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angelosmirnoff · 2 years
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Ele sentiu vontade de rir junto com a jovem, mas limitou-se a um sorriso muito contido. Angelo tinha um controle de suas expressões e reações que era de dar inveja, coisa de quem sempre estava tentando fugir de situações estranhas, fosse em casa, na escola, ou no trabalho. "Dá aprender muita coisa lendo os livros pornô de banca de revista que minha mãe deixou." ele disse, o tom de voz novamente mais grave e intimidador, aproximando-se outra vez e apoiando o braço na parede atrás dela de forma que a mantivesse ali "os bad boys sempre falam umas coisas tipo essas." completou, o olhar intenso sobre ela antes de sorrir de forma mais suave e se afastar outra vez. "É fácil fazer isso. As pessoas por aqui tem imaginação fértil e sempre criam uma história maluca por trás de tudo o que eu faço." riu baixo, voltando ao normal de novo enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans, uma delas brincando com a corrente de canivete que tinha pendurada no cinto e que terminava dentro do mesmo bolso. "Angelo. Ou Smirnoff, talvez seja mais fácil me identificar por esse nome." explicou, já que eram poucos na escola que usavam o primeiro. "Eu gosto da história da maconha, pode dar um enredo engraçado." comentou, um pouco mais relaxado com a situação. Achou que Holly, por ser conhecida no colégio por ser tão perfeitinha, fosse mais difícil de conversar. "Tudo bem, relaxa. Foi meio esquisito, mas... Já passei por constrangimentos piores. E desculpe se eu tiver criado uma cena que soe ruim pra você." deu de ombros "Só queria sair dali mesmo. Não entendo qual o apelo desses jogos de se beijar na frente dos outros. Parece esquisito pra todo mundo." comentou, juntando as sobrancelhas "E te tirar de lá também. Assim, não estou dizendo que sua amiga é má pessoa, mas provavelmente iam te zoar pelo resto da vida por ter beijado o drogado, ex ator pornô que vendeu o fígado por uma caixa de som e arrancou dois dentes de um cara com um soco na boca." enumerou alguns dos boatos que conhecia sobre si.
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angelsmirnoff​:
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Quando notou qual era a Holly de quem falavam, a insistência dos demais fez até mais sentido. É lógico que queriam assustar ou pressionar a candidata à Miss Perfeição do colégio a interagir logo com ele. E na frente de todo mundo ainda! Angelo não via o menor sentido naquele tipo de jogo, parecia um tipo de voyeurismo PG-13 (às vezes nem tão 13 assim), ou um rito social bobo e mais socialmente desconfortável do que estar em uma festa já era normalmente. Porém foi uma surpresa perceber na fala alheia uma hesitação (e talvez um desconforto) tão semelhante ao seu. De repente sentiu que ela também lhe pedia socorro e talvez estivesse prestes a fazer uma idiotice, mas sua reputação já era ruim e não se importaria em nada se ela jogasse tudo em suas costas.
“Você-” ele disse para a menina que viera chamá-lo “Relaxa. Que sede é essa de ver um beijo meu em alguém, hein?” disse, com seu tom de voz mais abusado e um arquear de sobrancelhas ligeiramente ameaçador. Era assim que ele sobrevivia ao colégio. “Não vai rolar hoje não.” deu de ombros “Quando quero fazer alguma coisa faço direito, entendeu?” completou, mudando de direção e seguindo até a roda por entre o espaço vazio, até que estivesse bem à frente de Holly. Tinha consciência dos muitos pares de olhos em si e de como esperavam por sua atitude como se assistissem a um filme, mas mesmo assim manteve a expressão impassível como se não estivesse vendo ninguém. Ele abriu um sorriso para a jovem, firme, calculado para parecer confiante e intimidador, mas atraente ao mesmo tempo. Já tinha assistido tantos filmes e lido tantos livros, que sabia exatamente o que fazer. Se quisesse facilmente poderia encarnar um John Bender moderno sem nem ensaiar. A puxou pela mão, fazendo com que o corpo feminino quase se chocasse contra o seu, colocando a outra mão na base de suas costas para estabilizá-la de pé. “Sua amiga ali disse que vou ter a sorte de te beijar, então ok, vou ter. Sorte a gente não desperdiça.” disse, alto o suficiente para que as pessoas mais próximas escutassem. “Mas não aqui. Não tenho interesse nos seus amigos.” completou, já guiando-a para fora dali, trilhando caminho pelas pessoas até que saíssem da casa e encontrassem um lugar mais vazio. Então sua expressão e postura corporal mudaram radicalmente; era ele novamente.
“Foi mal pelo teatrinho ali. Não vou fazer nada contigo.” ergueu as duas mãos em sinal de rendição “Você tava parecendo meio…” procurou as palavras certas, dando de ombros quando não as encontrou. “Achei que não estava muito a vontade. Mas posso ter errado, claro.” continuou, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta “Se quiser voltar pode dizer que me deu um tapa por ser abusado demais, ou que te ofereci maconha e aí você achou ridículo e me deu um fora.” riu baixo “Sério, pode mesmo, não me chateia. Mas se quiser uma folga da festa pode ficar por aqui e voltar depois.”
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Holly queria participar daquelas coisas. Seus pais sempre a repreendiam, é claro, ela não devia estar curtindo enquanto houvessem compromissos mais importantes. Estude enquanto eles se divertem, assim sempre vai ser melhor. Era isso que diziam, mas ela não suportava mais dar ouvidos àquilo. Queria estar ali e se divertir - mas a verdade era que sentia como se aquele tipo de festa fosse apenas mais um papel social que ela tinha de estar disposta a cumprir. Não importava se ela queria ou não beijar alguém naquela noite, jogar o jogo da garrafa era praticamente obrigatório se você não queria ser cancelada socialmente. E Holly precisava ser aceita socialmente, era isso que sentia. Afinal, se ela não tivesse sua reputação, o que mais teria?
Claro que apesar de saber que aceitaria tudo que lhe fosse proposto ali naquela noite, a forma como o rapaz a encarou e pareceu decidir que queria fazer aquilo, fez com que o corpo tensionasse. Não que ele não fosse bonito, pelo contrário, chegava a ser intimidador em seu equilíbrio de beleza e mistério. Analisou a forma como ela falava com sua amiga e quase teve vontade de rir. Mas quando ele disse que fazia as coisas direito e se virou para si, Holly tensionou. Piscou os olhos algumas vezes, antes de perceber que ele se aproximava muito rápido. Foram segundos de pouco raciocínio quando ele puxou-lhe pela mão e logo a tinha sob a mão nas costas, com o rosto abaixo do dele - afinal ele tinha pelo menos uns dez centímetros de diferença ali. “Sorte.. é. Certo. Isso. Que sortudo” ela tentou soar confiante, mas precisou se conter para não rir. Era bonita, certo, mas tão bonita assim para que seu beijo fosse sorte grande? Além disso, o nervosismo a fazia gargalhar normalmente e precisava admitir, estava no mínimo ansiosa para o que aconteceria do lado de fora - não era a garota mais experiente do mundo e ele não parecia nem um pouco inocente ou delicado. Holly buscou os olhos de sua colega por cima do ombro mais uma vez, a tempo de ver as pessoas comemorando e fazendo gestos obscenos, como se algo pudesse acontecer ali.
Saiu da festa junto dele, pronta para começar a tagalerar sem parar - como sempre fazia quando não devia - mas ele foi mais rápido, com um trejeito muito diferente do anterior. “Quê?“ e foi então que a risada veio, sem parar. Os olhos analisaram-o enquanto falava e Holly teve de cobrir a boca para conter a risada “Meu deus, isso foi muito bom. Como é que você aprendeu a fazer isso, eu…” ela mordeu o lábio inferior, e balançou a cabeça. Por um segundo de silêncio, seus olhos se prenderam nos dele. “Eu sou a Holly” ela disse se apresentando oficialmente “E você… foi ótimo. Obrigada. Eu acho que.. é. Talvez eu fale sobre a maconha” o tom era levemente jocoso e ela acabou dando uma volta no próprio eixo, se certificando de que a porta se mantinha fechada e eles estavam sozinhos. “Aquilo foi… super chato, minha amiga se exaltou um pouco, ela faz isso quando bebe e.. ela é bem fraca. Eu não queria te deixar desconfortável, sabe? Aposto que ela também não. Desculpe mesmo”
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angelosmirnoff · 2 years
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Angelo não escondeu o sorriso sincero. Não era bom em quase nenhuma disciplina, tampouco tinha tempo de estudar ou fazer reforço por conta de seu trabalho de meio período, mas amava ler e escrever. Talvez fosse a única coisa em que era realmente bom. "Obrigado, Sr. Bayrak. De verdade." respondeu, feliz pelas palavras. Era raro ser elogiado por seu desempenho em qualquer coisa. No entanto, o assunto futuro e universidade o deixava cabisbaixo. Não tinha condições de arcar com uma faculdade, muito menos resultados bons o suficiente para uma bolsa, mas ainda lhe restava uma alternativa. "Eu penso em entrar para o exército, na verdade. Estudar legislação lá dentro..." coçou a nuca, estranhando aquele objetivo que lhe parecia meio fora do lugar. Na realidade normal ele de fato seguiu para o exército, mas com o objetivo certo de entrar para as forças aéreas. "Uma carta de recomendação seria bem útil, soube que as vagas são concorridas." comentou. De certa maneira o exército combinava consigo mais do que uma Community College. "Vou lembrar de chamar o senhor quando for fazer o processo seletivo." sorriu, batendo uma continência de brincadeira em despedida.
(encerrado.)
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FLASHBACK VALENTINE’s
“Que isso, Sr. Bayrak. Não quero mudar meu A-, é minha única nota decente!” Angelo riu, totalmente ciente de que seu desempenho era precário em quase todas as matérias. Em literatura e história, pelo menos, ele excedia suas próprias expectativas e, quando tinha sorte, as dos professores. “Vim na verdade falar sobre 1984. Não sei se lembra, mas tava na lista de leituras extras que a gente recebeu…” coçou a nuca “Cara, que livro, hein? Bem interessante. Fiquei meio entediado no capítulo que explicava as regras do Comunismo no universo lá… Mas depois foi só sucesso. Vou ler Admirável Mundo Novo depois, mas por enquanto tô de boa dando um tempo lendo quadrinhos pra dar uma descansada na cabeça. Você já leu algum? Tô lendo um do Neil Gaiman, mas tô no começo.” falou, como sempre exagerando no falatório quando se tratava dos poucos assuntos que o interessavam. Mas então lembrou-se do que realmente tinha ido fazer ali e tirou da mochila um caderno onde havia uma folha ligeiramente amassada nas pontas. “Então, disse que podia entregar ensaios extras. Tá aí, sobre o 1984. Não sei se vale crédito, mas queria uma avaliação porque fiquei em dúvida se minha análise fez sentido.”
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“Assim me sinto lisonjeado.” Chegou a fazer piada, afinal, um professor sempre gostava de saber quando alguém ia bem em sua matéria, certo? Claro que aquilo parecia um instinto pouco natural (explicável pelo fato de que ele não era um professor de verdade), mas ainda sim esboçava um sorriso orgulhoso – tanto dele quanto do seu aluno. “Claro, lembro sim” Respondeu primeiro, em tom baixo, a fim de não impedí-lo de seguir sua linha de raciocínio. Assentiu com visivel e verdadeira admiração na expressão o garoto comentar sobre o livro, assentindo vez ou outra como resposta aos questionamentos dele. “Vale, vale sim.” Respondeu primeiro, com um olhar atento e entretido no rosto alheio. “Mas você não precisa se preocupar com créditos extras nessa matéria. Sabe disso.” Constatou, e a sensação de um certo orgulho ali era mesmo algo diferente do comum. “Não sei como é em outras matérias, senhor Smirnoff, mas é realmente bom em literatura. E parece interessado. Sabe o que gostaria de cursar no futuro? Eu ficaria feliz em escrever uma boa carta de recomendação, caso precisasse.” Ofertou, imaginando que a carta de recomendação de um autor publicado e consideravelmente famoso provavelmente valia de algo.
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angelosmirnoff · 2 years
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Angelo admitia que não tinha a aparência esperada para um grande leitor, ainda mais de Jane Austen, mas essa era uma de suas maiores características pessoais desde adolescente. Ele lia muito, de tudo um pouco, sempre buscando livros na biblioteca da cidade, em sebos ou nas livrarias quando podia se dar ao luxo. "Gosto. É aquela coisa, você começa lendo Orgulho e Preconceito e quando se dá conta..." deu de ombros, sem querer concluir dizendo que seu favorito era justamente Northanger Abbey, por muitos considerado bobo e clichê demais. "Bota linda nisso! Deve ser bem rara, hein? Entendo seu desespero para recuperar, sentiria o mesmo!" continuou, talvez com um pouco de entusiasmo demais (pelo menos para seu padrão sempre tão apático), não conseguindo evitar abrir um sorriso discreto com o comentário seguinte da loira. Ele evitava prestar atenção aos clientes a não ser que estivesse buscando alguma informação, nunca notando detalhes particulares sobre aquelas pessoas. Clientes eram clientes, ele sabia se colocar em seu lugar e o Queen's Castle tinha um histórico bizarro de gente perdendo o controle, no entanto, naquele instante ele notou que ela tinha feições muito delicadas, bonita de um jeito clássico e próprio ao mesmo tempo. Não era o tipo de coisa em que devia reparar, então ignorou qualquer pensamento que não fosse o objetivo de recuperar o livro. "Angelo." respondeu, esperando que ficasse subentendido que aquele era seu nome "Desculpa a formalidade. Algumas pessoas preferem assim. Mas que bom que não é o caso, Selene é um nome bem bonito." disse, se amaldiçoando por ter dito algo que parecia um flerte (bem péssimo, por sinal). A saída foi continuar o caminho até a administração, concordando com a cabeça sobre o lugar realmente ser imenso. "Pode, claro." comentou, entrando na sala e sinalizando para que ela o seguisse. Era um espaço mediano e nas prateleiras haviam algumas caixas cheias de coisas, itens de reposição do restaurante, entre outras quinquilharias acumuladas ao longo dos anos. "As pessoas esquecem cada coisa aqui..." comentou, enquanto olhava pelas prateleiras em busca da caixa com a etiqueta certa. Havia pedido para guardarem a edição junto com objetos frágeis, por se tratar de um livro tão antigo, mas na frente dela haviam outras caixas cheias de chaves de carro, peças de roupa, documentos e até uma cadeira de praia dobrável. "Eu não faço ideia de como isso veio parar aqui." disse ao colocar a caixa com a cadeira em cima de uma mesa, logo abrindo espaço para a que procurava. "Achei." sorriu, virando-se para Selene e lhe estendendo a caixa para que ela mesma pegasse o livro, que era um dos itens do topo e estava enrolado em um lenço de seda. "O lenço não sei de quem é. Coloquei aí pra não pegar poeira." admitiu, o rosto finalmente lhe traindo e demonstrando certo constrangimento. "Vou ter que te cobrar essa promessa de empréstimo. Tem Persuasão? Não li esse ainda... Mas sinceramente, eu leio de qualquer coisa." disse, omitindo a vontade boba e pouco profissional de convidá-la para sair. Não estavam em um cenário ideal, nem numa situação ideal e ele se sentia mais do que autoconsciente de seu macacão cinza de faxineiro. Trocar o uniforme de piloto por aquele não havia sido fácil e isso às vezes o perturbava. Além de tudo, o russo era antisocial demais, ainda que ultimamente estivesse tentando melhorar. "Alguns mais atuais também. Não sei se a cidade tem algum tipo de clube do livro, mas a gente poderia se reunir pra falar de leitura ou algo assim." tentou, o convite mais desastroso dos últimos tempos.
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angelsmirnoff​:
Angelo estava acostumado com posturas envergonhadas, afinal ali havia um restaurante, mas também havia um motel, o que podia ser constrangedor para alguns. Ele não se importava muito, estava tão habituado ao espaço que mal se lembrava qual era a função dele e apenas se concentrava no serviço, exatamente como fazia naquele momento, passando mop pelo chão lustrado, um ouvido ocupado pelo fone que tocava músicas e o outro pelo ponto que servia para receber ordens dos superiores. Por conta disso demorou um pouquinho para notar a jovem e quase se assustou com a presença dela. “Ahn…” murmurou, se situando “Claro, eu posso…” Começou com a cordialidade impassível que era instruído a usar com os clientes. Mas aí ela começou a falar sobre o livro e ainda por cima a se emocionar e então o faxineiro quebrou totalmente o código de conduta que deveria usar. “Eu quase peguei teu livro pra mim.” admitiu, juntando as sobrancelhas “Sério, uma edição raríssima, né? Linda. Quase peguei mesmo, fiquei apaixonado.” deu de ombros; seu amor por livros era pouco condizente com sua imagem, mas constituía boa parte de sua personalidade “Fica tranquila, eu sei onde tá e ele vai voltar pras suas mãos num minuto.” tentou sorrir (era difícil dar um sorriso natural, já que só vivia de cara fechada), arrastou o carrinho de limpeza com os pés para um canto mais próximo da parede e fez sinal para que o acompanhasse. “Na verdade você veio pro lado oposto, dona…” interrompeu-se, primeiro porque não sabia o nome dela, segundo porque era estranho usar pronomes assim com alguém tão jovem “Essas coisas ficam com o pessoal da administração, aí é perto da entrada de funcionários. Não fui eu que deixei lá, mas vi. Tá seguro, eu prometo.” completou. Parte dele odiava o fato de que o Queen’s Castle o tornava mais afetuoso com as pessoas, o que sinceramente era irritante para alguém que só vivia de saco cheio, mas naquele caso ela realmente parecia preocupada, então não custava nada ser gentil. “Ali.” apontou a porta da sala de depósito e armários, depois de terem andado por alguns minutos. Bateu na porta e quando percebeu que não havia ninguém lá dentro pegou no bolso o molho de chaves do local e abriu a porta. “Pode esperar aqui se quiser, ou entrar se preferir conferir você mesma.” disse ao acender a luz do cômodo antes mesmo de entrar.
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  a frase a pegou de surpresa, em partes porque normalmente eram poucos os que entendiam o apreço que sentia por livros, e em partes, porque não esperava que o rapaz gostasse deles. não ao ponto de entender a significância de um livro da jane austen poderia ter. naquele momento, diamandis entendeu que as aparências, de fato, poderiam enganar. por mais que a aparência dele fosse muito bonita, tanto que se distraiu por um segundo ou dois. foco, selene! agitou a cabeça com cuidado e sutileza, passando as unhas cumpridas e tingidas pelos fios dourados de seu cabelo, ao sorrir como se nada houvesse acontecido e não houvesse acabado de entrar em crise consigo mesma. “você gosta de jane austen? confesso que emma não é o meu livro favorito da autora mas é mesmo uma edição linda, uh?” moveu um dos ombros, em um ato displicente, apenas para que não ficasse tão óbvio o seu total fascínio por romances. selene só tentava camuflar ainda mais a energia de desesperada que sua irmã tanto falava. não queria que o rapaz pensasse que era esquisita. “obrigada, você é muito gentil.” e não falava aquilo como uma espécie de flerte, pelo contrário. sabia que incomodar as pessoas em seu trabalho nem sempre gerava boas reações, o que, felizmente, não fora o caso dele. “dona? ah, não, não precisa de tantas formalidade. pode me chamar de selene… é o meu nome.” não sabia se seria muito esquisito perguntar o dele, por isso, preferiu calar-se. era implícito que ao saber o seu nome, ele diria o seu, correto? “esse lugar é muito grande, e eu não tenho muita noção de espaço. como esqueci o livro em cima da mesa no restaurante, nem sabia por onde começar a procurar. achei que nem pudesse encontrar.” o que foi o claro motivo do seu desespero para início de conversa, mesmo que tendesse a ser desesperada em quase todas as situações. “eu posso?” se certificou, ao andar a alguns passos dele, logo atrás. ainda estava apreensiva e só relaxaria quando estivesse com seu livro em mãos mas até mesmo conseguia expirar mais tranquilamente. “obrigada mesmo pela sua ajuda, não conseguia encontrar o meu livro sem você. posso te emprestar alguma das minhas edições pra compensar, já que você parece gostar de literatura.”
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angelosmirnoff · 2 years
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Os horários de Angelo eram estranhos por conta da escala do Queen's Castle, por isso às vezes ele estava acordando na hora de dormir e vice e versa, como era o caso agora. Levantou num susto com as batidas na porta, o cabelo bagunçado e o pijama (veja bem, gente pobre não tem pijama, tem aquela calça xadrez de flanela que você acha em qualquer loja de departamento e no máximo uma camiseta que ficou velha demais para ser usada na rua). Conseguiu ouvi-la entrando e foi até o banheiro escovar os dentes e vestir uma camisa—uma velha do The Police—respondendo as palavras da loira ainda com a escova de dentes na boca. "Ejd acabffei dfee acrdarrr" disse, terminando a escovação e enfim saindo do cômodo. "Eu acabei de acordar. Quem me dera estar transando, mas tô morto demais pra isso." reclamou, de cara feia como sempre, porém os olhos brilhando de leve ao ver a jovem e as coisas que ela trazia. "Você trouxe as três únicas coisas que poderiam me deixar de bom humor, sério." riu, indo até Ivanna e prendendo-a em um abraço de urso "Por incrível que pareça, já que não digo isso pra mais ninguém, nunca é uma hora ruim pra você." continuou "Eu vou providenciar o delivery mais barato, vagabundo e gorduroso que conseguir encontrar, aí a gente se aventura por todos os canais legais de TV!"
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Bateu duas vezes na porta de Smirnoff mas não mais que isso, afinal, os anos de amizade davam-lhe total liberdade e intimidade de simplesmente entrar em sua casa. Eram muitos anos de proximidade, de altos e baixos. Ele a conhecia mais do que ninguém e vice versa. Batia apenas para anunciar sua presença e ao entrar, já foi logo falando “Trouxe a cerveja e aquele aparelho que dá pra piratear qualquer canal da televisão fechada.” havia conseguido aquilo com o babaca de seu padrasto, mas isso não importava muito. Ele era inútil, mas as vezes fazia algo que não era completamente imprestável. “Se estiver transando, pode mandar embora” brincou, afinal, havia intimidade ali para tal. Sem ouvir resposta de primeira, ela decidiu passar pela porta e ir para dentro. Ivanna apoiou o pequeno engradado de long necks - as mais baratas que haviam no mercado - sobre a pia da cozinha e se apoiou na parede entre a cozinha e a sala, ao dar um sorrisinho para o amigo “Te peguei em uma hora ruim? Achei que seria bom, fim do expediente” na verdade, ela havia conseguido folga em seu segundo emprego, o que significava que apenas tocaria na rádio mais tarde.
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angelosmirnoff · 2 years
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RENAS SÃO MELHOR QUE GENTE… E nosso novo habitante era o rei delas! Ele costumava se chamar KRISTOFF, do conto FROZEN, e antes da névoa da maldição arrastá-lo até Storybrooke, ele estava no REINO DE ARENDELLE, lá na FLORESTA ENCANTADA. Aqui na cidade você talvez o encontre se procurar por um tal de K. D’ANGELO-SMIRNOFF que é AUXILIAR DE LIMPEZA NO QUEEN’S CASTLE.
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Angelo Smirnoff tem 27 anos e é parte de uma família Russo-Alemã que mora nos Estados Unidos há alguns anos. Cidadão americano, ele se tornou piloto da força aérea, porém foi acusado injustamente de sabotar um avião do exército, foi preso e perdeu sua licença. Absorvido pelo júri, foi solto e mudou-se para Storybrooke para tentar recomeçar. Só conseguiu emprego como auxiliar de limpeza no Queen's Castle e lá percebeu que sendo invisível aos olhos da sociedade conseguia descobrir muita coisa sobre a nata da cidade.
Tornou-se então um justiceiro anônimo, que trabalha tanto na internet, fazendo pequenas falcatruas e desviando dinheiro de grandes nomes da cidade para instituições que precisam mais, quanto nas ruas. Seu verdadeiro trabalho é nas madrugadas, "caçando" pessoas que tentam assaltar, ou raptar ou fazer mal aos cidadãos. Às vezes ele depreda patrimônios de ricos com pichações desaforadas, quebra vidraças de grandes empresas e coisas do tipo. D'Angelo não acredita em violência contra outras pessoas, então tenta apenas dar sustos naqueles que captura. Não usa seu primeiro nome desde que saiu da força aérea e o mantém como um segredo que guardado a sete chaves, se apresentando sempre como Angelo. Está desacordado.
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angelosmirnoff · 2 years
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angelosmirnoff · 2 years
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Como sempre, a expressão fechada de Angelo respondeu antes mesmo que ele dissesse qualquer coisa. E seu rosto dizia: "sério mesmo?" porque não fazia sentido que alguém olhasse para sua cara e achasse que ele saberia algo sobre encontros. Ok, o russo já tinha tido sua cota de romances na vida, mas quase sempre aconteciam ao acaso. Porém ele tinha pelo menos o conhecimento adquirido nos livros. E uma opinião pessoal meio peculiar. "Leva a pessoa ao Queen's Castle. Por alguma razão que não entendo, as pessoas sempre ficam ultra românticas naquele lugar." franziu a testa. Já estava tão habituado a ver casais quase se derretendo um pelo outro por ali, que nem estranhava "Ah, e eu trabalho lá. Então se estiver muito ruim pode me fazer um sinal e eu tento te ajudar a fugir."
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(  ⭐️  & .  open starter !
   mesmo quando o dia dos namorados havia passado, as coisas envolvendo o mesmo continuava a lhe dar nos nervos. primeiro porque ele nunca comemorou, segundo porque seus irmãos sempre enchiam seu saco com isso, além dos próprios pais. zachary não tinha culpa de amar mais a própria companhia que de outra pessoa; mas, que nenhum mal lhe fizesse, pois, ele já tinha se sentenciado a mudar naquele ano, sendo portanto a primeira reação que teve a de pedir conselhos. para os irmãos ou pais? claro que não. por isso que estava ali com alguém mais imparcial possível, alguém que não o conhecia assim com tanto afinco - pelo menos esperava que fosse. “de onde eu tirei que você poderia me ajudar eu não sei, mas, vou te incomodar com isso mesmo assim.” foi logo subjetivamente afofando a situação, como se aquilo fosse remediar algo. “é que eu fiz uma promessa de ano novo ano passado e se não cumprir sinto que o universo vai conspirar contra mim, mas, basicamente, quero dicas… dicas de como… como vou te explicar isso? dicas para um encontro. sim, é patético e se prefere me julgar e não vai me ajudar, é só dá o pé.”
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angelosmirnoff · 2 years
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Se fosse o tipo de pessoa que corava, com certeza estaria totalmente vermelho naquele momento. Porém sua expressão não mudou quase nada, tornou-se apenas ligeiramente mais ameaçadora do que seria normalmente, afinal estava diante de alguém que agora sabia seu "segredo" e dizer que isso não o deixava um pouco acuado seria mentira. Porém quando a loira explicou o porquê de estar ali, foi impossível não relaxar um pouco a postura. Geralmente não era o maior fã dos scripts das peças da escola, mas aquele era bom num nível que o deixava animado para trabalhar e fazer um cenário a altura. "Kolbeck!" disse, estalando o dedo ao se lembrar do sobrenome da jovem. Era raro que ele usasse o primeiro nome das pessoas, mesmo que os soubesse, talvez por hábito, talvez simplesmente porque como ninguém sabia o seu, achava justo não usar o deles. "Isso aqui-" apontou a estrutura que terminava de montar "Acha que fica melhor verde ou cinza? O piso, no caso." questionou. Já estava achando que ela não diria nada sobre sua cantoria, mas aí notou a voz dela soando tão baixa que ele teve que aprumar os ouvidos para entender o que ela dizia. Arqueou as sobrancelhas, sem saber como reagir ao elogio (nunca sabia). "Nenhuma palavra sobre isso pro resto do clube. Se disser eu vou negar." respondeu, apesar de seu tom de voz ser brando e desprovido de qualquer hostilidade "Bom... É difícil mesmo, algumas músicas deles são impossíveis." comentou, sentando-se na beira do palco "Obrigado. Mas eu não sou bom assim não, zero técnica." disse, sem querer admitir que estava envergonhado "Aliás, eu gostei muito do seu roteiro, de verdade. É divertido, assistiria essa peça numa boa."
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STORYBROOKE HIGH / AUDITÓRIO
w. @intctheunknwn
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Os únicos clubes que atraíram automaticamente a atenção de D'Angelo na escola foram os de marcenaria e teatro, especialmente porque podia unir o que aprendia nos dois. Não fazia questão nenhuma de aparecer nas peças, de dirigir ou de trabalhar em roteiros, seu negócio era construir estruturas, pintar cenários e deixar tudo no jeitinho. A melhor parte é que muitas dessas coisas ele fazia totalmente sozinho, depois que os colegas iam para casa e somente o zelador ficava por ali. Naquela tarde, com todo mundo ocupado com o Valentine’s Day, ele aproveitou para terminar uma estrutura particularmente difícil que precisava girar e suportar o peso de dois atores com segurança. Tinha o material fornecido pela escola e uma caixinha de som conectada ao celular por bluetooth tocando uma playlist aleatória de canções animadas. Até podia usar o sistema de som do auditório, mas chamaria atenção demais e o Smirnoff era um rapaz discreto. Então lá estava, fazendo seu trabalho seu trabalho e aproveitando a solidão para performar suas canções favoritas, dentre elas o clássico Crazy Little Thing Called Love. Era uma das músicas que ouvia em casa com o pai, quando iam lavar os carros e ali fora dos olhos dos colegas de escola o russo deixava sua paixão pela música correr solta. E ele cantava bem pra caramba, acertando as notas e o ritmo, não perdendo o fôlego e nem o tempo mesmo quando arriscava passinhos num estilo meio garoto greaser dos anos 50. Passou a mão nos cabelos como se fosse Danny Zuko ou um de seus amigos T-Birds, piscando para o nada e usando o martelo como microfone, congelando apenas ao perceber a presença de uma garota no auditório olhando bem para ele. Se pudesse desaparecer e nunca mais pôr os pés na escola ele o faria. A música continuou rolando até terminar e ser substituída por outra e ele ficou lá em silêncio que nem um idiota. “Ehhhh-” começou “O resto do pessoal do teatro já foi embora.” foi o que conseguiu dizer, totalmente sem graça.
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angelosmirnoff · 2 years
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"Eu saí da cidade no fim do ensino médio pra estudar aviação e voltei anos depois como ex-presidiário, então você pode imaginar." deu de ombros "Mas que tipo de ritual que falam por aí? Teoricamente qualquer funeral é um ritual com os corpos dos mortos, tem toda uma preparação e tal... Li um livro sobre os rituais pós-morte pelo mundo uma vez e em alguns países eles acham absurdo o que fazemos aqui." continuou, bebendo sua tequila. "Sinto muito que digam essas coisas sobre seu trabalho."
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ONDE: qualquer bar da cidade
“É as pessoas são meio maldosas de vez em quando, ao sair por aí falando coisas das quais não sabem se é de procedência verdadeira. Onde já se viu, fazer ritual com os corpos dos mortos que chegam na nossa funerária? Somos profissionais, isso jamais aconteceria! Mas está tudo bem, eu nem me importo tanto, geralmente acho muito engraçado. Esses jovens hoje em dia estão bem criativos, não acha?” Abaddon riu bem-humorado, puxando seu copo de whisky. “Só fico um pouco preocupado com as crianças, sei o quanto sofri quando tinha a idade deles por conta dos boatos que criavam sobre mim e minha mãe, não quero que passem pelo mesmo.” comentou após dar seu longo gole na bebida forte. “Mas e você? Já foi vítima de algum boato por aqui?”
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angelosmirnoff · 2 years
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Angelo estava acostumado com posturas envergonhadas, afinal ali havia um restaurante, mas também havia um motel, o que podia ser constrangedor para alguns. Ele não se importava muito, estava tão habituado ao espaço que mal se lembrava qual era a função dele e apenas se concentrava no serviço, exatamente como fazia naquele momento, passando mop pelo chão lustrado, um ouvido ocupado pelo fone que tocava músicas e o outro pelo ponto que servia para receber ordens dos superiores. Por conta disso demorou um pouquinho para notar a jovem e quase se assustou com a presença dela. "Ahn..." murmurou, se situando "Claro, eu posso..." Começou com a cordialidade impassível que era instruído a usar com os clientes. Mas aí ela começou a falar sobre o livro e ainda por cima a se emocionar e então o faxineiro quebrou totalmente o código de conduta que deveria usar. "Eu quase peguei teu livro pra mim." admitiu, juntando as sobrancelhas "Sério, uma edição raríssima, né? Linda. Quase peguei mesmo, fiquei apaixonado." deu de ombros; seu amor por livros era pouco condizente com sua imagem, mas constituía boa parte de sua personalidade "Fica tranquila, eu sei onde tá e ele vai voltar pras suas mãos num minuto." tentou sorrir (era difícil dar um sorriso natural, já que só vivia de cara fechada), arrastou o carrinho de limpeza com os pés para um canto mais próximo da parede e fez sinal para que o acompanhasse. "Na verdade você veio pro lado oposto, dona..." interrompeu-se, primeiro porque não sabia o nome dela, segundo porque era estranho usar pronomes assim com alguém tão jovem "Essas coisas ficam com o pessoal da administração, aí é perto da entrada de funcionários. Não fui eu que deixei lá, mas vi. Tá seguro, eu prometo." completou. Parte dele odiava o fato de que o Queen's Castle o tornava mais afetuoso com as pessoas, o que sinceramente era irritante para alguém que só vivia de saco cheio, mas naquele caso ela realmente parecia preocupada, então não custava nada ser gentil. "Ali." apontou a porta da sala de depósito e armários, depois de terem andado por alguns minutos. Bateu na porta e quando percebeu que não havia ninguém lá dentro pegou no bolso o molho de chaves do local e abriu a porta. "Pode esperar aqui se quiser, ou entrar se preferir conferir você mesma." disse ao acender a luz do cômodo antes mesmo de entrar.
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𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 𝐩𝐚𝐫𝐚: @angelsmirnoff​ 𝐨𝐧𝐝𝐞: queen’s castle
    “me desculpe, senhor.” o tom de voz saiu mais baixo que o comum, ao tentar chamar a atenção do homem focado em seu trabalho sem fazer um grande alarde a respeito. selene não tinha intenção de incomodar, mas estava cansada de dar voltas no local sem encontrar o que estava procurando. “poderia me dizer onde posso encontrar os achados e perdidos?” praticamente sussurrava por conta de vergonha, se sentindo mais perdida que a primeira vez que havia entrado no local, e acanhada por interromper o serviço alheio. “é que eu esqueci um livro aqui na primeira vez que vim. jane austen, uma edição muito antiga, uma verdadeira relíquia. era dos meus avós, uma herança de família que eles deixaram pra mim… eu preciso o quanto antes encontrá-lo porque já sinto que a minha avó deve estar se revirando no túmulo por eu ter perdido algo tão importante pra ela.” sentia um imenso desespero só de pensar em não obter o livro de volta, controlando uma súbita vontade de chorar que lhe acometeu. “poderia me ajudar?” tentou ao máximo forçar a expressão de cachorrinho que acabara de cair do caminhão de mudança para que isso fizesse com que o rapaz cedesse mais rapidamente.
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angelosmirnoff · 2 years
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hollymoore​:
Holly Moore era capitã das cheerleaders, aluna número um da sala de aula, estava tentando se tornar presidente do grêmio acadêmico e conseguir o título de rainha do baile. Isso porque Holly Moore queria ser perfeita. E ela tentava tanto! Tentava e tentava e tentava, pois além de uma cobrança em casa, havia a cobrança que ela mesma fazia consigo mesma. E precisava de uma boa vida social, não era? Se queria se manter como alguém querida por todos, afinal, ela gostava de agradar, precisava se manter presente e sociável em todos os lugares. Inclusive naquela festa de Viktor naquela noite. Inclusive no jogo da garrafa que estava acontecendo ali. Ela nem tinha certeza porque estava participando, apenas havia sido arrastada por algumas das outras cheerleaders. Mas quando a garrafa girou e caiu apontando para si e para um buraco na rodinha, ela respirou aliviada, achando que girariam de novo. Ao menos foi o que pensou por alguns segundos, antes de sua colega se levantar e ir atrás da pessoa mais próxima na direção que havia sido apontada a garrafa. Holly automaticamente arregalou os olhos, soltando um riso sem graça “Meu deus…” ela murmurou, abaixando a cabeça, pois prefereria se enfiar em um buraco do que ter que lidar com aquilo. Aquela gata ali? Levantou os olhos por segundos apenas para ver que estava realmente sendo apontada. E agora perguntada sobre o que achava? A menina queria que ela dissesse que ele precisava a beijar? Holly tentou sorrir, educada, para todos ao redor da roda, como se tentasse fazer uma média com o pessoal e em seguida riu “Eu acho que… Ele não… amiga, ele não tava no jogo…” ela murmurou enquanto subia os olhos para o rapaz que levava uma bela de uma fama em Stoybrooke High “Deixa ele… ficar de boa, eu,” percebeu que ele falava consigo. “tá tudo bem. Tá tudo bem se você não… entendeu? Quer dizer, você nem estava… sabe? Jogando. Etc. Eu acho que tá tudo bem… não.. jogar. Entendeu?”
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Quando notou qual era a Holly de quem falavam, a insistência dos demais fez até mais sentido. É lógico que queriam assustar ou pressionar a candidata à Miss Perfeição do colégio a interagir logo com ele. E na frente de todo mundo ainda! Angelo não via o menor sentido naquele tipo de jogo, parecia um tipo de voyeurismo PG-13 (às vezes nem tão 13 assim), ou um rito social bobo e mais socialmente desconfortável do que estar em uma festa já era normalmente. Porém foi uma surpresa perceber na fala alheia uma hesitação (e talvez um desconforto) tão semelhante ao seu. De repente sentiu que ela também lhe pedia socorro e talvez estivesse prestes a fazer uma idiotice, mas sua reputação já era ruim e não se importaria em nada se ela jogasse tudo em suas costas.
"Você-" ele disse para a menina que viera chamá-lo "Relaxa. Que sede é essa de ver um beijo meu em alguém, hein?" disse, com seu tom de voz mais abusado e um arquear de sobrancelhas ligeiramente ameaçador. Era assim que ele sobrevivia ao colégio. "Não vai rolar hoje não." deu de ombros "Quando quero fazer alguma coisa faço direito, entendeu?" completou, mudando de direção e seguindo até a roda por entre o espaço vazio, até que estivesse bem à frente de Holly. Tinha consciência dos muitos pares de olhos em si e de como esperavam por sua atitude como se assistissem a um filme, mas mesmo assim manteve a expressão impassível como se não estivesse vendo ninguém. Ele abriu um sorriso para a jovem, firme, calculado para parecer confiante e intimidador, mas atraente ao mesmo tempo. Já tinha assistido tantos filmes e lido tantos livros, que sabia exatamente o que fazer. Se quisesse facilmente poderia encarnar um John Bender moderno sem nem ensaiar. A puxou pela mão, fazendo com que o corpo feminino quase se chocasse contra o seu, colocando a outra mão na base de suas costas para estabilizá-la de pé. "Sua amiga ali disse que vou ter a sorte de te beijar, então ok, vou ter. Sorte a gente não desperdiça." disse, alto o suficiente para que as pessoas mais próximas escutassem. "Mas não aqui. Não tenho interesse nos seus amigos." completou, já guiando-a para fora dali, trilhando caminho pelas pessoas até que saíssem da casa e encontrassem um lugar mais vazio. Então sua expressão e postura corporal mudaram radicalmente; era ele novamente.
"Foi mal pelo teatrinho ali. Não vou fazer nada contigo." ergueu as duas mãos em sinal de rendição "Você tava parecendo meio..." procurou as palavras certas, dando de ombros quando não as encontrou. "Achei que não estava muito a vontade. Mas posso ter errado, claro." continuou, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta "Se quiser voltar pode dizer que me deu um tapa por ser abusado demais, ou que te ofereci maconha e aí você achou ridículo e me deu um fora." riu baixo "Sério, pode mesmo, não me chateia. Mas se quiser uma folga da festa pode ficar por aqui e voltar depois."
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angelosmirnoff · 2 years
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"Bom, é a definição que rola pelos corredores, Megera." riu, tomando o apelido como forma de brincadeira "É, não dá nem pra competir. A marcenaria é cheia de idiotas, mas o time de futebol... Não tenho o menor saco pra essa cultura jock. Tentei jogar basquete na minha escola antiga e não durei um mês, voltei a jogar com os caras que jogam na pracinha, pelo menos é uma galera mais de boa." comentou, sem nem notar que era uma das primeiras vezes que contava algo real e trivial sobre seu passado sem que a pessoa tivesse insistido muito pra saber. "Irrita eles de volta. Aparece com um trombadinha que coloca os pés na mesa de centro ou que, sei lá, entra na casa com as botas imundas de terra." riu, tentando imaginar a jovem em um jantar arranjado todo romântico e cheio de pompas e circunstâncias. "Mas gosta de presentes não-clichês? Deixou essa brecha aí, fiquei curioso." confessou, logo deixando um riso soprado lhe fugir para acompanhar o gargalhar alheio. "It's crazy how it feels tonight... Crazy how you make it all alright love..." cantarolou, girando os olhos em desgosto. "Ele faz o mesmo jantar toda vez que muda de namorada. Coloca pétalas na porra da casa toda, usa até a mesma música. E não faz questão nenhuma de lembrar que não é legal ficar se agarrando na frente do filho." reclamou. Essa parte nem era segredo, ora qualquer um ele reclamaria desses comportamentos do pai de bom grado. Amava o homem, mas conviver com ele se tornava cada dia mais difícil. "São." concordou com a afirmativa "Não ligo muito, geralmente me deixam em paz no meu canto. Falam pelas costas, mas aí já é problema deles." deu de ombros. A fala seguinte da ruiva o fez abrir um sorriso de identificação. "Você tá certa. A Tia Mary é um anjo, o Sr. Alvarez da limpeza também... O pessoal que trabalha aqui, na verdade. E acho que você tá certa em se fazer ouvir." comentou "Não posso dizer que entendo essa parte porque... As pessoas olham pra mim e já esperam que eu dê um soco em alguém. Tá, às vezes eu dou mesmo, mas tem gente que parece que pede... É fácil se meter com os alunos mais novos, ou com o janitor. Eu só me defendo. E às vezes defendo outras pessoas, sei lá." explicou, deitando-se no chão, ainda olhando-a. "Talvez devêssemos fazer uma parceria..." deu uma pausa, notando que em todos aqueles anos de escola, nunca havia aprendido o nome dela "Qual teu nome mesmo?" questionou, voltando a sentar-se "Dragomir. Mas nunca vou atender por esse nome. Nunca mesmo. Pra todos os efeitos é D'Angelo, ou Smirfnoff. Você escolhe."
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angelsmirnoff​:
Enquanto ela falava, Angelo franziu as sobrancelhas em reconhecimento, só então percebendo que era ela a garota sobre quem já havia ouvido tantas histórias nos corredores. “Então é você a… Como é mesmo que dizem?” parou para se lembrar “Heinous bitch is the term used most often.” riu, em parte fazendo citação à adaptação de Shakespeare e em parte realmente referindo-se ao que já tinha escutado. “Você tem uma ótima reputação na escola, confesso que admiro. Vive sendo assunto da turma de marcenaria, que tem a segunda maior concentração de idiotas desse colégio.” comentou, ainda que achasse todo mundo meio idiota. O garoto não era lá muito sociável e nem se esforçava para ser. “Pra conhecer tipo… Um pretendente?” contorceu a expressão em desgosto “Que merda. E eu achando ruim ter que aturar meu pai fazendo um jantar pra apimentar a relação com a minha madrasta com direito a música do Dave Matthews Band.” continuou. Até gostava da banda, mas admitia que a maioria das canções tinha um clima meio… Coisa que gente velha escuta quando quer ter um momento picante no casamento. “Não falo.” sacudiu a cabeça “Você tá ouvindo minha voz dentro da sua cabeça.” deu de ombros, finalmente abrindo um sorriso “Eu só sou russo e as pessoas acham que eu sou bad boy. Provavelmente culpa da ameaça do Comunismo.” brincou, ainda que seu rosto tivesse voltado a ficar sério. Contudo, logo depois o Smirnoff abriu um novo sorriso pequeno “E pensar que quase já cheguei a pensar que você era mais uma mimada que gosta de brigar sem motivo… Mas acho que mudei de ideia alguma vez que te vi quase batendo num imbecil na cantina e ele claramente tava merecendo. Tinha destratado a tia Marianne.” explicou, referindo-se à cozinheira. Ele passava tanto tempo depois das aulas se esgueirando pela escola (só para não ir para casa) que conhecia de nome quase todo o corpo de funcionários. “Se eu não dormisse tanto na detenção talvez já tivesse te notado por lá.”
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Acompanhou a risada alheia ao ouvir como costumava ser chamada pelos corredores do colégio. “Estou muito honrada diante destas palavras. Nunca alguém me definiu melhor, thanks very much.” Colocou a mão sobre o peito e abaixou a cabeça, como se fizesse uma reverência ao rapaz. “Segunda, porque a primeira está ocupada pelo time de futebol americano, claro. Entro em confusão com ambos os grupos, mas pelo menos na marcenaria tem alguns com cérebro. É bastante difícil encontrar algum cara que pense com mais do que a cabeça de outro lugar no time da escola.” Esticou os braços para trás e apoiou o corpo neles, desviando um olhar de canto para o rapaz que conversava. Apesar de conhecê-lo de vista, ainda não conseguia recordar do nome. “Exatamente. Minha família segue na esperança de que vou me casar com algum cara de bom comportamento e boa família e parece que dia dos namorados é a época ideal para encontrá-los. Mal sabem que eu odeio presentes clichês.” Começou a gargalhar alto com a fala alheia. “I’m sorry, mas eu não consegui evitar imaginar a cena. Tão brega e constrangedor, for God sakes!” Torceu o cenho em uma careta. “Escuta, se quiser, eu te salvo dessas as vezes. Tem uma árvore do lado da janela do meu quarto. Você pode me encontrar lá quando quiser.” Piscou de forma cúmplice. Mackenzie sabia o quão desagradável era precisar ficar ouvindo os pais em momentos românticos e também adoraria fugir das cenas de vez em quando. “All right, then.” Sorriu de canto e negou com a cabeça. “As pessoas são babacas demais.” Comentou apenas, sabendo que aquilo era o necessário para defini-las muito bem. “Ninguém destrata a Tia Marianne na minha frente… Ou qualquer outro funcionário do colégio. Eu só brigo com quem merece e por causas necessárias. Não é fácil fazer com que te escutem quando se é uma garota, então um soco bem dado ajuda.” Deu de ombros. “Agora você já sabe. Estou sempre por lá. Não que eu me orgulhe disso, mas… Ok, eu me orgulho sim. Alguém precisa liderar a futura revolução do Storybrooke High.” 
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angelosmirnoff · 2 years
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Enquanto ela falava, Angelo franziu as sobrancelhas em reconhecimento, só então percebendo que era ela a garota sobre quem já havia ouvido tantas histórias nos corredores. "Então é você a... Como é mesmo que dizem?" parou para se lembrar "Heinous bitch is the term used most often." riu, em parte fazendo citação à adaptação de Shakespeare e em parte realmente referindo-se ao que já tinha escutado. "Você tem uma ótima reputação na escola, confesso que admiro. Vive sendo assunto da turma de marcenaria, que tem a segunda maior concentração de idiotas desse colégio." comentou, ainda que achasse todo mundo meio idiota. O garoto não era lá muito sociável e nem se esforçava para ser. "Pra conhecer tipo... Um pretendente?" contorceu a expressão em desgosto "Que merda. E eu achando ruim ter que aturar meu pai fazendo um jantar pra apimentar a relação com a minha madrasta com direito a música do Dave Matthews Band." continuou. Até gostava da banda, mas admitia que a maioria das canções tinha um clima meio... Coisa que gente velha escuta quando quer ter um momento picante no casamento. "Não falo." sacudiu a cabeça "Você tá ouvindo minha voz dentro da sua cabeça." deu de ombros, finalmente abrindo um sorriso "Eu só sou russo e as pessoas acham que eu sou bad boy. Provavelmente culpa da ameaça do Comunismo." brincou, ainda que seu rosto tivesse voltado a ficar sério. Contudo, logo depois o Smirnoff abriu um novo sorriso pequeno "E pensar que quase já cheguei a pensar que você era mais uma mimada que gosta de brigar sem motivo... Mas acho que mudei de ideia alguma vez que te vi quase batendo num imbecil na cantina e ele claramente tava merecendo. Tinha destratado a tia Marianne." explicou, referindo-se à cozinheira. Ele passava tanto tempo depois das aulas se esgueirando pela escola (só para não ir para casa) que conhecia de nome quase todo o corpo de funcionários. "Se eu não dormisse tanto na detenção talvez já tivesse te notado por lá."
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STORYBROOKE HIGH / PISCINA DA ESCOLA
w. @ofdunbrch
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D'Angelo na maior parte do tempo contribuía para cada um dos rumores sobre si, mesmo sem querer. Tinha a face mal encarada, sempre andava de cara fechada, não falava com quase ninguém no colégio, ia e voltava na moto bem conservada, ninguém sabia onde ele morava ou de onde vinha o sotaque estranho que às vezes se misturava ao seu inglês. Ele achava mais fácil manter as coisas assim, mas na verdade era um garoto bem normal, a salvo por algumas besteiras e pequenos delitos muito menos graves do que muitos de seus colegas imaginavam. Naquele fim de tarde, por exemplo, tinha invadido a área da piscina simplesmente para escapar da comoção de dia dos namorados e da empolgação de seu pai com a madrasta da semana. Largou os coturnos de lado, dobrou as barras dos jeans e enfiou os pés na água gelada, pouco se importando. Já tinha enfrentado friagens muito piores quando visitava os avós na Rússia e Alemanha. Pensava no que fazer pela noite, já que ir para casa e encontrar o pai preparando um jantar romântico estava fora de cogitação, quando percebeu a entrada de alguém. Olhou para trás torcendo para não ser o segurança (que já estava acostumado a expulsá-lo dali), mas deu de cara com uma garota ruiva, provavelmente procurando um esconderijo também. "E aí." cumprimentou, sem alterar muito a expressão "Olha, teoricamente é proibido ficar aqui, mas se tiver afim e não ligar pra uma possível detenção, fique a vontade."
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angelosmirnoff · 2 years
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A situação escalou de 0 a 100 num piscar de olhos. O Smirnoff costumava ser tão desligado das pessoas ao redor, que ao fazer o tratado nem pensou nos sentimentos de ninguém; só queria a moto que não tinha condições de pagar e pronto. Claro que no decorrer das semanas ele se perguntou se aquilo era certo, afinal, as conversas com a Parlakik eram realmente interessantes. Os dois eram pessoas que não se encaixavam muito bem na realidade daquela escola, talvez até da cultura daquele país, tinham assuntos e piadas. Mas no meio do caminho ele se convenceu de que Rodrick aprenderia a interessá-la, os dois ficariam felizes pra lá e ele ficaria em paz em seu canto. Romance não era algo que ele considerava para si, já que não tinha tempo ou interesse. Era feliz sozinho, curtia sua vida social fora do círculo de Storybrooke High, nos bares e no Motoclube que almejava entrar depois da maioridade. Estava tudo bem, ele não dava a mínima.
Exceto que ali, olhando aquela cena, ele percebeu uma centelha dentro de si que se importava sim. Era raro se arrepender de algum de seus atos, mas lá estava o arrependimento, alto e claro na voz e na face da garota. Devia ter sido mais responsável, arranjado outro meio de juntar dinheiro, feito outra coisa. Normalmente riria de Rodrick (... E não iria mentir, a vontade de rir existiu), mas a confusão de seus sentimentos recém descobertos era maior do que a graça da cena. Num impulso praticamente involuntário ele segurou o pulso feminino quando ela veio em sua direção. Apartava brigas em casa, entre seu pai e sua madrasta, com tanta frequência que já era algo que fazia sem nem perceber. "Desculpe." disse ao soltar o pulso, sem saber se o pedido era pelo toque ou por todo o resto. Ouviu as palavras da garota em silêncio, absorvendo cada uma delas. Já tinha ouvido muitas coisas ruins sobre si e mesmo adolescente sabia que não era a pessoa mais inocente ou boazinha do mundo. Porém doía mais quando as palavras eram verdadeiras; quando vinham de alguém que poderia tê-lo visto de maneira positiva se tivessem se conhecido em outras circunstâncias. O soco final no estômago foi a citação de Hamlet, peça que ela sabia ser sua favorita, pois foi o que ele instruiu Rodrick a dizer. "Escuta..." começou, nem pensando em como se defender "Você não tá errada sobre mim. Não acredito em apostas ou nessas coisas imbecis, mas precisava da grana e não pensei em ninguém. Nem em você, nem nele." admitiu, sabendo que provavelmente soaria pior, mas ao menos era verdadeiro "Só mais duas pessoas desse colégio imbecil." deu de ombros "Foi burrice minha. Isso não se faz com ninguém, mas pessoas que dizem coisas bonitas e tem pensamentos bons também fazem essas coisas ruins." deu uma pausa "Queria continuar não dando uma foda pra nenhum de vocês, mas se disser que não ligo vou estar mentindo de novo. Me importei com você e com as nossas conversas, mesmo que tenham sido através do saco de vacilo ali. Continuo me importando." inclinou a cabeça em direção ao garoto ainda caído no chão "But it is what it is, não posso voltar atrás." concluiu. Houve um instante em que ele apenas esperou quieto, o olhar preso nela. Era a primeira vez que reparava em Perihan e em como ela tinha uma postura firme e combativa; o tipo de pessoa que não aguentava nada calada. "Só pra constar, você não é uma cigana idiota. É uma cigana, ok, isso é legal pra caralho. E é uma pessoa legal, inteligente. Acho que depois que te conheci por causa das conversas parte de mim tentou fazer com que ele enxergasse isso."
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STORYBROOKE HIGH / FUNDOS DA CASA DE VIKTOR
w. @thecoldxperihan
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Às vezes as pessoas fazem coisas sem nenhuma razão muito plausível. Esse era o caso daquele trato ridículo. Rodrick Benson era um jock muito burro que tinha uma queda por uma garota mil vezes mais inteligente que ele (com queda lê-se: a considerava um desafio). E D'Angelo não poderia se importar menos com nada disso, porém o cara era filho do dono da oficina onde seu maldita motocicleta estava e ele não tinha dinheiro para pagar o conserto. Se não amasse tanto aquela porcaria de lata velha nem teria tido tanto trabalho, mas nas últimas semanas tinha usado todos os seus conhecimentos genuínos para ajudar o idiota a conquistar a garota. Poucos sabiam, mas o Smirnoff era bastante inteligente, gostava de ler, sabia quitar autores como Shakespeare, Mary Shelley e Hemingway de cabeça, gostava de literatura russa e de músicas indies profundas. Não era nada que fazia para aparecer ou ser diferente, era só seu passatempo para compensar a falta de vida social movimentada. Então tinha um repertório de coisas interessantes a dizer e era bom pensando em respostas. A maioria das conversas de Rodrick com Perihan haviam sido assim: o imbecil enviava as mensagens dela para Angelo, ele pensava nas respostas e Rodrick fingia que era tudo obra de sua mente brilhante. Contudo, duas noites antes tinha pego sua moto de volta e estava livre daquele calvário! Não que falar com a garota fosse ruim, ela era inteligente e interessante, mas se misturar com aquele cuzão de marca maior era demais para os nervos de qualquer um.
No entanto, justo quando achou que teria paz, Rodrick o abordou na festa e começou a lhe encher a paciência falando sobre como ela não estava mais interessada nele. Angelo suspirou resignado, colocou as mãos nos ombros do idiota, apertou-os de maneira ligeiramente ameaçadora e sorriu. "É uma história comovente, Rod. De verdade, estou quase chorando. Mas não é problema meu." disse, sem cerimônia alguma "Eu fiz minha parte do trato e te ajudei a chegar nela. Agora porra, se você não consegue formular uma resposta pra mandar pra a mina..." arqueou a sobrancelha, soltando-o e dando um passo para trás "Não posso ficar te ditando o que dizer pra a Perihan para sempre. O que falei até agora não foi suficiente pra você sacar do que ela gosta e como falar com ela não?" questionou, irritado. Rodrick estava prestes a crescer para cima dele, provavelmente pronto para puxar uma briga desnecessária, porém seu olhar viajou para algo além das costas de Angelo, que ao olhar para trás se deparou justamente com a garota sobre quem falavam. Não sabia o quanto ela tinha ouvido, mas pelo que conheceu dela imaginou que ela iria querer quebrar a cara dos dois. "Peri! Não escuta esse loser, mó idiota, inventando cão, sabe gata?" D'Angelo não disse nada, pronto para qualquer reação que ela tivesse. Não era bem o que estava planejando (só queria a porra de sua moto de volta!), Mas sabia dos riscos quando entrou naquela e nunca dava para trás em suas responsabilidades.
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angelosmirnoff · 2 years
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STORYBROOKE HIGH / PISCINA DA ESCOLA
w. @ofdunbrch
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D'Angelo na maior parte do tempo contribuía para cada um dos rumores sobre si, mesmo sem querer. Tinha a face mal encarada, sempre andava de cara fechada, não falava com quase ninguém no colégio, ia e voltava na moto bem conservada, ninguém sabia onde ele morava ou de onde vinha o sotaque estranho que às vezes se misturava ao seu inglês. Ele achava mais fácil manter as coisas assim, mas na verdade era um garoto bem normal, a salvo por algumas besteiras e pequenos delitos muito menos graves do que muitos de seus colegas imaginavam. Naquele fim de tarde, por exemplo, tinha invadido a área da piscina simplesmente para escapar da comoção de dia dos namorados e da empolgação de seu pai com a madrasta da semana. Largou os coturnos de lado, dobrou as barras dos jeans e enfiou os pés na água gelada, pouco se importando. Já tinha enfrentado friagens muito piores quando visitava os avós na Rússia e Alemanha. Pensava no que fazer pela noite, já que ir para casa e encontrar o pai preparando um jantar romântico estava fora de cogitação, quando percebeu a entrada de alguém. Olhou para trás torcendo para não ser o segurança (que já estava acostumado a expulsá-lo dali), mas deu de cara com uma garota ruiva, provavelmente procurando um esconderijo também. "E aí." cumprimentou, sem alterar muito a expressão "Olha, teoricamente é proibido ficar aqui, mas se tiver afim e não ligar pra uma possível detenção, fique a vontade."
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angelosmirnoff · 2 years
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STORYBROOKE HIGH / AUDITÓRIO
w. @intctheunknwn
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Os únicos clubes que atraíram automaticamente a atenção de D'Angelo na escola foram os de marcenaria e teatro, especialmente porque podia unir o que aprendia nos dois. Não fazia questão nenhuma de aparecer nas peças, de dirigir ou de trabalhar em roteiros, seu negócio era construir estruturas, pintar cenários e deixar tudo no jeitinho. A melhor parte é que muitas dessas coisas ele fazia totalmente sozinho, depois que os colegas iam para casa e somente o zelador ficava por ali. Naquela tarde, com todo mundo ocupado com o Valentine's Day, ele aproveitou para terminar uma estrutura particularmente difícil que precisava girar e suportar o peso de dois atores com segurança. Tinha o material fornecido pela escola e uma caixinha de som conectada ao celular por bluetooth tocando uma playlist aleatória de canções animadas. Até podia usar o sistema de som do auditório, mas chamaria atenção demais e o Smirnoff era um rapaz discreto. Então lá estava, fazendo seu trabalho seu trabalho e aproveitando a solidão para performar suas canções favoritas, dentre elas o clássico Crazy Little Thing Called Love. Era uma das músicas que ouvia em casa com o pai, quando iam lavar os carros e ali fora dos olhos dos colegas de escola o russo deixava sua paixão pela música correr solta. E ele cantava bem pra caramba, acertando as notas e o ritmo, não perdendo o fôlego e nem o tempo mesmo quando arriscava passinhos num estilo meio garoto greaser dos anos 50. Passou a mão nos cabelos como se fosse Danny Zuko ou um de seus amigos T-Birds, piscando para o nada e usando o martelo como microfone, congelando apenas ao perceber a presença de uma garota no auditório olhando bem para ele. Se pudesse desaparecer e nunca mais pôr os pés na escola ele o faria. A música continuou rolando até terminar e ser substituída por outra e ele ficou lá em silêncio que nem um idiota. "Ehhhh-" começou "O resto do pessoal do teatro já foi embora." foi o que conseguiu dizer, totalmente sem graça.
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angelosmirnoff · 2 years
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STORYBROOKE HIGH / FUNDOS DA CASA DE VIKTOR
w. @thecoldxperihan
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Às vezes as pessoas fazem coisas sem nenhuma razão muito plausível. Esse era o caso daquele trato ridículo. Rodrick Benson era um jock muito burro que tinha uma queda por uma garota mil vezes mais inteligente que ele (com queda lê-se: a considerava um desafio). E D'Angelo não poderia se importar menos com nada disso, porém o cara era filho do dono da oficina onde seu maldita motocicleta estava e ele não tinha dinheiro para pagar o conserto. Se não amasse tanto aquela porcaria de lata velha nem teria tido tanto trabalho, mas nas últimas semanas tinha usado todos os seus conhecimentos genuínos para ajudar o idiota a conquistar a garota. Poucos sabiam, mas o Smirnoff era bastante inteligente, gostava de ler, sabia quitar autores como Shakespeare, Mary Shelley e Hemingway de cabeça, gostava de literatura russa e de músicas indies profundas. Não era nada que fazia para aparecer ou ser diferente, era só seu passatempo para compensar a falta de vida social movimentada. Então tinha um repertório de coisas interessantes a dizer e era bom pensando em respostas. A maioria das conversas de Rodrick com Perihan haviam sido assim: o imbecil enviava as mensagens dela para Angelo, ele pensava nas respostas e Rodrick fingia que era tudo obra de sua mente brilhante. Contudo, duas noites antes tinha pego sua moto de volta e estava livre daquele calvário! Não que falar com a garota fosse ruim, ela era inteligente e interessante, mas se misturar com aquele cuzão de marca maior era demais para os nervos de qualquer um.
No entanto, justo quando achou que teria paz, Rodrick o abordou na festa e começou a lhe encher a paciência falando sobre como ela não estava mais interessada nele. Angelo suspirou resignado, colocou as mãos nos ombros do idiota, apertou-os de maneira ligeiramente ameaçadora e sorriu. "É uma história comovente, Rod. De verdade, estou quase chorando. Mas não é problema meu." disse, sem cerimônia alguma "Eu fiz minha parte do trato e te ajudei a chegar nela. Agora porra, se você não consegue formular uma resposta pra mandar pra a mina..." arqueou a sobrancelha, soltando-o e dando um passo para trás "Não posso ficar te ditando o que dizer pra a Perihan para sempre. O que falei até agora não foi suficiente pra você sacar do que ela gosta e como falar com ela não?" questionou, irritado. Rodrick estava prestes a crescer para cima dele, provavelmente pronto para puxar uma briga desnecessária, porém seu olhar viajou para algo além das costas de Angelo, que ao olhar para trás se deparou justamente com a garota sobre quem falavam. Não sabia o quanto ela tinha ouvido, mas pelo que conheceu dela imaginou que ela iria querer quebrar a cara dos dois. "Peri! Não escuta esse loser, mó idiota, inventando cão, sabe gata?" D'Angelo não disse nada, pronto para qualquer reação que ela tivesse. Não era bem o que estava planejando (só queria a porra de sua moto de volta!), Mas sabia dos riscos quando entrou naquela e nunca dava para trás em suas responsabilidades.
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