rather-die-young

[rather-die-young]

Ah… onde?

O livro se abre prum conto.

Entre anjos e demônios, a lua cheia se esconde.

E entre milhares de batimentos, e batidas

Nessa terra onde tudo pode, acende um cigarro e dá um gole na bebida.

Será que é disso que eu vou morrer?

Aonde você tava quando ele deu o primeiro grito?

Aonde você tava quando ela recebeu o primeiro tapa na cara?

Aonde você tava quando ele chorava sozinho, pedindo pra Deus levá-lo por que não queria ter nascido desse jeito?

Aonde você tava enquanto ela via a mãe chorar?

Tava onde quando o pai saía na sexta e voltava  na segunda?

Aonde você tava quando ele era esganado pelo pai porque reprovou de ano?

Quando ela ouvia dos amigos da família que ela iria matar a mãe dela?

Aonde você tava quando a amiga dele dizia “seu irmão? desiste! vai virar bandido!”

Aonde você tava? por que o irmão não tinha passado dos 08 anos.

Aonde você tava enquanto ela passava fome?

Aonde você tava enquanto ele fumava as bitucas jogadas na rua?

Aonde você tava enquanto ela ouvia que não ia ser ninguém e para ela isso era verdade?

Enquanto ela precisava estar na esquina vendendo o corpo por um prato de comida?

Aonde você tava enquanto o tio dele dizia “não conta pra ninguém porque é segredo nosso?”

Tirava a roupa dele.

Aonde você tava?

Aonde você tava quando ela precisou curar essas feridas?

Quais delas você abriu?

Quais delas você curou?

Quais delas ele perdoou?

Quais delas ela perdoou?

Ah… onde você tava?

[rather-die-young]

Logo eu, poeta, que de poemas não sei dizer nada.

Que de poesia me perdi na estrada,

que de verdade não aprendi nada.

Logo, eu poeta, não acho que a rima errada,

mesmo com a vista embaçada

encontro a certeza errada.

Logo, eu, poeta de nada.

Que nada crie em escala

a insistência me criar nada.

Poeta, eu logo digo nada.

Apenas outra estrada

sem linhas mas embaralhada.

Cabeça que de forma errada cria formas e não tem nada.

[rather-die-young]

tão branco que fica sem graça. um só ponto de melanina não pinta esse quadro. tão rico de cultura. tão pobre de espírito.

[rather-die-young]

Você confunde. A faz desejar o mal que existe dentro dela. Faz querer queimar. Com seu sorriso e seu olhar compenetrante.

Você provoca. Na saliva dos olhos e no desejo da boca. Faz querer ficar. Cada vez mais perto até se aprofundar.

Olhos nos olhos e acende mais um vício. Sua fala despretensiosa e seu desejo calmo. Desejo profano e errado que a faz querer mais. 

Desejo do toque, do erro e do cheiro. Lábios que se encontram e apenas se olham. Fogo que consome mas não a queima.

[rather-die-young]

[rather-die-young]

[rather-die-young]

[rather-die-young]

Não é legal não ser bom em nada. Você não se sente encaixado, mesmo que tudo seja totalmente familiar. Você pode até se esforçar ao máximo, mas sempre vê que foi tudo em vão. Sempre erra. Sempre arruma. Sempre erra. Sempre arruma. Tenho errado com meus amigos. Com minha família. Com meu namorado. Com meu emprego. COm meus estudos. Com meu futuro. Tenho errado comigo todos os dias. Sempre sorrindo e sempre falhando. Dentro do sorriso, sempre me julgando e me decepcionando. Parece que vivo num ciclo vicioso de erros. Sempre tentando acertar. Sempre errando de novo

[rather-die-young]

19 DE JANEIRO

Você não contém a felicidade quando ela vem. Ela vem.

Em pés descalços e molhados, com a canção dos pássaros, uma formiga transita em felicidade e sutileza. No barulho das águas, a calma e a esperança.

Felicidade vive e não escondida te faz sublime. Tão pequeno e tão único o momento feliz se faz voz.

Nesse vale onde tudo é abençoado, a maior bênção vem da felicidade.

É o amar as pessoas, o momento e até os erros. É se sentir seguro mesmo quando a corrente persiste em te levar.

Ah, felicidade.Fique e seja sempre bem-vinda.

Ah, felicidade. Em meio a tantos outros tormentos, um momento com você.

Ah... felicidade.

[rather-die-young]

Descobri que meus medos sempre me consomem. Agora a distância tomou conta. Parece tão natural querer estar junto que qualquer situação diferente parece ser um abismo. E eu vou caindo. Caindo até me perder no escuro do medo. Uma segurança do coração e o inseguro da mente que brigam e me gritam até ensurdecer. Não sou preparado pra estar longe, mesmo perto. Letras não satisfazem o afago e o carinho do abraço e do beijo. Tudo isso é só meu medo brincando com a minha cabeça e me fazendo delirar. E é até engraçado que a gente sempre acha ser forte. Até o medo rir da nossa cara e ver que somos pequenos e nos perdemos fácilmente. Hoje estou aqui, seguro de mim e distante da mente. Corpo aqui e mente longe. Mente que mente e me faz ir tão longe. Viaja e vaga no abismo do seu próprio sussuro que de perto ecoa gritos. Distancia não cria saudade. Mentira de quem conta isso. Saudade se sente perto, se sente longe , e às vezes até enquanto olho no olho. Distância se faz dor e traz falta de ar por se perder dentro de si. Tudo isso não sou eu dizendo, é meu medo seguro de que vai mexer na minha insegurança.

[rather-die-young]

“Não seja o que fizeram de você.”

— Logan.   (via distanciava)

[rather-die-young]

[rather-die-young]

E                                                   (u)

Tenho sentido medo.  Me sentido abandonado.  Sozinho. Não há amor. Não há pais. Não há paz. Tenho sido engolido. Por medo. Por vícios. Por mim. Vagando. Dia a dia. Casa em casa.  Choro em riso. Não acho um lugar pra mim. Um alguém, ou aquém ou com quem. Não acho o caminho. Do meu erro. Do meu texto. Do meu jeito. Tudo indica que estou errando. Amando. Vivendo. Trabalhando. Será que o cego sou eu? Me sinto mentindo. Fingindo. Sucumbindo. Enquanto escrevo, dor. Enquanto leio, dor. Enquanto pondo pra fora, arrependimento. Será que tô atingindo? Será que estou me mentindo? Iludindo? Cheio, e cheio de vazio. Perfeito e ainda assim sem sorriso... E pra esse texto, o qual não termino Deixo apenas que

[rather-die-young]

Eu tenho medo de você.  Da sua voz, do seu rosto aparecer em um sonho. Eu tenho medo da sua saudade. Tenho medo da forma com que você preenche o coração e se transforma em amor. Medo do seu fantasma. Eu tenho medo do amor. Dele preencher todo o coração e invadir cada centímetro do corpo, até fazer parte de uma vida e viver para sempre. Tenho medo da felicidade que você traz, até mesmo quando há um silêncio que grita seu nome num pequeno olhar. Medo da sua memória. Medo pois é você quem preenche, que espelha, que faz feliz.

[rather-die-young]

Título, se quiser

Eu sei que não estou sendo grande como deveria.

Sei também que toda essa bobagem e todo esse medo só afoga e não leva a lugar nenhum.

Eu sei que deveria ser menos bobo e levar a vida com mais leveza, mas existem coisas que ainda não foram cicatrizadas. Dos dois lados da corda.

É sobre acordar, sobre sonhar, sobre ser um em dois.

É sobre ser o sorriso que alegra, o motivo que completa. Sobre juventude e envelhecer até ficar grisalho e flácido.

É... uma hora fica flácido.

É aquela viagem planejada, a casa falada, o cachorro vira lata e a gata...

Não é sobre apagar nada, mas escrever até que o texto tenha sincronia.

Não sobre não falar nada, mas esperar com que as palavras façam sentido.

Sobre tirar o band-aid quando não doer mais a ferida.

[rather-die-young]

Só uso as palavras para compor meus silêncios.

[rather-die-young]

GIFT