Tumgik
becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 13
Mari
Ele estava simplesmente maravilhoso enquanto deslizava pelas ondas, por um instante me peguei relembrando nossos momentos, aquele tempo em que eu sentava na areia e ficava olhando-o surfar, todas as garotas ao redor babavam enquanto ele se movia no mar, mas no fim de tudo era para mim que ele voltava, lindo, molhado, com um sorriso radiante no rosto e ele sentava ao meu lado, na maioria das vezes me beijando o me molhando inteira, lembranças.
A realidade era diferente, na realidade ele me traíra, ele mentira para mim e me enganara, na realidade eu não era a garota sortuda que recebia aqueles beijos molhados e aqueles olhares invejosos, na realidade eu era a garota idiota que tinha sido enganada por ele.
-Mariana? – a voz do Kai me fez voltar a realidade e desviar o olhar do oceano.
-Oi Kai, desculpe. – falei tentando soar despreocupada, mas a realidade era que a presença dele meio que me incomodava. Kai me dissera da traição do Jungkook, ele começara todo o meu sofrimento.
O que eu estava pensando? Ele não começara meu sofrimento, ele simplesmente evitara que eu continuasse bancando a idiota. Mas, se era assim por que eu me sentia tão mal? Eu amava o Jungkook tanto assim para querer continuar vivendo uma mentira só para tê-lo por perto? Às vezes eu pensava que sim, eu me sentia incompleta sem ele e não acreditava em tudo o que estava acontecendo.
Quando eu me lembrava dos nossos momentos juntos eu não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha sido uma mentira, a forma com que ele parecia me amar, as coisas que me falava quando estávamos a sós e principalmente a forma com que me tocava...
-Mariana? – ele chamou novamente. – onde você está?
Eu o encarei mais uma vez e fiquei de pé, onde eu estava? No passado, nos meus momentos com o Jungkook, na época em que mesmo sendo enganada eu era feliz.
-Desculpe Kai.
-Aonde você vai? – ele perguntou segurando meu braço e me impedindo de seguir caminho, eu olhei dele de volta para o mar, Jungkook acabara de ser pego por uma onda gigante, fiquei observando para ver no que ia dar, mesmo que ele tivesse me feito de idiota eu não queria que ele se machucasse.
-Ele parece um deus domando a águas. – escutei uma garota falar e enfim desviei o olhar para encarar o Kai que ainda me olhava firme.
-Eu preciso ir, foi uma péssima ideia eu não deveria ter vindo.
-Ele ainda mexe com você tanto assim?
Eu encarei o mar novamente.
-Eu sou completamente louca por ele Kai, com licença.
Segui meu caminho segurando as lágrimas, era melhor me manter longe do Jungkook.
Rocky
Se seria ele o cara eu não sabia e nem queria saber, a Lizzy era crescida e tinha plena consciência do que fazia com a própria vida, não era? Eu não precisava ficar cuidando dela o tempo todo.
Precisava sim, eu era o grande responsável por uma boa parte do sofrimento dela, mesmo que nós quiséssemos negar ou tentar passar por cima o passado sempre voltava para nos assombrar.
Um olhar, um gesto, aquela cicatriz, tudo me remetia àquela época, tudo me mostrava o lixo de ser humano que eu fora e a forma com que ela era especial para mim, Lizzy me perdoara por tudo o que havia acontecido lá atrás, estava na hora de eu me perdoar também, não estava? Sim, ela vivia repetindo aquilo, mas eu simplesmente não conseguia, eu tinha sido um completo idiota com ela.
Sentei em um lugar isolado da praia e corri os olhos ao redor, ela estava lá conversando com o SanHa, ele me parecia um cara legal, mas havia algo ali que provavelmente atrapalharia tudo entre aqueles dois, a forma com que ele a olhava, SanHa não parecia o cara que eu pensei que fosse no dia em que o vi pela primeira vez, na boate aquela noite ele me pareceu descompromissado, me pareceu aquele tipo de cara que não se apegava a garota nenhuma, mas eu parecia estar errado.
Os olhos dele o denunciavam, enquanto Lizzy o olhava não, ele parecia vestir uma máscara de frente a ela, uma máscara de um cara que não se importava, mas toda vez que ela encarava o mar o olhar dele mudava, ele simplesmente não piscava olhando-a, eu conhecia aquele tipo de reação, SanHa estava se apaixonando por ela, e quem não se apaixonaria? Lizzy era a pessoa mais encantadora do mundo, ela era um anjo de verdade.
-Obrigada. – ergui os olhos e encarei quem se aproximava, como era mesmo o nome dela?
-De nada. – falei confuso. Eu sabia o nome dela, como era mesmo?
-Eu queria mesmo te agradecer por ter me salvo lá no quiosque, obrigada de verdade estou em débito com você.
Débito? Deborah, isso o nome dela era Deborah.
-Não se preocupe, fiz o que me veio à mente, só espero que você tome mais cuidado da próxima vez.
Ela não respondeu, eu voltei a olhar a Lizzy.
-Eles formam um casal lindo, não formam?
-Quem? – eu a encarei.
-SanHa e Lizzy.
Eu não disse nada, encarei os dois mais uma vez e depois a olhei firme.
-Eu não acho, não acho que o SanHa seja o cara certo pra Lizzy.
Ela me encarou, eu pude notar uma certa resignação em seu olhar.
-Na verdade nenhum cara é certo para a Lizzy.
-Eu creio que você seja. – ela disparou e eu a encarei, Deborah tinha ficado de pé e me encarava firme, eu sorri.
-Eu sou o pior cara que você pode imaginar, eu sou o último cara do mundo que mereceria aquela garota. – ela parecia confusa enquanto eu falava, eu sorri ainda mais ao ver a confusão em seu olhar.
Eu tivera minha chance, por algum tempo Lizzy fora minha, mas aquilo tinha sido em um passado distante, em um passado negro.
-Eu não acredito em você. – ela falou simplesmente. – acho que qualquer garota daria tudo para ficar com você.
Eu ri ainda mais e a encarei firme.
-Você não me conhece, não cometa o erro de pensar que sim, quer um conselho Deborah?
-Debby! – ela me corrigiu. – me chame de Debby.
-Ok Debby, quer um conselho? Não cometa o mesmo erro que a Lizzy, fique longe de mim!
E assim eu a deixei boquiaberta e com um olhar confuso no rosto.
Lizzy
Fiquei observando enquanto o SanHa ainda conversava com Jay e Ravena, a forma com que ele parecia tão leve, tão a vontade, tão... Tão o que? O que eu estava pensando? O Rocky tinha razão? Não, claro que não tinha, eu não ia me apegar ao SanHa, não ia mesmo e estava na hora de provar isso tanto pra ele quanto pra mim.
-Desculpe a demora. É que o Jay fala demais. – ele falou quando se aproximou e sentou novamente ao meu lado, eu ainda encarava o mar.
-Não se preocupe. – falei simplesmente, um monte de coisas rodando pela minha cabeça, estava na hora de agir, não estava? Talvez, mas a verdade era que pela primeira vez na minha vida eu estava com medo.
-Aconteceu alguma coisa? – SanHa perguntou e eu o encarei, ele me olhava de uma forma fofa e naquele instante algo dentro de mim deu um salto, ele estava preocupado comigo? Não, ele não podia, ninguém podia se preocupar comigo.
-Eu já volto. – falei ficando de pé de repente, ele segurou meu braço.
-Lizzy o que foi?
-Nada. – falei me soltando e olhando ao redor, eu precisava de algo para me agarrar, foi então que vi o Rocky, simplesmente segui até ele sem nada dizer, ainda olhei para trás e vi que SanHa me olhava intrigado.
Me aproximei e segurei o braço do Rocky, ele se virou e me encarou confuso.
-Lizzy? O que foi?
-Nada. – falei simplesmente, eu não podia dizer que queria fugir do SanHa senão ele iria tirar mais conclusões erradas. – só te vi vindo nessa direção e pensei que poderíamos conversar um pouco.
-Não está fugindo do SanHa não, está? – ele me olhou firme e eu sorri.
-Claro que não, por que fugiria?
-Não sei, talvez porque esteja considerando a ideia de eu estar certo e de você estar se apegando a ele.
-Nos conhecemos há dois dias.
-Pessoas demoram menos do que isso para se apaixonar.
-Eu não me apaixono e você sabe muito bem disso.
-Sei mais do que ninguém. – ele disparou e por um segundo aquilo doeu.
Eu fiquei encarando-o depois voltei a olhar o SanHa.
-Acho melhor eu voltar lá, não quero que nenhuma outra garota se aproxime dele. – eu falei e Rocky sorriu, ele sabia que eu estava sendo sarcástica- afinal, eu estou apaixonada por ele, não estou?
Rocky fez um gesto negativo com a cabeça enquanto eu voltava para onde eu deixara o SanHa.
-Tenho que ter ciúmes dele? – ele perguntou quando sentei ao seu lado na areia.
-Como? – perguntei atordoada, SanHa sorriu.
-Você e o Rocky, existe algo entre vocês além de amizade?
-Eu e o Rocky? – perguntei e comecei a rir de imediato, ele continuou me olhando firme, só então eu percebi que estava sendo idiota. – não. – falei rápido. – não existe nada entre a gente não, o Rocky é apenas um amigo muito querido, só isso.
-Ele parece se preocupar muito com você.
-Ele se preocupa sim, mas também sabe que sei me cuidar.
-Acha que ele se incomodaria se eu te pedisse uma coisa? – ele falou simplesmente e eu parei de encarar o Rocky para olhá-lo, SanHa tinha um olhar travesso e por um instante aquilo me agradou.
-Dependendo do que for talvez eu mesma me incomode.
Ele riu alto.
-O pessoal já está indo embora assim como o sol. – só então eu notei que estava tarde. – e eu queria saber se bem, você não gostaria de ficar mais um tempinho e ver o pôr-do-sol comigo.
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Eu sorri, a forma com que ele falou aquilo foi simplesmente linda.
-Posso perguntar se ele me deixa ficar. – falei ainda com um sorriso.
-Vai pedir permissão?
-Vou apenas avisar. – falei ficando de pé e encarando-o com um sorriso. – volto já.
Enquanto eu caminhava novamente na direção do Rocky que encarava o oceano algo dentro de mim revirou, o que aconteceria caso eu ficasse sozinha com o SanHa naquela praia? Quem se importava? A verdade era que eu queria testar uma teoria, eu queria ter certeza de que eu estava certa e o Rocky não.
SanHa
Quando ela se afastou eu baixei os olhos, eu tinha mesmo convidado a Lizzy para passar aquele resto de tarde comigo sozinha na praia? Sim eu tinha, quantas vezes eu já não tinha feito um convite parecido para um monte de garotas, não na praia, mas em qualquer outro lugar, não era diferente dessa vez, ou era?
Ergui os olhos a tempo de vê-la se aproximar do Rocky, vi quando ela sorriu ao falar alguma coisa pra ele e ele estendeu as duas mãos de frente ao corpo, Lizzy fez o mesmo gesto e se jogou para cima dele, mas antes que as mãos dela tocassem as dele, Rocky as afastou o que fez com que ela batesse com as duas mãos em seu peito, os dois sorriram com o gesto, mas ela não deixou de dar um tapa nele. Eu fiquei observando aquela amizade, os dois pareciam mesmo conectados de alguma forma, será que a Lizzy mentira pra mim e ela e o Rocky eram algo além de amigos? Estava na hora de descobrir.
-O Rocky vai levar o restante das minhas coisas pra casa. – ela falou enquanto caminhava na minha direção com aquele sorriso doce no rosto.
-Ele te deixou ficar?
-Ele não manda em mim.
Au aquela doeu.
Lizzy sentou ao meu lado e respirou fundo, vi quando Jungkook fez menção de se aproximar, mas Rocky falou algo em seu ouvido que o fez apenas nos fazer um gesto positivo com a cabeça e seguir caminho junto com os outros. A praia estava esvaziando gradativamente enquanto nós apenas olhávamos o oceano, eu respirei fundo enquanto a olhava, ela era simplesmente linda e a forma que parecia fascinada pelos últimos raios de sol tocando a água a deixava ainda maios bela, me peguei pensando em como seria beijá-la ali, naquele momento com apenas o mar e o sol de testemunhas, mas algo dentro de mim me pediu para ir devagar, a Lizzy não era como as outras.
-Você não acha o oceano lindo? – ela perguntou de repente com aquela voz que era mais do que música para os meus ouvidos. – SanHa?
-Oi! – falei atordoado. – desculpe Lizzy eu não estava prestando atenção.
-Me chamou para ver o pôr-do-sol e não estava prestando atenção nele?
-Não consegui.
-Como assim? – ela se virou para me encarar com um sorriso lindo no rosto iluminado pelos raios do sol.
-Não consegui desviar os olhos de você, desculpe.
Ela baixou os olhos e depois me encarou sorrindo.
-Acho que já sei o que está acontecendo aqui, você mais uma vez me fez uma proposta pensando em outra coisa, não é?
-Como assim?
-Me chamou para ver o pôr-do-sol, mas nem está prestando atenção.
Você também não prestaria se tivesse a visão da garota mais linda do mundo bem na sua frente.
-SanHa! – ela falou firme novamente e eu sorri encarando o chão.
-Culpado.
Ela balançou a cabeça em um gesto negativo e ficou de pé.
-Ei aonde você vai?
-Pra casa!
Pelo tom de voz dela eu percebi que não deveria insistir ou até mesmo seguí-la, Lizzy se afastou uns dois passos e depois se virou me encarando.
-Você não vem?
Eu sorri e fiquei de pé seguindo-a. o caminho foi feito em silêncio até a casa dela, eu caminhava com as mãos nos bolsos e o olhar baixo, minha intenção não era chatear ela, mas era como se tudo o que eu fizesse simplesmente acabasse dando merda.
-Boa noite SanHa. – ela falou ficando de pé de frente a porta de casa e me encarando com um sorriso lindo nos lábios.
-Você ficou chateada comigo? – quando dei por mim tinha perguntado, eu nunca perguntara isso para garota nenhuma, a verdade era que eu nem me importava.
Ela se aproximou e me deu um beijo delicado no rosto, eu podia estar ficando louco ou me deixando levar pelo sonho que tivera mais cedo, mas aquele beijo tinha tido uma pitada extra de malícia, isso ele tinha.
-Não, foi legal você inventar uma desculpa para ficar a sós comigo.
Eu sorri, ela estava brincando comigo, era isso?
-Está brincando com fogo Lizzy, pode se queimar. – foi o que consegui dizer, ela sorriu e ficou na ponta dos pés para falar ao meu ouvido.
-E quem disse que não quero isso?
Meu corpo formigou e eu estremeci, ela estava realmente brincando comigo.
-Boa noite SanHa.
E assim, me deixando completamente confuso ela entrou em casa e fechou a porta.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 12
Jungkook
Ficar tão perto da Mari e não poder tocá-la estava acabando comigo, eu não sabia o motivo da Lizzy tê-la chamado, eu não entendi as razões dela, na verdade eu nunca conseguia entender muito bem o que se passava na cabeça mais do que complexa da minha prima.
-Ela não quer me ouvir. – falei enquanto estávamos todos no mar, quer dizer, quase todos, Mari ficara para trás e Kai fora ver como ela estava, era engraçado como os dois tinham se aproximado depois do nosso término, quando estávamos juntos Kai vivia me dizendo que talvez ela não fosse a garota certa pra mim.
-Você tem que insistir mais. – Lizzy falou atirando um punhado de água na minha cara que me deixou cego por alguns segundos. – olha Jungkook, eu sei que você gosta dela.
-E do que isso adianta, Liz? Ela me odeia.
-A Mari não te odeia, ela só está magoada, só isso.
-Eu só queria descobrir uma forma de consertar as coisas.
-Na verdade Jungkook isso não depende de você, quer dizer, consertar as coisas, você conseguiria caso tivesse estragado algo, mas não foi você, nós sabemos que não foi, alguém armou para separar vocês dois e apenas essa pessoa pode consertar as coisas.
-Não está ajudando Lizzy.
Ela sorriu, aquele sorriso inocente que era só dela.
-O que eu estou tentando dizer é que temos que encontrar quem fez isso.
-Boa sorte, eu já pensei em todas as pessoas possíveis, ninguém me vem à cabeça.
-Isso é porque você é uma pessoa boa que não tem maldade no coração, aí acaba não enxergando a maldade dos outros também.
Eu a encarei firme.
-Do que está falando?
Ela sorriu dando de ombros.
-Só estou dizendo que existem pessoas más no mundo Jungkook, pessoas que fariam qualquer coisa para conseguir o que querem, pessoas que passariam por cima dos sentimentos de outras pra alcançar seus objetivos.
Eu respirei fundo.
-A cabeça humana é muito complicada, por isso prefiro a natureza. – falei me afastando dela.
-Aonde você vai? – ainda escutei ela gritar.
-Vou surfar!
Saí da água, peguei meu equipamento, troquei de roupa, peguei a prancha e caí na água, a Lizzy estava certa, eu tinha que arranjar uma forma de descobrir quem inventara a mentira que me separara da Mari, mas agora não, agora eu só queria esfriar um pouco a cabeça e as ondas estavam ótimas naquele dia.
Enquanto surfava eu pude reparar que todos me olhavam, todos inclusive a Mari, será que ela sentia minha falta da mesma forma que eu sentia a dela?
Lizzy
Vi o Jungkook se afastar e depois cair no mar, ele surfava como poucos e eu sempre adorara vê-lo. Fiquei um tempo apenas observando seus movimentos, depois minha atenção foi desviada ao Hobi, ele e Shay brincavam na água, não havia duvidas de que eram um casal mais do que apaixonado. Ao encará-los lembrei do que ele havia me perguntado antes que eu entrasse na água, minha cicatriz, ninguém nunca tinha me perguntado a respeito dela, quer dizer, talvez alguém já tenha se perguntado, mas nunca tiveram coragem de me perguntar, até agora.
Eu não queria lembrar do que acontecera, era difícil, uma época sombria da minha vida onde só existia sofrimento. Encarei Rocky que estava sentado em um lugar isolado da praia, eu o arrastara para o mar, mas ele ficara pouco tempo, afinal Rocky não sabia nadar e não gostava muito de água por aquele motivo. Meu olhar pareceu atrair o dele, ele me encarou, não havia sinal de sorriso em seu rosto e eu sabia exatamente no que ele estava pensando, sorri em sua direção tentando confortá-lo, mas ele parecia não querer esquecer, uma pena, eu já havia esquecido.
Saí da água e sentei em uma cadeira ainda observando as pessoas que deveriam ser minhas companheiras, Rocky continuava sozinho, Kai estava conversando com Mariana que parecia não estar prestando a mínima atenção nele, afinal ela não parava de olhar o mar enquanto Jungkook surfava, olhei ao redor e encontrei Debby sozinha dentro de um quiosque, Ravena e Jay brincavam sentados na areia, na verdade ele brincava com ela enquanto ela ria e resmungava ao mesmo tempo, eu sorri, era assim ter um relacionamento? Eu nunca tivera um.
-Ei! – a voz me fez erguer os olhos, SanHa estava parado de frente a mim, estava todo molhado, vestindo apenas um short, os cabelos bagunçados e um sorriso no rosto.
-Ah, oi. – falei sorrindo, ele era o único que eu não tinha visto, como ele se aproximara de mim daquela forma sem que eu o notasse?
-Por que sozinha? – ele perguntou arrumando os cabelos e eu sorri mesmo sem saber o motivo, eu simplesmente achava fofa a forma que ele fazia... Tudo.
-Cansei da água e parece que meus amigos cansaram de mim. – falei apontando Jungkook que surfava e depois Rocky que ainda permanecia de cara fechada em um canto afastado da praia.
-Cansaram de você? – ele sorriu sentando ao meu lado na areia, sentando não, na verdade ele meio que caiu sentado o que me fez começar a rir de imediato. – ei, não ri não.
Eu ri ainda mais.
-Alguém já te falou que você é um desastre? – eu falei e foi a vez dele sorrir.
-Sim já me disseram.
Nós nos encaramos durante alguns segundos e começamos a rir novamente, eu não sabia o motivo de estar sorrindo daquela forma, mas SanHa tinha algo que me fazia bem, eu não sabia explicar o que era, eu só conseguia sentir.
-Eu gosto do seu sorriso. – ele falou de repente e eu despertei do meu devaneio momentâneo, SanHa me encarava com um olhar doce. – ele tem algo de especial, não sei o que, só sei que me faz bem.
Eu não respondi, mas sorri novamente.
-EI SANHA, CHEGA AÍ! – o grito do Jay despertou nossa atenção, SanHa me encarou e eu sorri novamente.
-Vai lá.
-O Jay é um pé no saco de vez em quando. – ele falou ficando de pé e limpando a areia do short. – eu volto já.
Enquanto SanHa seguia na direção do amigo eu o acompanhava com o olhar, ele parecia ser um cara legal.
-Vai ser ele? – a voz me fez erguer novamente a cabeça e dar de cara com Rocky que me olhava firme.
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-O que? – perguntei atordoada pela pergunta súbita.
-Eu vi a forma com que você estava olhando para o SanHa quando ele se afastou. É ele?
-É ele o que? – perguntei já começando a me irritar.
-Você sabe do que eu estou falando.
-Sei, eu sei sim. – falei sorrindo, Rocky sentou ao meu lado e eu voltei a olhar o SanHa, ele ria de alguma coisa que Jay dissera, aquele gesto era simplesmente... Encantador. Será que seria ele?
-Sei que você está pensando seriamente nisso. – ele falou firme e eu o encarei, lá vinha Rocky e seus ciúmes.
-Não começa. – falei simplesmente ficando de pé para me afastar, Rocky me segurou pelo braço.
-Toma cuidado com isso, eu vi a forma com que olhou pra ele, talvez SanHa não seja como os outros.
Eu me soltei e o encarei firme.
-Por que está dizendo isso?
-Estou dizendo que talvez você possa se apegar a ele.
Eu ri alto.
-Eu não me apego a ninguém Rocky e você sabe disso.
-Sim eu sei, quer dizer, eu sabia, mas e você? Ainda sabe?
Eu o encarei enquanto ele se afastava e depois encarei o SanHa, Rocky achava que eu me apegaria a ele caso nós ficássemos no verão? Aquilo era ridículo.
Debby
As pessoas estavam se divertindo, pelo menos era o que parecia, eu estava cansada daquele clima fraterno, não que eu não gostasse, era só que naquele dia em especial eu estava um pouco cansada, minha cabeça doía e minhas pernas também, eu estava especialmente fraca.
Segui para o quiosque mais perto e pedi uma garra de água, fiquei escorada no balcão enquanto o atendente ia pegar, tentei esquecer o fato de que Rocky estava na mesma turma que eu, de certa forma eu sentia saudades dos dias em que apenas o observava da janela, naqueles dias eu podia sonhar que algum dia ele se interessaria por mim como em um passe de mágica, mas agora que eu o conhecera a realidade se colocara entre nós e eu percebi que ele não tinha olhos para ninguém além da Lizzy e aquilo doeu muito.
-Está sozinha? – a voz me fez virar, eu não conhecia aquele cara, mas ele parecia especialmente interessado em minhas pernas, pois falava comigo, mas era para elas que ele olhava.
-Estou com alguns amigos. – respondi me sentindo incomodada com a forma que ele me olhava.
-Amigos? Achei que estivesse com um namorado também, afinal uma garota tão linda não pode estar sozinha.
Aquele olhar, aquele olhar estava me deixando mais nervosa a cada segundo.
-Estou. – não sei por que disse aquilo, eu só queria que ele fosse embora.
-E onde ele está?
E agora? O que eu responderia?
-Ele foi dar um mergulho, mas já está voltando.
-Sério? – ele me encarou com um olhar estranho. – acho que vou esperar ele voltar.
E agora? O que eu faria? Fiquei ali encarando-o sem saber como agir, eu estava assustada.
-Desculpe a demora. – a voz fez meu coração disparar, eu despertei e encarei quem se aproximava, aquilo era real? – eu não queria ter te deixado esperando por tanto tempo meu amor.
Eu respirei aliviada ainda sem acreditar na cena que se desenrolava na minha frente.
-Você é o namorado dela? – o carinha perguntou olhando-o dos pés à cabeça, Rocky sorriu, um sorriso de lado que foi simplesmente a coisa mais linda que eu já vira na vida.
-Sou e você é?
-Ninguém. – o cara falou rápido, eu olhei de um para o outro, ele parecia extremamente intimidado pelo olhar que Rocky lhe lançava.
-Ok ninguém, eu posso te ajudar em alguma coisa?
-Não, em nada, desculpe.
O cara se virou e saiu, eu ainda encarava o Rocky sem acreditar no que tinha acontecido ali.
-Ele estava te enchendo, não estava?
Eu apenas fiz um gesto positivo com a cabeça, ainda estava dormente.
-Eu percebi. – ele falou se virando para o balcão e encarando o atendente que se aproximava com a minha garrafa de água. – um maço de cigarros, por favor.
Enfim eu voltei a real, Rocky tinha se aproximado para comprar cigarros e reparara que eu estava incomodada com a presença do cara, ele me salvara?
-Não devia ficar perambulando sozinha por aí, no verão existem muitos caras folgados por essas bandas. – ele falou pegando a carteira de cigarros que o atendente lhe entregara e colocando o dinheiro em cima do balcão. – da próxima possa ser que eu não esteja por perto para te ajudar.
E assim, com esse tom frio na voz ele acendeu um cigarro, me virou as costas e seguiu caminho.
Jay
-Te vi com a Lizzy, cara dá um tempo pra menina respirar.
SanHa me encarou, a cara de poucos amigos.
-Me tirou de uma conversa com ela pra isso?
-Não foi apenas pra isso. – me defendi. – estou preocupado com você.
-Comigo? Por quê? – ele falou limpando a água do nariz que ainda parecia incomodá-lo.
-Porque eu falei com o primo do primo da Lizzy. – falei ficando meio confuso em seguida, eu tinha dito certo? Ok, foda-se. – bem falei com o Kai e ele me disse que a Lizzy é uma garota complicada.
-Como assim? – SanHa me olhou confuso, eu respirei fundo, ele estava assim tão lento ultimamente?
-Ele me disse que já viu ela com outros caras ao mesmo tempo que não viu ela com ninguém.
Parei para analisar era isso mesmo o que eu queria dizer? Soou tão confuso.
-O que? – SanHa perguntou sem entender nada, eu não o culpava nem eu tinha entendido direito.
-A Lizzy não fica com cara nenhum por muito tempo, entendeu? Os amores dela duram no máximo o verão e só.
Eu encarei o SanHa por um segundo e ele riu alto.
-E você quer uma garota mais perfeita do que essa? Ou já esqueceu que os meus não duram mais de uma noite?
Eu balancei a cabeça em um gesto negativo enquanto SanHa se afastava para voltar a conversar com a Lizzy, Ravena se aproximou de mim.
-Eu não disse? Ele não muda.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 11
Shay
Eu estava ao piano quando recebi o telefonema do Hobi me chamando para ir a praia a tarde, a primeira coisa na qual pensei foi que seria uma boa, afinal eu preferia estar na rua do que dentro daquela casa, minha mãe não era o problema, mas meu pai...
Eu simplesmente não conseguia olhar na cara dele.
-Aonde você pensa que vai? – a voz veio quando eu já estava seguindo na direção da porta, o horário que havíamos combinado ao telefone ainda estava um pouco longe, mas eu ia até a casa do Hobi antes, afinal quanto menos tempo eu ficasse ali melhor.
Me virei para encará-lo, meu pai estava de pé no topo da escada me encarando.
-Não te interessa. – falei simplesmente.
-Não me interessa? Mocinha espero que não esqueça que eu sou seu pai.
-Não eu não me esqueci, infelizmente não esqueci disso, mas acho que há muito tempo você se esqueceu, agora se não se importa eu preciso ir.
-Espero que não esteja indo encontrar com aquele inútil de cabelos loiros.
-O Hobi não é inútil. – quando dei por mim tinha dito, ele me olhou fundo e eu tremi inteira. – mas, não vou encontrar com ele não, faz tempo que não nos vemos eu já te disse isso, eu e o Hobi não estamos mais juntos, estou indo a praia.
Ele olhou minhas roupas e a bolsa que eu carregava.
-Ok, parece que dessa vez você está falando a verdade.
Eu fiquei encarando-o, uma vontade enorme de pular no pescoço dele e enforcá-lo, mas eu não podia.
-Com licença. – tudo o que consegui fazer foi virar as costas e seguir meu caminho com um nó na garganta e um embrulho no estômago.
Ravena
Jay simplesmente ficou radiante quando SanHa o chamou para ir a praia aquela tarde, grande coisa, nós não íamos sempre? Sim íamos, mas dessa vez teríamos mais companhia, segundo o que SanHa lhe dissera mais algumas pessoas iam o que tornaria a tarde mais agradável e mais animada também.
Arrumei minhas coisas em silêncio, eu não queria acordar ninguém, afinal a noite anterior tinha sido mais do que longa, se eu fechasse os olhos ainda conseguia escutar os gritos.
Saí do meu quarto pé ante pé, era melhor ir logo antes que alguém me visse, segui até o quarto dos meus pais e abri a porta lentamente na tentativa de não fazer barulho, olhei lá dentro e meu coração veio parar na boca, o quarto estava revirado e meus pais dormiam jogados em cima da cama, eu sabia que aquilo não era sono, eu sabia que as coisas que aconteceram na noite anterior eram as responsáveis por aquele cansaço.
Fechei a porta ainda sem fazer barulho e segui meu caminho passando por coisas quebradas enquanto seguia até a porta de entrada, aquilo era loucura, insanidade, minha vida.
Cheguei na casa do Jay com uma cara nada boa, estava com sono e assustada, mas não queria que ninguém ali notasse , eu não queria ninguém me perguntando o que tinha acontecido, eu não queria falar sobre isso.
-Bom dia minha flor. – ele falou ao abrir a porta com um sorriso, eu forcei um sorriso em resposta.
-Bom dia Jay, desculpe ter vindo mais cedo, mas não sei, estava sem fazer nada em casa e decidi vir.
-Desde quando precisa se desculpar por vir aqui? Vem, vamos tomar café.
Eu fiz um gesto positivo com a cabeça, Jay segurou minha mão e me arrastou até a cozinha.
-Eu me surpreendi com o convite do SanHa, ele parecia tão animado. – Jay começou e eu o encarei.
-Acha que a tal de Lizzy tem alguma coisa a ver com isso?
Ele riu, aquele sorriso lindo que era só dele enquanto preparava a própria tigela de mingau de aveia.
-Quem sabe, o SanHa não vale mesmo nada.
Eu sorri, sim ele não valia.
SanHa
-SANHA VOCÊ TEM VISITA! – o grito me fez seguir na direção da porta do quarto, visita? Quem seria?
Quando a abri me assustei ao dar de cara com ela, o que ela estava fazendo aqui?
-Lizzy? – perguntei atordoado e ela sorriu, sim ela sorriu, um sorriso mais do que lindo. – o que está fazendo aqui?
-Eu vim te agradecer pelo que fez hoje mais cedo. – ela falou com aquele brilho no olhar que era só dela. – você salvou o Rocky e eu sinceramente te agradeço do fundo do meu coração por isso.
Ela me agradecia? Sim eu sabia que ela agradeceria, afinal a relação dela com o Rocky era um tanto quanto estranha, mas naquele instante eu não estava me importando com aquilo, ela estava ali, linda como de costume me encarando com aquele sorriso doce, naquele momento não havia Rocky ou qualquer outra coisa, éramos apenas eu e ela e aquela sensação pela primeira vez me deixou nervoso.
-Não precisa agradecer, só acho que foi a coisa certa a fazer.
Ela sorriu encarando o chão, depois ergueu os olhos e me olhou fundo.
-Eu posso entrar?
Como assim? Eu enfim me dei conta de que ela estava de pé na porta do meu quarto, eu não tinha mandado ela entrar ainda?
-Claro me desculpe.
Ela entrou olhando ao redor, eu fiquei ainda mais nervoso ao perceber que tudo nela era perfeito, a forma com que ela parecia curiosa enquanto caminhava pelo meu quarto era simplesmente de outro planeta.
-Sua avó me falava muito sobre você. – ela começou se virando e sentando na minha cama. – ela tem muito orgulho do neto.
-Orgulho? Por eu ser um jogador de futebol? – ela sabia que eu era jogador? Ela era mesmo como minha mãe dissera?
-Você joga futebol? – o espanto nos olhos dela me fez ver que não, ela não sabia de nada. – que legal, a sua avó nunca me disse isso, ela só falou que tinha o neto mais lindo do mundo, eu não acreditei até te conhecer.
Algo dentro de mim deu uma cambalhota, ela tinha mesmo dito aquilo? Fiquei encarando-a enquanto ela me olhava com um olhar travesso, o que estava acontecendo comigo? O SanHa que eu conhecia não pensaria duas vezes em se aproximar dela e tentar algo mais, mas por que eu simplesmente congelara no meio do quarto só de olhar nos olhos dela?
-Desculpe. – ela falou com um sorriso. – eu não devia ter dito isso.
-Não tudo bem. – falei enfim criando coragem e me aproximando da cama. – eu agradeço.
Ela sorriu quando eu sentei ao seu lado.
-Eu só fiquei meio sei lá, surpreso, só isso.
Ela se virou e me encarou, aqueles olhos cor de fogo me queimando.
-Não deveria. – ela falou ficando de pé. – agora tenho que ir, vou arrumar minhas coisas para irmos a praia, mais uma vez obrigada por tudo.
Eu fiquei observando-a sair, algo dentro de mim começou a queimar, eu ia deixar ela ir assim? De forma nenhuma!
-Lizzy! – chamei e ela se virou.
Não pensei duas vezes, me aproximei, segurei sua nuca e a beijei, aquele beijo fora o melhor beijo da minha vida, pensei que ela reagiria, mas me surpreendi ao ver que não. Senti as mãos dela arranharem minhas costas e percebi que ela tentava tirar minha camiseta, a ajudei e depois a conduzi de volta a minha cama enquanto ainda a beijava, o calor aumentando gradativamente enquanto a boca dela deslizava sobre a minha, enquanto nossos corpos se tocavam, eu realmente nunca tinha sentido algo assim na vida.
-SanHa... – ela sussurrou e eu me senti ainda mais vivo ao ouvir ela falar meu nome.
Eu não sabia se ela estava me pedindo para parar ou se apenas estava murmurando meu nome, fiquei confuso durante alguns segundos, mas as dúvidas foram tiradas de mim quando ela me puxou ainda com mais força e prendeu meu corpo contra o dela com mais intensidade.
Eu estava explodindo, tudo em mim queimava eu nunca tinha desejado ninguém da forma que a desejava era simplesmente fora do comum.
-SanHa, SanHa... – eu sorri ao ouvir que ela falava meu nome. – SANHA!
Mas que diabos era aquilo? Acordei atordoado com a minha mãe gritando na porta do quarto, olhei ao redor, onde estava a Lizzy? Droga tudo tinha sido um sonho? Não, não podia ser, que merda!
-SanHa o que está acontecendo? Te escutei gemer.
Gemer? Caramba era só o que me faltava.
-Mãe não foi nada, eu estava tendo um... Pesadelo. – menti.
-É nisso que dá dormir à tarde, o Jay ligou perguntando por você, vocês combinaram de ir para a praia juntos?
Merda a praia! Eu tinha subido para arrumar minhas coisas e acabara cochilando, por quanto tempo eu dormi? Eu não sabia dizer. Eu ia ficar de pé rapidamente, mas me dei conta de que não podia, problemas técnicos de um sonho tão real quanto aquele.
-Pois é combinamos sim. Mas, eu acabei cochilando...
-Nossa SanHa, você está suando meu filho, o pesadelo foi tão ruim assim?
Uma onda de vergonha tomou conta de mim, percebi que estava mais do que suado, quando minha mãe fez menção de se aproximar da cama, eu puxei o lençol de forma desajeitada para cobrir pelo menos uma parte do meu corpo que naquele instante estava meio fora de controle, se é que me entendem.
-Não nem foi, olha mãe a senhora poderia arrumar algumas frutas para eu levar?
Ela me olhou estranho e eu forcei um sorriso.
-Por favor?
-Ok, vou aprontar alguma coisa, acho melhor se apressar.
-Sim eu vou.
Ela se virou e saiu do quarto.
-Vou assim que tomar um banho gelado. – falei para mim mesmo saltando da cama e correndo na direção do banheiro, aquele sonho tinha acabado comigo.
Jay
Eu já estava cansado de ligar para o SanHa, se ele não queria aparecer, pronto, problema dele.
-Jay! – a voz veio de cima dos meus ombros e eu ergui os olhos para ver quem se aproximava, SanHa estava de joelhos atrás de mim me encarando com os olhos mais assustadores que eu já vi.
-Ai caralho, se afasta véio, o que deu em você?
-A Lizzy já chegou? – ele perguntou ainda me encarando.
-Está vendo ela aqui? Não, não é? Então não chegou ainda.
-Então vem aqui. – ele me puxou pelo braço o que fez eu cair de costas na areia.
-Ai SanHa caramba!
-Vem aqui logo!
Eu fiquei de pé e o segui de má vontade, SanHa carregava uma cesta de frutas, coisinha mais gay.
-O que foi?
-Cara você não vai acreditar no que aconteceu comigo hoje.
-Fala logo. - falei impaciente.
-Eu me atrasei porque fui arrumar minhas coisas e acabei cochilando.
-Nossa o que aconteceu com você foi um cochilo? – falei com sarcasmo. – caralho SanHa, você está bem?
-Não seja palhaço. – ele falou dando um tapa na minha cabeça. – eu sonhei com a Lizzy.
-E? – eu ainda não estava vendo importância naquilo.
-Aquele tipo de sonho Jay. – ele falou me dando um olhar significativo, eu enfim entendi o que ele queria dizer.
-Caraca o sonho que a gente não consegue levantar durante sei lá, uns dez minutos?
-Mais do que isso, tive que tomar um banho frio.
-Foi tão bom assim?
Ele respirou fundo.
-Cara foi real, sabe? Eu sei que se algum dia acontecesse seria daquela maneira, perfeito.
-Cara vai com calma, você está pisando em terreno perigoso, isso é desconhecido pra você.
-O que?
-Se vidrar em alguém, SanHa você está de quatro por ela.
-Estou nada. – ele discutiu e eu sorri.
-Você sonhou com ela, você nunca sonhou com garota nenhuma antes.
Ele me encarou e eu sorri.
-Pois é maninho, você está ferrado!
Hobi
Quando chegamos na praia já estavam quase todos lá, Ravena, o primo e a prima do Kai, o amigo estranho dela, Debby e uma garota que eu não conhecia, encarei a Shay e ela deu de ombros, também não parecia conhecer.
-Estão todos aqui? – perguntei quando me aproximei, todos me encararam com um sorriso, quer dizer, todos menos o Jungkook que encarava a garota que eu não conhecia olhando-a firme e ela parecia querer ignorá-lo.
-Faltam Jay e SanHa. – Ravena se manifestou. – na verdade eles já chegaram, mas saíram.
Eu vi quando a Lizzy ergueu os olhos ao escutar o nome do SanHa, o amigo dela, o que tinha sido preso, como era mesmo o nome dele? Ah, Rocky, isso Rocky era bom eu não esquecer, ele a encarou com uma cara de poucos amigos e ela sorriu se aproximando e dando um beijo no rosto dele o que fez com que a cara de mal que ele tinha se desfizesse.
-Eu já liguei pra eles, mas acho que morreram. – Ravena completou e eu sorri.
Eu e Shay nos aproximamos de todos que estavam sentados na areia, parecia que mesmo com a morte de Jay e SanHa o clima estava ótimo.
-Desculpem a demora. – a voz fez todo mundo erguer os olhos para olhar quem se aproximava, eram eles, SanHa e Jay caminhavam na nossa direção com um sorriso.
-Achei que tinham morrido. – Ravena disparou e todo mundo riu.
-Na verdade foi por pouco. – SanHa falou sorrindo.
-Oi SanHa. – a voz da Lizzy pareceu causar um dano no garoto, ele simplesmente deixou a cesta que carregava cair no chão ao ouvi-la, Lizzy o encarou curiosa.
-Desculpem. – ele falou pegando a cesta e se aproximando da gente. – oi Lizzy.
A garota o encarou, parecia que SanHa não estava se sentindo bem ao lado dela, estranho na boate ele parecia estar afim dela, quem vai entender?
-Quem vai pular no mar? – perguntei ficando de pé com um sorriso. – vamos!
Gradativamente todos foram ficando de pé, as garotas começaram a tirar as roupas e ficar apenas de biquini, Lizzy foi a última, ao fazê-lo eu reparei em algo, havia uma marca na barriga dela, algo... Estranho.
-Lizzy, o que foi isso? – ok, discrição nunca fora mesmo meu forte.
-O que? – ela me encarou.
-Essa cicatriz. O que foi isso?
Eu vi ela ficar pálida e olhar ao redor, Rocky a encarou firme.
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-Não, não foi nada. – ela falou se aproximando dele e segurando seu braço. –vamos Rocky?
Ela saiu praticamente correndo arrastando-o em direção ao mar, eu fiquei analisando, aquilo parecia uma cicatriz, mas não era uma cicatriz qualquer, parecia uma espécie de machucado profundo, ela tinha sofrido algum tipo de acidente?
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Cap. 10
Rocky
Acordei todo torto por causa daquela cama, desconfortável, eu já tinha esquecido de como aquilo era chato, minhas pernas tinham cãibras e minhas costas latejavam, um belo começo de dia, não?
Me encostei nas grades da cela e olhei ao redor, a delegacia estava vazia? Não podia ser, alguém tinha que estar ali, eu tinha que falar com alguém, afinal eu não podia ficar ali minha vida toda, tinha sido apenas uma briga de bar, mas quem se importava? A verdade era que eu não tinha ninguém para falar por mim, eu realmente era sozinho no mundo.
Fiquei mais uns minutos olhando ao redor, lembranças, várias lembranças invadiram a minha mente, eu já tinha estado naquela delegacia algumas vezes e as memórias que tinha do lugar não eram agradáveis, mas não eram essas memórias que me assombravam no momento, eram as lembranças de um passado um pouco mais distante, de um passado negro, sombrio, de um passado do qual eu me envergonhava profundamente.
-Ei! – a batida na grade me fez pular para trás assustado, eu não tinha visto aquele policial se aproximar, mas como? Eu estava tão mergulhado nos meus pensamentos assim? – você tem visita, vamos se mexe.
Eu estava atordoado, visita? Só podia ser ela, eu sabia que era a Lizzy e apenas a ideia de aparecer na frente dela da forma que eu estava fez meu estômago revirar, eu não estava pronto para que ela me visse naquele estado. Mas, o que eu poderia fazer? Me recusar a vê-la estava fora de cogitação, eu conhecia a Lizzy, se me recusasse ela podia muito bem invadir o bloco das celas ou fazer um escândalo, era melhor eu ir.
O policial abriu a cela e me algemou novamente, eu estava tão quebrado do “interrogatório” do dia anterior que quando ele me puxou de forma violenta eu gemi.
Segui de cabeça baixa até onde ela estava, ao chegar lá e erguer os olhos percebi que ela não estava sozinha, aquele era o tal de SanHa, não era? O cara não estava muito melhor do que eu, afinal o olho estava roxo e os lábios machucados, tive que me segurar para não rir.
-Ow meu Deus Rocky! – o grito veio seguido do toque e só então eu percebera que Lizzy tinha corrido até mim tocando meu rosto de leve para ver os ferimentos. – o que esses animais fizeram com você?
-Olha bem como fala mocinha, somos autoridades e eu posso muito bem te prender por desacato... – o policial começou.
-Não me importo, vocês são uns brutos, isso sim. Tirem as algemas dele!
-Não podemos.
-Ele não é perigoso, tirem logo essa droga de algemas! – ela discutiu.
-Ele está detido, tem que permanecer desta forma.
-Vocês que deveriam estar detidos, seus brutos, ficam abusando do poder para machucar as pessoas.
Lizzy estava visivelmente revoltada, eu estava tão perdido que nem consegui pedir para ela parar com aquilo.
-A senhorita pode se encrencar profundamente por estar dizendo essas coisas. – o oficial que me prendera no dia anterior se aproximou.
-Na verdade vocês que podem se encrencar profundamente com isso. – me assustei ao ver o tal de SanHa se manifestar.
-O que você disse, garoto?
-Isso é abuso de poder assim como a Lizzy falou, foi uma briga de bar o máximo que poderiam ter feito era detido o Rocky caso ele ainda estivesse causando tumulto, mas ele não estava, essas marcas no rosto dele mostram o abuso que cometeram depois de trazê-lo para a delegacia, ele não reagiu a prisão, na verdade ele se entregou, já deveria estar fora e ileso.
Fiquei surpreso ao ouvir ele falar daquela forma, quem aquele garoto era e por que estava me ajudando daquela forma?
-Quem você pensa que é para falar dessa forma, garoto?
-Meu nome é Yoon SanHa, meu pai é advogado, na verdade acho que devem conhecer ele, Yoon Jong-je  ele é bem famoso em Seul, se não me engano, não é?
Quando ele falou o nome do próprio pai eu pude perceber os policias ficarem pálidos, SanHa sorriu.
-Pelas suas caras acho que o conhecem e bem, acho que ele não ia ficar nada feliz se eu contasse pra ele o que estou presenciando aqui, eu poderia ligar pra ele agora mesmo. – ele falou retirando o celular do bolso. – eu e meu pai temos uma relação muito próxima e não creio que ele ia gostar de saber que vocês além de chamar o filho dele de moleque ainda prenderam um de seus amigos.
Amigos? Ele tinha dito que eu era seu amigo?
Os policiais se entreolharam, SanHa destravou o celular e começou a discar um número, antes de colocá-lo no ouvido os policiais se manifestaram.
-Ok, ok.- o que me prendera no dia anterior foi o primeiro a falar. – tire as algemas dele e deixe ir.
O outro ainda me encarou antes de obedecer, quando ele tirou as algemas eu abri e fechei as mãos, aquelas coisas eram mesmo apertadas.
-Obrigado pela cooperação. – SanHa falou colocando o celular de volta no bolso, Lizzy se aproximou de mim.
-Você está bem?
-Vamos sair logo desse lugar.
Seguimos caminho os três sem nada dizer, eu ainda estava meio em choque com tudo o que tinha acontecido, o cara em quem eu batera na noite anterior tinha me ajudado a sair da prisão? O que estava havendo?
Não me deu muito tempo para pensar, quando estávamos afastados da delegacia SanHa parou respirando fundo e sorriu.
-O que foi? – Lizzy o encarou. – SanHa você está pálido.
Sim ele estava, parecia um defunto.
-Eu nunca tinha mentido para as autoridades, ainda estou um pouco nervoso.
-Mentido? – eu o encarei firme e ele sorriu. – seu pai não é advogado?
-Sim ele é.
-E então? – Lizzy o encarou firme. – qual parte é mentira?
-A parte de que ele se importaria caso eu ligasse, meu pai nunca se importou comigo na vida, era mais provável que ele mandasse os policiais me trancarem lá junto com você.
Eu tentei, mas não contive o riso, quando dei por mim, estávamos os três rindo feito idiotas no meio da rua.
-De certa forma obrigado por mentir por mim.
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-De nada. – ele falou me encarando. – até que foi divertido.  
Debby
Eu estava mais uma vez na janela quando uma cena chamou a minha atenção, aqueles eram Rocky, Lizzy e SanHa? Quer dizer, como aquilo tinha acontecido? Não tinham levado o Rocky para a prisão? Por que agora os três caminhavam e riam no meio da rua e pior ainda, o que o SanHa estava fazendo com eles?
Decidi não me ligar mais naquilo, no fim das contas a Ravena que estava certa, na noite anterior ela me ligara para conversar e me dera aquele conselho, Rocky tinha sido ignorante comigo porque talvez fosse da natureza dele, ele não me conhecia, eu não podia esperar um tratamento diferente e ainda tinha a relação dele com a Lizzy que era no mínimo... Estranha.
-Onde está indo? – a voz da minha mãe me fez parar na porta, eu queria sair, ia dar uma volta na praia, sei lá, talvez encontrar alguém para conversar, eu podia até ir na casa da Ravena.
-Vou dar uma volta. – falei rápido.
-Não vai tomar café? Não vai comer nada?
-Como na rua, combinei com a Ravena de que iria a uma cafeteria com ela hoje de manhã, então não posso comer em casa, não é?
Minha mãe sorriu quando forcei um sorriso em sua direção.
-Até mais tarde mãe.
Saí quase correndo de casa e fui para a praia, eu não sabia o que estava fazendo por ali sozinha, mas não estava com vontade de companhia, eu não ia na casa da Ravena, pelo que ela me dissera na noite anterior pelo telefone era melhor eu não aparecer por lá tão cedo, eu não queria criar mais problemas.
Sentei em um quiosque e fiquei observando o mar.
-A senhorita deseja alguma coisa? – quando ergui os olhos vi que um garçom estava de pé ao meu lado com um sorriso no rosto, eu respirei fundo.
-Uma água, por favor.
-Trago em um minuto.
Continuei observando o mar enquanto ele trazia a minha água, havia várias pessoas na praia, mas nenhuma delas parecia me notar, que bom, eu era invisível.
-Debby? – a voz me fez erguer os olhos e dar de cara com um sorriso conhecido, era ele, SanHa me olhava e sorria pra mim.
Me concentrei naquela cena e percebi que Lizzy e Rocky estavam com ele, um pouco mais afastados, mas ainda assim próximos o suficiente para fazer meu coração disparar.
-O que está fazendo aqui sozinha? – SanHa perguntou e eu voltei a encará-lo, forçando um sorriso.
-Eu estou apenas tomando um ar, o clima matinal da praia é ótimo.
-Pois é eu sei. – ele ainda sorria. – ei gente chega aí. – ele se virou para Rocky e Lizzy que riam de alguma coisa, talvez uma piada entre os dois e pararam de imediato para o encarar. – vamos tomar um suco por aqui?
Os dois se entreolharam, Rocky não pareceu muito contente com a proposta, mas Lizzy sorriu na direção dele e segurou sua mão o que fez com que a carranca que ele tinha no rosto se desfizesse e ele se aproximasse ao lado dela.
Perto demais, perto demais.
SanHa puxou uma cadeira de frente a mim e sentou, Lizzy ao lado dele e Rocky ao seu lado o que fez com que no fim das contas ele acabasse sentado ao meu lado.
-E então? Vocês estão vindo de onde? – eu me esforcei para perguntar, eu não podia parecer uma idiota na frente daqueles três, não mesmo.
-Delegacia. – SanHa respondeu simplesmente. – eu e a Lizzy fomos tirar o Rocky de lá.
Eu o olhei agora mais de perto do que nunca, Rocky estava com o rosto machucado.
-Nossa foram eles que fizeram isso com você? – perguntei e ele que encarava o mar se virou para me olhar, quando os olhos dele pousaram em cima de mim meu coração deu uma cambalhota dentro do peito.
-Foi. – aquilo foi tudo o que ele disse.
-Os policias são bem abusados aqui Debby. – Lizzy falou e eu a encarei, ela tinha mesmo um sorriso doce. – eles acham que podem fazer o que querem.
-Abuso de autoridade. – falei enquanto ainda a olhava e ela sorriu.
-Isso mesmo.
O garçom enfim se aproximou com a minha água, ao vê-lo SanHa encarou os companheiros.
-O que vamos pedir? Eu estou com fome e com sede, não consegui tomar café direito.
Quando ele disse aquilo olhou diretamente para a Lizzy e ela baixou os olhos o que me fez pensar que ela tinha algo a ver com o fato de ele não ter tomado café, mas eu não sabia o que poderia ter sido e decidi não perguntar.
-E o nosso amigo aqui não comeu nada também. – ele falou e Rocky ergueu os olhos para encará-lo.
-Não estou com fome.
-Claro que está não seja chato. – SanHa falou simplesmente. – vamos ver, o que vocês querem meninas?
A Lizzy me encarou com um sorriso, eu baixei os olhos encarando a garrafa de água.
-Eu tomei café antes de vir pra cá SanHa, desculpe. – falei simplesmente. – vou ficar apenas na água mesmo.
-Ah ok então. Lizzy?
-Só um suco de maçã por favor. – quando ela disse isso eu vi SanHa sorrir, eu sabia o motivo do sorriso, todo mundo na escola sabia que maçã era o suco favorito dele.
-Um suco de maçã para mim também e se você tiver sei lá, bolo, pães e coisas do tipo seria legal... Rocky?
-Já disse que não estou com fome.
-Lizzy, qual o suco que eu peço pra ele? – SanHa ignorou o comentário e a encarou, Lizzy sorriu.
-Da forma que ele está azedo hoje, pode ser um suco pra combinar com ele, limão quem sabe.
Rocky não se moveu com o comentário.
-Ok então, um suco de limão, dois de maçã e qualquer coisa que você tiver para comer aí.
O garçom anotou o pedido e saiu com um sorriso no rosto.
-E então? Sobre o que querem falar? – SanHa nos encarou e Lizzy sorriu.
-Você não consegue ficar calado um minuto? – Rocky perguntou enquanto ainda encarava o mar e as pessoas que passavam. – tem sempre que estar falando?
-E você tem sempre que ter essa cara de bunda? – SanHa falou e eu o encarei surpresa, Lizzy abafou o riso. – vamos lá cara, a gente acabou de te tirar da cadeia, o dia está lindo e agora que começou, vamos bater um papo e tomar um sol.
-Eu concordo com o SanHa. – Lizzy se manifestou. – Rocky, sempre somos apenas nós dois aqui, vamos aproveitar que nesse verão temos companhia, vamos nos enturmar um pouco, não vai doer.
-É a gente podia terminar de tomar esse café, ir até em casa pegar algumas coisas e depois voltar, a praia está movimentada, vai ser legal a gente se juntar aqui para tomar um banho de mar, não acham? Passar a tarde juntos, não sei, podíamos chamar o restante do pessoal que estava na boate ontem.
Meu coração deu um salto, passar a tarde com eles na praia?
-Seria divertido, eu topo. – Lizzy falou com um sorriso. – vamos aproveitar, afinal nunca sabemos quando tudo isso pode ser tirado de nós, não é?
-Isso mesmo. – SanHa concordou com um sorriso.
-Debby você topa? – eu me assustei ao ver ela me encarar.
-Está bem, por mim está ótimo. – falei no susto.
-Rocky?
Rocky enfim parou de encarar o mar e a olhou, Lizzy o encarou com um olhar suplicante.
-Por favooooor, por mim, faz isso por mim?
Ele respirou fundo.
-Ok, ok.
Algo dentro de mim se manifestou, um misto de sentimentos me invadiu, eu estava achando ótimo que agora ele aceitasse estar com a gente, mas ao mesmo tempo o fato de ele só ter cedido por causa dela me deixou intrigada. Qual era o poder que aquela garota tinha sobre ele?
Mari
Eu estava deitada na cama lendo um livro quando meu celular tocou, só podia ser brincadeira, quem seria?
Era a Lizzy e o que ela me propôs me pegou de surpresa, como assim ela queria que eu fosse passar a tarde com todos na praia? Aquilo ia incluir o Jungkook, não ia?
-Você só pode estar brincando. – falei quando ela deu a ideia. – eu e o Jungkook no mesmo ambiente?
-Não vou falar do Jungkook com você Mari, a verdade é que você também é minha amiga e eu não tenho nada a ver com o que aconteceu entre vocês, eu só acho que você não pode ficar se escondendo dessa forma, se não quer falar com o Jungkook, não precisa, terá sei lá, mais umas tantas pessoas para você falar.
-Só a presença dele me enoja Lizzy.
-Eu já te disse que não vou falar dele com você, você sabe a minha opinião a respeito de tudo isso, mesmo que você e ele não sejam mais namorados você ainda é uma das pessoas que eu mais gosto, Mari você não pode passar o verão inteiro trancada em casa.
Eu não respondi de imediato, mas sabia que ela estava certa.
-Não consigo amiga, desculpe.
-Ok pode ficar dando uma de idiota e se isolando do mundo enquanto o Jungkook curte o verão.
Eu já tinha esquecido como a Lizzy conseguia enfiar o dedo na ferida.
-Isso não é justo. – foi o que consegui dizer.
-Não, não é justo você deixar de viver por causa de algo assim, você mesma disse que tudo o que houve entre vocês agora é passado, mas eu não acho e ele também não vai achar enquanto ficar se escondendo dele.
Eu respirei fundo, eu odiava a forma que ela estava sempre certa, era simplesmente irritante.
-Ok então, pode se trancar no seu casulo e fazer o Jungkook ter certeza de que ele ainda mexe com você.
-Ele ainda mexe. – respondi rapidamente.
-Eu sei, você sabe, mas ele precisa saber?
E mais uma vez ela estava certa.
-Vou pensar se apareço ou não.
-Ok fica a seu critério, mas vou avisando, quanto mais você se esconder, mais o Jungkook vai pensar que você ainda sofre por ele e que ele ainda tem controle total sobre você. Até mais.
Ela desligou o telefone me deixando confusa, ela estava certa, eu sei que estava. Escutei uma batida na porta e vi quando minha mãe entrou no meu quarto com um sorriso.
-Quem era no telefone?
-Lizzy me chamando para ir à praia.
-E você vai? – ela perguntou com um sorriso. Minha mãe era team Jungkook, ela era mais uma das pessoas que acreditava que tudo aquilo era uma grande mentira e que alguém armara para nos separar, bobagem, quem se daria ao trabalho e por quê?          
-Eu não sei, a Lizzy me disse um monte de coisas que me fizeram pensar seriamente em ir, não vou ficar aqui sofrendo enquanto o Jungkook se diverte. – falei ficando de pé para arrumar minhas coisas, se ele achava que eu ia ficar chorando por ele estava enganado.
Minha mãe sorriu a me ver arrumar as minhas coisas e naquele instante eu percebi algo, ela sabia que a Lizzy tinha me provocado daquela forma só para me atrair até a praia.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 9
SanHa
Era de se esperar que minha mãe fizesse um escândalo quando me visse machucado, não é? Eu só não sabia que ela ia reclamar tanto, no fim das contas eu nem estava tão mal assim, a Lizzy tinha limpado todo o sangue e como eu chegara de madrugada minha mãe só me vira no dia seguinte, ok, meu olho estava bem pior, estava roxo e muito estranho, mas os lábios e a sobrancelha já não sangravam.
-Eu estou bem já falei. – falei firme me livrando dos braços dela para sentar a mesa do café da manhã.
-Você vem de Seul para arranjar briga na sua primeira noite aqui? Por que você brigou? O que aconteceu?
Eu não respondi de imediato, fiquei encarando-a.
-Foi uma garota, não foi? Isso está com cara de mulher.
-Acha que uma mulher teria tanta força assim? – perguntei com um sorriso, minha avó riu junto.
-Você sabe o que estou tentando dizer Yoon SanHa.
-Mãe por que a gente não muda de assunto? Não tem mais nada para falar, não? Vamos falar da vó. – falei encarando minha avó que estava sentada na mesa de frente a mim. – vó, e aí? Como andam as coisas?
Ela sorriu antes de responder.
-Eu estou bem. – ela falou olhando de mim para o relógio que ficava acima do armário da cozinha. – ela está atrasada.
-Quem? – perguntei e ela sorriu.
-Oh eu falei isso alto? Desculpem, é que estou esperando alguém.
-Quem? – minha mãe a encarou.
-Meu anjo da guarda.
-Anjo? – eu e minha mãe perguntamos ao mesmo tempo.
-Sim, eu tenho um anjo da guarda que cuida de mim, é uma garota aqui da cidade mesmo, ela sempre traz algo pra mim, me faz companhia, regula o horário dos meus remédios, às vezes ela passa o dia inteiro aqui comigo e de vez quando até dorme aqui quando eu peço.
Eu sorri com a informação, existiam mesmo pessoas assim?
-Deve ser uma aproveitadora, quanto você paga para ela fazer isso? Aposto que é um valor absurdo. – minha mãe se manifestou, minha vó a encarou e eu percebi que ela parecia magoada.
-Ela não cobra nada, nada mesmo ela faz isso porque é uma garota maravilhosa, uma pessoa iluminada que gosta de ajudar as pessoas.
-Duvido, sempre tem uma segunda intenção por trás de tudo isso, anjos assim não existem.
-Eu conheci um ontem. – deixei escapar e as duas me encararam, quando vi os olhos da minha mãe em cima de mim percebi que tinha falado besteira.
-Como é?
-Conheci uma garota ontem à noite, se ela não for um anjo não sei o que é, humana ela não é, tem os olhos mais doces que já vi e a voz mais suave também, tudo nela é cativante e encantador, da forma de andar até a forma de ficar irritada.
-Eu sabia que tinha mulher no meio de tudo isso. – e lá estava novamente o assunto da boate, eu e minha boca grande.
-Sim tinha mulher no meio, um cara foi folgado com ela e eu a ajudei e acabei apanhando, satisfeita?
-Não acredito que apanhou por causa de uma garota.
-Eu não disse mãe que se ela valesse à pena eu não me importava em me machucar por ela caso ela cuidasse de mim depois? – falei com um sorriso.
-E ela deve ter cuidado, não é? – ela me encarou firme, eu ri alto.
-Nem todas as garotas são iguais mãe, ela cuidou, mas o máximo que ela fez foi limpar o sangue da minha boca com a manga que arrancou do próprio casaco.
-Existem garotas descentes por aqui. – minha avó de meteu.
-Duvido. Quem era ela? Qual o nome dela?
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa uma movimentação chamou minha atenção, tinha alguém entrando na casa da minha avó? Sim tinha e quando eu vi quem adentrava pela porta da cozinha um sorriso idiota invadiu meus lábios, só podia ser brincadeira.
-Lizzy? – me manifestei e vi ela ficar no mínimo desconsertada, ela era o anjo do qual a minha avó falava? Eu não duvidava.
-Desculpe senhora Yoon, eu não sabia que tinha visitas. – ela falou simplesmente me ignorando e encarando a minha avó que ficou de pé e a encarou com um sorriso. – eu volto depois.
-Claro que não. – minha avó falou segurando-a pelo braço, só então eu percebi que ela tinha uma espécie de cesta em mãos. – vem quero te apresentar minha família.
Minha avó não tinha escutado que eu havia dito o nome dela? Bom, melhor assim.
-Essa é a ex mulher do meu filho, mas que eu considero como uma filha Jang In-Ha e In-Ha essa é a Lizzy meu anjo da guarda.
-Prazer. – ela falou na direção da minha mãe que a olhava analisando dos pés à cabeça.
Quando viu que minha mãe não reagira, minha avó me encarou.
-E esse é meu neto SanHa. SanHa essa é a Lizzy.
-Eu sei, a gente já se conhece. – falei rápido com um sorriso, Lizzy sorriu e em seguida baixou os olhos encarando o chão, aquele gesto era tão... Encantador.
-Já se conhecem de onde? – minha avó falou com um sorriso.
-Não está na cara? Ela é a garota da boate, não é SanHa? – minha mãe disparou na nossa direção, vi a Lizzy me encarar com o olhar confuso. – a garota que causou toda a confusão que te deixou assim. Não é?
-É sou eu sim. – antes que eu falasse ela confirmou. – sinto muito pelo que aconteceu ontem, mas seu filho foi um herói, ele me salvou de um cara folgado que estava tentando...
-Eu imagino o que esse cara estava tentando fazer. – minha mãe a cortou e eu pude ver a forma com que a Lizzy ficara perdida com aquilo. – e também imagino o que você estava fazendo para que ele tentasse algo, não é?
-Mãe! – eu a adverti, ela não podia falar assim com a Lizzy, era absurdo ela não a conhecia.
-Eu estava dançando senhora. – Lizzy falou simplesmente com um tom magoado na voz.
-Imagino a forma com que dançava.
-Mãe ela estava dançando comigo! – falei rápido para tentar acabar com aquela palhaçada de uma vez, - você está sendo rude com ela.
-Dançando com você?
-Sim! Temos amigos em comum, eu a vi entre eles e a chamei para dançar– falei quando ela ameaçou falar alguma coisa. – eu só queria passar um tempo com ela, só isso.
Lizzy não disse nada, ao invés disso encarou minha avó.
-Eu vim te trazer as frutas e o bolo senhora Yoon, você está tomando os remédios direito, certo?
-Eu cuido dela. – minha mãe falou firme. – dela e do meu filho não preciso que você se finja de anjo da guarda da minha sogra para se aproximar dele.
Eu não acreditava que minha mãe estava dizendo aquilo.
-Mãe por favor.
-Eu já acompanhava a senhora Yoon antes de saber que o neto que ela tanto falava era o SanHa senhora, não preciso disso para me aproximar do seu filho e no fim das contas quem te disse que eu quero? Se não me engano ele acabou de dizer que ME chamou para dançar e não o contrário, pelo que podemos concluir aqui ele estava tentando se aproximar de mim e não eu dele, agora se me der licença estou de saída.
Ela se virou e seguiu cozinha afora, eu encarei minha mãe.
-O que pensa que está fazendo mãe? Você não tinha o direito de tratar ela dessa maneira.
-Eu sei o que garotas como ela procuram quando se aproximam de você, você é uma estrela meu filho.
-Ela nem sabe que eu jogo futebol mãe, nada justifica sua grosseria, com licença.
-SanHa aonde você vai?
-Atrás dela!
Corri na direção da rua, eu tinha que falar com ela, a Lizzy não merecia ter sido tratada daquela forma não mesmo.
Jay
Eu ainda não acreditava na confusão que tínhamos arrumado na noite anterior, eu estava todo doído de distribuir socos e pontapés, só sabia que não estava pior do que o SanHa, em falar nele era melhor dar um pulo na casa da avó dele para ver se estava vivo.
Tomei café e segui até lá, eu queria bater um papo com ele, entender direito o que tinha acontecido, afinal SanHa não era cara de entrar em uma briga por causa de uma garota.
Quando cheguei na casa em que ele estava toquei a campainha, me admirei ao ver a mãe dele abrir a porta.
-Jay que prazer te ver aqui. – ela falou com um sorriso me dando um abraço apertado.
-Oi  In-Ha, é mesmo muito bom te ver também, o SanHa já acordou?
-Já sim, mas não está em casa.
-Não está? – estranhei e ela fez um gesto para que eu entrasse, entrei olhando ao redor, a avó dele estava lá, me fez um gesto com a mão, mas não se aproximou. – ele foi pra onde? – perguntei quando sentei no sofá que ela me indicou.
-Saiu com a aproveitadora!
-Aproveitadora? – perguntei ainda mais perdido. – de quem está falando?
-A Lizzy é um anjo e não uma aproveitadora! – a avó dele falou da cozinha, mas In-Ha pareceu ignorar.
-Lizzy? – perguntei me lembrando dela da noite anterior e da forma com que SanHa parecia fascinado ao vê-la. – ele saiu com a Lizzy? Como assim?
-Você conhece ela? – Anne me olhou em expectativa.
-A gente se conheceu na boate ontem à noite. – falei rápido. – ela é prima de um amigo nosso, pelo que eu pude ver dela é uma garota muito doce.
-Ela é um anjo. – a avó reforçou.
-Lobo em pele de cordeiro, tenho certeza que ela está dando um jeito para se aproximar do SanHa.
-Com todo respeito, pelo que eu vi na boate era o SanHa que estava disposto a perder um braço para se aproximar dela.
-Tenho que saber como ela o seduziu.
-Isso não sei te informar, a verdade é que fui testemunha do que aconteceu, o SanHa olhou pra ela e pronto decidiu que queria ficar com ela.
-Conseguiu?
-Que eu saiba não. – falei já começando a me incomodar com o interrogatório. – olha In-Ha eu preciso ir agora, vim só para ver como o SanHa está, mas já que você disse que ele saiu com a Lizzy com certeza está melhor do que eu.
Ela não disse nada, mas me olhou com uma cara de poucos amigos.
-Quando ele voltar pode dizer que eu vim? Eu ficaria grato. Até mais.
E assim fui embora antes que ela me pedisse para implantar um chip rastreador no SanHa.
Lizzy
Eu nunca tinha sido tratada tão mal em toda a minha vida, eu não imaginava que o SanHa era o neto que a senhora Yoon tanto falava, mas como eu imaginaria? Eu estava magoada, era claro que estava, a mãe dele tinha sido extremamente grossa comigo e sem motivo algum, eu entendia que talvez ela pudesse ter se chateado pela forma que o filho se machucara por minha causa, mas a culpa não era inteiramente minha, era? Eu não era o tipo de garota que ela achava que eu era.
-Lizzy! Lizzy ei espera um segundo. – eu escutei a voz dele mas não me virei e nem parei de caminhar, eu não queria o SanHa perto de mim, não depois de tudo o que a mãe dele estava pensando a meu respeito. – ei Lizzy, espera.
Ele parou de frente a mim e eu tive que parar de caminhar senão esbarraria nele.
-O que você quer? – perguntei irritada olhando-o nos olhos, eu sabia que ele não tinha culpa das coisas que a mãe dele dissera, mas de certa forma eu estava com raiva dele também.
-Quero pedir desculpas pelas coisas que a minha mãe disse, ela não te conhece e...
-É, ela não me conhece, bem observado SanHa, olha eu entendo que ela queira te proteger, mas você pode dizer pra ela que eu não sou uma ameaça, por mim eu nem me aproximava mais de você.
Ele me encarou, eu pude notar que minhas palavras de certa forma tinham causado algo dentro dele.
-Por quê? O que eu fiz pra você? Sou assim tão ruim?
-Não pelo visto você é bom demais pra mim e eu não quero me meter em problemas por sua causa, vamos deixar as coisas como estão, te agradeço por ter me ajudado ontem foi muito gentil da sua parte, mas acaba por aqui, ok? Com licença.
Voltei a caminhar, mas antes que eu me afastasse ele me segurou pelo braço me obrigando a parar.
-Acaba o que por aqui? – ele me encarou. – a gente nem começou nada ainda Lizzy.
-Isso mesmo, melhor ainda. – falei me soltando dele. – então vamos esquecer que nos conhecemos, ok? Você esquece que apanhou por minha causa e eu esqueço que sua mãe me tratou feito uma prostituta e todo mundo fica feliz.
-Eu não fico. – ele falou se colocando novamente na minha frente. – ontem a gente fez um acordo diferente.
-Ontem sua mãe não tinha tentado me matar.
-Quem se importa com a minha mãe? Eu sei que é minha avó que tem razão, você é um anjo, eu senti isso quando nos conhecemos e não quero me afastar de você, mesmo que você só queira a minha amizade, eu te prometi ontem que não passaria mais dos limites, não foi? Então estou disposto a cumprir essa promessa, por favor.
Eu respirei fundo olhando nos olhos dele, era claro que SanHa não tinha nada a ver com o que a mãe havia dito, eu não podia misturar as coisas, mas a forma que a mãe dele falara de mim ainda estava me deixando muito nervosa.
-Desculpe, mas acho que seria melhor se você obedecesse sua mãe e ficasse longe de mim.
-O problema não é com você...
-Me pareceu bem pessoal.
-É que minha mãe é protetora demais.
-Se ela te protege é porque precisa.
-Está dizendo que eu sou algum tipo de cara irresponsável que precisa ser protegido pela mãe ou vai fazer algum tipo de merda?
-Exatamente isso. – falei simplesmente e ele riu alto.
-Talvez eu seja meio assim mesmo, mas ela não pode me proteger para sempre e pior ainda, das pessoas erradas.
-Eu posso ser uma má pessoa como ela pensa. – falei encarando-o, ele sorriu fazendo um gesto negativo com a cabeça.
-Eu aposto mais na versão da minha avó de que você é um anjo.
Eu não respondi.
-E para onde está indo agora?
-Delegacia. – falei. – quero ver se consigo tirar o Rocky de lá.
-Eu vou com você.
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-Não precisa.
-Mas eu quero, afinal eu comecei a briga e ele que foi preso, com certeza a gente vai conseguir tirar ele, os policias não tem motivos para mantê-lo lá, é abuso de poder se o fizerem.
-Você é advogado por acaso?
-Não, mas meu pai é, qualquer coisa a gente pode ligar pra ele, o que acha?
Eu o encarei por mais alguns segundos.
-Continua cumprindo a promessa que me fez?
Ele fez um gesto de positivo com a mão. Eu sorri me dando por vencida, no fim das contas levar o SanHa talvez não fosse uma ideia assim tão ruim.
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Cap. 8
Rocky
Claro que quando chegamos na delegacia eles não iam simplesmente me enfiar em uma cela e me esquecer lá, claro que não, eu conhecia aqueles caras e sabia exatamente o que eles fariam.
-E então? Pronto para dizer a verdade sobre a briga na boate? – um deles me encarou e eu o olhei firme.
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-Eu já disse, um cara folgado foi pra cima da Lizzy e eu o afastei, simples assim.
Antes que eu pudesse pensar recebi uma pancada forte no estômago que me obrigou a me curvar, mas como minhas mãos estavam algemadas para trás nem pude reagir.
-Vamos tentar de novo, por que a briga começou?
-Eu já disse. – falei tentando recuperar o fôlego que a pancada me tirara. – foi apenas isso.
-Resposta errada! – mais uma pancada, mas desta vez na minha nuca com o cassetete, eu caí de cara no chão com a força do golpe.
O pior de tudo eram aquelas mãos algemadas que me impediam de pelo menos tentar me proteger. Quando caí, bati o queixo no chão e senti ele abrir de imediato.
-Coloca ele de pé. – o policial que me bateu falou e o outro que estava do lado obedeceu, eu os encarei, meu sangue escorria pelo queixo e pingava no chão tingindo-o de vermelho.
-Pronto para falar a verdade agora?
O que eles queriam que eu falasse? Eu sabia bem o que era, mas eu não ia dizer aquilo, eu não tinha feito nada além de tentar defender a Lizzy aquela era a verdade.
-Vocês podem me matar, mas meu discurso não vai mudar, eu não fiz nada.
O que me batera se aproximou mais me encarando de perto, eu podia sentir a respiração dele no meu rosto.
-Acho melhor você confessar antes que eu deforme esse seu rostinho lindo.
-Pode fazer o que quiser comigo, não vou confessar nada porque eu não fiz nada.
-Eu vou tirar isso de você nem que eu tenha que te arrebentar inteiro.
Eu sorri em forma de deboche encarando o chão, o policial pareceu mais irritado do que nunca.
-Vamos ver se você vai continuar rindo quando eu trouxer aquela sua amiguinha aqui amanhã, Quem sabe ela não é mais cooperativa, não é?
-Você não é louco de tocar na Lizzy! – falei firme a raiva me invadindo.
-Não vou machucar ela, quer dizer, se ela ficar quietinha enquanto eu me divirto.
Não sei o que deu na minha cabeça, mas quando dei por mim tinha cuspido o sangue da minha boca no meio da cara dele.
-Você vai se arrepender disso eu bandidinho de merda, pode escrever o que eu digo, leva esse bosta daqui!
O outro policial me puxou pelas algemas e me atirou em uma cela retirando-as em seguida, que bom agora eu estava de volta às origens, mas pelo menos estava com as mãos livres.
Me aproximei da cama e sentei limpando o sangue do rosto com a ponta dos dedos, a cela pelo menos estava vazia, aquilo era uma das poucas coisas boas em morar no litoral, não tinham tantos bandidos assim.
-Quanto tempo você acha que vai levar para a gostosinha vir visitar esse perdedor? – eu ouvi um dos policiais falar e fiquei de pé me aproximando rapidamente da grade, de quem eles pensavam que estavam falando para usar aquele tipo de linguajar?
-DO QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO AÍ? – gritei irritado segurando as grades com força.
-Ei vai com calma aí imbecil. – um dos policiais se aproximou da grade e bateu na minha mão com o cassetete, eu me afastei gemendo, aquela merda era mesmo pesada e machucava demais. – ninguém pediu sua opinião então quietinho.
-É da minha amiga que estão falando. – protestei enquanto abria e fechava a mão para ter certeza de que não havia quebrado nenhum osso.
-Eu sei perfeitamente de quem estamos falando, mas parece que você esqueceu com quem está falando, não é? Se eu quiser me livrar de você agora mesmo ninguém além daquela vaquinha vai sentir a sua falta.
Eu fiquei quieto, aquilo era verdade eu não tinha família no fim das contas.
-Todo mundo naquela boate viu vocês me trazerem para cá. – falei o mais firme que o medo permitiu, eu não era idiota eu sabia do que caras assim eram capazes. – não vai ser assim tão fácil se livrar de mim sem deixar rastros.
Eles me encararam por mais alguns segundos antes de me virarem as costas e sumirem corredor afora, pois é, agora eu estava mesmo ferrado.
Jungkook
Quando a Lizzy chegou em casa eu percebi que de certa forma ela estava um pouco nervosa, quem não estaria no fim das contas, afinal o melhor amigo dela tinha sido levado para a delegacia e sabe-se lá o que tinham feito com ele por lá, a verdade era que eu estava tentando acreditar que aqueles policiais iam apenas perguntar sobre o acontecido e liberar o Rocky, mas eu sabia que não ia ser assim.
Quando ela seguiu para o quarto eu fui em seu encalço, esperei ela entrar e depois bati na porta, eu não sabia se ela queria conversar, mas eu tinha que arriscar, não? Afinal eu era primo dela.
-Liz? – ela abriu um sorriso a me ver empurrar a porta, aquilo era algo que eu admirava nela, quer dizer, a Lizzy podia estar tento um conflito gigante dentro dela, mas ela sempre sorria de uma forma encantadora. – ei como você está?
Ela deu de ombros.
-Estou bem, só um pouco preocupada com o Rocky, sabe?
-Sei sim. – falei me aproximando da cama dela e me atirando de costas lá. – Liz por que ele assumiu a culpa?
Ela se virou para me encarar novamente com aquele sorriso.
-Não sou eu quem tem que te dizer isso Jungkook desculpe.
-Eu sei, desculpe por perguntar.
Ela sorriu e sentou na cama me encarando.
-E a Mari? Você a viu na boate?
Eu respirei fundo quase tinha me esquecido dela.
-Não, no meio da confusão não consegui vê-la.
-Jungkook você não tem mesmo nenhuma pista ou nenhuma ideia de quem disse pra ela que você tinha uma namorada?
-Nenhuma! – falei me dando por vencido. – nenhuma mesmo prima.
Ela se atirou na cama ao meu lado, ficamos os dois encarando o teto sem nada dizer por alguns minutos.
-Isso é uma merda, eu sei o quanto você gosta dela, sei que a ama primo.
-Eu amo mesmo. – falei me virando para encará-la, Lizzy fez o mesmo. –não consigo ficar sem ela.
-E eu não consigo te ver assim triste. – ela falou passando a mão de leve pelo meu rosto. – queria poder fazer alguma coisa.
-Você já faz mais do que precisa, está aqui comigo, não está? Suportou minha choradeira esse tempo todo por telefone...
-Isso é verdade. – ela falou sorrindo e ficando de pé rápido, eu notei que ela ia na direção do banheiro, provavelmente escovar os dentes, sentei na cama e a encarei.
-E você e o SanHa? – perguntei quando ela entrou no banheiro, ela voltou e me encarou segurando a blusa, pelo jeito ela ia tirar, mas quando ouvira eu perguntar aquilo desistira e voltara para conversar.
-O que tem ele?
-Você ficou para trás para cuidar dele.
-Você que mandou.
-Sim eu sei, é que notei que ele estava afim de você, e aí? Nada?
Ela sorriu voltando para dentro do banheiro, eu podia vê-la trocar de roupa pelo reflexo do espelho, mas calma, ela não ficara completamente nua e bem, para mim ver a Lizzy de lingerie não era nada de mais, afinal fomos criados juntos e ela era como uma irmã pra mim.
-Ele tentou me beijar. – ela falou simplesmente. – mas, eu não deixei.
-Achei que caras como o SanHa te atraiam.
Ela riu alto.
-Por que acha isso?
-Não sei, todos os caras com quem te vejo são como ele, caras que não se apegam a garota nenhuma, você mesma me disse que preferia caras assim, afinal eram amores de verão e em menos de um mês eles iam embora e puft, pronto!
-Isso é verdade. – ela concordou. – não gosto de caras que se apegam.
-Eu sei disso, por isso falei que o SanHa é seu tipo de cara.
Ela me encarou e sorriu.
-Não seja bobo.
-O cara parece ser legal, não é feio e ficou aos seus pés como de costume.
Ela sorriu ainda mais se aproximando e pulando sentada na cama ao meu lado.
-Falando assim até parece que eu sou sei lá, a garota poderosa que tem todos os homens que quiser aos pés.
-É mais ou menos assim, eu te vejo como uma garota poderosa que pode fazer tudo e que é indestrutível.
Ela sorriu ao ouvir aquilo, mas não foi aquele sorriso que eu era acostumado a ver, era um sorriso diferente, estranho.
-O que foi? Falei besteira?
-Não, claro que não, é só que eu queria mesmo ser poderosa, mas queria ter um tipo diferente de poder.
-E qual seria? – perguntei curiosa, ela sorriu bagunçando meus cabelos.
-Já está querendo saber demais primo, vai some daqui que eu quero dormir.
Eu sorri, me aproximei e dei um beijo demorado no rosto dela, Lizzy sorriu.
-Eu te amo sua tonta, até amanhã.
-Também te amo. – ela falou e eu segui caminho.
Hobi
Claro que estava todo mundo achando super estranho a forma com que o amigo da prima do Jungkook simplesmente assumira a culpa de tudo e os policiais nem ao menos protestaram, quer dizer, tinha algo estranho ali, não tinha? Era como se ele já fosse conhecido ou algo assim, o cara era um bandido? Se fosse Deus me livre de esbarrar com ele novamente.
-Está muito quieto. – Shay reparou enquanto caminhávamos na direção da casa dela.
-Estava pensando no que aconteceu na boate, será que aquele tal de Rocky é um bandido?
-A prima do Jay afirmou que não.
-Eles são amigos, se ele fosse ela diria? Você diria no lugar dela?
Shay ficou um tempo quieta e eu percebi que ela provavelmente estava pensando, mas não tinha o que pensar a resposta era não.
-Não. – ela falou simplesmente.
-Viu? Foi o que quis dizer, será que ele é mesmo um bandido?
-Não sei, mas você ficou com medo?
Fiquei quieto, eu tinha ficado com medo? Claro que tinha, eu era a pessoa mais covarde que eu conhecia.
-Claro que fiquei, você não?
-Não. – ela falou simplesmente, eu parei e a encarei, ao perceber que eu tinha parado Shay parou também. – o que foi?
-Está dizendo que eu fui o único a me assustar com toda essa história?
-Provavelmente.
A forma com que ela falou só me serviu para saber que eu não era o  único que me achava um completo frouxo.
-Você tem medo de tudo Nini, nem tem mais graça. – ela disparou e voltou a caminhar, eu fiquei encarando suas costas enquanto ela andava. Eu tinha mesmo medo de tudo?
Sim eu tinha, eu sabia que era um covarde, às vezes Shay parecia bem mais forte do que eu, de onde vinham minha fraqueza e a força dela? Não sei, minha fraqueza vinha de mim, havia algo errado dentro de mim, algo que eu não conseguia controlar.
-Acho melhor você voltar daqui. – a voz dela me despertou e eu parei de repente, estávamos próximos a casa dela.
-Seu pai está em casa, não é?
-Penso que sim. – ela falou encarando o chão.
Eu a analisei, Shay era mesmo uma pessoa forte, só havia uma coisa no mundo que a assustava, seu pai e eu nem ao menos sabia o motivo daquilo.
-Ok, a gente se vê amanhã? – concordei me aproximando e dando um beijo breve nela, ela sorriu.
-Sim a gente se vê.
Dei meia volta e segui meu caminho, eu não queria esbarrar com o pai dela não mesmo, se ela que era uma das pessoas mais fortes que eu conhecia tinha medo dele, imagina eu?
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Cap. 7
Lizzy
Era claro que estava todo mundo me encarando como se eu fosse um ser de outro planeta, afinal os policias me conheciam e bem o meu amigo tinha sido levado sem nem ao menos discutir, era claro que eles iam querer uma explicação para aquilo, eu também iria querer se estivesse no lugar deles.
-Ok, alguém pode me explicar o que aconteceu aqui? – uma garota se manifestou olhando ao redor, era Shay eu acho. – vocês estão horríveis a propósito.
Eu encarei todos ali, sim todos estavam realmente horríveis, mas o pior era o SanHa, a boca dele ainda sangrava assim como a sobrancelha, o olho estava vermelho, com certeza no dia seguinte estaria roxo e ele segurava o braço direito, parecia ter se machucado de verdade.
-A culpa foi minha. – ele se manifestou antes que eu pudesse falar alguma coisa. – eu comecei essa briga toda.
-Você? – foi a vez do namorado dela se manifestar, Hobi se não me engano. – como assim?
-Um cara folgado se aproximou da Lizzy, eu o afastei e deu no que deu, ele chamou alguns amigos e bom, resultou no que vocês viram.
Ele tinha simplesmente ocultado a parte de ter apanhado do Rocky, era melhor assim no fim das contas.
-E como o Rocky entrou na briga? – Jungkook me encarou. – e pior ainda Lizzy, por que ele assumiu a culpa sozinho?
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-O Rocky apareceu em seguida ainda para me defender, olha gente eu sei que está todo mundo se perguntando porque os policiais levaram ele e porque ele não reagiu, eu não posso dizer, mas posso garantir que ele não é nenhum bandido.
Ninguém pareceu se convencer, mas eu não podia contar a verdade, por mais que eu fosse parte de tudo o que aconteceu, se quisesse contar, o Rocky o faria algum dia o que eu duvidava muito.
-Acho melhor a gente ir embora. – Jungkook falou para cortar o papo, o restante das pessoas ainda me encarava me olhando estranho, mas eu não podia fazer nada aquele respeito, eu não ia contar o motivo dos policiais nos conhecerem, aquele segredo não era só meu.
Todos se dirigiram para fora da boate, eu caminhava de cabeça baixa na frente, eu não queria que aquela confusão tivesse acontecido, agora Rocky estava na cadeia e mais uma vez a culpa era minha.
Continuei caminhando, mas algo chamou minha atenção, SanHa caminhava mais atrás, seus passos eram lentos e de vez em quando ele parava e segurava o braço direito.
-Se eu fosse você iria até lá. – Jungkook se aproximou de mim ao ver que eu olhava o SanHa. – afinal o cara apanhou por sua causa.
Sim aquilo era verdade, eu fiquei olhando-o, respirei fundo e segui até ele, antes que eu me aproximasse ele parou levando a mão a barriga, lembrei de imediato daquele soco que ele levara que quase o deixara desacordado, pois é, mais uma vez minha culpa.
-SanHa? – falei insegura ao me aproximar, ele ergueu os olhos e me forçou um sorriso respirando fundo. – você está bem?
-Na verdade minha barriga dó um pouco quando eu ando. – ele falou com a voz um pouco baixa. – acho que sei lá, devo ter machucado na briga.
-Deve? Você levou um soco que te fez cair no chão.
-Ah é verdade. – ele falou rindo alto, quando riu segurou a barriga novamente e o que era para ser um sorriso se transformou em um gemido de dor.
-Calma senta um pouco aqui. – falei puxando-o para um lugar próximo do cais para que ele sentasse, quando nos viram nos afastar Jungkook parou.
-LIZZY! – ele gritou. – O QUE ESTÁ FAZENDO?
-ELE NÃO CONSEGUE ANDAR AGORA, PODE IR NA FRENTE, EU VOU DAQUI A POUCO.
Jungkook não disse nada, apenas se virou e seguiu caminho junto com os outros. Eu voltei a encarar o SanHa, ele estava sentado olhando o mar.
-Obrigado por ter ficado. – ele falou sem tirar os olhos do oceano, eu o encarei, SanHa tinha o olhar perdido na água negra do mar.
-Não obrigada você por ter me defendido lá na boate, você não precisava a gente nem se conhece direito.
-Eu sei que não. – ele falou com um sorriso fraco. – mas, eu não ia deixar aquele cara se aproximar de você da forma que ele fez, foi rude e estúpido e eu odeio pessoas estúpidas.
Eu fiquei quieta, SanHa agora riu com vontade.
-Eu nunca apanhei tanto na vida. Me senti um saco de pancadas.
Eu não consegui me conter e ri junto, SanHa tinha um sorriso no mínimo envolvente.
Sentei ao lado dele e o encarei de perto, eu nunca tinha visto um cara assim tão bonito, tudo nele era extremamente... Perfeito. Bom, a boca e a sobrancelha ainda sangravam, eu não tinha um lenço nem nada parecido, mas tinha meu casaco, o retirei e puxei a manga rasgando-a, ao ouvir o som do tecido SanHa me encarou.
-Não, o que está fazendo?
-Shh! – falei firme terminando de rasgar a manga do casaco.
Quando terminei o encarei novamente, ele me olhava com um olhar perdido, eu fiquei olhando-o por um segundo sem me mover, tudo nele era sistematicamente perfeito e intrigante, eu não sabia se era loucura da minha cabeça ou qualquer outra coisa, mas eu estava sentindo uma vontade anormal de beijá-lo. Por quê?
-Se quiser chorar, eu deixo. – falei ao voltar enfim a mim e começar a limpar o sangue da sobrancelha dele.
SanHa apenas sorriu me olhando, terminei de cuidar da sobrancelha dele fui cuidar da boca, agora me diz uma coisa, se para cuidar da sobrancelha eu já estava tremendo, imagina só cuidar daquela boca perfeita? Fiquei sem ação, apenas olhando-o.
-Algum problema?- ele perguntou confuso.
-Não, claro que não, termino em um minuto.
Continuei o que estava fazendo tentando permanecer com a cabeça no lugar.
-SanHa eu queria te agradecer realmente por ter me defendido.
-Não precisa, afinal depois de tudo é você quem está cuidando de mim.- eu ri.
-Obrigada por ter agido daquela forma, foi estúpido, mas serviu para eu saber que sei lá, de certa forma mesmo não me conhecendo você se preocupou.
Ele ficou me olhando por alguns segundos, quando notei que ele se aproximava para me beijar, empurrei o lenço improvisado contra a boca dele e fiquei de pé.
-Eu acho que a gente já pode ir agora, SanHa.- eu falei dando as costas pra ele e começando a caminhar na direção de casa.
Baixei a cabeça e comecei a correr. O que ele estava pensando?
Debby
Por que os policiais tinham levado o Rocky daquela forma? E pior ainda por que ele não reagira? Aquilo estava martelando na minha mente, quem era ele e o que estava acontecendo?
-Debby? – eu encarei a Ravena e só então pela forma que ela me encarava que eu estava parada no meio da praia sem me mover olhando sei lá o que. – prima?
-Oi? Desculpe prima eu estava viajando.
Ravena me encarou e sorriu.
-Prima eu vi que aquele cara que a policia levou, bem é o cara no qual você se amarra.
-Eu não me amarro nele.
-Não se amarra? Sei que você fica horas observando ele da janela, parece até que é sei lá intima dele.
-O Rocky é misterioso prima e eu não consigo decifrar ele.
-Decifrar? Acho que ninguém conseguiu, quer dizer, a polícia simplesmente levou ele e eu não entendi nada, os policiais conheciam ele de onde?
-Isso eu acho que a gente não vai descobrir, quer dizer, se você não se aproximar dele a gente não vai conseguir saber.
-Eu me aproximar dele? – falei rindo alto. – você não viu a forma que ele me ignorou.
-Ele te ignorou? – Ravena me encarou e o sorriso que eu tinha no rosto desapareceu ao lembrar da maneira que ele me tratara na boate.
-Sim ele me ignorou, na verdade foi bem mal educado comigo.
Antes que Ravena falasse alguma coisa, Jay se aproximou com um sorriso no rosto.
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-O SanHa enfim conseguiu.
-Conseguiu o que? – perguntei atordoada.
-Ficar sozinho com a prima do Jungkook, Lizzy não é o nome dela? Percebi a forma que ele estava olhando pra ela, a confusão na boate não deixou ele aproveitar, por isso ele deu um jeito de ficar enfim a sós com ela.
Só então eu notei que SanHa e a tal de Lizzy tinham ficado para trás, pois é, como sempre Yoon SanHa não dava ponto sem nó, ele sempre conseguia o que queria e com certeza ia ficar com aquela garota, que ficasse era até melhor para mim, afinal Rocky estava visivelmente envolvido com ela, eu só não sabia o nível desse envolvimento e a razão dele.
SanHa
Fiquei de pé e corri até ela sem pensar muito na dor ou em qualquer  outra coisa, eu tinha feito besteira, era claro que tinha feito, a forma com que a Lizzy agia devia ter me feito pensar duas vezes antes de fazer bobagem, ela era diferente das outras garotas, mas eu infelizmente só tinha percebido isso depois de fazer merda.
-Lizzy espera! – consegui enfim alcançá-la e parei de pé em sua frente, ela parou de correr de imediato e me encarou, seus olhos estavam assustados, confusos e acima de tudo irritados.
-Achei que não conseguisse nem andar direito. – ela falou firme. – agora já consegue correr?
Eu parei para respirar e minhas costelas doeram, fiz uma careta e coloquei as duas mãos no local para aplacar um pouco a dor, Lizzy me olhou com ainda mais raiva e seguiu andando a passos firmes.
-Ei espera. – segurei o braço dela ainda sem conseguir respirar direito. – desculpa.
-Desculpa? Desculpa pelo que? – ela perguntou ainda irritada. – desculpa por ter me feito de idiota? Desculpa por me ter feito achar que você estava muito machucado? Você só queria me pegar SanHa.
-Não, não é isso! – falei de maneira desesperada parando mais uma vez de frente a ela. – Lizzy não é isso.
Ela colocou as mãos nos quadris e me encarou, eu sabia que ela não estava acreditando em uma palavra sequer que saia da minha boca. Mas, eu estava mesmo falando a verdade? Não era só aquilo? Minha intenção não era apenas pegar ela? Minha cabeça estava confusa.
-SanHa sai da frente eu estou indo embora.
-Você não pode ir sozinha é perigoso. – falei rápido.
-Eu não tenho medo dessas ruas, conheço essa cidade melhor do que ninguém.
-Não duvido disso. – falei segurando-a novamente quando ela ameaçou dar mais um passo para ir embora. – mas, não vou te deixar ir sozinha.
-Não preciso que você me acompanhe.
-Mas eu preciso que você me acompanhe, por favor.
Ela ficou me olhando firme ainda com as mãos nos quadris e eu não sei exatamente o porque, mas eu achei a forma que ela estava irritada extremamente fofa.
-Por favor, eu realmente te peço desculpas por ter passado dos limites, te prometo que não faço mais.
-Não faz? – ela me encarou e eu sorri em sua direção sem nem ao menos saber porque sorria, eu só sabia que de certa forma tudo o que ela fazia, mesmo que estivesse irritada era extremamente... Fofo.
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-Não, não faço!
Ela retirou a mão dos quadris e eu me assustei ao ver ela erguer uma das mãos na minha direção, eu acompanhei o movimento com o olhar e para a minha surpresa ela tocou minha testa retirando uma mecha do meu cabelo que estava colado lá por causa do suor de ter corrido atrás dela.
-Se você tentar alguma coisa novamente eu te deixo sozinho.
Eu sorri fazendo um gesto de rendição com as mãos, ela sorriu e continuou a caminhar, eu fiquei mais um minuto observando a forma com que o vento noturno da praia sacudia seus cabelos, o que estava acontecendo comigo?
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 6
Jay
Eu e Ravena estávamos dançando quando algo chamou nossa atenção, era uma correria descontrolada, algumas garotas gritavam e esbarravam em nós na tentativa de correr para longe, aquilo definitivamente era uma briga.
-A gente tem que achar o resto do pessoal e sair daqui. – escutei a Ravena falar, mas eu já não estava prestando atenção nela, minha atenção tinha sido desviada para a briga que estava um pouco a nossa frente, eu respirei fundo, só podia ser brincadeira.
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Eu sabia que ele era brigão, quer dizer, de vez em quando durante alguns jogos SanHa se descontrolava e arranjava briga, mas eu não imaginava que ele ia sei lá, arranjar briga em uma boate.
-Só pode ser brincadeira Ravena, é o SanHa!
Ela seguiu meu olhar e forçou a visão, não era apenas o SanHa.
- Não é só ele, aqueles não são Kai e o primo dele?
Forcei a visão e vi que Jungkook e Kai também estavam metidos no meio da confusão.
-Caralho! – foi o que consegui dizer antes de correr naquela direção.
Saí esbarrando nas pessoas e afastando todo mundo que estava na frente para ver o que tinha acontecido, várias mesas estavam viradas e uns três caras cercavam o SanHa, eu não podia deixar meu amigo apanhar daquela forma, eu não sabia o que ele tinha aprontado para ter se metido em algo assim, mas nem queria saber, o verdadeiro amigo não é o que separa a briga, é o que chega na voadora.
Tirei um dos caras e lhe acertei um soco que o fez voar em cima de uma mesa próxima, SanHa me encarou espantado de inicio, quando o vi percebi que ele estava mais do que machucado, a boca sangrava assim como a sobrancelha, vi quando ele sorriu pra mim e acertou um soco no cara que estava a seu lado, eu sorri junto, parecia que tínhamos voltado aos gramados e as confusões que armávamos no fim dos jogos.
A boate inteira estava uma confusão, eu queria saber a razão de toda aquela briga, mas não tinha tempo de perguntar, ao ver que eu entrara na briga, uns caras começaram a me atacar e eu não tive escolha a não ser distribuir socos para todos os lados.
Shay
-O que diabos está havendo? – perguntei olhando ao redor, era uma confusão fora do comum, as pessoas corriam, se esbarravam e atropelavam umas as outras, era uma briga? Sim era e das grandes.
-Hobi acho melhor a gente sair daqui. – falei séria encarando-o, mas Hobi parecia não estar me ouvindo, ele olhava paralisado na direção da briga. – Hoseok!
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-SanHa, Jay, Jungkook. Kai...- ele começou a falar e eu o encarei.
-Do que você está falando?
-Na briga Shay, são os meninos tenho que ir lá ajudar!
Quando ele ameaçou dar um passo naquela direção eu segurei seu braço e o olhei de perto.
-O que está pensando em fazer? Você não sabe brigar Hobi, nunca deu um soco na vida, eu brigo melhor do que você.
-Então acho melhor você entrar lá porque a confusão está grande. – ele falou firme e eu enfim olhei na direção da briga.
Grande era apelido, a boate estava quase que completamente destruída e nossos amigos estavam bem no meio do olho do furacão.
-Ok, aquilo está um tanto quanto sinistro.
-Eu preciso ir lá.
Fiquei olhando-o naqueles pequenos olhos castanhos e então fiz um gesto positivo com a cabeça, eu não podia impedi-lo de ir ajudar os amigos, não mesmo.
-Eu vou procurar as meninas vou ver se estão todas bem. – falei rápido. – você por favor tenta não se machucar muito.
-Você cuida de mim caso eu me arrebente?
Eu sorri e lhe dei um beijo breve.
-Sempre, agora tenta voltar vivo, eu te amo.
-Eu também. – ele falou e seguiu na direção da briga.
Eu fiquei olhando ao redor na tentativa de avistar uma das meninas, acabei avistando a Ravena que estava parada no meio da boate encarando a briga.
-Como será que isso começou? – falei ao me aproximar dela.
-Eu não sei, só sei que a gente precisa fazer alguma coisa antes que o organizador da festa chame a policia.
Aquilo era verdade, eu nem sabia o que aconteceria caso todos fossem arrastados para a delegacia, nossos pais não iam gostar nada, me arrepiei ao imaginar aquilo, meu pai ia me matar, literalmente.
Mari
Ok briga era tudo o que eu precisava depois de dar de cara com a Lizzy, se ela estava ali era claro que o imbecil do primo dela também estava, afinal aqueles dois eram mais grudados do que gêmeos siameses.
Estiquei o olhar na direção da briga e me espantei com o que vi, eu só podia estar sonhando, aquele não era o Jungkook, era? No meio daquela confusão distribuindo e recebendo socos? Não, não podia ser, ele era certinho demais para aquilo.
Olhei ao redor tentando procurar alguém conhecido, avistei a Lizzy em um canto, ela corria de um lado para o outro visivelmente desesperada, apurei mais o olhar e vi que além do Jungkook aquele amigo esquisito dela também estava envolvido na briga. Por que diabos os dois estavam envolvidos naquilo?
Olhei mais uma vez, vi quando um cara foi pra cima da Lizzy e um outro carinha a puxou para fora da confusão, aquela manobra lhe rendeu um soco bem no meio do estômago, ele se contorceu antes de cair ao chão, vi quando ela se abaixou ao lado dele, passando a mão por seus cabelos lhe perguntando se ele estava bem, quem era aquele cara? Eu nunca o tinha visto por ali.
-Lizzy! – corri até ela, ela ainda estava ajoelhada ao chão com a cabeça do garoto em seu colo. – o que está havendo aqui?
-Não sei, não entendi direito. – ela falou ainda passando a mão pelo rosto dele e limpando o sangue do canto de sua boca com a ponta do dedo. – SanHa você está bem? Abre os olhos e olha pra mim.
Eu fiquei ali do lado, de certa forma eu também estava preocupada com aquele garoto.
-SanHa!
-Quem é ele? – perguntei quando vi que ele não se movia.
-Ele é amigo do Jungkook sei lá, a gente se conheceu aqui hoje, essa briga toda é por causa dele, um cara veio dar uma de folgado pra cima de mim, ele me defendeu e bem, deu no que deu... SanHa!
Ele abriu os olhos lentamente, vi um sorriso brotar no rosto dela quando ele abriu os olhos, Lizzy o abraçou com tanta vontade que eu escutei ele gemer, mas não o vi reclamar, ele simplesmente retribuiu o abraço aconchegando a cabeça no ombro dela. Os dois tinham acabado de se conhecer? Por um instante aquela cena me lembrou eu e o Jungkook e a forma que eu me encantara por ele no primeiro minuto que estávamos juntos.
-Acho melhor tirar ele daqui. – dei a sugestão, Lizzy me encarou.
-Você tem razão.
-Não! – o tal de SanHa protestou. – eu comecei isso e não vou abandonar os outros.
-SanHa você está machucado. – Lizzy protestou, ele sorriu e lhe deu uma piscadela que admito foi no mínimo charmosa.
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-Não me importo em ficar com um olho roxo ou um braço quebrado por uma garota, contanto que ela cuide de mim depois.
Vi Lizzy corar, como assim ela corara? Aquela garota estranha tinha sentimentos afinal?
-É melhor reunir o resto dos seus amigos e sair logo daqui antes que chamem a polícia.
Depois que falei aquilo nós escutamos um barulho que fez a briga parar quase que automaticamente. Sirenes.
Rocky
Meu primeiro pensamento ao escutar as sirenes foi encontrar a Lizzy e tirar ela de lá, a polícia ali no litoral quase nunca era incomodada, mas quando era não era conhecida por ser boazinha não, não importava se era homem, mulher ou criança a forma de tratar era a mesma.
Os caras que começaram a confusão se afastaram rapidamente, mas não foi tão rápido assim, afinal a policia chegou e cercou todo mundo, que bom, era só o que faltava.
Fiquei ali parado como eles mandaram ficar, quando olhei para o lado vi que a Lizzy me encarava, eu conhecia aquele olhar preocupado dela e sabia o motivo dele.
Os policiais perguntaram quem eram os responsáveis pela briga, de primeira ninguém disse nada, eu decidi não me manifestar, na verdade tentei não fazer contato visual com eles, afinal eu sabia no que aquilo ia resultar.
-E então? Ninguém vai dizer nada? – o policial que estava visivelmente no comando perguntou, eu baixei ainda mais os olhos.
-Acho que ninguém precisa falar nada não chefe. – um dos policiais que estavam lá se manifestou. – olha só quem está aqui, não precisamos mais procurar um culpado.
Todos olharam na direção que ele apontava, eu ergui os olhos, era claro que estavam apontando na minha direção, não era? Droga!
-Ora, ora ora me disseram que o favelado tinha saído de circulação, pelo visto acho que não.
-Não sou favelado. – me manifestei e o policial me encarou ainda mais fundo.
-O que você disse?
-Nada, eu não disse nada. – respondi de má vontade era melhor não provocar.
-Bem, vai querer me dizer quem são seus companheiros de luta livre?
Eu fiquei quieto, não ia enfiar ninguém em problemas, a verdade era que eu não tinha nada a perder, mas eles sim, metade ali tinha entrado na briga para ajudar, até o tal de SanHa tinha arrumado aquela briga por causa da Lizzy, para defender ela, eu não podia complicá-los daquela forma.
-Não tenho companheiros, eu comecei isso sozinho. – falei simplesmente e todos me encararam com os olhares espantados, eu desviei o olhar na direção da Lizzy, ela me encarava firme fazendo um gesto negativo com a cabeça, eu lhe lancei um sorriso..
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-Não é verdade. – o tal de SanHa se manifestou. – eu comecei tudo isso.
-Você? – eu o encarei e comecei a rir alto, se eu queria que os policiais acreditassem que eu e apenas eu tinha causado aquilo era melhor ser convincente. – se enxerga playboy, você não tem coragem de matar uma barata quanto mais arranjar uma briga de bar. Você já se olhou no espelho? Parece que tem o que? Cinco anos de idade?
-Posso perguntar o motivo da briga?
-O que mais? Caras folgados.
-Só isso?
-Deram em cima da Lizzy, eu não aguentei...
Os policiais enfim a encararam e pareceram notar que ela estava ali.
-Senhorita é realmente um prazer revê-la nós já sentíamos saudades suas lá na delegacia.
Ela não disse nada, mas a vi cerrar os punhos, a Lizzy nunca gostada dos policiais.
-E então? – comecei quando todo mundo começou a olhar de mim para ela como se quisessem saber o motivo dos policiais conhecerem a nós dois. – vão me levar ou vamos ficar aqui de papo?
-Não sabia que estava com tanta saudade assim da delegacia Minhyuk.
-Nem eu.
Um dos policiais se aproximou e me algemou, quando ele o fez eu pude ver os amigos do primo da Lizzy começarem a protestar uns por cima dos outros, dizendo que a culpa não era minha e coisas do tipo, mas os policiais não ligaram, claro que não ligaram, eles já me conheciam e eu sabia que estavam ansiosos para me ver novamente dentro de uma daquelas celas.
-Vamos!
Um deles segurou minhas algemas e começou a me arrastar boate afora, eu ainda me virei para encarar a Lizzy.
-ROCKY! – ela gritou e eu sorri na sua direção lhe dando uma piscadela.
-A GENTE SE VÊ DEPOIS LIZ!  
E assim fui arrastado boate afora.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 5
Hobi
A turma estava maior do que eu imaginava que pudesse ficar, casais estavam se dividindo para todos os lados, assumindo a pista de dança, eu encarei a Shay, eu amava dançar, mas ela se dizia completamente descoordenada.
Eu não achava aquilo um problema, mas ela não gostava de dançar em público, dizia que passava vergonha e coisas assim.
-Dança comigo. - peço.
-Não.
-Por favor.
-Não.
-Shay.
-Hobi.
-Por favor.
-Você quer que todo mundo fique me olhando?
-E daí? eu amo quando você dança e o resto das pessoas que se dane. por favooooorrrrr...
A forma com que ela me olhou me fez abrir um sorriso.
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-Por favor.
-Ok, mas se eu estiver passando vergonha...
-Eu te digo.
-Tá bom. Vou arriscar.
Ela segurou minha mão rapidamente me arrastando multidão adentro, eu sorria enquanto esbarrávamos nas pessoas, pois é, hora de dançar.
Rocky
Folgado era tudo o que eu tinha para pensar daquele tal de SanHa, quem ele pensava que era para simplesmente chegar e puxar a Lizzy daquela forma? Ele nem a conhecia e pior ainda, ela nem o conhecia, se o cara fosse um cafajeste daqueles que costumam dar em cima das garotas, conseguem ficar com elas e depois jogam fora? A Lizzy não era aquele tipo de garota não mesmo, ele que não atrevesse a fazer qualquer coisa do tipo com ela que ele ia acabar se vendo comigo.
-Rocky? – a voz do Jungkook me fez voltar a encarar as pessoas que ainda sobravam ao nosso redor, na verdade não eram muitas, havia eu, ele e uma garota que me olhava como se nunca tivesse visto um ser humano na vida, qual era o problema dela?
-Quê? – perguntei friamente.
-Eu queria te apresentar a Deborah, ela é amiga do Kai e do restante do pessoal.
Eu a encarei e ela sorriu na minha direção, ela era amiga deles? Bom saber.
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-Oi meu nome é Rocky. – falei esticando a mão na direção dela.
-Pode me chamar de Debby. – ela falou sorrindo ainda mais e apertando a mão que eu estendera em sua direção.
-Ok Debby, posso te fazer uma pergunta? – comecei e ela concordou. – ok, você conhece o cara que saiu com a Lizzy daqui?
Ela me encarou por alguns segundos depois encarou o chão.
-O nome dele é SanHa, ele é o melhor amigo do Jay que é o namorado da minha prima Ravena, os dois estudam na mesma escola que eu.
-Só isso que você sabe sobre ele? Não são amigos?
-Na verdade não. – ela falou simplesmente. – acho que o Jay e os caras do time são os únicos amigos que ele tem, o SanHa não é muito aberto, ele chegou na cidade em que a gente mora há dois anos atrás e bem, antes disso eu não sei de onde ele veio ou o que fazia, desculpe.
Eu olhei dela para o Jungkook que me encarava com uma cara nada boa.
-O que foi? Eu só queria saber mais sobre o cara que simplesmente sequestrou sua prima e você não disse nada a respeito.
-Ele não sequestrou ela, ele a levou para dançar.
-Mesma coisa. – falei simplesmente.
-Posso fazer uma pergunta? – a Debby chamou nossa atenção, eu deixei de encarar o Jungkook para encará-la, ela parecia simplesmente insegura em estar falando comigo, mas mesmo assim me encarava com o olhar firme.
-Faça.
-Por que se preocupa tanto com ela? Quer dizer, acho que ela sabe se defender, não sabe? Ela não é uma criança, ela tem a mesma idade que eu, quer dizer eu acho.
-Você não conhece a Lizzy como eu conheço. – falei simplesmente e ela respirou fundo. – ela não deveria ter saído sozinha com aquele cara.
Me virei e segui caminho multidão adentro, eu iria encontrar os dois e saber o que estava havendo, eu não ia deixar ela nas mãos de um cara como aquele de quem eu não sabia nada além do nome, não mesmo.
Jungkook
Depois que a Lizzy se aproximou e disse ao meu ouvido que tinha visto a Mariana próxima ao bar eu simplesmente não conseguia me concentrar em mais nada, ela estava na boate? Mas, o que ela estava fazendo lá? Pergunta idiota aquela, era claro que eu sabia o que ela estava fazendo, ela agora era uma garota solteira não tinha porque estar trancada em casa, com certeza ela queria diversão.
Mas, por que logo aquele lugar? Pensamento idiota novamente Jungkook, era claro que ela iria para lá, primeiro era o lugar mais agitado da cidade, segundo quando estávamos juntos ela sempre me chamava para vir, mas eu nunca vinha e terceiro, ela tinha plena certeza de que não me encontraria por lá, portanto era realmente o lugar perfeito.
Desviei minha atenção dos meus pensamentos na Mariana por um segundo e encarei o Rocky que nos dava as costas e seguia caminho, ele estava determinado em encontrar a Lizzy, mas por quê? Eu sempre soube da amizade dos dois, eu sabia que ele tinha mania de proteger ela e tudo o mais, mas por quê? O que o levava a gostar tanto assim da minha prima? O que realmente existia entre aqueles dois?
A Lizzy não era uma garotinha boba, ela podia ser um pouco ingênua, mas de boba ela não tinha nada, no momento em que o SanHa a chamou para dançar e ela me olhou meio que me pedindo permissão eu nem pensei em discutir, ela merecia se divertir e de certa forma eu tinha captado algo bom na forma que SanHa a olhara, eu podia estar completamente errado e ele ser um cara como os que o Rocky falou, um cara que só quisesse sei lá, seduzir ela e talvez levá-la para casa, mas a Lizzy não se deixaria enganar assim tão fácil, ela era esperta, mais esperta do que muita gente pensava que ela fosse.
Encarei a Deborah ao meu lado, a única sobrevivente de toda a turma, ela acompanhava Rocky com o olhar, parecia de certa forma ter ficado magoada com a forma que ele falara, mas por quê? Por que ela ficaria chateada com a forma que um cara que ela vira pela primeira vez a tratara? A cada vez que eu tentava entender aquela situação eu ficava ainda mais confuso.
-Quer dançar? – as palavras saíram da minha boca meio que sem controle, ultimamente eu estava um pouco assim, pensava em fazer a pergunta e quando dava por mim já tinha perguntado, aquilo não era bom, eu não podia sair por aí falando tudo o que pensava, era no mínimo perigoso.
-Oi? – ela pareceu assustada, eu sorri passando a mão pelos cabelos. – o que você disse?
-Dançar. – falei novamente agora confirmando categoricamente o que eu dissera primeiro por acidente e abrindo um sorriso.
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-Ok, quero sim. – ela sorriu e segurou a mão que eu lhe estendi, bom pelo menos não ficaríamos os dois idiotas um olhando para a cara do outro sem fazer nada.
Seguimos para a pista de dança, enquanto dançávamos e conversávamos eu avistei uma movimentação. Aquilo era uma briga? Sim, definitivamente era uma briga, era só o que faltava para a noite estar completa.
Debby
Vê-lo de perto simplesmente retirou todas as forças que eu tinha, se eu o achava lindo enquanto apenas o observava da minha janela imagina só agora? Minhas pernas tremiam e eu sentia dificuldade para respirar, ele estava perto, definitivamente perto.
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A forma com que ele falava, com que olhava ao redor e até a impaciência com que parecia estar agindo era simplesmente perfeito, os olhos dele, eu não conseguia ver enquanto o observava de longe, mas agora, mesmo no meio das luzes loucas da boate eu conseguia perceber o quanto eram expressivos, eram de uma beleza inexplicável assim como o resto dele.
Eu estava tão hipnotizada enquanto o encarava que nem percebi que estava sendo rude, só notei forma que estava sendo idiota quando Jungkook nos apresentou e ele me encarou visivelmente incomodado.
Rocky, o nome dele era Rocky, eu nunca tinha tentado descobrir nem nada do tipo, o motivo? Agora eu não conseguia pensar em nenhum, a verdade era que eu estava tão ocupada observando-o da janela que nada mais importava.
Quando ele me perguntou do SanHa eu tive que me obrigar a continuar controlada, ele se preocupava tanto assim com aquela garota? Os dois eram apenas amigos mesmo ou havia algo a mais ali? Eu percebera a forma com que ela meio que pedira autorização para ele quando SanHa a chamara para dançar, bom a verdade era que fosse o que fosse eu sentia ainda mais inveja dela a cada segundo.
Nem me lembro as coisas que disse para ele direito e na verdade nem quero lembrar, não sei se fui rude ou se soei feito uma louca psicótica controladora que nem o conhecia e já queria afastá-lo da amiga ou do que quer que a tal de Lizzy fosse.
Fiquei ali apenas observando enquanto ele se afastava, eu chegara tão perto dele e agora simplesmente o via indo embora sem poder fazer nada para impedir, eu era realmente uma idiota. Por que eu o impediria? O que eu diria para fazer aquilo? Oi meu nome é Deborah, você não sabe, mas eu te observo todos os dias da minha janela desde que comecei a vir aqui para o litoral. Ia soar um tanto quanto psicótico de verdade.
O convite do Jungkook para dançar me caiu como uma luva, eu precisava mesmo afastar o pensamento do Rocky e do que quer que ele tivesse ido fazer para tirar a Lizzy das mãos do SanHa, era mesmo melhor esquecer aquilo, mesmo que eu me sentisse próxima à ele por todos os anos que o observava, para ele eu não era nada além de uma desconhecida.
Quando chegamos na pista de dança avistamos uma movimentação próxima, eu encarei o Jungkook antes de tentar ver o que acontecia, era uma briga? Sim era uma briga e... Espera um pouco, aqueles eram SanHa e Rocky?
Lizzy
Eu não sabia o motivo de ter aceito dançar com aquele garoto que eu nem conhecia, mas na hora me pareceu simples e sei lá, havia algo nos olhos dele que me passava confiança. Seguimos juntos para a pista de dança, quando paramos lá no meio eu vi ele sorrir, um sorriso mais do que encantador, a forma com que ele sorriu me fez querer sorrir junto mesmo sem ter motivos para aquilo.
-Do que estamos rindo? – perguntei finalmente e ele riu mais ainda.
-É que sei lá, a desculpa que arranjei para poder conversar com você foi a mais clichê de todas. – ele falou.
-Sério? – perguntei e ele fez um gesto afirmativo com a cabeça.
-Sério, eu poderia ter dito sei lá, ei menina vem aqui, vamos bater umas carteiras e derrubar algumas bebidas.
Por um segundo eu apenas o encarei, ele riu alto.
-Foi uma piada.
-Foi?
-Claro, eu não derrubo bebidas.
E então foi a minha vez de rir, por alguma razão ele estava me deixando mais do que confortável, havia algum tempo que eu não conversava com ninguém novo e bem, eu estava feliz por ter sido com ele.
-Então vamos bater algumas carteiras. - comecei e ele mais uma vez riu. - quem você acha que é a presa mais fácil aqui?
-Meu amigo Jay, ele é bem idiota e não sentiria alguém tirando a carteira do bolso dele nem se essa pessoa arrancasse uma banda da bunda dele junto.
Então eu comecei a rir alto. Aquele garoto era simplesmente fora do comum.
-Eu só queria realmente conversar com você.
Eu fiquei quieta encarando-o. O que ele queria dizer com aquilo?
-Como assim? Você não me conhece.
-Por isso mesmo. – ele falou simplesmente. – eu queria te conhecer sei lá, nós meio que agora dividimos o mesmo grupo de amizade, não é?
Eu fiquei quieta, eu sabia o que aquilo significava eu não era idiota.
-Isso foi uma cantada? – ele sorriu.
-Mais ou menos, a verdade era que eu queria mesmo te conhecer melhor, a gente pode conversar um pouco, o que acha?
Eu o encarei, SanHa me olhava firme, eu conhecia aquele tipo de olhar, eu conhecia aquele tipo de garoto, SanHa não era um cara de se apegar a uma única mulher e aquilo de certa forma era ótimo para mim, afinal estava fora de questão que alguém se apegasse a mim.
-Quer sair daqui? – ele falou se aproximando para falar ao meu ouvido, afinal o som estava mais do que alto. – a gente pode ir para um lugar no qual a gente consiga conversar direito.
Eu sorri, aquilo era verdade, o som estava tão alto que eu quase não conseguia entender nada do que ele dizia.
-Ok, pode ser. – concordei.
Ele abriu um sorriso ao ver que eu concordara e naquele minuto algo dentro de mim revirou, que olhar era aquele? Por que ele parecia tão feliz pelo simples fato de eu ter dito sim? A minha opinião a respeito daquela saída começou a mudar naquele instante.
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-SanHa eu volto em um minuto. – falei simplesmente, eu tinha que sei lá, tentar encontrar o Rocky ou o Jungkook e inventar uma desculpa para não sair com ele. – vou apenas ao banheiro.
Me virei e segui caminho olhando ao redor, onde estava o Rocky quando eu precisava dele? Fiquei olhando ao redor feito uma idiota no meio da boate tentando encontrá-lo, senti uma mão firme no meu ombro e quando me virei para ver quem era vi que eu não conhecia aquele homem.
-Está sozinha gatinha? – a voz e o bafo de cachaça me deixaram tonta de imediato.
-Não, não estou. – falei dando um passo para trás para me afastar dele. – com licença.
-Calma eu não mordo se você não quiser. – ele segurou meu braço firme, eu comecei a ficar desesperada, o cara além de nojento era mais forte do que eu pensava.
-ME SOLTA! – gritei puxando o braço com força.
-SOLTA ELA! – a voz veio seguida do empurrão, eu me afastei rapidamente quando me vi livre das mãos dele, as pessoas ao lado tumultuavam e só então depois de olhar bem eu vi que SanHa o havia empurrado e o encarava de perto.
-SanHa. – me aproximei na tentativa de evitar confusão. – deixa ele, vamos sair daqui.
SanHa me olhou firme, me segurou ao redor dos ombros e me encarou de perto.
-Você está bem?
O que houve a seguir foi demais para a minha cabeça, Rocky se aproximou rapidamente acertando um soco na cara do SanHa que deu dois passos para trás e se segurou em uma mesa para não cair, eu fiquei olhando de um para o outro, SanHa o encarava firme e Rocky parecia ter ódio no olhar.
-O que está fazendo? – perguntei me aproximando do Rocky. – por que bateu nele?
-Te ouvi pedir para ele te soltar.
-Não era ele! Era outro cara, ele me ajudou droga Rocky, por que fez isso? Pede desculpas.
-Acho que não vamos ter tempo para isso. – SanHa falou se aproximando e nos encarando. – olha aquilo.
Ok agora estava tudo desgraçado de vez, o cara que SanHa empurrara se aproximava com um bando de amigos, eu olhei de um para o outro, Rocky me encarou e me fez um gesto para que eu me afastasse, quando dei por mim a briga já estava armada. Caramba era só o que faltava.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 4
Jungkook
Fiquei olhando ao redor, ok a boate estava animada, mas eu não estava achando graça nenhuma. Na verdade nada parecia bom quando ela não estava por perto, tentei me concentrar no movimento ao meu redor, mas era quase impossível.
-Jungkook. – a voz do Rocky me fez encará-lo, ele me olhava firme. – algum problema?
-Não, nada não eu estou bem.
-Ok então eu e a Lizzy estamos indo pegar um refrigerante, você quer que a gente traga alguma coisa pra você?
-Não. – falei rápido. – não mesmo eu estou bem assim.
-Ok a gente já volta. – foi a vez da Lizzy dizer e eu fiz apenas um gesto positivo com a cabeça.
Fiquei sozinho e depois decidi olhar ao redor, as luzes estavam começando a me incomodar, me virei para olhar o balcão no qual Rocky e Lizzy estavam e quando voltei a olhar em frente vi que tinha alguém de pé me olhando de perto.
-Ei te deixaram sozinho? – era o Kai.
-Não eles foram pegar uma bebida. – falei rápido.
-Ah ok, vem aqui eu quero te apresentar alguns amigos meus.
Eu olhei novamente na direção do balcão, Rocky e Lizzy sorriam largamente, vi quando ela deu um tapa no braço dele, parecia que ele tinha feito um comentário no mínimo engraçado.
-Claro, por que não?
Segui Kai na direção que ele me guiou, quando cheguei lá vi que tinham três casais que conversavam alegremente.
-Gente esse é meu primo Jungkook. – Kai falou e todos viraram para me encarar com um sorriso no rosto.
-Ah, você é o famoso Jungkook? – um dos caras me encarou com um sorriso largo. – eu sou Hobi e essa é minha namorada Shay.
-Oi. – ela falou sorrindo.
-Oi. – sorri em resposta.
-Eu sou o Jay. – um outro cara se apresentou. – e essa é a Ravena, minha namorada.
Ravena me deu um sorriso esticando a mão na minha direção, eu a apertei.
-Prazer. – falei meio sem jeito.
-E eu sou o SanHa. – o último cara falou com um sorriso, eu o encarei por um segundo, havia algo nos olhos dele que estava chamando minha atenção, mas eu não sabia explicar o que era.
-E eu sou a Deborah, mas pode me chamar de Debby. – a garota que estava ao lado dele falou sorrindo, só então eu percebi que não eram realmente três casais, Debby e SanHa pareciam não estar juntos, afinal SanHa olhava sem parar ao redor como se procurasse por alguém.
-Desculpe. – ele falou enfim e eu o encarei. – eu vi quando você chegou, você não estava sozinho, estava?
Como assim ele tinha me visto chegar? Quando SanHa perguntou aquilo eu pude ver a Debby ao seu lado engasgar.
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-Sim eu não estava, a minha prima e um amigo dela estavam comigo, mas foram pegar uma bebida.
-Ah ok. – ele sorriu novamente e eu pude ver os olhos dele de certa forma relaxarem.
-Então o Jungkook está solteiro no litoral. – Kai começou e eu senti SanHa passar a mão pelo meu ombro.
-Então somos dois companheiro.
-Pois é, ele acabou de sair de um relacionamento complicado e acho que precisa de um pouco de atenção feminina, alguma ideia?
-Bom ideias eu tenho várias. – Jay falou e eu vi a Ravena cutucá-lo.
-Jay!
-Desculpem. – falei me sentindo um pouco mal. – eu não quero ideias com todo respeito, eu acabei de sair de um relacionamento mesmo e eu ainda a amo.
-Oww que lindo. – Ravena e Debby falaram ao mesmo tempo.
Eu tive que sorrir. Encarei todos ao meu redor e percebi o quanto Jay e Ravena pareciam apaixonados assim como Shay e Hobi, naquele minuto me bateu uma saudade enorme da Mariana, como eu queria que ela estivesse comigo naquele instante.
Shay
Jungkook, ele tinha um sorriso tão doce e tão delicado eu me senti bem com a presença dele, ao olhar no fundo dos olhos dele eu percebi que ele ainda sentia mesmo muita falta da sua ex namorada. Eu não sabia o que tinha acontecido entre os dois e nem cabia a mim julgar, mas na minha opinião uma garota para deixar um cara como o Jungkook aparentava ser, bem ela devia ter tido um motivo e tanto.
-Por que está todo mundo parado? – a voz do Jay me fez encará-lo, ele estava simplesmente abrindo a roda e começando a fazer uma dança estranha, todos que estavam ao lado foram atraídos pelo movimento, Ravena tapou os olhos e baixou a cabeça fazendo um gesto negativo, com certeza estava morrendo de vergonha.
-O que diabos é isso? – me vi perguntando, Hobi ao meu lado ria feito um descontrolado.
-É meu passo de dança, olha só Shay é facinho. Você para o trânsito. – Jay começou a explicar aquela coreografia maluca. – e então, deixa os pedestres passarem.
Todos ao redor começaram a rir de forma descontrolada, eu encarei o Hobi, ele chorava do tanto que ria.
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-Esse Jay não vale nada.
Encarei o Jungkook, ele parecia enfim ter aberto um sorriso de verdade.
-Ei SanHa. – escutei Jay falar e o encarei, SanHa que desde que Jungkook chegara não parava de olhar na direção do bar o encarou.
-Oi?
-Ei que tal mostrar para o pessoal a dancinha da vitória?
SanHa começou a rir, se posicionou ao lado do amigo e o encarou.
-Ok, um, dois, três vai!
Os dois começaram a fazer um passinho estranho que mais parecia que estavam remando um barco. Um segundo depois, Hobi e Jungkook estavam ao lado deles fazendo o mesmo passinho, eu comecei a rir, quatro idiotas.
Eu encarei o Hobi enquanto ele dançava com os meninos, como alguém podia ser tão especial? Hobi era o namorado ideal, ele realmente me conquistara de uma forma que eu não pensava ser possível, depois de tudo o que acontecera comigo no passado eu realmente achava que nunca iria me apegar a uma pessoa da forma com que eu me apegara à ele. Um arrepio invadiu minha espinha ao lembrar do passado e eu me forcei a esquecer, voltei a me concentrar no meu Hobi, era melhor não pensar mais em nada daquilo.
-Shay? – a voz dele me despertou e eu olhei na sua direção, mais uma vez eu me obriguei a sorrir, como eu o amava.
Jay
A dancinha da vitória como sempre foi um sucesso, metade da boate estava dançando quando paramos, em todo jogo era a mesma coisa, quando eu ou SanHa fazíamos um gol nos jogos do time, era aquela a dança que fazíamos e em menos de dois segundos a torcida inteira estava dançando junto.
Eu tinha que assumir, nós éramos dois ótimos dançarinos, mas SanHa não gostava de se mostrar, a verdade é que ele dançava MUITO bem, mas achava que não tinha importância, pois é, o garoto perfeito era humilde de vez em quando.
Quando paramos de dançar SanHa voltou a olhar na direção do bar, o que aquele garoto tanto procurava? Mulher? Com certeza.
Kai tinha dito que a prima estava no bar com um amigo, será que era por ela que SanHa procurava? Mas, por quê? Com tantas garotas na boate, por que ele procuraria por alguém que ele nem vira ainda? Aquilo era no mínimo estranho.
Decidi não me importar com aquilo, ele que desse em cima de quem bem entendesse, naquela noite eu só queria dançar e ficar com a minha Ravena que era sem dúvida a garota mais linda de toda a boate.
-Vamos dançar? – falei estendendo a mão na direção dela.
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-Achei que quisesse dançar com o SanHa. – ela falou sorrindo, SanHa ao nosso lado riu ainda mais.
-Não sou muito bom em dançar Ravena, se o Jay fosse dançar comigo ia no mínimo pagar o mico do ano. Vai lá, ensina pra ele como se dança.
Ravena sorriu e segurou a mão que eu estendera. Seguimos para o meio da pista de dança, as pessoas ao redor nos observavam e eu decidi ignorá-los, queria me concentrar nela e apenas nela.
-Estão todos olhando pra você. – falei ao me aproximar e sussurrar ao ouvido dela, Ravena sorriu.
-Você não ter vergonha de mentir assim?
Eu sorri abraçando-a ao redor da cintura, como era boba.
Mari
Ir ou não ir eis a questão, eu estava na maior dúvida do mundo se iria ou não a boate naquela noite, eu sabia quem encontraria por lá e sabia que Jungkook não era um deles.
Ele e a prima nunca foram muito de ambientes como aquele, eu me lembro que quando namorávamos eu vivia insistindo para irmos lá, mas ele nunca queria, ele sempre me dizia que eu poderia ir sozinha se quisesse, mas não teria a mínima graça sem ele e era exatamente esse o problema. Eu estava em dúvida se ia ou não porque eu sabia que não teria graça sem o Jungkook, nada ultimamente tinha graça nenhuma porque ele não estava por perto, ele não estava comigo.
Decidi ir, eu precisava me distrair no fim das contas e não tinha forma mais eficaz de esquecer o fantasma do Jungkook do que ir a um lugar que ele nunca fora. Me aprontei e segui até lá, quando cheguei percebi que o clima estava agitado, me senti mal por estar sozinha, mas eu sabia que encontraria alguém conhecido por lá.
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Pensei em seguir direto na direção do bar, eu não era garota de beber, mas especialmente naquela noite eu estava com vontade de enfiar o pé na jaca, motivo? O Jungkook odiava que eu bebesse, na verdade ele odiava que qualquer pessoa bebesse, pois é, ele o garoto perfeito, aquele de quem os pais morriam de orgulho e todos os outros pais do mundo queriam ter como filho, aquele que não bebia, não jogava, não falava palavrões, não arranjava brigas e era sempre simpático com o mundo inteiro.
Bobagem, tudo mentira, a verdade era que a falsidade dele começava por ali, por aquela pose idiota de garotinho bonzinho, bonzinho uma ova, mentiroso miserável de uma figa.
Me aproximei do bar olhando ao redor e avistei alguém que eu realmente não esperava, era ela? Mas o que diabos ela estava fazendo ali?
SanHa
Eu parecia um imbecil olhando na direção daquele bar na tentativa de ver aquela garota novamente, Jungkook dissera que ela era sua prima, pois bem, ela deveria voltar para ficar com ele, não? Não, talvez não, porque simplesmente o cara que eu vira falando ao ouvido dela e segurando sua mão não era o Jungkook, era o tal amigo. Amigo? Será que era apenas amigo mesmo ou ela simplesmente não quis contar ao primo que estava namorando? Mas, por que eu estava me importando com aquilo? Eu nem conhecia a garota.
-Você está conseguindo ver os dois? – a voz da Debby me despertou e então eu percebi que não era o único interessado no casal que sumira no bar.
-Não, não consigo ver nada, mas por que você está tão interessada neles?
Ela não respondeu e eu sorri, deduzi que se eu estava procurando eles por causa da garota com certeza Debby estava de olho no cara que estava com ela, irônico? Um tanto quanto.
-Nós dois deveríamos ir dançar e esquecer isso. – falei simplesmente e ela me encarou como se a frase que eu acabara de dizer tivesse saído da minha boca em sei lá, russo.
-Você está me chamando para dançar? – ela me encarou e eu sorri.
-Se não gostou do convite eu posso...
Antes que eu terminasse de falar vi Debby ficar pálida subitamente, ela encarava a multidão sem nem ao menos piscar, quando segui o olhar dela acho que devo ter ficado exatamente da mesma forma.
Ela se aproximava com um sorriso tímido no rosto, não consegui me mover enquanto a encarava, eu já tinha visto garotas tão bonitas e até mais do que ela, mas eu não sabia explicar o fascínio que ela conseguia exercer sobre mim, havia uma doçura incomum em seu olhar, algo que eu não sabia explicar, mas estava realmente mexendo comigo.
Ela se aproximou rapidamente do primo e falou algo em seu ouvido, percebi que Jungkook olhou ao redor, mas não liguei muito para aquilo, eu estava mesmo interessado nela e meus olhos simplesmente não conseguiam olhar para outra coisa que não fosse aquele rosto delicado.
-Lizzy. – a voz do Kai me despertou, eu o encarei, a garota o olhava firme, eu pude notar algo ali, ela não parecia gostar dele. – vem aqui, quero te apresentar o pessoal.
Eu fiquei nervoso pela primeira vez em toda a minha vida perto de uma garota. Kai a apresentou a todo mundo e eu fui o último, aquilo era para me torturar?
-Lizzy esse é o SanHa, SanHa essa é minha prima Lizzy.
Ela sorriu estendendo a mão na minha direção, eu me obriguei a sorrir mesmo estando uma pilha de nervos.
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-Prazer. – a voz dela era simplesmente música, era doce e angelical assim como seu rosto.
-O prazer é meu. – consegui falar.
Ela sorriu novamente e aquilo fez algo dentro de mim dar um salto.
-Quer dançar?
Ela me encarou e eu limpei a garganta, eu não sabia porque a pergunta tinha saído tão de repente, mas já que eu já tinha perguntado fiquei apenas esperando a resposta dela.
Antes de falar alguma coisa ela encarou o Jungkook que lhe deu um sorriso e balançou a cabeça em um gesto positivo, em seguida ela encarou o garoto que se aproximara ao seu lado, diferentemente do primo ele deu de ombros e virou a cara, parecia não querer interferir na decisão dela de aceitar ou não, mas também estava deixando claro que a ideia não o agradava nem um pouco.
Ela voltou a me olhar, sorriu e estendeu a mão na minha direção, eu a encarei ainda por um segundo antes de segurá-la e arrastá-la pista adentro.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 3
Debby
Ok, eu estava mesmo naquela situação? Eu nunca imaginaria que algum dia estaria naquela situação, mas a verdade era que eu estava de pé no meio do quarto de frente ao meu armário em dúvida de que roupa vestir para sair com...
-Yoon SanHa. – falei encarando meu reflexo no espelho. – sério? Eu vou mesmo sair com Yoon SanHa?
A cada vez que eu repetia aquilo a ideia parecia ainda mais absurda.
Não que eu sentisse algo por ele, claro que não, mas é que nem nos meus sonhos eu imaginaria que algum dia eu ia sair com ele.
-Vai demorar muito aí? – minha mãe invadiu o quarto e começou a rir de imediato quando me viu de frente ao armário ainda enrolada na toalha. – desde quando você é tão indecisa?
-Desde que Yoon SanHa me chamou para ir na balada com ele hoje a noite, a senhora entende o que é isso?
-Entendo que você está se arrumando para sair com um cara que nem conhece direito.
-Não, eu o conheço sim, todo mundo o conhece, é que a gente não se conhece, mas todo mundo o conhece, entende?
-Não, não entendo, pensei que você gostasse de um outro alguém.
-Gosto, mas ele é ainda pior que o SanHa, nem o nome eu sei.
Minha mãe sorriu.
-Espero que se divirta hoje à noite, ok? Não faça nada de irresponsável.
-Não vou fazer. – falei rápido. – pode confiar em mim.
Ela sorriu.
-Eu sei meu amor, eu confio.
Respirei fundo novamente voltando a encarar o armário, o rosto do SanHa veio a minha mente, mas imediatamente se transformou no rosto do garoto do cais, será que ele estaria na balada? Eu duvidava já que desde que eu começara a frequentar aquela balada eu nunca o tinha visto por lá, com certeza não era o estilo dele.
Terminei de me arrumar e me encarei no espelho, eu não era a garota mais linda do litoral, mas eu até que estava bem. Segui para o lugar onde eu e SanHa combinamos de nos encontrar, ao me aproximar eu percebi que ele já estava lá, ele podia não ser o garoto do cais, mas estava mais do que lindo naquela noite.
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Respirei fundo antes de me aproximar, eu sentia que aquela noite de alguma forma ia me marcar para sempre.
Ravena
Ok, eu não tenho o namorado mais normal do mundo. Foi a primeira coisa que veio a minha mente quando desci as escadas e ao me ver Jay simplesmente se atirou de costas no chão e me encarou.
-Nossa, você está linda.
Eu comecei a rir, era sério, aquela não era a primeira e nem a única vez que eu tinha pensado em algo do tipo, eu sempre pensava coisas assim ao lado dele, a verdade era que eu sabia que realmente não tinha um namorado normal, não mesmo.
-Levanta daí seu tonto. – falei tentado soar irritada, mas não dava, Jay tinha o dom de me fazer sentir bem, era quase impossível ficar irritada com ele, eu tentava, juro que tentava, mas com um sorriso ele sempre conseguia me amolecer e aquilo era simplesmente irritante.
-É que você realmente está linda meu amor.
-Não seja idiota, vamos fica logo de pé ou a gente vai se atrasar.
Ele ficou de pé com um sorriso, eu me aproximei da minha mãe que sorria ao ver a cena.
-Vê se eu posso mãe? – falei e ela sorriu ainda mais. – vou ter que criar essa criança.
Jay sorriu e me abraçou por trás ao redor da cintura.
-Pois é e não vai se livrar de mim tão facilmente.
-Isso é o que veremos.
Ele me encarou e eu sorri.
-Por que?
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-Estou brincando , vamos logo, tchau mãe até mais tarde.
Antes que a gente saísse, minha mãe segurou meu braço.
-Teu pai está chegando amanhã.
-Eu sei, vou falar com o Jay hoje na boate.
-Pois é, é melhor prevenir, não é?
-É sim, eu falo com ele, até amanhã mãe.
-Amanhã?
-É, vamos para a boate, amanhã.
Minha mãe me deu um beijo e eu segui caminho com o Jay, eu esperava que aquela noite valesse à pena.
SanHa
Já que a minha avó estava mais do que bem e aquilo não tinha passado de uma armadilha dela para me arrastar depois de sei lá quantos anos para aquela cidadezinha horrível, eu decidi que pelo menos enquanto estivesse preso por lá ia me divertir um pouco, a solução foi ir com a Deborah a uma boate que ela dissera que era armada todo verão na areia da praia.
Eu não estava gostando daquela cidade, mas pelo menos encontrar a Deborah tinha sido algo bom, a gente tinha conversado bastante naquela manhã e eu percebera que talvez toda a atenção que eu recebia na escola me impedia de conhecer as pessoas legais que circulavam por lá.
A Deborah era uma delas, eu não a conhecia, quer dizer, nunca tínhamos conversado e ela era uma pessoa extremamente agradável, seria uma boa companhia aquela noite.
Me aprontei, na verdade coloquei a primeira roupa que peguei no armário e segui até o local em que nós combinamos de nos encontrar, era um lugar isolado do cais, mas várias pessoas já passavam por lá, provavelmente indo na direção da tal boate.
Quando Debby chegou eu estava de cabeça baixa fechando os botões do meu blazer, ela se aproximou com um sorriso, estava realmente linda.
-Você está mesmo bonita. – eu falei e ela sorriu.
-Eu digo o mesmo de você, vamos?
-Claro.
Seguimos juntos na direção da boate, ao chegar lá vi que realmente era uma festa enorme, a praia quase inteira estava tomada por luzes e havia uma tenda gigante no meio da areia.
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-Nossa. – falei enquanto Debby me arrastava tenda adentro. – parece que isso vai ser legal.
Quando nós entramos fiquei olhando ao redor, aquilo estava lotado, vi que a Debby parecia procurar alguém na multidão, mas não me importei, eu também passava os olhos pelas pessoas, era um costume acho que de todo mundo reconhecer o ambiente.
Uma movimentação na porta da tenda me fez virar naquela direção e ao fazê-lo eu simplesmente parei os olhos em alguém que entrava. Era uma garota ou um anjo? Eu ainda não tinha visto alguém com um rosto tão angelical e um sorriso tão iluminado na vida, ela estava acompanhada por mais três caras, mas quem se importava com aquilo? Meus olhos pareciam ofuscados pelo brilho estranho que ela emitia, ela era real?
-SanHa? – a voz da Debby chamou minha atenção, mas eu não consegui desviar os olhos da garota que parecia de certa forma perdida naquele lugar.
Ao encará-la durante mais algum tempo vi quando um dos caras que estava com ela se debruçou e disse algo em seu ouvido, também vi quando ela sorriu e segurou firme sua mão. Era o namorado dela? Isso eu não sabia dizer, a única coisa que consegui pensar foi que aquele cara  era o cara mais sortudo do mundo. Quem era ele e melhor ainda quem era ela?
Lizzy
Eu sabia que o que estava fazendo era errado, mas e se eu não fizesse? A minha vida ia se resumir aquilo? A aquela mediocridade de levantar todas as manhãs e ir olhar o horizonte?
Me aprontei e segui pé ante pé escada abaixo, meus pais não podiam nem sonhar que eu estava saindo ou me trancariam para sempre no quarto, por isso eu tinha que ser cuidadosa.
Ao abrir a porta da rua acabei tomando o maior susto, no fim das contas eu não era a única a estar saindo escondido, Jungkook e Kai também estavam lá.
-Aonde a senhorita pensa que vai? – Jungkook perguntou e eu sorri, onde eu pensava que eu ia? Onde ele pensava que ELE ia?
-Acho que vamos os três para o mesmo lugar. – Kai falou e eu o encarei, eu não gostava dele e nada que ele fizesse ou dissesse ia mudar aquilo.
-Lizzy, você está indo para a boate na praia, é isso? – Jungkook me encarou e eu dei de ombros.
-Eu odeio quando ela banca a muda. – Kai falou e Jungkook o olhou friamente.
-Kai você pode ir na frente, por favor?
Kai não discutiu, simplesmente nos encarou por mais um segundo e seguiu caminho. Eu e Jungkook ficamos para trás, ele me olhava dos pés à cabeça e aquilo estava me incomodando profundamente.
-O que foi? – perguntei irritada.
-Você está mesmo saindo escondido?
-Estou, por que?
-Você sabe que não deva fazer isso, não sabe?
-Jungkook não vou passar a minha vida inteira trancada em casa, dá um desconto, por favor.
-De quem foi essa ideia?
Eu fiquei quieta, tinha sido minha.
-Minha. – falei rápido e ele me olhou firme.
-estava pensando em ir sozinha?
Mais uma vez fiquei calada, eu não ia sozinha, na verdade eu tinha meio que obrigado o Rocky a ir comigo.
-Não. – falei rápido.
-É não vai mesmo, vem você vai comigo e com o Kai.
-Não! – falei me soltando dele. – eu estou esperando alguém.
-Quem?
Antes que eu respondesse nós vimos uma movimentação próxima e nos viramos para olhar, Rocky se aproximava.
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-Você vai com ele? Eu pensei que a tia tinha te proibido de andar com ele.
-Ela proibiu, mas eu não ligo. Você vai contar?
Jungkook esperou Rocky se aproximar mais para nos encarar e abrir um sorriso doce.
-Claro que não, vamos os três, acho que vai ser divertido e afinal, você tem que sair dessa sua concha prima.
Eu sorri, o Jungkook era mesmo uma pessoa especial.
Rocky
Eu não esperava que os primos dela fossem com a gente, mas de certa forma era até melhor, assim eu me sentia mais seguro de levá-la meio que pela primeira vez para o mundo real.
Chegamos os quatro juntos na boate, eu estava me sentindo um pouco mal, não vou negar porque aquele realmente não era o meu tipo de ambiente, o que eu não fazia por ela, não é mesmo?
-Abram pelo menos um sorriso. – o primo do primo dela, o tal de Kai falou nos encarando. – com essas caras de quem acabou de sair de um velório vocês três vão acabar espantando as pessoas.
Eu encarei o Jungkook, ele também não parecia muito feliz em estar ali e eu pensando que éramos apenas eu e a Lizzy que estávamos nos sentindo estranhos naquele ambiente.
-Esse lugar me assusta. – ela falou de repente, eu e Jungkook a encaramos firme, Sério? Me assustava também.
-Como assim? – Jungkook se precipitou e perguntou antes que eu pudesse.
-Não sei, muita gente, muito barulho eu estou começando a ficar nervosa.
Eu sorri, eu não podia culpá-la a Lizzy sempre fora uma pessoa tão pacata que aquele lugar definitivamente tinha que assustá-la.
-Não precisa se assustar. – falei me debruçando um pouco para que ela conseguisse me escutar direito. – eu estou aqui, não estou?
Ela sorriu e segurou minha mão com força.
-Sim eu sei que está.
-E enquanto eu estiver por perto nada de ruim vai te acontecer.
-Eu digo o mesmo. – Jungkook falou com um sorriso. – afinal estamos juntos nessa, não estamos? Chegamos aqui juntos e vamos sair daqui juntos também e se algo acontecer com algum de nós os outros estarão ao lado para segurar a barra junto.
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-Eu não diria todos. – ela falou com um sorriso apontando o Kai que já estava do outro lado da boate puxando papo com uma garota.
-Os que realmente importam. – falei e ela e Jungkook sorriram.
-Sim, os que realmente importam.
Eu sorri ao ver que ela parecia pelo menos um pouco mais confiante, aquilo era bom, a Lizzy merecia conhecer o mundo e se dependesse de mim aquilo era apenas o começo.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 2
Ravena
-Quando a moça estiver pronta. – falei batendo com força na porta do quarto, não era possível um ser humano demorar tanto tempo para trocar de roupa.
-SÓ MAIS UM SEGUNDO!- o grito veio em seguida e eu tive que respirar fundo ou acabaria arrombando aquela porta.
-Amor, o que tanto você se arruma aí dentro? Nós vamos para a praia, não precisa de tantos preparativos assim, é uma sunga e pronto.
Ele não respondeu e aquilo me irritou ainda mais.
-Desisto de você, estou descendo!
Quando me virei para seguir caminho a porta abriu rapidamente e eu senti ele segurar meu braço.
-Apressadinha! – ele falou com o sorriso mais lindo do mundo no rosto e eu tive que sorrir junto, ameaçar que ia embora sem ele sempre funcionava.
-Por que demorou tanto?
-Estava procurando algo para vestir. – ele se justificou.
-Sei que estava, agora se não se importa vamos tomar café que eu quero ir logo para a praia.
-Ok. – ele falou enquanto seguíamos de mãos dadas escada abaixo.
-Nossa achei que tinham desistido de ir. – minha mãe falou quando nos aproximamos e sentamos a mesa.
-Culpa do Jay que parece uma mulherzinha, demora um ano para se arrumar e arrumar o que eu não sei.
Ele sorriu
-Vai dizer que não valeu a pena? fiquei lindão, não fiquei?
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 -Eu já preparei as coisas, protetor solar, água, chapéu, óculos escuros. – minha mãe falou apontando uma das cadeiras que tinha duas bolsas em cima. – eu só quero que tomem cuidado...
-Que não entrem na água funda demais. – eu e Jay começamos a juntos, recitar a lista de recomendações da minha mãe.  – que não se afastem um do outro ou vão para muito longe de casa, que não deem bola para estranhos...
-E blá, blá, blá. – Jay encerrou e ela se aproximou dando um cascudo na cabeça dele.
-Eu me preocupo com vocês.
-Sim, deu para reparar pelo dano cerebral que acabou de me causar. – ele falou e todos que estavam na mesa sorriram.
-E então? Vão encontrar o pessoal na praia? – minha mãe me encarou, pessoal? Que pessoal?
-Bom vamos encontrar com a Deborah acho eu. – comecei. – e quem sabe a Shay e o Hobi.
-Só isso? – minha mãe nos encarou.
-E quem mais? – comecei a puxar pela memória. – acho que é apenas isso mesmo.
-Se o Hobi for a gente talvez encontre o Kai. – Jay falou rápido e eu fiz careta.
-Não gosto daquele garoto.
-Que bom, assim fico mais tranquilo.
Eu sorri.
-Para de falar bobagem e vamos logo senão vamos perder o melhor do sol. – falei ficando de pé e Jay me seguiu. – tchau mãe, até mais tarde.
-Tchau sogrinha, amo você.
E assim nós seguimos.
Hobi
Eu sabia que Kai vinha com o primo naquela manhã, mas eu só não sabia que horas.
-Por que você não deixa isso de lado e vai logo se aprontar para ir pra praia? Você sabe muito bem o quanto a Shay odeia quando você se atrasa, não é?
Minha mãe como sempre tinha razão, eu só queria saber que regra era aquela de que todas as mães sempre tinham que ter razão.
-Eu estava pensando no Kai e se ele já chegou.
-Ele sempre vem com o primo, não é?
-Sim é e fica na casa da família desse primo, sempre que chega ele me liga, não ligou ainda.
-Então ele não chegou. – minha mãe cortou a conversa. – vai logo se aprontar senão quando chegar na praia a Shay vai estar pronta para te afogar no mar.
-Nisso a senhora tem razão mais uma vez, a Shay odeia que eu me atrase, fica sempre dizendo que faço isso de propósito para irritá-la ou que isso acontece porque eu falo demais.
Minha mãe não respondeu, mas pelo olhar que ela me lançou eu pude identificar algo.
-Estou falando demais novamente, não estou?
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-Está.
-Sabia.
Peguei minha mochila e segui na direção da praia, eu só esperava que a Shay não estivesse lá, porque se ela tivesse chegado primeiro que eu, bom, ela me enterraria vivo na areia.
Caminhei olhando ao redor, eu achava engraçado como aquela cidade funcionava, era um deserto durante todo o ano, mas no verão brotavam pessoas de todos os lugares, eu gostava daquilo, afinal eu fizera muitos amigos ali e bem, conhecera a Shay lá também, hoje graças aos verões movimentados do litoral eu tinha uma pessoa importante na minha vida.
Meu celular tocou enquanto eu caminhava e vasculhei minha mochila a procura dele, essa era outra coisa que a Shay dizia que eu fazia que era extremamente irritante, eu nunca sabia onde diabos tinha colocado meu celular e quando alguém me ligava eu demorava uma eternidade para atender ou até mesmo não atendia, ela sempre dizia que se algum dia estivesse morrendo eu seria a última pessoa para quem ela ligaria, afinal eu não atenderia mesmo.
Comecei a rir sozinho, eu tinha muito disso de vez em quando, pensar e rir dos meus próprios pensamentos, as pessoas que me viam andando na rua às vezes pensavam que eu não tinha a cabeça no lugar, talvez não tivesse mesmo.
-Alô? – enfim consegui atender.
-Onde você está? – sorri ao ouvir a voz do outro lado da linha.
-Indo, desculpe amor por estar atrasado.
-Nem falo mais nada Hobi, estou aqui com Ravena e Jay, vem logo.
-Ok amor, desculpe.
Desliguei o celular e continuei o caminho o mais rápido possível, era melhor chegar logo lá.
Lizzy
Seguimos para a cafeteria mais próxima, sentamos como de costume próximo a grande janela de vidro. A cidade estava quieta, pois ainda era cedo, eu simplesmente adorava a forma com que o mundo ia acordando gradativamente, loucura? Talvez sim, talvez não, a verdade era que eu me sentia bem aproveitando cada raio de sol que tocava a terra, do primeiro ao último, eu não queria perder tempo, afinal a vida era cheia de surpresas e eu não queria passar despercebida por nenhuma delas.
-Alô, tem alguém em casa? – eu sorri ao ver que Rocky me olhava de perto e estalava os dedos de frente a meus olhos na tentativa de chamar minha atenção.
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-Desculpe eu me distraí. – falei sorrindo, ele sorriu em resposta fazendo um gesto negativo com a cabeça.
-Você é a distração em pessoa, eu ia estranhar se tivesse prestando atenção em alguma coisa.
Eu sorri ainda mais, Rocky parecia me conhecer como poucas pessoas conheciam, eu gostava muito da companhia dele, eu me sentia segura e leve ao lado dele, eu não sabia explicar o motivo de tudo aquilo, eu só sabia sentir.
Quando nos conhecemos as coisas não foram fáceis, a minha família não é uma família fácil, minha mãe e meu pai são superprotetores e quando resolvemos nos mudar para o litoral eles pensaram que assim, em uma cidade menor seria mais fácil me controlar e ficar sempre de olho em mim. Aquilo era verdade, não tinha um passo que eu desse que eles não soubessem, mas como eu sempre fora muito tranquila eles nem se importaram em estar tanto no meu pé de inicio, pois é, de inicio, porque depois que eu conheci o Rocky as coisas mudaram.
Rocky era o cara que minha mãe queria ver o mais distante de mim possível, ele fumava, bebia, morava sozinho e vivia simplesmente da forma que achava melhor, sem regras, sem arrependimentos, sem nada.
Nos conhecemos no cais, não é a toa que até hoje lá é nosso ponto de encontro, não sei porque nos aproximamos, não sei dizer exatamente quando isso aconteceu, a verdade é que nossa história é mais do que complexa, eu enxergava no Rocky coisas que as outras pessoas não enxergavam, eu não o julgava como todos os outros faziam, eu simplesmente conseguia ver por baixo daquela pose de bad boy e por baixo de tudo aquilo havia um cara doce que eu sabia e sentia, que se preocupava comigo.
-Como estão seus pais? – perguntei enquanto ele fazia um gesto para o garçom se aproximar.
Rocky não me respondeu de imediato, esperou o garçom se aproximar, pediu os dois cafés expressos e quando o garçom se afastou ele enfim me encarou.
-Está ficando quente aqui, não acha? O verão está mesmo começando.
-Não foge do assunto Park Minhyuk. – falei rápido encarando-o firme. – como estão seus pais?
Ele virou o rosto e olhou através da janela com aquele gesto eu já pude deduzir a resposta.
-Você não falou com eles, falou?
Ele fez um gesto negativo com a cabeça.
-Posso saber por que?
Ele respirou fundo.
-Eu não liguei, ok? Isso não é algo que a gente faça de um dia para o outro, leva tempo, eu preciso de tempo.
Eu fiquei encarando-o, ok eu não podia forçá-lo a nada, mas eu sabia que fazer as pazes com seus pais o deixariam um pouco mais feliz, mas quem era eu para me meter?
-Você sabe o que eu penso disso, não sabe?
-E você sabe o que eu acho da sua opinião, não sabe? Eu a respeito e me sinto lisonjeado de você se preocupar comigo, a verdade é que eu não faço ideia do motivo de você se preocupar tanto assim.
Eu sorri, Rocky era realmente uma pessoa incrível.
-Não sei por que você diz isso.
-Não sabe? Lizzy você é uma pessoa iluminada, sabe? Eu costumava viver na escuridão e você foi a única luz que conheci.
Eu fiquei encarando-o enquanto ele falava isso, Rocky me encarou, seus olhos eram tão expressivos que eu conseguia dizer exatamente o que se passava em sua cabeça só de olhar fundo neles. Fiquei mais um segundo encarando-o depois segurei a mão que ele tinha apoiada em cima da mesa, entrelaçando meus dedos nos dele com firmeza.
-Não sou iluminada e pior ainda não sou a única luz que você conheceu Rocky, se você estava no escuro foi porque estava preso dentro de si mesmo, eu só consegui encontrar esse cara especial que estava escondido bem lá no fundo, ele só precisava sair para tomar um arzinho.
Ele sorriu e quando o fez seus olhos se estreitaram como costumava acontecer sempre, eu achava aquela cena simplesmente linda, Rocky era uma pessoa especial que merecia sorrir daquela maneira sempre.
-Então te agradeço por puxar esse cara para fora. – ele falou levando minha mão aos lábios e beijando-a. – obrigado.
-Não precisa agradecer. – falei firme enquanto o garçom se aproximava. – só me basta você fazer aquilo que me prometeu.
Ele me encarou durante alguns segundos e depois começou a balançar a cabeça negativamente de forma frenética.
-Não, nem pensar.
-Você me prometeu.
-Na verdade eu disse que ia pensar.
-E não pensou já? Vai por favor, é meu aniversário você tem que fazer isso por mim.
-Seus pais vão me odiar.
-Eles já te odeiam isso não vai mudar nada.
Ele me encarou e eu fiz birra.
-Por favor. – falei fazendo bico. – não seja tão mal, eu nunca te peço nada, vai por favor, por favor.
-Ok sua chata. – ele falou sorrindo na minha direção. – eu faço, mas se seus pais chamarem a policia e tentarem me mandar para a cadeia eu digo que a ideia foi sua.
-Ninguém vai acreditar em você. – falei sorrindo e ele beliscou minha mão que era a parte do meu corpo que estava ao seu alcance.
-Engraçadinha!
Jay
Depois de passar a tarde com o pessoal na praia a gente decidiu que a noite seria na boate, pois é, o litoral era um lugar mais do que cheio de surpresas, apesar de ser um local pacato durante todo o ano, a noite nas férias de verão uma boate era montada na praia e os jovens sempre se reuniam lá para curtir um pouco. Foi naquela boate que eu conheci a Ravena, a Shay conheceu o Hobi e assim por diante.
As festas daquela boate eram sempre marcantes, a gente conhecia pessoas novas e também se divertia bastante, naquela tarde o Kai nos disse que talvez levasse o primo dele, a gente sabia que ele tinha um primo que vinha com ele todos os anos para o litoral, mas a verdade era que ele nunca passara nenhum tempo com a gente, segundo o Kai ele preferia ficar com uma outra prima que era um tanto quanto anti social e não saia de casa para nada, uma pena, era sempre bom fazer novos amigos.
-Pra quem você está ligando? – Ravena perguntou enquanto se arrumava e eu estava sentado na cama dela  mexendo no celular.
-Estava pensando em ligar para o SanHa. – falei rápido. – ele deve estar se divertindo muito agora.
-Será? O SanHa nunca veio aqui, não é?
-Ele tem família aqui, a avó dele mora aqui, no fim da praia perto do cais, mas ele não vem aqui desde que tinha sei lá quantos anos.
-E onde ele está agora?
-Com a Tara – falei rápido e ela me encarou.
-Tara? A líder de torcida?
-Ela mesma, você sabe como ela dá em cima do SanHa.
-Pois é, todas as garotas do colégio dão em cima do SanHa, eu estava pensando o que vai acontecer no fim desse ano quando formos para a faculdade, será que ele vai continuar a ser esse garanhão?
-Bom ele vai entrar com bolsa de estudos pelo time de futebol, então acho que de certa forma vai continuar  a ser popular.
-Fico imaginando quando ele encontrar uma namorada, quer dizer, se as garotas dessem em cima de você da forma que dão em cima dele eu mataria tanto você quanto todas elas.
-Elas dão. – falei sorrindo, Ravena me encarou enquanto procurava uma roupa no armário, eu fiquei encarando o corpo dela ali na minha frente vestindo apenas uma lingerie, depois daquele comentário era melhor eu esquecer qualquer forma de aproximação antes de chegarmos na boate.
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-Como é? Elas dão em cima de você, é?
-É. – falei rápido ficando de pé e me aproximando dela, Ravena me virou a cara e cruzou os braços. – mas, eu não dou bola para elas amor, você é a única na minha cabeça.
Toquei o ombro dela e lhe dei um beijo delicado no pescoço, Ravena me deu um tapa e eu me afastei.
-Sai, tenho que me arrumar.
Eu voltei a sentar na cama.
-Ficou irritada?
-Claro que não. – ela falou firme.
-Ok, então me dá um beijo.
-Vai pedir para as suas lideres de torcida.
Eu sorri, sim ela não tinha ficado irritada.
Shay
Eu estava me aprontando para a balada à noite quando meu celular tocou, vi que era o número do Hobi e decidi não atender, eu sabia o que ele queria, me dizer que ia se atrasar, que novidade.
Terminei de me aprontar e desci para a sala, eu sabia que ele ia se atrasar, ele sempre se atrasava, mas decidi ignorar aquilo. Sentei no sofá e comecei a olhar a agenda do meu celular, quem eu conhecia que iria para a balada naquela noite? Isso eu não sabia dizer e resolvi não chamar mais ninguém. Fiquei sentada apenas esperando o Hobi aparecer.
-E então? Vai sair com o namorado idiota? – a voz da minha prima Stephanie invadiu meus ouvidos, eu respirei fundo, era irritante a birra que ela tinha com o Hobi, eu não sabia dizer por que ou como aquilo começou, mas  a verdade era que me irritava profundamente.
-Por que você não vai procurar o que fazer e me deixa em paz? – falei irritada, Stephanie deu de ombros.
-Você está bonita, muito arrumada. Vão para a balada na praia?
-Não, vamos para um velório. – falei irritada.
-Nossa que hostilidade priminha.
-Vai para o inferno. – falei rápido.
-Não eu não vou, mas eu acho que daqui a alguns minutos você vai, porque seu pai acordou.
Meu pai tinha passado o dia inteiro dormindo e quando acordasse não ia gostar de ver o Hobi, a verdade era que meu pai não conseguia gostar dele e eu não sabia o motivo daquilo.
Peguei o celular do bolso discando o número do Hobi. Demorou um pouco até que ele atendesse.
-Hobi, onde você está? – perguntei quando ele atendeu.
-Estou chegando.
-Então vem logo, meu pai acordou e bem, você conhece ele.
-Sim eu conheço, você não acha melhor a gente se encontrar na esquina da rua da tua casa? Assim a gente evita problemas, não acha?
Parei um minuto analisando, Hobi tinha razão.
-Ok, estou saindo agora, não demora, ok?
Desliguei o celular e fiquei de pé.
-Ele não consegue enfrentar o seu pai? – Stephanie provocou, eu decidi ignorar, dei as costas e segui meu caminho, como Hobi havia dito, era melhor evitar problemas.
Ao chegar na esquina eu o vi de longe, a me ver ele sorriu, aquele sorriso que era só dele e então mais uma vez eu percebi o quanto eu amava aquele homem.
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becauseitsyouff · 4 years
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Cap. 1
SanHa
-Ei cara, belo jogo hoje! – foi o que escutei enquanto saía do campo e entrava nos vestiários, o jogo tinha sido no mínimo complicado, mas como sempre nós vencemos.
-Pois é, valeu. – falei sem nem ao menos saber quem estava falando, a verdade é que tinha tanta gente a minha volta quando deixei o campo que decifrar os rostos era no mínimo complexo demais e com o cansaço que eu estava sentindo aquilo era tarefa impossível.
-Arrebentou lá fora, não foi? – a camiseta veio de encontro a minha cara e só então eu percebi que Jay Park me encarava com um sorriso no rosto. – jogou pra caramba hoje.
-Jogamos. – falei atirando a camiseta de volta à ele. – sem seus passes eu não teria feito nenhum dos três gols.
-Pois é, pode me chamar de sua fada madrinha. – ele falou e eu sorri.
-SanHa? – a voz veio da porta do vestiário, eu me virei para ver quem se aproximava... Tara.
-Vai lá garanhão. – Jay falou ainda com um sorriso, eu sorri na direção dele, atirei a camiseta suada que acabara de tirar em cima de um dos bancos e me aproximei dela.
-Belo jogo artilheiro. – ela falou enquanto me encarava e enrolava os cabelos com a ponta do dedo, eu adorava quando ela fazia aquilo, era uma das formas que ela tinha para me provocar.
-Que bom que gostou, fico feliz.
-Ei posso te fazer uma pergunta?
-Até duas.
-Aonde vai passar as férias esse ano? – ela se aproximou mais com um sorriso, eu a encarei dos pés à cabeça ela estava especialmente bonita hoje com a roupa de torcida, aquele uniforme realmente caía como uma luva no corpo dela e vamos combinar que corpo.
-Acho que como todos os anos vou ficar por aqui mesmo treinando mais um pouco, por quê? Planos?
Ela sorriu com a forma que eu a encarei, Tara tentava se fingir de tímida, mas eu sabia muito bem que ela não era assim, eu já comprovara aquilo vezes sem conta.
-Na verdade tenho sim, meus pais têm uma casa no campo e eles estarão fora do país durante esse verão e eu pensei que nós poderíamos sei lá, aproveitar um pouco, o que acha?
Eu sorri, sim eu sabia o que ela queria dizer com aproveitar e por mim estava fechado, afinal eu não tinha nada mais importante para fazer e passar alguns dias a sós com a Tara era realmente um programa e tanto.
-Quando está pensando em ir?
-Na segunda semana de férias, o que acha?
-Por mim maravilhoso, você me liga para combinarmos os detalhes? – falei e ela abriu outro sorriso.
-Combinado então.
Tara deu meia volta e saiu do ginásio, Jay se aproximou de mim.
-Vai mesmo passar o verão com ela? – ele perguntou e eu sorri.
-Se não aparecer nada melhor até o fim da tarde. – falei com um sorriso. – e você? O que vai fazer?
-Vou para a casa dos pais da Ravena, a gente combinou que passaríamos essas férias com eles, portanto...
-Entendo, você se amarrou mesmo nela, não é?
-É sim.
-Que bom pra você. – falei em tom de sarcasmo, Jay pareceu perceber.
-Quero só ver quando você arranjar uma de quem goste de verdade, quando isso acontecer a gente conversa.
Eu ri alto, eu não era o cara que se apaixonava não mesmo.
-SanHa! – eu me virei mais uma vez para ver quem se aproximava, era a Jenny.
-Jenny, oi meu anjo. – falei me aproximando dela com um sorriso e deixando o Jay falando sozinho. – a que devo a honra de sua presença?
Ela sorriu encarando o chão.
-Vim te dizer que você estava genial no jogo mais cedo e te fazer uma proposta.
-Sou todo ouvidos.
-O que acha de ir na minha casa hoje à noite? Meus pais não vão estar em casa e eu pensei que a gente podia relaxar um pouco, o que acha?
Relaxar de novo? Eu sorri lembrando do convite da Tara.
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-Claro que sim, que horas? – concordei.
-Dez e meia está bom para você?
-Perfeito.
Ela deu meia volta e se afastou, Jay me deu um tapa na cabeça.
-Quando você vai tomar juízo?
-Nem tão cedo, gosto da minha vida como ela está.
Ele sorriu e nós seguimos caminho.
Quando cheguei em casa meus pais estavam na sala, eu os encarei, por que estavam juntos?
-O que aconteceu? Quem morreu?
Meus pais haviam se divorciado quando eu era muito pequeno e eu quase não via os dois juntos.
-Aconteceu alguma coisa?
Minha mãe foi a primeira a se manifestar.
-Olha meu amor, a gente vai ter que ir passar as férias com a sua avó no litoral.
-Como assim? A cidade da vó não tem nem dez habitantes mãe.
-Eu sei que você não gosta de lá.
-Eu não vou lá desde de antes do... Enfim, e além do mas, eu tenho que treinar e combinei um lance com a Tara.
-Tara? Quem é Tara? – meu pai perguntou e eu o encarei.
-Não é da sua conta. – falei rápido.
Quem ele pensava que era para de repente começar a se meter na minha vida, ele não tinha ido embora? Por que voltara?
-Cuidado como fala comigo SanHa, eu sou seu pai. – ele falou e eu ri alto.
-Piada boa essa.
-SanHa por favor. – minha mãe falou e eu parei de rir para encará-la. – sua avó não está bem de saúde e nós precisamos ficar com ela durante esse tempo, ok?
-Eu tenho escolha?
-Não.
Respirei fundo tentando me controlar.
-Ok vou ligar pra Tara desmarcando o nosso compromisso. – falei me afastando deles, mas só então eu percebi uma coisa, se era para falar da minha avó, por que meu pai estava lá?  
Parei no meio do caminho e os encarei.
-Por que ele veio aqui se era só para me dizer isso? O que ele tem a ver com a vó?
-Eu só vim para dar um apoio a sua mãe caso você se negasse a ir.
Fiquei encarando-os, minha mãe achava mesmo que eu ia me negar a um pedido dela?
-Desde quando me nego a alguma coisa que a senhora me peça, mãe?
-Nunca se negou meu amor, mas você anda um pouco diferente ultimamente, quase nunca fica em casa, bebe demais, sai demais que eu pensei...
-Que pensou que eu tinha  surtado? – constatei.
-Eu não queria...
-Esquece mãe, vou fazer minhas malas.
Rocky
Acordei cedo por um milagre naquele dia, minha cabeça ainda girava da noite anterior, mas me obriguei a estar de pé com o nascer do sol, motivo? Ela. Só ela conseguia fazer com que eu cometesse esse tipo de loucura.
Segui até a janela e a abri, o sol tocava o mar e eu me peguei encarando aquela paisagem, aquilo não era lindo, lindo era pouco, parecia realmente uma obra de arte pintada com toda a delicadeza e cuidado, parecia incrível.
Encarei o sol refletido no oceano e ao seguir a costa com o olhar eu a vi, era claro que ela já estaria lá, não é? Todo dia era a mesma rotina, ela acordava cedo e sentava no cais encarando o mar, eu sempre quis saber o que tanto ela olhava, mas ela nunca me disse com clareza, ela era um mistério em pessoa, um enigma que não estava pronto para ser desvendado e eu particularmente adorava aquilo.
Me espreguicei e segui para o banheiro, tomei um banho para ver se acordava, em vão, afinal para mim as seis da manhã ainda era madrugada, eu não funcionava bem até as dez, parei para pensar, talvez esse fosse o motivo de eu quase nunca entender o que ela tentava me dizer, era cedo demais para o meu cérebro complicado e deturpado.
Desci as escadas, peguei meu maço de cigarros e segui lentamente na direção do cais. Enquanto caminhava eu a observava de longe, o sol resplandecia nos cabelos dela e assim, naquela luz eles pareciam mais claros do que realmente eram, o castanho se transformava em dourado avermelhado e por um segundo parecia estar salpicado por pedras preciosas, era simplesmente lindo.
A cada passo na direção dela eu me sentia renovado, tanto pelos raios de sol como por estar a cada segundo mais próximo, ela tinha aquele dom, o dom de me transformar em uma pessoa diferente, alguém que eu não era, mas que gostaria de ser, alguém que importava.
-Eu sou um lixo de manhã. – falei enquanto fechava o casaco ao redor do corpo, apesar de ser o primeiro dia das férias de verão o clima ainda estava frio.
-Você é sempre um lixo. – ela falou sem tirar os olhos do horizonte. – bebe demais, fuma demais, só come porcaria e não faz exercícios.
Eu sorri e encarei o horizonte, os pássaros voavam lá longe, mas fora eles não havia mais nada a ser visto ali.
-O que você tanto olha? – perguntei pela milésima vez, desde que nos conhecemos que eu fazia aquela pergunta e todas as respostas que ela me dera até o momento nunca foram claras, na verdade eu meio que não entendi metade delas.
-É enorme, não é? – ela começou e eu me obriguei a me concentrar, quem sabe dessa vez eu não entendia?
-O que? – perguntei quando vi que ela não ia continuar.
-O mar. – ela respondeu ainda sem tirar os olhos do horizonte. – a gente sabe onde começa, mas não dá para saber onde termina, quer dizer, pelo menos não olhando desse ângulo.
Certo, eram seis da manhã, meu cérebro ainda estava dormindo, dá um desconto.
-Ok, se era para me confundir mais uma vez você conseguiu. – falei sentando ao lado dela, ela enfim desviou o olhar do mar para me encarar.
-Desculpe não queria te confundir, é só que eu acho tão interessante como o oceano se parece com a nossa vida.
O que? Mais enigmas?
-Fale por você, minha vida não é azul, salgada e molhada e também não tenho pessoas nuas nadando e fazendo xixi nela.
Ela riu encarando o chão, eu simplesmente achava encantadora aquela forma que ela tinha de sorrir, era algo que era só dela e a deixava ainda mais linda.
-Não é disso que estou falando Rocky. – ela falou e eu sorri, eu adorava quando ela falava meu nome, parecia que a melodia dele enquanto saía da boca dela o deixava de certa forma, especial. – o que estou tentando dizer é que como a nossa vida a gente sabe onde ele começa, mas não faz ideia de onde ou como termina.
Eu deixei de olhá-la para encarar o oceano novamente, sim ela estava certa.
-Ok, você está certa, mas sabe que eu odeio quando fala assim, então vai levanta essa bunda daí e vem comigo.
Estendi a mão na direção dela que me olhou com um sorriso antes de segurá-la.
-E para onde nós vamos?
Eu sorri encarando-a nos olhos, naquele belo par de olhos avermelhados que sorriam para mim e naquele instante eu me perguntei por que ela era minha amiga? O que ela tinha visto em mim? Eu era apenas um desajustado com quem ninguém se importava, por que ela? Quais os motivos que a fizeram olhar para mim? Quais as razões que a fizeram reparar que eu existo?
-Você já tomou café da manhã? – perguntei e mais uma vez ela sorriu.
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-Por quê? Quer me levar para tomar um monte de cafeína?
Foi a minha vez de sorrir.
-Aceita?
-E por que não?
Eu segurei seus dedos mais firme entre os meus e mais uma vez encarei seu rosto delicado, ela era mesmo linda e nem parecia ser real.
Mari
Meus olhos ardiam por não ter dormido direito à noite, eu estava simplesmente uma desgraça, eu nem acreditava que tinha passado a noite inteira chorando por causa daquele imbecil.
As férias mais uma vez tinham começado e eu sabia que era só sair pela porta da frente que eu ia dar de cara com ele, afinal a família dele, assim como a minha, todo ano vinha passar o verão no litoral e como se não bastasse, a casa dele era de frente a minha.
Cobri a cabeça com o travesseiro na tentativa de evitar os raios de sol que me mandavam acordar, eu e minha família tínhamos chegado tarde na noite anterior, aquele poderia ser um motivo para eu acordar tarde, não? Não, na verdade não, minha mãe, a senhora saúde ia invadir meu quarto a qualquer minuto, eu sabia daquilo, na verdade eu já podia ouvir os passos dela na escada.
-Merda estou morrendo de sono e a culpa é sua. – falei atirando o caderno que eu guardava com uma série de fotos dele na direção da porta.
Eu não sabia o que era mais idiota em tudo aquilo, o fato de eu estar irritada comigo mesma por estar com sono ou o fato de ter aquele caderno.
A história do caderno era a seguinte, a primeira vez que eu e ele nos conhecemos foi em um luau na praia há dois verões atrás, eu como sou uma idiota acabei me apaixonando perdidamente por ele, mas quem não se apaixonaria? Ele era educado, engraçado, gentil, amável e visivelmente se preocupava comigo. Ficamos o verão inteiro juntos, ele não perdia a oportunidade de dizer o quanto eu era especial e o quanto se sentia bem em estar ao meu lado, eu sentia o mesmo, uma tonta.
Todas as fotos que tiramos, todas as cartas que ele me escrevia durante as aulas estavam coladas naquele caderno, era algo que eu gostava de ver toda hora, era uma forma de me manter mais próxima dele enquanto as férias não chegavam, eu pensava que enquanto eu estava vendo as nossas lembranças e pensando nele, ele provavelmente estava fazendo o mesmo, que idiota.
No último verão eu descobri, o próprio primo dele me falou, eu era uma imbecil por gostar dele, pois enquanto eu sonhava com ele durante as aulas ele tinha uma namorada, pois é, uma droga de uma namorada a quem ele enganava dizendo que ia ver a avó quando na verdade vinha para o litoral para ficar comigo, no  momento em que eu soube não consegui sentir nada além de nojo de mim mesma, eu estava sendo a outra, traindo uma garota que provavelmente gostava dele tanto quanto eu.
É claro que ele tentou negar, dizer que quem quer que fosse que tinha me contado essa história estava inventando coisas, mas o que o primo dele ganharia inventando tudo aquilo? Ele nem me conhecia direito, por que inventaria algo do tipo? O que me restou foi acreditar.
-Mariana vamos meu amor, hora de levantar.
Eu odiava quando a minha mãe simplesmente invadia meu quarto como se fosse repartição pública.
-Não quero! – falei mais uma vez tapando o rosto com o travesseiro.
-Por que isso está no chão?
Eu tirei o travesseiro da cara e a encarei, minha mãe segurava meu caderno em mãos.
-Porque eu quero queimar essa droga, está decidido, vou queimar.
-Ok. – ela falou se virando com o caderno ainda em mãos. – eu te ajudo.
-NÃO! – gritei pulando da cama e correndo até ela. – não, me devolve isso.
-Achei que quisesse queimar. – ela me encarou com um sorriso.
-Eu quero, mas tenho que fazer isso sozinha.
Por que diabos eu ainda estava defendendo aquela bosta de caderno?
-Ok, faça o que quiser com ele, eu só sei que te quero lá em baixo em dez minutos, temos que correr na praia e estamos atrasadas, vai se mexe!
Fiquei olhando minha mãe enquanto ela desaparecia porta afora, encarei o caderno em minhas mãos e o abri, folheei algumas páginas passando por várias fotos nossas, parecíamos tão felizes naquela época.
As páginas seguintes estavam manchadas de lágrimas o que serviu para me lembrar como realmente era a nossa história, uma mentira que apenas a idiota aqui tinha acreditado, uma mentira que doía tanto que parecia dor física, ele não podia ter feito isso comigo, não mesmo.
-Eu te amava seu imbecil! – falei atirando o caderno na direção da janela, ao invés de bater no vidro e cair no chão, ele ultrapassou a janela que minha mãe abrira e foi parar na área do lado de fora. – ah que merda.
Corri até lá para pegá-lo, quando pulei a janela e me ajoelhei ao lado do caderno percebi uma movimentação na rua, ergui os olhos e o vi, ele estava de pé na calçada, a mochila nas costas e o olhar fixo em mim. Me obriguei a ser racional, peguei o caderno, virei as costas e entrei de volta no quarto, o coração aos saltos só pelo simples fato de o ter visto.
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-Você é uma idiota. Mariana, uma idiota completa!
Lizzy
Quando meu celular despertou eu já estava acordada, me aproximei o silenciei e voltei a fazer a cama, o dia lá fora ainda estava um pouco escuro, mas os primeiros raios de sol começavam a despontar no horizonte, tive que me apressar ou perderia o nascer do sol.
Deixei as coisas organizadas, afinal a família da minha tia estava chegando e se minha mãe acordasse e visse meu quarto desarrumado acabaria tendo um ataque. Dois primos meus estavam vindo naquele verão como sempre faziam, um deles eu aturava porque era o jeito, ele era sobrinho do marido da minha tia e insistia em vir com eles todos os verões, já o outro, o filho da minha tia era simplesmente uma das pessoas que eu mais amava no mundo.
Me aprontei e desci correndo sem falar com ninguém, meus pais não entendiam os motivos de eu gostar tanto do nascer e do pôr do sol, a verdade era que nem eu entendia direito, era simplesmente algo que eu fazia todos os dias, já tinha virado rotina seguir até o cais, sentar e esperar o sol nascer.
Segui a passos apressados até lá, quando cheguei sentei encarando a vastidão daquele oceano gigantesco, o mar era algo tão fascinante, para mim pelo menos, eu conseguia ver uma beleza misteriosa naquelas águas azuis, eu costumava comparar o mar com a vida, a gente sempre sabia onde começava, mas não sabia onde ou como terminava, mas não era apenas aquilo, uma vez eu tinha escutado em um filme que o coração de uma mulher era como um oceano, profundo e cheio de segredos, não me lembro bem qual era o filme, mas aquela frase nunca saiu da minha cabeça, era a mais pura verdade.
O sol começou a despontar no horizonte e eu respirei fundo ao ver o brilho laranja começar a tomar o céu, era incrível como a natureza conseguia ser simples e bela ao mesmo tempo. Por mim eu ficaria minha vida inteira ali apenas admirando aquela paisagem, mas eu não podia, infelizmente diferentemente do nascer do sol que era belo e perfeito a minha vida não era e toda vez que amanhecia de verdade eu tinha que voltar a encarar aquela realidade.
Encarei o relógio de pulso, ainda era cedo e a cidade apenas acordava, mas eu sabia que ele estava vindo, ele sempre vinha a mesma hora para me fazer companhia, ele era uma das poucas coisas boas que eu conhecia.
Fiquei pensando na forma que eu era sozinha antes de conhecê-lo, certo que eu tinha meu primo que eu amava com todas as minhas forças, mas não era a mesma coisa, ele me entendia, entendia como ninguém conseguia e nos bastava apenas uma troca de olhares e um sorriso para saber o que o outro estava pensando.
As pessoas estranhavam a nossa amizade, afinal somos muito diferentes, mas para mim aquilo era apenas um motivo a mais para gostar de tê-lo por perto. Ele tinha os olhos mais expressivos que eu uma vez já vira e ele conseguia transmitir tudo o que queria me dizer com apenas um olhar.
Se alguém invadisse meus pensamentos enquanto eu estava com ele ou pensava nele poderia provavelmente entender tudo errado e até mesmo pensar que eu estava apaixonada por ele, de certa forma eu estava, mas não por ele no sentido de querer que ele fosse meu namorado, a verdade era que eu era apaixonada pela forma com que ele me fazia sentir, eu era apaixonada pelo sentimento que a gente compartilhava e aquilo era tudo.
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-Eu sou um lixo de manhã. – a voz me fez sorrir mesmo sem encará-lo, eu sabia exatamente como ele estava sem precisar olhar para ele.
Provavelmente de pé, as mãos nos bolsos da jaqueta de couro preta, a sua preferida e a minha também e um cigarro na boca.
-Você está sempre um lixo. – respondi sem pensar duas vezes e escutei ele sorrir.
Sim, ele quase sempre estava um lixo, mas era com ele que eu me sentia bem, era ele que cuidava de mim e aquela sensação era a melhor sensação do mundo, me fazia sentir que nada nunca ia dar errado enquanto ele estivesse por perto e aquilo me deixava de certa forma mais tranquila, eu sabia que se de uma hora para outra tudo acabasse, o sentimento que compartilhávamos não acabaria e aquilo já servia para eu me sentir bem novamente.
Jungkook
Eu sempre gostara das férias de verão, ir para o litoral era minha parte favorita do ano, afinal eu a veria, eu estaria com ela, eu a teria em meus braços, pois é, nesse ano as coisas estavam um pouco diferentes.
Ela terminou comigo sem mais nem menos, veio com uma história de que tinha descoberto por fonte segura que eu a enganava, que na verdade tinha uma namorada na escola e que ela era apenas a garota com quem eu me divertia no verão. Que loucura, era claro que aquilo era mentira, desde criança eu vinha para aquele litoral passar as férias e sempre a via na casa em frente, meu sonho sempre foi que ela me notasse, que ela olhasse para mim e quando isso enfim aconteceu, eu ia jogar fora assim? Claro que não.
Eu era louco por ela, completamente apaixonado, eu não conseguia me imaginar sem ela. A gente combinava tanto, só precisava ela me olhar para eu saber o que ela estava pensando e vice versa, mas agora as coisas estavam diferentes, o engraçado é que desde que a gente terminara eu ainda não a tinha visto, nós terminamos, quer dizer, ela terminou comigo no último dia do verão passado, enquanto eu estava na porta do carro dos meus pais pronto para ir embora, quando eu pensei que ela se aproximava para se despedir e que as lágrimas em seus olhos seriam de saudades fui surpreendido por aquela bomba, o pior de tudo é que por não saber quem inventou essa mentira eu nem posso me defender.
-Jungkook? – os pensamentos foram espantados da minha cabeça pela voz do meu primo. – está pensando em que?
-E você ainda pergunta? – falei tentando forçar um sorriso, em vão. – na Mari e em toda a confusão que está entre a gente. Eu só queria saber quem inventou aquela mentira pra ela e por quê.
-Inveja primo. – Kai falou com um sorriso. – as pessoas são invejosas e quando não possuem algo especial como vocês possuíam tendem a querer destruir.
Eu o encarei, Kai era realmente um dos meus melhores amigos além de ser meu primo.
-Eu só queria saber quem foi.
Ele limpou a garganta.
-Esquece isso, esse litoral é cheio de garotas durante o verão, você vai encontrar outra.
-Não quero outra, eu quero a Mariana.
-Mas ela não te quer mais, ficar chorando pelo leite derramado só te transforma em um perdedor.
Eu o encarei, ele estava tentando ajudar ou acabar comigo de vez?
-Ah, obrigado. – falei em tom de sarcasmo.
-Meninos estamos chegando. – a voz da minha mãe chamou a nossa atenção.
Meu coração disparou, será que ela já tinha chegado?
Quando o carro parou, peguei minha mochila e desci, tentei não olhar, mas foi inútil, meus olhos seguiram direto para a casa dela, as janelas estavam abertas o que significava que como de costume eles tinham chegado um dia antes de nós.
-Jungkook, uma ajudinha aqui, por favor?
Eu desviei o olhar da casa dela para encarar meu pai que carregava algumas caixas.
-Ok, desculpe.
Antes de ajudar ainda olhei novamente, mas agora direto na direção da janela do quarto dela.
Por um segundo não acreditei no que estava vendo, era ela e estava especialmente linda. Os cabelos desarrumados, o rosto rosado de provavelmente ter acabado de acordar e aquele pijama fofo de ursinho que eu achava a coisa mais linda do mundo.
-Vamos entrar, sua tia já está esperando. – eu respirei fundo ao ouvir minha mãe dizer aquilo.
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Fiquei mais um minuto paralisado encarando a cena, por mim eu ficaria olhando para ela a minha vida inteira, meu coração disparou quando ela me olhou, foi mais ou menos automático, foi como se nossos olhares tivessem sido atraídos um pelo outro, eu senti meu coração disparar quando ela me encarou, fiquei sem saber como reagir, no fim das contas nem tive tempo para pensar direito, ela simplesmente me deu as costas e entrou em casa, eu fiquei apenas encarando a janela, aquele verão seria longo e solitário.
Debby
Mais uma vez resolvi acordar cedo só para me pendurar na janela e olhar a paisagem, não que o litoral fosse assim tão lindo, a verdade era que tinha algo especial naquela vista, algo que balançava o meu coração sempre que aparecia.
Agucei a visão, ela já estava lá, sentada no cais como todos os dias então ele não demorava a aparecer também.
Fiquei com os olhos grudados naquela garota, eu queria saber o que ela tanto olhava, todo ano era assim, sempre que eu e meus pais vínhamos para o litoral eu a via sentada naquele mesmo lugar olhando o horizonte, ela era louca? Bem, se fosse, era uma louca que eu invejava profundamente.
Me obriguei a prestar atenção no movimento ao redor dela e notei que ele se aproximava, calça jeans preta, uma camisa branca por baixo de uma jaqueta de couro, ele caminhava com as mãos nos bolsos eu achava aquele gesto tão perfeito, tão lindo, tão dele.
Ele se aproximou dela e ficou algum tempo de pé, os dois pareciam estar conversando, fiquei observando enquanto ele sentava no cais também. Admito que fiquei mais do que o que esperava na janela, mas eu simplesmente não conseguia desviar o olhar dele.
Os dois ficaram de pé para sair e eu quis morrer quando ele segurou a mão dela, um sentimento ruim me invadiu e naquele minuto eu desejei com todas as forças ser ela.
Fiquei na janela enquanto os dois se afastavam, quando os perdi de vista resolvi me aprontar, enquanto tomava banho imaginava para onde eles tinham ido e o que estavam fazendo. Resolvi espantar aquele pensamento, afinal eu tinha coisas melhores para fazer.
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Desci e segui para a cafeteria do outro lado do cais onde eu sempre costumava ir, ao entrar avistei alguém de longe, só podia ser brincadeira.
-Oi bom dia. – o sorriso dele iluminou todo o ambiente eu fiquei um minuto olhando-o, era pra mim aquele sorriso? Olhei ao redor e ele sorriu ainda mais, sim aparentemente era pra mim, mas por quê?
Ele pareceu perceber minhas dúvidas e sorriu novamente.
-Deborah vem, senta aqui comigo.
-Ok, agora que ele tinha dito meu nome eu acreditava que ele estava mesmo falando comigo.
Me aproximei insegura e puxei a cadeira de frente a ele.
-Como você está?
-Bem. – respondi automaticamente ainda analisando-o, ele estava mesmo falando comigo?
-Por que está me olhando assim? – ele me encarou.
-Não me leve a mal. – falei rápido, eu não queria que ele me entendesse mal era que eu não estava acostumada com a presença dele, a verdade era que desde que eu o “conhecia” ele nem sequer me dirigira um oi, por que estava falando comigo agora? – mas, é que eu não sei por que está falando comigo.
-Você é prima da namorada do meu melhor amigo.
-Só por isso?
-Olha desculpe, é que faz tanto tempo que eu não venho nessa cidade que estou meio perdido, o único lugar que consegui encontrar foi esse.
-Deveria ter ido até a casa dos pais da Ravena, o Jay está lá.
-Eu sei, mas não quis atrapalhar. E então? Você vem todo ano pra cá?
Eu o encarei ainda mais desconfiada.
-Não foi uma cantada Deborah, nem tudo que sai da minha boca é uma.
-Ok desculpe.
-Relaxa um pouco garota, eu não mordo.
Resolvi fazer o que ele dissera para fazer mesmo o garoto do cais não saindo da minha cabeça, afinal não era todo dia que eu tinha oportunidade de conversar com Yoon SanHa.
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