Tumgik
costisaias · 1 month
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enquanto o cigarro numa mão crepita sei que a gente anda soltando faísca, pensei: um dia inflama um dia.
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costisaias · 1 month
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costisaias · 2 months
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cair no chão
engatinhar sob o piso em corpo ausente das vistas
desabar pela cama afora onde os sonhos não mais se fazem
assumir outra pele, me ver com outros olhos, arrancar os sisos
ter outro riso
sei lá, quem sabe, aprender a grunhir
perceber que tudo é som, então:
trovoa
ecoa
que doa,
pois é tudo tudo tudo sobre sentir.
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costisaias · 2 months
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penso muito sobre o esmo do eco
me mantendo vidrado, esperto
a tragédia anunciada profetiza
que ainda continuo no mesmo oco.
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costisaias · 1 year
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a seiva da melancolia é doce aos 17, baby
aos pés dos quase trinta o rito é amargo
o dorso é frágil
e os olhos sabem omitir mais:
o tempo, a que tudo engole, não deixa mentir.
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costisaias · 1 year
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Você acha que vai passar com o tempo
Que a ausência da coisa irá fazer comigo
O que faz com as outras pessoas:
O esquecimento completo
Você acha que eu faço com as memórias
O que eu faço com os presentes:
Esconder para não encontrar
E aí ter que lidar
Você acredita mesmo que desaparecendo
Como em Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Eu vou esquecer a sua existência
Como o resto do mundo faz para superar uma grande dor:
Bebidas, amigos, novos planos, uma samambaia
Um bichano
Um livro de autoajuda e
roupas da moda
Pintar o cabelo de outra cor
Fazer uma mudança radical
E irreversível
(Pelo menos algo precisa ser)
Mas eu não sou como as outras pessoas
Você já me encontrou quebrada
Faltando peças
Estranhando todas as regras do jogo
A única certeza que tenho é que ninguém irá permanecer.
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costisaias · 1 year
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eu vou te olhar pra sempre assim
como se estivesse perto de arruinar alguma coisa
porque no fim é mesmo isso
eu quebro tudo em mil pedaços
o que é inteiro
não se parece
comigo
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costisaias · 1 year
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NÓS NUNCA TOCAMOS NINGUÉM
existe um campo de força ao redor da camada de elétrons que gira em torno do núcleo de cada átomo do seu corpo e esse campo de força empurra o campo de força em volta de cada elétron que gira em torno do núcleo de cada átomo de qualquer outro corpo. a gente não se toca, os campos só se repelem. você nunca tocou alguém ou algo. nada seu de fato se fundiu com qualquer coisa, apesar do tesão. toda parte embaralhada da nossa pele que parecia tão entregue ao que era do outro nunca verdadeiramente foi porque nós somos incapazes de tocar porque o tato é só uma sensação, uma descargazinha elétrica que o seu cérebro recebeu e interpretou como intimidade ou invasão ou falta de aviso e pensar nisso me doeu o corpo todo e eu pensei em todas as poesias que te escrevi e em todos os textos em que te escondi, todos carregando a mentira de olhos e derme, de sentidos limitados. eu não sou tão quente assim para fundir nossos núcleos e a gravidade não obriga nossos átomos a se chocarem para provocar calor a gente simplesmente não se toca, baby e me comove ao saber que apesar de ser sua, ser totalmente sua, jamais serei porque existe poesia na física, mas talvez ela seja má demais para o amor
yas
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costisaias · 1 year
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enquanto o cigarro numa mão crepita sei que a gente anda soltando faísca, pensei: um dia inflama um dia.
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costisaias · 2 years
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pra defender os meus e o que acredito
eu viro fera, viro bicho.
se preciso, serro os chifres
derrubo aos gritos.
sisudo, com tudo, ao cubo
à quem do mesmo sangue partilhar.
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costisaias · 2 years
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a seiva da melancolia é doce aos 17, baby
aos pés dos quase trinta o rito é amargo
o dorso é frágil
e os olhos sabem omitir mais:
o tempo, a que tudo engole, não deixa mentir.
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costisaias · 2 years
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sal solto salga menos
úmido em lágrimas o borrão ninguém vê
molham páginas panos e até os pés
aos bolos boldo borra barro até no bidê
em todos os cantos esses eu soltei você
pra no fim afundo fundo te encontrar
no mar que é me perder
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costisaias · 2 years
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prevejo um salto grande
a gente sabe quando algo está para acontecer
inclusive nada
como quando ofereço uma força bruta
para um degrau pequeno
mas pouso tão fraco
que murcho em câmera lenta.
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costisaias · 2 years
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enquanto o cigarro numa mão crepita sei que a gente anda soltando faísca, pensei: um dia inflama um dia.
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costisaias · 2 years
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costisaias · 2 years
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penso muito sobre o esmo do eco
me mantendo vidrado, esperto
a tragédia anunciada profetiza
que ainda continuo no mesmo oco.
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costisaias · 2 years
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Ana Martins Marques, O livro das semelhanças, 2015
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