Tumgik
#a ponto deu sempre lembra-lo da sua história e da intensidade no qual o mesmo passa...
victor1990hugo · 1 year
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daestenlivs · 4 years
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1° MÊS DE CASADOS {01/01/2020}
"No início éramos os únicos na pista de dança, enquanto todos nos observavam deslizar pelo piso. Acho que todos sabiam o que sentíamos um pelo outro, e lembraram de quando também eram jovens. Pude ver que sorriam discretamente para nós. As luzes estavam suaves, e quando a cantora começou uma melodia lenta, segurei-a bem perto de mim, com os olhos fechados, perguntando-me se alguma coisa na minha vida já havia sido tão perfeita, e, ao mesmo tempo, sabendo que não. Estava apaixonado, e a sensação era ainda mais maravilhosa do que eu podia ter imaginado."
{UM AMOR PRA RECORDAR}
Estar apaixonado ou amar alguém transforma tudo, sabe? Isso é evidente pelas vezes em que você vê algo e lembra da pessoa, sente a necessidade de citar seu nome em conversas, pensa no seu bem-estar, em como está seu dia...
Acho que percebi que me apaixonei quando acordei após ouvir tua voz durante a noite, eu sorri tanto que minhas bochechas doíam, a ansiedade para a chegada do seu bom dia era imensa, chegava ao ponto de ser estranho haver um dia em que você não estivesse inclusa nele. Acho que todos que nos conhecem como casal vêem o quão nos amamos e o quanto nosso relacionamento nos faz bem, acho que isso nos torna admiráveis também... porque diversas vezes tivemos problemas e com a maior maturidade do mundo nós conseguimos resolver, acredite isso é um marco na história da minha vida amorosa. Não é só a sensação de ser apaixonado por você, Amélia. É a sensação de te amar, lembrando sempre que você faz parte da minha vida agora, que minhas ações á afetam, que é importante ter empatia ao falar ou fazer algo. Os detalhes... os detalhes são importantes quando se começa a amar alguém de verdade. E como belo detalhista que sou, irei te detalhar mais uma vez... somente para lembrar o quão eu sou apaixonado nos detalhes que te formam.
Eu amo a forma como suas bochechas foram quando estamos conversando, ou como você fica sem jeito quando te encaro com aquele sorriso bobo, quando diz: Para de me encarar, Nikolas! Da forma mais manhosa e encantadora do mundo. Amo as caretas que faz só pra me fazer rir, amo a sua voz sonolenta, manhosa, bravinha... amo como seus olhos ficam pequeninos quando sorri, amo quando faz uma voz de bebê pra dizer que acordou, que está comendo, ou quando vai dizer que me ama mais, amo como cuida de quem ama, dando seus sermões e tentando livrar á todos eles de se machucaram, amo a forma como se prioriza e ama á si mesma e isso é deveras um exemplo pra mim, amo a forma como me explica tudo com paciência, eu sou apaixonado pela sua inteligência, seu cérebro! Sua mente... é tudo tão lindo! Talvez eu deva parar por aqui, ou não irá ter espaço pra especificar tudo o que amo e admiro em ti, pois levaria uma eternidade, e saiba que esse é apenas o primeiro de alguns outros textos, em comemoração à nosso primeiro mês de casados.
"Ela não era como as outras pessoas que ele conhecia. Tinha certeza de que jamais soltaria de sua mão. Seus dedos pareciam ter o encaixe perfeito nos dele - perfeitos complementos entrelaçados sem esforço algum."
{A ÚLTIMA MÚSICA}
O começo desse trecho é indubitável, principalmente pelas tantas primeiras vezes que tivemos e realizamos juntos. Além disso, te deixar se assemelha à se atirar de um precipício, eu não faria e tenho medo apenas de imaginar tal coisa. Mél, quando eu te conheci, não cheguei á imaginar que chegaríamos tão longe, eu nem sequer pensei que um dia iria ter alguém tão incrível e tão conectada comigo. Eu costumo dizer que você é como se fosse alguma daquelas lendas antigas, como a de que os seres humanos foram criados como dois e então foram separados, tendo que se destinar á procurar seus pares pela eternidade, sinto que você é essa parte de mim e eu sou a pessoa mais feliz do mundo por encontrá-la. Cada parte de você parece que se encaixa em mim e isso parece tão perfeito! Todos os dias eu penso em como poderia fazer para simplesmente retribuir metade do amor que recebo, e sim eu sei que as vezes é difícil ter que ficar comigo ou me aturar, eu peço perdão por isso, mas irei tentar fazer com que os meses e anos ao meu lado sejam para ti tranquilo e ao mesmo intensos, carregados de um amor ardente que queima nossa alma e á livra do frio. Eu tenho a plena certeza de que nunca vou lhe deixar só, vou segurar sua mão pelos dias á frente, lhe dando o apoio e o amor que você tanto merece.
"É que, desde que a vi, não sei como nem por quê, ocupa um importante espaço em minha vida. É que, por mais que eu afastasse sua imagem do meu pensamento, ela sempre estava de volta. {...} Um fascínio maior ainda se apoderou do meu coração e da minha mente. É que, enfim, agora que me recebeu, que a conheço, que sei tudo o que há de estranho em seu ser, tornou-se indispensável para mim, e enlouquecerei, não só se não me amar, mas se não deixar que eu a ame."
{A DAMA DAS CAMÉLIAS}
Esse é um dos meus livros favoritos, e cá estou eu dedicando á ti. Isso não é novidade, porque cada música, trecho de livro, filme ou série e até desenho é dedicado à você com toda a atenção do mundo.
Nesse trecho, Armand Duval, havia ido embora de Paris, pois se não me engano ele é Marguerite Gautier (A dama das camélias) haviam tido uma discussão e se afastado por dois anos. Armand não aguentava de saudades, queria Marguerite á todo custo, á amava independente de seus caprichos e vida a qual levava. Isso me lembrou uns dias atrás, quando quase perdi você. Eu chorava chamando seu nome, perguntava por que o destino havia te tirado de mim e como em um estalo, após o último adeus e a última noite de amor, o destino me empurrou e meio que me deu um tapa na cara, dizendo que eu precisava ser persistente e não desistir de ti tão facilmente. Nesses dias eu aprendi que o amor não é só flores, o amor é luta. A mesma luta que Armand travou até poder ter Margueritte, eu pretendo ter para te ter, Mél. Não desistindo nunca, não baixando a guarda nunca. Então saiba que eu estarei aqui, independente das tuas estranhezas, dos momentos em que sentir que não faz sentido eu vou te abraçar, te cuidar e te guardar. Te amar mais e mais... porque é o que se espera de um amor como o nosso.
"Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade."
{LUCÍOLA}
Lembra do dia em que confessei te amar? Se assemelha um pouco ao trecho desse livro (o qual é realmente meu favorito), você, Amélia, é a mulher a qual eu sinto ter amado nas outras vidas, é a mulher que tanto me faz feliz. No planeta existem bilhões de pessoas, dentre elas eu encontrei a mulher cuja alma é tão bela quanto a própria aparência, sou extremamente grato por isso. Sei que temos um longo caminho pela frente, sei que estamos longe, mas eu acredito que o amor que sentimos seja mais forte do que qualquer distância, atribulações e desavenças. Paulo amou Lúcia desde o início, assim como você me amou bem antes de que eu apenas sonhasse que era amor. Eu, diferente de Lúcia, tive o sortilégio de poder te amar o mais rápido possível, de poder corresponder demasiadamente ao sentimento que á mim deste. Você deu em minhas mãos seu coração e eu jurei cuidar dele, protegê-lo e amá-lo com toda a alma, na primeira noite de amor. Certa vez ficou aparente que eu me senti arrependido de já termos casado, nesse dia você ficou muito chateada e eu juro... Não foi minha intenção ter dito aquilo daquela forma. Eu não me arrependo, em momento algum, de tê-la como esposa, de te amar com todas as minhas forças e pretendo nunca me arrepender de tal coisa. Nós temos tanto á viver juntos e vamos conquistar tudo o que queremos, eu lhe prometo. Durante esse mês, eu pude sentir um amor real, não idealizado, um amor que escapou das palavras bonitas e adentrou os atos, eu pude ter a sorte de ser amado e de amar de volta na mesma intensidade e mais uma vez digo que sou grato. Eu te amo, Amélia. Com todas as afeições que se podem existir no mundo em que vivemos, te amo por séculos nestes poucos dias que vivemos pela terra, Eu te amo e te amarei, pela eternidade de nossos espíritos e almas, Mi Karina... parabéns pelo nosso dia.
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Varlam Chalámov: foi o meu próprio sangue que cimentou as frases de Contos de Kolimá
Nos campos de trabalhos forçados, Chalámov quase morreu de fome. Mas resistiu. E, tendo resistido, impôs-se uma missão: contar o que viu e viveu
Contos de Kolimá” (Editora 34, 303 páginas, tradução de Denise Sales e Elena Vasilevich), do poeta e prosador Varlam Chalámov (1907-1982), é uma obra-prima da literatura russa. São relatos literários, nos quais a história subordina-se à vida cotidiana — os homens, mais do que heróis, são vítimas do sistema comunista —, muito bem escritos. Não há melodrama algum, às vezes há aquela secura típica de Graciliano Ramos. No geral, dadas a vivacidade da narrativa e a apresentação dos fatos como coisas vivas, a secura cede à riqueza e ao ritmo da vida. Não há espaço para romantismo.
Chalámov não conta a partir daquilo que outro viu. Relata o que viu, o que aconteceu nos campos nos quais esteve como prisioneiro-pária. Suas histórias são vívidas e dolorosas. Historiadores, como Anne Applebaum, usam-nas como documentos históricos. “É necessário e possível escrever um conto que seja indistinguível de um documento”, escreveu o autor de “Contos de Kolimá”. A intensidade da dor parece retirar a vitalidade da literatura. Só parece. Porque a força da literatura do autor é tal que a dor pode ser percebida de maneira mais intensa.
Nos campos de trabalhos forçados, Chalámov quase morreu de fome. Mas resistiu. E, tendo resistido, impôs-se uma missão: contar o que viu e viveu. Não há o didatismo dos autores de certos romances históricos e a preocupação documental do historiador acadêmico. A literatura, com sua elasticidade para capturar o cotidiano, é, por assim dizer, o instrumento perfeito para Chalámov registrar a barbárie dos campos de Stálin — tão terríveis, embora menos comentados, quanto os campos de concentração e extermínio do nazismo de Adolf Hitler. O leitor percebe homens de carne e ossos, vivendo em condições subumanas, e, ao mergulhar nos contos, dialoga e sofre com eles.
Acusado de distribuir cópias de um texto no qual Lênin criticara Stálin, portanto era um “elemento socialmente perigoso”, Chalámov foi preso pela primeira vez em 1929. A base era o artigo 58 do Código Penal, que tipificava ações “contrarrevolucionárias” como grave crime político. Em 1937, quando Stálin comandou uma repressão feroz aos “inimigos” — inclusive comunistas que participaram da Revolução Russa de 1917 —, o escritor foi condenado pela segunda vez e enviado para Kolimá, na Sibéria. Lá viveu, em condições aterradoras, mais (de) 17 anos. Mesmo quando doente, era forçado a trabalhar. Uma vez, o supervisor, tendo Chalámov avisado que estava doente, sem energia para trabalhar, só mandou um enfermeiro atendê-lo três dias depois. Antes, o supervisor o havia chamado de “canalha”.
Ao deixar Kolimá, em novembro de 1953, Chalámov pôs-se a escrever os “Contos de Kolimá”. Demorou 20 anos para conclui-los. A Rússia publicou os primeiros livros com os contos apenas em 1989. O autor já estava morto.
Há quem acredite que, em circunstâncias difíceis, os laços de amizade são possíveis e até reforçados. Na Sibéria, sobreviver era mais importante do que fazer amigos. No conto “Medição individual”, Chalámov escreve: “Dugaiév ficou surpreso, ele e Baránov não eram amigos. Aliás, com fome, frio e sono, não se fazia amizade nenhuma, e Dugáiev, apesar de jovem, compreendia toda a falsidade do provérbio sobre amigos temperados na infelicidade e na desgraça. Para que a amizade fosse amizade era preciso uma base sólida, formada quando as condições e a vida ainda não tivessem atingido aquela última fronteira, além da qual já não há nada de humano no ser humano, a não ser desconfiança, maldade e mentira. Dugáiev lembra bem o provérbio nortista dos três mandamentos do detento: não confie, não tema e não peça”.
No conto “Ração seca”, um dos mais longos, Chalámov volta ao tema: “A amizade não nasce nem na carência nem na desgraça. As condições de vida ‘difíceis’ que, segundo nos dizem os contos da literatura de ficção, são indispensáveis para o surgimento da amizade, na verdade não são assim tão difíceis. Se a desgraça e a carência reunidas geram amizade entre as pessoas, então isso significa que a carência não é extrema e a desgraça não é grande. A tristeza que se pode dividir com amigos não é tão aguda nem profunda. Na verdadeira carência, só se reconhece a fortaleza do próprio espírito e do próprio corpo, determinam-se os limites das próprias possibilidades, da resistência física e da força moral. Todos nós entendíamos que só era possível sobreviver por acaso. (…) Sabíamos que ali [no campo de prisioneiros] não era lugar para fazer amizades”.
Com o que os prisioneiros, intelectuais ou não, sonhavam na Sibéria — sob um frio às vezes de até 60 graus negativos? “Todos nós sonhávamos com a mesma coisa: fatias de pão de centeio que flutuavam à nossa frente como bólides ou anjos”, anota Chalámov. O conto relata, ao final, o suicídio de Ivan Ivánovitch, que “enforcou-se na forquilha de uma árvore”.
No conto “Chuva”, Chalámov relata as terríveis condições de vida nos campos de trabalhos forçados na Sibéria. Milhares de pessoas morriam devido aos maus-tratos e a escassez de alimentos, mas os seres humanos eram mais resistentes do que os cavalos. “Faleciam [os cavalos] por causa do Norte, do trabalho além das forças, da comida ruim, das surras, e, embora tudo isso fosse dado a eles mil vezes menos do que às pessoas, faleciam antes. Então compreendi o principal: o ser humano tornou-se ser humano não porque é uma criatura de Deus e não porque tem um polegar em cada mão, mas sim porque é fisicamente mais forte, mais resistente do que todos os animais e, depois, porque conseguiu colocar seu princípio espiritual a serviço de seu princípio físico”.
No mesmo conto, Chalámov conta que uma vez, quando estavam extenuados, uma mulher “acenou com a mão, apontou para o céu, para um ponto no canto do firmamento e gritou: ‘Está próximo, rapazes, está próximo!’” Todos ficaram animados. A jovem “indicou que o sol imperceptível se punha no ocidente, que estava próximo o fim do dia de trabalho”. Uma “aparição” que pode ser qualificada de epifania.
No conto “A primeira morte”, a mulher descrita em “Chuva” reaparece; agora, com seu nome indicado, Anna Pávlovna. “Nossa brigada amava Anna Pávlovna. Agora ela jazia diante de nós, morta, asfixiada pelas mãos do homem de uniforme militar. (…) Era Chtemenko, agente de polícia da nossa lavra.”
Os prisioneiros agarraram Chtemenko, um homem cruel, o amarraram e o levaram à casa do chefe da lavra. “Logo condenaram Chtemenko a dez anos pelo assassinato por ciúme.”
Trecho do conto Ração Seca
Estávamos todos cansados da comida do pavilhão, ficávamos sempre à beira do choro quando chegava a sopa, em caixas de descarga de zinco sustentadas por varas. Ficávamos à beira do choro com medo de que a sopa fosse rala. E, quando acontecia um milagre e a sopa era grossa, nem acreditávamos; contentes, tomávamos tudo bem devagarinho. Mas mesmo depois da sopa grossa, sentíamos um ardor intenso no estômago mais aquecido: muito tempo sem comer. Todos os sentimentos humanos, amor, amizade, inveja, generosidade, misericórdia, sede de glória, honestidade, desapareciam junto com a carne que perdíamos ao longo do jejum prolongado. Na camada muscular insignificante que ainda restava sobre nossos ossos, que ainda nos dava a possibilidade de comer, de nos mover, respirar, cortar lenha, pegar a pá e jogar pedras e areia no carrinho de mão e inclusive de empurrar o carrinho pela interminável trilha de madeira até a galeria da mina de ouro e pela estreita estrada de madeira até o equipamento de lavagem, nessa camada muscular acomodava-se apenas raiva, o sentimento humano mais duradouro (…)
Quer saber? — disse Savielev. — Vamos sonhar. Sobrevivemos, voltamos para o continente, envelhecemos rapidamente e viramos uns velhos doentes: ora as pontadas no coração, ora as dores do reumatismo não dão descanso, ora o peito começa a doer; tudo o que estamos fazendo agora, o modo como vivemos os anos da juventude, as noites sem dormir, o trabalho pesado muitas horas seguidas, as galerias de minas de ouro infiltradas de água gelada, o frio do inverno, os açoites dos guardas da escolta, tudo isso não vai passar sem deixar suas marcas, isso se continuarmos vivos. Vamos adoecer sem saber o motivo da doença, vamos gemer e viver em enfermarias. O trabalho acima das forças deixará em nós feridas incuráveis, e toda nossa vida e velhice será uma vida de dor, de interminável e variável dor física e espiritual. Mas, em meio a esses terríveis dias futuros, haverá também dias em que vamos respirar mais livremente, em que vamos nos sentir quase saudáveis e em que os nossos sofrimentos não vão nos inquietar. Esses dias não serão muitos. Eles serão tantos quantos forem os dias que conseguimos malandrar no campo de prisioneiros.
Varlam Chalámov: foi o meu próprio sangue que cimentou as frases de Contos de Kolimá publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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kheren-ruth · 6 years
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diferente?não,é só uma probabilidade
Quem nunca já imaginou um presente diferente, na qual á vida não seria a mesma? Sempre me pego imaginando essas probabilidade, mesmo sendo 0,0001% de acontecer. Sabe aquele romance que não deu certo? pois é, com certeza, se desse, você estaria diferente, com felicidade ou com mais tristeza.  Vou-lhe contar uma história, não me culpe se não for de romance ha ha ha 
Talvez ele n se lembre do primeiro dia que ele me conheceu, lógico, era só mais uma prova, uma turma que não conhecia, fez uma confusão por causa de uma cadeira, e ficou se gloriando por ter vestido um camisa camuflada, afff.
Nem tinha começado a prova, ele jogou uma bomba pra cima da gente, que iria ficar conosco no próximo ano, como eu fiquei ? Super com medo. Depois, muito tempo depois surgiu uma duvida, será que ele se lembra disso? explicarei mais adiante. 
Por enquanto, o tempo voou, chegou o grande dia de conhece-lo um pouco mais, já que íamos passar uma grande parte do tempo se encontrando. Me pergunto pq ele tinha feio aquilo no ano passado? se ele era muio legal desde o primeiro dia. 
Como  todos os primeiro dia de aula, não foi nada diferente daquele, só para explicar o que iria acontecer durante o ano, quando estava prestando atenção na matéria, na quele dia n percebi algo diferente, e sinceramente,  n sei quando foi o momento que ele olhou para mim de forma diferente, pois n sabia que tinha outas formas. 
Dias se transformou em semanas, semanas em meses. É, o tempo voou um pouquinho ha ha ha.  Minha amiga, tinha um laço de cabelo, aqueles com tique-taque, sabe qual é? Achei fofinho, então coloquei no meu cabelo só para agradar a vontade da  miga, quem nunca fez algo pela sua amiga? Só não sabia que ele iria reparar. 
me lembro bem, acho que naquele momento foi um sinal de “sim” da minha parte, mesmo eu nunca tenha mandado este sinal. Já estávamos na semana de prova bimestrais, com um único gesto ele fez tocou no lacinho, como eu sou meia boba, deu um leve sorriso que fez meu laço (que não era meu) sair do lugar no momento que ele tocou. 
Levei numa boa, super de boa, para mim, ele achou legal que tinha uma laço na cabeça, talvez quisesse dar um para alguém. E, mais uma vez, passou semana, meses.
Sei que está curioso sobre o que acontece neste meses, mas para aliviar sua curiosidade, não aconteceu nada, era tudo normal, eu vinha para aula e, ele também, sentávamos, andávamos, comíamos o lanche e voltávamos pra aula de novo e depois íamos em bora, como qualquer outro estudante fazia, exceto aqueles que matavam as aulas na quadra.
Como já matei sua curiosidade, vou pular o tempo para o quase final de ano. Como era representante tinha contato de a maioria das pessoas. Estávamos em um projeto da escola, mandei mensagem para ele do celular do meu pai, pois na época n tinha celular mesmo, sim é possível viver sem celular. Lógico, que ele pensou que fosse meu, só que não esperava que ele retornaria com uma mensagem depois. 
Durante o ano todo letivo, vire e mexa,  via ele abraçando outras pessoas com seu jeito de ser, não tinha muito de diferente comigo, abraçava na mesma intensidade e jeito.Mas, algo mudou perceptivamente.
Em uma aula, ele soube que eu gostava de pé de moça (meu doce preferido), mas não saiu da minha boca, neste dia cheguei um pouco atrasada, já estava matéria no quadro, quando meu amigo falou se não estava sentido cheiro de pé de moça no ar ha ha ha, logo eu perguntei, quem tem pé de moça ? Começaram a me zoar, dizendo que sentia o cheiro a quilômetros de distancia (não me lembro exatamente o que ele disse, mas a intenção foi a mesma ) kkkk, então ele me mordeu um pedaço e depois me deu o restante. 
sinceramente, como não esperava nada, pensei que só era uma forma fofa que ele fez comigo, não tinha algo a mais. 
Passando alguns dias ele me pede um favor, de comprar um café e amendoim para ele na lanchonete, bem achei isso meio estranho, ele nunca me pediu nada, mas não podia dizer “não”, já que, não tinha nada pra fazer naquele dia. O estranho foi ele perguntar e o jeito que ele perguntou “vc pode comprar para mim?” respondi que sim com a cabeça, mais uma vez “ Vc pode comprar para mim?” E mais uma vez, sim com a cabeça. Não foi uma pergunta por acaso, mas ele chegou um poco perto de mais do que ele normalmente chegava. Na verdade eu queria falar “não”, mas como poderia falar não naquela hora? 
depois desse acontecimento vira e mecha ele me pedia para comprar, achava aquilo um saco, pois tinha que andar, e não queria andar. Foram poucas vezes que ele me pediu, no máximo 4 se é que me lembre ha ha.
Não demorou muito para que ele me mandasse uma mensagem, mas lembra que o numero não era meu? Perguntando “vc está aí?”  Meu pai com toda educação do mundo falou, “aqui é o pai dela, se quiser falar com ela, fale neste numero” Não me recordo o que aconteceu depois.
Quando meu pai chegou em casa, ele me falou o ocorrido, peguei o numero e falei com ele, mas só queria saber se que matéria estava . Disse que sim, como era representante, não achei nada de diferente.
Mas, na escola ele não ficou o mesmo, tinha aquele olhar distante, não tinha mais o brilho nos olhos. Pedi desculpas por não ter avisado a ele, mas n sei por que tinha que fazer isso, n tinha feito nada de mais,  mas tinha aquela sensação de pedir desculpas ou nunca iria ser mais o mesmo. Fiquei um pouco preocupada com a frieza daquele coração.  Fiz que meu coração estava falando. 
Tempo depois, começamos a conversar, perguntou se estava solteira, disse que sim. Na aula, ele fez algo ousado,  ‘já que não tem ninguém na fila, eu vou entrar “ Fiz uma cara de duvida, ou de espanto, não me lembro bem, mas foi o bastante para no final ele dizer que estava brincado, para não levar a sério. 
Bem, foi isso que eu fiz, deixei pra lá.
conversamos mais um pouco, foi então que tudo foi revelado, sim ele gostava de mim, eu eu dele. Já tinha acabado o ano letivo, então ele me convidou sair para conversar sobre este assunto, sobre os anseios, o que nós sentíamos um pelo outro,as dificuldade que íamos ter. 
Fui, coloquei uma roupa não muito sexy nem muito normal do que ele já me tinha visto. Coloquei tudo na mesa, que gostava dele, que queria ter uma filha com ele, que estava preocupada por ser mãe de um menino que não conhecia. Lá colocamos os pontos nos “ is “, ou quase todos.
logo que começamos a namorar, notei algo que não tinha percebido, ciumes, ele n suportava que andasse com outros meninos, nem falar com eles, ficava de olho nas minhas redes sociais, não podia usar roupas mais sexy.. De um simples namoro, virou um terror.
Mas, estava apaixonada, n enxergava o que estava acontecendo. No segundo ano de namoro, me mudei para o apartamento dele, não demorou muito e veio a nossa filha - Ester Souza. Já estava fazendo faculdade nesta época, mas ele não queria que continuasse, então eu desistir.
No terceiro ano, não consegui mais, brigávamos quase todos os dias, não queria aquela vida. Varias e varias vezes, me perguntava,  se não tivesse ido naquele encontro? se não nos conhecesse ele na quele ano de escola? se teria 0,1% de chance de estar feliz? com outra pessoa? ou até mesmo sozinha, mas feliz?  
O meu problema, foi n ter meu pé no chão, ser racional sim. No quarto ano, me separei. Já tinha virado outra pessoa, não era eu mesma.
Agora, passou anos e anos, nunca conseguir me relacionar com outra pessoa, com medo de ser a mesma coisa. Ester já está grande, passa um final de semana comigo e outro com o pai. 
mas, me pego sempre em outra vida, com a probabilidade de 0,00001% de acontecer algo que não fosse essa vida, uma vida na qual eu não posso ter, jamais terei. 
Só resta a esperança que minha filha não seguirá os meus passos. Por isso,meu caro leitor, não se deixa enganar-se por uma paixão momentânea. Analise cada movimento, que nem no xadrez, nem que isso leve um dia, semana até meses, mas avalia. Não deixe que pequenas probabilidade seja esquecida, assim, talvez, tenho alguma chance de ser feliz 90%. 
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mebeijadelingua · 7 years
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Não consegui ter reação alguma na quarta-feira, a não ser não acreditar no que estava acontecendo.Mas agora que consegui respirar de novo, queria te falar. E prometo que será a última vez que te mando mensagem ou faço qualquer tipo de contato. Talvez eu precise de mais um tempo pra quem sabe tentar convencer meu coração que não tem mais volta. Eu me enganei, não era pra ser. Eu e você foi apenas uma aventura de verão, dessas que a gente vive com intensidade cada momento, e sempre quer reviver. A nossa felicidade durou tão pouco, mas foram momentos reais, e isso pode sim ser chamado de uma história. E que história não é mesmo? Foram esperas, cartas, apertos, pensamentos confusos, pontos finais em meio à vírgulas, paixão, desejo, amor e muitos momentos nossos que guardaremos. Às vezes me pergunto, porque tudo começou tão de repente, e porque desse fim tão repentino é difícil de ser compreendido? O grande problema é que pra você colocar um fim nisso tudo foi simples, rápido, mas pra mim.. ah, eu nem sei por onde começo a te excluir da minha vida! Está sendo tão difícil, eu queria mais pra nós dois, muito mais. Ao longo desses dois anos e meio, eu não consegui realizar praticamente nada do que eu planejei viver com você durante minhas noites mal dormidas. Eu estou aceitando que acabou, que não tem mais volta, e que não dá certo, todos esses diálogos de sempre, só que meu coração, ele não quer entender... Ele quer insistir, parece que gosta de sofrer sabe? Ele quer ir adiante nessa aventura, ele quer descobrir coisas novas entre nós dois, ele quer ver até onde essa loucura é capaz de ir... quem sabe o que eu realmente precise é de mais uma chance para provar que esse nosso erro talvez só precise de um conserto feito pelas nossas mãos, só precise de uma atenção a mais pra ser resolvido sem sacrifício, um reparo aqui, ali, para então se transformar em algo complexo, e mais fácil de entendermos. Talvez nosso amor, só precise de mais atenção, ele estava pedindo isso, por seis meses eu te pedi isso. Quem sabe? - não, uma chance não é o melhor agora, esquece chu! Nunca consegui te encaixar, nunca consegui te decifrar e te entender por completo... você é todo errado e todo certo, você me confunde, e me deixa fascinada por essa loucura de querer te amar. Vou desejar que você de vez em quando se lembre de mim também, porque faço questão de lembrar de você, nem que seja por um ou dois minutos. Enfim, já tentamos, quer dizer.. eu tentei, só que realmente não era pra ser, já me desgastei demais tentando fazer você acreditar, tentando te ter por inteiro, tentando entender os "por quês”, e tentando levar adiante. Se nos mantermos distantes um do outro talvez seja a única maneira de fazer com que meu coração entenda que, depois de tantos planos e sonhos juntos, você não é a pessoa que quer permanecer dentro dele, é isso que eu vou fazer, te esquecer, me manter longe! Hoje eu entendo suas atitudes, porque você se afastou. Eu não quero nem mais uma última conversa sobre nós, porque palavras e declarações de amor não são mais o suficiente para contornar os destroços de um amor como esse, você me despedaçou com certas palavras e sua frieza dos últimos meses, mas isso o tempo leva. Só queria que soubesse que teu sorriso me fascina, isso é um fato, e vou carregá-lo sempre comigo. Sempre levarei um pedaço de você dentro de mim. Sempre levarei os momentos bons, os beijos, abraços, carinhos, carícias, loucuras,sorrisos, momentos felizes, tristes, tudo que formou nossa relação. Até mesmo as brigas, ciúmes e algumas coisas a mais. Aliás, me machuca muito ter que aceitar isso, acreditar que você correu na nossa primeira diferença. infelizmente, hoje estou muito triste. É tão complicado, é confuso, algo que me fazia tão bem, está me fazendo mal agora... Mas é isso, chegou a hora de abrir mão, de desistir, de você, de nós.. E não porque eu não tenho mais forças, porque isso eu tinha. Sempre estava pronta para recomeçar, mesmo quando descobri aquelas conversas com outras meninas, eu sempre tirei o meu tempo para esfriar a cabeça, respirava fundo e pensava "meu amor por ele vale mais do que isso". Por mais que eu queira continuar, você me impede disso, não consigo acreditar que chegamos no nosso limite. E um limite tão bobo, se este for o real motivo pelo qual me deixou. Creio que já não se tem mais nada a fazer, nem mais nada a dizer, somente quero te desejar boa sorte nessa nova jornada e me desejar boa sorte também, pra enfrentar essa tempestade, mas coloquei nas mãos de Deus, Ele vai cuidar de mim, e vai cuidar de você, vai cuidar de cada detalhe! Nunca imaginei ver você partir, mas desculpa, agora eu também vou ter que partir, por não ter nem sequer uma demonstração de amor vinda de você que me faça continuar. Eu não sei quando esse nosso carinho incansável se perdeu. Deve estar junto com o tesao, os apelidos, à vontade de ficar e querer o outro por perto. Te amo muito, muito de verdade, mas não consigo continuar lutando por você com essa sua total e radical indiferença. Desisto de tratar como prioridade alguém que insiste em ser nada. Eu quis, quis muito que desse certo, acho que eu nunca quis tanto algo como eu quis você. Eu mudei várias das minhas decisões por você. Acho que você se lembra do dia em que estava na cama da minha tia, logo depois de sair do hospital, olhei para você e disse "eu mudei de ideia, quero ter um filho com você". Eu realmente tinha mudado de ideia, não falei da boca para fora. Mas agora preciso desistir, deixar todos esses planos irem embora, junto com o que eu sinto por você. Desisto de esperar por alguém que sabe onde me encontrar, que me tem e faz tão pouco caso. Eu tenho dedicado muito tempo à você e você não ve o efeito que causa, não vale as noites em claro, nem as minhas lágrimas. Eu tenho um carinho infinito por você e sempre que alguém me perguntar qual foi a coisa mais complicada e mais linda que já me aconteceu eu vou lembrar de você. É que nenhum papo vai me prender como o teu, nenhum perfume vai ser tão bom, nenhuma brincadeira boba e fora de hora vai me fazer rir tanto,é claro que a sua falta vai me doer todos os dias e a saudades vai sempre aparecer me fazendo querer voltar, mas estou deixando pra lá, tentando esquecer. Vou deixar você seguir seu caminho, correr atrás das coisas que te fazem feliz, correr atrás corpo que sempre sonhou. Mas quer saber? Eu sempre fui apaixonada por ele, antes mesmo do seu tanquinho aparecer. Mas eu nunca fui apegada a coisas materiais, muito menos a quem se priva dos prazeres da vida porque está de dieta. Essa vida, como diz a música, é trem-bala e somos meros passageiros, destinados a descer desse trem a qualquer momento. Então aproveite-a da melhor maneira. Eu, mais do quem ninguém, posso te dizer que não sabemos o dia de amanhã, não sabemos quais serão os próximos três minutos da vida. Essa é minha última mensagem sobre nosso namoro, sobre você, esse é o nosso final. Não sei se ficar seria pior. Mas tudo se perdeu, eu pedi de todas as formas possíveis. Você mudou tanto que chega a dar medo. Como pode? Um dia sermos tudo e no outro, nada. Não dou-me mais o direito de reclamar das suas ações ou “desações”, essa batalha eu já perdi. Porém, dou-me total direito de expressão. Ontem quando deitei, me senti vazia, não de amor, mas por falta de crença, falta de crença nas suas palavras e nas suas demonstrações sem sentido. Me vi cheia de nossos erros, me vi farta de tantas e inúmeras contradições suas, tantas promessas em vão. Não digo que cansei, pois seria contraditório, pois eu nunca me canso, então digo-te que desisto. Desisto de levar tudo adiante sozinha, desisto de ver o seu lindo sorriso que amei durante todo esse tempo, e sei que vou continuar amando mesmo me negando à vê-lo. Eu só tenho a lhe agradecer, principalmente por ter cuidado de mim no tempo que mais precisei. Depois de aguentar aquela barra, achei que você e eu seríamos inseparáveis, mas acho que te assustei... me desculpa. Às vezes tenho a impressão que meu AVC piorou nossa situação e me sinto culpada. Você me ensinou muita coisa seja no amor ou na dor. Então... é isso. Te desejo toda a felicidade.
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Varlam Chalámov: foi o meu próprio sangue que cimentou as frases de Contos de Kolimá
Nos campos de trabalhos forçados, Chalámov quase morreu de fome. Mas resistiu. E, tendo resistido, impôs-se uma missão: contar o que viu e viveu
Contos de Kolimá” (Editora 34, 303 páginas, tradução de Denise Sales e Elena Vasilevich), do poeta e prosador Varlam Chalámov (1907-1982), é uma obra-prima da literatura russa. São relatos literários, nos quais a história subordina-se à vida cotidiana — os homens, mais do que heróis, são vítimas do sistema comunista —, muito bem escritos. Não há melodrama algum, às vezes há aquela secura típica de Graciliano Ramos. No geral, dadas a vivacidade da narrativa e a apresentação dos fatos como coisas vivas, a secura cede à riqueza e ao ritmo da vida. Não há espaço para romantismo.
Chalámov não conta a partir daquilo que outro viu. Relata o que viu, o que aconteceu nos campos nos quais esteve como prisioneiro-pária. Suas histórias são vívidas e dolorosas. Historiadores, como Anne Applebaum, usam-nas como documentos históricos. “É necessário e possível escrever um conto que seja indistinguível de um documento”, escreveu o autor de “Contos de Kolimá”. A intensidade da dor parece retirar a vitalidade da literatura. Só parece. Porque a força da literatura do autor é tal que a dor pode ser percebida de maneira mais intensa.
Nos campos de trabalhos forçados, Chalámov quase morreu de fome. Mas resistiu. E, tendo resistido, impôs-se uma missão: contar o que viu e viveu. Não há o didatismo dos autores de certos romances históricos e a preocupação documental do historiador acadêmico. A literatura, com sua elasticidade para capturar o cotidiano, é, por assim dizer, o instrumento perfeito para Chalámov registrar a barbárie dos campos de Stálin — tão terríveis, embora menos comentados, quanto os campos de concentração e extermínio do nazismo de Adolf Hitler. O leitor percebe homens de carne e ossos, vivendo em condições subumanas, e, ao mergulhar nos contos, dialoga e sofre com eles.
Acusado de distribuir cópias de um texto no qual Lênin criticara Stálin, portanto era um “elemento socialmente perigoso”, Chalámov foi preso pela primeira vez em 1929. A base era o artigo 58 do Código Penal, que tipificava ações “contrarrevolucionárias” como grave crime político. Em 1937, quando Stálin comandou uma repressão feroz aos “inimigos” — inclusive comunistas que participaram da Revolução Russa de 1917 —, o escritor foi condenado pela segunda vez e enviado para Kolimá, na Sibéria. Lá viveu, em condições aterradoras, mais (de) 17 anos. Mesmo quando doente, era forçado a trabalhar. Uma vez, o supervisor, tendo Chalámov avisado que estava doente, sem energia para trabalhar, só mandou um enfermeiro atendê-lo três dias depois. Antes, o supervisor o havia chamado de “canalha”.
Ao deixar Kolimá, em novembro de 1953, Chalámov pôs-se a escrever os “Contos de Kolimá”. Demorou 20 anos para conclui-los. A Rússia publicou os primeiros livros com os contos apenas em 1989. O autor já estava morto.
Há quem acredite que, em circunstâncias difíceis, os laços de amizade são possíveis e até reforçados. Na Sibéria, sobreviver era mais importante do que fazer amigos. No conto “Medição individual”, Chalámov escreve: “Dugaiév ficou surpreso, ele e Baránov não eram amigos. Aliás, com fome, frio e sono, não se fazia amizade nenhuma, e Dugáiev, apesar de jovem, compreendia toda a falsidade do provérbio sobre amigos temperados na infelicidade e na desgraça. Para que a amizade fosse amizade era preciso uma base sólida, formada quando as condições e a vida ainda não tivessem atingido aquela última fronteira, além da qual já não há nada de humano no ser humano, a não ser desconfiança, maldade e mentira. Dugáiev lembra bem o provérbio nortista dos três mandamentos do detento: não confie, não tema e não peça”.
No conto “Ração seca”, um dos mais longos, Chalámov volta ao tema: “A amizade não nasce nem na carência nem na desgraça. As condições de vida ‘difíceis’ que, segundo nos dizem os contos da literatura de ficção, são indispensáveis para o surgimento da amizade, na verdade não são assim tão difíceis. Se a desgraça e a carência reunidas geram amizade entre as pessoas, então isso significa que a carência não é extrema e a desgraça não é grande. A tristeza que se pode dividir com amigos não é tão aguda nem profunda. Na verdadeira carência, só se reconhece a fortaleza do próprio espírito e do próprio corpo, determinam-se os limites das próprias possibilidades, da resistência física e da força moral. Todos nós entendíamos que só era possível sobreviver por acaso. (…) Sabíamos que ali [no campo de prisioneiros] não era lugar para fazer amizades”.
Com o que os prisioneiros, intelectuais ou não, sonhavam na Sibéria — sob um frio às vezes de até 60 graus negativos? “Todos nós sonhávamos com a mesma coisa: fatias de pão de centeio que flutuavam à nossa frente como bólides ou anjos”, anota Chalámov. O conto relata, ao final, o suicídio de Ivan Ivánovitch, que “enforcou-se na forquilha de uma árvore”.
No conto “Chuva”, Chalámov relata as terríveis condições de vida nos campos de trabalhos forçados na Sibéria. Milhares de pessoas morriam devido aos maus-tratos e a escassez de alimentos, mas os seres humanos eram mais resistentes do que os cavalos. “Faleciam [os cavalos] por causa do Norte, do trabalho além das forças, da comida ruim, das surras, e, embora tudo isso fosse dado a eles mil vezes menos do que às pessoas, faleciam antes. Então compreendi o principal: o ser humano tornou-se ser humano não porque é uma criatura de Deus e não porque tem um polegar em cada mão, mas sim porque é fisicamente mais forte, mais resistente do que todos os animais e, depois, porque conseguiu colocar seu princípio espiritual a serviço de seu princípio físico”.
No mesmo conto, Chalámov conta que uma vez, quando estavam extenuados, uma mulher “acenou com a mão, apontou para o céu, para um ponto no canto do firmamento e gritou: ‘Está próximo, rapazes, está próximo!’” Todos ficaram animados. A jovem “indicou que o sol imperceptível se punha no ocidente, que estava próximo o fim do dia de trabalho”. Uma “aparição” que pode ser qualificada de epifania.
No conto “A primeira morte”, a mulher descrita em “Chuva” reaparece; agora, com seu nome indicado, Anna Pávlovna. “Nossa brigada amava Anna Pávlovna. Agora ela jazia diante de nós, morta, asfixiada pelas mãos do homem de uniforme militar. (…) Era Chtemenko, agente de polícia da nossa lavra.”
Os prisioneiros agarraram Chtemenko, um homem cruel, o amarraram e o levaram à casa do chefe da lavra. “Logo condenaram Chtemenko a dez anos pelo assassinato por ciúme.”
Trecho do conto Ração Seca
Estávamos todos cansados da comida do pavilhão, ficávamos sempre à beira do choro quando chegava a sopa, em caixas de descarga de zinco sustentadas por varas. Ficávamos à beira do choro com medo de que a sopa fosse rala. E, quando acontecia um milagre e a sopa era grossa, nem acreditávamos; contentes, tomávamos tudo bem devagarinho. Mas mesmo depois da sopa grossa, sentíamos um ardor intenso no estômago mais aquecido: muito tempo sem comer. Todos os sentimentos humanos, amor, amizade, inveja, generosidade, misericórdia, sede de glória, honestidade, desapareciam junto com a carne que perdíamos ao longo do jejum prolongado. Na camada muscular insignificante que ainda restava sobre nossos ossos, que ainda nos dava a possibilidade de comer, de nos mover, respirar, cortar lenha, pegar a pá e jogar pedras e areia no carrinho de mão e inclusive de empurrar o carrinho pela interminável trilha de madeira até a galeria da mina de ouro e pela estreita estrada de madeira até o equipamento de lavagem, nessa camada muscular acomodava-se apenas raiva, o sentimento humano mais duradouro (…)
Quer saber? — disse Savielev. — Vamos sonhar. Sobrevivemos, voltamos para o continente, envelhecemos rapidamente e viramos uns velhos doentes: ora as pontadas no coração, ora as dores do reumatismo não dão descanso, ora o peito começa a doer; tudo o que estamos fazendo agora, o modo como vivemos os anos da juventude, as noites sem dormir, o trabalho pesado muitas horas seguidas, as galerias de minas de ouro infiltradas de água gelada, o frio do inverno, os açoites dos guardas da escolta, tudo isso não vai passar sem deixar suas marcas, isso se continuarmos vivos. Vamos adoecer sem saber o motivo da doença, vamos gemer e viver em enfermarias. O trabalho acima das forças deixará em nós feridas incuráveis, e toda nossa vida e velhice será uma vida de dor, de interminável e variável dor física e espiritual. Mas, em meio a esses terríveis dias futuros, haverá também dias em que vamos respirar mais livremente, em que vamos nos sentir quase saudáveis e em que os nossos sofrimentos não vão nos inquietar. Esses dias não serão muitos. Eles serão tantos quantos forem os dias que conseguimos malandrar no campo de prisioneiros.
Varlam Chalámov: foi o meu próprio sangue que cimentou as frases de Contos de Kolimá publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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