera ao levarem os grupos de novos estudantes no restaurante mais próximo do departamento de medicina. yizen não se achava mais inteligente do que nenhuma delas ali, mas com certeza poderia afirmar que era melhor acostumada com comportamentos do tipo, e sabia utilizar os próprios artifícios para manter-se longe dos mal-entendidos que estava tão acostumada a ser conhecida por. não considerava que a faculdade seria totalmente uma forma de recomeçar sua vida – afinal, já tentara fazê-lo pelo menos um par de vezes – mas queria, ao menos uma vez em seus vinte anos, ficar longe de confusão ou comentários especulativos. não era pedir muito de si mesma e de suas atitudes.
ou era. olhando pro céu sem estrelas do bairro-meio-sem-graça-mas-prático-e-conveniente da snu, convenceu-se de que seu enjoo não ia passar só de não fitar os porcos e a lavagem. convenceu-se de que antes alguém para respondê-los com má educação do que qualquer uma lá dentro que não tinha a mínima pretensão de se queimar no primeiro dia com quem poderia transformar suas vidas em um inferno, e convenceu-se também de que iria chover, portanto, ficar lá fora respirando qualquer coisa que não fosse cheiro de bulgoggi, gordura de porco na chapa e cerveja não valeria a roupa molhada. estalou a língua antes de resignar-se e voltar para seu lugar na mesa. visualizou os rostos vermelhos da meia dúzia de gatos pingados mais animadinhos, e revirou os olhos, sentando-se entediada e pedindo um novo copo e outra cerveja ao garçom. jamais encostaria a boca em seu primeiro copo. ao que encarava os calouros novamente, os olhos escuros encontraram um par de orbes conhecidas. yeeun, se sua memória não se enganasse.  
por alguns segundos, esperou que o contato visual fosse quebrado pela outra. o entendimento ali era mútuo. apesar de jenna não saber muito da garota, era provável que yeeun soubesse muito dela, desde que frequentaram a mesma escola por três anos. a gong deixou um riso mudo, curto e soprado escapulir pelos lábios. não adiantava, o passado sempre a perseguia. estava curiosa pra saber se a garota em sua diagonal significaria algo, bom ou ruim, em sua jornada acadêmica. os olhos rasgados só desviaram dos dela quando um dos veteranos ao lado da ex e ironicamente nova colega chamou sua atenção por alguma coisa que não valeria a pena responder seriamente – afinal, era tudo o que queriam. migalhas das calouras mais bonitas da integração. yeeun definitivamente era uma delas, então era natural que não saísse intacta das intenções. nem mesmo ouvira a voz de yeeun na vida. imaginava como lidaria com uma investida. pf. e ela jurava que não ia se estressar no primeiro dia.
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