erato-x

[erato-x]

não apressa meu querer, me deixa apaixonar por ti de mansinho.

[erato-x]

sei que ouviu falar de mim, como ouvi falar de ti. dizem por aí que a mão dela é macia, o sorriso é solar, que o céu é mais azul onde ela está. ouvi dizer que você nunca foi tão cheio de palavras bonitas assim, que sua aura era vermelha como o amor mais ardente. te envio meus melhores desejos de felicidade daqui do meu canto púrpura, assim como seus olhos no contato com o sol. torço para que possa desbravar o que ainda não conheceu, que seus pés toquem o chão com suavidade e que no fim do dia não te reste arrependimento algum. meu amor me motivou a te deixar seguir as estradas que eu não seria capaz de pavimentar, ou trilhar contigo. me contento em te ver feliz lá, não aqui. me satisfaz te ver correr pelos campos novos sem se preocupar com meus pés cansados e doloridos. tô na torcida do seu futuro brilhante, do seus medos diminuidos, das coragens extensas, das risadas que preenchem. amar é deixar ir e eu te deixei. quando me contam do seu novo modo de viver, ou quando sua foto me encontra numa timeline qualquer, vejo teu sorriso com o carinho que preencheu nossos dias contados e infinitos. te observo com afeto, sem receios, assim como espero que seja com você. te desejo o melhor possível, bons dias, bons sonhos, bons destinos, e boa memória. só pra você lembrar que comigo ia ser bem melhor.

 H.

[erato-x]

e de novo, e de novo e de novo o gosto da decepção entra pela minha boca, faz todo o processo digestivo e fica agarrada no meu estômago, não desce. mas ao invés de lutar contra isso e no fim ganhar uma azia horrenda, eu decidi apenas me livrar da comida que não desce. aos poucos.

no começo é difícil se livrar, vai dar saudade, mas pouco a pouco diminuindo a frequência com que se ingere o gosto vai deixando de ser familiar. o sabor não faz mais falta e após um bom tempo sem provar, o gosto será horrível e então sem mais desejos e nunca mais azias

[erato-x]

tire as vendas dos seus olhos e tape seus ouvidos, se concentre em mim, você está me perdendo amor.

[erato-x]

você está destruindo a casa

você está rasgando as cortinas e os sofás

você está quebrando o porta retrato

você está jogando água na boca do fogão

e a boca do fogão, não acende ao ser molhada 

sem fogão não há comida

sem comida ficamos doente

a doença traz a morte

então morreremos

tudo isso, porque você escutou quem disse que nossa casa precisava de reforma

[erato-x]

[erato-x]

por @leve.mente.insana

[erato-x]

Queria outra chance, pra te amar direito dessa vez. Eu sempre amei demais todos os que fizeram parte da minha vida, o que me trouxe um medo muito grande de acabar me doando demais e acabar não sobrando nada pra mim. Quis cuidar de todos, às vezes esquecendo de cuidar de mim mesma. Sempre fui muito decidida com o que eu queria, e quando decidi não querer o seu amor, fui muito intensa. Seja pela imaturidade ou pelo medo de sentir algo que nunca tinha sentido antes, mas me arrependi. Me arrependi por ter te magoado, por não saber ser amada. Se pudesse eu te conheceria depois, quando fosse madura o suficiente pra não jogar fora o amor da minha vida. Por favor, volte daqui alguns anos para vivermos um amor lindo e calmo, o amor que não podemos viver hoje.

Amar às vezes não me salva. Inspirado na história de helenarctonin-blog

[erato-x]

te ver parar me dá vontade de pular do barco e ir pra terra nadando

“olha,

eu sei que o barco tá furado

e sei que você também sabe

mas queria te dizer pra não parar de remar,

porque te ver remando

me dá vontade de não querer parar também.”

— citação de carta escrita por Caio Fernando Abreu a Bruna Lombardi.

[erato-x]

vou usar esse tempo pra me desintoxicar de você. para que quando saírem dos seus lábios as palavras que colocaram um fim na gente, eu não morra de desgosto.

[erato-x]

não posso te deixar ir, sem te dizer o quanto eu quero que você fique

[erato-x]

you drew stars around my scars

Me embriaguei em seus beijos bêbados, sem saber que o vinho era de outra. Te entreguei pedaços de meus afetos, meus cadernos e minha pele, suas mãos chegando onde ninguém jamais pode tocar. Seus lábios contornando lugares que nunca ousei mostrar. Me enchi dessa certeza ingênua trazida pela paixão, a caminhada que levaria a um amor de cinema. Me perdi em suas canções mal cantaroladas entre beijos na ponta do ouvido e na lateral de meu pescoço nu, arrepiado pela brisa e pela expectativa. Descobri mais de mim observando o balançar de seus quadris do que em todos os anos dessa minha juventude engarrafada, como se durante todo o tempo esperasse você com suas palavras sensuais e pensamentos complexos. Doei meus fins de semana aos seus devaneios, antes que sumisse para lugares que jamais poderia imaginar, antes de saber que seu coração tinha mais de um lugar. Meu peito doeu pelo golpe e pela injustiça de perceber que, mesmo sangrando, sua tatuagem permanecia em mim. Sua pressa de possuir tudo que viu nos tirou do lugar que era direito, perseguindo dois caminhos terminou por se perder de mim. Observei de longe seus lábios doces se encontrando com outros mares, seus olhos suaves contemplarem outros corpos. Desejei apagar de mim os rastros com seu nome, os medos refletidos em meus maneirismos ansiosos. Minha juventude foi entregue a sua convicção só para se deparar com cicatrizes decoradas, bordadas com as juras que fizera em noites quentes tão distantes. Contudo, algo aqui sempre soube que veria seus olhos perdidos novamente diante da porta de entrada depois que o sol forte se fosse. Sempre soube que suas mãos regressariam para memória da minha pele, banhada de mar e de desejo, esperando seu toque sob postes de luz fraca. Sempre soube que mesmo após conhecer tantos outros lençóis, tantos outros olhares, perceberia que o meu sempre fora o favorito. Sempre soube que você voltaria para mim.

[erato-x]

oi, alô, deu vontade de ligar e não consegui segurar a urgência. não vou te pedir pra voltar, não. pode ficar aí tão longe quanto possível. não vou te chamar pra conversar, não, pode continuar esquecendo minha voz cada dia mais. é que eu esbarrei naquela sua declaração, naquele amor que guardou para mim. é que eu não resisti à tentação de reler conversas de quando a gente ainda era feliz. mas tudo bem, já acabou, eu sei. nem essa mensagem você deve ouvir. perdoa, amor, é que dói sentir saudade do que a gente já foi.

[e não pode mais ser]

mensagens (de voz) arquivadas

[erato-x]

deixei pedaços de nós por ai

te perdi nas esquinas

e acabamos aqui

no final de uma estrada

destruída por mim

@iluminei /a.c

[erato-x]

você me escreveu uma carta, depois de eu tanto pedir por uma e sempre escutar "não levo jeito para essas coisas". finalmente você me escreveu uma carta, seis dias após o nosso término.

[erato-x]

[erato-x]