Tumgik
darktreeartisan · 2 years
Text
xcxr​:
cora deixou que um pequeno sorriso se fizesse presente em sua expressão ao ouvir sobre as hipóteses masculinas, de certo modo, era mais que interessante ouvir o que passava pela cabeça alheia, já que nem mesmo a própria tivera imaginado a existência de tantas possibilidades para apenas uma palavra sua de resposta. uma risada fizera com que sua cabeça fosse jogada para trás ao terminar de ouvir tudo que o outro tivera a dizer. ”primeiro de tudo, não sabia que tinha te deixado tão pensativo sobre aquele talvez.“ cora comentou, ajeitando-se da melhor maneira em seu lugar, cruzando os tornozelos e tocando a própria têmpora enquanto deixava que seu sorriso, quase abobalhado se fizesse presente. ”segundo e não menos importante… eu fortemente acredito na segunda opção também.“ murmurou com certa provocação, deixando que seus olhos suavemente se estreitassem, de uma coisa boa aquela divisória iria servir, esconder o calor que começava a percorrer suas bochechas. ”desculpe se meu flerte não foi tão perceptível assim… quem sabe eu acabei perdendo a prática.“ desculpou-se em meio a uma risada, elevando rapidamente os próprios ombros, não era uma queixa tão forte assim, mas poderia entender agora como era difícil tentar flertar sem ver qualquer expressão de seu rosto, pior, nem mesmo saber como é seu rosto e talvez naquele momento tudo tivesse sido dificultado por sua tentativa com as palavras que teriam sido falhas. os olhos femininos saíram da sua mão posta em cima de seu coração e foram direcionados à divisória, impressionada com as palavras masculinas, em uma animação quase infantil, cora deixou que uma gargalhada lhe escapasse ao ouvir o comentário seguinte, tinha que admitir que chord possuía um senso de humor notório e era contagiante rir como uma boba de qualquer um de seus comentários, até mesmo envolvendo cardiologistas. ”oh, meu deus, eu te causei uma arritmia ou algo assim?“ resolveu brincar, ainda sentindo que seu coração ainda batia com intensidade, cora sabia quando a noradrenalina estava sendo liberada por seu corpo, principalmente quando estava em um cenário de atração, mesmo que o cenário atual fosse um tanto quanto mais… exótico, por assim dizer, mas de todas as formas, ela deixaria que todos os sintomas físicos dessa nova realização acontecessem, estavam falando sobre destino, quem sabe aquele não fosse o seu? ”acredito que vamos ter que lidar com essa nova… movimentação sozinhos.“ a mulher provocou suavemente, deixando que um sorriso lateralmente se formasse em seus lábios, se estavam prontos para se apaixonar, que deixassem o curso natural acontecer. cora nunca deixaria que sua paixão fosse impedida, ela não era assim, sempre tivera se permitido todas as sensações e agora em um reality show, certamente não deixaria deixar de ser quem era por conta de algumas câmeras. 
ao ouvir o comentário alheio sobre onde seu coração tivera lhe levado, cora deixou que uma sobrancelha curiosamente se arqueasse. ”o que já fez de mais impulsivo amorosamente? que quase te causou arrependimento…“ cora não era o poço de prudência, longe disso, mas entendia o que ele queria dizer, ela tivera sido aquela que se casara com maior rapidez, mesmo acreditando que não faria o mesmo… talvez estivesse enganada, ela gostaria de deixar que o amor a penetrasse, mas dessa vez pelo menos conheceria mais seu parceiro, seguindo o ritmo do programa. ”eu acho que você sabe que eu posso ser um pouquinho impulsiva… mas o meu conselho? sempre se permita, chord, eu provavelmente me arrependeria se usasse a razão no lugar da emoção.“ de certa forma, cora sentia que chord e ela pareciam mais que o até então já visto, não tinha tanta certeza se o outro levava mais a razão que a emoção, por isso, para pessoas como ela, deixava como único conselho, seguir seu coração, emoção, intuição… bem, tudo ficaria bem no final.
ao ouvir as palavras masculinas, cora deixou que relaxasse no próprio acento, trazendo suas mãos entrelaçadas para o colo. ”o que eu tenho te mostrado?“ cora perguntou com certa curiosidade, deixando que sua cabeça horizontalizasse enquanto encarava a divisória. a mulher sabia que muitas das coisas na vida não deveriam ser levadas ao lado individual, mas sempre ficaria em dúvida quando o assunto seria destino, todos possuíam o próprio, isso era claro, mas muitos pareciam ter seus destinos entrelaçados, como se existissem muitos fios emaranhados e por muitas relações, mas em questões de almas gêmeas, ai ela precisava afirmar que existia apenas uma naquela vida. ”e você realmente acha que esse fato não virá trazer qualquer relevância para a humanidade? ser a sua melhor versão já é o que o mundo sempre irá precisar, chord… com certeza nossos netos vão querer ouvir nossas versões das mesmas histórias, então não ouse morrer antes.“ cora não se importava se não tivesse um emprego influente, afinal, ela não tinha, era uma ex-modelo, o que daquilo poderia trazer para a humanidade? bem, suas ações e sua provável influência para algum grupo de pessoas, mesmo que mínimo, poderiam trazer algo para melhorar a humanidade, o mesmo servia para o que o homem tivera falado, ser lembrado pela pessoa que foi, para sua família ou para seus futuros fãs naquele programa, de certa forma, eles também passariam a ser assistidos por pessoas ao redor do mundo. ”mas por exemplo, eu acho que coisas extraordinárias podem acontecer para aqueles que são almas gêmeas com seus propósitos atrelados, digamos que eles tem como um propósito ter um filho que fará algo brilhante para a humanidade, pode ser esse o propósito grandioso, não acha?“ cora acabou devaneando a medida que descruzava as mãos e sorria em seu lugar no sofá, era muito inquietante papear sobre um assunto onde sequer poderia mirar os olhos alheios. ouvir o homem falando sobre a sorte e como ele se sentia bem com ela, deixou com que o coração feminino batesse ainda mais rápido e seus olhos praticamente cintilarem, ela gostaria de poder ver aquela versão. ”eu não sei se acredito tanto na sorte quanto gostaria…“ a mulher começara a murmurar, soltando um riso quase melancólico. ”eu gosto mais da sua versão da sorte.“ ela falou com sinceridade, queria que ele ouvisse a sinceridade, já que não conseguia a ver. ”eu diria também que sou grata por tudo, ou pelo menos grande parte do que já me aconteceu, acredito que tudo faz parte de um grande aprendizado que não poderia ser evitado… mas não sei se isso é considerado sorte.“ a mulher continuou murmurando um tanto quanto pensativa, não diria que a melancolia tivera lhe atingido tão cedo, apesar da mesma existir muitas vezes. ”ensine-me a ver a sua versão da sorte, acredito que gostarei mais dessa parte.“ comentou com um pequeno sorrio, sabendo que para ser otimista, precisaria de motivos para que a fizessem ser otimista, poderia se acostumar facilmente com outra pessoa sendo otimista ao seu lado, parecia leve e ao mesmo tempo poderoso. a mulher precisou piscar um par de vezes, deixando que um pequeno riso lhe atingisse, não iria narrar o sonho que tivera tido, pelo menos não em rede nacional, mas bem, o final do sonho era o mesmo. ”eu acordei, querido.“
cora acabou deixando que um sorriso se abrisse ao ouvir o questionamento alheio, era quase magnético a sensação que sentia de conexão com aquele do outro lado, não esperava que seus sorrisos lhe traíssem tanto, não era para parecer tão sorridente, ou era? ”então procuramos até encontra-la.“ repetiu lentamente completamente absorta, pois aquelas seriam palavras que a própria também diria, cora nunca deixaria de procurar aquele sentimento de que faltava algo, principalmente quando estávamos falando sobre sua alma gêmea. cora ainda estava perdida nos próprios pensamentos quando ouviu a fala seguinte, olhando rapidamente para os saltos em seus pés. ”aposto que esse vidro quebraria facilmente com meu salto, ele é bem grande.“ murmurou divertidamente, será que muito vidro se espalharia ou faria apenas um pequeno furinho? que diabos, por que estava pensando nisso? ”eu não sou adepta da violência, mas olhe só o que raios estou falando… você está me deixando ainda mais curiosa, até mesmo sobre meus próprios pensamentos, garoto de indianópolis.“ ela comentou com uma sutil risada, deixando que seus dedos passassem por seus fios de cabelo. a movimentação de seus dígitos foram estancadas quando ouviu sobre a maneira que o outro gostaria de ser lembrado. ”você quer ser lembrado por ter sido o grande amor de alguém, chord?“ cora perguntou com pura curiosidade, pois aquela menção parecia muito ideal aos ideias românticos femininos. ”caso a resposta seja sim, eu tenho certeza que seria a história mais bonita que eu já teria ouvido e que ocasionalmente eu gostaria de ouvir… e bem, ter sorte de participar.“ se pudesse escolher como seu destino lhe mostraria sorte, certamente diria que gostaria de amar e ser amada. ”seria uma história divertida de contar, aposto que atrairia muitas pessoas para essa roda de histórias… afinal, viria a calmaria depois de corações quebrados por todas as partes de um carpete, seriam dois corações reconstruídos a partir de uma parede divisória sob a benção da lua.“ cora tinha que admitir que seria uma história atraente demais para ficar apenas na imaginação, provavelmente ela desenharia um caderno inteiro sobre como tudo tivera acontecido, do primeiro ao último encontro seria uma curva interessante. ”como seria o primeiro encontro perfeito para você?“ emendou rapidamente por ter correlacionado o mesmo romantismo e a um provável encontro do lado de fora de tudo aquilo. ”oh, por favor, jamais se sinta estranho por ser sensível, uma vez me disseram que as pessoas mais sensíveis possuíam os melhores corações… e eu já te disse que acreditava no seu.“ a mulher respondeu rapidamente, mesmo que não soubesse o que ele diria como ’um sujeito como eu’, já que não o conhecia fisicamente, ela gostava da versão do chord atrás da divisória, com sensibilidade e sentidos à flor da pele. 
o sorriso feminino se expandiu de uma maneira um tanto quanto boba, não esperava que chord também gostasse daquela versão de casamento, tudo mais parecia como uma versão de um conto de fadas infantil, mas que de alguma forma lhe remetia a magia de tudo aquilo, o casamento para cora era um grande conto de fadas, onde ela sonhara por tantos e tantos anos com muitas maneiras diferentes de ter sua noite mágica, que seria apenas o início de uma vida mágica, mas bem, ela já sabia como tudo poderia ter dado errado… e agora, apesar de seus muitos devaneios e suas desilusões, nada parecia menos importante que não fazer tudo dar certo. ”tudo bem… parece então que ambos queremos nos casar com o céu e com a lua como testemunhas.“ cora ainda tinha o próprio sorriso nos lábios, por deus, onde tudo aquilo iria lhe levar? poderia ver aonde seu coração estava lhe levando, mas e depois? um outro gemido escapou de cora, estaria ela se deixando levar com muita facilidade? seu coração batia fortemente contra seu peito, seu estômago possuía o habitual frio - daqueles que se sentem quando se encontra com um alguém muito interessante - e bem, seus pensamentos estavam rondando apenas pelo nome masculino, cora poderia não ter a menor ideia de como o outro aparentava, mas mesmo assim ele estava preenchendo seus espaços e suas lacunas mentais, que os deuses lhe ajudassem com seus sonhos. ”chord, você realmente não pode me dizer essas coisas se não possuir a intenção…“ ela murmurou, deixando que seus olhos se fechassem e mais uma vez encostasse a própria testa no vidro, cora dissera isso com certa dúvida, pois não sabia se chord estava brincando naquele momento, ela realmente levava a sério frases como ’estava procurando por você’, pois a mesma estava. ”porque eu irei acreditar fielmente nisso.“ terminara com um sopro da própria voz, o coração feminino sempre fora até mesmo ingênuo em questões amorosas, principalmente por ser alguém que apenas se deixava acreditar que tudo poderia ser uma grande obra do destino e que sua felicidade estaria cada vez mais próxima, e caso viesse a tentar explicar aquilo que ninguém parecia entender, ou melhor, tentar vivenciar o mais puro jogo do amor, ela ainda assim o faria. ”eu realmente posso me apaixonar por você, chord, mas eu não sei na verdade até quanto você deseja ir por aqui… comigo, pelo menos.“ cora tinha certeza absoluta que até o final daquele encontro sairia com um nome em mente, não sabia o que poderia acontecer a seguir com seus outros encontros, mas sentia que o nome alheio poderia persistir em seus pensamentos, no entanto, aquilo era recíproco? ”tudo que eu peço é sinceridade, principalmente por aqui, onde não temos qualquer obrigação de decidir em um primeiro encontro, afinal, nos foi avisado que precisamos escolher a melhor opção para si, com quem consegue se ver se casando, essas coisas…“ cora mexeu uma das mãos displicentemente, poderia não ser o que ela verdadeiramente pensava, mas aquele era o intuito do programa, assim como ela não estava julgando qualquer coisa, ela, mais que ninguém, também sabia que deveria existir cautela para certas decisões, mesmo. que seu coração por vezes lhe ludibriasse o suficiente para que não lhe fizesse seguir com tanto afinco decisões plenamente calculadas. 
”como assim você desenhava esse tempo todo e eu apenas estou sabendo disso agora?“ cora perguntou depois de escutar atentamente o que o outro estava lhe comentando. ”devo pedir uma troca de desenhos?“ sugeriu com divertimento, verdadeiramente curiosa pelo mais novo ponto em comum. ”você desenhava planetas? oh, meu deus! eu também!“ mais uma vez, os lábios femininos se entreabriram em surpresa, não tivera imaginado que aquilo poderia estar acontecendo. ”todo o sentido do universo sempre me foi fascinante, não pense que eu estou tentando copiar você ou nada do tipo.“ ponderou com divertimento, para alguém amante da lua, estender seus gostos ao universo em geral não parecia grande coisa, principalmente quando estava se tratando de planetas coloridos e com significados igualmente místicos. ”eu confesso que queria ter sido uma adolescente inteligente o suficiente para gostar de ciências e quem sabe me aprofundar em assuntos como astrofísica ou coisa do tipo, mas nos meus cadernos não existiam espaços para as fórmulas… existiam desenhos… oh, sim, principalmente de roupas.“ a mulher precisou franzir suavemente o cenho como lembrança, ela realmente era horrível em física, se seu pai um dia desejasse uma cientista, coitado, mais uma decepção em sua conta. ”como você era na adolescência?“ cora precisou se levantar para que alcançasse uma garrafinha de água no pequeno bar, bebendo um gole antes de voltar a comentar. ”cavalos são bem legais, mas extremamente difíceis de desenhar, você cavalga ou algo do tipo?“ quem sabe dali teria uma hobbie escondido? ”ou melhor, acho que não te perguntei se você possui algum animal de estimação.“ comentou enquanto se jogava no sofá, ainda pensando no que ela gostava como animais de estimação. ”eu gostava de desenhar coelhos… meus pais nunca quiseram me dar um coelho, então eu apenas os desenhava e os pregava em todas as partes da casa.“ aquela sem dúvida era a melhor forma que uma criança ou adolescente solitária poderia fazer em uma casa onde tudo parecia ser proibido. ”coloque na nossa lista: ter um coelho. eu já tenho até um nome para ela.“ murmurou, deixando que mais um gole do líquido passasse por seus lábios. ”eu sou um grande livro aberto de peculiaridades… pode perguntar qualquer coisa e bem, se eu me lembrar, irei responder, se for um fetiche, bem, ai devemos esperar as luzes se apagarem?“ cora comentou com diversão, às vezes era bom incrementar uma conversa de um bar entre amigos com quem iria se casar, certo? talvez não, mas assim ela se seguia. ”hey! eu acho bom que o senhor resista, eu posso ser uma grande tagarela e já estou prevendo que você irá desmaiar quando eu desenfrear a falar.“ cora tentou seu melhor olhar de adversão, mas obviamente ele não conseguia a ver e logo sua gargalhada se sobressaiu, engatando prontamente no próximo comentário alheio. ”eu preciso de um marido inteiro, não ouse se machucar para quebrar algo assim, já chegamos a conclusão que é vidro.“ 
ao ouvir a animação do outro lado com a possibilidade de ser uma contadora de histórias na madrugada, cora deixou que um pequeno riso lhe escapasse. ”e quais são suas habilidades secretas na cama, chord?“ cora perguntou divertida as palavras com certo duplo sentido. ”claro, não precisa ser na cama.“ emendou rapidamente, franzindo o nariz segundos após, afinal, ainda estava com o assunto provavelmente distorcido. ”por deus, você entendeu.“ murmurou, em meio a um sorriso, não propriamente perguntava sobre algo extraordinário, como já dito uma vez, as maiores coisas estavam sempre nos menores gestos e para ela, aquele sempre seria o fato mais extraordinário de uma personalidade. cora fez um pequeno biquinho ao ouvir as palavras alheias, estava ela voltando à adolescência quando via seu ídolo fazendo algo extremamente doce, levando mais uma vez sua mão até seu coração. ”você ainda tem a proposta do cardiologista em pé? acho que meu coração ainda não se acostumou com as suas frases.“ além de fitas, corações, cora era uma moça romântica o suficiente para achar daquela situação doce como o mel a conversa mais atraente que já tivera escutado. ”você não quer que eu chore novamente só por ouvir isso, eu tenho certeza.“ sussurrou, deixando que um riso fungado lhe saísse. ”a luz dos meus olhos também ficariam cintilantemente felizes de encontrar os seus… mesmo se você se assustasse com a visão em todas essas luzes.“ brincou, deixando que apenas sentisse o que seu coração pedia para que o fizesse, sentia que todas as emoções possíveis seriam válidas para aqueles que verdadeiramente se encontrassem, incluindo a luz dos olhos. ”então quer dizer que você planeja retornar para indianópolis com uma noiva, senhor marceneiro? será que eu seria bem aceita por sua lua?“ perguntou com curiosidade, ponderando o que poderia acontecer caso resolvesse se mudar para o lugar alheio. ”não me pareceu uma troca ruim… eu poderia viver muito bem em uma cidade com mais chances de ver a lua e as estrelas, mas com uma objeção: visitaríamos nova iorque na primavera? ou quem sabe no ano novo, você precisa ver como a times square fica reluzente quando está em contagem regressiva para um novo ano.“
um arquear começara a estender os cantos dos lábios feminino, era quase divertido ouvir aquilo, chorar não mostrava qualquer sinal de inferioridade, muito pelo contrário, cora provavelmente poderia ficar brava com quem alguma vez tivesse subentendido que era. ”você não é só um cara chorão… você só sente muito.“ a sensibilidade sem dúvidas era algo que cora gostava de ver nas pessoas, afinal, não era algo aprendido ou inventado, mostravam que aqueles que a possuíam eram mais coração que razão, talvez essa também fosse uma característica sua, mas em sua defesa, sempre disseram que era bom estar com pessoas que também compartilhavam traços de sua mesma personalidade, certo? ao ouvir sobre a questão de conhecer sua mãe verdadeira, cora sentiu que seu coração pesava mais uma vez, ela não sabia como era se ver naquela situação, também estaria nervosa. ”você já conversou com seus pais sobre a encontrar ou mostrou interesse no assunto?“ perguntou com delicadeza, sabia que aquela poderia ser uma decisão individual, mas ele poderia pesar outras opiniões, principalmente daqueles que mais o conheciam. ”eu imagino que deve ser um assunto que apenas possa te deixar confuso… mas para todos os efeitos e todas as decisões, saiba que eu acredito em você e acredito nas suas escolhas, chord… de fato que seja um momento seu, mas sabia que eu estarei de mãos dadas com você, mesmo que em pensamentos.“ não existia um manual, cora sabia disso, mas principalmente sabia que confiava naquele homem que nunca tivera trocado um olhar, e de alguma forma, se pudesse fazer algo para aquela situação, seria estar ao seu lado, pois sentia que ele faria a melhor solução aparecer diante de seus olhos e aquilo era quase confortável. cora precisou soprar um riso em meio as batidas mais intensas de seus coração, ou seria sobre as borboletas enlouquecidas em seu estômago? ”oh, chord.“ talvez estivesse virando um grande costume ele estar a deixando sem palavras tamanhas vezes ”eu estive procurando por você.“ repetiu as palavras masculinas ditas uma vez, dessa vez seu sorriso crescendo inconscientemente, onde quer que ele estivesse, parecia que finalmente tiveram se encontrado. ”eu estou aqui agora, devemos tirar todos os muitos anos perdidos?“ perguntou com certa diversão, mordendo o lábio inferior enquanto encarava a parede divisória. ao ouvir as palavras do outro lado do cômodo dividido, cora bateu ambas as mãos em uma palma seca. ”tudo bem, me convenceu me dê os papeis, irei assinar.“ brincou com uma risada no final de sua fala, colocar na sala ou não, ela não se importava, mas ter alguém que se importava consigo de uma maneira romântica, oh, bem, aí sim você deveria colocar um anel do dedo desse cara. ”não seja bobo, chord, eu que me gabaria de ter me casado com o seu eu romântico incorrigível…“ deixou que um suspiro lhe saísse, a medida que suas palavras delicadamente lhe romperam. ”porém espero que saiba que eu sou uma pessoa esforçada… principalmente quando estamos falando sobre culinária.“ cora tentou manter a seriedade, se forem dividir uma casa, ele deveria saber como manusear um extintor de incêndio. ”eu diria que eu sei fazer dois pratos… no máximo, sem uma panela queimada.“ completou com uma risada, dizia-se esforçada, pois realmente planejava aprender a cozinhar, mesmo que suas mãos não parecessem tão afirmativas a essa questão.
cora sentiu que mais uma vez, as lágrimas lhe corroíam, ela verdadeiramente desejava estar nos braços masculinos naquele momento, ou melhor, desejava mais que aquilo, ansiava para que todos os dias estivessem em momentos tão intimistas quanto aquele já pensado. ”eu provavelmente estaria no seu colo, com meus braços em volta de você também.“ sussurrou, pensando naquela como uma cena que poderia ser até então muito intimista, porém, a mesma visualização não parecia lhe assustar. em um mesmo repente, como um autêntico farol, as palavras de chord pareceram com aquela luz, aquela, que no meio da escuridão ilumina o ser interior feminino e clareia um novo rumo, de forma que a fez acreditar que poderia navegar com segurança e firmeza por este mundo. balançando lentamente a cabeça de um lado para o outro, cora deixou que seus olhos fechassem, sentia-se emocionada e bem, sentia que lágrimas se formavam por trás de suas pálpebras fechadas mais uma vez.  ”oh, chord… eu acho que enfim então nos encontramos… isso era o que eu desejava encontrar, alguém que eu sentisse e que me sentisse e mesmo sem qualquer proximidade, eu te sinto próximo.“ e aquele talvez fosse o motivo da maior utopia ousada que a mulher almejou ao se inscrever em um reality show, obviamente nunca acreditou que aquilo pudesse acontecer, mas seu coração palpitava tão forte lhe mostrando o contrário, que ela precisou levar uma das mãos até aquela região. ”nós faremos, chord.“ acabou respondendo um tanto quanto confiante, não queria soar como titanic ’you jump, i jump’, porém ela então compreendia o que jack e rose estavam dizendo. ao ouvir a pergunta masculina, cora deixou que seus pensamentos lhe levassem ao seu maior desejo: ser mãe, no entanto, sabia que essa poderia ser a missão mais complicada, principalmente vendo a situação em que se encontrava, estava solteira, um tanto quanto instável pelas mudanças de carreira recente e se caso viesse a se casar, o casamento seria duradouro? no entanto, apesar de todas as conjunturas, ela ainda via a ideia de ser mãe seu grande, talvez ainda maior, desejo. ”eu tenho vinte e sete anos… até então estou solteira e caso venha a me casar agora, imagino que antes dos trinta eu esteja com os planos bem mais… firmados, por assim dizer… na verdade, eu não sei o que você considera longo prazo… tudo para mim parece longo demais para ser planejado, não sei se os planejamentos ou os planners gostam de mim a esse ponto.“ ela comentou com divertimento, afinal, decidira se casar da primeira vez meia hora antes de estar conseguindo um vestido branco de noiva e jurando qualquer coisa para um elvis presley casamenteiro de las vegas. ”não que eu queira soar mandona ou nada do tipo, mas que os deuses me concedam uma criança até meus trinta anos. claro, eu não acharia ruim se um bebê viesse antes ou depois, mas eu preciso pelo menos de um marido presente e que possua os mesmo planos que eu, assim como eu ainda deveria estar… fértil?“ tentou emendar rapidamente, juntando as mãos e olhando para o céu, quase dramaticamente em preces, logo deixando que uma risada lhe escapasse. ”e quando você pretende começar uma família, chord?“
”eu na verdade não sei o que estamos esperando…“ a estilista comentou com certa lentidão com um sorriso crescente em seus lábios. poderia ser as mesmas palavras que tivera dito em um passado, mas a mulher mais que ninguém sabia que um rio nunca era o mesmo, além de que, sua personalidade caía muito melhor com a impulsividade de um amor exagerado e intenso que qualquer coisa bem planejada e milimetricamente cronometrada, não seria cora se se permitisse fazer algo assim. um riso um tanto quanto afetado saiu pelos lábios femininos, ela poderia chorar mais uma vez, o que diabos estava acontecendo com seu sistema? estava ainda muitíssimo emotiva… e bem, não sabia se era bom continuar chorando e rindo, quem sabe lhe ocorresse um curto circuito. ”podemos chorar juntos quanto estivermos vivenciando esse casamento.“ a novaiorquina murmurou, deixando que seus pés batessem suavemente contra o carpete. ”oh, chord… eu quero que você faça isso.“ cora acabou soltando enquanto deixava que sua respiração também lhe escapasse, nem mesmo entendendo o motivo de ter preso, talvez inconscientemente sentindo que a intensidade seria ainda maior. o riso plenamente alegre que lhe sucedeu quase lhe assustou, era ruim estar tão animada por ouvir apenas aquelas palavras? suas bochechas de alguma forma ardiam tamanho sorriso que estampava. ”você realmente também não acha que depois de me dizer algo assim eu já não me encontro plena e completamente derretida por você?“ talvez já estivesse desde o primeiro momento que o outro falara sobre destinos ou quem sabe sobre sensibilidades, cora sempre fora apaixonada pela sensibilidade do desconhecimento, principalmente quando ousavam comentar sobre destinos entrelaçados e sua respectiva relevância. bem, cora agora estava conversando com um desconhecido e completamente derretida por ele, parecia o pacote perfeito. deixando que seus lábios pegassem o lábio inferior, com certeza seu coração batia tão alto que o outro conseguiria ouvir, a mulher deixou que uma de suas mãos alcançasse mais uma vez o local de seu coração. ”para se casar comigo, você precisa pedir para se casar comigo, você sabe…“ ela murmurou com certa diversão, deixando que seus dedos de sua mão livre passassem despretensiosamente pelo tecido de sua calça. ”ou talvez eu possa pedir você em casamento também.“ comentou por fim, deixando que sua cabeça fosse erguida e lateralizada, mesmo que sequer conseguisse ser vista de qualquer forma do outro lado do vitral. ”eu realmente poderia pedir você em casamento.“ murmurou mais para si que para o outro, deixando que sua cabeça tombasse contra o vidro, e se ele visse a se arrepender? cora não sabia também se suportaria uma rejeição ou se poderia simplesmente propor outra pessoa por ter sido negada, talvez ir para casa fosse um bom caminho. ”acho que podemos conhecer o mais básico de um pedido, qual é o seu nome completo?“ lembrava-se que sequer tivera se apresentado na primeira conversa, quase cômico, pois seu nome e sua apresentação não lhe pareceram importante no momento. ao ouvir sobre o que o outro esperava de uma relação, cora se tivesse um checklist marcaria todas as lacunas, tudo parecia uma coincidência plausível de descrença, pois bem, mais uma vez era uma visão muito parecida com a dela. dessa vez, não era somente seu coração que parecia ousado o suficiente para denunciar a própria presença, mas as borboletas em seu estômago pareciam sobrevoar ainda em maior quantidade, não era uma dança rítmica, apenas o mais profundo desgoverno, mas bem, cora preferia que tudo continuasse em seu looping aleatório, tudo parecia ainda melhor e ainda mais a sua cara. ao ouvir o comentário seguinte, cora deixou que o sorriso em seus lábios surgisse. ”o que você mais gosta de fazer no seu tempo livre, chord?“
o riso feminino fez com que chord sorrisse de maneira afetuosa e este movimento se alastrou mais alguns milímetros conforme a ouvia dar continuidade a brincadeira que iniciou. “digamos que eu tenho uma tendência considerável a pensar em possibilidades.” confessou por entre um riso parcialmente divertido e um tanto quanto constrangido, afinal, pensar demais nunca foi uma característica louvável, no entanto, em sua defesa e pelo menos levando em consideração a experiência na qual estava inserido, qualquer indivíduo poderia sentir-se ainda mais ansioso do que o costume naquele cenário repleto de ‘novidades’. o homem riu mais uma vez, apertando ligeiramente os olhos ao presumir que o tom usado correspondia a uma tentativa sutil de galanteio, a confirmação surgiu não muito depois, o que provocou um novo riso e incitou aquele estranho sentimento de proximidade para com cora, já que ambos não pareciam ser ‘habilidosos’ no respectivo assunto. “eu não posso te julgar. estou tentando te paquerar com o uso exagerado e banal do humor.” retorquiu jocosamente, encolhendo os ombros como quem dizia não saber de outra maneira senão aquela. “estou preocupado que você esteja ouvindo as batidas dele, você está?” indagou numa mistura de diversão e falsa apreensão. o assunto seguinte o fez franzir as feições numa careta passageira. “eu vendi meu carro para darmos entrada em um apartamento e comprar os móveis que faltavam.” resumiu, levando uma das mãos até o rosto e o apoiando brevemente ali, sentindo uma espécie de cansaço somente por tocar no assunto. “a parte boa é que ela mudou de ideia antes de assinarmos os papéis, a ruim é que eu perdi meu audi.” suspirou exageradamente quando mencionou o carro, sendo essa a principal razão de seu desgosto contínuo, seu coração já havia se recuperado da decepção amorosa, mas não de sua perda material. chord sorriu docilmente frente ao conselho, ciente de que poderia dizer o mesmo a qualquer outra pessoa. “sempre, querida.” concordou suavemente.
tirou alguns instantes para refletir ante a pergunta, mordiscando distraidamente o lábio inferior até que finalmente se pronunciasse com certa vagarosidade. “no meu ponto de vista e considerando tudo que conversamos, você não me parece se adequar a ideias tão individuais, pessoas românticas dificilmente se enquadram nisso.” a voz alheia soou pela cabine, rematando toda sua atenção, um sorriso caloroso e lateral surgiu no semblante masculino. “é, você tem razão.” reconheceu, raspando levemente as unhas em sua garganta para coçá-la à medida que refletia a respeito do que fora dito. “tudo bem, prometo me manter saudável para diminuir as chances de ir primeiro.” disse zombeteiramente, um sorriso preguiçoso surgindo em seus lábios. a fala posterior o fez soprar o ar que acumulara nos pulmões sem que percebesse, para seu coração, cora lhe parecera uma pretendente romanticamente irresistível. “sim, eu acho que sim.” murmurou, ligeiramente desnorteado com os próprios devaneios. a partir da fluidez dos assuntos, chord conseguiu voltar a si. não pretendia soar exageradamente otimista, afinal, nem mesmo ele resistira a tanto com tamanho entusiasmo em determinadas situações. “você mencionou gratidão e isso me parece o principal para que notemos as demais coisas numa perspectiva mais otimista. talvez pra você, sorte não seja a denominação que usaria para descrever esse sentimento ou motivação.” visto que cada indivíduo tinha uma visão de mundo e percepção dele. ainda sim, tinha um sorriso lisonjeado moldando seu rosto, cora parecia levá-lo em consideração e isso provocava um sentimento aprazível no marceneiro que costumava falar muitas bobagens filosóficas, sendo esta uma espécie singular de validação. “creio que podemos encontrar a sua versão de sorte. será divertido, sim?” contrapropôs. ele riu com a resolução tão simplista do sonho, ciente de que estava com a maior cara de bobo já vista por aqueles que o filmavam.
a destra encaminhou-se para os lábios de chord, seus dedos servindo como um estúpido escudo para disfarçar o sorriso que não poderia ser contido. as pálpebras cederam por alguns instantes dando a chord a oportunidade de processar as emoções e filtra-las com algum cuidado. “vidros temperados tem uma resistência muito grande, querida. mas imagino que sua força de vontade seja ainda maior.” provocou suavemente, as sobrancelhas se arqueando em curiosidade com o comentário seguinte. “isso é algo bom, não é?” questionou, tendo a impressão que sim, talvez porque gostaria que fosse. “nunca pensei de maneira tão simplificada” começou, ligeiramente impressionado, os lábios franzidos antes de prosseguir. “mas imagino que sim, afinal, qual a graça de viver sem ter vivido um amor recíproco? não sabemos nosso objetivo aqui, se é que há um, então nossas emoções são o nosso melhor presente e talvez o maior indicativo do que deveríamos fazer se pensarmos bem.” disse reticente, imerso a ideia abrupta que cruzou seus devaneios. sentiu o coração tremular numa sensação boa quando cora preencheu o espaço com suas palavras e sabia que sorria como o tolo que costumava ser, um tolo que esquecera sua habilidade de fala por segundos preciosos. “hum, acho que isso tem mais a ver com a companhia do que propriamente o cenário. mas se tivesse que escolher, provavelmente optaria por um encontro durante a noite. teria que ser divertido, mas de alguma forma intimista. quem sabe ir a um parque de diversão e ter um primeiro beijo na roda gigante ou quando dividir uma maçã do amor?” sugeriu com uma pincelada de diversão, os ombros se encolhendo levemente. “e para você?” sua voz não negava sua curiosidade.
hesitantemente sua mão se afastou do caderno de retalhos e se apoiou na mesa, não levou mais do que um minuto para que seus dedos estivessem batucando ritmicamente a madeira. todas aquelas coincidências fervilhavam seu emocional e chord precisava ser cuidadoso. ele acenou à medida que a escutava, os flertes faziam parte de seu repertório para aquele experimento, costumava brincar com situações e talvez aquilo não fosse algo que deveria perdurar, visto que as pessoas poderiam criar expectativas. “me desculpe, não quis parecer tão leviano.” disse completamente sem jeito, seu olhar deslizando até que estivesse encarando o chão da cabine. “mas assim como você, eu poderia me apaixonar também.” admitiu um pouco mais baixo do que pretendia, puxando uma respiração antes de prosseguir: “eu te disse no nosso primeiro encontro que você me parecia familiar. e esse segundo está reforçando essa sensação e muitas outras. estou um pouco desnorteado, cora.” anestesiado também, cora parecia ter saído de seus sonhos mais doces. “primeiro porque não esperava que fosse me causar tamanhas reações e segundo porque há alguns dias tive um encontro intenso também. e eu não estou aqui para ser desleal com ninguém.” ressaltou cuidadosamente. “então eu preciso de um tempo para processar tudo isso, cora.” chord não iria se comprometer com algo que não tinha plena convicção. “e eu gostaria de continuar a encontrando, se possível.” disse numa espécie de pedido e confissão. “mas obviamente entenderei caso não queira o mesmo.”
o homem riu levemente. “desculpe, eu achei que fosse deduzir isso por conta da minha profissão. não que desenhar móveis seja uma tarefa complexa.” os desenhos eram a parte mais tranquila do processo e uma das mais divertidas já que poderia deixar sua imaginação fluir naturalmente. “claro, mas devo esclarecer que desenhar não é uma das minhas maiores habilidades.” avisou, um pouco intimidado pelo que vira no caderno alheio. sua testa se franziu numa agradável surpresa e chord se remexeu no assento como uma criança empolgada faria. “sim! eu costumava desenhar saturno por conta de seus anéis que são mais visíveis que júpiter, urano e netuno. acho que este é o meu planeta favorito entre esses que citei.” tagarelou animosamente. ele riu e meneou a cabeça quando ouviu o comentário posterior. “considerando que gostamos da lua, talvez seja natural dividirmos esse interesse, cora.” acrescentou despretensiosamente, sorrindo de canto ao cogitar que todas aquelas coisas em comum poderia ser uma espécie de sinal. por sorte, ela voltou a falar e seus pensamentos se dispersaram facilmente, se identificava com a parte de desejar ser mais inteligente durante a adolescência, por isso sua cabeça se moveu assertivamente. “eu também! mas infelizmente não tinha a menor vocação para isso.” confessou aos risos. “foi nessa época que decidiu que gostaria de trabalhar com moda?” questionou, lembrando que durante a adolescência ser advogado pareceu uma boa ideia. por sorte, a vida permitia mudanças e redescobertas. “acho que tranquilo, pelo menos me esforcei para não dar trabalho algum e ser um adolescente normal. não tive as melhores notas da turma, também não fui popular, mas me diverti bastante com os meus amigos. jogamos muito guitar hero e zelda. e eu me apaixonei muitas vezes por amigas minhas. um desastre total. mas e você, cora?” eram lembranças que o fazia rir, seja por constrangimento ou não. “não tenho o costume, tive pouquíssimas oportunidades na verdade, mas acho um animal muito majestoso. meu pai costumava desenha-los e eu acabei aprendendo por osmose.” explicou rapidamente. “eu tenho um furão, ele se chama dex. e está comigo há uns dois anos.” estar longe de casar significava estar longe de dex e isso o deixava triste. o assunto, no entanto, chamou sua atenção já que era essencial casar-se com alguém que gostasse de animais. “coelhos são adoráveis. eu adoraria te presentear dessa forma. qual nome daria a ela?” perguntou nitidamente entusiasmado com a ideia de faze-lo num futuro próximo. “agora eu gostaria de saber seu maior fetiche, mas considerando que não me contou o desfecho de seu sonho com detalhes sórdidos, talvez não me responda essa pergunta também.” se mostrou um pouco indignado, embora não fosse algo real, entendia que alguns assuntos deveriam ser tratados com a devida privacidade. “não se preocupe, querida. o máximo que posso fazer é descansar os olhos por alguns instantes, mas me manterei atento a cada palavra.” seu pai costumava dizer que estava descansando os olhos quando chord o pegava cochilando em meio a um jogo dos colts e ele sempre achou uma desculpa genial e que usaria em algum momento. “poxa, seria um grande gesto de amor.” zombou.
dizem que você saí da quinta série, mas ela não sai de você. chord riu diante do duplo sentido. “se são secretas eu não deveria explana-las, não é?” colocou uma das mãos na cintura e ergueu um pouco o queixo ao retrucar com graça. “hum, eu posso dormir em qualquer lugar desde que esteja exausto. e isso serve para todas as outras coisas, afinal, uma pessoa motivada lida com qualquer adversidade.” seu timbre inicial era inocente, mas a sugestão pincelou as palavras finais. “e você me deixa muito motivado, cora.” acrescentou, sentindo um rubor subir por seu rosto e ressaltar suas bochechas. falava no sentido… atrativo da coisa, assim como ia além, visto que cora o ajudou a lidar com uma questão pessoal que há muito tempo tentava superar. “a coisa do livro, você sabe…” justificou desajeitadamente após pigarrear para que sua voz não falhasse. “achei que fossemos lidar com isso sozinhos, mas uma consulta não seria ruim, faz muito tempo que fiz um check up e eu não quero infartar no altar.” devolveu a brincadeira. levou uma das mãos a boca roendo superficialmente as unhas dela, quer dizer, seus dentes apenas contornaram o formato da carne e puxavam as poucas peles que haviam ali. chord nunca entendeu o motivo de romantizarem tanto o coração enquanto que o estômago parecia um órgão muito mais emocional. o seu, no momento, revirava numa dança lenta e agridoce. “você quem deveria estar preocupada, minha aparência pela manhã pode ser assustadora.” a cara de quem não era uma criatura matutina poderia afugentar alguém. “é o que eu pretendo, sair daqui casado. hum, sim, tenho a impressão de que a minha lua te aprovaria facilmente.” disse com honestidade. “claro, eu ficaria feliz em acompanhá-la em qualquer oportunidade, seja na primavera ou no ano novo. eu diria até que em algum momento poderíamos ficar um tempo em nova iorque se isso for importante para você.  atualmente eu não consigo fazer isso por conta da loja, mas quem sabe não consigo expandir meus negócios no futuro?”
saber que não precisaria modificar uma parte sua para caber em algum relacionamento o deixava em paz e extremamente confortável. sua sensibilidade por vezes se transformara numa pauta interminável de discussões e ele obviamente não desejava reviver nenhum desses episódios. “obrigado, cora.” foi tudo que conseguiu dizer frente ao assunto. estava prestes a roer as unhas, mas se conteve, o assunto enrijecia sua musculatura e fazia com que seu coração se agitasse numa sensação desgostosa, fazendo-o parecer menor, como aquele garoto que um dia fora deixado à sorte. “uma vez. eu perguntei se eles tinham alguma informação e eles disseram que não, mas que poderiam procurar e eu recuei imediatamente. isso aconteceu no meu aniversário de dezoito anos, onde eu estupidamente achei que era adulto o suficiente para lidar com os meus fantasmas.” soprou uma risada curta e sem humor, porém não ousou se apegar a sensação de melancolia que pairava seu tom. “eu agradeço, cora. imensamente. falar com você tem me surpreendido de várias formas. e acima de tudo, tem me feito muito bem. espero poder provocar o mesmo em você.” concluiu com delicadeza, esperando que não soasse meloso demais, porém ressentia que provavelmente se aproximava muito deste adjetivo. ele suspirou de maneira sonhadora, ouvindo o próprio coração disparar em resposta ao que cora dizia. era um tanto quanto desesperador vivenciar tudo aquilo numa fração limitante de tempo, sentia-se no ápice de suas emoções. “teremos a eternidade de uma vida para isso, querida.” retorquiu, mordendo o sorriso que dobrava seus lábios. não sabia se poderia continuar gracejando com o assunto, se seria mal interpretado ou não, contudo, era irresistível, primeiro porque a ideia de que tudo aquilo pudesse se realizar o deixava quase que nas nuvens. e segundo, bem, chord tinha o péssimo hábito de brincar com quase tudo, embora conseguisse falar sério com algum esforço. “veja bem, mocinha. eu não pretendo me divorciar, então... teríamos que fazer isso funcionar de qualquer forma.” disse em tom de advertência, estreitando os olhos como se ela pudesse sentir o que fazia e riu não muito depois. “eu também não sou um grande cozinheiro, mas garanto que não morreremos de fome, talvez de desgosto, mas não de fome.” disse divertidamente, mexendo um dos indicadores simultaneamente enquanto ria da própria gracinha. “ótimo, uma variedade de pratos. então trabalharemos com três opções. e bom, com o seu esforço e o meu, o máximo que pode acontecer é colocarmos fogo em casa, mas para isso que existe o seguro, não é?”
o que está acontecendo comigo?, poderia perguntar abertamente e esperar que a mulher do outro lado lhe respondesse, talvez ela soubesse já que estava provocando nele tantas emoções num curto espaço de tempo. ele tirou o paletó e ocupou as mãos ao dobrá-lo cuidadosamente, uma distração necessária para que não entrasse em curto. “você é mesmo real?” questionou por entre um riso exasperado, apertando o tecido contra o peito mesmo depois de tê-lo dobrado. cora parecia ser a personificação de seu sonho mais açucarado e normalmente quando se sonha, você acorda. “minha mente poderia tê-la criado depois de tantas decepções” devaneou, movendo a cabeça de um lado para o outro, havia um pouco de humor em suas palavras. restava apenas um mês para que fizesse vinte e oito, não sabia se essa era a idade adequada para ter filhos ou se deveria esperar até os trinta ou mais. em todo caso, não parecia existir uma regra universal a respeito disso, então deixaria com que o destino se encarregasse. “no momento que tiver que ser. obviamente tenho minhas expectativas, tanto para o casamento quanto para ter filhos, mas entendo que a vida é imprevisível e não há como se preparar para tudo, mas o mínimo pode ser planejado; um relacionamento estável e recíproco, condições financeiras adequadas. muitas tentativas sem preservativos. ou dar entrada na lista de adoção. de resto, eu aceito o que vier e como vier.”
um momento de insanidade, talvez. pensou divertidamente. reconhecendo que duas criaturas com personalidades aparentemente correspondentes poderiam se entender com demasiada facilidade, restava saber se seria algo que perduraria, chord poderia apostar que sim. “eu te disse que seu número de sorte seria o quatro, querida.” seus dedos se levantaram sutilmente e se mexeram ligeiramente, demonstrando o valor ainda que cora não estivesse vendo. “se lembra disso?” quatro encontros, quatro semanas e quatro palavras: quer se casar comigo?, seria interessante apegar-se a esses detalhes, não seria tão inesperado quanto ajoelhar naquele mesmíssimo instante, mas funcionaria tão bem quanto. chord sorriu com a menção do choro durante o casamento. “podemos.” concordou suavemente, imaginando que seria um noivo certamente emocionado. “oh.” exclamou baixinho, sentindo um estranho frio na barriga diante da afirmação. se ela também queria…por que não fazê-lo? preciso conhecê-la um pouquinho mais. disse a si mesmo, incerto se abriria alguma exceção ao sentido de tempo; um minuto, uma hora ou mais um encontro? ele nem mesmo sabia o nome completo da mulher que o entorpeceu tão rapidamente. sinal amarelo. “estou feliz por ouvir isso. de verdade.” o risco de não ser correspondido parecia cada vez menor e ainda que fosse cedo demais para se vangloriar, chord apreciou a boa sensação. “hum. sempre imaginei que seria eu a fazer o pedido, mantendo a tradicionalidade do negócio, mas seria interessante o inverso. você me daria um anel bonito de noivado para eu colocar no mesmo dedo da aliança algum dia?” zombou, encarando a mão canhota como se pudesse imaginar a joia que caberia em seus longos dedos. “mas falando sério, eu gostaria bastante disso.” emendou depois de soltar uma risadinha. “e quase nos esquecemos do essencial. chord francis hopper. e o seu?” que loucura! pedir alguém em casamento antes de saber informações básicas como seu nome completo, aniversário, se tomou todas as vacinas disponibilizadas e posicionamento político. chord sentiu que voltou aos eixos ao refletir brevemente sobre. "não tenho nenhum hobby fixo, faço basicamente o que me dá vontade na hora." respondeu com sinceridade. "e você?"
16 notes · View notes
darktreeartisan · 2 years
Text
cnnor·:
Connor assentiu enquanto o outro conversava. “Olha…” Começou a dizer, pausando para tomar mais um gole de seu uísque. “Pelo menos ainda temos mais oito encontros antes de ser algo definitivo. Se você ainda estiver confuso até lá…” Deu uma pausa mais longa, dessa vez. Olhou para o copo e o girou lentamente. “Talvez a melhor escolha seja não casar, sendo sincero.” Afirmou, dessa vez. Obviamente o experimento ainda estava no início e não podia dizer com toda certeza no dia de hoje com quem gostaria de estar, mas se em dez dias não soubesse, a melhor alternativa, para o advogado, era ficar sozinho. “Assim a gente evita de sair machucado e ainda machucar alguém.” Finalizou a linha de pensamento. Ouviu Chord e apenas assentia, não tinha muito mais o que acrescentar naquele ponto. 
“Mas de toda forma, tirando essa confusão e o coração apertado.” Connor sorriu lateralmente, e ergueu o copo. “O que mais tem gostado em relação aos seus encontros, ao experimento?” O copo enfim foi aos lábios, tomava um gole mais generoso enquanto esperava a resposta do mais novo. Apenas ele sabia o quanto era positivo ter alguém para conversar que estava passando pelos mesmos problemas e tinha os mesmos sentimentos.
quando connor indicou que começaria a falar outra vez, os olhos de chord o contemplaram com atenção, quase ansiosos para o que viria escutar, seria um conselho realmente digno? esperava que sim, connor parecia um sujeito sábio. ele sorriu e voltou a balançar a cabeça, não arriscaria o coração de alguém mesmo em prol de um experimento. “não se preocupe, não sou tão... cretino assim. se não tiver certeza, não tomarei nenhuma decisão estúpida.” retorquiu com bom humor, não fazia o tipo que tagarelava seriamente por mais tempo que gostaria. a pergunta seguinte fez com que chord se esparramasse um pouco mais no assento, ignorando a existência do uísque, já havia bebido o suficiente. “eu gosto de conhecer gente nova, de ouvir suas histórias, de ir decifrando a personalidade alheia. então alguns encontros foram sensacionais, outros nem tanto, mas sou grato pela oportunidade de ouvir cada voz, sabe? e quanto a você?”
7 notes · View notes
darktreeartisan · 2 years
Text
itsamehzl·:
Conversas que envolvem sentimentos nunca são fáceis, para ninguém. Alguém como Hazel, então, que evitava seus sentimentos e conseguiu sucesso o fazendo desde que se lembra, era ainda mais complicado. Toda a preparação para aquele programa - e principalmente o fato de que estava indo descrente em tudo o que ali estava sendo feito, a deixava com seus dois pés atrás. Apesar de tudo isso, Chord ainda conseguia, sem esforço algum da parte dele, arrancar dela o que ela muitas vezes gostaria de falar e não o fazia. E para ela era engraçado, quando pensava um pouquinho entre assuntos, o quão fácil era fluir com ele naquelas cabines - não podia deixar de se questionar se seria assim em casa ou se tudo iria mudar, de toda forma, não se importava muito com isso. 
Ela sabia bem a pose que colocava - e muitas das vezes, não era só pose. Apesar disso, sempre tentou ser uma pessoa extremamente positiva e parecia que aquela pessoa em específico puxava todo esse seu lado melhor. “Eu sei quando não ser durona, também.” Admitiu, dando um sorriso lateral. Sentia-se inquieta e ao ouvir o que o rapaz lhe disse, precisou colocar-se de pé mais uma vez e dar algumas voltas no cômodo - dessa vez agradecia o fato de não ter usado saltos, assim não seria ouvida dando passos para todos os lados. Queria poder responder, dizer que não se importava ou até mesmo poder se abrir um pouco mais e admitir que não merecia, mas limitou-se e sua voz apenas disse “Obrigada, Chord.” com uma voz mais baixa. Olhava para o chão, conseguia ver a ponta de suas botas e o cordão balançando em seu pescoço. Mais uma vez, sentia-se muito idiota por estar tão exposta e dessa vez, para o mundo, mas o som da voz do rapaz a fazia esquecer de tudo aquilo. 
O suspiro dado pela música a rompeu de seu pensamento, fazendo-a rir espontaneamente. “Não que eu seja uma garota romântica… Eu acho que eu não sou.” Pensou um pouco, e não se encaixava muito no padrão de romantismo, mas que de fato alguns sons lhe agradavam muito mais que outros, isso era realidade. “Eu só gosto de músicas românticas, oras.” Revirou os olhos, dando uma risadinha baixa e manteve seu sorriso lateral. “McFLY é muito bom, até hoje. Te indico ouvir algumas das novas, eles mandam bem.” Imaginava passar na NETFLIX falando sobre sentimentos e bandas que nunca ninguém ouviu antes… Ah, como seria pelo menos zoada pelos seus amigos. O comentário do rapaz a motivou um pouquinho, relembrando-a do primeiro encontro. “Ah, ele era bem bonito quando mais jovem, de fato.” Seu sorriso era menor, dessa vez, como sempre começou a calcular as palavras para dizer - e principalmente para não expor a mãe indevidamente. “Não quero comparar nossas situações, de forma alguma…” Começou se explicando, e pensou um pouco mais antes de dar continuidade. “Mas minha mãe era muito sozinha e não queria que eu soubesse o que de fato aconteceu. Então preferiu me fazer acreditar que Bon Jovi era meu pai. Hoje quando eu penso, como que eu acreditei? Sabe em FRIENDS, que a Phoebe acredita que o pai é o cara da fotografia?” Fez a referência sem saber sequer se ele iria realmente entender, mas a fez rir um pouquinho de si. “Em minha defesa, eu era muito jovem e ingênua. Mas a primeira vez que você é enganada te ensina uma lição. Hoje em dia nunca ninguém vai conseguir me fazer cair em golpes.” Tentou fazer o melhor da situação, ainda andando de um lado para o outro. 
Se sentia bem em se abrir, afinal, aquelas cabines eram feitas para isso: se conhecer melhor. Independia se fosse o primeiro, segundo ou décimo encontro, queria poder de fato se expor e dar a oportunidade de ser entendida. As palavras do rapaz invadiram sua cabine, a deixando um pouco mais ansiosa do que estava segundos antes - os passos ficaram mais rápidos e um dos dedos foi levado aos lábios e passou a morder a unha do dedão, se controlando ao máximo para não estragar o esmalte (ou passar uma imagem de maluca em frente as câmeras). “O tempo que precisar…” Limitou-se a responder, naquele momento não tinha muito mais o que ser dito. Ele precisava do tempo e ela precisava dar o espaço para ele entender os sentimentos. Caminhou com calma até a parede que os dividia, ouvindo muito bem sobre seus anseios e logo o tópico já estava no passado. Respirou fundo, para que sua cabeça pudesse voltar ao assunto. “É, eu consigo te imaginar chorando por ter brigado.” Por mais que não tivesse a imagem perfeita de Chord, por tudo o que escutara do rapaz, conseguia montar uma imagem de uma criancinha simplesmente não aguentando mais. “Pelo menos seus pais foram compreensíveis… E claramente você só estava tentando se defender.” Riu baixinho. Não podia deixar de pensar se ele criaria seus filhos dessa forma: muito amor e conversa, nenhuma forma de agressão tolerada. Era o que esperava - o mundo merecia mais garotos como ele. “Todas as vezes que agi, não foram legais. Por mais que sustentem a imagem que eu passo, é chato, sempre me deixa com dor no estômago e medo. Muito medo.” Admitiu. “E se um cara desses decide rebater ou voltar atrás, entende?” Ergueu uma sobrancelha. “Mas eu não sou a pessoa que mais admira violência, também… Eu só me vejo sem alternativa, por vezes.” Defender-se de assédio ou ajudar outra mulher, essa era a sua única motivação. Não podia negar que sentia-se muito mais forte por dentro quando fez isso, mas essa parte era melhor não contar ao rapaz. 
Ainda de pé em frente à divisória, seus dedos tocaram com calma a parede, enquanto o ouvia mais uma vez. Seu estômago parecia estar em uma montanha russa por si só, cada vez que os tópicos fluíam e ela podia ouvir um pouco mais sobre os anseios do rapaz - aquilo lhe causava medo de o afastar, visto que ela claramente não era o tipo de pessoa por quem ele parecia se atrair. Talvez essa fosse toda a graça da situação, ele era alguém que nunca entraria em seu bar e ela alguém que passaria em sua vida. Apoiou o rosto ao lado da mão, como se aquilo fizesse-a sentir mais perto dele. Como se recitasse, Hazel abriu os lábios e as frases saíram com facilidade. “I’ll be there untill the stars don’t shine, untill the heavens burst and the words don’t rhyme.” Lembrou-se da música citada anteriormente, e mais uma vez estava fazendo-se presente em forma de música. “Eu posso não ser muito boa com as palavras ou atitudes, presentes ou tanto faz.” Começou a dizer, pensou sozinha ‘Muito bom, Hazel. É assim que se faz’. “Mas eu realmente não sou como as outras garotas que conheceu. E eu não estou aqui para te machucar…” Pôs-se reticente, afastou-se um pouco da parede, ainda a observando fixamente, como se ali pudesse ver os olhos do rapaz. “E eu também sei o quanto dói ser deixada. Não posso te garantir que saindo daqui nossa vida vai ser perfeita.” Deu uma risada baixa, pensando que seria bem diferente disso, na realidade. “Mas eu posso te garantir que eu não sou de desistir fácil.” Seu sorriso voltou aos seus lábios, e agora estava com os ombros erguidos, como se tivesse dúvida com o que dizia. “E eu também posso te garantir que você é o tipo de pessoa por quem vale a pena lutar.” Em tão pouco tempo, ela podia de fato garantir isso. Ele era mesmo o tipo de cara por quem se valia.  
Tossiu um pouco para evitar continuar falando e agora apenas ouvir o que lhe era dito. “Qual é, achou que a garota durona que faz bebidas ia consumir o quê?” Brincou consigo mesma, apesar de ser também essa pessoa que consumia livros gigantes, e gostava deles, seu diploma não a deixava esquecer disso. Levou as duas mãos no peito, com a resposta do rapaz e se jogou no sofá. “Produção, fui atingida, preciso de atendimento médico.” Estava com os olhos fechados e deu uma boa risada. “Essa é a resposta que era quase o que eu buscava. Mas é o melhor que acho que alguém pode dar.” Prosseguiu rindo, sentando-se corretamente dessa vez. “Eu acho que a Marvel acerta muito nos filmes por fazer muitos filmes. Se você pegar alguns títulos específicos, como Homem de ferro 2 e 3, Thor e muitos outros, você vai ver que os filmes da Marvel podem ser bem ruins também.” Ergueu o seu indicador, como se fizesse uma boa argumentação. “Mas eu entendo de onde você está vindo, e consigo concordar que quadrinhos de ambos são bons, animações são da DC e sim, eu sou fanática e defensora da DC.” Sua mão direita tocou o peito, como se fizesse um juramento. 
Um suspiro saiu de seus lábios, e em seguida uma risada. “Eu acho que a cada vez que escuto você falar, eu percebo que nem deveria estar nessa cabine.” Era difícil para ela dizer isso, mas pensava dessa forma algumas das vezes que o ouvia contar suas histórias. “Essa combinação é extremamente desastrosa: a garota bruta que não demonstra sentimentos com o cara que chora com a vó falando sobre bolo.” Sorriu ao lembra-se da história do rapaz. “O que não bebe com a mixologista…” Balançou a cabeça em negação. “De fato não posso te fazer promessas, não vou deixar meu emprego ou mesmo parar de beber.” Confessou, um pouco relutante. Apesar disso, não podia mentir, ainda mais sabendo que talvez a escolha do rapaz dependesse muito daquilo. “Mas eu preciso que você entenda que eu também não represento seu passado e eu já te disse isso.” Reforçou, esperava não soar maldosa com tudo aquilo. “Acredito que possamos crescer sempre juntos, e nos esforçar ao máximo para deixar ninguém extremamente fora da sua zona de conforto.” Passou a mão no rosto e respirou fundo. “Eu realmente sinto muito pelos seus pais, e eu entendo sua motivação. De verdade…” Mordeu o lábio inferior. Já estava esperando o rapaz deixar a cabine em frente a sua e ser avisada que não haveria outro encontro. “Preciso confessar que gosto mais de ter esses assuntos conflitantes agora, melhor que as pessoas se apegarem demais e depois descobrirem coisas que podem ser terríveis para o relacionamento delas. Imagina descobrir somente no dia do casamento que sua garota consegue beber uma garrafa de espumante em 5 minutos?” Tentou brincar com a situação e deixar o tema mais leve.
soprou um riso breve com a afirmação feminina, sua cabeça fez um movimento positivo também. “isso é bom, demonstra alguma flexibilidade.” elogiou com entusiasmo, afinal, essa era uma característica que chord costumava achar fundamental para se viver. experimentou uma sensação próxima ao alívio quando ela o agradeceu, não sabia se era algo... genuíno, torcia para que sim, que lentamente ela descobrisse a beleza de sua essência. “não há de que, hazel.” disse jovialmente, esperando que seu ânimo pudesse influenciá-la mesmo que um pouco.
suas sobrancelhas se uniram no que pareceu uma carranca duvidosa, assim como seus lábios se curvaram num sorriso inteiramente petulante. “hum, isso está me soando como uma garota que é romântica, mas não admite.” provocou, pressionando os lábios para que nenhum riso lhe escapasse. “você não precisa ser romântica como... a maioria das pessoas idealizam, cada pessoa é romântica a sua maneira, com as suas particularidades e demonstrações.” acrescentou desta vez suavemente. “eu achei que eles tinham... acabado. mas vou dá uma oportunidade quando tiver tempo de escutá-los, em sua homenagem.” não era tão comum escutar músicas fora das que já conhecia, porém, ocasionalmente havia a necessidade de atualizar sua playlist.
percebeu que o tom de hazel se tornou mais cuidadoso depois de mencionar a beleza do bon jovi, chord sequer fez algum comentário engraçadinho, não queria interrompê-la, visto que parecia prestes a dizer algo... importante. ele riu baixo com a menção de friends mesmo sem nunca ter assistido o seriado, podia imaginar o quão difícil era cuidar de uma criança sozinha e ao mesmo tempo ser a criança que era criada sem a presença paterna. “eu sinto muito, hazel.” murmurou, abatido com a situação. por ser um tanto quanto sensível era muito fácil para ele se colocar no lugar do outro e sofrer só por imaginar o contexto. “mas de qualquer forma, eu pediria um teste de paternidade ao bon jovi, nunca se sabe o que esses rockeiros podem fazer.” soprou um pequeno gracejo, esperando que ela não se ofendesse com seu feito.
chord não saberia dizer quantas vezes limpou a garganta, suas mãos se entrelaçaram ansiosamente, sentia-se nervoso com o que poderia ouvir de hazel. “obrigado” se limitou a dizer, consideravelmente aliviado por ela ser compreensiva. balançou levemente a cabeça para se distanciar definitivamente do assunto. “em minha defesa, eu era criança.” apontou como se fosse uma coisa muito importante. “quem estou querendo enganar, mesmo agora, acho que seria capaz de chorar se me metesse em alguma confusão.” zombou de si mesmo, soprando uma risada passageira. “sim. minha mãe foi fundamental nesse momento, ela disse que estava tudo bem chorar, mas que eu precisava me comunicar melhor com palavras. tenho pra mim que ela ficava irritada com o meu chororô, convenhamos que é bem chato mesmo. está perdoada, mãe!” tagarelou, olhando para o alto à procura de alguma câmera para fazer seu teatrinho. o clima mudou com a história narrada por hazel, chord suspirou, outra vez emotivo. “eu sinto muito. isso é uma merda das grandes. eu não entendo como alguém pode ter um comportamento tão destrutivo ou porque desrespeitam mulheres o tempo todo. espero que você não precise passar por isso outra vez, hazel. nunca mais.” sentiu seu coração se apertar em preocupação quando se deixou pensar um pouco mais no assunto. 
ouvi-la cantar fez com que um largo sorriso surgisse em seus lábios, suas pálpebras cederam e chord se permitiu apenas apreciar o momento, tal como a primeira vez. “eu adoro te ouvir cantar” disse baixinho quando a cantoria cessou, abrindo os olhos lentamente, como se despertasse de um sonho bom. acabou soprando uma risada inesperada quando ouviu o pronunciamento dela e meneou a cabeça, começou de modo desajeitado, mas não menos adorável, queria que ela compreendesse isso, então arriscou dizer no pequeno intervalo que teve: “gostaria que entendesse que você é única e que tudo que você faz demonstra isso, o que já é mais do que bom, é maravilhoso e especial.” seu sorriso se expandiu com a frase seguinte, ela realmente não se assemelhava a qualquer outra garota que um dia conhecera, talvez essa fosse a melhor parte. “eu sei. normalmente uma garota como você não olharia pra mim.” murmurou, mordendo a parte interna da bochecha em seguida com alguma ansiedade. “também não estou aqui para ferir você.” retorquiu, cabisbaixo. pensar que alguém poderia sair chateado daquele experimento realmente o deixava desconfortável. as palavras femininas serviam de conforto para o coração temeroso de chord no entanto, acreditava em cada colocação e conseguia vislumbrar tudo que conversaram naqueles encontros. ele suspirou e passou uma das mãos no rosto, especialmente nos olhos fragilmente emotivos. “ah” exclamou por entre um suspiro, não precisava de um discurso enfeitado para sentir a verdade nas palavras alheias e por isso que se sentia tão vulnerável naquele instante. “não procuro perfeição, como disse antes, sou um cara simples. com vontades simples. vivendo uma vida simples. isso é tudo que eu tenho a oferecer, simplicidade. e busco a mesma coisa, não preciso que seja a última romântica ou qualquer coisa do tipo, preciso que seja verdadeira comigo e principalmente consigo.” abasteceu os pulmões e limpou a garganta para garantir que sua voz não falhasse nem mesmo por um instante. “você vale mais do que a pena, hazel. muito mais.”
“realmente, eu não sei como não me ative a isso, é tão óbvio!” disse de maneira semelhante à dela, manter o timbre divertido era uma maneira de não ficar desconfortável com assunto e obviamente que o humor feminino o ajudava a não ficar focado no lado negativo da coisa. “que raiva, por que você tem que ser tão legal, hazel?” soprou um riso, sua voz beirando a indignação jocosa. seria muito mais simples se ela fosse odiosa e não o cativasse nem mesmo um pouco, mas esta não era a realidade. “você está certa. a marvel não acertou sempre, assim como a dc não errou sempre. mas convenhamos que é melhor assistir thor do que o primeiro filme do esquadrão suicida.” argumentou distraidamente, retorcendo as feições numa careta quando mencionou o filme da dc. chord riu quando a ouviu novamente. “então é bom fecharmos a discussão por aqui, já que a senhorita é imparcial.” provocou divertidamente.
novamente suas sobrancelhas se uniram, sentia-se perdido com a fala feminina, mas antes que a questionasse, hazel continuou falando e naturalmente chord conseguia entender onde ela gostaria de chegar. não esperava que as palavras dela o atingissem e fosse como se o faz de conta terminasse tão rápido quanto começou. eles eram pessoas diferentes e chord não sabia calcular o quanto isso poderia influenciar um relacionamento. “pelo menos daríamos uma bela história para uma comédia romântica.” tentou brincar, mas sua voz não tinha o usual timbre carismático. sua mente divagou, talvez hazel pudesse ajuda-lo a ser mais... durão? e ele consequentemente a ajudasse a ser mais sensível? ou seria um completo desastre. sentiu o desconforto retornar, fazendo com que sua corpulência enrijecesse por alguns instantes, mexeu os ombros para aliviar a pressão dali. “eu não pediria nada disso a você, hazel.” soprou um suspiro cansado. sentia-se envergonhado por ainda sustentar traumas tão antigos e principalmente por falar a respeito deles. uma parte de chord desejou cessar aquela assunto, a outra, mais consciente sabia da importância de conversar sobre esses tópicos conflitivos. precisou de alguns instantes para absorver tudo que foi dito e pensar para responde-la, decidindo cada palavra que usaria cuidadosamente. “e sei que você não é o meu passado, hazel. eu queria que isso fosse mais simples, tenho me esforçado para ser melhor, mas eu não posso... eu só não posso passar por algo semelhante.” sua voz deu indícios de que começaria a falhar, então fez uma pausa, respirou fundo e prosseguiu depois de pigarrear levemente. “beber ocasionalmente, é normal, as vezes eu faço isso também. mas não ficou completamente bêbado e nem gosto de estar próximo de alguém nesse estado, me faz mal e é mais forte que eu.” era difícil se abrir a respeito daquilo, mais do que havia previsto. ele se agitou e caminhou pela cabine, estalando cada dedo. não sabia o que estava passando pela cabeça de hazel, esperava que ela não o achasse... terrível e profundamente traumatizado – apesar disso se aproximar da realidade. “não quero que fique desconfortável, porque muitas pessoas gostam de beber e se divertem dessa forma. e definitivamente não quero ser a pessoa que vai estragar um rolê ou que vai impedir alguém de fazer algo por estar preocupada comigo.” só de pensar na hipótese, chord sentia-se ainda pior, não deveria ser assim, nenhum excesso é positivo. ele gemeu e se jogou no sofá, e surpreendentemente, conseguiu rir. não sabia se era de nervoso ou porque realmente achou graça, talvez fosse um pouco dos dois. “e descobrir que seu marido é traumatizado o bastante para ficar mal por isso.” retorquiu com um pouquinho de humor. “é bom falarmos disso sim, eu só... me sinto estranho. mas é bom, seria ruim descobrirmos coisas depois do casamento.”
20 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
xcxr·:
ao ouvir as palavras alheias, a mulher precisou piscar um par de vezes ao se dar conta de que estava ouvindo corretamente. certamente ela estava. e por mais que fossem palavras triviais, sentiu que seu coração começara a intensificar as próprias batidas, como uma anunciação do último questionamento alheio. “várias confissões tão cedo…” cora acabou murmurando deixando que seu sorriso aumentasse à medida que se aproximava da divisória. “por que ficou pensativo, chord?” de certa forma, cora gostava de ouvir sobre como funcionava o cérebro alheio, por isso o perguntava, mesmo sequer sabendo como funcionava o seu, talvez ela apenas gostasse de ouvir o ponto de vista alheio, quiçá fosse a voz. “sempre perdida na própria excentricidade, não?” acabou questionando com certo bom humor, era quase engraçado deixar transparecer tanto para aquele que sequer tivera visto além da divisória. “mas eu estou sentindo agora… meu coração bateu ainda mais forte quando você me confessou que sentiu que me encontraria uma outra vez, talvez ainda esteja batendo.” cora acabou comentando deixando que uma risada lhe escapasse, parecia o fato mais bobo, mas sua outra mão fora em direção ao próprio peito, certificando-se de que realmente ainda acontecia a intensificação de suas batidas. “por isso eu sempre digo, se estiver sentido com todo seu coração, siga. você também sente o mesmo, chord?” diversas foram as formas que a mulher já sentira as coisas ao seu redor, por um lado poderia ser uma dádiva… e por outras, realmente um sofrimento. sentir demais nunca tivera lhe trazido tantos benefícios. 
seus pensamentos foram atravessados ao ouvir a pergunta seguinte, voltando seus olhos para cima. “por que não dividiria?” perguntou horizontalizando o rosto enquantos seus olhos tentavam achar a direção alheia, deixando que seus dedos batucassem suavemente a divisória que os separavam. “eu acredito que todos que cruzam nossos caminhos traçam consigo um propósito, acredito que estamos em um looping constante de evolução e aprendizado, um propósito maior em benefício da humanidade… quem sabe um destino cruzado a partir de olhares cruzados?"  poderia ser uma resposta até mesmo trivial, mas ela não poderia deixar de explanar o próprio ponto de vista por vergonha com os próprios pensamentos, nah, cora poderia dizer que por vezes era segura o suficiente para saber quando entrar com a própria opinião. ”quem sabe também eu tenha a sorte de ser o amor de alguém, ao ponto de somar a um propósito bonito… não me soa ruim, apenas utópico.“ a mulher murmurou um tanto quanto lentamente, pensativa pois sabia que não era a criatura mais proveniente da sorte. ”você se considera sortudo?“ perguntou subitamente, em meio ao pensamento anterior que lhe transpassara. o lábio feminino fora automaticamente mordido, na tentativa de conter o riso, obviamente um movimento não tão sucedido. era impossível não poder pensar no que lhe esperava por trás de todas aquelas cabines, cora tinha certeza, da mesma forma que ele sabia que lhe encontraria novamente, que teriam um encontro… que lhe arrepiaria a pele. ”eu gosto de mãos especialistas em cima de mim… e por coincidência sonhei na noite passada com mãos firmes e certeiras sobre mim… seria você o dono delas?“ quais seriam as melhores características alheias? ela não sabia, talvez não importasse, mas tudo parecia estar em letras garrafais de que cora ansiava conhecer o que quer que pudesse conhecer.
cora sentia certa ansiedade por ouvir algo do outro lado da cabine, quase pensando em se aproximar mais daquele lugar, apenas para se fazer mais próxima e tentar sentir qualquer sentimento… entendia que não era obrigação de ninguém reagir positivamente a algo que a mesma tivera feito, no entanto, ela gostaria de ouvir que estava pelo menos tentando transparecer algo que lhe era importante e, bem, talvez ela tenha imaginado chord corretamente. o homem parecia ter tamanha conexão naquele assunto, tal qual como ela também se sentia absorta no mar imenso e desconhecido de planos que não lhe eram acessíveis. ”eu também acredito, chord, provavelmente também imagino que essa é a situação mais próxima de almas gêmeas… e eu acho que sempre sentimos a sensação de que falta a outra metade quando não encontramos aquela parte que nos foi separada em um outro plano.“ possivelmente era uma das versões ocidentais do tal fio vermelho, sabendo que quanto mais longe as almas enlaçadas se encontram, mais infelizes podem estar. ”quem sabe um dia interpretamos clichês românticos ao longo da história? um amor proibido entre um príncipe e uma plebéia, quem sabe éramos ingleses nessa versão, em outra época… talvez pudemos ter algo que não envolvesse guilhotinas, quem sabe um amor que foi transmitido pelo mundo, não sei, quem sabe cowboys? bem, agora estamos aqui, também transmitidos para o mundo, mas ainda desconhecidos por trás de uma divisória de plástico… pelo menos imagino que isso seja plástico… ou talvez seja vidro?“ comentou despretensiosamente divertida, sabia que poderia perder muito tempo imaginando situações aleatórias da história que poderia ter participado com chord, quem sabe o destino não estivesse brincando com tudo aquilo e simplesmente lhe tivesse jogado em um experimento para que finalmente encontrasse alguém que lhe somasse, já que amor para cora é algo somado, não dividido. um riso envergonhado lhe atingira, chord era alguém tão sensível quanto ela… e isso era algo que ela apreciava, assim como também definia muito da intensidade feminina. ”você acha que eu também não chorei? eu posso parecer até forte no exterior… mas isso é a maior mentira sobre mim, eu derramo lágrimas com comerciais da televisão… quem dirá ouvindo sobre histórias de amor que nem mesmo são minhas, elas sendo boas ou ruins… as noites podem ser eternas para aqueles que pensam e recordam sobre tudo que escutam em um dia sentimental.“ a verdade fosse dita, era como se um filme de momentos alheios fosse passado por sua cabeça todas as vezes que ouvia tais narrativas e talvez fosse o que ela tivesse de melhor: lembranças. ”eu gosto que você seja sensível… perceber de uma maneira intensa as boas coisas da vida certamente é a melhor forma de se viver, querido.“ cora verdadeiramente se afeiçoava aqueles que possuíam maior sensibilidade e descobrindo que chord era esse tipo de pessoa, genuinamente sentiu que se aproximava ainda mais do outro, talvez também fosse mais uma volta de seu calcanhar sendo amarrado. 
cora quase soluçou ao ouvir a sugestão alheia. ”você gostaria de se casar sob o luar comigo, chord?“ ela poderia simplesmente levantar suas mãos para o céu e agradecer ao velho da lua por aquelas palavras? suas bochechas doíam pelo tamanho exorbitante de seu sorriso, estava quase descrente de que tantas coincidências poderiam acontecer em um espaço tão curto de tempo. cora acabou tocando a parede que os separava, traçando círculos com seu dedo indicador, um tanto quanto sonhadora. ”se casar sob o luar para mim seria a maior prova de jura de amor… os milenares chineses, sempre juraram seu amor eterno para a lua e seus deuses, na época que sequer existiam sacerdotes ou qualquer um que lhes casassem.“ os românticos incorrigíveis talvez estivessem com o nome de cora em um dos topos de suas listas, apesar dos pesares, ela acreditava no amor e queria ser digna de um amor verdadeiro e alcançável, mas ao mesmo tempo extraordinário. cora agora encostara sua testa no dorso da própria mão, agora espalmada contra a divisória. ”eu estou realmente me perguntando onde você esteve esse tempo todo quando combinava tanto comigo…“ ela murmurou em um gemido dramáticamente divertido, eram muitas coincidências que não poderiam passar despercebidas, mas cora sabia que poderia ainda ser doloroso se não houvesse a mesma reciprocidade, no entanto, era impossível evitar que seu estômago começasse a proclamar uma recente revoada de borboletas frenéticas. ”eu não sei bem como te responder à isso… mas se serve de algo eu sempre me afeiçoei aos desenhos e as belezas místicas… não sei, eu gostava sempre de desenhar e ouvir as histórias mais fantasiosas e aventureiras desde quando era uma criança… assim como eu também tentava levar uma perspectiva romântica o suficiente para que ainda tivesse alguma fé na humanidade, então, ouso dizer um golpe do destino, me enviaram para a ásia, por mais que eu possuísse minhas divergências a alguns países em seus dias atual, os fatos culturais fizeram cada milésimo do meu dia mais feliz e suportável, eu me prendia a cada pequena possibilidade de ouvir sobre determinada história e esquecia todo o trabalho, quase exploratório que tive que passar, ainda assim eu me sentia vivendo em uma verdadeira lenda apenas por ouvir algo assim… não sei se isso fez qualquer sentido, mas eu sempre te avisei que eu poderia ser uma criatura peculiar, por assim dizer.“ cora comentou com os olhos até mesmo confusamente divertidos, parecia um mar confuso de palavras, talvez o outro não fizesse a menor ideia do que ela estivesse falando, ela entenderia, mas pelo menos havia o avisado da possibilidade de suas peculiaridades, estava pelo menos no rumo que lhe faria sentido. ”quanto ao cafuné, eu certamente poderia te ajudar com isso, prepare-se para que me diga para parar, pois eu farei você dormir apenas colocando minhas mãos por entre os fios de seu cabelo.“ comentou quase como se estivesse fazendo a promessa mais séria de sua vida, não demorando tempo o suficiente pois rira enquanto gesticulava brevemente com a mão livre. ”quem consegue montar e desmontar coisas é você, chord… encontre um jeito de retirá-la.“ era quase doloroso aquele objeto lhe separando, não tinha a menor ideia de como iria sustentar tanto tempo a curiosidade que seu corpo ansiava.
cora acabou rindo à medida que o homem também riu, fechando um dos olhos e franzindo suavemente o nariz, talvez fosse sua impaciência ou falta de tato em contar histórias tão longas pela metade. ”eu tenho um repertório infinito para histórias, você está pronto para ficar acordado em cada uma delas?“ perguntou enquanto deixava que uma de suas sobrancelhas fosse erguida quase provocativamente. o rubor em suas bochechas denunciou que aquele tivera sido o melhor elogio que tivera recebido em… muito tempo. ”oh, chord, você não pode ficar falando esse tipo de coisa para mim… eu sinto que poderia amar cada segundo de um momento como esse e pensar nisso faz meu coração querer sair a qualquer segundo de mim e voar em sua direção.“ cora gemeu, deixando que soprasse um riso em sua fala. a lua era algo adorado e cora poderia sentir a leveza de apenas olhar para ela, nunca pensou que qualquer pessoa pudesse desviar a atenção daquela grandiosidade para focar em si. ”mas não seja bobo, provavelmente você se cansaria de ficar me encarando… você não faz ideia de como eu posso ser… elétrica, ou de como meu cabelo fica assim que deito em uma cama, principalmente ao acordar pela manhã.“ certamente era uma brincadeira para mais uma vez tentar dispersar o próprio holofote, por alguma razão, a mulher ainda conseguia se sentir envergonhada com a possibilidade de ser encarada ou elogiada por pessoas, mesmo após os holofotes já estarem sobre si… e essa era uma das muitas dualidades que ela parecia não ter se acostumado. ”você consegue realmente ver as estrelas e a lua em indianópolis?“ perguntou subitamente com animação e esperança, realmente estava animada para conhecer aquele céu, era como um mapeamento melhor que o céu novaiorquino ou o google sky. ”já que você não irá se assustar, minha resposta é: claro que eu gostaria de ver o céu em indianópolis… você será meu guia e as olhará por horas infinitas comigo, certo?“ o borbulhar de animação que se formava em todo o interior feminino parecia começar sua combustão, conseguiria ver alguns dos planetas? chord também parecia tão empolgado pelo céu como ela, certamente ele tivera tido ainda mais sorte sobre onde poderia estar morando. ”como elas estavam da última vez que encarou o céu?“ 
cora sentira mais uma vez sobre algo naquela conversa, sabia principalmente que existia algum significado ainda mais sentimental que o já sentimental em tudo aquilo, os dedos femininos ainda tremulavam à medida que sentia o tecido do azul desbotado da manta alheia, sentindo o peso das palavras alheias sobre aquele pequeno pedaço de tecido, pode ter uma visão, mesmo que embaçada, de uma criança chorosa e uma mãe que lhe convencia de que aquela era a melhor opção, seu âmago apertara apenas com uma visualização de lembrança que nem mesmo era sua, mas que de alguma forma atingira seu coração como se estivesse vivenciando. de alguma forma, sentira que sangraria da mesma forma, precisou engolir em seco e arquear o próprio rosto ao céu, piscando intensas vezes para que impedisse que as lágrimas lhe escapassem, mas dessa vez, seus olhos não pouparam que a emoção ficasse contida. ”oh, chord… eu sinto tanto.“ ela sussurrou um tanto quanto embargada, sentia tanto pelo que o rapaz tivera passado, passados certamente poderiam ser complicados, principalmente quando envolviam pessoas que deveriam ter a maior participação em sua vida. cora compreendia sobre aquilo, seu rosto estava plenamente perto da divisória, como se assim pudesse de alguma forma passar alguma sensação de que estava ali para o ouvir, que se fazia presente e, acima de tudo, apenas estava ali, com ele e por ele. ”você ainda sente vontade ou medo de a procurar?“ perguntou depois de alguns segundos, deixando que pelo menos a própria respiração normalizasse para que conseguisse dizer qualquer palavra sem parecer tão… frágil. ”não se desculpe, chord… nunca se desculpe por ser você, principalmente quando estiver me contando sobre isso… lembre-se que eu também sinto você.“ mais uma vez, cora sentira que gotas quentes escorriam por sua bochecha, seguindo o percurso até qualquer lugar em seu maxilar, a mulher acabara erguendo uma das mãos para que as recolhesse e deixasse que uma risada um tanto quanto banhada de melancolia, mas extremamente verdadeira e, principalmente, cruamente real. 
instintivamente, um riso lhe saíra, ainda em meio a recuperação da avalanche sentimental que lhe atingira, sequer se dando conta de que estava chorando em uma parede de plástico, vidro, o que quer que fosse. ”eu sinto que é minha vez de dizer que essa divisória é realmente um obstáculo.“ murmurou ainda tocando a parede que os separava, não sabia qual imagem teria quando o visse, mas sabia que não seria importante, cora não diria que era importante para sua visualização, apenas gostaria de encostar seus dedos em chord, sentir cada pedaço do que ela achava que poderia se deixar envolver, de alguma forma, cora sentiu que seus pensamentos estavam indo muito distantes, fechara os olhos brevemente por perceber que poderia estar… caindo diretamente nos braços de um garoto de indianópolis, tão facilmente como as flores de cerejeiras no final da primavera, cora se recordava da visão que tivera sido privilegiada, se o rapaz folheasse por mais em seu caderno, veria uma de suas imagens favoritas. a mulher acabou mordendo o lábio inferior mais uma vez para impedir que o sorriso não parecesse tão abobalhado, mais uma vez também não teve sucesso. ”então quer dizer que você está voltando para mim, chord?“ ouviu as palavras masculinas, enquanto fizera seu percurso lentamente em direção ao sofá, tocando agora os próprios lábios e o contorno do sorriso que estampava. ”quão pretensioso seria acreditar que nossos calcanhares estão interligados? não acho que nada seja efêmero e muito menos trivial…“ acabou devaneando em voz alta, enquanto pousava o indicador no lábio inferior, cora sabia que existia algo, nenhuma daquelas coincidências pareciam ser triviais… oh, bem, nada era trivial. até mesmo ouvir tais palavras, sentindo que as borboletas em seu estômago viravam e viravam insistentemente. por deus. ”talvez…“ murmurou mais uma vez a mesma única palavra, deixando que sua mão escorregasse para seu colo e seu sorriso continuasse. ”mas talvez eu não queira te desenhar somente ai, seria apenas uma recordação bonita se eu te deixasse em uma dessas folhas solitárias… eu desenharia você no quadro mais em evidência, onde você gostaria de pendurar o próprio na nossa casa, chord?“ acabara brincando, mesmo que não se casassem, cora faria questão de o conhecer, apenas para que lhe entregasse o tal quadro, claro.
os ombros de cora acabaram subindo e descendo, em uma tentativa de deixar que a emoção não se sobressaísse, mas fora mais uma vez impossível tentar impedir que isso acontecesse, as lágrimas pareciam infinitas a cada vez que ela tentava as limpar, deixando-as cair até que o movimento de seus ombros, a medida que chorava silenciosamente, certificasse-lhe de que ainda continuava inteira. não soube ao certo quanto tempo tivera se passado, mas quando seus pés, de alguma forma, moveram-se mais uma vez em direção à divisória, não só pelo sentimento que sentia naquele instante, mas por ouvir a voz de chord ainda mais perto de si, soubera que o outro estava abaixado, provavelmente de costas, cora deixou que sua posição também se fizesse igual, encostando a parte occipital da própria cabeça na divisória, puxando uma boa lufada de ar, faziam tempos em que não desabara por aquele motivo, sequer achou que faria algo assim em um programa televisivo, muito menos sequer encarando os olhos daquele com quem conversava. ”eu sinto muito por isso também, chord.“ murmurou, enquanto olhava para o céu do pequeno cômodo, deixando que a cabeça balançasse lentamente contra a superfície negativamente. ”eu não sei porque não estou seguindo em frente com eles… sinto que estou no mesmo looping e não sei como sair…“ mudar-se para nova iorque poderia ser incrível para sua profissão, qualquer que fosse ela, mas mentalmente poderia ser uma provação que ainda lhe degradasse… cora sentia que não poderia ir por hora, não era mais a jovem que simplesmente poderia abandonar tudo aquilo e outra vez apenas sair sem qualquer destino, o que quer que lhe faltasse resolver, ela ainda precisava resolver. ”mas eu sei que preciso fazer diferente… não sei se nada dali mudaria, de qualquer forma.“
”obrigada, chord.“ acabou murmurando quase monotonamente, um tanto quanto rouca pelo choro anterior, deixando que seus ombros mais uma vez se elevassem e então baixassem, não sabia mais o que dizer, não quando sabia que o tópico sobre a família certamente lhe deixaria com a personalidade mais obscura de todo aquele cenário. ”eu espero de todo meu coração que você também faça o melhor, chord. você também merece.“ cora direcionara, mesmo que invisível aos olhos alheios, um sorriso mais feliz, ela verdadeiramente desejava aquilo, do fundo e de todo seu coração. seus olhos acabaram brilhando ao ouvir o comentário do homem sobre filhos, seu coração palpitando, pois certamente era algo que ela pensaria. ”eu gostaria de adotar também… eles também merecem algo melhor, entendo o que queira dizer… penso da mesma forma.“ cora não sabia como poderia ser ter pais reais e plausíveis, mas queria fazer com que fosse isso para alguém, talvez aquela fosse sua maior predileção.
”eu me casaria com você aqui e agora, chord.“ acabou comentando no mesmo tom alheio, de alguma forma, cora sempre tivera sido uma pessoa extrovertida e plenamente adepta à diversão, mas naquele encontro, ela estava sendo sentimental e melancólica o suficiente para que assustasse qualquer pessoa, mas aquela ainda era uma das suas versões, nem todos conseguiam sustentar ambas as versões por tanto tempo e bem… era normal e natural que tal situação acontecesse, mostrando que a moça se sentia confortável o suficiente para se expor de tal maneira e esse fato era apenas… diferente, já que nunca tivera experimentado tal sensação. então, bem, cora realmente se via casando com chord. ao perceber que se pegara pensando por tanto tempo naquela possibilidade, não achava que estava assustada, como já cogitado… parecia natural. ”sim, chord, acho que todos merecemos.“ acabou murmurando deixando que o sorriso melancólico desse lugar a um melhor: a um sorriso esperançoso. sua cabeça pendendo contra a divisória e seus olhos se fechando brevemente, visualizando aquilo que por tempos matutara. ”eu sempre pensei como eu iria me casar, todas as formas possíveis sendo cogitadas e se eu tivesse um vestido enorme? com muitos convidados para aplaudir tudo aquilo, em um lugar com flores de cerejeiras espalhadas por todo o chão? parecia um típico sonho de princesa… mas bem, eu me casei em vegas, sem nenhuma dessas coisas e pelo elvis presley abençoando.“ cora acabou comentando com um certo bom humor, no entanto sabendo que muitos dos detalhes seu noivo também tivera recusado e ela, na intensidade do amor, acatado. ”hoje eu sei que definitivamente não preciso de tudo isso… e muito menos de um casamento em vegas.“ falou deixando que um breve riso lhe sobressaísse, talvez ela estivesse prezando pela qualidade que justamente pela quantidade, acabara pensando no que poderia realizar ao longo dos anos, mas tinha plena consciência que nada poderia ser plenamente planejado, afinal, ela ainda era cora e vida poderia exigir decisões mutáveis. ”eu sei que amaria me casar em algum lugar que tenha flores de cerejeiras sob meus pés, não me importo em fazer um casamento intimista também, poucas pessoas vendo um momento de amor verdadeiro talvez hoje faça mais sentido para mim, eu não sei se estou pedindo por muito, mas bem… eu acho que o mais importante seriam as juras em uma noite de luar e a passagem da fita de cetim por nossas mãos, o simbolismo me seria o suficiente, o amor eterno jurado em nossas mãos, sob o luar e sob as flores da renovação.“ um convite a contemplação e a quietude, a vida merece ser apreciada das melhores formas e os significados por trás de cada detalhe eram os mais importantes para cora. ”você acha que enquadra na sua visão de casamento ideal?“ acabou perguntando deixando que seu rosto virasse sutilmente para o outro lado da divisória.
cora acabou pensativa sobre o que imaginara como homem ideal para si, não sabia ao certo se aquela era a melhor definição. ”eu imagino que todos temos nossos amores bem definidos internamente, apenas não os achamos.“ a mulher comentou, deixando que seus dedos entrassem pelo carpete felpudo. ”eu quero alguém que me queira de todo e com todo o coração, alguém que pode me vê cometendo erros, mas também me ajudará a aprender com eles, não peço nenhum amor perfeito, pois essa versão nunca existiu, e somos bonitos por termos nossas próprias imperfeições, eu gostaria de um alguém que está disposto a fazer sacrifícios e também saiba me perdoar, alguém que faça as escolhas corretas, pois nem todo relacionamento sobrevive apenas com amor, mas sim das escolhas que fazemos, respeito, lealdade, comprometimento são algumas delas. alguém que queira ser meu melhor amigo, que me faça soltar minha risada mais alta, meu maior sorriso e bem, que faça parte das minhas memórias mais felizes… e o que você deseja, chord?“
chord soprou um riso baixo e nervoso com a menção de suas confissões, considerando dosar suas palavras para evitar qualquer constrangimento até que a pergunta alheia soou, aparentemente cora não se importava com seu falatório o que acabou tranquilizando-o e de qualquer forma, ele provavelmente não conseguiria ser menos tagarela a menos que estivesse incomodado. "eu pensei em muitas hipóteses para aquele talvez. a primeira delas é que você era muito gentil para dizer que não queria me ver de novo, por isso o talvez. a segunda, é que isso poderia ser uma tática de flerte ou algo parecido. a terceira é que você realmente não sabia se queria ou não. eu optei por acreditar na segunda." expôs as opções imaginadas e guardou um pouco de humor sugestivo para as palavras finais. sua resposta a indagação fora mais um riso passageiro, ele teria incrementando-a com alguma bobagem jocosa, mas as palavras da garota desconhecida e estranhamente familiar roubou toda sua atenção. o compasso de seu coração tornou-se apressado, aparentemente ansioso para corresponder ao dela. "com essa sua confissão, talvez, o meu também esteja acelerado agora." conseguia escutar as batidas ressoando, tornando-se mais rápidas como se quisesse contrariar o uso do 'talvez'. "deveríamos buscar um cardiologista o quanto antes ou vamos nos acostumar com essa sensação?" questionou lentamente, flertando com a diversão e uma hipótese real, afinal, estar apaixonado renderia uma palpitação evidente e constante, uma que chord esperava ser recíproca e duradoura desta vez. a pergunta seguinte o fez suspirar e se lembrar das vezes em que mergulhou de cabeça em suas paixões, apesar de ter se esborrachado incontáveis vezes não pretendia desistir de sua procura, só a aperfeiçoou; a emoção e a razão precisam estar juntas, não em perfeita sincronia, mas necessitam ocupar o mesmo espaço. "meu coração me levou para muitas situações, cora. não é como se eu me arrependesse de escuta-lo, só fiquei um pouco mais consciente, quer dizer, eu espero que tenha aprendido essa lição porque a vida já me reprisou isso incansáveis vezes.” suas feições se retorceram numa careta antes que ele risse suavemente. “continuo seguindo-o, não tão impulsivamente como antes, mas ainda lhe dou ouvidos.” o que seria de um homem sem suas emoções, afinal?
ele riu quando cora retrucou seu questionamento, seus ombros subiram e desceram e suas mãos viraram para cima simultaneamente. “eu não sei, talvez você pense que os propósitos possam ser individuais, o que eu acho difícil pelo o que tem me mostrado, mas nunca se sabe.” palpitou, fazendo uma nova careta, cora não parecia ser o tipo de pessoa que pensaria dessa forma, pelo menos é o que chord arriscaria dizer a seu respeito. e como havia previsto... “não me imagino tendo propósitos grandiosos ou que vão trazer relevância a humanidade, talvez seja por conta do meu trabalho que convenhamos não traz muita... utilidade no quesito intelectual ou mudanças radicais na vida humana, mas mesmo assim, tenho esperança de que serei marcante para a minha família, espero ser lembrado pela pessoa que sou ou fui. não preciso fazer grandes descobertas ou ser lembrado mundialmente, um punhado de pessoas está bom pra mim, então se eu morrer antes, querida. continue falando para nossos netos sobre mim.” inicialmente se deixou levar pelo devaneio e quando percebeu que estava falando demasiadamente resolveu findar sua argumentação com um gracejo que correspondia a sua personalidade. “sim” respondeu prontamente, balançando sua cabeça de acordo. “acredito que a sorte é uma questão de reconhecimento, precisa enxerga-la. você tem sorte por tantas coisas, cora. por ver a lua mais uma vez, por rir de uma piada com seus amigos. por cantar a sua música favorita a plenos pulmões. pelo menos é assim que eu enxergo as coisas. e você? se considera sortuda?” demorou para que tivesse uma visão minimamente otimista da vida, lhe restava mudar de perspectiva ou seria o garoto infeliz pelo resto de seus dias e chord sabia que merecia mais do que isso. a testa se franziu levemente quando a ouviu acompanhada por um sorriso que se desenhava gradualmente. “claro, isso foi um presságio.” afirmou presunçosamente. “posso saber como seu sonho terminou?”
as batidas irregulares de seu coração demonstrava que seria tão simples para ele deixar-se guiar por suas emoções, tão instintivo. “então procuramos até encontra-la, não é?” questionou retoricamente, sorrindo quase que timidamente. não muito depois centrou sua atenção no caderno, folheando-o distraidamente conforme a escutava, conseguiu sorrir amplamente e imaginar-se nos papéis, era bom saber que assim como ele, cora podia levar-se por seus devaneios criativos. “acho que é de vidro, eles confiam que somos civilizados o bastante para não parti-lo... ou talvez nem tanto, provavelmente é vidro temperado...” disse devagar, realmente preso naquele tópico em si. seria mais ágil propor o casamento ao invés de tentar quebrar a divisória, entretanto, a segunda opção seria mais emocionante e estúpida e chord gostava de pensar que não era estúpido, pelo menos não a esse ponto. “talvez um dia seja você contando a nossa história de amor para alguém.” brincou e prosseguiu: “talvez inspire outras pessoas a não desistirem de sua busca. e bem, se eu tiver participação na história provavelmente terei alcançado o propósito que acho que tenho, de ser lembrado.” riu, quase estupefato com a sua habilidade conciliar pontos consideravelmente distantes. “normalmente eu me sinto meio esquisito por ser tão sensível assim. ninguém espera que um sujeito como eu seja tão sentimental. mas fico feliz que não veja problema nisso, pelo menos por enquanto.” apontou com zombaria.
“sim, não vejo um ambiente melhor para isso acontecer” respondeu com sinceridade e doçura, não sabia como seria os preparativos caso realmente fossem se casar, nem sabia se eles teriam algum poder decisivo com a ambientação, tinha a impressão que não, mas não há problema que não tenha solução com a devida dedicação e muito convenientemente a frase de cora pareceu uma. eles não precisariam de muito para fazer um juramento diante do luar, um momento sozinhos e aquilo seria eternizado, de preferência longe de câmeras para que tudo fosse íntimo. “pra mim também. sempre quis me casar de noite, num espaço aberto onde o céu e a lua poderia ser testemunhas.” comentou, sorrindo com a ideia. seria muito bonito e definitivamente memorável. ele riu quando a ouviu novamente. “estava procurando você.” respondeu com o mesmo tom, acrescentando aquele timbre de quem dizia coisas óbvias. chord prestou atenção nas informações seguintes, imaginando uma criança com um entusiasmo para ouvir histórias e desenhar, apegando-se aquelas coisas para prosseguir, uma jovem indo até o outro lado do mundo para trabalhar e deparando-se com coisas desagradáveis, mas encontrando consolo naquilo que costumava gostar quando mais nova. e agora regressando ao seu ponto de partida, poderia sonhar que ela retornou para encontra-lo ou qualquer outra pessoa – acrescentou para que seus pés se mantivessem no chão e seu coração não o levasse longe demais como o costume. “oh, eu sempre gostei de desenhar também. planetas e cavalos, não necessariamente nessa ordem." lentamente seu riso apareceu quando ele mencionou sua particularidade infantil. "tudo bem se sua peculiaridade for me dar informações a seu respeito de maneiras inusitadas, posso presumir que nunca estarei entediado ao seu lado e sempre disposto a ouvir." garantiu por entre um riso frouxo. teve a estranha sensação de que seus olhos pesaram brevemente com a suposição do cafuné, tanto agora, quanto futuramente, chord se esforçaria para continuar acordado, como uma criança irrequieta que era. “vou resistir bravamente, pelo menos até que a história da vez termine.” ergueu um dos indicadores para que sua persistência fosse ilustrada, seu tom poderia refletir a ideia que sua gesticulação gostaria de passar. chord suspirou dramaticamente e observou a divisória com atenção. “se afaste, estou prestes a derruba-la.” anunciou jocosamente.
lhe pareceu divertido e simplório imaginar-se naquele cenário onde escutaria sua esposa contar uma diversidade de histórias quando estivessem na cama. chord tinha um sorriso lateral no rosto quando a respondeu animosamente: "mais do que pronto!" perder algumas horas de sono poderia valer a pena. o sorriso lateral se expandiu conforme cora se pronunciava, seu coração batendo outra vez em evidência. "eu cuidaria bem dele se viesse até mim e como prova do meu comprometimento, lhe daria o meu." comentou num timbre divertido e doce. "não, você que está sendo boba. sob a luz do luar, do sol, de uma lâmpada fluorescente ou de led, a luz de velas. com seus cabelos bagunçados ou perfeitamente arrumados, meus olhos a procurariam e ficariam felizes de te encontrar." ele acreditava veementemente nisso, de que seus olhos sempre se encheriam de alegria ao mirar sua esposa, deveria ser assim, não? "em algumas estações do ano é mais fácil de ver, o céu fica mais limpo, sabe? normalmente até o mês que estamos é possível vislumbrar as estrelas com facilidade. depois, é como se estivesse em nova iorque, então você não ficaria com saudades de lá caso se mudasse." brincou, rindo rapidamente até que estivesse pensativo diante da outra pergunta. "hum, eu tive a impressão de que a lua estava mais brilhante e esperançosa. provavelmente torcendo para que eu voltasse casado."
chord se esforçava para não se romper em lágrimas, pois tinha a sensação que não pararia tão cedo. seus dedos soltaram o tecido de sua camisa e foram enxugar o canto dos olhos esperando que nenhuma lágrima escapasse e que ele conseguisse se conter pelo menos por hoje, por agora. "está tudo bem." murmurou numa voz trêmula e sentimental. "eu só sou um cara chorão mesmo." tentou usar o humor para amenizar o clima que ele mesmo criara, soprando um riso sem graça. "sim. pensar nisso me deixa muito nervoso." confessou lentamente, notoriamente hesitante. "mas acho que deveria fazer isso, só preciso reunir um pouco de coragem." completou, fungando e limpando mais uma vez o rosto com as costas da mão. ficou ainda mais emotivo quando ouviu a frase seguinte, piscou os olhos várias vezes e soprou todo o ar que se acumulou em seus pulmões. "por onde você esteve em todos esses anos, cora? e por que demorou tanto?" perguntou por entre um riso exasperado.
o marceneiro riu, contente por não ser o único a desgostar daquela divisória e acabou refletindo se eles se encontrariam em outra ocasião senão aquela? a aparência seria determinante para incitar ou minar o contato noutro cenário? chord achou que se interessaria de qualquer forma desde que conversassem por algum tempo e descobrissem coisas em comum, tal como faziam. "sabe em quantas pessoas eu te procurei?" começou num tom brincalhão, passando uma mão no cabelo nervosamente. sabia que estava muito emotivo então precisava tomar algum cuidado para não cair em queda livre e sem paraquedas. "pretensioso eu não sei, mas é muito romântico e honestamente, estou gostando de pensar dessa forma." pensar que finalmente havia encontrado o que buscava poderia deixar qualquer indivíduo extasiado. o cenho se franziu em surpresa e deleite com a ideia apresentada. "uau!" exclamou, encantado. "eu acho que escolheria a sala de estar, seria mais fácil me gabar de como tive sorte de me casar com você." disse de maneira semelhante a dela.
sabia que cora chorava e isso apertou seu coração de maneira quase insuportável, ele não poderia oferecer nenhum consolo corporal e duvidava que suas palavras fossem o suficiente para amenizar a dor sentida. atravessar aquela divisória nunca pareceu uma ideia tão cogitada, não que seu abraço fosse afastar todas as dores alheia, mas esperava oferecer algum conforto e demonstrar que estaria ali. “eu queria tanto estar próximo a você agora, com meus braços ao seu redor, mas saiba que assim como você me sente, eu te sinto também.” murmurou melancolicamente, poderia chorar junto a cora, seus olhos marejando era um sinal de que a qualquer momento poderia irromper em lágrimas. “imagino que seja frustrante lidar com tudo isso, mas eu sei que você vai descobrir um caminho que funcione. a garota que me encorajou a fazer algo que antes me parecia impossível está aqui, eu consigo senti-la, a sinta também.” disse melodiosamente, oferecendo um sorriso dócil que não seria presenciado, mas que existia e dava um formato genuíno as feições masculinas. “não me agradeça, não por isso.” acrescentou suavemente, gesticulando uma das mãos como se dispensasse-o. “nós faremos, cora.” juntos ou não, eles dariam um jeito, chord poderia apostar nisso. “quando pensa em filhos, é algo a longo prazo ou não?” perguntou, curioso. não esperava que em menos de um ano fosse ter um filho, não que ele fosse reclamar se tivesse também, no entanto, sabia como era uma responsabilidade muito grande, especialmente quando envolvia a rotina profissional e as expectativas acerca disso tudo, por isso, era necessário se comunicar.
poderia ser apenas um gracejo, um comentário envolto de uma emoção passageira, ambos estavam bem emotivos e vulneráveis com suas confissões e conflitos internos, isso costuma aproximar as pessoas de uma maneira especial e tocante, e mesmo reconhecendo essas possibilidades o coração de chord se agitou euforicamente. “o que estamos esperando então?” manteve o timbre jocoso ainda que seus pensamentos passassem a levar a ideia em consideração com mais seriedade do que previa. chord apertou os joelhos, depois passou as mãos nervosamente pelas coxas e enfim tocou seu rosto lentamente, manifestando dessa maneira seu frenesi. se antes já achava que poderia se casar com ela, naquele instante em diante, a ideia parecia ir se firmando. o que foi um tanto quanto desesperador dado ao histórico masculino em suas relações amorosas, onde a impulsividade tomara a iniciativa. se esticou para sair daquela posição e começou a caminhar pela cabine a fim de espairecer. “você me descreveu algo tão bonito que eu poderia chorar só com isso. e droga, eu… adoraria me casar nesse cenário.” falou espaçadamente para que alguns suspiros fossem projetados para fora, não entendia como ela poderia caber em suas expectativas tão naturalmente, estava fantasiando tudo aquilo ou realmente encontrou o que desejava? “eu acho que vou me casar com você, cora.” soprou as palavras por meio de um riso nervoso, passando ambas as mãos no rosto e as deixando sobre as bochechas lateralmente. “não pode me dizer essas coisas e esperar que eu não… me derreta por você.” sua voz era uma mistura de indignação, êxtase e inquietação. ficou em absoluto silêncio quando a ouviu falar de novo, a cada palavra alheia era um batida forte, quase dolorosa de seu coração, tudo que chord ouvia era isso; a voz de cora e seu coração tamborilando freneticamente. decidiu tomar um pouco de água supondo que isso o ajudaria, depois de um copo, bebeu outro. no terceiro sentiu que havia retomado o controle, embora seu coração ainda estivesse bem agitado pelos diálogos recentes. "eu não tenho muito a acrescentar" apontou bem-humorado, os ombros subindo e descendo à medida que seus lábios franziam. "você basicamente reuniu tudo que acho necessário também; respeito, comprometimento, lealdade e amizade. o amor sozinho nunca rendeu, precisa de alguns pilares para se manter e florescer a cada dia. dedicação e compreensão também, viver a dois não é uma tarefa fácil. humildade para reconhecer as falhas e corrigi-las. persistência para não desistir nas primeiras tempestades. eu quero envelhecer com a pessoa que me casei e farei o possível para chegarmos até lá da maneira mais prazerosa e saudável possível."
16 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
itsamehzl·:
Estava se divertindo naquele encontro, tão mais do que imaginava - não que estar com Chord fosse ruim, muito pelo contrário, mas sempre se pegava tão preocupada em manter sua imagem de uma forma tão firme que por vezes se perdia e não aproveitava tanto a companhia do rapaz. Mas a partir dali, estava entregue de forma tão livre que era um momento de felicidade grande para ela.  “Seu caminho para meu coração está sendo bem traçado e de forma rápida até demais, então é melhor só essas cabines e esses presentes lindos que você me deu.” Era em tom de brincadeira, mas todo o seu conteúdo era verdadeiro. 
Assim também era em relação ao futuro que estavam planejando juntos - era brincadeira, ela sabia disso. Mas ainda assim, tudo tinha um fundo muito grande de verdade, visto que o que ela falara pouco atrás era verdade: havia cansado da vida incerta e queria, de fato estar com alguém como nunca estivera antes. “Então se você me fizer dois discursos eu ganho o direito de suéteres combinando no Halloween?” Ergueu uma sobrancelha, já podendo imaginar sua pequena família usando aqueles suéteres bregas não só em verde e vermelho, mas em laranja e roxo também. Toda aquela normalidade e intensão de que se tornasse real a faziam ir com a imaginação ainda mais longe. Deu algumas risadas com ele, sobre churrasco e sobre fraldas. “Chord…” Começou a falar um pouco mais séria. “Eu realmente espero que isso tudo se torne real.” Continuou, agora com uma pausa um pouco mais longa, a jovem chegou a abrir a boca e parar um pouco para pensar, antes de dar prosseguimento ao que pensava. “Mesmo que não seja ao meu lado. Eu realmente espero que você possa gravar vídeos de família com seus filhos, fazer discursos e chorar enquanto fala, ter um momento de filmar sua esposa sorrindo para você.” Ela sorriu, imaginando a situação, e não apenas imaginando, mas se pondo nela. Estava feliz pensando naquilo. 
Resistiu ao impulso seguir montando histórias em sua cabeça e apenas voltou para a conversa que estava tendo com ele. “Se eu te falar que é November Rain, você vai me julgar?” Seu rosto fora escondido nas mãos unidas. “Guns é uma banda meio romântica, e eu escolho logo essa para ser minha favorita, perco a pose.” Dizia em tom de brincadeira. “Sinceramente? Eu acho que hoje continua sendo Avenged… Talvez… Eu gosto mundo de Pop punk, também. E eu sou jovem, sabe?” Jogou o cabelo para o lado, com uma falsa modéstia - não era tanto assim. “Então meu coração é roubado por The Maine, McFLY, All Time Low… Eu fui uma adolescente que fez parte da cena e foi emo, sabe?” Confessou, dando uma boa risada. “Mas se eu tivesse que escolher algo favorito, no momento, seria Bon Jovi. Não é uma banda, particularmente, mas Jon Bon Jovi cantando Always tem o meu coração eternamente.” Ao mesmo tempo que falava de bandas que considerava novas, também citava os artistas que cresceu ouvindo ao lado da sua mãe. “Para te contar um segredo, eu achava que Bon Jovi era meu pai até eu fazer uns dez anos…” Deu uma risada baixa, lembrando das histórias que a mãe lhe contava quando nova para tentar fazê-la não perceber a ausência do pai. 
A lembrança a fez dar uma risada sozinha, mas logo sorria por outro motivo. “Eu também quero te encontrar de novo.” Sua voz era mais firme do que a do rapaz - provavelmente por estar falando isso depois dele, também teria suas dúvidas se fosse ela no lugar dele, se fosse ela também teria voz com hesitação. Preferiu não insistir no assunto, para não tornar tudo mais sentimental ou estranho entre eles, e apenas seguiu a conversa fluida que estavam tendo - e isso a fazia notar o quão fácil era conversar com Chord, fosse sobre seu passado, o seu futuro ou seu presente. Era tudo tão fácil de dizer e de ouvir. Então percebeu que ainda falavam sobre sua época na Argentina, o que nem sempre a fazia feliz, mas trazer algumas de outras lembranças que possuía - tantas lembranças, que podia passar horas ali contando para Chord, mas seu tempo era precioso demais para gastar falando sobre coisas tão vãs. “Sinceramente? Eu sei ser mesmo.” Admitiu, um pouco orgulhosa de si. “Não só nessa ocasião, mas no meu bar atual também. Já ameacei bater em homens muito maiores do que eu, lá na argentina eu chutei uma mesa em que o cara claramente ‘tava indo além do limite com uma garota. Eu sou assim, me controlo muito pouco. Tem quem me classifique como impaciente, nervosinha, eu apenas acho que não aceito injustiças.” Deu de ombros e franziu os lábios, era verdade. Ela nunca aceitou pouco em sua vida, e não deixaria que ninguém próximo a ela aceitasse. “Um dia.” Era a única história a mais que contaria naquele encontro, prometeu a si mesma. “Eu bati meu capacete na cara de um dos motociclistas que estava no nosso grupo.” Mordeu o lábio, se lembrando da situação, balançou a cabeça para si mesma. “Eu posso ser uma garota, mas não sou indefesa, na verdade, sei me defender muito bem. E de novo, não aceito injustiças.” Finalizou, sem dar muitos detalhes sobre aquilo. 
Sentia-se falante, mas com ele, era fácil. Ele tornava o ambiente agradável para compartilhar alguns dos seus segredos e sentimentos mais profundos - era bom, era gostoso estar com Chord. “Você não precisa se desculpar, somos pessoas diferentese você tem seus receios. Mas acredite…” Seu sorriso se abriu aos poucos, de lado, indo contra todo impulso de seu corpo. “Se decidirmos que é isso, e que ficaremos juntos, eu não vou te deixar… Não sou como as outras garotas que conheceu” Ela admitiu, olhando para baixo, como se sentisse vergonha de admitir qualquer uma dessas coisas. “Eu não sou de desistir. Acho que se realmente o amor é cego e fomos feitos para nos encontrar aqui, não vai ser minha vontade de viajar e sua vontade de ficar em casa que vai nos impedir de sermos felizes. Existem tantos aspectos na vida que serão muito mais determinantes…” Ela respirou fundo, como se precisasse realmente se pausar para concluir o pensamento sem se entregar por completo. “Acho que um bom exemplo que eu posso dar sobre isso, de aspectos determinantes é isso que acabou de me perguntar.” Juntou a seriedade de um assunto, com a brincadeira e flerte do seguinte. “Eu por exemplo gosto de ficar por cima.” Disse, com naturalidade, mas mordendo seu lábio inferior. “Mas nunca fui de dizer não para quem soubesse realmente tomar esse lugar. Basta saber mandar.” Confessou, logo se corrigindo. “Saber se expressar, quero dizer… Afinal estamos falando de espaço na cama de solteiro.” Tossiu falsamente, mais uma vez. Seu corpo esquentava por completo, sabendo que havia sido a escolha correta ficar leve no vinho naquela noite, ou teria ido muito além no que estava desenhando com Chord. A voz quase melódica do rapaz lhe trazia para um momento que sequer conseguia expressar direito. “Eu acho que eu quem vou destruir essa parede.” Soltou o ar de seus pulmões, dando uma risada baixa acompanhando aquela frase. “Agora pense, o presente vitalício é a lábia, o rostinho bonito, a pose de malvada e os bons drinks. Acho que você encontrou a mulher que você sequer sonhava com ela.” 
A melhor parte daquela conversa toda era poder fazer insinuações e logo em seguida estar falando sobre quadrinhos, não conseguia enumerar todas as coisas positivas que encontrava naquela troca - apesar de algumas vezes discordar do rapaz, era sempre tanta coisa que conseguia conversar com ele, que isso era o mínimo. “Olha, mais um ponto positivo, acho que você devia anotar aí que sua futura esposa não acha o Tobey um bom homem aranha.” Brincou com a informação que o rapaz lhe deu e, ao mesmo tempo, pensou bastante sobre os problemas de Bruce serem resolvidos com terapia - talvez os seus também, indo em um terapeuta, Hazel teria metade dos seus problemas e menos de uma personalidade “forte” como considerava. “Gosto de ter alguém pra compartilhar meus pensamentos sobre quadrinhos.” Confessou. Não lia livros grandes ou considerados culturais, mas essa garota possuía conhecimento em quadrinhos e filmes de heróis. “Por sinal, acho que essa pergunta vai dividir nosso relacionamento, mas Marvel ou DC?” Sabia a resposta que queria ouvir, mas também sabia da normal opinião popular.
Pensou um pouco na pergunta que ele a fizera, e bom, sabia bem que não estava nunca de mãos vazias - mas sempre culpava o trabalho. “A grande verdade é que eu não bebo muito, mas eu bebo sempre.” Assentiu. “Não sei se deu para entender… Eu provavelmente bebo uma taça de espumante ou um vinho todos os dias, mas não uma garrafa sozinha.” Deu de ombros. Achava não ser um grande problema, mas não sabia como o outro receberia isso. “Eu trabalho em um bar, é comum recebermos taças de clientes… Eu normalmente as aceito, outras vezes transformo em dinheiro.” Sabia como isso soaria, talvez uma grande mentira e coisas que todos viciados dizem. “Mas você sabe, a glass a day keeps your problems away.” Decidiu brincar com o assunto. “A bebida é um problema para você? Porque você sabe, eu trabalho com isso…” Estava reticente perante ao assunto.
chord tinha um sorriso sutilmente pintado nos lábios, embora se sentisse estranhamente ansioso com o seguimento do assunto. até onde o faz de conta poderia ir sem ferir aqueles que proseavam? poderia ser uma linha muito tênue para se perceber prontamente e para o marceneiro que enxergava simetrias em peças de madeira não deveria ser uma atividade tão árdua, mas era. passou uma das mãos pelo cabelo enquanto refletia brevemente sobre sua intensidade, prestando atenção no timbre brincalhão e nas palavras usadas. “você está certa” concordou risonhamente, permitindo que o assunto cessasse naturalmente.
ele encarou novamente a garrafa que lhe fora dada, se levantou e a pegou, trazendo-a consigo para o sofá. suas mãos seguraram o presente e naquele átimo aquele objeto significava muitas coisas. “eu teria que ser muito criativo para dois discursos...” começou em seu usual tom carismático, porém se perdeu com os pensamentos seguintes. sentiu suas entranhas revirarem e não soube definir o que sentia quando a ouviu outra vez. seu corpo aqueceu e gelou de um instante para o outro, engoliu em seco algumas diversas vezes, até umedecera os lábios antes de se pronunciar. “para uma garota durona, você sabe despertar sensações, hazel.” frisou, deixando que um pouquinho de humor pincelasse suas palavras, equilibrando-as com a delicadeza de seu timbre. “e eu desejo o mesmo a você, com todo o meu coração, hazel. que você tenha suéteres para cada feriado e que consiga convencer todos a usarem, imagino você negociando... suéteres e nenhuma foto, pegar ou largar.” conseguia pinta-la nas mais diversas situações, ela provavelmente seria a esposa ou mãe descolada, mas tão amável que faria qualquer coração enrijecido palpitar alegremente. “você merece tudo do bom e do melhor, lembre-se disso e acredite nisso.”
“foi uma das minhas favoritas por muito tempo, o solo do slash...” chord suspirou de maneira propositalmente afetada, franzindo o rosto como se precisasse de um tempo para processar a lembrança e enfim voltar ao normal. “hum, você não quer admitir que é uma garota romântica?” provocou, soprando uma risadinha. “eu imaginei, mas é sempre bom perguntar para não restar dúvida.” considerando a camiseta... não era um absurdo chegar aquela conclusão. com a frase seguinte chord soltou uma risada espontânea e carregada. “eu confesso conhecer algumas do mcfly... inclusive, lies ainda continua na minha playlist apesar de todos esses anos!” admitiu, fingindo um embaraço que não existia em prol do humor. “nossa, essa é de foder, hazel. always é always.” disse com entusiasmo, percebendo que novamente seus gostos se entrelaçavam. “oh, eu achei que fosse me dizer que tinha um crush nele!” gracejou, percebendo que existia uma ligação com a ausência paterna e a figura do cantor, não sabia se deveria tocar no assunto, optou por seguir o ritmo feminino.
mais um suspiro deixou seus lábios; um misto de ansiedade e alívio. necessitava verbalizar a confusão que lhe trespassava, era uma tentativa para se compreender e ser verdadeiro com hazel ao mesmo tempo. “eu me sinto confuso, então...” lentamente as palavras saiam, receosas, mas honestas. “acho que mais alguns encontros podem me ajudar a... entender, mas eu não quero... machucar você. então... vou compreender qualquer decisão sua” esclareceu, sua voz se firmando sutilmente. não sabia como seria a reação feminina, temia estragar qualquer evolução ou o pior, chatea-la com a sua indecisão, mas o certo, era o certo e precisava ser pronunciado. chord achou graça da história e mais, achou que aquilo se encaixava com o perfil que imaginara de hazel, seu riso transmitia essa sensação. “foi o que eu imaginei” comentou, franzindo a testa conforme a ouvia incrementar a própria narrativa e um sorriso moldava seus lábios. “posso presumi que esse cara tenha sido... merecedor de tamanha reação.” terminou dizendo, incerto se o comportamento alheio era mais rotineiro do que parecia, se ela fosse uma garota explosiva um punhado de pólvora poderia fazer um estrago, acrescentando seu local de trabalho... o álcool poderia trazer o pior das pessoas, portanto, lhe pareceu muito natural que ela soubesse se virar. “a única vez em que briguei na minha vida foi durante a escola... e eu não queria porque acho que a violência é uma resposta muito problemática. mas... também não queria apanhar, então... quando acertei o cara e ele começou a chorar... me senti horrível. e obviamente fiquei morrendo de medo dos meus pais brigarem comigo, eles até que foram compreensivos, talvez por eu ter chorado desesperadamente assim que cheguei em casa” disse comicamente e de maneira pensativa. pelo menos nunca mais se envolveu em qualquer briga que fosse.
assentiu em silêncio, sequer dando-se conta que novamente estava agindo como se hazel estivesse vendo-o. ele passou os dedos por seus fios de cabelo jogando-os para trás num movimento nervoso, sentiu o estômago revirar-se e seu maxilar trincar, seus olhos lacrimejaram também. ser deixado parecia ser um gatilho mais profundo do que chord admitia para si mesmo e não era só no quesito amoroso da coisa, fora deixado por seus pais quando criança, eles desistiram... apertou os olhos e os manteve fechados por um tempo, escutando-a com sua respiração pesada. “como pode ter certeza?” questionou num sopro de voz vulnerável. ele achava que sabia a resposta; não se pode garantir que não haverá partidas... e mesmo assim era algo que ele ansiava ouvir, estúpido. antes que se tornasse refém daquela gama melancólica e muito conhecida, hazel prosseguiu falando livrando-o ligeiramente da recente apreensão, chord conseguiu rir do comparativo. “flexibilidade é tudo” gracejou, imaginando brevemente em como seria desconfortável dividir uma cama de solteiro com alguém, se saísse dali casado, teria que arrumar uma cama nova – no mínimo. “nossa, eu imagino que você consiga, já que bate em motoqueiros, o que é uma divisória?” disse de maneira zombeteira, rindo um pouco em seguida. “tenho que admitir que nunca imaginei algo do tipo, será que não é bom demais para ser verdade?” nunca sonhara tão alto de fato.
era satisfatório demais encontrar alguém que não gostava do homem-aranha do maguire, assim como era empolgante tratar esses assuntos com tanta leveza e diversão. chord poderia passar muito tempo conversando com a garota do outro lado e não se cansaria e poderia apostar que jamais faltaria assunto. “esse é um motivo pelo qual eu me casaria!” afirmou aos risos. ele sorriu largamente com a confissão e não hesitou em responder: “eu também, hazel. não imaginei que fosse uma fã de quadrinhos, é bom saber disso.” disse suavemente, com o questionamento chord riu um pouco mais. “depende, os filmes da marvel são melhores. já as animações da dc que são. os quadrinhos são equilibrados. você tem cara de quem gosta mais da dc.” os olhos de chord se apertaram lentamente numa possível desconfiança quando ela começou a responde-lo. vícios era um tema certamente delicado para o marceneiro, álcool continuava sendo uma droga, embora fosse constantemente negligenciada. ele limpou a garganta e suavizou as feições pronto para expor sua opinião a respeito. “bom, meus pais eram... dependentes. e isso foi um dos motivos que desencadeou toda a minha vida. tanto o nascimento e o renascimento. então... eu não fico tão confortável, sabe?” disse com sinceridade e cuidado. “antes era muito pior, levei anos da minha vida para experimentar bebida... e hoje consigo beber socialmente, não sempre. mas entendo que trabalhe com isso e que certamente tem suas razões para beber, seja porque gosta ou... qualquer outra coisa.” gesticulou as mãos conforme articulava. “é um assunto difícil, uh?”
20 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Photo
Tumblr media Tumblr media
BEFORE SUNSET (2004) dir. Richard Linklater
8K notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
itsamehzl·:
Aquela conversa com Chord estava a deixando talvez ainda mais ansiosa para conhecer o rapaz. Não sabia se ele era seu oposto complementar ou uma pessoa extremamente parecida consigo - ou ainda algo no meio daquilo. Realmente parecia ser uma pessoa muito romântica - e quando ele comentou sobre conseguir demonstrar mais isso, foi inevitável apertar o colar que estava em seu pescoço. “Acho que se fossem cartas, eu perderia minha pose mais rápido. Que sejam mantidas as cabines!” Sua voz trazia uma falsa indignação, como se fosse um protesto. Tanto aquela conversa quanto as falsas futuras lembranças que os dois construíam, tudo isso fazia o rosto da garota se acender de uma forma muito única. 
As risadas que estavam dando imaginando as cenas de uma família extremamente tradicional, a faziam se sentir mais acolhida e menos receosa de abrir-se, visto que se aquele fosse seu marido, não poderia ser para sempre alguém que não quer se relacionar ou sequer sorrir. “Eu aceito um discurso meloso em troca de uma foto com suéteres bregas natalinos. Combinado?” Questionou, erguendo sua sobrancelha. Sabia que tudo aquilo era só um ‘faz-de-conta’ e muito provavelmente os dois não viveriam exatamente daquela forma, mesmo se se escolhessem, afinal muita coisa ainda podia acontecer - mesmo assim, as imagens eram formadas e ela não deixava de se sentir bem com tudo aquilo. “Você ri? Quero ver se vai sustentar fazer o churrasco para o aniversário das crianças sem queimar nenhum hambúrguer!” Cruzou os braços e negou com a cabeça. “Ou então” Ela começou a rir, imaginando a situação. “E se um dos nossos filhos for pequeno? Eu ia filmar sempre você tentando trocar fraldas.” Ela sabia bem que o processo de adoção de uma criança pequena era mais difícil, talvez menos justo do que adotar uma mais velha, mas a imagem lhe fez sorrir de toda forma. 
Tudo aquilo unido à forma como ele pronunciava seu nome… Ah, que sensação única. Moraria naquele momento - talvez morasse de forma mais confortável se estivesse nos braços do rapaz? Ou aquilo estragaria a forma como aquele momento era tão especial? Decidiu não pensar sobre isso no momento. “Guns é uma das que eu mais gosto também.” Concordou, dando um pequeno sorriso. Mas ela, quem fizera a pergunta, não sabia decidir qual era a sua, se parasse para pensar naquilo exatamente no momento. “Perguntarei novamente amanhã… Assumo então que queira me ouvir novamente amanhã.” Insinuou, de forma provocativa. Afinal, naquelas cabines ou você via a pessoa novamente ou não queria mais saber dela. Isso talvez fosse um bom sinal? 
Assentiu para o que o rapaz dizia, e tossiu algumas vezes, para anunciar que iria falar. “Yo me llamo Hazel, no tengo dinero y lo necessito.” O som seguinte que saíra de sua boca fora uma risada enorme, não sabia se Chord falava espanhol, mas aquela frase era a que mais disse nos primeiros dias que esteve lá. “No me llames de gringa loca! Loca és tu madre, hijo de puta.” Tossiu novamente, e fez uma falsa reverência. “Pode aplaudir agora. Essas são algumas das minhas frases de efeito depois de um mês na Argentina.” Apesar da brincadeira, realmente seu espanhol estava melhor e sua experiência como mixologista tinha sido ampliada - a quantidade de drinks típicos da américa do sul que sabia fazer, agora, era muito maior. Além da experiência de vida e de nunca confiar novamente em alguém que a chame de “Gringa” como apelido carinhoso. Seu riso se fechou um pouco, nada podia ser perfeito e nem sequer decidido em um segundo encontro. “Você se preocupa demais, Chord…” Ela disse, soltando bastante ar dos pulmões. “Quem dita minha felicidade sou eu. E se eu decidir amanhã que minha felicidade é você? Ou se eu decidir que minha felicidade está lá fora?” Questionou o rapaz  dando de ombros. “Sim, temos que pensar se o que buscamos condiz, mas não acho que serei mais ou menos feliz por ir até algum lugar e a Índia fede, você não vai querer ir lá.” Revirou os olhos, não querendo desdenhar, mas sabia bem que as coisas mudariam a partir do momento que encontrasse alguém para sua vida - quem tem um filho e viaja para outro país do nada? Concordou com isso a partir do momento que decidiu aceitar entrar para o programa e conhecer alguém.
Para ela, bastava saber aquelas pequenas informações: ele queria uma família também, era responsável pela sua família, tinha uma vida pacata e era completamente apaixonado por coisas que ela também era. Imaginou como seria viver em uma casa, e não em um cubículo - aquilo seria uma boa vida, também. Tudo o que Chord representava era uma vida tão interessante e ao mesmo tempo nada do que havia presenciado até então. “Acho que se eu me mudar, vamos precisar dormir um em cima do outro por um tempo.” Sugeriu, com tom sério em sua voz, mas parecia não conseguir parar de soltar provocações para cima do rapaz, muito menos ao notar que essas estavam funcionando. Seu rosto corava, seu coração batia mais forte e ela seguia falando coisas que podiam tirar um pouco o foco do rapaz. Com uma voz mais melódica e baixa fez questão de prosseguir. “O que eu fiz?” Falsamente questionou? “Estou apenas lhe pedindo bastante espaço e bastante força para sustentar quaisquer atividades que pretendo fazer em frente ao espelho…” Deu uma pausa, se ele pudesse ver seu rosto, talvez não resistiria aos próximos trechos, pois Hazel ergueu uma sobrancelha e falou de forma mais pausada. “Ou de costas… Ou de…” Uma risada interrompeu sua própria frase, ouvindo-o dizer que romperia as divisas, talvez fosse melhor manter-se quieta. Ou prosseguir em outros assuntos. “Eu sei bem convencer as pessoas, sei disso. Acha que eu sou sempre a principal gorjeta a toa? Ou é apenas meu rostinho bonito?” Deu uma gargalhada, pensando em como ele não podia sequer saber se aquilo era real - se era mesmo bonita ou apenas mais uma de suas brincadeiras.
“Bom, se seu aniversário estiver a menos de dez dias, você já sabe o que pode conseguir de presente… Uma bela Hazel.” A brincadeira tinha um pouco de verdade, não é como se ela tivesse a postos outro presente para oferecer, mas tinha a si mesma ali - talvez. Levou a mão aos lábios. “Desculpa, mãe.” A segunda mão tampou os lábios, fazendo-se obrigada a ouvir o rapaz e parar um pouco com o que dizia. 
E ele falava principalmente, agora, sobre os quadrinhos que falavam antes. “Sigo acreditando que foi falta de oportunidade… Ben Affleck podia ser mais. Mas nunca saberemos.” Seus labios apertaram, balançou a cabeça e deu de ombros - realmente acreditava naquilo que dizia, era um dos atores que faltou oportunidade, diferente de outros que foram tão longe, como o caso de Tobey “TOBEY NÃO TEM NADA DE PETER!” Exclamou, pondo-se de pé mais uma vez, naquele momento sentiu seu novo colar balançar e chamou-lhe a atenção por um momento, demonstrando um sorriso. “Andrew merecia mais, assim como Ben…” Disse a última frase mais devagar e baixinho, como se se sentisse culpada por acreditar nisso. “ E quanto ao tom, eu prefiro deixar para lá, eu não tenho forças pra lidar com isso.” Negou com a mão, indo até a mesinha pegar mais um gole, dessa vez de água. “Nunca disse que não gosto de clichê, apenas disse que é um clichê.” A bebida a fez parar de falar durante um tempo. “Eu sou um clichê.” Deu de ombros, tomando mais um gole. “A garota abandonada pelo pai que se torna emocionalmente indisponível e não achaque vai encontrar alguém? Durona para todo mundo e depois…” Parou de falar e riu baixinho. “Eu só acho engraçado clichês, só isso.” Confessou, um pouco mais tranquila em seu tom de voz - e naquele momento se referia a tudo o que conversavam. “Todos os rapazes querem se sentir representados pelo Batman, afinal, quem quer ser um perdedor como o Peter era antes de ser o Spider? O Batman antes de ser Batman já era o Bruce, o que é muito badass.” Concluiu seu pensamento, mas logo voltou a fazer seus neurônios ficarem atentos de novo. 
“Concordo que não devemos acompanhar ou ficar com quem não queremos, mas acho que a perda de uns é a vitórias de outros. E considero a minha vitória.” Seu dedo passou pela borda do copo, lentamente. Também sabia que todo mundo que a deixou foi por algum motivo. “Ninguém é perfeito, mas você é o encaixe de alguém.” Estava reflexiva e cheia de metáforas naquela conversa. “Ou não só o encaixe, você é o caleidoscópio perfeito pra alguma pessoa.” Seu sorriso lateral se manteve por um tempo, até ser acordada pelo som da voz do rapaz. “Eu, Hazel Ann Hopper.” Começou, sendo difícil segurar a risada por usar o sobrenome do rapaz em seu próprio nome. “Acredito que se juntarmos o suco com a vodka, temos uma combinação maravilhosa… Não acha?” Ergueu seu copo - ainda de água, curiosamente. “E sejamos sinceros, anônimos nós já somos e alcoólicos eu tenho alguns por aqui e você tem ao menos uma garrafa nova por aí. Não seria esse o encontro do alcoólicos anônimos.” Brincou.
a única coisa na qual chord tinha certeza é que adoraria conhecer hazel mais a fundo, ao mesmo tempo, sabia que o tempo disposto era relativamente curto e não seria o suficiente. lutar contra o tempo era a principal missão, a secundária era não se preocupar tanto. eles tinham aspectos parecidos, outros não, mas e se fossem complementares? pensar demais era um grande vilão no final das contas e o marceneiro tentava se desprender desse hábito recém adquirido. “não temos muito tempo, mocinha. se esse recurso me levasse direto para seu coração, eu não teria medo de usá-lo.” indicou divertidamente.
provavelmente não era preciso assumir o quão divertido era para si imaginar tais coisas com hazel, naquelas ocasiões sentia como se fosse muito simples para ambos, muito natural, porém suas projeções poderiam ser facilmente findadas com a realidade e infelizmente chord desfrutara de muitas decepções para com suas expectativas, por isso, se forçava a manter alguma neutralidade, mas existiam oscilações, estas que faziam seu sangue esquentar e ele sorrir como um tolo. “meus discursos não estão em negociação” pontuou com uma falsa e jocosa arrogância. “mas está combinado. você vai ficar ótima de vermelho e verde.” adicionou com doçura, imaginando as tais fotos de família. “ah, baby, essas mãos são muito habilidosas para queimar hambúrgueres” retrucou aos risos, fazendo a sua melhor expressão de presunção. “ok, fraldas” disse pausadamente, indicando alguma preocupação. “não tem aquelas fraldas que é só vestir? eu espero que tenha!” devaneou brevemente, tinha quase certeza que elas existiam. “se não, vou virar entretenimento para os filmes caseiros.”
“qual a sua música favorita deles? e também: qual a sua banda favorita?” questionou, claramente curioso. a frase dela fez com que ele risse e encolhesse os ombros. “sim, eu quero.” admitiu lentamente, como se pensasse se deveria realmente fazê-lo, ressentia que talvez não fosse um desejo mútuo, o que não fazia muito sentido... mas chord, poderia não fazer sentido em muitas vezes. ele riu, achando graça daquele falatório em outro idioma, pôde reconhecer algumas palavras, o que só fez com que risse ainda mais. “eu já te disse que você soa muito badass? aposto que você quase deu uma surra em algum cara. ou intimidou alguém só com um olhar.” se deixou levar pelo o que imaginava da garota, não sabia até que ponto estaria certo ou equivocado. o bom humor pareceu titubear por alguns instantes, ele suspirou – assim como ela. “desculpe, eu só... só me desculpe.” não se delongaria com uma justificativa boba a respeito de seu receio. “bom, em todo caso, você não vai poder dizer que eu não te avisei.” emendou com graça, decidido a se afastar de qualquer assunto que minasse o clima agradável entre eles. “agora eu quero ir só porque você disse que eu não ia gostar, sabia?”
“prefere ficar por cima ou por baixo?” perguntou, levando seu polegar e indicador ao queixo, fazendo uma carranca ridiculamente pensativa. a frase seguinte o desconcentrou de sua ceninha, ele riu suavemente. “por enquanto, nada. esse é o principal problema.” retrucou, mordendo o lábio inferior para censurar uma nova risada. oh, meu deus. pensou um tanto quanto exasperado e balançou a cabeça para dispersar sua imaginação. de costas... ele havia pensado nisso em particular e vê-la comentar foi como se hazel tivesse acesso a seus pensamentos, sentiu o rosto enrubescer somente com a ideia. “você terá o que quiser...” prometeu numa voz baixa e arrastada. chord suspirou e se concentrou no assunto seguinte, um que não envolvia nada sugestivo. “acho que é uma junção de coisas. o rostinho bonito, a lábia, os drinks.” listou, mostrando os dedos para contabilizar cada item. “hum, não está tão próximo, mas isso provavelmente seria um presente vitalício.” era o que esperava de um casamento, mesmo naquelas estranhas condições.
“tudo bem, eu respeito a sua opinião, embora não concorde” resolveu dizer e findar ao menos aquele assunto. chord praticamente vibrou diante da fala seguinte. “ai, meu deus, eu acho que encontrei a mulher mais sábia do mundo” regozijou-se, juntando as mãos como se estivesse prestes a agradecer por aquilo. “homem-aranha é o meu segundo herói predileto. acho ele mais real do que o próprio batman, inclusive.” confessou. rindo mais uma vez quando ela voltou a se pronunciar. “se eu pudesse escolher, entre batman e o homem-aranha, escolheria o homem-aranha, bruce é um sujeito com muitos problemas que seriam facilmente resolvidos com terapia. e tem muitos, mais muitos clichês nas histórias dele, a maioria me deixa incomodado. enfim.” gesticulou, não queria se delongar mais do que estava fazendo, ia ser um nerd chato reclamando de quadrinhos: nenhum pouco atraente.
assentiu, concordando com o que era dito, hazel não estava errada e era um modo bem otimista e bonito de ver as coisas, chord apreciava isso. “muito bem!” se limitou a dizer, pois não acrescentaria nada tão cabível. ele sorriu largamente quando a ouviu usar seu sobrenome. “preciso dizer que seu nome conseguiu ficar ainda mais bonito com o meu sobrenome adicionado” brincou. “você deve saber de mistura melhor do que eu...” estava gesticulando outra vez, numa óbvia desistência, e embora ela não pudesse vê-lo, saberia o que estava fazendo só pelo seu tom de voz. “uma garrafa intocada, lembre-se disso” retrucou jocosamente, erguendo um dos indicadores. “mas você costuma beber bastante?”
20 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
jojolic·:
Era confortável se encontrar com chord, não era difícil e ainda era instigante. E a forma que ele a tratava ajudou a dissipar aos poucos a insegurança. ❝ ── ah meu bem, eu sei, por isso eu disse que é mais do que se vê a primeira vista. ❞ jogou os cabelos longos para trás em uma atitude confiante, mas não pode manter a pose por muito tempo antes de rir abertamente. Esperava apenas que fosse o suficiente para que ele entendesse que era uma piada, e não algum tipo de confiança tóxica. ❝ ── amor, se eu aceito que você ajude a escolher até nossa primeira dança, não poderia escolher sozinha algo importante assim. ❞ afirmou com convicção, rindo levemente pela proposta. ❝ ── ah mas você já viu as outras? Te dou o tempo de ouvir todas antes de decidir qual dançamos primeiro. ❞ ainda se preocupava que ele gostasse da playlist, e esperava que lhe apresentasse pelo menos um pouco mais dos seus gostos. ❝ ── inclusive, eu escolhi cada um das músicas pensando em você. Uma em especial o que eu gostaria de fazer com você, mas a gente fala disso depois. ❞ confessou a última parte um pouco mais baixo, e novamente queria que ele pudesse ver seu sorriso sem vergonha. ❝ ── eu espero que sim! ❞ procurou a câmera do seu lado e uniu as mãos em pedido, junto a uma expressão pidona. ❝ ── por favor, deixem ele ouvir. Vai me ajudar a conquistar meus sonhos. ❞ pediu para a câmera e mordeu seu lábio inferior para conter o riso enquanto corava pelo quão desajeitadas eram suas tentativas de flerte, ainda que completamente consciente. 
Procurou pelo cômodo, notando a caixa disposta ao lado do seu sofá. Jolie não disfarçou o sorriso aberto enquanto a pegava e puxava até seu colo. ❝ ── Achei! ❞ comemorou animadamente. ❝ ── eu sou destra… E você? ❞ perguntou igualmente se deixando levar pelas divagações alheias. ❝ ── é importante saber disso, já que já sei que você é bom com as mãos. ❞ brincou com o agora conhecido tom malicioso. ❝ ── eu já posso abrir? ❞ sua curiosidade não a permitiu esperar muito antes de abrir a caixa e gargalhar ao se deparar com o microfone. ❝ ── Você está decidido a me constranger em rede nacional, não é? ❞ perguntou, ainda risonha enquanto retirava o microfone da caixa e observava os adesivos, muitos não conseguia identificar e precisaria perguntar. Não era como se ela precisasse de ajuda para envergonhar a si mesma, considerando suas tentativas anteriores de flertes.
o modo de como a voz feminina soou fez com que chord mordesse o próprio sorriso, de alguma forma, jolie cativava sua parte mais galanteadora sem abandonar seu usual carisma. “hum, tenho que admitir que você fica muito sexy exalando arrogância. e me chamando carinhosamente.” retorquiu com graça, permitindo que um pequeno riso soasse. “gosto disso, você quer fazer tudo juntinho” gracejou de maneira sugestiva até que fosse envolto pelo riso dela e o acompanhasse inevitavelmente. “conheço algumas. então imagino que a nossa futura decisão não será tão difícil, apesar de ouvir muito rock e seus semelhantes, meu gosto pode ser eclético, querida.” esclareceu, ainda observando o cartão. “o que eu quero dizer é... o que eu não faria por você, não é?” jogou o flerte, rindo suavemente depois. tinha a impressão de que sua tentativa de ser instigante não funcionaria a todo vapor, porém não pararia de tentar, pois uma de suas táticas de sedução – ou algo próximo a isso; divertir a garota até que rolasse. a frase seguinte arrancou uma risada maliciosa e chord analisou os títulos com muita atenção. “ou você pode me falar agora” sugeriu numa voz propositalmente baixa, mas ainda audível e arrastada, seu objetivo era ser sensual, esperava obter algum êxito. “vamos realizar dois sonhos numa cajadada só, produção!” argumentou divertidamente.
experimentou alguma ansiedade quando soube que ela encontrara o presente, não era nada muito elaborado, mas dizia de uma interação entre eles que proporcionou um encontro muito divertido – pelo menos em seu ponto de vista. “eu sou destro também.” respondeu antes de soprar uma risada. “nos resta apenas a demonstração. e jolie... o que eu não faria para por as mãos em você nesse instante.” disse em tom semelhante, se esforçando para não rir tão abertamente. “eu queria propor um karaokê, sei que não é nosso quinto encontro, mas não pude resistir. sua adorável voz ficou na minha cabeça e eu queria tanto escutar de novo...” argumentou de maneira quase dramática, mas sem jamais se afastar do bom humor.
4 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Audio
Melissa Etheridge  -  I’m The Only One  (Yes I Am 1993)
6 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
xcxr·:
cora acabou mordendo o lábio inferior a medida que ouvia o outro lado, mesmo com a divisória, sentia-se com certo nervosismo, não sabia como estava a situação de chord, talvez nem mesmo sabia como estava a própria, mas gostaria de esclarecer pela vez anterior e sua grande incógnita. “e bem, eu acho que o talvez foi um sim, mas para que não soe pretensiosa ou arrogante, eu apenas não quis dizer que gostaria de um outro encontro e… assustar você, eu já tinha dito que já tivera sido casada tão rapidamente, soaria estranho dizer mais que um talvez quando não saberia se você também gostaria.” ela tentou uma justificativa quase engraçada, não sabia se estava esperançosa ou surpresa, mas bem, estavam como primeiro encontro. os olhos de cora se ergueram em surpresa, o sorriso saltando lentamente por seus lábios. “eu também acredito que todos nós temos um propósito.” murmurou compassivamente, agora surpresa, por compartilhar do mesmo sentimento com o outro. ao perceber que ele pegara o presente, ela colocara uma mexa do cabelo atrás da orelha, olhando para os próprios pés, de alguma forma tivera corado, gostaria de dizer que não tivera soado suave a forma como chord falara, mas seria inegável comentar o oposto. “eu acho que isso é um pouco importante, já que você é um especialista com as mãos… contornos, simetria, você entendeu.” quantos anos você tem cora? estava agindo como uma adolescente de repente? que os deuses a ajudassem naquele encontro.
“eu acho que preciso te contar duas histórias então.” cora murmurou com animação tomando conta de suas palavras, talvez o que ela mais tivesse gostado em suas viagens fora conhecer, tocar e sentir sensações propostas pelos diversos ambientes, os templos "mas primeiro, esse é o meu caderno de retalhos… ele é provavelmente onde eu guardo todas as minhas boas lembranças em forma de pinturas ou desenhos… alguns ainda faltam colorir, porém eu não sei se confio na minha memória, apenas acho que esqueci as cores originais.“ ela riu em uma mistura de nervosismo com vergonha, ali realmente existiam rascunhos, rasuras, colagens, tudo extremamente projetado para despejo de suas lembranças e visualizações, cora sempre fora visual e aquele programa simplesmente estava acabando consigo. ”você pode folhear que provavelmente irá encontrar algumas… referências sobre os mitos… pelo menos te dará alguma visualização sobre o que eu irei narrando.“ completou rapidamente, antes de engolir em seco e se levantar para mais perto da divisória, sentia-se inquieta o suficiente para que continuasse sentada. 
”na primeira página você provavelmente verá um velhinho, yue lao, ele é um deus imortal que era dito viver nas regiões mais obscuras da lua, por isso acaba sempre caminhando sob a luz do luar, apesar de sua barba longa e branca característica, sempre acabava se disfarçando por entre os meros mortais para apenas observar… e bem, fazer relações, um deus casamenteiro e de uniões… ele carrega consigo fios de seda vermelhos e um livro, onde acabava juntando os casais predestinados com o fio no tornozelo naqueles predestinados, independente da circunstância, do local e da hora. seria o equivalente ocidental para alma gêmea, não sei se você acredita, mas nas páginas seguintes, além do próprio fio, pessoas com quem eu conversava me contavam sobre suas histórias de amor… e eu os desenhava, pode parecer bobo, mas eles eram tão singulares… e profundos que eu não pude resistir, eu sorria com todo o meu coração por eles.“ poderia parecer cada vez mais estranho dito em voz alta, mas mesmo assim, ela acabara soando empolgada por simplesmente estar contando sobre as - pelo menos quinze - histórias que tivera visto e ouvido, repleta de romantismo, sem dúvidas aquele era o conto mais romântico e mais difundido pela ásia em geral, porém morando lá, descobrira mais que simplesmente a versão resumida. ”e uma informação que sempre me surpreendeu, foi que todos oravam para a lua, alguns até mesmo faziam suas juras de amor e devoção sob o luar, assim como sempre que alguém necessitava de auto-conhecimento, coragem e até mesmo uma direção para se seguir, era recomendado que orassem para a lua, pois ela poderia lhe ajudar… a deusa da lua também possuía sua própria história de dor e bem, aqui vai a segunda história e o motivo de você ter recebido essa lua.“ grande casamenteira, além de um símbolo de fartura e orientação que seria o motivo de orações para aqueles mais precisavam, bem, cora deveria dedicar uma lua para todas as pessoas.
”certo, se você sabe alguma coisa sobre isso, me corrija se estiver errada, mas a existência do feriado lunar deixa sempre todo o ambiente com uma essência… imortal, quase em um final de um filme de super-herói, onde você sai da sala como se tivesse um poder qualquer, como realmente um deus poderoso.“ ela comentou inicialmente com certa diversão, nem mesmo percebendo que estava andando enquanto falava, suas mãos inquietamente gesticulando e bem, ainda possuía um sorriso crescente nos lábios. ”a deusa da lua provavelmente é a mulher mais poderosa, que trabalha conforme as energias de sua morada, a lua… em uma sumarização para que não fique desinteressante e monótono e você apenas durma, eu inclusive dormia muito em muitas das minhas aulas, mas tudo bem, não vem ao caso.“ o que diabos estava falando? cora acabou franzindo o cenho e perguntando para si o que estava fazendo, que os deuses a ajudassem.
”a história envolve deuses, uma camponesa, um arqueiro com flechas, dragões de jade que perdem seus filhos, dez sóis que destruíam plantações e um único sobrevivente, e, claro, um elixir da imortalidade, começando com o casamento da camponesa e do arqueiro, onde ele acaba destruindo nove dos dez sóis e como recompensa recebeu o elixir, onde o plano seria tornar ele e sua esposa imortais, no entanto, os planos foram alterados ao existir um terceiro com ódio, que acaba tentando roubar a porção quando o arqueiro se retirara de casa, a camponesa estava em casa, percebendo que o mal maior seria entregar a imortalidade em mãos erradas, bebe todo o conteúdo do frasco e o efeito foi imediato, sem mesmo chegar ao limiar da porta, ela começa a subir e ascender aos céus, escolhendo como morada a lua. o terceiro ainda como vingança, mata o arqueiro e o espírito do mesmo ascendeu aos céus e se dirige para o sol, onde construiu seu palácio e passou a ser considerado o guardião solar. e, bem, nesse exato momento, os dois se completam, transformando-se em yin e yang, a lua e o sol. resumi bem?“ provavelmente as mãos na cintura e um sorriso vitorioso, além de claro, a respiração sendo puxada denunciaram que talvez ela tivesse resumido um pouco… demais? ”eu posso repetir todos os dias enquanto estivermos deitados olhando para a própria lua, aqui eu nem mesmo consigo ver a lua… bem, por isso eu trouxe comigo, nova iorque não possui estrelas, a lua dificilmente pode ser vista e tudo isso pode ser muito… complicado.“ 
cora acabou ouvindo o que o rapaz dissera com atenção, erguendo-se para que encontrasse com o tecido azulado, seus dígitos traçando sutilmente o local, não sabia ao certo se deveria abrir ou esperar algum comando, resolvendo fazer a segunda opção. ”todas as grandes coisas são simples, chord.“ os olhos de cora praticamente brilhavam em expectativa, aquela pequena frase dizia muito sobre o homem do outro lado, uma vez lera uma frase que dizia sobre o quão curioso era observar que quase todos os homens que valem muito têm maneiras simples e bem, estava começando a acreditar que o outro poderia ter aquela característica.  o comentário sobre o tecido fizera com que a moça arqueasse o queixo apenas para que sussurrasse para a parede. ”o que essa manta significa para você?“ suas palavras ditas com delicadeza contrastavam com os dedos de cora passando pelo pano, como se realmente aquele fosse o diamante de maior quilate da melhor joalheria do mundo, aos olhos femininos, era tão bonito quanto, ela sabia que deveria ter algum outro significado, já que ele se recordava da mesma durante todos os anos seguintes. 
ao seguir os comandos verbais sobre qual direção adentrar, os dedos de cora estavam tremulando pela visão que tivera do livro e pelas palavras complementares, sentia-se nervosa por estar envolva de tamanha sensibilidade e até mesmo responsabilidade, sequer compreendendo se conseguiria suprir tamanhas expectativas. de uma maneira estranha sentiu que seu âmago lhe cobrava pelo que relacionava, seu coração sentimental estava tocado pela descoberta e pela coragem que o outro tivera, primeiro em carregar consigo o livro, seguido pelo sentimento de reconhecimento sobre algo que não deveria sequer ser cogitado, ele não era um miserável, longe disso, o destino de muitas formas traçava o poder daqueles que desconheciam a própria força interior e ela imaginava que era exatamente o que acontecia com o homem. ”eu gostaria tanto de abraçar você, chord.“ uma respiração profundamente audível denunciou que lágrimas já se formavam em seus olhos. ”você provavelmente é uma das pessoas mais corajosas que eu conheço… sequer se sinta menos que isso.“ poderia ser um ato simples, mas não era, definitivamente não era, fazer as pazes com seu passado distorcido era mais doloroso que qualquer outra coisa, uma laceração emocional que apenas quem já tivera sobrevivido a isso conseguia expressar.
cora acabou soltando um riso sem graça, preso em sua garganta em meio a lágrimas ingritadas, definitivamente não esperava por aquilo. ”não sei se alguém alguma vez me agradeceu por eu ter contribuído para algo assim.“ a mulher comentou, enxugando com os polegares o canto de seus olhos sentimentais, trazendo em seguido o livro e a manta para junto de si, em um abraço de compensação. ”e-eu que agradeço por estar me contando sobre isso, chord… receio não ter qualquer participação, tudo foi feito por você, mas ainda assim continuo sentindo ainda mais orgulho de você.“ 
cora nunca tivera sido a primeira opção de ninguém, não importava quantos primeiros passos tomasse ou pensasse que tomaria, ela nunca estaria agindo na frente, poderia dizer com propriedade que sempre tivera sido assim, seu pai não tinha outro olhar além daquele conhecido de reprovação, ela se lembrava quando era apenas uma criança de sentir arrepios em sua espinha apenas por se recordar de tais momentos… mas, bem, dificilmente ela contava para qualquer um sobre o que já tivera lhe acontecido, e de uma forma inexplicável, achou que o rapaz do outro lado, de alguma forma pudesse… compreender, ela falara pela primeira vez com um dos participantes de maneira súbita sobre já ter se casado e bem, tivera sido chord. agora mais uma vez o destino lhe direcionava para dois caminhos e provavelmente um mundo de reações, em um suspiro profundo, cora trouxe suas mãos consigo e encarou os próprios pés por alguns milésimos de segundos. ”eu também não tive… bons primeiros pais, por assim dizer, mas no meu caso foram os únicos.“ por mais que eu sempre tivesse pedido, orado, implorado por outros, ela completou mentalmente depois do murmurou um tanto incerto quando soltava o interior da bochecha que sequer sabia que estava prendendo, precisando inalar profundamente uma vez para que tomasse coragem de dizer sobre aquele fato, afinal, não gostaria de deixar tudo tão insanamente sentimental, por mais que sempre deixasse que seu coração guiasse, nos sombrios assuntos familiares certamente não era o seu tipo de abordagem. 
”meu pai sempre foi frio e indiferente o suficiente, talvez seja o mínimo sobre ele, para que nunca se recordasse que tivera uma única filha e minha mãe… minha mãe de tão incômoda por meu pai ausente se tornara alheia o suficiente para nunca tomar uma prioridade como certa… no caso, eu acho que eu deveria ter sido uma prioridade.“ cora tentou a abordagem um tanto quanto sarcástica perante a própria risada, já lhe bastaram as muitas noites que tivera pensado e repensado - o que era uma surpresa até mesmo para a própria cora, que normalmente nunca pensava ou repensava - sobre como o xanax e compras na saks poderiam ser mais importantes que alguém fruto do seu sangue, no entanto, apesar da tentativa inegável de se fazer sempre a mais feliz, por muitos anos fora pessimista o suficiente para pensar no que poderia ter acontecido de errado, no que raios ela tivera feito de errado, para que tudo aquilo lhe atingisse, e talvez tivesse tomado gestos imprudentes como válvula de escape para que se fizesse sua grande jornada de autoreencontro em meio a atenção para eles, ou quiçá, para se desvincular deles. 
”eu diria que foi uma típica história de pais que tentavam suprir a ausência com coisas… supérfluas. eles tinham dinheiro para que tentassem ao máximo comprar uma felicidade de mentira.“ cora acabou frisando a palavra eles com um sorriso plenamente sarcástico, pois nunca se vira incluída em tal razão, na realidade, ela tivera feito com que não fosse incluída e quem sabe após ’seu grande ato’ tudo tivera ido por água abaixo, como uma cachoeira de acontecimentos sombrios e… bem, sentimentais demais para eles. ”eu fui criada por babás, mas elas também nunca passaram tanto tempo, pois de alguma forma eles não gostavam que houvesse algum tipo de… costume, pelo menos foi o que eu sempre usei como teoria para tentar entender o que tudo aquilo significava…“ talvez fossem para evitar o adultério - verdadeiro ou completamente inventado - de seu pai por pensamentos de sua mãe? talvez. ”eu não fiquei tanto tempo assim para conseguir compreender quando já tivera idade o suficiente para isso… eu me retirei voluntariamente da vida deles… e bem, você sabe, eu não ganhei nada com isso, não que eu tivesse muito, eu nunca precisei muito para me sentir bem.“ cora se lembrara que aquele provavelmente tivera sido o pior momento que já tivera sido feito por si, sabia que aquele não era o curso natural de uma família, eles deveriam estar presentes para comemorar e bem, apenas estar ali para quando ela necessitasse. ”por isso eu evitei ao máximo voltar para casa, por isso que eu também assinei o contrato de uma boa agência de modelos e por isso também que eu me casei… talvez eu tivesse um pouco de esperança em fazer diferente.“ acabou murmurando com certa melancolia, olhando para os próprios pés enquanto se recordava que tudo que uma vez tivera feito seria para que não chorasse ou se crucificasse pelas coisas que outros já lhe tiveram feito e bem, ela arcava. a mulher precisou piscar algum par de vezes para que voltasse a totalidade de sua situação. ”mas talvez um dia eu leia freud e veja o que ele tem a dizer sobre meu crescimento e desenvolvimento…“ acabou soltando com uma pequena, quase imperceptível, risada.
cora não soube ao certo porque encarava o livro que viera junto com chord, ela nunca tivera lido aquele livro, gostaria que em algum momento o outro lhe contasse sobre a história, certamente parecia mais agradável que a própria. ”e hoje eu diria que estamos… tentando uma reaproximação, eu voltei para nova iorque, afinal.“ ela poderia ser apenas uma tola em achar que tudo iria mudar magicamente, sempre tivera pensado que mudaria, no entanto, seu coração dizia que deveria mais uma vez tentar, família não poderia ser escolhida, não era isso que diziam? então mais uma vez tentaria ver os bons pontos que poderiam ter passado despercebidos quando era mais jovem. ”mas eu não sei se agora eles também se fazem a minha prioridade, pelo menos não dessa vez, dessa vez eu quero procurar a minha felicidade, eu quero uma família grande, chord, por isso vim aqui, quero formar uma família com alguém que me abrace com peculiaridades e imperfeições, com o coração por inteiro, pois eu sei que irei fazer o mesmo. tomando como minha única meta fazer diferente sobre tudo que já me aconteceu, eu quero ter filhos, eu quero ser presente na vida dos meus filhos, quero os criar propriamente, assistir jogos esportivos, tentar ensinar um pouco do que eu devo saber sobre a vida, ensinar lições de casa, não que eu seja tão boa assim com lições de casa, mas me parece necessário pelo menos… tentar, eu não sei se você me entende, mas eu apenas quero ter o direito de todos os pequenos e mais simples momentos… pelo menos para que eu saiba o pode acontecer.“
cora não sabia ao certo o que o outro estava pensando sobre si depois de tudo que já tivera dito, sabia que poderia muito bem o assustar com mais uma de suas peculiaridades, mas se tivera de alguma forma sido arrematada pelo destino pelo homem atrás da divisória, necessitava, mais que tudo deixar que as borboletas dançantes em seu estômago se apaziguassem para que conhecesse ainda mais sobre quem iria conhecer. ”e você chord, o que pretende ter como um futuro complicado?“
inicialmente os lábios de chord estavam devidamente prensados, o intuito era ter algum controle sobre eles, não queria ser aquele sujeito que sorria o tempo todo e com tão pouco, contudo, era muito árduo manter-se sério à medida que escutava a suposta justificativa de cora. ele meneou a cabeça num assentir compreensível, de alguma forma se sentiria de maneira semelhante se os papéis fossem trocados. “confesso que fiquei pensativo com aquele talvez, assim como confesso ter sentido que a encontraria outra vez, você se considera uma pessoa sensitiva, cora?” sua confissão soara arrastada, quase cuidadosa, agora era chord que não gostaria de assusta-la por isso emendou uma pergunta em sua articulação. ele sorriu amavelmente ao descobrir mais um ponto de comum, tendo a impressão que progredia gradativamente num quebra-cabeça que em algum momento já o vira montado. “acha que dividiria algum propósito com alguém?” o conceito de propósito poderia ser muito expansivo, chord conseguia pensar em milhões de possibilidades. um pequeno riso soprado lhe escapou. “especialista é uma palavra muito forte, eu apenas gosto muito de usar minhas mãos, espero que não se importe com isso, você sabe, quando... elas estiverem sobre você.” arriscou a brincadeira, não sabendo como ela reagiria a esse seu lado mais jovial.
“isso está ficando interessante” respondeu de imediato, curioso com quais histórias escutaria. quando ela citou o caderno finalmente pôde direcionar sua atenção a ele. “uau” suspirou, cativado por ela estar revelando uma coisa tão pessoal e primorosa, sentiu que tomou a decisão correta ao deixar o seu presente, também pessoal, a ela. inspirou profundamente e devagar, sentia-se ansioso com os próprios pensamentos e sentimentos, porém quando se afastava de sua intimidade mental, conseguia experimentar uma tranquilidade adocicada. abriu o caderno e vislumbrou a imagem que cora passou a descrever, as palavras ditas posteriormente fizeram com que o marceneiro sorrisse em apreciação. “eu acredito em outras vidas, gosto da ideia de que você se apaixona pela mesma pessoa em versões diferentes e que estão destinadas a ficarem juntas. não sei se isso se configura como alma gêmea, cora.” disse suavemente, pensando a respeito antes que a narrativa dela voltasse a entretê-lo. “não é bobo, eu me emociono facilmente com histórias, em seu lugar eu provavelmente precisaria de um lenço.” apontou com diversão e sinceridade, observando cuidadosamente a imagem do velho deus. chord gostava da lua e encontrara tranquilidade nela muitas vezes, sua beleza distante e brilho ofereciam um conforto singular a o coração inquieto dele, não havia nenhuma lógica por detrás, apenas uma sensação confortável. “o que acha de nos casarmos diante do luar?” sugeriu, imaginando como seria bonito e especial dada a ligação que ambos pareciam ter com a lua. sua destra se ocupou em passar as páginas enquanto que a canhota deslizava distraidamente pela lua presenteada. “eu realmente não tenho nada agregar sobre o assunto, então tomarei o que me disse como verdade” entoou com graça. se divertindo com o que escutava, talvez fosse pela animação alheia e de como gostava de ouvi-la falar tão deliberadamente sobre um assunto que claramente a deixava entusiasmada. era algo bonito de se acompanhar. “não se preocupe, estou acordadíssimo, quero saber a razão de você gostar tanto dessas histórias. e só há uma coisa que me faria dormir no momento, seria um cafuné, e não estou recebendo nenhum. essa divisória é realmente um obstáculo.” suspirou dramaticamente, realmente gostaria de senti-la próxima, tinha a impressão de que ficaria bem confortável a seu lado e muito atento as histórias que ela possivelmente contaria.
prestou atenção na narrativa, folheando o caderno para que pudesse visualizar melhor os personagens da história. chord soprou um risinho diante da pergunta. “você certamente resumiu” concordou risonhamente, a frase seguinte fez com que seu sorriso se estendesse. “me contaria as histórias detalhadamente, não é? cada dia uma história, o que acha? eu só não prometo estar sempre mirando a lua, tenho a impressão de que passaria muito tempo te observando.” segredou um pouco mais baixo do que gostaria. “então você tem a sua própria lua.” fez uma pequena pausa, pensando numa coisa em particular. “acho que você conseguiria ver as estrelas e a lua em indianópolis. caso tenha interesse, me deixe saber, não vou me assustar.” disse com doçura e diversão.
assim como havia esperado, cora havia sido perfeitamente condescendente, o que arrancou um sorriso genuíno de chord e espalhou um calor aconchegante por sua cavidade torácica, a destra alcançou a camisa branca que havia vestido para o encontro e seus dedos apertaram o tecido próximo a região em que seu coração irrequieto batia. a pergunta fez com que suas pálpebras cedessem por uma fração de segundos e seus dedos se firmassem ainda mais. “minha mãe... biológica me deu quando eu fui... embora. lembro que ela me envolveu nessa manta, me deu um beijo e disse que eu ficaria bem. esfregou meus braços e sorriu, aquele sorriso nervoso, sabe? às vezes eu lembro disso e fico me perguntando como ela está... como ela ficou. mas nunca a procurei... tinha muito medo, na verdade, ainda tenho. e se ela se arrependeu ou se ela sequer se lembrar de mim. se está viva e doente ou se morreu sozinha? são coisas que as vezes eu fico pensando e é como se por um segundo eu não fosse o chord que eu conheço. me desculpe pelo assunto mórbido, eu juro que sou um cara animado, mas por algum motivo eu... consigo tocar nesse assunto com você.” precisou pigarrear e se esforçar para que seu tom fosse o mais próximo do usual, soprou uma risada nervosa, quiçá envergonhada. “me desculpe mesmo.”
“eu também gostaria de abraça-la, cora.” e talvez, só talvez, não conseguisse solta-la se o fizesse, ao menos naquele instante. olhou para a divisória e desejou profundamente que ela não estivesse ali, vislumbrando uma silhueta feminina, lembrava-se dela ter mencionado que era ex-modelo, então poderia se enquadrar como uma mulher esguia, seu rosto ainda era um mosaico, porém essa parte não era importante, surpreendentemente não era. em passos lentos se aproximou da divisória entre eles. “você também é. eu sinto isso com toda a minha alma.” soprou as palavras, feliz por ter tido a oportunidade de dividir tais lembranças com cora e por ser acolhido. “sinto que estamos nos reencontrando, se estamos com os calcanhares presos eu não sei” gracejou. “mas acredito que nosso encontro tem algum propósito, seja qual for, estou contente.” sussurrou ao virar-se de costas para a divisória. “às vezes, a gente não percebe a importância que temos na vida de alguém, não me perdoaria por não demonstrar a sua, por mais efêmero que esteja sendo. lembre-se que você ajudou alguém e que isso foi um grande marco. será que eu vou aparecer no seu caderno de retalhos?” confessou, deslizando pela divisória até que estivesse sentado, com os braços apoiados em seus joelhos dobrados. esperava tê-la marcado, como ela o marcou.
chord engoliu em seco quando a ouviu falar sobre os pais, era um assunto sempre muito delicado para ele, porque seus pais biológicos não fizeram o que supostamente deveriam fazer, contudo, ele teve a chance de viver isso com outras pessoas. era um homem de sorte. repuxou os lábios e abaixou a cabeça, sentido pela narrativa carregada de sentimentalismo. “eu sinto muito, cora. queria que tivesse sido diferente pra você. queria mesmo.” murmurou, abatido pela situação alheia. uma criação distante e sem amor poderia condenar uma criança que se tornaria um adulto com sérias dificuldades para lidar com o seu interior e exterior. chord estava arrasado, mas ao mesmo tempo muito orgulhoso por cora persistir apesar dos pesares. escutou em silêncio, notando as ênfases, os risos, o pesar, montando a imagem de cora em sua cabeça, ela era resiliente, definitivamente corajosa e extraordinariamente encantadora. sentiu um pouco de falta de ar ou seria apenas o choque por perceber que estava envolvido mais do que imaginara a principio com aquela conexão em particular. “é a vontade de fazer diferente que nos move, que nos dá impulso para seguir em frente. e tal como imaginei, você é uma mulher corajosa e inspiradora, cora.”
“oh, então...” começou, pensando no quão importante essa proximidade estava sendo para o relacionamento dela com os pais. chord teria problemas para se mudar, visto que tinha a loja de seu pai para cuidar, esquivou de tais pensamentos e se concentrou na voz feminina, que se mostrou mais importante que seus devaneios. “eu só posso desejar que isso seja positivo e desejo de todo o meu coração, cora. você merece.” adicionou com afeição. quando ela começou a falar da vontade de ter filhos isso mexeu com chord, ele tinha uma vontade semelhante. “eu entendo, também sinto essa vontade de fazer diferente e ao mesmo tempo de ser muito parecido com os meus pais. gostaria de ter muitos filhos também, adotados ou não, mas gostaria de fazer isso pela minha história. ser adotado mudou a minha vida, então quero oferecer isso a mais pessoas e quero ama-las como fui amado.” seus olhos encheram de lágrimas então se obrigou a fecha-los, apoiando a cabeça nos braços recém cruzados, fora uma alternativa para disfarçar sua emoção. não que fosse uma novidade estar chorando, afinal, era chord – o emocionado. depois de limpar as lágrimas naquela posição estranhamente natural, puxou uma respiração para normalizar o timbre de sua voz e continuou: “bom, eu pretendo me casar com você, cora” respondeu jocosamente, rindo de leve. queria demonstrar a ela que ia além da emoção melancólica. que poderia diverti-la com suas bobagens. que poderia ser uma companhia para qualquer momento se ela desejasse. “acho que merecemos facilidade, já sofremos perrengues demais. me diz como seria o casamento dos seus sonhos? o seu companheiro ideal e então eu vou descrever cuidadosamente como me enquadro nessa expectativa.”
16 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
itsamehzl·:
As borboletas no estômago reapareceram quando o ouviu confessar que sentia algo por mais de uma pessoa. Não podia julga-lo, esse era o objetivo do programa - e ao fim dos dez encontros, talvez, encontrar alguém para passar o resto da vida. Era difícil definir assim, com um encontro e meio se gostava tanto de alguém - apesar de poder definir, facilmente, que sua conexão fora mais forte, ao menos de seu lado. Decidiu por ignorar os comentários e prosseguir na conversa, ouvindo a história que ele contava - soava tão inteligente e conhecedor, como se naquele segundo soubesse a história de todo o mundo e qualquer coisa que contasse a ela, acreditaria. “Uau…” Resumiu, ainda contando palavrinhas sobre o que iria responder. “Isso foi uma análise tão profunda e tão correta… É exatamente isso.” Limitou-se a dizer. Pensou nas cabines, e em como aqueles ‘pods’ que estavam eram apenas uma versão mais luxuosa - e exposta - de toda aquela situação. “Mas nessas cartas pelo menos você tem mais umas dicas de como a pessoa é, aqui você tem que se apaixonar cem por cento pela personalidade.” Admitiu, pensando que isso nunca acontecera com ela. 
Hazel sorriu com a descrição do que Chord montava em sua mente, teve poucos itens para guardar de quando teve sua infância - e menos ainda recordações de família para que pudesse fazer disso algo relevante. Não admitiria isso, não havia necessidade - ali era mais importante pensar no futuro, que era o que o rapaz descrevia. “Montar um vídeo de vídeos, para passar na festa de debutante e ver sua filha roxa de raiva.” Continuou a criar a história com ele. “A pilha de fotos de cartões natalinos com suéteres combinando…” Sua voz era reticente. Gostaria mais de uma família tradicional do que costumava admitir. E criar aquelas imagens a fazia imaginar deixar tantas incertezas sobre si de lado e abraçar de fato suas qualidades. “Mas eu acho que eu precisaria gravar os vídeos de ação de graças, minhas habilidades cozinhando são muito ruins para serem eternizadas em um filme.” Seu dedo indicador estava alto, como se desse uma ordem naquele segundo. E de fato, todas as vezes que tentou implementar o costume de ação de graças em casa, falhou miseravelmente. 
“É isso mesmo, foi por ser o primeiro show. E você disse que gosta de rock… Não sabia se ia gostar ou me julgar pela banda…” Admitiu um pouco envergonhada. Não deixava de ouvir Guns ou Aerosmith, até pelo bar onde trabalhava todas as noites, mas recorria ao som de sua adolescência para se manter um pouco sã às vezes. “Qual sua banda preferida, Chord Francis Hopper?” Questionou, com uma sobrancelha erguida. Acreditava que aquela pergunta era mais séria para ele do que para ela, mas trazer um pouco mais de conhecimento sobre o gosto musical do rapaz seria bom para entender quem ele era - ou talvez lhe deixar ainda mais confusa.
A preocupação do rapaz a preocupou junto, não por não poder viajar ou algo do gênero mas o medo de não ser feliz ao seu lado - o que para ela não fazia sentido algum. “Te contarei uma história agora…” Ela começou, dando uma risada, sentindo-se um pouco estúpida mesmo antes de começar. “Eu tinha algo, posso dizer que era um namorado? Algo dessa espécie.” Revirou os olhos aos lembrar-se dele. “Era Argentino, o conheci trabalhando ilegalmente no bar comigo. Nós tivemos a brilhante ideia de viajar para a Argentina e bom, sua garota aqui tinha acabado de começar… Eu comprei passagem de ida e nenhuma de volta.” Sentia-se estúpida e mal planejada cada vez que pensava nisso. “Ele tinha me dito que lá me ajudaria a comprar a passagem, e bom, depois que chegamos eu o perdi no aeroporto e nunca mais o vi.” Seus lábios se uniram, segurando a risada. “Pelo menos eu comi muita empanada… Mas precisei trabalhar em alguns bares na cidade para conseguir voltar. Fiquei um mês na Argentina. Falo um espanglês muito bom, sabia?” Tudo aquilo que dizia tinha uma razão. “Cada viagem que eu fiz não foi muito planejada… Eu existir não foi um planejamento. Minha profissão não foi planejada. Eu vivo. Um dia de cada vez. Uma história montada de cada vez. Como disse, uma garrafa de vodka por vez.” Suspirou e passou a mão em seu rosto, levemente. “E eu estou cansada de viver por vez…” Confessou, com seu coração pesado. “Claro que eu não menti, quero conhecer o mundo e seria muito bom ter você ao meu lado, mas dessa vez com calma. Com dinheiro. Com objetivos. Com as companhias certas…” Ela deu um sorriso, imaginando novamente as viagens de balão em São Petersburgo. “E um carro te tira de Indianápolis e te leva para Novo México, Califórnia, Canadá. Não é por ser um marceneiro que você precisa estar pregado no mesmo lugar, sempre.” Nem ela conseguiu rir do seu próprio trocadilho tosco, mas dizia a verdade. Nem ele, nem ela, havia um meio do caminho que poderia facilmente ser encontrado caso aquele fosse o desejo dos dois, no final. “Eu não estou preocupada com minhas viagens… Você também não deveria estar.” Disse, por fim. Talvez tivesse sido o momento em que Hazel mais falara, sentiu até necessidade de tomar alguma coisa - a taça sempre em suas mãos.
Ela sorriu com a brincadeira, mas de fato imaginou por alguns segundos se tudo seria diferente caso Chord a tivesse conhecido antes. Provavelmente se não fosse aquele ambiente em que ele não a poderia ver, ele sequer gastaria seu tempo com ela. Sua cabeça voltou para a conversa quando ele falou sobre o quarto ter espaço. “Isso é bom, muito bom. Sua futura esposa mora de aluguel, vai amar poder ter um espaço na sua casa.” Brincou, imaginando como seria ter um lugar com tudo planejado - e não que já vinha com o apartamento. Nessas horas Hazel notava que precisava crescer, parou um pouco no tempo achando que não lhe passaria, mas estava passando - o outro era mais novo com tantas conquistas. Seu pensamento lhe tirou o foco mas dessa vez voltou rapidamente - principalmente pelo tipo de conversa que Chord começava a engajar tirando um sorriso malicioso dos lábios da garota. “Então, a penteadeira de frente para a cama e eu disse que ela precisa ter juntas reforçadas?” Lambeu o lábio inferior com delicadeza e suspirou alto o suficiente torcendo para que o som passasse para o outro lado, deixando a provocação para o marceneiro. “Não costumo me manter apenas no comum… Nunca se sabe o que precisarei fazer naquela penteadeira.” Seu corpo esquentou um pouco e deu um bom gole em seu vinho. Abaixou um pouco a cabeça em negação, apenas imaginando como seriam as edições e os sons daquela cena - e querendo ser o próprio telespectador para ver o rosto do rapaz. 
Os tópicos fluíam com rapidez, e enquanto respondia algo já engajavam em conversas diferentes. “E porquê não? Três presentes, para alguém tão especial?É o mínimo.” Deu de ombros. “Lembre-se que teremos aniversário de casamento e natal. Então no total você ganha pelo menos cinco presentes por ano.” Ela levantava os dedos das mão esquerda movimentando-os lentamente. “Eu gosto de dar presentes, mas nem sempre espere algo caro, mas sim surpresas diferentes. Quem sabe um dia você me recebe com um laço na cabeça?” Deu de ombros, mais uma vez fazendo uma brincadeira sugestiva. Talvez fosse a hora de cortar o vinho. 
Aproveitou o momento para pôr-se de pé, descansar a taça na mesa e apontar o dedo para a divisória. “Ele tinha potencial, ok? O grande problema dele foi a direção e a edição.” Por mais que não gostasse do ator como pessoa, tinha suas opiniões muito fortes. “Se você me disser que o Tobey foi o melhor homem aranha, acho que nosso casamento acaba aqui. Eu não aguentaria tamanha decepção.” Levou a mão à boca, como se segurasse o choro, não evitando rir em seguida. “Estou sugerindo que homens são clichê. Todo homem quer ser o Batman ou Superman, assim como se perguntar a maioria das garotas quer ser a mulher gato, mulher maravilha.” Fez uma careta e revirou os olhos. “Justiça pelos personagens menos famoso!” Apesar de dizer isso, batman era seu herói favorito pelo mesmo motivo que Chord: o lera primeiro, fizera parte da sua construção de personalidade e, claro, ele era incrível. “Mas eu acho que o Batman levava a Canário por ser galante mesmo, acho que ele a convenceria bem. Ela é independente o suficiente para não querer o dinheiro e influência, só o charme.” Riu baixinho, aquelas pequenas provocações estavam lhe trazendo mais energia para o encontro, mas cada vez querendo romper aquela parede que os separava.
Ela assentiu enquanto o ouvia falar, e concordava com ele, o machismo era algo muito comum na sociedade e que faria muito mal a muita gente. “Eu sinto muito por isso… Acho que quem esteve ao seu lado não soube perceber que cada característica sua é o que te faz tão único.” Tentou pensar em uma analogia e sorriu, em seguida. “É como um caleidoscópio, sabe?” Se lembrou dos objetos que viu muito quando criança ao lado de sua mãe. “Cada vez que você move, você tem uma combinação diferente, e nunca vai ser igual…” A garota começou a dizer. “Então você é um caleidoscópio, sabe? Você tem todas essas suas características, e cada garota com quem esteve foi um giro. às vezes elas não achavam que era o suficiente, mas era lindo na sua forma única.” Suas mãozinhas giravam de um lado ao outro. “E talvez pra você também ainda não está da forma que quer, é só continuar girando, e girando, que uma hora você vai gostar. E não necessariamente só uma garota vai te fazer ser diferente, como você disse, terapia… Você está tomando conta do seu próprio caleidoscópio!” O sorriso dela estava amplo, talvez um caleidoscópio teria sido um presente melhor - mas de onde tiraria um, presa em um hotel de reality show?
“Clichê” disse, tossindo em seguida para fingir que encobria o que dissera. “Quem escolhe água para ser a bebida para o resto da vida? Tudo bem, ela é fonte de vida, mas qual é, nem tem gosto…” Negou com a cabeça, e se lembrou da resposta que dera no dia anterior, mas assim como ela, já havia mudado. “Acho que vodka, dessa forma eu sempre teria drinks diferentes para momentos diferentes.” 
ele ainda divagava sobre os riscos do experimento quando o comentário de hazel lentamente o trouxe para fora de seus pensamentos. inicialmente um sorriso lateral surgiu e pouco a pouco cedeu espaço para um mais travesso quando um abrupto pensamento lhe ocorreu. “era uma espécie de tinder” afirmou com diversão e igual estranheza por reconhecer sua participação no ciclo de procura amorosa que possivelmente existe desde dos primórdios. “uma pena que não possamos trocar cartas, é algo muito romântico e simbólico, e algumas pessoas se expressam melhor escrevendo do que falando, o que talvez seja o meu caso.” comentou dispersamente.
as palavras de hazel arrancaram um riso alto de chord, era a cara dele fazer algo do tipo para que seus filhos ficassem furiosamente envergonhados. “isso é algo que eu faria mesmo. mas também tem os discursos melosos, que inclusive, guardaria alguns para você. quero todos odiando o papai aqui.” com um dos polegares apontados para o próprio peito, chord fez uma ceninha patética para as câmeras, esperava arrancar algumas gargalhadas de quem fosse editar as filmagens ou assisti-la quando estivesse tudo pronto. “vamos deixar claro que a ideia dos suéteres combinando foi sua” disse numa voz propositalmente displicente, como se desejasse se livrar da responsabilidade. “eu discordo, isso daria um ótimo entretenimento. ‘vejam crianças, a mamãe queimando o macarrão com queijo’. este sou eu procurando alguma loja de conveniência durante o feriado para não dormir no sofá.” sua entonação denunciava o divertimento sentido por chord ao devanear com as possibilidades e interpreta-las com muita empolgação.
“não julgaria você por ter um gosto duvidoso” retorquiu jocosamente, oferecendo um sorrisinho implicante que – por sorte? – ela não estava mirando, mas talvez o conhecesse em breve. “tive uma fase de só ouvir slipknot, inclusive, snuff é uma das minhas músicas favoritas, então jamais a julgaria por qualquer coisa!” disse com graça, mas docilmente. a pergunta seguinte o fez morder a parte interna da bochecha, era difícil decidir de qual banda gostava mais. “olha, eu não consigo escolher só uma, hazel ann reich” saboreou o nome alheio com uma pronuncia lenta e arrastada. “no entanto, vou considerar guns n’ roses a minha favorita neste momento. amanhã você pode perguntar novamente e terá outra resposta.” indicou com um riso nasalado.
como um grande fã de escutar histórias, chord se aconchegou ainda mais no sofá para ouvir a que hazel estava prestes a lhe dizer, presumiu que seria uma daquelas que ensinam uma dolorosa lição, mas que ainda sim, se fazem igualmente necessária quanto aquelas que são felizes e aquecem corações. durante a narrativa o homem fez caras e bocas, sorrindo quando ela se referiu a ela mesmo como sua garota, era algo na qual poderia se acostumar facilmente, o sorriso em seus lábios indicava sua apreciação silenciosa. “eu sinto muito. mas gostei de saber que extraiu coisas boas dessa experiência desagradável, e estou curioso para ouvir o seu espanglês” aproveitou um espaço para expor seu comentário e se calou logo em seguida, atento aonde ela gostaria de chegar. ele riu do gracejo de sua profissão e parou para pensar naquela frase, talvez não fosse um cara de muito movimento e talvez isso devesse mudar em alguma medida que funcionasse. “eu só não quero te decepcionar por ser como eu sou. levei anos para largar a faculdade que odiava. penso bastante nas minhas decisões, obviamente que no que se refere a relacionamentos isso fica totalmente desbalanceado, eu provavelmente me casaria com você em las vegas se sentisse vontade na hora, mas talvez tenha dificuldade de ir até a índia porque ficaria preocupado com o trabalho, com os meus pais e etc.” exemplificou, as sobrancelhas se unindo numa fugaz confusão, ela entenderia o seu ponto? “eu não sei se me fiz entender, tenho a impressão que não, mas eu sou uma bagunça por dentro, o fato de eu ser organizado por fora certamente é para compensar isso” terminou, falando um pouco mais baixo do que o início, acometido por um constrangimento repentino.
“eu fiquei com a casa dos meus pais, eles se mudaram para um apartamento recentemente. então como deve estar imaginando, a casa está em reforma e eu ainda durmo na minha cama de solteiro” disse risonhamente, esperando que a reforma não se tornasse um problema conjugal, já ouviu histórias cabulosas de como o estresse durante reformas detonou um casamento. chord sentiu os pelos da nuca se enriçarem ao ouvi-la e um tímido arrepio subir por sua espinha, que deus o perdoasse por gostar tanto daquilo e por querer continuar no assunto. “e espaçosa” adicionou sensualmente, rindo de nervoso quando sentiu o rosto aquecer numa espécie de excitação e embaraço, o que diabos estava acontecendo consigo? apertou os olhos por um instante, o que fora um erro, pois o suspiro dela incitou a tal de sua imaginação fértil. “meu deus, hazel. eu acho que vou destruir essa divisória mais cedo ou mais tarde” gracejou, decidido a não fazer mais comentários sugestivos ou então seus pais se envergonhariam de seu comportamento.
desta vez o seu riso tinha um pouco de perplexidade, seria bom demais para ser verdade, não? chord poderia sonhar com isso, mas ter a realização disso parecia algo muito distante da realidade, especialmente porque era uma tradição de seus pais e ele, talvez sua futura esposa participasse por alguns anos até que o tempo afastaria o ânimo dela – e chord entenderia. “já te disseram que a sua lábia é muito boa, senhorita reich?” acusou divertidamente, pensando no quão fácil era conversar com ela. um gemido misturado com suspiro deixou seus lábios com a frase seguinte, e lá estava o marceneiro rindo nervosamente num intervalo ridículo de alguns minutos de um assunto para o outro. sentia-se patético por não revidar com provocações do mesmo nível. “eu mal posso esperar por essas surpresas então. inclusive, meu aniversário está muito próximo.” indicou pausadamente, querendo soar despreocupado.
“ele é um péssimo ator” ressaltou o adjetivo, como se o seu argumento fosse terminar a discussão de uma vez por todas. um pequeno vinco se formou na testa de chord, normalmente as pessoas gostavam do homem aranha do tobey, o que de acordo com o raciocínio do marceneiro cheio de opinião, era por ser o primeiro e nada mais. “eu concordo com você, ele não tem nada do peter parker, fiquei profundamente decepcionado, especialmente no terceiro filme em que... é melhor esquecer daquilo, já o andrew garfield o interpretou muito bem, só o enredo que não o ajudou. tom holland, meu deus do céu, o que foi aquilo com o homem de ferro?” tagarelou, em alguns momentos sua voz soava em completa adoração por encontrar alguém que dividia da mesma opinião, vezes completamente indignada. “ok, a garota aqui não gosta de clichê pessoal, acabou pra mim!” ironizou divertidamente, aproveitando o momento para se levantar do chão e voltar ao sofá que era de longe mais confortável.
lentamente sua cabeça se balançava em negação, pela forma que se expressava poderia parecer como um vitimista e chord não gostaria de soar dessa maneira. “bom, eu posso ser bem irritante às vezes, não as culpo por ir embora, de alguma forma elas tomaram a decisão correta, por que ficar com alguém que você não sente vontade de acompanhar?” encolheu os ombros, por mais doloroso que fosse ser dispensado, sentia-se grato por não ser continuamente enganado. frente a empolgação feminina, chord se calou e deixou com que ela falasse livremente, sorrindo por perceber o ânimo e esforço dela para se fazer entender. “obrigado, ninguém nunca fez uma comparação tão adorável e autêntica. e você tem toda razão, somos um caleidoscópio. é, somos sim.” respondeu num tom tão animado quanto, meneando sua cabeça com firmeza. “hazel, hazel” repetiu num tom jocosamente repreensivo, rindo em seguida por não conseguir se manter sério por muito tempo. “eu, chord francis hopper, água é muito melhor do que vodca, a infinidade de sucos que podem ser feitos e você pensando em álcool. nosso próximo encontro será nos alcoólicos anônimos, mocinha.”
20 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
cnnor·:
Não tinha muito o que Connor pudesse falar que ajudaria o dia do colega. E era tão estranho, já que como disse anteriormente, provavelmente pelo menos uma daquelas garotas era a mesma que eles estavam gostando. Ele assentia enquanto escutava o outro - aproveitou-se do momento para servir dois copos de uísque, jogando-o na mesa para o outro. 
“Você vai saber se ela também te escolheu… O jeito dela vai ser diferente a partir do momento que você perceber que é ela.” Connor falava em partes como uma teoria, mas podia ouvir uma risada específica em seu ouvido enquanto conversava sobre isso. Ainda era cedo, ele sabia disso, precisava de mais certezas, afinal, sairia dali casado e não só com um namorico.
 “Eu também estou confuso perante a três, mas acho que depois dos encontros e de poder ver um pouco mais sobre as personalidades delas, com presentes ou coisas assim, minha cabeça está ficando menos dividida. Até o que eu dei a elas, acho que mostrou para mim mesmo que talvez eu esteja mais inclinado à uma… Mas ainda é cedo para dizer” Respirou fundo, pensando no tanto que as garotas se abriram para ele, e como ele se sentiria um merda em fazer qualquer uma delas sofrer. 
“Eu só queria ter a certeza de que eu não estou machucando ninguém, entende?” Ele ergueu uma sobrancelha e deu um gole em seu copo, respirando um pouco mais pausado.
chord não recusou o whisky, sentia como se precisasse tomar alguma coisa para realinhar suas emoções, tirou um gole considerável e repousou o copo sobre a mesa centralizada entre eles. sorriu lateralmente quando ouviu as palavras de connor. “eu gostaria que fosse tão simples e intuitivo assim.” disse de maneira pensativa, seu olhar ficando distante por uma fração preciosa de segundos até que a voz masculina o fez voltar a situação. “sim, aos poucos, eu acredito que as coisas vão se esclarecendo.” seu tom soara mais otimista do que realmente se sentia. sua cabeça balançou em concordância, ressentia pelo mesmo motivo além da possibilidade de ter seu coração partido mais uma vez. “eu também, cara. por isso busco ser sincero e igualmente cuidadoso, tanto com elas, quanto comigo.” deu mais um gole em sua bebida. “mas não podemos prever e nem controlar qualquer outra coisa. então estou deixando elas fluírem naturalmente esperançoso de que irei me decidir antes do nosso prazo terminar.”
7 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
sweetrussiandoll·:
Quando a pessoa do outro lado respondeu Linna riu, era Chord com certeza, o coração da garota errou alguma batida, talvez, mas preferiu achar que era coisa da sua cabeça. Corou ao comentar sobre a Selina cantora e não teve como não concordar: “-Ladra e cantora nas horas vagas, um currículo bem vasto. Básico de uma Dama que sabe que precisa se virar e se vira como dá. Ahhh você não conhece? Parece que eu adivinhei então… Acho que tem uma caixinha tematica de halloween em algum canto da sua cabine. Dentro dela tem um cd com a versão revisited da trilha sonora de Nightmare Before Christmas. É meio que um filme xodózinho pra mim, espero que goste. -” Continuou apenas batendo as botas no ritmo da musica enquanto tentava se acalmar. Porque mesmo estava mais agitada? 
Mordiscou o lábio com a brincadeira, se bem que naquela noite estava mais com uma vibe Poison Ivy que Catwoman em si, porque estava tão dispersa… Encarou as botas rindo de si mesma enquanto ponderava uma resposta: “-Ahhh Bats estou confusa… nada ajuda a escolher, vou terminar sozinha já até vi. E por aí, muita gente no radar do morcego?-” Brincou cruzando as pernas em posição de Lotus sobre a poltrona apoiando os cotovelos nas coxas e apoiando o queixo nas mãos encarando a divisória. Se estivesse olhando para Chord naquele instante talvez estivesse com cara de boba e corada, mas encarar a divisória lhe fazia bem.
considerou que a garota do outro lado fazia o tipo de pessoa que ria com facilidade e isso não era um ponto negativo para chord que gostava de bancar o engraçadinho sempre que possível. “está contratada!” disse numa voz energética e igualmente divertida. com a menção do presente, o homem procurou a caixa temática encontrando-a sem muito esforço. “oh, obrigado!” agradeceu, abrindo a caixa com delicadeza e entusiasmo, afinal, adorava receber presentes. “eu adorei, alinna. só assisti esse filme uma vez, o que acha de assistirmos juntos em alguma oportunidade?” sugeriu, analisando o seu presente atenciosamente. “eu deixei algo pra você também, pensei em te presentear a única hq que tenho da catwoman, mas presumi que já a tivesse também, então fiz um desenho dela entregando seu coração para o batman para você sempre se lembrar, ou pelo menos enquanto o papel durar, da sua frase emblemática que eu tanto gostei.” explicou com um sorriso eufórico nos lábios, se esquecendo de descrever a caixa deixada. “ah!” exclamou repentinamente “está numa caixa roxa escura, deixei alguns doces também já que você curte tanto o halloween.”
ele riu quando a ouviu mencionar sua confusão, chord sentia-se de maneira semelhante se não pior, não esperava que fosse conhecer pessoas que fossem atraí-lo de maneiras tão diferentes. “selina, querida, as coisas aqui estão parecidas, eu não sei o que fazer, tudo aqui é tão... difícil.” não sabia se era a palavra apropriada, mas foi a única em que pensou, seus ombros se encolheram e chord repuxou os lábios para um canto. “mas acredito que com o passar dos dias, vamos chegar a algum ponto, mesmo que seja o de sairmos sozinhos daqui.” brincou.
2 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Resident Evil 2 Remake [5/?]
5K notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
itsamehzl·:
Ele estava certo em uma coisa, Hazel não estava acostumada com esse tipo de atenção, carinho e afeto - em tamanha intensidade e em tão pouco tempo? Não havia sequer como medir como aquilo a fazia se sentir. Ela pensou um pouco e sorriu. “Você imaginava, quando foi aceito, que se sentiria de forma tão intensa assim em tão pouco?” Sua voz voltava ao tom normal, com uma calma que ela recuperava de acordo com a conversa que desenvolviam. “Eu não estou dizendo que eu amo você.” Ela começou, explicando-se. “Até por eu também ter conversado com outras pessoas, mas é tão intenso aqui, tudo… Talvez seja a falta de contato com o externo que torna esse experimento assim.” Suspirou profundamente. “Queria que fosse mais fácil, você podia fazer um comentário machista babaca e eu sairia dessa cabine sem olhar para trás.” Brincou com o rapaz, tentando sempre deixar o clima mais leve - visto que ela mesma havia trazido tanta pressão ao encontro. 
Sua natureza lhe instigava a fazer mais um comentário ácido, mas mordeu o lábio, controlando sua vontade principal. “Fico feliz que tenha lhe agradado, então…” Ela disse, por fim. “Não tenho muitas coisas de valor, de família, não guardo muitas coisas que foram importantes para mim. Tenho a tendência de manter essas coisas em minhas memórias - no máximo em fotos. Se fosse permitido, talvez tivesse lhe dado uma polaroid.” Fez menção a pequena coleção que mantém em sua casa de suas boas histórias. “O show dessa camiseta foi a primeira vez que vi Avenged, mas também foi a primeira vez que saí sozinha para um evento desses. Talvez a gente possa fingir que te mandei para representar como sou uma alma livre.” Deu uma risada, tentando pensar que seu presente não era de fato tão ruim, era só… Diferente. E cada pessoa levaria algo diferente. Assim como ela recebera um livro incrível antes e aquele colar, cada pedacinho de cada pessoa era especial - e a ajudava a construir, ali, sua nova história. “A recíproca é verdadeira.” Fez uma reverência, antes de perceber que ele não podia vê-la, mas de fato, era. Os momentos com Chord faziam valer as borboletas que antecediam o som de sua voz. 
Os poucos comentários do rapaz mostravam o quanto ele a respeitava, deixava que sua voz fosse completamente pausada para que pusesse a própria com um comentário. Agradeceu o elogio ao seu nome, e percebeu a abertura perfeita para que retornasse à Hazel de sempre. “Vamos conhecer o mundo. Você vai me pedir em casamento, vamos abrir esse espumante e visitaremos um país de cada vez. Com um pedaço de madeira e uma garrafa de vodka de cada vez.” Seu comentário foi brincalhão, e com isso já não se sentia mais nada nervosa, queria sentar-se e assim o fez - puxando a manta deixada no sofá para o chão, cobriu as pernas ao ter se sentado de frente ao painel que os dividia. “Todas elas estavam te deixando por saberem que a sua garota estava te esperando na Flórida.” Ergueu uma sobrancelha, mas logo em seguida respirou fundo, dando um sorriso lateral. “Sinto muito que não tenha dado certo antes… Talvez o caminho não ver, pedir em casamento, casar e se conhecer depois seja melhor, né?” Tocou seu queixo com um dedo, cogitando realmente a possibilidade de aquela ser a melhor opção.
Enquanto sua mente vagava, não pôde deixar de expressar um sorriso gigantesco e, em seguida, afundar seu rosto na almofada mais perto do seu corpo. “NETFLIX, eu limpo a maquiagem daqui, eu juro.” Ela disse baixinho para a câmera ao seu lado. A atitude de lembrança dele, a fizera extremamente feliz. “Eu já sei exatamente. Só precisamos das medidas do seu quarto.” Completou, como indicativo de que está pronta para embarcar naquela jornada. “Ela tem que ter a bancada, sabe? E um espaço pra eu ter minha cadeira. Dos lados você poderia por umas gavetas.” Hazel gesticulava bastante enquanto falava, como se montasse com as mãos a imagem que tinha em sua cabeça. “O espelho tem que ser grande - e por sinal, se a penteadeira for bem posicionada, é um espelho com usos múltiplos…” Fingiu uma tosse para encobrir a voz maliciosa. “Acho que o resto podemos ir vendo conforme você desenha.” Mentiu. Ela tinha pelo menos quarenta imagens da penteadeira dos seus sonhos. “Sinto que estou falando há horas e não escuto de você.” Provocou, esperando as próximas palavras dele.
 Ouviu as palavras Canário Negro e sua orelha fez como a de um gatinho - ergueu-se em entusiasmo. Precisou colocar a taça na boca para não começar a dissertar sobre os quadrinhos e o quão injusto é o arco da personagem nas diversas formas apresentação. Respirou fundo, contendo-se, deu um gole em sua taça e pôs-se de joelhos, aguardando o que mais ele tinha a dizer. O sorriso aumentou em seus lábios ao ouvi-lo contar sobre sua relação com sua família, aquilo para ela era algo tão pessoal e tão lindo de se ouvir - alguém decidiu fazer a felicidade de um menininho de oito anos de idade e dar uma casa, família e principalmente amor e oportunidades. “Acho justo, você é uma pessoa que merece ser celebrada tantas vezes.” Seu corpo voltou a tocar o chão, dessa vez, Hazel fazia-se mais confortável, recostando-se no sofá enquanto os pés tocavam a parede. 
Pensou um pouco em como deve ter sido divertido ter uma infância com tantos primos, crianças correndo para todos os lados - enquanto ela cresceu vendo tv e lendo livros. Chato. “Hmmm.” Começou, dando um bom gole em sua taça antes de começar de fato. “Você pode facilmente ser o Batman em Dark Knight, os quadrinhos, claro.” Revirou os olhos e deu de ombros. “Ou o que tentaram fazer com o pobre do Ben Affleck… Ele tinha potencial.” Respirou fundo, sabendo que suas opiniões sobre heróis e heroínas representados na mídia eram completamente fora do padrão esperado pelas outras pessoas. “De toda forma, clichê. Claro que todo cara quer ser o Batman. Ele é rico, inteligente e poderia ter qualquer garota da DC.” Ela rolou os olhos e negou com a cabeça. “Acho que ele facilmente teria a Canário e seria muito melhor para ela do que o Arqueiro.” Seu comentário foi um pouco mutado pela taça que estava em seus lábios. 
Assentiu sobre a organização, não era seu forte mas não era seu maior problema - mas atacou-lhe a curiosidade o que mais tiraria o rapaz do sério, não sabia se ousava questionar naquele momento. “Você termina dizendo que é sentimental para que as garotas façam “aaaahn”” Seus lábios contraídos, ainda tentando provocar um pouco o rapaz - tentava se livrar de toda carga emocional que obtivera no início do encontro. “E nisso seremos completamente diferentes. É difícil para mim demonstrar qualquer tipo de emoção. Mas eu admiro quem consegue, então acho isso um ponto super positivo em você.” 
Mais uma vez ela sorriu, e agora já tinha tantas coisas em mente para perguntar, mas a principal - até devido à sua profissão: “Se pudesse escolher uma única bebida pelo resto da sua vida, que não seja água, qual seria?” Já havia tido essa conversa antes com outro encontro e gostara do rumo da conversa. Era divertido ver as pessoas pensando em como ter que responder aquilo - e claro, a fazia entender se a pessoa do outro lado bebida tantas garrafas quanto ela.
“a vida tem o hábito de nos surpreender mesmo quando achamos estar preparados para determinada situação” respondeu, momentaneamente pensativo. “eu sabia que ia ser intenso e confesso ter romantizado o experimento ao ponto de pensar que sentiria isso somente com uma pessoa, mas... enfim” não quis se prolongar para não causar nenhum desconforto, tanto em si mesmo quanto em hazel. “sabe o que isso me lembra? no japão, na década de oitenta e noventa, as pessoas se conheciam por cabines telefônicas, era um comercio curioso e muito procurado, você conversava com alguém e então marcava o encontro se ambos concordassem. isso aqui não é muito diferente do que namorar por cartas ou telefone, você não sabe o que vai encontrar do outro lado, tem expectativas e fantasias, é um risco” chord quase emendou dizendo que atualmente os namoros a distância também entrava nas características relacionadas, porém a poupou de seus devaneios. soprou uma risadinha com a brincadeira. “eu gosto de pensar que não sou babaca assim, mas nunca se sabe, não é? quando se é homem você tem uma probabilidade absurda de estragar as coisas.”
suas sobrancelhas se arquearam ligeiramente conforme escutava a resposta de hazel. “entendi, eu gosto de guardar as coisas... são recordações materiais que no meu ponto de vista são importantes. gosto da ideia de fazer aqueles vídeos caseiros bregas com a minha família e assistirmos eles nos natais até que eu não possa mais acompanha-los.” a ideia fez com que chord sorrisse, enxergando sua fantasia num futuro relativamente próximo, não sabia se hazel o acompanharia de bom grado se o casamento ocorresse, eles pareciam diferentes, ao menos nesse tópico. porém sabia que cada pessoa tinha suas particularidades e se existisse amor, a cumplicidade e compreensão ocorria naturalmente. “primeiras vezes costumam ser especiais, eu entendo que me deu a camiseta por causa disso, além de demonstrar seu gosto pessoal, mas posso estar sendo equivocado” encolheu os ombros, incerto se sua interpretação seria relevante. “fico feliz por isso” admitiu suavemente, esboçando um sorriso correspondente.
a mudança, ou o retorno do que vira no primeiro encontro fez com que seu cenho se franzisse e um sorriso empolgado curvasse imediatamente seus lábios. chord sentia-se energizado outra vez. “gosto de pensar na ideia de sair viajando por aí, mas isso não é algo prioritário pra mim, enquanto que pra você parece ser... apesar do meu senso de humor, minha vida é mais tranquila do que faço parecer, é praticamente pacata e eu admito gostar dessa rotina. no meu tempo livre invento de fazer algumas coisas, mas planejar uma viagem é algo grandioso, especialmente para outros países. tenho receio que se nos casarmos, você fique presa comigo e não se sinta feliz por não poder fazer isso com constância” expressou seu receio cuidadosamente, não queria ser o chato que traz assuntos sérios, no entanto, eles precisavam se conhecer a fundo ou o mais fundo que conseguisse. “wow” brandou, rindo com empolgação. “pena que nenhuma delas me avisou, né? eu teria ido te buscar há muito tempo!” retorquiu num tom semelhante ao dela. “tudo bem, as coisas são como são, talvez o experimento seja a solução dos meus problemas” embora seu tom fosse divertido, chord depositava alguma fé na permissa do programa.
um sorriso bobo adornou os lábios do homem quando a ouviu afirmar que já havia pensado na penteadeira. “meu quarto é muito espaçoso, reservei um espaço para minha futura esposa há muito tempo, então não se preocupe com as medidas.” esclareceu com diversão. sua imaginação fluía à medida que hazel lhe descrevia o que gostaria, o comentário de origem maliciosa o fez soprar um riso quase nervoso, aparentemente ela tinha facilidade em aquecer sua derme somente com palavras. “eu tenho uma imaginação fértil, hazel” disse como se aquilo fosse um ponto negativo, na ocasião, se desse margem para ela seus pensamentos seriam impuros. “claro, vamos nos sentar e desenhar a sua penteadeira dos sonhos. e quando ela estiver pronta... vamos testa-la.” se esforçou para que seu timbre não soasse sugestivo. embora a conhecesse a pouquíssimo tempo, chord notou a doçura que existia em hazel e a maneira como ela a expressava com muita naturalidade, isso aquecia seu coração de tal maneira que o sorriso bobo era uma resposta padronizada. “está preparada para me presentear três vezes ao ano?” perguntou num tom sério, porém não tardou para que estivesse rindo logo depois. “estou brincando, mas se você quiser, estou falando sério. presentes são sempre bem-vindos.”
não era como se não prestasse atenção em hazel, mas quando o assunto se virou para quadrinhos e afins, chord se aproximou da divisória, levando consigo a camiseta dela. “eu tenho muito carinho pelo batman porque ele foi o primeiro herói li os quadrinhos. mas tenho muitas ressalvas a respeito de seu desenvolvimento.” falou, se sentando no chão. “nossa, ele é um péssimo batman, por favor!” disse com uma entonação discordante, não havia apreciado o papel do ator, nem mesmo achava que ele era bom no que fazia... mas quem era chord para julgar a atuação de alguém? fez uma careta com o comentário seguinte. “está sugerindo que eu sou um clichê?” perguntou, encostando-se na divisória. “ele a teria por ser rico, inteligente e provavelmente galante?” provocou.
“nenhuma garota reagiu assim quando me viu chorando por alguma bobagem. tenho pra mim que essa característica desagrade muitas mulheres, querendo ou não, o machismo estipula muitos comportamento.” disse, ciente da provocação, não pretendia levar o assunto para a seriedade então completou: “então tenho feito terapia para lidar melhor com isso, não quero ser dispensado de novo por ser um chorão.” disse com graça. “tudo na vida tem o seu lado positivo e negativo, então... ser emotivo tem o lado bom e não ser emotivo também.” encolheu os ombros quando terminou de falar. no início da pergunta chord já estava prestes a responder que seria água quando ela mencionou que isso não entrava nas opções, ele soprou uma risada no mesmo instante. “eu ia falar água, mas já que não posso” parou para pensar, não costumava beber muito, só o suficiente para sentir-se mais alegre do que o comum em algumas ocasiões. “cerveja puro malte, e quanto a você senhorita mixologista?”
20 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
bzilarin·:
ㅤㅤㅤㅤㅤ⋆ —— Então… É que eu combinei com alguém da produção de me falar um pouco sobre cada um para saber como conquistar. ❞, respondeu em tom de brincadeira, ficando feliz em seu interior por ter acertado em sua pequena suposição. Pelo visto, ainda podia confiar em sua intuição mesmo sem ver a pessoa que estava do outro do lado daquela parede opaca. —— Eu evito ver documentários sobre serial killers… Da última vez que tentei, tive um pesadelo e acabei perdendo uma ótima noite de sono. ❞, suspirou, lembrando-se daquela noite como se fosse ontem. —— Quem sabe com companhia eu não conseguiria assistir melhor? ❞, perguntou de forma simplista, mas com o convite implícito naquela frase. —— Eu tive uma fase obcecada por Brooklyn 99 e não foi nada saudável. Não esperava menos do que um Jake Peralta para me relacionar e acabei um ano solteira, já que ninguém consegue ser tão perfeito.❞, soltou a risada sincera, já que o personagem citado era um de seus preferidos de todas as séries que havia assistido na vida. —— Nossa, com qual personagem você mais se identifica? Essa é uma pergunta de fato importante, ok? ❞
“então você está trapaceando?” os olhos de chord se apertaram numa falsa desconfiança até que o sorriso viesse para mudar sua carranca que infelizmente não estava sendo vista, quebrando parte de seu humor. “oh, eu admito que gosto, mas não vejo muitos... fico abalado por saber que isso tendem a ser real, é triste e perturbador.” começou, gesticulando e fazendo caras e bocas para expor seu parecer. “eu adoraria acompanha-la, se for o caso, assistimos algo mais tranquilo e de sua preferência!” retorquiu cheio de animação. ele riu quando ela mencionou seu vicio na série. “eu compreendo, até eu sou apaixonado por aquele homem” disse risonhamente. “gosto da evolução do jake e muitas vezes me identifiquei com ele. e eu juro que não estou me aproveitando do que você disse!” levantou as mãos num sinal de rendição e suspirou ao perceber que estava insistindo no erro. “mas e quanto a você?”
3 notes · View notes
darktreeartisan · 3 years
Text
esperar o inesperado poderia ser... difícil, tanto pela espera por si só, quanto pela imprevisibilidade. ansiosos poderiam sofrer mais do que o comum, pois buscavam obter controle daquilo que sequer vinha acompanhado de um manual de instruções, a vida em toda sua maravilhosa magnitude oferecia uma eternidade de possibilidades, dificultando o processo de escolhas – é claro, mas essa não era a grande graça de tudo? a voz feminina afastou seus devaneios para longe e chord sorriu, o talvez havia se firmado, pelo menos por enquanto. “olá, cora” cumprimentou de volta, mordiscando o lábio inferior por alguns instantes de nervosismo. “sim” concordou, meneando a cabeça involuntariamente, sentia-se muito tranquilo ante a presença dela como se a conhecesse há tempos. “de alguma forma, sim. acredito que todos nós temos um propósito” expressou seu parecer suavemente, relaxando sobre o assento. seu sorriso se tornou um pouco maior, contente com a recíproca. “isso me deixa feliz, cora. e lisonjeado, principalmente” pontuou com bom humor e afeição. “eu gosto de histórias, estou pronto para ouvi-la” com a menção do presente o homem olhou ao redor até que a encontrasse, a principio estava tão absorto ao nervosismo que sequer a percebeu quando entrou na cabine, notar isso tão tardiamente o fez soprar um riso ligeiramente exasperado. “está aqui sim” avisou, se levantando para abri-la. ficou desconcentrado com a lua e como uma criança seus dedos alcançaram o objeto com delicadeza. “isso é muito bonito, cora” disse numa voz lenta e maravilhada, passando os olhos para o outro item da caixa, não tomou a liberdade de alcança-lo, esperou por alguma orientação para faze-lo.
havia deixado um presente na cabine também; um livro envolto por uma manta desbotada pelo tempo, a mesma manta que o acompanhara até o abrigo e que chord jamais se desfez. “eu também deixei algo pra você, espero que não se assuste com a simplicidade” começou, um pouco receoso com o que ela viria achar, porém não era uma emoção que o perseguiu, estranhamente acreditou que ela enxergaria alguma beleza em seu gesto, chame de esperança ou de ilusão, chord preferia confiar no sentimento de familiaridade. “está envolvido numa manta desbotada pelo tempo, apesar de bem cuidada. me lembro de quando ela era perfeitamente azulada, um azul escuro, mas ainda sim vibrante” se deixou levar pelas lembranças, sua mãe biológica o havia dado a peça quando fora mandado para o abrigo e chord viu em seus olhos um pesar assustador durante a despedida, mas também enxergou um fio de esperança, ela parecia saber que o pequeno teria sorte quando o deixasse ir. “vai achar o livro dos miseráveis, eu não sou um cara dado a leitura, mas quando cheguei na casa dos meus pais o título me chamou a atenção porque eu me sentia miserável” confessou depois de uma respiração profunda. “encarei esse livro por anos e até alguns dias não havia lido nenhuma página mesmo carregando-o por aí” sentia-se ridículo por admitir isso tão abertamente, mas não se abalou. “você disse que sentia orgulho de mim, o que fez com que eu me sentisse corajoso o bastante para finalmente começar a minha leitura. devo dizer que esse livro é como se fosse a última barreira que me impede de fazer as pazes com o meu passado conturbado. então tenho que agradecer sua participação nisso, foi algo importante pra mim.” agradeceu um pouco sem jeito.
ɪ·ᴍ ᴀ sᴄᴀʀʏ ɢᴀʀɢᴏʏʟᴇ ᴏɴ ᴀ ᴛᴏᴡᴇʀ﹐ ᴛʜᴀᴛ ʏᴏᴜ ᴍᴀᴅᴇ ᴡɪᴛʜ ᴘʟᴀsᴛɪᴄ ᴘᴏᴡᴇʀ / second date w. @darktreeartisan
Um passo poderia ser suficiente para mudar sua vida, seu pai costumava dizer algo assim, recordava-se Cora afinal, com um passo você poderia fechar um bom negócio, com o mesmo passo seria facilmente possível ultrapassar a marca da vitória em uma maratona concorrida, ao mesmo tempo que um passo também poderia ser o suficiente para que uma carreira promissora em uma passarela iluminada fosse simplesmente deixada de lado… por um futuro até então desconhecido. Não deveria ser surpresa, afinal, na mesma hora, em todos os dias, com as mesmas rotinas, pessoas mudavam o rumo de suas vidas. Como um flashback de sensações, Cora dera um passo adentrando o local de seu segundo encontro, mordendo o lábio inferior ao relembrar que sentira a mesma sensação de nervosismo borbulhante quando adentrara a agência mundialmente prestigiada de modelos e desistira de toda a carreira que um dia tivera pensado que duraria a eternidade. Tola criança, sequer sabia que a eternidade era muito tempo, principalmente quando comparado à normalidade. O frio e a inquietude lhe preenchiam como a lua cheia e suas múltiplas sensações como na noite em que assinara os papéis do seu divórcio, no entanto, diferentemente daquele dia, a lua cheia na noite passada em tal estado de brilho apresentara efeito múltiplo, agindo sobre os sonhos, sobre a loucura e obviamente sobre as pessoas angustiadas, acalmando-lhe em seu brilho prateado. Cora deixou que seus pensamentos fossem cortados ao ouvir certa movimentação do outro lado da divisória. “Hey, you.” Cumprimentou arrastadamente, deixando que suas mãos pousassem em seus joelhos, a medida que sentia as batidas de seu coração. “Você me disse que tinha a sensação de que me conhecia…” Ela começou, deixando que seu indicador batucasse na própria patela, lenta e quase dolorosamente. “Você acredita em destino, Chord?” Perguntou com suavidade, esperando que a caixa que tivera indicado tivesse chegado como o esperado. “Parece que temos algo em comum… De alguma forma, eu senti como se também te conhecesse… Há muito tempo. E por algum motivo eu senti que precisava compartilhar uma das minhas crenças mais íntimas, talvez seja um pouco bobo, mas é uma história bonita a ser dita para aqueles que não a conhecem.” Cora falou soltando um pequeno riso envergonhado, um tanto quanto desconcertada, mas de alguma forma, tiveram caído em um encontro juntos. “Eu espero que a minha caixa tenha chegado até você… Eu as trouxe comigo da China.”
16 notes · View notes