Tumgik
colisivos · 7 months
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Te amei de todos os jeitos que se pode amar alguém. Sei quais pintas você chama de pintas, e quais chama de sardas (É uma linha tênue, é uma linha tão tênue). Aprendi em quais gavetas se guardam os talheres e em qual armário encontro meu copo preferido na sua casa. Eu tenho um copo preferido na sua casa. Sei quais livros da tua estante você adora, e quais só não taca fogo porque foram caros, então os mantém ali. Meus dedos decoraram o caminho do teu couro cabeludo; sabem as trilhas que devem seguir caso queira te fazer dormir, ou enveredar no ponto específico em que você sente cócegas. Te amei de todos os jeitos que se pode amar alguém, e a maioria deles eu nem conhecia, você que me mostrou.
Houve um tempo em que eu achei que você fora a melhor coisa que me aconteceu.
(Em construção)
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colisivos · 8 months
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colisivos · 8 months
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colisivos · 10 months
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Existem muitas coisas que eu dissociei sobre você. Como as vezes em que você me deixou sem comida e sem dinheiro e foi passar o fim de semana na casa da sua nova namorada. Ou as vezes em que eu saía da escola e tinha que fazer as compras pra casa e trazer tudo sozinha de van, aos 15 anos, mesmo você sendo empresário e tendo um carro. Até mesmo o fato de eu ter que pagar todas as suas contas sozinha na lotérica no centro da cidade desde os 12 anos. Algumas delas voltam em momentos aleatórios do dia a dia, e eu quase me pergunto se eu não estou imaginando. Eu ainda tenho esse hábito terrível. Parece tudo tão longe, parece outra vida.
Mas também existem as coisas que minha memória suprimiu e eu só lembrei que haviam acontecido quando contaram pra mim (normalmente, a minha mãe): tipo o jeito que eu acordei no meio da noite até os 18 anos com pedaços de tijolo caindo do teto pelo meu corpo porque você nunca fez o acabamento do meu teto, mas meu irmão sempre tinha as versões mais atuais dos videogames. Ou o jeito que você nos deixou morar em uma casa sem nenhum móvel além das camas nos quartos por anos (após jogar todos eles fora porque um dia tinham sido da minha mãe) com carrapatos caindo pelas paredes e pulgas pulando nos nossos tornozelos, e você tinha tanto dinheiro mas nunca comprava o remédio. Eu nunca tive coragem de contar isso pra ninguém. Era tão embaraçoso. Eu estava tão à mercê. E às vezes eu ainda me sinto MAL por não ter conseguido acabar eu mesma com os carrapatos de alguma forma, mesmo que eles NÃO saissem com produtos de limpeza. Mesmo que eu não tivesse um real e também fosse impossível trabalhar. Eu me sentia eu mesma negligente por não ter feito nada. Mesmo que não houvesse nada que eu pudesse fazer. Eu só tinha 16 anos.
E já era dona de casa. Eu praticamente criava você, e não o contrário. E você ainda me fez sentir um lixo por não conseguir cumprir o papel que VOCÊ devia desempenhar. Era SEU dever. Não meu. Até arrumar sua cama era minha obrigação. Eu tenho dificuldade para compreender tudo que aconteceu. Perceber que nada daquilo era nem de longe normal ou rotineiro. Ou simplesmente 'daddy issues' no sentido mais comum da palavra. No sentido mais "meu pai nunca lembra do meu aniversário". É difícil conceber como uma pessoa pode se esforçar tanto para ser tão cruel. Como você pôde? Como você pôde, aos 10 anos, me obrigar a limpar larvas de uma panela de feijão só porque eu esqueci ela destampada, sabendo que era a coisa que eu mais tinha medo no mundo e, depois de eu ter limpado cada uma me tremendo inteira, ter ido te abraçar e pedir perdão e você dizer que não me perdoava? Como você pôde? Como você pode cruzar os braços e se recusar a me tocar quando eu tinha encarado meu pior medo pra me redimir pela sua decepção? Como você pôde, entre os 15 e 18 anos, ter me deixado comer comida estragada de propósito quando eu esquecia, eventualmente, as panelas destampadas e sabendo que eu não conseguia diferenciar? Como você pôde fazer piadas disso enquanto eu mastigava aquelas salsichas passadas e ria na minha cara? Como você pode esvaziar uma casa inteira, da qual você SABIA que ia se mudar, com seus filhos dentro dela, e deixá-la sem móveis nenhum e jogar boa parte da mobilia fora, na chuva, incluindo minha casa de bonecas de madeira, que minha mãe tinha passado um dia inteiro pra fazer pra mim e eu tinha guardado por anos ainda brincando com ela, mesmo já tendo 16 anos?
Todos os anos eu me forço a ir te ver no dia dos pais. Todos os anos eu fico aterrorizada de que, se não for, você vai morrer logo em seguida e eu vou me arrepender pra sempre de não ter 'te dado mais uma chance' ou 'passado por cima dessas coisas'. É o que as pessoas sempre dizem não é? E é o que minha mãe diz também, porque ela também teve um pai que fez coisas horríveis e que morreu de repente, e ela se sentiu mal por não ter magicamente, sem terapia, se curado de todo aquele mal e superado tudo, só pra ele morrer com a consciência tranquila, sem enfrentar nenhuma consequência ou remorso. Só pra tornar as coisas mais fáceis PRA ELE.
Eu odeio que meu cérebro tenha suprimido todas essas coisas e muitas outras, porque meu corpo ainda responde aos traumas de tudo isso. De vez em quando eu ainda fico tensa quando ouço um barulho de carro subindo a rua, porque acho que é o seu, mesmo que você não more aqui há mais de 5 anos. Eu ainda levo bronca da minha mãe por sempre, toda vez, cheirar a comida na panela antes de botar no prato. Ela fica possessa, e grita "Você acha que eu seria capaz de te deixar comer comida estragada?" e eu não tenho o que dizer. Porque é uma reação automática. Porque eu também não achava que você me deixaria comer. E você deixava. E ria da minha cara. Eu parei de tomar leite porque nunca sei dizer quando já está passando. Comecei a jogar leites bons fora e volta e meia só percebia que estava estragado na metade do copo. E minha mãe também brigava comigo por isso. Eu odeio porque, embora eu não lembre de muitas coisas, as respostas à elas ainda estão aqui e eu me sinto o ser humano mais podre do mundo por ter essas respostas. Porque parece gratuito. Parece que eu sou só uma mimadinha cujo mundo caiu porque o pai não lembrou do aniversário. Mas isso tudo vai além de negligência, não é? Vai além de esquecer o filho na escola algumas vezes porque está muito estressado ou não abraçá-lo o suficiente, porque você também nunca recebeu abraços o suficiente e agora não sabe como dar. Isso tudo se enquadra como maus tratos, não é?
Então por que eu ainda me sinto culpada de não querer te ver no dia dos pais? Por que eu me sinto ingrata de não querer viajar 6h de ônibus pra ver você se gabando pros parentes da sua esposa sobre como você foi um excelente pai e como é possível ver os resultados disso na gente? Por que eu me sinto infantil de sentir um pouco de dor ao ver você ser tão presente pras duas filhas da sua esposa, que tratam feito gato e sapato, quando você não me dá nem migalhas, até hoje? O jeito que você as trata sempre me faz perceber que não é que você não PODIA ser melhor, não é que você NÃO TEVE para dar. Você só... Não quis dar.
E eu achei que tinha superado isso. Normalmente, não penso em você. Te ver uma ou no máximo duas vezes no ano está bom pra mim. Mas não acho que consigo por mais um ano. Não acho que consigo fingir que nada disso aconteceu e que não me afetou só para deixar as coisas mais confortáveis pra você, só para você não ficar triste com um possível remorso, quando você nem ao menos tenta ser melhor. Quando você descartou a gente como se fôssemos um protótipo que deu errado e começou do zero com outra família, com filhos que nem são seus. Eu estou cansada depois de 23 anos me colocando em situação de desconforto e de morder caco de vidro só para você não ficar mal com suas próprias atitudes, que você não deixou de cometer. Eu estou tão cansada. Não é meu dever. Não é meu dever. Mesmo que você tenha feito parecer.
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colisivos · 1 year
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E eu vou ser sempre a garota que eles beijam quando ninguém 'tá olhando. Em quem eles pensam quando saem cansados do trabalho e mundo nos ombros fica pesado demais para carregar. Eu serei sempre o sonho dourado de noites de verão. E de outono. E de inverno. E primavera. Porque eles simplesmente precisam desse maldito sonho para sobreviver mas não querem fazer porra nenhuma para melhorar a situação, seja lá o que isso represente. As pessoas só querem escapar, mas gostam de jogar sal nas próprias feridas. Elas tem a chave pra própria prisão, jogam a chave longe e se lamentam por estarem presas. E eu sou o sonho dourado. Mas você sempre precisa acordar uma hora. E eles acordam na maior paz de espírito.
Eu vou ser sempre o estepe pro que alguma outra pessoa não dá, mas nunca vou ser o suficiente pra eles deixarem essa outra pessoa.
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colisivos · 1 year
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Como vencer uma menina boba
Primeiro, não se aproxime muito rápido. Ela é boba, mas já é escaldada igual um gato de rua. Acompanhe ela pra casa em silêncio. Responda quando ela perguntar, não puxe assunto se não. Ela perguntará em alguns dias. Retribua com um sorriso quando ela disser bom dia, porque a sala está cheia mas ninguém mais responderá. Abra caminho para ela passar e sentar no refeitório pra comer, porque todos já acabaram mas ninguém vai mover um dedo. Ela faz circo, não é? Pergunte sobre isso, pergunte sobre os treinos e como tudo funciona. Os olhos dela vão brilhar - ela está exausta, ela está sempre tão exausta, mas eles vão brilhar - e ela não vai parar de falar um minuto sequer até o ponto de ônibus. Sempre deixe ela do lado de dentro da calçada, até quando ela questionar.
Sempre leve em conta o que ela falar e perceba quando ela não estiver falando nada. Inclua ela, mas não faça caso quando ela não quiser participar. Chame ela para beber com mais gente. Chame a outra colega, que ela gosta. Ature o papo das duas bêbadas, não insista para ela beber um pouco mais, porque ela bebeu só duas cervejas mas já está quase dançando na rua e contando histórias que não conta. Se você insistisse, ela te mandaria à merda e iria embora. Ela rejeita os próximos convites, mas você conquistou um ponto de confiança.
Aja como um irmão mais velho, ao longo dos meses, dê conselhos sobre os ex que não a trataram bem e diga que não deixará ela mandar mensagens e se humilhar por eles. Faça brincadeiras estúpidas de enfiar o dedo no ouvido dela e implique com o jeito dela, mas só um pouco. Só para ela lembrar que é mais ou menos isso que é ser irmão de alguém. Alguém que é implicante e mais velho e vive te atormentando mas que está lá pra você. Com os meses, ela até deixará você levá-la de carro em casa. Ela pensará que finalmente fez amigos novos. E ela olhará pra fora da janela do carro, com as luzes cintilantes e o vento gostoso no rosto e pensará que vocês a levam a sério, e não agem com condescendência, mesmo sendo mais velhos. Ela pensa então que estaria confortável em cozinhar para vocês na casa dela e tomar cervejas na varanda dela. É o tipo de coisa que ela sempre quis fazer.
Abrace as esquisitices dela, faça-a se sentir validada e aceita e admirada. Preste atenção em cada palavra que ela fala e no que não fala, lembre de ambas. Fale suavemente quando ela tiver crises de ansiedade e só quiser ir pra casa sem dar um pio porque mal consegue respirar. Conte casos tenebrosos que aconteceu com vocês em que poderiam ser demitidos, e não foram, para ela se sentir melhor. Para trazer ela pra terra de novo. Ela se fecha e entra em espirais deprimentes com tanta frequência. Fique bravo quando ela contar que ela foi demitida. Diga que vai sentir falta dela todos os dias até o último dia do aviso prévio. Todos os dias. Não esqueça. Está quase acabando.
Por fim, após um mês de tristeza e comoção, quando ela quiser levá-los pra vida toda porque se sente acolhida com seus dois irmãos guarda-costas, marque uma saída para beber pelo último dia dela. Duas cervejas e ela está bêbada. E então diga para irem mergulhar. Ela aceita porque se sente viva, vivendo a vida ao invés de assistir nas coxias. Ela não entra na água porque está tão gelada, tão gelada, mesmo fazendo 30° à noite naqueles dias. No borrão das luzes que enxerga, ela não sente a gravidade puxando-a tanto quanto deveria, então ela finge estar literalmente caindo de sono e vocês refazem o caminho deserto para pista principal. Ela sabe que já esteve naquela rua antes, há mais de 10 anos atrás.
E você conseguiu. Você abre a porta do carro, que sempre está com defeito e ela entra. Ela está mais para adormecida do que para bêbada, mas sabe que não está sonhando quando sente uma língua em seu pescoço. E você conseguiu. Faça ela se sentir o pedaço de merda mais nojento e desprezível que existe. Faça com que ela se sinta sempre imunda. Porque você dizia que ela era sua irmãzinha que você nunca teve e a idiota não tem uma boa relação com o irmão desde que brincavam de bolinha de gude no quintal. Porque você tinha uma esposa e os outros encararam ela pelo retrovisor e ela se sentiu uma vagabunda mesmo assim. Mesmo com você puxando o rosto dela. Mesmo que o maldito carro não tivesse nem porta traseira para ela se jogar. Ela pensou que podia ser pior. Podia ser bem pior. Mas ainda era bem ruim. E ela esfregou as unhas no pescoço por semanas porque ainda sentia você ali. Ela chorou por meses quando começou a lembrar e viu que não tinha sido um sonho. E continuou dizendo pra si mesma que foi por pouco. Foi por tão pouco. Mas sabia que era uma idiota por não ter percebido que era só um personagem.
Foi uma árdua missão de seis meses, mas você conseguiu.
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colisivos · 1 year
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porque você fala de um mundo mais azul e eu quero acreditar que a luz não cega e a vida não devora
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colisivos · 1 year
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O quão estranho é a garota mais anti social da classe ser tão desesperada por comunicação? No fim do primeiro ano do ensino médio, a maior parte da sala nem sabia como era minha voz. Eu repeti aquele ano por faltas, porque nunca respondia a chamada (apenas levantava a mão, o que pros meus professores não contava). Eu era tão quieta que um dia fizeram uma votação e me elegeram como "a mais provável de invadir a escola e cometer um..." vocês sabem o quê.
Um dia desses, escrevendo, eu disse que as coisas que eu não dizia eram como mil aranhas escalando a minha garganta, com suas teias sempre fazendo cócegas tenebrosas na minha laringe. Isso vem de uma época que eu não podia dizer. Mas quando eu pude, não conseguia. E quando conseguia...
Eu me sentia um astronauta no vácuo, flutuando, gritando sem ser ouvida, sem ouvir resposta. Um dia eu ouvi que o amor é um grito no vazio. E isso ficou comigo, porque era assim que eu sentia. Houve uma época em que eu preferiria comer cacos de vidro a ter que se honesta sobre meus sentimentos e pensamentos. Mas entendi que era necessário para não deixar as pessoas no escuro.
A coisa que eu mais detestei na literatura (por muitos anos a coisa que eu mais amava) era finais abertos. Eu odiava não saber. Por mais que ficasse no ar uma esperança, um final feliz... Não importava. Haviam pequenos mistérios e miudezas que nunca eram esclarecidos e citados, e eles ficavam comigo para sempre, como as pintas que surgiam aos montes pelo meu rosto, repentinamente.
O amor é um grito no vazio e eu gritei por tudo que eu amei. Estourei minha bolha de sabão e deixei as aranhas escalarem abrindo caminho pelos meus dentes. O amor é um grito no vazio e ninguém nunca gritou pra mim de volta.
Por muito tempo, eu me ressenti de não ter sido suficiente. De não ter sido merecedora. Não de não ter sido gostada de volta. Mas de não ter merecido a verdade, a honestidade. Tudo que eu amei eu amei genuinamente, e uma das melhores partes era mergulhar bem fundo e conhecer cada coisinha, mesmo tendo o infinito para ainda conhecer. Nunca entendi, então, por que escondiam o que realmente importava de mim. Sempre quis que fossem honestos porque eu gostava da honestidade com que existiam.
Mas acho que simplesmente não foi possível. Sabe? Para eles gritarem de volta. Começou pela minha mãe. Eu sei que no vazio, ela sussurra bem baixinho mesmo tentando com todo o seu corpo. Mas não foi só ela. Então essa é uma ode a todos aqueles que não gritaram de volta para mim. De alguma forma, mesmo assim, eu sei que seus corpos vibraram.
Mesmo no vácuo do intransponível.
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colisivos · 1 year
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“Você fica pensando nas possibilidades que não aconteceram e elas ocupam as possibilidades que querem acontecer.”
— Maxwell Santos
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colisivos · 1 year
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Queria voltar a ser quem eu era de novo. Queria ter a garra de antes. No fundo eu ainda tenho fome do mundo, mas vou bebendo água aos golinhos pra não sentir o estômago doer com o vazio. Meus pedacinhos de pão sumiram e se foram as marcações pelo caminho. Eu não sei como voltar. E não consigo continuar de onde parei.
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colisivos · 2 years
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A agonia que sinto às vezes são garras ásperas raspando nos meus ossos. É o vento sibilando a todo momento no sótão da minha cabeça. São as teias de aranha fazendo cócegas na minha garganta toda vez que eu me calo.
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colisivos · 2 years
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colisivos · 2 years
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A agonia que sinto às vezes são garras ásperas raspando nos meus ossos. É o vento sibilando a todo momento no sótão da minha cabeça. São as teias de aranha fazendo cócegas na minha garganta toda vez que eu me calo.
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colisivos · 2 years
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colisivos · 2 years
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Às vezes eu me pergunto se estes pontos entre o que eu escrevo e o que você escreve realmente se entrelaçam, como parecem fazer; ou se imagino que convergem apenas para que preencham os espaços e as fendas que ficaram na nossa comunicação falha antes de tudo desmoronar. O que faz, afinal, algo desmoronar? Será que não prestamos atenção aos alertas das autoridades sobre o que estava por vir? Será que nossas bases não estavam sólidas o suficiente? Será que nosso solo estava infértil e poroso? Todas as perguntas voltam a si mesmas e todas as rotas são ruas sem saída.
Você disse que daria sol. E eu escutei o trovão. Mas não peguei um casaco.
Então eu fico vendo essas... Intersecções... E você nunca responderia se eu perguntasse. Porque em todo este tempo, você nunca respondeu. E eu perguntei. E esperei pacientemente. Pacientemente.
P
a
c
i
e
n
t
e
m
e
n
t
e
Até você de repente, um dia, ter coragem. Até você ver que eu merecia... Não ser amada, você nunca teve a obrigação de me amar ou gostar de mim. Mas eu merecia um aviso, uma conversa, eu merecia mais do que vultos em fumaça. Esperei meses... Anos. Caramba, eu esperei anos.
E mesmo que eu tenha seguido, mesmo que eu tenha me reconstruído, mesmo que você tenha feito o que podia para eu te odiar porque te odiando seria mais fácil pra você (não no sentido usual de fácil, mas no sentido de que você não teria que sair da sua zona de conforto), no fundo, eu ainda espero respostas, que eu sei que nunca virão.
Para que eu sinta que não foi descaso, desprezo ou egoísmo. Para eu sentir que valho à pena o suficiente pelo menos para uma resposta sincera. Tudo que eu sempre quis foi ter recebido um anúncio de despejo. Só isso. Se nada mais me cabia, isso teria sido suficiente.
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colisivos · 2 years
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porque você fala de um mundo mais azul e eu quero acreditar que a luz não cega e a vida não devora
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colisivos · 2 years
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E dói.
Muitas das músicas eram dedicadas a mim e agora não significam nada.
Noites adentro ouvindo sua playlist e eu te sinto em cada palavra.
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