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Um dia desses foi o teu aniversário, então escrevo aqui para eternizá-lo.

Falar sobre o Rafael é um dos meus exercícios diários. Talvez não da maneira que ele realmente mereça, uma vez que eu comumente o chamo de batata, bobalhão, goldinho, doguinho ou até mesmo aquele famoso "tinha que ser o Rafael", quando eu poderia só descrever o quão incrível ele é. Mas talvez assim mais parecesse um conto de fadas, do que a vida real. A bem da verdade, foi bem assim que o eu vi no começo: "nossa, que cara incrível, o tipo de cara que qualquer garota seria apaixonada", menos eu. Parecia demais pra mim, ele era bom demais, legal demais, sociável demais, d e m a i s. Até porque, pra quem não sabe, ele é o meu exato oposto. Se ele fosse uma cor, ele seria vermelho, e eu, claramente, sou azul. Ele é calmaria, eu sou tormenta. Ele é como dia e eu noite. Mas, foi me permitindo conhecê-lo que eu percebi que não apenas meu oposto, o Rafael é meu complementar. Ele chegou me ensinando como as coisas podem ser mais simples, mais fáceis e mais felizes. E que eu podia ser incrivelmente feliz com ele, mas também podia ser incrivelmente feliz sem ele. Hoje eu prefiro ser com ele. Nós planejamos as mais variadas coisas juntos, mas hoje eu sei que muitas das coisas que valem a pena, vêm sem aviso, assim como ele veio e transformou minha vida inteira. Não posso dizer que eu mudei muito pra melhor, mas todo dia com ele eu aprendo um pouco mais e deixo a mudança ser bem-vinda. Então eu quero agradecê-lo por me ensinar tanto e crescer comigo. Que nós possamos crescer muito juntos em muitos mais anos de vida. E agradecê-lo também por ser meu exato oposto e complementar. Amor é feito disso, não é? Acho que por isso que eu gosto tanto de escrever, agora ele estará lendo e não poderá discordar, o monólogo hoje me pertence, não só para chamá-lo de batata, mas para chamá-lo de melhor batata que esse mundo já conheceu, batata frita com ketchup, essa é a melhor analogia e, não só isso, mas para desejar um novo ano de vida super incrível, assim como só ele consegue ser. E acrescentar com o que eu pretendo dizer a ele, sempre que possível: "eu te amo, eu te admiro e eu te respeito". Que ele nunca esqueça disso. 

Feliz aniversário, Rafael.

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rich in stars

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Pessoas não ficam pra sempre e o vazio que elas deixam também não, a gente só esquece disso às vezes.

Laís Miranda (sorrisosefloreios)

#sobre partida #meustextos #2020

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É difícil escrever histórias quando se está acostumado a escrever seus próprios pensamentos. Seus ranzinzas, mofados e taciturnos pensamentos. Antigamente eu me pegava escrevendo sobre amor a cada esquina, como se ele fosse o ingrediente principal de uma vida inteira. E isso me fazia bem, amar demais. Agora eu me pego escrevendo como a vida difícil, mas escrever me faz pensar que talvez ela valha mesmo a pena. Então me pego escrevendo o quanto posso, enquanto vivo, como uma grande relação simbiótica. Essa coexistência, por muito tempo permaneceu em latência. Muitas coisas acontecem que te adormecem e te impedem de fazer o que tu queres. Eu sou testemunha disso. Nada como ser um ser vivo senciente que, apesar de conseguir tomar suas próprias decisões, não consegue executá-las. É frustrante. Dói em silêncio. Mas eu aprendi que mudanças vêm de dentro e vêm aos poucos. Nada de bom vem como um tiro, senão não se enquadraria a tempo. E foi assim que mesmo adormecida, eu resolvi recomeçar. É difícil as vezes, tem dias melhores que outros, eu sempre me pego falando sobre isso. E o que me resta é aproveitar os dias bons. Os dias que eu me sinto eu mesma e tenho um pico de produtividade que me faz re-acreditar em mim mesma. Parece clichê, mas a gente sempre deixa se apagar pelas frustrações impostas pelos outros, como se a vida tivesse uma regra de que se falhou com um, falhará com todos. Mas biologia não é matemática, ela só acontece, nem sempre como a gente imagina e, por vezes, é bom ser surpreendido, te tira da latência, te reativa a possibilidades. Boas ou ruins, possibilidades sempre devem ser bem-vindas.

Laís Miranda (sorrisosefloreios)

#meustextos #autoral #2020

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No final, todo mundo é míope. Ninguém se enxerga muito bem.

— Lua Kalt.

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Tem dias que são mais fáceis que outros. Que até dá pra acordar no segundo despertador, como se não fosse um problema se manter de pé, como se a vida fosse um filme bom. Mas geralmente a vida não é um filme de enredo fácil e com música alegre de fundo, geralmente a vida é um documentário sobre a vida de um adicto ou, ainda, um filme de guerra que o personagem principal até sobrevive, mas perde uma perna, uma orelha e três dedos antes de terminar. Os dias de filmes de guerra são os piores. Normalmente são aqueles dias que tu já acordas se sentindo um trapo e não entendendo o porque de seguir esses passos pré determinados pelo sistema, para obtenção do sucesso. Por que pra ser uma pessoa bem sucedida, eu teria que acordar todos os dias as 6 da manhã, sofrer sem uma trilha sonora de fundo e chegar em casa pra dormir e recomeçar tudo no outro dia? Rotina. Por que a rotina é associada a pessoas que atingem seus objetivos e a quebra dela é associada a fracasso? A quem não conseguiu se enquadrar e está falhando em algum âmbito em que todos os outros conseguiram lidar bem. Ou isso, ou ainda, mesmo que muito pouco, seja devido a um sucesso prematuro, onde se pode largar tudo numa segunda feira e ir tomar um drink no Caribe. Por que nunca um meio termo? Mas, voltando aos dias fáceis... quando tudo realmente parece uma comédia romântica insossa, antes de uma granada explodir nos teus pés, fazendo que tu percebas que era apenas um flashback. Ah não, me pediram pra falar mesmo dos dias bons. Então, os dias bons e fáceis... sim, eles existem (não que quem vos fala acredite muito neles, mas talvez seja apenas rancor de uma maratona de guerras perdidas), e eles nos dão forças pra enfrentar o resto. Tu não precisas viver um grande amor por dia, uma grande descoberta e um grande plot twist. A vida encurtaria se cada dia fosse recheado de grandes emoções. Nossos tataravôs que realmente iam para guerra, podem nos contar melhor disso, mesmo que seja numa sessão espírita. TÁ, foco. Um dia fácil pode ser recheado de pequenos prazeres, a tão super estimada felicidade é feita disso, é questão de estar, este é o segredo, se vocês querem tanto saber. Ninguém é feliz o tempo inteiro, ninguém precisa se martirizar por isso. Um momento a sós com um livro, ou até um abraço de alguém que se ama, pode transformar a guerra num flashback, ou melhor que isso, mudar um gênero inteiro, e te deixar acordar o segundo despertador, te lembrando que não importando o gênero, sempre vale a pena se assistirmos até o final.

- Laís Miranda (sorrisosefloreios)

#meustextos #2020 #autoral

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Quando me entrego, me atiro. Mas quando recuo, não volto mais.

Clarice Lispector.  (via inverbos)

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