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@hawkjames

Se pudesse, teria fechado os olhos. James não foi criado perto de animais que não fossem cachorros ou gatos, não sabia nem como puxar o bicho — pelas patas, pelos chifres? Pegou como pôde, parando no meio do caminho para olhar para Augie. "Really?" Que estava passando mal. Merda. Por que isso tinha que acontecer com eles? Será que Deus estava castigando o Hawk pela infidelidade? "Segura aí." Deu mais três passos e... pronto. James largou o bicho como se tivesse numa cena de crime. "C'mon, let's get out of here." Ele a guiou pela base das costas, deixou que entrasse e só então foi para seu lugar do outro lado. Dentro do carro, percebeu que o suéter estava sujo de um sangue meio seco, assim como as mãos. "Are you okay?" Ele perguntou para a ruiva depois de colocar o cinto de segurança. Tinha pressa para sair dali, era meio macabro, como um presságio ruim. James ficou mais silencioso no resto do caminho, mas graças a Deus foram só quinze minutos a mais. Na recepção do pequeno hotel, um homem de bigode farto recebeu os dois com um sorriso. O local era aconchegante, com lareira, decoração em tons de outono. "Alright, what do we have here? Welcome to Wicklow!" Por algum motivo misterioso, o homem não presumiu que fossem um casal, como era de se esperar: "Um quarto para dois? Dois quartos para um?" Ela não respondeu, mantendo os olhos no céu escuro e estrelado e tentando não pensar em James arrastando um animal morto pela estrada. Augustine respirou aliviada uma vez dentro do carro, sem saber que pela cabeça de James passava a mesma coisa que na sua: um mau presságio, era o que aquela coisa havia sido. "Perfect." Respondeu sobre estar bem, trincando os dentes e também se silenciando pelo restante do caminho. Sentia que seu rosto havia recuperado a cor durante os últimos quinze minutos, Augustine se sentindo mais calma quando entraram na recepção calorosa do pequeno hotel. "I don't..." Ela olhou para James com a pergunta. Não havia pensado nisso e sentiu que seria presunção demais assumir que ficariam juntos no mesmo quarto. "Dois para um, eu acho...?"

#electric touch.

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Depois de alguns passos para longe do carro, James viu a massa ocupando o centro da pista, mas precisou caminhar para mais perto para distinguir do que se tratava. Sua primeira reação foi um suspiro de alívio, era só um animal, um cervo, talvez. O ar gelado nos pulmões fez James se lembrar de voltar rapidamente, mas parou no meio do caminho. A consciência fez o rapaz pensar na próxima pessoa que passaria pela rodovia. Ainda não tinha respondido Augustine. Ele gritou: "Can you come here?" Se pudesse, não a envolveria, por proteção, mas estava muito escuro e precisava tirar o animal do meio da pista. "It's an animal." Explicou. "Só preciso que você segure a lanterna enquanto eu puxo. Você nem precisa olhar, tá bom?" James esticou seu celular aceso para ela.

Augustine hesitou na porta do carro, pensando que gostaria de responder não à pergunta se tivesse essa opção. Mas pensou que James não chamaria se não fosse necessário. Ela respirou fundo e se aproximou, vendo a parte traseira de um animal antes de desviar os olhos rapidamente. "Oh, god." Augie pegou o celular, a cabeça virada para o lado oposto e respirando apenas pela boca enquanto iluminava a cena para James. "I think I'm gonna be sick." Disse, mas era mais drama do que um aviso, de fato. Não sentia que iria vomitar.

#electric touch.

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Ele colocou a mão por cima da dela. "Probably nothing." Sua mente criativa pensou que aquela era exatamente a forma como as histórias de terror começam, mas mesmo assim disse: "Vou lá fora ver o que aconteceu." James abriu a porta do carro e foi recebido no mesmo instante com uma rajada de vento gelado. Saiu para o frio e olhou para o céu escuro, detectando as cores que se vê quando a natureza decide nevar durante a noite. Pelos seus cálculos, daria para chegar em Wicklow antes da neve cair. Colocando uma mão acima dos olhos para proteger-se da ventania, James checou primeiro a frente do carro, naturalmente, e para seu desgosto encontrou o para-choque amassado. Ele tirou o celular do bolso e acendeu a lanterna para, uma vez iluminando o local, perceber que havia uma mancha de... sangue? "Fuck." James tentou não alardear, porque não queria assustar Augustine, mas estava meio que cagando de medo ao se dirigir para a parte traseira do carro. O que é que tinha atropelado?

Ela só assentiu uma vez, insegura porém sem ter a mente viajando para tão longe quanto a de James. Pensou que provavelmente seria algum objeto não identificado que havia machucado o carro. Ainda assim, Augustine se sentia tensa. Olhou para trás primeiro enquanto James se movimentava para a frente do carro, ela tentando identificar se algum outro carro viria e o colocaria em risco. A ruiva se viu impaciente quando o Hawk deu a volta no veículo. "James!" Chamou ao abrir a porta, um pouco alto por conta do vento. Augie se levantou mas não foi até ele, semicerrando um pouco os olhos como se isso fosse ajudá-la a enxergar no escuro. "What is it?"

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A pessoa cantava na canção "my baby here on Earth, showed me what my heart was worth..." e James levou a sério a pergunta de Augustine. Ele ficaria pronto se Betty fosse mais paciente? "Maybe. Yes, I guess." Não soou convincente. Ele apertou o maxilar, fixando a estrada. Sentiu uma estranheza em si com a pergunta, porque sempre teve certeza de desejar uma família algum dia, mas agora, ali, não pareceu bom. "É certo que me pressionar definitivamente não é o caminho." Dessa parte ele tinha segurança. "Wanna hear something fun?" James mudou o assunto abruptamente. "Last month, during the book press tour, I met Meghan Markle! She said she loved the book, can you believe it? E eu escrevi uma dedicatória na contracapa de um exemplar para o príncipe Harry, porque ela pediu..." Em um embalo, ele passou a contar algumas curiosidades que viveu durante a turnê, algumas pessoas interessantes que conheceu, a vez em que ficou preso no banheiro do avião a caminho da Espanha... Até que, sem aviso, sentiu um solavanco jogar o carro para cima como se tivesse passado por um quebra-molas. "What the fuck?" James reduziu a velocidade e, preocupado, dirigiu para o acostamento. "Are you okay?" Ele questionou à ruiva assim que parou.

Não deveria ter se incomodado com a resposta dele, considerando que foi a mesma que a sua, mas incomodou. Não era um bom sinal. "Yes!" Augustine se agarrou, então, à oferta de ouvir algo divertido. Lhe pareceu um sinal para mudarem de assunto e, dito e feito, James passou a lhe contar histórias que viveu durante a sua turnê. Se viu viajando nos relatos da forma que apenas um autor seria capaz de oferecer, sorrindo com o sucesso de James Hawk. Não soube dizer há quanto tempo estavam na estrada até que a fala de James foi interrompida por um forte solavanco no carro. A mão esquerda da ruiva voou para o braço de James, fechando os dedos no tecido da roupa alheia sem perceber. "Yeah." Ela respondeu fracamente, assustada. "O que foi isso?"

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Ele riu baixo. Derek do baseball seria uma escolha estranha, sim, mas algumas garotas gostavam dele na época, vai saber. James assentiu devagar para a descrição do cara e se lembrou muito facilmente de Dick Chase. Não havia quem não conhecia o velho e podia até ser chamado de amigo do pai de James, sempre saíam para pescar juntos. "I see." Ele balançou a cabeça. "Vocês tinham coisas em comum então. Guess it takes more than a few similarities to make a relationship work." Refletiu. "Você acha que... conseguiria ficar pronta pra ele, se Derek tivesse sido mais paciente?"

"Guess so." Ela também riu, pelo nariz, mais discretamente. Pensou no primeiro encontro que teve com Derek, quando ele fechou seu restaurante para cozinharem juntos... seria muito fácil se o relacionamento deles fosse apenas aquilo. "Eu não sei... talvez." Nunca havia parado pra pensar naquilo. Preferia pensar que não. "Você ficaria pronto? Se... Betty for mais paciente?" Com a história de terem filhos.

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Tocava outra música desconhecida para James e ele pensou ser Billie Eilish, desinformado como era. Derek. Tentou se lembrar se conhecia o cara e teve a impressão que sim. "Hm." James franziu a testa. "Yeah, it's... a huge red flag." Betty não era do tipo controladora, mas ele vinha se perguntando se aguentaria toda aquela briga por muito tempo. James sorriu de canto. "I don't think I could recover from a rejection like that. By the way, is it Derek from the baseball team?"

"You could say that, yeah." Ela ergueu as sobrancelhas, pensativa. Era mais do que isso. Derek podia ser mais do que uma red flag, por vezes. Augie voltou rapidamente a cabeça para James, lançando-lhe um olhar quase ofendido pela teoria dele. "Are you kidding me? Did I ever had bad taste like that?" Brincou e negou com a cabeça. "Não, ele é um cara mais velho, por isso... por isso a pressa de ter uma família, e coisa e tal. Ele se mudou pra cidade alguns anos atrás. Oh, he's Dick's grandson!" Dick Chase, o senhor que por muitos anos foi dono de um dos restaurantes mais famosos da cidade. "Derek's a chef. He took over the restaurant after Dick died. That's where I met him."

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Não considerou a pergunta suspeita, mas natural, como se Augie tivesse curiosidade, apenas. "It wasn't. Foram semanas distantes, praticamente um mês, e quando eu voltei... estava tudo diferente. Eu estava diferente. Ela estava diferente." James mordeu o canto da boca, chegando sozinho à conclusão de que foi a partir dessa época que Betty começou com a ideia de ter filhos. "Ok, my turn." Ele resolveu de repente. "The guy who proposed to you... does he live in Rivermore?"

Augustine assentiu, compreensiva, tentando repreender o alívio que a informação trazia. Ela se sentia uma pessoa horrível. As primeiras notas de My Love Mine All Mine começava a tocar enquanto James voltava o foco da conversa para ela. "Derek." Augie revelou o nome do ex, assentindo uma vez. "And, yeah, he's in Rivermore. I don't see him often, though. He was... I don't know what he was. Like I said, he wanted too much too fast, plus there was a lot of fighting and controlling and..." Ela estremeceu. "Drove me crazy thinkin about that for the rest of my life."

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Ele não se incomodou com a reação simples, continuou no caminho, pensando se havia mais alguma parte do processo que talvez o escapava. Augustine deu uma risadinha. Ele olhou para ela e estreitou os olhos para o seu retrato pintado por Augie na imitação. "I don't talk like that." Sorriu contrariado, desviando os olhos da moça. Refletiu: "But yeah, I can be a little grumpy sometimes. É por isso que viajei e me isolei para escrever. E deu certo."

"Yeah?" Imaginou-o isolado, e sua mente foi parar em Betty, como um fantasma que insistia em assombrá-la. "Não pode ter sido bom pro seu casamento." Ela voltou sem pensar no assunto. Não era consciente, mas depois refletiria em como estava buscando reafirmações de que o casamento dele não ia bem. Era importante para Augustine, como se isso aliviasse um pouco o pecado do que estava fazendo. Não era verdade, é claro, ela só estava desesperadamente tentando tirar um pouco da culpa que continuava lá, mesmo que disfarçada.

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Chegou a apreciar o silêncio enquanto escutava a canção, batucando os dedos no colo no seu ritmo. Augustine fez uma pergunta repentina e James pensou um pouco antes de responder. Para ser sincero, não foi a primeira vez que escutou um questionamento do tipo. Tinha acontecido na faculdade e algumas vezes nas leituras públicas do livro, mas foi a primeira vez que sentiu vontade de detalhar o processo em vez de ser puramente técnico. "Well... it usually starts with an image. Mais ou menos como você e sua arte. Depois, vem um sentimento, o que é provocado pela imagem. E, então, a história vem surgindo para se encaixar nessas duas coisas. E vem com uma noção de 'é, isso tá certo' ou 'não, não é isso que você deseja, James.'" Ele ergueu as sobrancelhas, se lembrando de si mesmo curvado sobre o notebook. "E muitas, muitas madrugadas insone tentando encaixar as coisas. Mas, no geral, é bem mais fácil escrever do que sentir."

"Hm." Foi só o que ela respondeu à princípio, mais uma vez voltando o rosto para frente, os olhos colados na estrada. A mente estava em outro lugar, porém, e Augustine soltou uma risadinha discreta. "Yeah, I can picture it." Ela assentiu para si mesma. "You looking concentrated and grumpy, typing away in your computer and mumbling under your breath to yourself... no, that's not what you want, James." A imitação da voz masculina no final foi apenas parcialmente provocativa, porque Augie estava mesmo imaginando a cena e era incrível o quão acurada ela lhe parecia. Como se já tivesse visto um milhão de vezes.

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Ele virou o rosto por sentir que perderia se não olhasse para ela naquela instante. E a viu de olhos fechados, parecendo sentir a música na própria pele, ao contrário da canção, sem saber o quanto é bonita. James sorriu um mínimo e voltou a olhar para a frente com a pergunta. Não respondeu de propósito. Havia se tornado mais duro com o tempo, colocando no papel as coisas que sente em vez de vivenciá-las. "I liked it." Ele aumentou o volume duas vezes e ouviu o próximo trecho. "Deve existir uma boa história por trás."

"Yeah..." Augie concordou, ficando em silêncio por alguns segundos enquanto interpretava a música e tentava imaginar a história por trás, como James mencionou. "How do you come up with stories? For your book, I mean." Perguntou, de repente, voltando a olhá-lo. "Besides... you know, the character inspiration you already mentioned." Ela tentou ignorar as borboletas no estômago que a ideia de James usá-la como musa lhe dava.

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James também preferiu um clima mais ameno, então foi bom que Augie tenha desviado o assunto. Ele sorriu, satisfeito e um tanto tímido por ver o livro nas mãos da ruiva. "I won't leave you alone for too long, I promise." Imaginou Augustine sozinha no hotel e não achou legal. "O que é isso que tá tocando?" Ele questionou de repente ao som de uma música da playlist da mulher, interrompendo o fluxo da conversa pela curiosidade.

"Don't worry." Ela disse e sorriu um sorriso pequeno, demonstrando que não se importava. "Uhh..." Augie checou o nome da música que começava agora, atiçando a curiosidade de James após os primeiros acordes. "Beige, by Yoke Lore." Contou, recostando-se novamente e fechando os olhos por alguns segundos enquanto a melodia enchia o carro. Augustine sorriu e os reabriu, virando o rosto para James. "I like music that makes me feel in a movie. Don't you?"

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Ele escutou em silêncio. Dificilmente haveria algo certo a se dizer. "Yeah, sure. Don't worry. É com sua amiga Inez que você precisa ficar esperta." James olhou de relance para Augie, tentando amenizar o clima pesado, mas acabou acrescentando: "I'm sorry about your dad too." Encarando a estrada, ele ficou em silêncio um tempinho, marinando as informações. "Life has a special way to fuck us all, huh?"

Augie soltou uma risada que, apesar de não parecer, foi totalmente natural. "Yeah, we've learned our lesson with Inez and her big mouth." Ela voltou a ficar séria e voltou o rosto para a frente, observando a estrada que percorriam. "Tell me about it." Respirou fundo e, decidindo que ter o clima pesado abriria portas para outros sentimentos pesados entre eles, Augustine resolveu mudar de assunto. "I packed something else..." Ela se curvou para puxar o livro de dentro da bolsa, o livro de James. Havia passado da metade agora. "Good thing, I'll have something to do while you visit your dad."

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Ela simplesmente concordou sobre Ben, o que foi estranho, mas James não rendeu. Perguntou sobre os pais de Augie e, com a resposta, se sentiu muito mal. "Fuck." Ele olhou para ela com compaixão. "I'm sorry, Augie." O acidente de sua mãe não foi algo fácil de lidar na época, durante os tempos da universidade, mas uma doença como Alzheimer é, sem dúvidas, infinitamente pior. Também é uma droga Augustine não ter irmãos para dividir o fardo. "How is she? Clinically speaking." James deixou um carro ultrapassá-lo, agora com os olhos na pista de novo.

"It's okay." Ela respondeu e, embora não fosse totalmente verdade, tampouco era totalmente mentira. Augustine via-se mais desapegada do que jamais pensaria ser possível dos pais, quase como se hoje vivesse o outro lado da moeda do que passou em sua infância. "She has her days... most days I visit she thinks I'm her sister, she vents about her useless husband and her toddler child." Riu pelo nariz, embora não fosse engraçado. "Sometimes she recognizes me and it's completely sane again. Ela, uh, não quer que ninguém saiba. As pessoas da cidade pensam que ela está fora pesquisando para sua nova matéria. So I'd appreciate if you, you know..." Pensou que ele entenderia o desejo de que não repassasse a notícia para ninguém.

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"Of course he is a doctor." James murmurou com ironia, odiando especialmente essa parte. Definitivamente preferia que fosse um vagabundo. "Exceto por estar um pouco bêbado na noite de ensaio, ele parece perfeito." Rolou os olhos. Por algum motivo, ele se lembrou da noite em que "teve notícias" da mãe de Augie pela primeira vez, a voz da mulher no quarto enquanto ele estava dependurado na janela da filha. "Seus pais... eles te cobram, de alguma forma? Que você se case e tenha filhos?"

“Yeah.” Foi só o que respondeu sobre Ben. Augie também se lembrou da noite do ensaio, quando o viu falando próximo ao pé de ouvido de outra mulher. Mas então James a distraiu com a pergunta seguinte e ela hesitou. Não gostava de falar dos problemas com os pais, era um assunto que normalmente desconversava… mas, por algum motivo quis contar à ele, como se atualizá-lo de sua vida fosse muitíssimo importante. “Well, hardly…” Augustine brincou com a alça da bolsa. “My dad took off a few years ago. Haven’t really heard from him in a while.” Ela ergueu o rosto para espiar as reações de James. “And my mom… she was diagnosed with early alzheimer’s. She’s in a clinic now.”

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James voltou a olhar para frente e a única diferença na sua expressão foi que semicerrou um tantinho os olhos. Ele tinha invertido a função das mãos, agora a direita estava no colo e a esquerda no volante. "Hmm." Odiou, odiou a imagem de Ben beijando Augustine. Odiou também que ele tenha enviado uma mensagem pela manhã. "He's wrong." James ergueu as sobrancelhas com gravidade e completou, sério: "There was no tension at all between us." Ele deu uma olhadinha para Augie e sorriu um pouquinho para mostrar que estava brincando. Foi uma boa forma de disfarçar que ficou muito satisfeito pela ruiva não ter retribuído o beijo. "O que esse cara faz pra viver?" James questionou como se pensasse que Ben era um vagabundo ou algo do tipo.

"Right? What was he thinking?" Augustine entrou na brincadeira, forjando exasperação com a possibilidade de haver tensão entre os dois e então retribuindo o sorrisinho que recebeu. Achou graça no tom que James usou para questionar o que Ben fazia da vida, mas disfarçou. "He's a doctor. Every mom's dream for their daughter." O tom era brincalhão, mas Augie tinha uma piada ácida consigo mesma sobre o assunto. A doença da mãe estava avançada demais para que ela se preocupasse com a profissão de um possível genro. Dependendo do dia, sequer reconhecia a própria filha.

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É claro que captou a cutucada, que ela não precisa usar de desculpas, mas ele sim. Justo. Não estava errada, embora a parte de visitar o pai seja verdadeira também. Não era o que estava indo fazer? James levantou o queixo e franziu o cenho um mínimo. "What did he say?" E deu outra olhada em Augie, vendo que ela ostentava um sorriso quase invisível, e se perguntando como raios o tal Ben pode ter transparecido seu desgosto em relação a ele e por qual motivo.

Augie hesitou, pensando em como explicar. O quanto deveria contar. “Well… he kissed me last night, when he dropped me from the wedding. I didn’t… I didn’t feel like kissing him back. He texted me this morning, asking if everything’s okay.” Ela deixou os olhos em James para captar suas reações. Dava um certo poder à ele contar que não estava correspondendo à Ben, e talvez tentasse compensar depois. Mas por ora foi sincera. “I didn’t expect him to be so direct about it, but he then asked me if you were the reason I didn’t kiss him back. Guess he captured some tension between us.”

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@hawkjames

Ele enfiou o que restava do cookie na boca e acabou mastigando com certa dificuldade com a quantidade de massa. "Hmm." John... quem era John? Um dos empregados, deduziu. If you keep me entertained. James apertou a boca para não sorrir, porque ainda mastigava, e foi milagre não ter associado essa fala com o pensamento sobre sexo de segundos atrás. Olhando para frente, ele esperou até engolir. "Your boyfriend's not gonna like it." Provocou com uma breve olhada para Augie.

Não havia tido maldade nas palavras, não mesmo. Apenas se perguntava o que fariam durante a semana, com a companhia pecadora um do outro. Augustine lambeu os farelos dos lábios e ofereceu à James um olhar sarcástico à menção de seu namorado. Droga, havia mesmo esquecido de Ben. “He’s not my boyfriend. I don’t owe him anything. I certainly don’t need to come up with excuses…” Like you, não disse, mas o não dito estava quase audível. “He was not happy about you, though…” Ela contou com um sorrisinho mínimo. Nunca havia tido dois caras interessados nela ao mesmo tempo, era uma experiência estranhamente prazerosa.

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