Tumgik
opiarioportugues · 7 years
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Photo by Richard Avedon 1995
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opiarioportugues · 7 years
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Hela-ho!
Foi um tolo, tal como aqueles que lhe davam ojeriza. Deixou que a famigerada máquina devoradora lhe atingisse enquanto esperava ansiosamente pela palavra, em forma de leve e doce brisa no mar de areia.
Tome vergonha!
Tu! Logo tu! Como pode se deixar devorar pela destruidora de metafísica que busca os homens, tal como a morte para um passeio no riste do barco de Caronte, ou como a humidade na parede da tabacaria.
Todos os poemas, os versos esquecidos e que foram largados como um cão sarnento hoje lhe perseguem como o aviso que foi dado e tacitamente ignorado, como os conselhos das mães de filhos únicos.
Volta à plataforma daquela estação de metrô ouça novamente Caetano e pense não no caminho longo e deserto da mediocridade.
Nunca foi medíocre, até pensar que era mais inútil que os versos de um bêbado perdido no escuro da Rua Augusta às duas da manhã. Acorda e veja que não há mais nada, a não ser você neste mundo! Todos os trens, vazios, são seus para trilhar os caminhos para das estepes russas da Sibéria para as florestas esquecidas ao largo das montanhas, para as indústrias que fabricam mais do que o comum que são movidas pela energia em teu olhar!
Hela-ho! Acenda em ti as caldeiras e as luzes Hela-ho! Seja vivo como as vozes das crianças Hela-ho! Converta a máquina que rouba a metafisica dos homens em máquinas de humanização!
Ouviste em tantas tardes os versos de um Fernando que passou e virou pessoas em tantas vidas que é hora voltar a ser o que sempre foi de ser o que deveria ser e não mais a sombra.
Hela-ho!
Valter Pessoa
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opiarioportugues · 10 years
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Fausto pela metade. Qual o sentido de ser Fausto, se a alma humana já não lhe toca? Trocaste toda a vida pelo conhecimento e o tem pela metade e tem a vida pela metade. Sempre está pela metade. Fizeste a barba aos 20 como um garoto de 15. Imberbe. Tudo que pensou e fez o que era senão as realizações pequenas e estúpidas de uma criança antes da puberdade nos anos modernos? E em tudo falhou. Em tudo ficou por terra, como o soldado francês as portas de Moscou ou como o explorador nas encostas do Himalaia. Hoje, pela manhã chuvosa de um sábado és qualquer um que está de fronte a uma janela qualquer. Mediocridade. Palavra realisticamente metafísica de sua vida. Todos os poemas: Medíocres Todos os amores: Medíocres
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opiarioportugues · 10 years
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Atrás da Porta
Hoje faz exatamente uma semana. E eu ainda não consegui recolocar a vida no lugar, ainda sinto falta de tudo, do seu cheiro, do seu olhar, mas hoje a saudade se transforma em ódio e eu tenho nojo de você e de tudo que você é agora em minha vida. E não, dessa vez não estou sendo exagerado, como tantas vezes você disse que eu era.
                Ainda é estranho saber que não há mais nada e que para você tudo não passou de nada e leva sua vida normalmente, como se não fosse necessário mudar nada e muito menos se refazer. Fiquei pensando sobre tudo que passou e acho que você sempre soube e sempre quis isso, lá no fundo do seu pensamento, sempre maquinou o fim de tudo e ainda sim você age como se não.
                Eu deveria me recusar a escrever o que sinto, mas não, pois eu não sou você e não sinto vergonha do que sou e do que sinto. Mas não sou você e agradeço por não ser assim, e por ter me jogado com tanta intensidade em nossas transas, abraços e beijos.            
                Hoje eu acordei melhor, sabe? Acordei até que feliz, se comparado com a segunda feira. Antes, preciso lhe contar a verdade. Eu transei com outro. Com meu exato oposto, mais do que o extremo oposto. Consegue me imaginar numa cama com um reacionário? Com um que acha que somos menos do que outras pessoas? Pois é, algo mudou. Aliás tudo mudou. Outra coisa que eu tenho que te falar é que eu finalmente bebi até ficar alegre! Me senti orgulhoso de tomar todas aquelas vodkas, drinks e cervejas. Não, não fiquei bêbado não, porque eu não tomei tudo de uma vez. Demorou, mas foi bom. Aquela primeira balada sem você foi boa, me diverti com meus amigos. Eles estavam lá pra me alegrar e insistiram que eu estivesse com eles, pra te esquecer. Esqueci? Por maldição, claro que não. Beijei pessoas sem nome, sem rosto. Fiz como você, sempre preocupado em seu mundo tão egoísta e alto centrado na própria satisfação sexual. Ainda não sei dizer o que foi essa experiência e creio que logo eu saberei, já que não sou mais nada seu e você é um corpo insepulto na minha vida.
                Nunca menti, nunca consegui mentir e nem vou fazer isso, como você fez tantas vezes, quando dizia que me amava. Não me sinto mal de dizer que você foi meu primeiro amor de verdade, nem que você foi o meu primeiro namorado. Estou meio confuso ainda, porque você é um corpo insepulto ainda quente e exposto no centro da sala que é minha vida. Quando estava naquele quarto de motel, gastando os últimos reais que tinha na carteira, e eu me vi despido em frente a outro, eu imaginei você. Seus beijos vividos, o calor de seu corpo, seu olhar enquanto tornávamos como animais e como deuses. Aquela foi a pior transa de minha vida. Se fosse você, tenho certeza que seria mais um, apenas mais um. No fim de tudo, fui apenas mais um como o nosso “amigo em comum” não? Sinto pena dele por ter sido seu amante, seu ficante, ou seja lá o que for. Devia ter ouvido o que ele me disse sobre você e eu fui avisado.
                Minha mãe fala que eu ainda preciso saber mais da vida, mas eu sei bastante sobre ela e acho que mais do que você. Ela, apesar de tudo ainda me faz pensar e ir adiante. Aprendi muita coisa sobre o que são as pessoas e cada vez mais eu acho que deveria jogar todas minhas filosofias de vida no lixo, pois nesse mundo, um “bom selvagem” não sobrevive entre lobos e homens. E ser o que somos é ser lobo, é ser caça e caçador. Não fui feito para caçar, será que então fui caçado? Ou me deixei caçar? É mais provável o segundo, porque eu acreditei no brilho dos olhos que mentiram pra mim desde aquele dia em junho que já não me lembro, e em que você chorou pela primeira vez na minha frente. Pensei que você afim era inocente e vitima inconsciente de si mesmo e eu errei. Errei? Penso que não, tenho certeza que não, já que você é nada mais que um adolescente que ainda não cresceu. Sempre tão preocupado com o que pensam de você, com quantas cervejas vai tomar, em que balada vai ir nessa sexta, quantos vai beijar, quão louco vai ficar, que horas vai voltar pra casa ou quantos botecos vai ir em uma semana. E eu sou velho, sou preocupado com a filosofia, com a política, com as coisas simples que um copo de café traz e que você é incapaz ou tem preguiça de entender.
                Me diga a verdade, quando foi que morreu? Se é que nasceu algo em você? Eu sei quando aconteceu comigo, foi na semana antes da sua viagem, aliás, na segunda feira em que você me disse a coisa mais cruel que eu ouvi na vida e eu me senti nada mais que um brinquedo. Depois daquilo eu tive nojo de você. Quis mandar sua presença para o inferno e me sacrificar num altar de sangue podre, pois eu tinha virado tudo que eu mais detestava virar. Sim, estou cheio de rancor e de nojo. Sabia que no seu retorno, eu deveria fazer o tal sacrifício em piedade de mim mesmo e não aguentei, explodi da pior forma possível. O que fazer agora? Nada, nem agora, nem antes. Me responda uma pergunta e pare de mentir pra mim: Aquele dia no meu aniversário, quando estávamos as 4 da manhã de um sábado, sentados em frente ao metrô Consolação, porque chorou e disse que me amava se hoje eu tenho certeza que jamais amou e que eu fui apenas mais um amigo com vantagens?
                Sua insinceridade me atordoa, porque eu jamais soube o que você é, quem você é. Sou cego e não entendo o porque de ser assim, tão cheio de meandros intransponíveis e que destroem tudo como o fogo dum incêndio. Acho que afinal éramos diferentes demais mesmo. Eu me mostrei desnudado de todos os medos, de todas as palavras insinceras que preciso usar para ser forte e fui humano demais. Me expus? De fato. Me entreguei em bandeja de prata à sua mão.
                Queria que você lesse essa carta, mas sei que jamais vai chegar em ti e tudo que falo é para o vento, já que só o vento me entende.
                Tive coragem de voltar a ler hoje, porque acordei melhor e menos mal por lembrar de nós. Maldito. Até meus sonhos você se meteu mesmo depois de morto. Em tudo e em todos os lugares você está. Confesso que eu fiz merdas e que só piorei minha situação ao transar com aquele outro, que me dá nojo e apenas foi um teste de mim.
                Já que minhas tardes são agora de tédio e passado, quis retornar àquele livro que eu comprei antes da sua viagem e que foi como profecia. A Caixa-Preta. Eu sou Ilana e você é Alec.  Tive vontade de chorar ao ler uma das cartas dela, sobre o começo de tudo e o começo do fim do amor dos dois e vi a nós dois. Vi você em Alec e eu em Ilana. Acho que eu sempre fui o mais fraco e o mais vivo de nós.
                Enfim, não continuarei essa carta. Você é como um deus asteca que pede sangue, para continuar vivo. E eu era o sacrifício. Não há mais nada para você e suas falsas palavras de que quer seu meu amigo. Tudo que você merece hoje, é a indiferença e o nojo. 
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opiarioportugues · 10 years
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Próxima estação: República
Passaram-se vinte anos e este banco de metro ainda é habitado por um fantasma tão metafísico quanto a própria metafisica. Eterno assassino de si mesmo que vaga eternamente entre as plataformas de uma estação de metrô Refém daquelas questões acerca do que é a vida.  
Insiste numa filosofia, persiste em outra e perde toda a existência, ao ver o que deveria ser numa inocência quase infantil de ser ideal. Argumenta que é da humanidade a queda que há entre si a vida mas nada além da estapafúrdia ideia de que é homem. Condenado à liberdade, foge para a prisão.
Corta o peso com uma faca, existencialista em sua vida a deseja como se fosse um coração a bater em suas mãos. Idealiza em seu subconsciente uma liberdade a qual não pode lidar. A de carregar aquilo que é.
Tem medo e por isso filosofa a cada trem que chega à plataforma. Espera que no meio do fluxo humano, encontre a sua alma. Desertificado por dentro, faz uma dança invocatória de Deus para que diante dos pés deste, chore tal qual faz a criança que perdeu seu cão. Desassosegado, busca na poesia de certo homem portugu��s todas as respostas. Crê que Deus ouve a humanidade de um homem que é vário e que na mudança de olhares, muda a vida. Mudado de dentro para fora, esse fantasma recusa a ver sua face sangrar em frente ao espelho dos olhos.
Pessoa! Ele grita em voz alta quando o próximo trem chega. Ritmado, sente a mão seca, a boca seca, os olhos agitarem-se em orbitas loucas, rarefeitas de campo de visão, e seca a pele e sente uma coisa metafisica chegar como a sombra de uma flor de Hiroshima . Morre.
Internamente prepara-se para a eternidade entre um banco e uma plataforma na busca mecânica, existencial de mais pura metafisica.
Tudo que passa é o trem e fica, a crise de uma vã filosofia. Valter Pessoa
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opiarioportugues · 10 years
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Eyes Wide Shut
Delírios de uma noite que não existe em uma visão comum Constroem-se em desejo numa vontade, num radicalizar esquizofrênico Aos olhos de um mundo, pecaminoso aos olhos do existir, fato
Reconstrói-se em meio a lábios o membro que em sua verdade é aquilo que se nega, contradição
As tardes que se destoam desta terra em loucuras consigo trazem a verdade indubitável da humanidade, apenas a animalidade é fato.
Consuma-se em sangue, em suor e corpos num ataque epilético visceral.
Aqui o medo não mais domina em verdade apenas os homens dominam as sociedades secretas constituídas de iguais em fome, em desejo, em carne.
De olhos bem fechados, a negação existe como vida em tal sociedade intermitente.
  Valter Pessoa
11/01/2014
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opiarioportugues · 10 years
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Constantemente aceso está o neon.
Quiseras dizer palavras tão singelas algum dia de tua vida? Inquiria a si próprio de fronte ao espelho desgastado pelo tempo. Sentia a necessidade quase fisiológica de entregar-se a uma verborragia que fosse bela e que o livrasse das mesmas dores de sempre, que lhe acompanhavam desde muito... Até perder-se no tempo.
Sentia um algo dentro de si, algo que já não era apenas paixão, ou mesmo melancolia delimitada a um ser ou fato a ser tocado e trocado em miúdos numa conversa. Era algo mais. Não fazia muita ideia do que era, apenas que lhe apertava o peito e queria ser escrita no papel ou no ar.
Olhava todos aqueles livros que eram seus e nunca poderia tornar-lhes a alma como um jovem que faz sexo pela primeira vez.
Pedia tempo àquilo. Perdia tempo ao pedir algo que lhe escapava entre os dedos... Entre o ponteiros... Chegava ao fim um tempo finito que era breve como o gozar do casal apaixonado.
Queria abrir um buraco no peito e gritar: "Que saias tu que me incomoda à noite, no piscar dos olhos, mudar dos minutos! Digo-lhe que fale! Que respire e tome vida própria... Pigmaleão, morto e ainda condena aqueles que vieram depois de ti...".
Pensara que o harakiri de tudo que lhe surgira nos últimos tempos lhe serviria de algo. Não. Simplesmente não... A doença que lhe o afligia era a vida daquilo que tornou-se imortal, as palavras. Ele havia se tornado tão nu quanto um esqueleto.
Valter Pessoa. 23/11/2013
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opiarioportugues · 10 years
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Cordializar
As manhãs cantadas nas vozes de vossos filhos são cinzas, queimadas no chão de concreto.
  O coração é subordinado às perturbações de monstros metálicos sob os pés. Não se sente o pulsar das batidas cardíacas em nossos peitos.
  Acostumados à nada, neste mar de um sempre igual, estes olhos queimaram no ato de olhar e ser olhado por aqueles do outro lado.
  Nos dias revolucionários, o cordial é a regra nova, que imposta transforma em palavras o que o mundo proíbe.
  As manhãs cantadas nas vozes de vossos filhos são cordiais, já disse um tal Buarque de Holanda.
Valter Pessoa  
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opiarioportugues · 10 years
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Novembro
Conjuras das profundezas do ser a magia outrora obscura que manifesta em si a carnalidade destes seres que somos nós.
Tomas pelas mãos aquilo que se não se controla e na convulsão debate-se em cada milímetro. Não o pensar, mas o estar que é a maldição que se trás com o Fausto que se tornam cada um, cada um.
Evocas em ritos, as palavras sagradas pecaminosas que dão sabor aos dias e juras com as forças que do âmago surgem irrestritas naquilo que são. Sempre serão.
O que se mantem agora em profusão e o que se diz líquido, és Baco a trazer o exultante torpor.
Conjuras a esse a magia Conjuras em magia Conjuras tudo que sempre foi que és, que será.
Valter Pessoa
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opiarioportugues · 11 years
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Criança. Areia. Praia
Na beira da praia a onda molha a areia, espuma volta ao mar A mão da criança pega a areia entre os dedos ganha forma no passar das mãos ganha vida Vira, revira, desvira e é viva. Seca-se o molhado, areia seca, estatua pronta para durar pra sempre Fim de tarde, a criança vai pra casa um novo visitante com folego, sopra o vento
Beijo do vento, areia no chão molhada pela onda da maré. Fabio Augusto 09/08/2013 São Paulo
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opiarioportugues · 11 years
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Alguém fala na noite
Vendido! Vendido! Vendido! Gritam isso no breu da noite E quem houve será que sabe que é pra si? Silencio ninguém ouve aquilo que não quer ninguém vê aquilo que não quer
A lua sai maliciosa no céu Este que olha está fétido como suas entranhas podres
Que alma resta para aqueles que buscam a glória de um deus cujo nome pinga sangue em nome de um pequeno instante que já passou
Sussurram não entende a voz que ecoa lá longe no meio do céu escuro pede que seja sonho bobo que não seja devorado pelo deus
Continua, ininterrupto sussurro criatura, tu és casmurro a podridão te imobilizou
01/08/2013 Valter Pessoa
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opiarioportugues · 11 years
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Lavínia
       Acorda sempre com cara de sono mal dormido. Não se satisfaz a noite, que é para descansar, pois não dorme em paz. Revira-se no colchão como um morto-vivo. Deseja dar coices na cama para que de tão cansado, durma como um bebê que já foi. 
       Ela não sai de sua mente. Fica como uma mensagem do extraterreno e domina seus sonhos de moleque não crescido. Será por causa dela? Como não há de ser?! Essa mulher que domina a vida do homem e que sente prazer em tê-lo na palma de sua mão. Ela sádica, ele masoquista. Esse jogo cansa e revigora, parecendo os filmes americanos.
       Deseja um cigarro, talvez outro vício que não seja ela. Maldita. Não! Não pode ser maldita de nenhum modo! Ela só pode ser divina. Sim, divina, pois é a salvação de sua alma.  Afinal que salvação se torna um vício? Essa mulher o é. Toda mulher é pecado do vício e desígnio de salvação.
       Não dorme. Passa a noite acordado pensando. Idiota. Não entende que não é dono de si. Tenta fugir. Filosofa. Sim, filosofa! Tenta, de todos os modos, buscar uma saída em Fernando Pessoa.  Há salvação no não pensar? Não, não, já não pensa. Tornou-se escravo dele. Busca, em vão, mas ainda sim busca. Devora os poemas que não são seus, pois não os pode escrever. Está louco.  Deseja chocolates metafísicos para ter paz.
       Paz, não a tem há muito tempo. Fica pensando na paz que só pode ser alcançada nos lábios dela, esses lábios de Lavínia brasileira que deseja como febre. Louco! Não a tem, nem nunca terá. Doente por não ser forte para tê-la. Fraco, como papel molhado. Escreve sua loucura. Será que algo vai mudar?
       Escreve psicopaticamente num pedaço de já foi um caderno. Não tem paz. Cansa-se de cobrir páginas atrás de páginas com pensamentos que o fazem doente dos olhos. Deita-se na mesa de cansaço. Dorme e ela ainda o visita. Fantasma de sua mente que o afaga e dá a desejada calmaria. Fantasma. Como vento desaparece com a paz que trás.
      Nada adianta. Nada.
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opiarioportugues · 11 years
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Pia
Suspira respira imagina  a vida Passa a palavra em roda que nunca é Pra um próximo  que apenas espia Espia de frente a janela  uma pia onde a água corre sem parar Corre a vida, para o ralo da pia
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opiarioportugues · 11 years
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Vividamente
Há desejos fundamentais da alma. São negados por todas as razões impossíveis do universo especialmente quando se trata do amor. Este, coisa vinda dos abismos,  tem tesão por se fazer doer como os poetas dizem, e se não doer, não há de ser verdadeiro. Sim ou não? Pede-se ao que sente amor, que o sinta vividamente. Que seja vitima de vivissecção pelo mais tangível prazer. Não haverá pausa. Cada minuto será vivido com a ardência de facas e beijos divinos. Ao findar o dia, pede-se ainda que a alma, renegada de seus desejos mais profundos, como o corpo de quem se ama, seja hospedeira de mais uma dia de vida. O amanhecer trará mais desse lindo fato que é a vida.
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opiarioportugues · 11 years
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Calejado
Era veterano de guerra e de combate feroz num passado que nem sequer havia de ocorrer. Lutava em tempos sem conexão contra inimigos que só sabia o nome. As caras deles eram outra história, isso se tinham caras para serem batidas. Era soldado, era major, era general dos maiores exércitos que uma criança já viu. Comandava as legiões de soldados de plástico em batalhas metafísicas contra monstros mascarados de soldadinhos de chumbo. No começo não gostava de lutar, mas pegou o gosto de ser líder de um exército.  Aquele exército, o mais moderno, mais bem treinado em anos de vida era um orgulho para os que caíram antes dele. Pensavam, que era forte! Forte apenas no sobrenome, pois no lutar, era vara de papel machê em forma de canhão de aço.  Um dia em batalha, acordou com uma bala de verdade engatilhada na pistola feita de rolo de papel higiênico. Atirou não sabe-se onde, mas pra longe é que não foi.
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opiarioportugues · 11 years
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opiarioportugues · 11 years
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Olha e vês tudo ou nada?
Espelhos não são perfeitos nunca refletem, nem irão refletir a verdade. Não olhas no espelho, pois não sabe o que vê? Não sabe se o defeito feito é em si ou onde olha já que a filosofia diz que nunca se vê a verdade em seus olhos ou no espelho.
O que vês? A alma? A visão de si aterroriza ou salva? Nada. Ou tudo? Ao que sabe a metafísica de ser gente, explique a razão de ser gente para quem não sabe se é gente.
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