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brisa-ventania · 2 days
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O Teu Riso, Pablo Neruda
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brisa-ventania · 7 days
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–  Baudelaire (1865)
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brisa-ventania · 7 days
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Quando fui ferida, Por Deus, pelo diabo, ou por mim mesma, – ainda não sei – percebi que não morrera, após três dias, ao rever pardais e moitinhas de trevo. Quando era jovem, só estes passarinhos, estas folhinhas bastavam para eu cantar louvores, dedicar óperas ao Rei. Mas um cachorro batido demora um pouco a latir, a festejar seu dono – ele, um bicho que não é gente – tanto mais eu que posso perguntar: por que razão me bates? Por isso, apesar dos pardais e das reviçosas folhinhas Uma tênue sombra ainda cobre meu espírito. Quem me feriu perdoe-me.
— Adélia Prado, em "A cólera divina".
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brisa-ventania · 8 days
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Adélia Prado
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brisa-ventania · 8 days
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Aspiro a um repouso absoluto e a uma noite contínua. Poeta das loucas voluptuosidades do vinho e do ópio, não tenho outra sede a não ser a de um licor desconhecido na Terra e que nem mesmo a farmacopeia celeste poderia proporcionar-me; um licor que não é feito nem de vitalidade, nem de morte, nem de excitação, nem de nada. Nada saber, nada ensinar, nada querer, nada sentir, dormir e sempre dormir, tal é actualmente a minha única aspiração. Aspiração infame e desanimadora, porém sincera.
–  Baudelaire (1865)
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brisa-ventania · 8 days
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Brota esta lágrima e cai. Vem de mim, mas não é minha. Percebe-se que caminha, sem que se saiba aonde vai. Parece angústia espremida de meu negro coração, – pelos meus olhos fugida e quebrada em minha mão. Mas é rio, mais profundo, sem nascimento e sem fim, que, atravessando este mundo, passou por dentro de mim.
– Cantiguinha, Cecília Meireles
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brisa-ventania · 8 days
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Quadra 1
Na canção que vai ficando
já não vai ficando nada:
é menos do que o perfume
de uma rosa desfolhada.
– Cecília Meireles
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brisa-ventania · 8 days
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RITMO
O ritmo em que gemo
doçuras e mágoas
é um dourado remo
por douradas águas.
Tudo, quando passo,
olha-me e suspira.
– Será meu compasso
que tanto os admira?
– Cecília Meireles
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brisa-ventania · 17 days
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Eu, Clarice Lispector
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brisa-ventania · 1 month
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CANÇÃO
Ó flores do verde pino, sempre é tempo de esperar! Mas nós temos a certeza de que aquilo que esperamos não se acha em nenhum lugar... Não tem raízes nem ramos, não é do céu nem do mar. Não tem nome, – é só destino. E é toda a nossa estranheza, sabendo-o tanto, esperar...
– Cecília Meireles
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brisa-ventania · 1 month
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“POR TODOS OS LADOS”
Por todos os lados, o mar me rodeia; me deixa recados escritos na areia. Das águas sou filha: nasci de um beijo de espuma em redor de alguma silenciosa ilha. Maravilha, maravilha da espuma em pedra serena: a água nos meus olhos brilha, da pedra é que sou morena.
Por Todos os Lados, Cecília Meireles
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brisa-ventania · 3 months
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iv
das noites em que o sono não vem, chegam cartas, nuvens, perfumes e lembranças cheias de desdém.
– Ágnes Souza
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brisa-ventania · 3 months
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crescente
sol de lua vive o mar.
– Ágnes Souza
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brisa-ventania · 3 months
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retórica
– e o coração? – cheio de gente...
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brisa-ventania · 3 months
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Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.
Carl Jung
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brisa-ventania · 4 months
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diminuto
armar-se amar-se amar
se amares.
Ágnes Souza
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brisa-ventania · 4 months
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Manhã
Bela é a terra belas, as nuvens belo é o dia e a alvorada, imensa assim cantava um homem vendo a fumaça dispersa da canhonada de cem chaminés da cidade. E o pão na mesa tornou-se um mistério a fronte pulsava ante o insólito sigilo levantando bem alto os braços, o homem de camisa se riu, se pôs a dançar em círculos. O gosto do pão lembra a luz do sol na boca — o pão pode lampejar seus raios seguindo para o trabalho, o homem sentiu amor e falou dele às pedras das ruas. Amo a matéria, que é só um espelho a rodopiar. Amo o fluxo do meu sangue, causa única do mundo. Creio na destrutibilidade de tudo que há. Nas mãos, para que não me perca, o mapa violáceo das veias.
— Czesław Miłosz
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