Visões
tantos olhos por aqui,
tendências que vão.
já enxerguei de tudo, contudo
não há de cessar.
pois o passar é o caminho,
rotineiro.
são certezas que caem;
ficam as coisas primárias do mundo.
os elementais que sustentam tudo,
fecham estes olhos pro nada
reluzindo o certo.
pois que desses olhos
-do visto e vivido-
use-se as mãos
para fazer o bem.
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Piracema
"e eu que era peixe de água salgada, aprendi desesperada como faz pra navegar."
esse animal que clama natureza
a rotineira, a de costume
o pisar noutro chão não era daqui.
mal educada, ela foi
deu espaço a outro chão
se armou com outro vão
e esse animal aqui pisou e se desfez.
na desmontada, acertou mais tantos
e a certeza do erro é música para estes ouvidos inflamados,
remédio para quem se despir.
nu, nessa certeza me deleit(o,ei)
perigo é achar conforto no erro
coragem é levar pra frente o bom.
natureza matriarca,
das tuas faces quero algumas...
pra que na vida sempre haja chão
e pra que na morte sempre haja vida.
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Insosso
solito doído, esguio pro carnal
tripudio aqui e acolá,
dança do banal
nesse destempero universal,
por tudo que se mexe
vai amor vai apreço vai amigo
e toda companhia que é pouca
e nenhum laço que é muito
estranho pra quem é molhado
o divino deva ser solução
desse chove não molha,
do sorriso sem cor, o
choro sem dor.
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Mais nova
dos últimos aprendidos, o olhar pra dentro
clareou o laço. tua pequeneza me engrandeceu.
pequenininha tu veio, disse isso
disse aquilo...
minha palavra falhou,
sem tato sem fala com vista
eu te olho miúda neste bailar cotidiano.
o manter é que desconheço.
e há pouco que sinto
sobre raiz, sobre lar.
de lá pra cá tu viveu
petiz e franzina
que o tempo não para
e não parará.
o tempo é agora...
eu dois de ti,
dois pra ti
se preciso for.
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Esquivo
dos diversos rostos,
a euforia habita na rapidez.
é que minha juventude é grande,
do tamanho do querer.
desse querer é que farto.
é barriga cheia num instante,
seca noutro,
enxergo daqui.
enxergo bem. vejo daqui o cair
e se a queda doesse,
mudaria. talvez.
o doer eu já nem sei.
já vivi pior e não morri.
talvez a queda precise doer...
porque também de dor se vive a vida.
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Amor
tu pilar
caiu de cima pra baixo,
tua existência desconheço.
tua forma esquiva, não te palpo
se tu passa por mim não me lembro,
logo tu que grito eu pra todos os lados...
daí tu passa longe, distante
teu horário não me cruza, teu tempo não meu.
daí que vivo aqui... triste que só.
não sei se te procuro, mas
do necessário de tudo concedo-lhe espaço
pense... meu tu, pense bem
se me aparece, se me esquece...
do teu rosto esqueci as curvas
porém contudo entretanto todavia toda via mas toda a vida
é indagação.
teu nome... não me foge.
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Pra sempre
não se confunda os pra sempres,
um é afeto que entende
o fim que não custa a chegar.
que na vida se olhe os pra sempres...
o outro é ideia vigente
do fim que não pode findar.
nesse pra sempre doente
o não acabar é maior que o amor,
o continuar se desenrola da vida
e se enrola com a dor.
no meu pra sempre presente
o carinho é caminho, o respeito
transeunte por este me diz
que o pra sempre é agora,
nessa noite, nesse instante.
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Do gritar contra si
do curto que é cheio,
o tempo escasso me afronta
que gosto daquela ideia longa
ideia que não condiz
com meu eu vivo, vivo eu
nesse gostar comedido,
do alvoroço contido
pelo o que foi e doeu.
fórmula que se repete
do resultado inesperado é o diferente
o olhar pra si, grita à madureza
ela grita de volta, diz que ouve
escuta e não consegue seguir.
o meu querer é batido
repetido aos sete ventos
o amar gostoso, mais uma vez
melhor do que já vi.
de tão batido longe fica.
que a madureza provenha
desses caminhos não previstos
o melhor preu andar com pés firmes ao chão.
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O de sempre
engraçado esse bicho
doido, louco
nele a gente vai
volta, vai e volta
maluqueza esse bicho...
quando vem é o último
quando vai é primeiro e logo
quer de novo.
nesse bicho me saceio
fome que é muita, perigosa
que me esqueço de mim.
é que meu olho fica tão bonito quando como...
esse viver o que é pra ser
esse doer do que não foi
do que foi e não era
do que era e não foi.
pra ser, minha resposta
a vontade do pra sempre, me jogo nela.
quero agora e depois, mas o fim...
o tormento.
que passa, que volta, que ensina.
pois que venha o último, que vá o primeiro,
o que for pra ser para a carne sentir.
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Infinito Efêmero
desses amores acabados a vida se faz
do pra sempre, do agora
o depois é amanhã que não vivi.
do nascer ao morrer,
amor professor tatua em você
esse A+B, o beabá
e depois do passar, não se passa
eterno fica.
passar muda o capítulo
o que se aprende, se estende
ao próximo.
que se use o melhor desenho do que foi.
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A certa incerteza
eu que me perdi no deixar de ser
ontem quis amar
verbo intransitivo palco de mim
o que será se não ele
o contrário do sim.
não agora, não depois, não após
verso numa incerteza tão certa
que o clamar dessa voz
falha.
navalha que corta meu juízo
eu que fui dor, vilão
que me enrolei no enredo
que grito perdão, que vi de face o medo.
euforia me apetece, me adoece
me transforma
e me faz a querer de volta, mas
não agora, não depois, não após.
o contrário do não,
esse sim do querer amar,
do pequeno ao grande,
tudo o que a vida dá.
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Dos processos
caminhos cruzados, pretérito
preterida a vontade de voltar
essa vontade que é firme
forte é o espasmo, dor do ego.
enxergar pra si é gostoso que só
dó de mim lembrar do outro
é dor que vem, dor que vai
dor que volta.
que teu caminho foi meu achado
tua casa meu sustento, quando caiu
não sei,
não sabia.
agora já sei do amor, do ardor
do alto, do baixo
da morte, da vida
do que é ser sem medida.
a dor quando vai, tu me esbranquece
já não te fito, não te penso
e te existo.
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Do calar
silêncio que se pede
minha forma não minha
meu ser não eu.
desse prende solta
de deixar caído no chão
rodeio e sem volta
o eterno pedir perdão.
o nada que se forma
derruba o mais forte
nada doído, universal
meu nada teu espinho.
querer o novo, pra frente
que graça ter o velho bonito
que dádiva,
que tormento.
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Do pequeno ao grande
a vida, uma foto
sabor, grandes coisas.
das pequenas o todo se faz
das grandes se refaz
da seriedade é longo prazo
curto é o que me acerta.
o entardecer aos olhos de quem vê
é vida que existe.
olhos retratantes,
corpos pulsantes,
vida.
do simples que é o toque,
dessa descritura do sentir,
o reverso dos descontrários.
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Vida, Morte e o Depois
morrer e viver são faíscas
se apago eu, apago tu
nessa dança dos meus olhos
sair de ti não é daqui.
daqui é teu olho no meu,
pernas caminham, você
meu destino que chega
destino pedinte.
nas reticências mora o desejo...
que não passa, que não tarda
que é nosso.
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O fim do fim
Do sorriso que sempre foi
morreu o sutil, não viu
que passou, o novo abriu.
A minha carne pedinte,
cheia de voz a bendita me engana
daquele corpo gostoso sacana
o sofrido que é largar.
Pois entre sorrir e rir,
sem dúvidas vive meu eu
que de normal se institua apenas o feliz,
feliz!
Entender é viver.
Que se passem os corpos desejosos,
que se transforme o interno,
que o universo nos guarde do pesar em sua infinitude.
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A guerra do interno
A armadilha do recente acorda o peito
aqueles que disputam atenção, irmãos
duríssimos e ternos.
Vivo eu na ternura, anos
séculos, eras...
Esqueço que o peito é de dois,
erro.
O duro chorou por anos,
séculos, eras...
Da sua voz não leva-se nada,
erro.
O presente ousado que tende ao esquecido,
muda o vivido,
o duro que sorri.
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