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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
samara ignorou a pergunta da garota, mas por dentro, aquilo ecoou. lemaire sempre notou a maneira como jenkins olhava para a melhor amiga, um tanto quanto lânguido, demorado demais, desejoso demais, diferente dos demais. tal qual uma criança observa um brinquedo na vitrine de uma loja, que nunca vai ter. por anos guardou para si a dúvida, já que dorothea nunca tinha dado nenhum motivo para alimentar ou confirmar suas desconfianças durante o longo relacionamento. mas sua intuição era aguçada, e a fofoqueira sabia ler as pessoas daquela escola como ninguém. no entanto, agora que estavam terminadas, talvez não houvesse mais nada que impedisse que a ex investisse em sula, se esse fosse o caso, se realmente quisesse. não, não haveria impedimentos, nada para barrar isso, e estaria em seu direito de fazê-lo, por mais que samara detestasse admitir. ainda assim, apenas a ideia delas juntas era o bastante para embrulhar seu estômago. tantos ‘e se’s’ invadiam seus pensamentos quando a situação hipotética a acometia: e se fosse verdade? e se estivesse certa? e se ela sempre tivesse sido apaixonada pela garota? e se sula correspondesse? e se, de fato, a melhor amiga fosse o troféu inalcançável de thea desde o primeiro instante, o que isso fazia de samara? “vem, eu te ajudo,” murmurou gentil e austera, e colocou o braço dela sobre seus ombros para conduzi-la até o portão de grade, que abriu com a chave, antes de subirem as escadas até o segundo andar. a maneira como amolecia perto dela a matava por dentro. samara tinha defesas imbatíveis erguidas contra tudo e todos, milhões de planos vis, mil e uma maneiras de destruir a vida e a reputação de quem quer que cruzasse seu caminho. mas com a ex… ela não conseguia se reconhecer. ou pior, reconhecia muito mais a pessoa vulnerável que a presença de thea trazia à tona do que a faceta maquiavélica, dissimulada e imprevisível que mostrava em east wenk high. parou frente à porta com ela ao lado, e não demorou à abrir. “pro banheiro. vai.”
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Aceitou a ajuda muito bem vinda de Samara, já começando a se arrepender de ter bebido tão rápido o líquido não tão confiável do cantil. Se não fosse o fato de estar na casa da ex, com ela a carregando, a bebida cumpriria naquele momento com o propósito inicial : Não pensar em nada. Porque tudo que queria era morrer. Sentia tanto enjoo e a cabeça começava a doer e não conseguia ter ciência completa de onde estava. Era uma sensação horrível que nunca havia sentido na vida. Prometia para si mesma que nunca mais iria colocar uma gota de álcool na boca. - Eu nunca mais vou beber. - Murmurou enquanto a aguardava abrir a porta, apoiando a cabeça no ombro dela. Respirou fundo sentindo o enjoo vir com força, muito provavelmente pelo fato de ter baixado a cabeça. Não precisava nem da ordem, pois assim que a porta abriu, Dorothea disparou para o banheiro juntando todo o auto controle ainda restante para ajoelhar-se em frente ao vaso sanitário e vomitar tudo. Sentia um alívio momentâneo, poiou um dos braços na borda do vaso descansando a cabeça ali, sem forças para levantar-se ainda.  Nada concreto passava pela mente, a não ser o fato de querer parar de passar mal. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
o estado de negação da morena a fez dar uma risada anasalada e balançar a cabeça de leve. estava batendo com a cara na parede, precisou ser conduzida até o carro e ainda assim achava que estava cem porcento bem… só dorothea mesmo pra abusar da paciência de samara e sair impune tantas vezes. lemaire pôs uma mão na coxa da garota e apertou para que prestasse atenção, como de costume, sem nem pensar, e fez um biquinho com a boca para falar com ela. “o bebezinho não quer tomar banho, é? awn, cuti cuti cuti… tadinho do nenê.” falou irônica, a voz fina em puro desdém. “não tem pra onde correr, thea, vou te enfiar no chuveiro com a resistência desligada e fim de papo.” e como se não bastasse toda essa situação, a menção do nome de sula a alfinetou e a lembrou de um dos principais motivos pelos quais estava brava. tirou a mão da coxa da garota imediatamente e apoiou a palma na marcha.  “marion mudou o turno do segundo emprego dela, não está em casa e só vai chegar de madrugada, cansada, querendo a cama dela. mas se você quiser, vá. vá ficar com a sua paixãozinha. eu não ligo.” deu de ombros e engoliu em seco, mas ao final da sentença seus dentes estavam cerrados. “o que interessa é se eu quero me ver contigo.” disse, ferina, sem pensar duas vezes. mas no fundo, sabia que soaria seca. virou a esquina na rua de sua casa e estacionou o jeep em frente a um prédio amarelo, simples mas charmoso, de três andares. respirou fundo e lambeu os lábios, tirando os cintos, pensando sobre o nome antes mencionado. não, não daria uma escolha para thea. temia que não fosse ser escolhida por ela. de novo.  “saia do carro, vamos entrar. acha que precisa de ajuda pra subir as escadas?”
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De alguma forma, as sensações e sentimentos pareciam estar amplificados, o que fizeram com que o toque de Samara na coxa fosse recebido com muito mais intensidade, sentia tanta, mas tanta falta de seu toque. A mudança repentina na voz de Sam indicava que tinha falado algo errado, mas ainda não conseguia identificar exatamente o que. Desistiu de desabotoar o cinto, sentindo-se mais calma por Marion não estar em casa .“Paixãozinha”. Era isso o que havia a incomodado. A mente lenta da garota levou uns segundos para responder - Do que você está falando? - Sabia do que se tratava, mas essa assunto era algo que mal admitia para si, quanto mais para outra pessoa, ainda mais se ela fosse sua ex. Calou-se em seguida. Não queria discutir com ela, arrependendo-se até mesmo da pergunta feita e sem dizer mais nada desceu do carro - Acho que consigo. - Respondeu baixinho. Ao sair do carro, sentiu o mundo inteiro girar em torno de si precisando apoiar-se no mesmo e o estômago dar 3 cambalhotas - Sam.. não tô me sentindo bem. - Os lábios ficaram ligeiramente brancos, sentiu a pressão caindo. Sentou-se na calçada para não cair. Respirou fundo, sentia tudo rodando e sua concentração estava toda em não vomitar, ou desmaiar. - Acho que preciso de ajuda sim.. - a voz saiu fraca e trémula, levantando apoiando no carro. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
“claramente,” comentou baixinho, uma carranca no rosto e os olhos focados na estrada adiante para evitar fitá-la de verdade. samara ouviu tudo o que a morena tinha pra dizer em silêncio por um momento que, para ela, pareceu uma eternidade. a voz de dorothea mudava quando ela estava bêbada, ficava arrastada, lenta, confusa, auto-destrutiva, e isso trazia nela um embrulho no estomago, uma sensação esquisita que ela não sabia exatamente explicar de onde vinha ou porquê. tudo o que sabia é que era desconfortável. principalmente a ideia de que jenkins estava assim por sua causa, ainda que indiretamente. “não, não mesmo. e agora, você está realmente tornando as coisas ainda mais difíceis.” queria ter dito: ‘eu também sinto sua falta’, mas seu orgulho a fez engolir as palavras que já escalavam as paredes de sua gargantas e ameaçavam sair, em troca de manter sua postura e dignidade. havia tentado já várias vezes pedir desculpas e se reconciliar com a ex. fazê-lo de novo, tantos meses depois, seria só mais uma forma barata de humilhação. “claro, claro. você quer que eu deixe você na porta de casa desse jeito? melhor ainda, o que acha de ligar pra sua mãe agora e avisar que estamos chegando, quanto tempo você acha que leva pra ela notar na sua voz o quão bêbada você está? vamos ver como ela te recebe! algum palpite? hm, que tal pulos de alegria e confetes? não?! ah tá, foi o que pensei.” caçoou, imitando um telefone com o polegar e o mindinho perto do rosto. “seus pais são legais, mas não abuse da sorte.” disse, colocando a mão de volta no volante. mais duas quadras e chegariam na casa dela. o sol se deitava no horizonte, atrás de thea e, por mais que tentasse, aquele espetáculo carmesim no céu não era tão gentil aos olhos quanto a garota. o crepúsculo não se comparava a ela. deuses, como sentia falta dela… “estamos indo pra minha casa. e a primeira coisa que você vai fazer quando chegar é tomar um banho frio. it’s not up for debate.”
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Queria ouvi-la dizer ‘Também sinto sua falta’ ou pelo menos mais uma vez ouvir ‘eu te amo’ e não fora nenhuma dessas palavras que saíram dos lábios da ex.  Não fosse o fato de ter se distraído com o caminho em que seguiam, começaria a chorar. Olhou mais uma vez para a rua que levaria para sua casa ficando para trás. Fitou Samara brava prestes a começar a xingá-la, chegou a entre abrir os lábios com uma postura mandona, mas perdeu toda a pose quando ela começou a falar - Eu não estou tão ruim assim. - emburrada, encolheu os ombros , recostando no banco do carro. Não tinha pensando em como resolveria isso com os pais. O pensamento passou pela mente como uma criança que vê um passarinho voando e a ideia do banho lhe assombrou a mente. - Banho frio não...- Disse quase chorosa. Odiava banhos gelados, a não ser que fosse direto da natureza, como em cachoeiras. Fora isso, banhos mornos ou quentes. Uma das poucas coisas das quais não conseguia abrir totalmente mão em prol do planeta. Quando o carro virou a esquina, Dorothea sentiu um desespero crescente. Marion. A imagem da ex cunhada veio a mente e por mais gentil que ela fosse, conseguia ser bem intimidadora quando queria. - Sam, melhor eu ir pra outro lugar.. posso ligar pra Sula... - Se enrolou toda tentando desabotoar o cinto de segurança - Sua irmã vai querer me matar se me vir assim e nunca mais vai querer te ver comigo.-  No momento, parecia ser uma questão fundamental, por algum motivo esperava ainda ser querida na família. 
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thesapatona · 3 years
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ripgirlv​:
Victoria normalmente era a atrasada entre as duas, é claro. Costumava chegar tarde nos eventos, mas não tarde demais. Apesar o suficiente para que ficassem lhe esperando um pouco, um atraso elegante, como ela gostava de pensar. Sempre perfeitamente calculado e pensado. Mas naquele dia seria diferente. Tinha tanta coisa para contar para Dorothea, que não podia perder nem um segundo. O que a surpreendeu, porém, foi perceber que a morena não estava no local marcado, na hora marcado. Estranho. Percebeu a mensagem, e se surpreendeu, já que ela era sempre a pontual das duas. A loira era desconfiada e analítica, o que a fazia pensar demais em teorias da conspiração sobre onde ela estava. E quando chegou, passou os olhos por ela com atenção, já notando diferenças. Aquela blusa era nova? Deu um sorrisinho de lado ao ponderar e manteve os olhos atentos ali. Analisou-a quando deu um beijo em seu rosto e pode sentir um perfume diferente. Hm. Suspeito. Ela sorriu, porém, disfarçando as suspeitas. “Não tem problema nenhum. Bom, eu decidi te surpreender e chegar na hora que combinamos, mas parece que invertemos papéis hoje, uh? Você estava aonde?” pegou o cardápio, ja analisando-o “Vou querer avocado toast, eu acho. E um cappuccino. E você? Estou morrendo de fome.”
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Acomodou-se na cadeira colocando a bolsa pendurada no encosto da mesma - Então as fofocas estão boas! Estou louca para ouvir T-U-D-O! - Respondeu primeiro sobre fofocas, para ganhar um pouco mais de tempo - Eu estava com visita em casa. - Disse sorrindo e pegou o cardápio - Tentei dispensá-la mais cedo.. mas foi difícil.. - riu olhando rapidamente para Vic e voltou a encarar o cardápio. Não queria olhá-la nos olhos enquanto mentia, e além disso, victoria parecia possuir uma legimência mais poderosa do que Severus Snape. Quanto menor o contato visual, melhor. - Vou te acompanhar, e também quero uma salada de frutas.- Chamou o garçom, pedindo a versão vegana, certificando-se se havia algum ingrediente de origem animal, fazendo um breve questionamento sobre os mesmos para o rapaz.  Assim que ele saiu voltou a atenção para Vic. - Fofoca, agora. -  Disse rindo batendo levemente a mão na mesa. Estava realmente curiosa para saber tudo que a loirinha tinha para contar. Mas para além disso, estava tentando manter os pensamentos dela ocupado com outra coisa para não focar no fato Thea ter se atrasado e  o porquê. 
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thesapatona · 3 years
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zippyourmouth-dubois​:
- Thea, você é assustadoramente transparente. Proporcionalmente, eu sou muito observadora, então sim! Por que você ainda não a chamou para sair? - questionou, enquanto caminhavam pelo evento espalhando os informativos. - Não acredito que estão gastando os papos de vocês falando sobre a Samara e o Leo, nada contra os dois e tal… mas, cara…- Balançou a cabeça negativamente. Realmente não tinha nada contra os dois, inclusive em relação a Leo, tinha o sentimento de amizade e identificação.
Riu ficando com as bochechas avermelhadas, sem ter muitas desculpas a dar pela “descoberta” da amiga. - É complicado ok? - Disse rindo do comentário - Eu não sei se ela gosta de meninas também... nunca falamos sobre isso...  e, e  se eu levar um grande fora? Gosto da amizade dela.. -  Parou na frente de Zipp, olhando desanimada para onde antes estava Maya - E se eu descobrir que sô eu tô afim? E depois ficar um clima super estanho? - Automaticamente entregava alguns panfletos enquanto falava, afinal, militância em primeiro lugar. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
não foi difícil encontrar seu carro no estacionamento da escola, que ficava logo na entrada. o sol estava já se pondo num céu saturado. samara gostava tanto de pores-do-sol avermelhados, mas com dorothea bêbada ao seu lado, não pôde nem parar para de fato apreciar. trouxe a garota consigo, e após tirar a chave dos bolsos, abriu a porta do carona para ela. “entra. e coloca o cinto.” pediu, fechando a porta pra ela e caminhando até o lado do motorista para entrar no carro e se acomodar. aquilo tudo era familiar demais. estar com ela naquele jeep preto que o sr sloan deu a ela de aniversário trazia à toda memórias de quando levava thea para passear, desde que tirara sua carteira de motorista. não era muito a cara dela se embebedar dessa forma e, por mais que seus pais fossem bastante tranquilos, não ficariam exatamente felizes em vê-la daquele jeito. e detestaria ver o olhar desapontando na face da sra jenkins quando a levasse pra casa. então, um pouco relutante, decidiu seguir o curso de uma ideia melhor. “o que você bebeu?” perguntou, sem rodeios. dando a ré para sair do estacionamento da escola e pegar a estrada. “no que estava pensando? você precisa ser mais esperta com essas coisas. if you wanna be a bad kid, at least do it right.” lemaire riu debochada, os olhos no trânsito. “amadores…”
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O estacionamento parecia ter sido empurrado uns 5000 km pra frente, pois nunca chegava. Sentia um misto de saudades, vontade de correr e um pouco de enjoo. Ao pararem ao lado do carro, olhou fixo para o horizonte onde o sol se punha - Eu gosto do sol, sabia? - Perguntou olhando para ex enquanto a mesma abria o carro e a mandava entrar - Sim senhora! - Disse batendo continência, como se estivesse a frente de um comandante de exército. Teve mais dificuldade em colocar o cinto do que gostaria de admitir, mas a pequena-grande vitória fora conseguir afivelá-lo antes de Sam entrar no carro. O que fez, com que a mesma flagrasse uma pequena comemoração ao entrar no carro, que foi interrompida no mesmo instante. - Essa é uma excelente pergunta. - Respondeu Thea pensativa, não havia perguntando o que era podia ter boa noite cinderela e agora estar desacordada nos cantos da escola e ainda sim, não teria resolvido o “problema” que levara a beber. - Eu não estava pensando. - Respondeu enrolando a língua levemente. Suspirou olhando para foro da carro, que começava a tomar velocidade, abaixando o vidro para sentir o vento no rosto - Eu queria parar de pensar, estou cansada de pensar sabe? -  Olhou para Samara, sentindo o coração parar de bater por um momento. Aquela luz, Golden hour, favorecia tanto os olhos dela a deixando ainda mais bonita, perdeu-se um instante na fala retomando em seguida, desviando o olhar para conseguir pensar melhor. - Sinto sua falta o tempo todo, queria não sentir mais. -  Deixou escapar dando de ombros - Antes de você me fuzilar com o olhar e querer me matar.. - levantou o dedo indicador como quem dá uma lição - Eu sei que fui eu que terminei e você deve me odiar, mas não torna as coisas mais fácies. -  Voltou a encarar a rua encostando a cabeça no encosto do banco - Hey.. minha casa é pra lá.. - apontou para a rua em que Sam deveria ter entrado. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
samara se manteve parada, estática. os olhos pesados, encarando-a com um misto de irritação e pesar. já fazia alguma tempo desde que haviam terminado e, por consequência, começado a se evitarem na escola. era doloroso, claro, ver alguém que era ser tudo se tornar quase que uma estranha pelos corredores de east wenk high. mas já havia passado do estagio de negação do término, e, honestamente, se sentia mais furiosa do que nunca. que direito jenkins tinha de sentir ciúmes dela agora, principalmente depois de todo aquele flerte descarado com maya nas aulas de química? samara queria enfiar a cara das duas num pote de ácido sulfúrico. “ah, tô vendo!” disparou, sarcástica. um sorriso de canto falso e forçado. ao que a colega de classe continuou, lemaire enfiou as mãos no bolso dos shorts e suspirou pesado. “elas têm quatorze pra quinze anos, dorothea. te manca. uma cavalona dessas xingando menina do freshman year por ciúmes, era só o que faltava.” retrucou, o cenho franzido. apontava para jenkins de cima a baixo em julgamento. se a mãe dela a visse daquele jeito, ficaria de coração partido. observou-a dar as costas e tentar seguir seu caminho da maneira mais desajeitada e patética possível. samara não conseguiu conter um risinho. tapou a boca com as mãos para se recompor. respirou fundo e deu de ombros, xingando a si mesma pelo que estava prestes a fazer. caminhou na direção da ex-namorada, em silêncio, e colocou o braço dessa acima de seus ombros, segurando-a perto pela cintura com a outra mão. “vem. e eu não quero ouvir nem um piu seu até a gente chegar no meu carro, okay? é sério.” avisou, guiando-a pelos fundos. com sorte, o evento estava já no finalzinho, então não dariam tanta falta das duas. e samara sabia exatamente como se esgueirar para fora dali. “considere-nos quites.”
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No fundo, bem no fundo sabia que a ex tinha razão e era um ciúmes infundado. Mas sentia tanta falta dela, que vê-la bem seguindo a vida apesar do término era doloroso. Sim, era um pensamento extremamente egoísta, principalmente por ter sido a própria Dorothea a terminar. Mas queria que a Sam estivesse tão miserável quanto ela. O que queria na verdade ignorar toas as circunstancias que levaram ao termino e reatar, passar uma página em branco e começar tudo de novo. Tinha sorte por estar bêbada naquele momento e não sentir a vergonha pela situação embaraçosa de alguns segundos antes. Não saiu andando muito rápido, pois não confiava nos próprios pés naquele momento. Ao sentir a ex se aproximando, não fez objeção ao contato físico. - Não preciso da sua ajuda. - Murmurou, sentindo as bochechas quentes, e provavelmente avermelhadas. Virando o rosto para o lado, olhando para o chão. Não queria que ela notasse a vergonha, pois a mesma não vinha da situação em sí ou por estar bêbada e sim pelo toque inesperado de sua mão na cintura, ajudando-a a manter o equilíbrio. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
não era novidade alguma o quão competitiva samara podia ser. ainda mais com o tanto de raiva acumulada dentro de si, que ela quase nunca sabia o que fazer para liberar— ou, ao menos, não de forma saudável. havia até tentado entrar num dos times femininos da escola uma vez, se inscreveu e compareceu ao treino teste e tudo mais, mas fora logo dispensada por ser violenta demais. talvez o treinador tenha visto algo nela que outra pessoas tinham dificuldade de notar (e que samara só viria a descobrir anos depois), mas, de qualquer forma, a festa da fogueira era para todos, assim como os jogos e disputas recreativas proporcionadas lá, e os supervisores não poderiam impedi-la de jogar ali. ela adorava esses eventos, porquê além de ninguém poder dizer-lhe merda alguma sobre sua participação, sua competitividade e falta de escrúpulos faziam-na ser escolhida pelos times primeiro. o jogo da vez era queimada com balões d’água. as regras eram simples: se você fosse atingido com um balão d’agua pelo time adversário, estava eliminado da partida. o time que primeiro eliminasse os participantes do outro time, ganhava. sete partidas depois, samara e uma outra novata, jocelyn ribbs, eram as últimas ainda secas, pulando de alegria e furor, comemorando a vitória do time azul entre abraços e gritos. lemaire primeiro abraçou a garota ruiva, depois o restante do time azul, um punhado de alunos encharcados, saíram dos bancos reserva e correram pra um abraço em grupo. aquelas eram memórias que a fofoqueira levaria pro resto da vida. e, por pelo menos algumas horas, samara pôde esquecer de seus problemas; das coisas financeiramente turbulentas em casa com sua irmã, das pessoas em east wenk high que queriam (com razão) sua cabeça numa bandeja de prata e no dolorido término de seu relacionamento de quase três anos. saía enlevada e distraída da quadra da escola, quando se deparou com dorothea perto das arquibancadas. ótimo. meu dia não podia ficar melhor, pensou, sarcástica. o sorriso morreu em seus lábios ao vê-la naquele estado. era assim que thea estava lidando com o término que ela mesma tinha proporcionado? bebendo e insinuando coisas sobre samara que claramente não estavam acontecendo? aliás, mesmo se estivesse, lemaire estava no direito dela de seguir com a própria vida. ela revirou os olhos e estalou a língua, claramente impaciente. “ih, o que é que você quer, mulher? vá pra porra.” resmungou, de cara fechada, impedida de andar adiante com a ex barrando o caminho. “você devia se preocupar mais com a sua vida. se algum supervisor te encontrar desse jeito você vai se lascar todinha, cê sabe, né?”
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O sorriso encerrou-se no momento em que ouviu o xingamento da ex, sentindo-se extremamente ofendida, afinal, esperava uma recepção bem mais calorosa. Não esperava beijos e abraças, mas ao menos um sorriso, talvez. - Eu não sei do que você está falando. Estou perfeitamente normal. Inclusive estou ótima, melhor impossível! - Passou a mão nos cabelos afim de tirar uns fios que a incomodavam no rosto. Mesmo parada, tinha a sensação de que tudo ao redor estava rodando e precisava de um esforço enorme para se manter parada e de um esforço maior ainda para focar a ex no campo de visão. Apertou os olhos para ajudá-la a enxergar. Aparentemente o álcool ampliava a leve miopia. Ficou em silêncio um tempo, sentindo um aperto enorme no coração por estar na frente de Samara e naquele clima horrível. - E você também tá ótima né? Fazendo novas amizades...- Deixou no ar as palavras e completou - com as putas novatas. - sem perceber que havia dito em voz alta. Olhando apara a ruiva que Sam havia abraçado a pouco tempo. - Enfim... você tá bem, eu também. então é isso. -  Disse sorrindo em um animação falsa e exagerada. Virou nos próprios calcanhares de maneira decidida e pronta para sair do caminho da ex, cambaleando ao fazê-lo. Mas deu de cara com a parede da arquibancada, espalmou a mão da mesma para não perder o equilíbrio apontando com o dedo na outra direção com um sorriso amarelo e saiu andando, como se aquela conversa tivesse existido apenas em sua cabeça.
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thesapatona · 3 years
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dancermay​:
Como sua vida tinha chegado aquele ponto ela não sabia dizer, talvez fosse a tal maldita fase da adolescência, os hormônios a flor da pele, a ideia de que qualquer pessoa pode ser o amor da sua vida, os dramas exagerados. Tudo aquilo fazia parte da vida de Maya agora. Não tinha muitos amigos e a companhia de Thea era agradável, se pegou várias vezes admirando a força que a outra tinha de lutar pelas causas menores e tentava participar sempre que podia. Os primeiros dias das férias de verão foram reclusos, precisava de um tempo sozinha, chegava a ser irônico, a menina solitária precisava ficar sozinha. Depois de perder a conta de quantos potes de sorvete comeu sozinha, assistir todas as comédias românticas que conhecia, passar dias trancada no quarto sentindo a dor de um coração partido e reclamar disso no twitter… Um convite de Dorothea lhe pareceu irrecusável, sentia-se a vontade com ela e não achou que seria ruim sair um pouco de casa, estava na hora de sentir um pouco menos sozinha. O sorriso se alargou quando a outra abriu a porta, os olhos brilharam com o abraço embaraçoso, fazendo-a rir de nervoso. “Obrigada pelo convite, é melhor do que ficar chorando sozinha em casa”. Comentou sem jeito entrando na casa.
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- Ah com certeza, agora a gente pode chorar junto. - Riu fechando a porta da casa assim que ela entrou. - Olha, eu fiz muffins com gotas de chocolate e pipoca pra gente comer enquanto assiste o filme! - a empolgação era evidente na voz, embora que tentasse esconder um pouco para não parecer too much. Andava pela casa olhando para trás. Alba apareceu na porta da cozinha, que ficava próxima a escada, segurando uma bandeja delicadamente organizada com as guloseimas que Teha acabara de enunciar - Ah, então essa é a famosa Maya? Muito prazer minha querida, sinta-se em casa viu? - A mãe entregou para Thea a bandeja, a mesma lhe direcionava um olhar de vergonha por ter lhe entregado daquela forma. - Brigada Mãe. - Agradeceu já começando a subir as escadas afim de dispensar a mãe e a mesma não falar algo a mais do que devia. - Estaremos lá em cima no meu quarto viu? - Sorriu animada, chamando Maya com a cabeça para subir, já no meio da escada ouviu a voz da mãe - Se comportem ehn! - Thea fechou os olhos de vergonha - Pode deixar mãe. - Respondeu no mesmo tom rindo sem graça em seguida. - Desculpa. - Disse baixinho para Maya , colocando a bandeja sobre a cama. Tinha preparado o projetor na parede do quarto, para fazerem uma espécie de cinema em casa. O quarto de Dorothea tinha vários pósters na parede, alguns desenhados por ela com frases sobre veganismo, outros de filmes e também de algumas bandas. A cama ficava encostada na parede e tinha algumas almofadas no chão, fazendo um cantinho de leitura. Alí sentariam para ver o filme. 
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thesapatona · 3 years
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A princípio não tinha gostado muito da ideia de ficar na barraca de comidas para a igreja, porém, seus pais tinham um ótimo trunfo na mão. Anteriormente já haviam conversado com o reverendo de ter opções veganas e obviamente no momento em que mencionaram isso o humor para exercer a atividade mudou da água para o vinho. O outro bônus, que talvez fosse tão incentivador quanto as opções veganas, era Maya. Estava mais nervosa com a presença da moça do que ficara na espera das fornadas dos petiscos que levaria para a barraquinha. Sentimento que permanecia apenas nos primeiros minutos na presença da colega, depois o papo fluía. Quer dizer, até May lhe direcionar um olhar um pouco diferente do usual... Este fazia o coração de Dorothea acelerar e as borboletas do estômago quererem voar! Fora um daqueles que flagrara a outra lhe direcionando enquanto acabava de atender um cliente. - Sim, Deus que vai te cobrar! - Disse rindo apoiando uma das mãos na barra lateral da barraquinha - Acho que não tem problema... - Curvou-se aproximando um pouco mais de Maya para poder sussurrar -  Eu não conto se você não contar. - Piscou para ela pegando uma tortinha de maça. - Podemos dividir uma, que tal? - Deu uma mordidinha e ofereceu, aproximando a torta dos lábios da outra. 
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A proximidade desenvolvida com @thesapatona​ foi um alento nas férias de verão, foi nos momentos divididos com a garota que Maya teve uma pausa no sentimento de solidão. Se pegou várias vezes admirando a beleza da outra, já tinha percebido a algum tempo que sentia uma certa atração por garotas, mesmo que não tivesse beijado nenhuma ainda, nem nas aulas de teatro que frequentou por tanto tempo. Naquele momento olhava distraída para as tortinhas de maçã enquanto ouvia a voz de sua companheira de barraca atendendo alguém. Ergue os olhos e lhe ofereceu um sorriso quando o atendimento terminou. “Será que vão cobrar da gente se comermos algumas?” Murmurou para ela, sentia-se cada vez mais tentada com aquele cheiro maravilhoso, só restava saber se era o aroma das tortinhas ou de Thea. 
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thesapatona · 3 years
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Thea não estava procurando por @linguaruda, apenas estava caminhando pela escola e quem sabe talvez trombar com a ex. Mas obviamente, não estava a procurando. Estava a procura do banheiro. Onde fica mesmo o banheiro? A  morena parou cambaleante, olhando por cima do ombro para Seth, que já estava a uma distancia considerável e que caso fosse preciso conseguiria correr. O porque correria de Seth era um mistério, mas conseguiria caso fosse preciso.  Talvez tivesse exagerado um pouco na bebida, ignorando o aviso de que a mesma poderia estar muito forte. Bastaram 3 longos goles, que praticamente acabaram com o conteúdo da garrafa e apenas alguns minutos depois Thea já sentia-se em um carrossel ambulante. Em algum lugar da escola tinha um banheiro e esperava que nele não tivesse uma ex aos beijos com uma novata assim como elas mesma já fizeram matando aulas. Não, não iria pensar em Samara, o foco agora era o banheiro. Uma torcida animada chamou a atenção da jovem embriagada. Muito barulho, cores e bastante risadas e barulho de água. Precisava beber água. Apertava os olhos afim de poder ver melhor as pessoa as pessoas e tentar entender o que estava acontecendo. Ao alcançar o local, apoiou-se na arquibancada. Quando a visão focou nas pessoas que participavam da brincadeira, não conseguiu ver mais ninguém, se não a ex. O coração parecia querer sair pela boca. Era a primeira vez que a via depois que entraram de férias. Na tentativa de tirar o assunto da cabeça, puxou assunto com uma moça que parecia ser novata. Perguntando do que se tratava aquele jogo, tentando parecer o mais sóbria possível. Provavelmente não estava tendo muito sucesso nisso. Pois variava entre xingamentos e elogios para a Sam, que parecia focada de mais no jogo para notar Thea na arquibancada. Gritou e bateu palmas com todo mundo, como se fosse final da copa mundial de futebol e seu time favorito estivesse jogando, até que viu a puta novata abraçando Samara. Thea apertou os olhos fuzilando a garota. Acompanhou Samara com o olhar, esperando que a mesma a olhasse de volta, mas não o fez. Um desaforo! Dorothea marchou em direção a ex aproximando-se dela com um sorriso forçado. - Parabéns pelo ... - Não conseguia lembrar-se do nome da brincadeira - jogo! -  Olhou em volta ainda sorrindo numa simpatia forçada. - Muito legal né? Esses eventos que a gente recebe os calouros.... E por sinal, você parece estar se dando muito bem com as novatas né? - Riu franzindo o cenho, com a voz levemente estridente. Gesticulou com as mãos, apontando o dedo para ela ao final, numa tentativa de parecer descolada e desinteressada no assunto. 
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thesapatona · 3 years
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zippyourmouth-dubois​:
Após aguardar alguns minutos para a amiga se despedir da companhia, entrelaçou um braço no da amiga e começou a caminha, espalhando os panfletos ao longo do percurso. - eu só pensei em distribuir informações. also, se virmos alguém amassando e jogando no chão podemos fazer a pessoa engolir. brincadeira! mas…Ei, falando em informação…O que está rolando? - perguntou, erguendo uma das sobrancelhas. os olhos de águia conseguiam observar tudo com prontidão, embora frequentemente deixasse passar batido para não se dar ao trabalho de uma conversa sobre. isso claro, quando o assunto não lhe interessava, o que estava longe de ser o caso naquela situação. 
Deu uma breve olhada sob os ombros antes de começar a andar vendo Maya se afastar. Deu o braço para a amiga, imitando-a, entregou os panfletos a todos que cruzavam o seu caminho. Riu só de imaginar a cena, que apensar de ser brincadeira era algo completamente possível, dependendo do humor da amiga. Pigarreou sem graça antes de começar a falar - Está tão na cara assim? - Disse com uma pontada de desapontamento, embora que no fundo soubesse que não estava escondendo nada. - Eu não sei o que está rolando na verdade... Acho que sou só eu sendo trouxa mais uma vez. - Desabafou em tom de brincadeira, rindo e balançando a cabeça - Até então, conversamos sobre nossos ex , coisas aleatória e nada mais. - A frustração era presente na voz, mesmo que tentasse não transparecer. 
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thesapatona · 3 years
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- Olha pra mim. - Disse parando em frente a  @spencextheman segurando-a pelo ombro. Impedindo que a prima voltasse, ou saísse correndo. - Estamos planejando isso a semanas, você está ótima..mo. - Corrigiu rapidamente olhando em volta para ter certeza que ninguém as tinha visto. - Vai dar tudo certo! - a última frase saíra quase que como uma pergunta, porém o otimismo de Dorothea era marcante e presente. A ideia de Spencer era loucura, e poderia dar errado de várias formas possíveis. Mas jamais diria isso para ela, até mesmo porque a própria Thea ficara empolgada com os planos mirabolantes. Talvez pelo fato de ser algo do qual poderia se agarrar e não pensar na ex? Talvez.  Tinha também o fato de ser apaixonada pela prima, via-a como a irmã. Era daquele tipo de conexão que ultrapassa a relação sanguínea.  Faria qualquer coisa por ela. Mesmo que isso significasse mentir para a escola inteira. Sorriu a incentivando - Vai dar tudo certo. - Repetiu pausadamente, respirando fundo ao final, liberando a tenção e abriu o sorriso novamente. - Aposto que vai fazer o maior sucesso com as meninas.. - O sorriso alargou-se, apontando o dedos para ela arqueando as sobrancelhas brincando com ela para quebrar o clima de tenção. 
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thesapatona · 3 years
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linguaruda​:
sorriu de canto, amarga, enquanto o olhar de thea a atravessava, assim como suas palavras.  mas você é, para mim, um anjo. imperfeito e mau e precioso; cheio de raiva, cheio de coração,  pensou; havia um traço de desdém, até mesmo em seus pensamentos, ao recitar mentalmente a linha da poesia que a acometia agora. os versos que havia lido sobre ela, os que havia escrito sobre ela, e aqueles que nunca sairiam de sua cabeça, como o fantasma dela desde que partiu. a escritora suspirou pesado, notando a ironia. ela, que tão boa era com palavras, agora não conseguia sequer juntar um punhado destas para rebatê-la. teria se dado por vencida? dificilmente. havia um sentimento guardado ali, que não a abandonava nunca. uma sensação terrível. e havia perdido as contas de quantas vezes tocara no assunto com sua terapeuta, quantas vezes tentara resolver aquela pertinente e esmagadora impressão de que, se dorothea descobrisse tudo o que tinha feito, todos os erros cometidos, cada canto obscuro de sua personalidade reativa, que passara anos enfrentando para amenizar ou canalizar e melhorar, mesmo assim, a rejeitaria. e, se fosse honesta consigo mesma, já havia há muito aprendido o porquê disso. conhecia consideravelmente bem os labirintos mais sombrios de sua mente, para onde a levavam e para quê e todos esses pequenos motivos inerentes. sim, estava melhor que antes agora, talvez tudo fosse diferente vide que se conhecia melhor. mas ainda tinha medo de que no instante em que seus defeitos emergissem, mais evidentes, mais pungentes, a mulher se assustaria outra vez. samara e sua mania chata de racionalizar tudo, se precipitar, pensar na solução de problemas que nem mesmo existiam e que ela mesma criava. passou a mão pelos cabelos, mordendo o lábio com força, para descontar sua frustração, enquanto a ouvia bradar estridente. estava prestes a revidar no mesmo tom quando a fala da outra penetrou seus ossos e a paralisou de imediato. até o ar que havia puxado, pulmões adentro, congelara neles; e sua espinha tinha certa dificuldade de assimilar os choques necessários para trazer qualquer reação inteligente de volta ao corpo inflamado. piscou os olhos duas vezes, assimilando, e grunhiu— um som enervado, gutural e cheio de irritação.  “você me tira do sério, mulher! que inferno!” saiu como um rosnado, dentes à mostra e tudo, e as mãos em garra como se quisesse apertar e esmagá-la. e foi só o que conseguiu dizer e fazer antes de levantar num rompante, caminhar até ela e beijá-la em cheio na boca– com toda a cólera, todo o açoite, toda a vontade que tinha de detestá-la, rechaçá-la. seus dedos e palmas, outrora ferozes, seguravam ambos os lados de um rosto tão lindo e cruel, como se feito de vidro, delicado, quebradiço; e, de peito atravessado e aberto, puxava-a afoita para si.
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Dorothea ainda digeria as próprias palavras ditas no rompante de desespero, como uma ultima tentativa irracional de dizer para Samara que a amava. Mesmo que por um momento de sua vida tivesse achado que este sentimento estivesse morto ao simples fato de vê-la novamente fora como se nunca a tivesse deixa de ver, como se estivessem congeladas no tempo. Uma pequeno globo de neve de um mundo encantado daquele amor juvenil. Ao ver Sam levantar-se, achou por um momento que aquele era o fim, ela marcharia até a porta mando-a embora. Estava preparada para isso, ou até para uma agressão física. Estava pronta para resistir e rebater os argumentos, provar de uma vez por todas que não desistiria novamente da escritora, não cometeria esse erro duas vezes. Mas não estava preparada para o que veio a seguir. O beijo a pegou completamente de surpresa, deixando-a sem reação a princípio. Suspirou entre o beijo, abrindo espaço para provar de seu sabor mais uma vez, enroscando a língua a dela. As lágrimas ainda escorriam pelas bochechas, embora estivessem cessando-se. A vazão de todo aquele sentimento agora revertia-se em desejo. Um desejo incontrolável e insaciável. As mãos a agarraram pela cintura colando ainda mais os corpos já quentes de desejo. Mordeu seu lábio inferior, sem preocupar-se com a força em que o fazia.
Os passos inconscientemente caminhavam para a cama, conduzindo-a pela cintura, retomando após a mordida, sugando o lábio passando a língua pelo mesmo antes de explorar novamente a boca da ex. Urgentes, as mãos desfaziam o nó do roupão de seda para que pudesse tocá-la nua sanando o desejo presente desde o ultimo encontro no estoque da livraria. Afastou-se do beijo para poder admirá-la, com uma respiração pesada e apenas um breve segundo. Não conseguia conter-se e não tocá-la, por mais linda que fosse a visão dos seios desnudos. Mordeu o próprio lábio levando uma das mãos ao mesmos, sentindo o contraste dos dedos frios com a pele quente. Arfou com os lábios colados aos dela, deixando um gemido baixo de prazer escapar pelos mesmos. A outra mão contornava seu  quadril afim de trazê-la para mais perto colando os corpos novamente. Conduzindo-a de certa forma gentil, em meio a brutalidade do beijo que retomara, para sentar-se na cama. Ao fazê-lo afastou-se apenas para despir-se do jeans e retomando o beijo interrompido encaixando-se no colo da ex.
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thesapatona · 3 years
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sethmarsden​:
Odiava aquele tipo de evento onde era obrigado a interagir mesmo que minimamente com pessoas que sabia não aprovarem sua presença e por isso automaticamente se encolher entre os cantos onde geralmente habitava normalmente, porém considerando a festividade e as relações alimentadas diante os olhos, era de certa forma humilhante simplesmente existir. Os poucos amigos logo estavam preocupados com suas próprias coisas e Seth agradeceu mentalmente pela bebida quente acompanhando o bolso, porque quando chegasse em casa ao menos estaria embriagado demais para ser atormentado pelos próprios sentimentos repassando a saída infeliz. A aproximação antes de acontecer de fato, vendo a garota a distância, fez com que as mãos suassem, umedecendo os lábios indeciso sobre o que ela queria. “Oi, Dorothea.” Murmurou, mais como uma questão do que cumprimento. Os olhos logo se direcionaram para baixo, é claro, tinha algo que a interessava, mas ainda assim era algo. “C-claro. Acho que isso vai servir.” Ofereceu. “Mas é meio forte, então se entrar em coma alcoólico até o fim da noite já aviso que não vou poder assumir a culpa.”
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- Puff.. - Disse balançando a cabeça e rindo - Não precisa se preocupar comigo, nunca passei mal até hoje. -  Pegou a garrafinha com um sorriso doce, quase que inocente. Realmente nunca tinha passado mal por conta de bebida, mas também nunca tinha bebido muito para que isso acontecesse. Mas ele não precisava de saber. Já era uma mulher de 16 anos, capaz de cuidar de sí. Controlada e madura, que não quebra a cara da vadia dando treta para a ex. Ao pensamento referente a ex passou pela cabeça tomou um longo gole, desejando que aquilo magicamente a tirasse da cabeça. Fez uma careta sentindo o álcool descer queimando pela garganta. - Realmente, é bem forte. - Admitiu entregando de volta a garrafa pra ele. - O que tem aí? - Tentava puxar assunto do que mais tinham em comum, que no caso era aquele exato momento, pois antes disso não tinha trocado mais do que meia dúzia de palavras superficiais. 
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thesapatona · 3 years
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zippyourmouth-dubois​:
O cenho de Zipp franziu e o bico de incompreensão que fazia sempre que uma situação lhe parecia estranha se formou. - Dory… estão te mantendo como refem aqui? - ergueu uma das sobrancelhas, abrindo um sorriso e deixando uma risada escapar logo após. - Okay, agora eu entendi. - Disse, pegando um dos cookies e observando a moça que acompanhava Thea na barraca.  Balançou a cabeça negativamente como uma desaprovação, que não passava de piada, visto que mantinha um sorriso nos labios, um sorriso incentivador que praticamente dizia para Dorothea prosseguir, entendendo é claro que seu interesse naquela barraca não estava exatamente em conseguir o dizimo para os crentes da escola, embora claro, soubesse que a amiga tinha um coração bom o suficiente para fazer qualquer coisa despretensiosamente. Assim que pegou o cookie, deu uma mordida no mesmo, mastigando o doce para então falar novamente. - Então… vamos andar por ai? Eu ainda pretenso distribuir isso.  Você pode convidar sua amiga se quiser. Inclusive, acho que vai ser uma boa companhia. 
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Franziu o nariz sorrindo e balançando a cabeça. Tentando ser discreta. - Não precisaram disso. - Disse olhando para Maya, e riu em seguida sem graça com o comentário, que talvez ela não tenha percebido, mas havia sido uma cantada.  As bochechas ficaram vermelhas por estar sendo observada pela amiga - Vamos! Que tal? - Virou-se para a morena que a acompanhava na barraca esperando sua resposta, mas já sabia que ela não poderia, pois acabara de comentar de um outro compromisso. Quando veio a resposta negativa, fez um bico de puro drama - Tudo bem... mais tarde a gente se encontra então! - despediu-se da dançarina, passou as coisas do caixa para a responsável da igreja pela barraca e foi se encontra com Zipp - O qual o plano de hoje? - Disse animada olhando em volta e para a amiga de novo. 
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thesapatona · 3 years
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ripgirlv​:
Pegou o papel reciclado do panfleto e tentou forçar um sorriso, mas a atuação de Victoria não foi tão esforçada: já estava cansada. Olhou para o papel com certo desprezo e vergonha alheia - puxa, os perdedores sempre vão ser perdedores, não é mesmo? Podia ter passado meses longe de East Wenk, mas algumas coisas nunca mudavam. Ela arqueou uma das sobrancelhas na direção da morena e sorriu “Fazer a diferença no mundo? Com certeza, é o que eu mais quero fazer. E sinceramente? Eu não tenho dúvida alguma de que eu vou mudar o mundo inteiro, sim?” ela disse com certa prepotência, ainda encarando a dona dos olhos escuros com atenção. “Infelizmente, não vou fazer isso através do seu…” ela finalmente leu o papel, dando um sorriso largo, fingindo ser simpática. “Clube do Meio Ambiente? Yeah, babe, eu sinto muito, não vai acontecer. Mas eu posso divulgar no Orkut, que tal? Assim te dou certa visibilidade” e ganhar créditos em cima de algo que ela não participava, é claro. Manteve o sorriso largo e voltou os olhos pro panfleto. Ela deu uma risada. “O que vocês fazem lá? Plantam árvores?”
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Era difícil decidir qual das duas estava sendo mais falsa naquela conversa. Victoria tinha muito mais prática, e paciência pra dizer a verdade, do que Dorothea. Mas a ariana sabia jogar aquele jogo também. Revirou os olhos com o comentário alheio sobre fazer a diferença no mundo. Ok, talvez não fosse tão boa quanto pensava. - Poxa.. que pena. - respondeu torcendo os lábios, mas a voz não tinha nenhum sentimento de fato. Ao ser perguntada pela rede social, criou toda uma cena na cabeça -- ‘Claro, você me acha lá como Thea Jenkins e minha foto está assim..’ Diz mostrando os dois dedos do meio saindo ao estilo turn down for what jogando os panfletos para cima e dando as costas para a loira. -- Ao invés disso sorriu - As vezes, mas meio ambiente é muito mais do que isso. - Respondeu séria, afinal era sua obrigação moral informar as pessoas.  - E sobre o orkut, acho que pode ser legal. - Disse a ultima palavra em tom interrogativo, pois apostava com qualquer pessoa que voltaria a comer carne se a di Laurentis estivesse o fazendo por puro altruísmo. - Meu nome lá está Thea Jenkins, e tenho uma página lá falando sobre mecanismo que divulgo muito sobre as atividades do clube. Chama Veganzord. - Sorriu amarelo para a garota. Tentando achar uma desculpa para abandonar aquela, animadora conversa sem ser rude. 
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