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"Não sei quando tudo isso começou. Pra falar a verdade, nem sei se começou.
As coisas mudaram tão de repente que não tive tempo para saber o que era começo nem fim.
Ontem eu estava só. Bem e só. Pisquei e estava com você. Muito bem e com você. Dormi. Sonhei com um amor limpo, puro, belo... Acordei - ou não - e cá estava eu. Só. Novamente. Em um estado deplorável de mim mesma e só.
Maldito sonho.
Maldito seja aquele sonho.
Maldito seja o piscar de olhos.
Maldito seja.
Mas que coisa feia, moça.
Feio mesmo é o amor. É cruel. Avassalador. Não tem pena de ninguém. Eita, amor danado! Só faz besteiras. E quem liga? Eu mesma não. Pra falar a verdade, ligo sim. Ligo tanto que amo.
Mald - não repita esta palavra, menina. Isso é coisa que se fale?
Mas não importa, meu bem. Voltei a respirar. Ouça isso: Tum/sístole, tum/diástole, tum/sístole, tum/diástole. Está ouvindo? CONSEGUE OUVIR? É ele.
Meu coração voltou a bater. E dessa vez sem precisar de ver!"
E aquele sorriso valia a pena, as asas e os sonhos!
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