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Dia Mundial dos Pobres - Homilia do Santo Padre
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"Enquanto alguns falam da beleza exterior do templo e admiram as suas pedras, Jesus desperta a atenção para os acontecimentos conturbados e dramáticos que marcam a história humana. De facto, enquanto o templo construído pelas mãos do homem passará, como passam todas as coisas deste mundo, é importante saber discernir o tempo que vivemos, para permanecer discípulos do Evangelho mesmo no meio das convulsões da história.
E, para nos indicar o modo de discernir, o Senhor oferece-nos duas exortações: não vos deixeis enganar e dai testemunho.
A primeira coisa que Jesus diz aos seus ouvintes, preocupados «quando» e «como» ocorrerão os eventos aterradores de que fala, é: «tende cuidado em não vos deixardes enganar, pois muitos virão em meu nome dizendo: “Sou eu”; e ainda: “O tempo está próximo”. Não os sigais» (Lc 21, 8 ). E acrescenta: «Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis» (21, 9). E isto vem mesmo a propósito no momento atual. Mas de que engano nos quer livrar Jesus? Da tentação de ler os factos mais dramáticos de modo supersticioso ou catastrófico, como se estivéssemos já perto do fim do mundo não valendo a pena empenhar-nos em algo de bom. Se assim pensarmos, deixamo-nos guiar pelo medo e depois vamos, com morbosa curiosidade, procurar talvez respostas nas parvoíces de magos ou horóscopos que nunca faltam – e hoje muitos cristãos vão consultar os magos, procuram o horóscopo como se fosse a voz de Deus –; ou então abandonamo-nos a teorias fantasiosas propostas por qualquer «messias» da última hora, geralmente sempre derrotistas e intrigantes – também a psicologia da intriga é ruim, faz-nos mal –. Aqui não está o Espírito do Senhor, nem no ir consultar os «gurus» nem neste espírito de intriga. Aqui não está lá o Senhor. Jesus adverte-nos: «Não vos deixeis enganar», não vos deixeis encandear por uma credulidade ingénua, nem enfrenteis os acontecimentos movidos pelo medo, mas aprendei a ler os factos com os olhos da fé, certos de que, estando perto de Deus, «não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (21, 18).
Se é verdade que a história humana está constelada de eventos dramáticos, situações dolorosas, guerras, revoluções e calamidades, é igualmente verdade – diz Jesus – que tudo isto não é o fim (cf. 21, 9); não são um bom motivo para se deixar paralisar pelo medo ou ceder ao derrotismo de quem pensa que já está tudo perdido e é inútil empenhar-se na vida. O discípulo do Senhor não se deixa atrofiar pela abdicação, não cede ao desânimo nem mesmo nas situações mais difíceis, porque o seu Deus é o Deus da ressurreição e da esperança, que sempre levanta: com Ele sempre se pode levantar o olhar, voltar a começar e pôr-se a caminho. Assim, perante a provação – qualquer provação, seja ela cultural, histórica ou pessoal –, o cristão interroga-se: «O que é que me está a dizer o Senhor através deste momento de crise?» Também eu me coloco esta pergunta, hoje, perante esta terceira guerra mundial: O que é que nos está a dizer o Senhor? Que nos diz o Senhor? E, sempre que sucedem eventos maléficos que geram pobreza e sofrimento, o cristão pergunta-se: «O que é que posso, concretamente, fazer de bom?» Não deve fugir, mas interrogar-se: Que me diz o Senhor e que posso eu fazer de bom?
Não é por acaso que a segunda exortação de Jesus – depois desta: «não vos deixeis enganar» – seja positiva. Diz Ele: «Tereis ocasião de dar testemunho» (21, 13). Ocasião de dar testemunho. Quero sublinhar esta palavra esplêndida: ocasião. Significa ter a oportunidade de fazer algo de bom a partir das circunstâncias da vida, mesmo se estas não forem as ideais. É uma bela arte tipicamente cristã: não se deixar ficar vítima daquilo que sucede – o cristão não é vítima e a psicologia do «vitimismo» é má, faz-nos mal –, mas aproveitar a oportunidade que se esconde em tudo o que nos acontece, o bem que é possível (aquele pouco de bem que for possível fazer) e construir mesmo a partir de situações negativas. Cada crise é uma possibilidade e proporciona ocasiões de crescimento. Porque cada crise abre-se à presença de Deus, à presença da humanidade. Mas que faz o espírito mau? Quer que transformemos a crise em conflito; e o conflito é sempre fechado, sem horizonte nem via de saída. Assim não! Vivamos a crise como pessoas humanas, como cristãos, não a transformando em conflito, porque cada crise é uma possibilidade e proporciona ocasiões de crescimento. Apercebemo-nos disto, repassando a nossa história pessoal: com frequência, na vida, os passos em frente mais importantes foram dados precisamente no âmbito dalgumas crises, situações de prova, de perda de controle, de insegurança. Compreendemos, assim, o convite que Jesus faz hoje, diretamente, a mim, a ti, a cada um de nós: que fazes quando vês ao teu redor factos turbulentos, quando se levantam guerras e conflitos, quando sucedem terremotos, carestias e pestilências? Eu que faço? Tu que fazes? Procuras distrair-te para não pensares nisso? Divertes-te para não te envolveres? Segues a estrada da vida mundana, de não assumir nem tomar a peito estas situações dramáticas? Viras a cara para o outro lado para não ver? Adequas-te, submisso e resignado, ao que acontece? Ou tais situações tornam-se ocasião para testemunhares o Evangelho? Hoje cada um de nós deve questionar-se à vista de tantas calamidades, perante esta terceira guerra mundial tão cruel, frente à fome de tantas crianças, de tanta gente: Poderei eu desperdiçar, desperdiçar dinheiro, desperdiçar a minha vida, desperdiçar o sentido da minha vida, sem me encher de coragem para seguir em frente?
Irmãos e irmãs, neste Dia Mundial dos Pobres, a Palavra de Jesus é uma forte advertência para romper esta surdez interior que todos nós temos e que nos impede de ouvir o grito de sofrimento, sufocado, dos mais frágeis. Também hoje vivemos em sociedades feridas e assistimos, tal como nos disse o Evangelho, a cenários de violência (basta pensar nas crueldades que está a sofrer o povo ucraniano), injustiça e perseguição; mais, devemos enfrentar a crise gerada pelas alterações climáticas e pela pandemia, que deixou atrás dela um rasto de perturbações não apenas físicas, mas também psicológicas, económicas e sociais. Também hoje, irmãos e irmãs, vemos levantar-se povo contra povo e assistimos, angustiados, à frenética ampliação dos conflitos, à calamidade da guerra, que provoca a morte de tantos inocentes e multiplica o veneno do ódio. Também hoje, mais do que ontem, muitos irmãos e irmãs, provados e atribulados, emigram à procura duma esperança, e muitas pessoas vivem na precariedade pela falta de emprego ou por condições laborais injustas e indignas. E também hoje, irmãos e irmãs, as vítimas mais penalizadas de qualquer crise são os pobres. Mas, se o nosso coração estiver blindado e indiferente, não conseguiremos ouvir o seu flébil grito de dor, chorar com eles e por eles, ver quanta solidão e angústia se escondem mesmo nos cantos esquecidos das nossas cidades. É preciso ir aos cantos das cidades, aqueles ângulos escondidos, escuros: lá se vê tanta miséria, tanto sofrimento e tanta pobreza descartada.
Façamos nosso o convite forte e claro do Evangelho a não nos deixarmos enganar. Não demos ouvidos aos profetas da desgraça; não nos façamos encantar pelas sereias do populismo, que instrumentaliza as necessidades do povo, propondo soluções demasiado fáceis e precipitadas. Não sigamos os falsos «messias» que, em nome do lucro, proclamam receitas úteis apenas para aumentar a riqueza de poucos, condenando os pobres à marginalização. Ao contrário, demos testemunho: acendamos luzes de esperança no meio da escuridão; nas situações dramáticas, aproveitemos a ocasião para testemunhar o Evangelho da alegria e construir um mundo fraterno, pelo menos um pouco mais fraterno; empenhemo-nos corajosamente em prol da justiça, da legalidade e da paz, permanecendo sempre ao lado dos mais frágeis. Não fujamos para nos defender da história, mas lutemos para dar a esta história que estamos a viver um rosto diferente.
E onde havemos de encontrar a força para tudo isto? No Senhor. Na confiança em Deus, que é Pai e vela por nós. Se Lhe abrirmos o coração, Ele aumentará em nós a capacidade de amar. Este é o caminho: crescer no amor. De facto Jesus, depois de ter falado de cenários de violência e terror, conclui dizendo: «Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (21, 18). Mas que significa isto? Que Ele está connosco, Ele é o nosso guardião, Ele caminha connosco. Tenho eu esta fé? Tu tens esta fé de que o Senhor caminha contigo? Devemos repetir sempre isto para nós mesmos, especialmente nos momentos mais dolorosos: Deus é Pai e está ao meu lado, conhece-me e ama-me, vela por mim, não dorme, cuida de mim e, com Ele, nem um só cabeleiro da minha cabeça se perderá. E eu, como respondo a isto? Ao ver os irmãos e as irmãs que passam necessidade, ao ver esta cultura do descarte que descarta os pobres, que descarta as pessoas com menos possibilidades, que descarta os idosos, que descarta os nascituros... Ao ver tudo isto, que sinto e que devo fazer como cristão neste momento?
Amados por Ele, decidamo-nos a amar os filhos mais descartados. Ali está o Senhor. Segundo uma antiga tradição (mesmo aqui, nas aldeias da Itália, ainda há alguém que a mantém), na ceia de Natal, deve-se deixar um lugar vazio para o Senhor, que certamente baterá à porta na pessoa dum pobre necessitado. E o teu coração, tem sempre um lugar livre para tais pessoas? O meu coração tem um lugar livre para tais pessoas? Ou estamos tão atarefados com os amigos, os eventos sociais, as obrigações, que nunca temos um lugar livre para tais pessoas? Cuidemos dos pobres, em quem está Cristo, que Se fez pobre por nós (cf. 2 Cor 8, 9). Ele identifica-Se com o pobre. Sintamo-nos interpelados para que nem um só cabeleiro da cabeça deles se perca. Não podemos ficar – como aqueles de quem fala o Evangelho – a admirar as belas pedras do templo, sem reconhecer o verdadeiro templo de Deus, o ser humano, o homem e a mulher, especialmente o pobre, em cujo rosto, em cuja história, em cujas feridas está Jesus. Foi Ele que o disse… Nunca o esqueçamos!"
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Meditação da Regra II, 1
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Salve Maria!
Cada um de nós aqui aqui estamos por meio de nossa resposta pessoal e livre de seguir a Santíssima Virgem Maria por meio de sua Ordem de Cavalaria, com sua Regra, sua vivência e espiritualidade, cada dia mais consciente da grande honra, realização e alegria de nos entregarmos inteiros, corpo, alma e coração. Buscar no amor de Maria a Sabedoria que vem do Alto e sentir em nós a força que vem do Senhor, que habita em nós desde o nosso Batismo para muito bem cumprirmos os fins da Ordem para a maior honra e glória de Deus em servir a Fé Católica, defender a Santa Igreja e trabalhar pela Cristandade e pela Paz.
A Ordem não faz acepção de pessoas e nem poderia cair nesta falsa e estéril tentação e muito menos a natureza de guerra e de batalhas que a Ordem se propõe e que nós nos propomos por ela é muito distinta das demais Ordens e Associações que desejam crescer em status e reconhecimento de glórias vãs e passageiras. Nós não somos assim, não buscamos nunca a nossa própria glória, ao contrário, nos diz a Regra dos Cavaleiros ainda em seu prólogo, item 7:
“O heroísmo cristão que está na base da cavalaria constitui uma mudança radical dos valores profanos: à exaltação de si que pretende atingir o absoluto, opõe-se ao abaixamento de Deus feito homem; à vontade de poder, à humildade; à força deificada, à onipotência da Cruz”.
Nestas condições não importa a nossa origem pessoal, nossa condição social e a particularidade de cada um, pois a Ordem molda homens e mulheres que nela participam a uma condição muito própria, a de homens e mulheres que se deixam moldar para a ação pela graça de Deus e pela companhia de Nossa Senhora.
A Ele servimos e nos permitimos a cada dia fazer morrer em nós o egoísmo que é sempre vívido nos corações humanos e por consequência fazer morrer as constantes inseguranças em nosso coração, mal de nosso próprio orgulho.
Distinguir e discernir o bem e o mal, vividos todos os dias (a cada dia basta o seu mal MT 6, 34) em nossa vida para permitir-nos, cada um e todos aqui, transformar-nos em um novo homem, tendo cada um reconhecido os dons pessoais e suas aptidões, mas iguais ou semelhantes em intenção, força, coragem, ânimo e convicção uníssonas.
Cor unum et anima mea! Um só coração, uma só alma em Cristo por Maria, confiados e moldados pela graça e pela força que vem do alto, assim, nos permitimos.
Ninguém chega pronto às Portas da Ordem de Santa Maria, mas todos se permitem formar-se entre sacrifícios e alegrias. Ao entrarmos pela Porta da Ordem nada está concretizado, pelo contrário, é aqui onde tudo se inicia e se estende até o fim de nossas vidas, com reflexos na eternidade.
Não aprendamos apenas a fazer o que devemos fazer, mas a fazer com e por amor!
Assim, nos é prudente pensar que o que nos faz sermos estimados por Cristo e por Maria não é nunca a nossa condição pessoal, mas a nossa natureza e nossa vontade transformadas pela Graça do Senhor, e assim, o que nos distingue é a generosidade e alegria com que nos doamos ao serviço de Deus e à Igreja, as nossas Famílias, ao nosso próximo e ao bem comum.
Desta forma vale ressaltar que somos todos pequenos, limitados e frágeis, então, como exigir a perfeição de quem entra ou de quem já está a caminho?
Por isso, todos nós e cada um doe-se a Cristo por Maria por inteiro, cada um com os seus dons, virtudes e misérias.
Se não há vida interior não há vida dentro da Ordem e se não se assume a alegria da Obediência, não estamos na Ordem de Santa Maria.
Estar aqui e viver de aparência por causa dos sinais externos e estéticos impressos nos hábitos da Ordem é um erro, é sempre uma infelicidade de quem assim se vê, pois não permanece, não suporta o peso da capa, não permanecerá, pois a capa é antes um sinal de que somos fracos e dependentes da proteção da graça divina e não um sinal de triunfalista, mas um sinal de quem luta por puro amor ao Serviço da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Sejamos mais ousados e eliminemos em nós, pela oração e pela penitência o sentimento de irrelevância, de inutilidade. Tais pensamentos não nos fazem crescer, avançar e nos fazem omissos diante da Missão de Deus e da Ordem de Nossa Senhora. Para isso rezemos constantemente, por muitas vezes no dia “À Vossa Proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.”
O espírito de timidez e incapacidade muitas vezes nos assombra e nos fazem cair na má rotina de que eu não posso, eu não consigo, tenho medo ou percepções de que pouco adianta eu agir já que não sou “tão importante ou relevante” assim.
Se formos fiéis no pouco veremos a Ordem de Nossa Senhora florescer de uma forma que daqui há algum tempo já a veremos de uma maneira totalmente nova, com grande beleza e com tantos caminhos abertos a nossa frente.
A beleza a que me refiro não é a beleza que a vaidade exige, mas a beleza do brilho e do doce odor que hão de ser refletidos e intensificados pelas graças de Nossa Senhora.
Não a nós, mas ao mundo, à Santa Igreja, ao nosso próximo e sobretudo, a Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Miguel Arcanjo, nosso Grão-Mestre, fazei-nos amar e respeitar, fazei-nos crescer em força e delicadeza, em determinação e coragem, em ousadia e alegria.
Sejamos, a partir de agora, todos feitos um! Não recuemos nossos pés e nem voltemos para trás os nossos olhos!
Somos todos um e este um é Todo Teu Maria!
São Paulo, Paróquia de São José, 20 de agosto de 2022.
João Batista Passos, O menor dos cavaleiros de Santa Maria
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Meditação da Regra II, 1
Salve Maria!
Cada um de nós aqui aqui estamos por meio de nossa resposta pessoal e livre de seguir a Santíssima Virgem Maria por meio de sua Ordem de Cavalaria, com sua Regra, sua vivência e espiritualidade, cada dia mais consciente da grande honra, realização e alegria de nos entregarmos inteiros, corpo, alma e coração.
Buscar no amor de Maria a Sabedoria que vem do Alto e sentir em nós a força que vem do Senhor, que habita em nós desde o nosso Batismo para muito bem cumprirmos os fins da Ordem para a maior honra e glória de Deus em servir a Fé Católica, defender a Santa Igreja e trabalhar pela Cristandade e pela Paz.
A Ordem não faz acepção de pessoas e nem poderia cair nesta falsa e estéril tentação e muito menos a natureza de guerra e de batalhas que a Ordem se propõe e que nós nos propomos por ela é muito distinta das demais Ordens e Associações que desejam crescer em status e reconhecimento de glórias vãs e passageiras.
Nós não somos assim, não buscamos nunca a nossa própria glória, ao contrário, nos diz a Regra dos Cavaleiros ainda em seu prólogo, item 7:
“O heroísmo cristão que está na base da cavalaria constitui uma mudança radical dos valores profanos: à exaltação de si que pretende atingir o absoluto, opõe-se ao abaixamento de Deus feito homem; à vontade de poder, à humildade; à força deificada, à onipotência da Cruz”.
Nestas condições não importa a nossa origem pessoal, nossa condição social e a particularidade de cada um, pois a Ordem molda homens e mulheres que nela participam a uma condição muito própria, a de homens e mulheres que se deixam moldar para a ação pela graça de Deus e pela companhia de Nossa Senhora.
A Ele servimos e nos permitimos a cada dia fazer morrer em nós o egoísmo que é sempre vívido nos corações humanos e por consequência fazer morrer as constantes inseguranças em nosso coração, mal de nosso próprio orgulho.
Distinguir e discernir o bem e o mal, vividos todos os dias (a cada dia basta o seu mal MT 6, 34) em nossa vida para permitir-nos, cada um e todos aqui, transformar-nos em um novo homem, tendo cada um reconhecido os dons pessoais e suas aptidões, mas iguais ou semelhantes em intenção, força, coragem, ânimo e convicção uníssonas.
Cor unum et anima mea! Um só coração, uma só alma em Cristo por Maria, confiados e moldados pela graça e pela força que vem do alto, assim, nos permitimos.
Ninguém chega pronto às Portas da Ordem de Santa Maria, mas todos se permitem formar-se entre sacrifícios e alegrias. Ao entrarmos pela Porta da Ordem nada está concretizado, pelo contrário, é aqui onde tudo se inicia e se estende até o fim de nossas vidas, com reflexos na eternidade.
Não aprendamos apenas a fazer o que devemos fazer, mas a fazer com e por amor!
Assim, nos é prudente pensar que o que nos faz sermos estimados por Cristo e por Maria não é nunca a nossa condição pessoal, mas a nossa natureza e nossa vontade transformadas pela Graça do Senhor, e assim, o que nos distingue é a generosidade e alegria com que nos doamos ao serviço de Deus e à Igreja, as nossas Famílias, ao nosso próximo e ao bem comum.
Desta forma vale ressaltar que somos todos pequenos, limitados e frágeis, então, como exigir a perfeição de quem entra ou de quem já está a caminho?
Por isso, todos nós e cada um doe-se a Cristo por Maria por inteiro, cada um com os seus dons, virtudes e misérias. ç
Se não há vida interior não há vida dentro da Ordem e se não se assume a alegria da Obediência, não estamos na Ordem de Santa Maria.
Estar aqui e viver de aparência por causa dos sinais externos e estéticos impressos nos hábitos da Ordem é um erro, é sempre uma infelicidade de quem assim se vê, pois não permanece, não suporta o peso da capa, não permanecerá, pois a capa é antes um sinal de que somos fracos e dependentes da proteção da graça divina e não um sinal de triunfalista, mas um sinal de quem luta por puro amor ao Serviço da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Sejamos mais ousados e eliminemos em nós, pela oração e pela penitência o sentimento de irrelevância, de inutilidade.
Tais pensamentos não nos fazem crescer, avançar e nos fazem omissos diante da Missão de Deus e da Ordem de Nossa Senhora. Para isso rezemos constantemente, por muitas vezes no dia “À Vossa Proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.”
O espírito de timidez e incapacidade muitas vezes nos assombra e nos fazem cair na má rotina de que eu não posso, eu não consigo, tenho medo ou percepções de que pouco adianta eu agir já que não sou “tão importante ou relevante” assim.
Se formos fiéis no pouco veremos a Ordem de Nossa Senhora florescer de uma forma que daqui há algum tempo já a veremos de uma maneira totalmente nova, com grande beleza e com tantos caminhos abertos a nossa frente.
A beleza a que me refiro não é a beleza que a vaidade exige, mas a beleza do brilho e do doce odor que hão de ser refletidos e intensificados pelas graças de Nossa Senhora.
Não a nós, mas ao mundo, à Santa Igreja, ao nosso próximo e sobretudo, a Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Miguel Arcanjo, nosso Grão-Mestre, fazei-nos amar e respeitar, fazei-nos crescer em força e delicadeza, em determinação e coragem, em ousadia e alegria.
Sejamos, a partir de agora, todos feitos um! Não recuemos nossos pés e nem voltemos para trás os nossos olhos!
Somos todos um e este um é Todo Teu Maria!
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São Paulo, Paróquia de São José, 20 de agosto de 2022.
João Batista Passos, O menor dos cavaleiros de Santa Maria.
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Sobre o Santo Terço!
1. Reze!
2. Contemple e reze em tom de voz e ritmo natural
3. Medite com o olhar de Nossa Senhora diante dos Mistérios de Jesus
4. Reze como em uma conversa respeitosa e íntima com a Mãe de Nosso Senhor
5. Não reze com pressa (demora mais)
6. Defina um horário e local para meditar o Mistérios de Cristo
7. Quando possível, vá a alguma Igreja rezar o Terço
8. Rezar o Terço antes da Santa Missa é muito bom
9. Nunca obrigue ninguém a rezar com você, mas nunca deixe de convidá-los
10. Simplifique as intensões e os pedidos de intercessões aos Santos*
* As intensões podem variar de um dia para o outro, mas tenha uma ordem padrão para os pedidos e eu peço pela intercessão dos Santos antes de inciar o Primeiro Mistério e não menciono nos entremeios.
Nossa Senhora dos Cavaleiros, rogai por nós!
Eu, João, o menor dos cavaleiros de Santa Maria.
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A Santa Igreja é linda e temos um grande Papa, servos dos servos, a sua frente...
Senhor Nosso Deus, protegei, guiai e inspirai o Santo Padre, o Papa Francisco em seu ministério petrino.
Que ele nos confirme na fé!
Assim esperamos.
Assim cremos!
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Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador! ❤️
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Caminhamos nesta vida e procuramos servir a Jesus Cristo e sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria.
Confiamos mais na inspiração que vem do Senhor do que em nossas próprias forças e motivações, sabemos ser pequenos e frágeis e muitas vezes nos sentimos insignificantes para servimos.
Mas, em nossas fragilidades e em nossas derrotas aprendemos a confiar na Misericórdia de Deus que insiste conosco a "levantarmos e irmos!"
Se a Misericórdia Divina nos alcança ela nossa impulsiona a irmos mais longe, a levarmos para onde quer que estejamos... A Misericórdia Divina, a qual nos vc traz em suas mãos a Dama e Suserana de nossa Ordem, Santa Maria Mãe de Deus, não é um ato de desconto de nossas faltas, mas um gesto de extremo amor e carinho do Senhor que nos ama, que nos chama e nos quer sempre com Ele e para sempre!
Por isso, nesta caminhada reconhecemos as graças que nos alcançam e nos alegram e nos inspiram, além de darmos conta da extrema responsabilidade de assumirmos a nossa missão e o nosso chamado de servimos com total entrega à Nossa Dama e Suserana e Mãe, Santíssima Virgem Maria!
Eu, João, minha esposa Andresa e meu filho Guilherme fomos recebidos nas fileiras da Ordem dos Cavaleiros de Santa Maria. Isso nos enche de alegria, mas ao mesmo tempo sentimos um grande temor que nos ensina que o Caminho é para ser feito com amor e muita responsabilidade.
Façamos o que está ao nosso alcance da melhor maneira e Deus fará todo o resto! Assim cremos, assim confiamos!
Rezem uma Ave-Mais por nós e por nossa Família, para que perseveremos e sejamos fiéis a nossa vocação na Milícia de Santa Maria.
Salve Maria!
João, o menor dos cavaleiros de Nossa Senhora.
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Texto de Santo Agostinho, Bispo e Doutor da Igreja, o qual celebrmos a memória neste dia 28 de agosto
"Mostrou-nos pelos preceitos o caminho da humildade e criou-o padecendo por nós. Com o intuito de morrer por nós – e sem poder morrer – o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), para poder morrer por nós, aquele que não podia morrer. E com sua morte matar nossa morte."
São Agostinho e Santa Mônica, roguem a Deus por nós!
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Jornada Capitular 2022, Agosto, Paróquia São José do Jardim Europa, Arquidiocese de São Paulo, São Paulo - SP.
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São Maximiliano Kolbe, um Santo dos tempos recentes de nossa História, seu Testemunho de Fé, Amor e Coragem nos ajuda e nos inspira a sair de nossa pequenez e assumir a infinda beleza da nossa vida em Cristo em sua totalidade.
O olhar de São Maximiliano diante da tenebrosa e perturbadora ameaça era o olhar de quem viu e viveu algo muito maior do que qualquer coisa neste mundo... E amou toda a grandeza de se viver e estar no Amor de Deus... Nada é maior, mais poderoso e grandioso que o Amor de Deus com o qual somos insistentemente chamados ao convívio.
Penso as vezes que tendo visto, sentido e vivido em Cristo, São Maximiliano olhava para os seus, algozes sentindo maior tristeza por aqueles que davam as sentenças do que por aqueles que as recebiam...
E nós, com problemas menores, menos dolorosos e ficamos inertes, estagnados e sofrendo e perdendo tempo em não nos confiarmos de uma vez por todas e completamente no belíssimo, único e infinito amor do Senhor...
Nossa Senhora assim, conosco, confirme a nossa vida em Cristo...
São Maximiliano Kolbe, Rogai por nós e nos inspire com o seu Testemunho a amar mais, confiar mais e entregar totalmente a nossa vida em Cristo Senhor.
@joaobpassos ,
o menor dos cavaleiros de, Santa Maria.
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A única vocação do coração humano é completar-se no Coração de Cristo...
Oração diante do crucifixo
"Altíssimo e glorioso Deus, iluminai as trevas do meu coração e dai-me uma fé direita, esperança certa e caridade perfeita, bom senso e conhecimento, Senhor, para que faça vosso santo e verdadeiro mandamento.
Amém."
S. Francisco de Assis
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"A Vida Espiritual dos cavaleiros está inteiramente confiada à Santa Mãe de Deus que é a Mãe de Cristo. Tem por missão comunicar-lhe a vida Divina e de os criar com Cristo para a Vida Eterna. Ela é a guardiã da sua Fidelidade a Cristo, e todos lhe dirigem o grito tradicional da antiga Cavalaria: NOSSA SENHORA, Guardai-nos do perjúrio!."
@militiasanctaemariae @msmcavaleiros
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Hoje a minha Vó Izabel partiu para a Casa do Pai... devo muito a ela por estar na MSM... de ser cavaleiro de Nossa Senhora... tudo porque ela é a minha raiz católica neste mundo... do amor simples, da alegria de ser Católico... de rezar o Terço... ela viveu isso tudo de uma forma tão natural quanto respirar...
Deus seja louvado pela minha vida da minha Vó Izabel... 🙏
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Meditar os Mistérios do Santo Rosário da Bem-Aventurada Virgem Maria faz com que ele se torne pequeno diante do Mistério por ele contemplado.
Um dos segredos do Terço do Santo Rosário é que quanto mais rápido você reza, mais demora terminar e quanto mais devagar você reza, mais de rápido ele termina...
Medite, contemple...
@joaobpassos,
O menor dos cavaleiros de Santa Maria.
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A Glória de Deus brilha sobre toda a criação e a aquece. O fulgor de sua Glória reflete todo o seu divino poder, toda a vida divina e toda a eternidade e abençoa a todos os aqueles que O amam.
Cá embaixo, vemos homens que se voltaram contra o invencível amor de Deus, puseram-se a agir como formigas bêbadas contra o inextinguível poder do Senhor.
O Senhor se entristece por ver filhos seus se colocarem contra os seus semelhantes e contra a vida que brota do próprio coração de Deus.
Mas, vendo que estes homens abandonam a Luz e se voltaram livremente para as trevas, tornando-se maus e operários do pai da mentira e do ódio, Deus também se põe a rir destes, pois suas más condutas possuem ocaso em si mesmas e vê eles mesmos trocando o todo pelo nada, a bênção da vida pela cultura de morte, da qual se fizeram escravos por pura vã glória.
Deus cuida dos bons, dos frágeis, dos pobres, dos vulneráveis e lhes dá soluções eternas e os consola, enquanto os malditos que tentam contra a vida dos mais indefesos e inocentes receberão o peso da mão divina e toda a devida justiça e talvez, sem nenhuma misericórdia.
Poderiam ter ajudado os mais inocentes, mas muitos se colocaram covardimente contra os preferidos do Senhor e por isso, por refletirem trevas e não a luz, receberão por trevas a sua paga.
Por isso, mesmo com todas as nossas limitações e imperfeições, mas amados, resgatados e abrigados no amor de Deus, manifestamos a Glória do Senhor, a Luz que não se apaga, o Brilho que ofusca a luz do Sol e por isso, defendemos a vida e toda a dignidade que lhe é intrínseca, pois também nós a recebemos como um dom de Deus.
Defender e promover a vida humana e sua dignidade sagrada é nosso direito e dever.
Por isso, pedimos com o coração, a todos os homens, mulheres, pais e mães de família, filhos e filhas, aos nossos anciãos que nos coloquemos todos diante do eterno brilho da Glória do Senhor e nos coloquemos de prontidão para manifestá-la ao mundo, testemunhando a sacralidade da vida e tendo verdadeiro horror contra a destrutiva cultura de morte, por hora assumida pelos mais vis dos homens contra os seus mais inocentes semelhantes.
Nossa Senhora dos Cavaleiros, dá-nos força e sabedoria para afastarmos as trevas do mundo e fazer irradiar renovada fé, esperança e caridade nos corações nossos e de todos.
João Batista Passos,
o menor dos cavaleiros de Santa Maria.
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"Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?"
São Tomás de Aquino
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