Tumgik
guarita · 6 years
Text
Floresta, de Amelia Biagioni
FLORESTA
Minha sombra minha paixão minha razão meu relâmpago me disseram que existem no universo quatro fomes
Minhas fomes me gritaram que o universo não se acalma com gemidos mas com atos
Meus atos me mostraram que o universo é um obscura floresta errante onde todo movimento é caçada.
Bosque
Mi sombra mi pasión mi razón mi relámpago me dijeron que hay en el universo cuatro hambres
Mis hambres me gritaron que el universo no se calma con gemidos sino con actos
Mis actos me mostraron que el universo es un oscuro andante bosque donde todo movimiento es cacería.
2 notes · View notes
guarita · 6 years
Text
A Letra Muda, de Alejandro Félix Raimundo
A LETRA MUDA
Dizem que depois de ter terminado sua obra Deus viu escrito em algum lugar a palavra orror então, para disfarçar a inquietude que esta lhe causava decidiu inventar o h mas, ao chegar a primeira noite em que se sentou para considerar alguns detalhes de sua obra sua consciência, que recém começará a se desdobrar não pode pronunciar essa letra.
La letra muda
Dicen que después de haber terminado su obra Dios vio escrita en algún lado la palabra orror entonces, para disimular la inquietud que ésta le causaba decidió inventar la h pero, al llegar la primera noche en la que se sentó a considerar algunos detalles de su obra su conciencia, que recién comenzaba a desdoblarse no pudo esa letra pronunciar.
1 note · View note
guarita · 6 years
Text
[6 transcriações sobre um "haicai" do Yone Noguchi]
Tumblr media
Meu labor atual como pessoa interessada em tradução e criação literária tem sido os poemas do Yone Noguchi, em especifico os 84 haicais de seu livro "Japaneses Hokkus". O livro é, em resumo, morno, mas eu apontaria diversos problemas deliciosos que eu venho encontrando e tratando de solucioná-los, ou compensá-los, da maneira mais acrobática possível.
Por exemplo, o senhor Noguchi toma certas liberdades. Liberdades demasiadas livres. Quem conhece haicai sabe que é um formato de poema escrito em terceto e com 5-7-5 respectivamente em cada verso. Pois bem, o sr. Noguchi sente-se livre para, em alguns poemas, não segui nenhum desses formatos. Alguns de seus haicais tem 4 versos, outros tem, no seu somatório silábico, mais do que 17 sílabas. Ele justifica-se no começo do livro, dizendo que “alguns desses poemas foram escritos na métrica das dezessete sílabas, e outros foram escritos mais livres de formas, mas o espírito do haicai, creio eu, corre por todos os poemas”. Não estou aqui pra julgar isso dele a fundo (ao menos não aqui, nesse post. Esse ano sai pela munganga edições esse livro dele e lá eu falarei mais sobre esses probleminhas talvez.), mas estou aqui pra apresentar 6 transcriações de um de seus "haicais".
Esse é o haicai de número 6 do livro, começa assim:
The faint shadow of the morning moon? Nay, the snow falling on the earth. The mist of blossoming flowers? Nay, poetry smiling up the sky.
Como dá pra ver, é um haicai de 4 versos. E contém uma verve imagista muito bonita, se pensada com calma (coisa que só fui notar depois de ler trocentas vezes esse poema). Pois bem, eu disse acima que fiz uma transcriação, e isso se deve pelo fato d'eu não tomar as mesmas liberdades que o sr. Noguchi, mas liberdades diferentes. Como assim? Ora, a começar por a língua inglesa ter predominantemente palavras de uma ou duas sílabas, enquanto que no português as palavras contém em sua maioria três ou mais sílabas, logo seria quase impossível manter esse capricho nas imagens com a mesma contagem silábica de um haicai. Por isso chamei minhas versões de transcriações: pois são mais recortes, de dois versos geralmente, as vezes até três, contidos no poema. E por isso muitas versões também, pra tentar dar um norte fragmentário ao leitor do texto original, mesmo que seja mais uma leitura em estilhaço do que um texto similar ao original. Enfim. Nas 6 versões a seguir eu tentei seguir o padrão de terceto em todos os poemas, no esquema 5-7-5. Em alguns, beberiquei da liberdade do senhor Noguchi, mas não tanto, tendo alguns poemas não o esquema 5-7-5, mas o somatório total de sílabas resultando em 17 (que é o somatório de sílabas de um haicai).
Outra coisa é que essas minhas transcriações tenham algo de errado, mas isso se deve ao fato d'eu não conseguir achar muitos textos pra referenciar na tradução, i.é. textos que tratassem da tradução de haikai do inglês pra português; textos que tratassem de tradução em si, e por ai vai, mas se alguém souber de algum texto/livro/palestra sobre o assunto, por favor me mande <3
Enfim, sem enrolar, as versões:
1
És a débil sombra Da lua auroral? Não, neve És, caindo na terra.
2
És bruma de flores Nascidas? Não, és poema Sorrindo ao céu.
3
Sobre as cãs que no Solo caiam a tíbia Sombra da lua crástina.
4  
Terra alva de neve Sobre ti bruma de flores Rebentas a rir
5
Débil é a sombra Da lua auroreal sobre O alvo chão de neve
6
Branco chão – parca Lua sob a aurora – Revoada de flores novas
2 notes · View notes
guarita · 6 years
Text
2 poemas de joaquín pasos
Tumblr media
Muta parola
Aqui estão as palavras e eu quero ser protegido delas Porque todas elas escondem sob seus casacos uma criança morta E seu rosto é terrivelmente florido com um bigode e um par de óculos. Pois o pior do mundo é uma palavra: dita ou desdita.
Não deixe-a vir, aquela palavra chinesa, amarela e amarela; Aquela palavra em esperanto, camaleônica como a Sociedade das Nações; Aquela palavra espanhola que soa aos ouvidos ocidentais como o badalo miúdo de uma igreja missionária em San Francisco.
Todas elas têm uma coloração suja; as palavras russas, — sarapintadas como neve ensanguentada; as francesas, — guardanapos com manchas de vinho e mel; as alemãs de óxido de ferro; as italianas com o som roto das cordas de mandolim e essas palavras inglesas, — excelentes para tudo que tenha movimento, exceto a vida!
Jogue-as fora, e dê ao homem o direito de falar sua própria língua, mesmo que desconhecida. Tome de mim todo o léxico. Corte da minha língua qualquer língua. E, nesta tarde, deixe-me ver as fotografias do branco livro do Silêncio.
Muta parola
Here are the words and I want to be protected against them Because everyone of them hides under its coat a dead child And its face is awfully flowered with a moustache and a pair of spectacles. Because the worst on the world is a word: said or unsaid.
Don't let her come, that Chinese word, yellow and yellow; That Speranto word, camaleonian like the League of Nations; That Spanish word that sounds to western ears like the tiny bell of a mission church in San Francisco.
They all have a dirty color; the Russian words, -- spotted like the bloody snow; the French ones, -- napkins with drops of wine and honey; the iron-oxide German ones; the Italian mandoline's strings of rotten sound, and these English words, -- good for all that means movement, but life!
Throw them away, and give to man the right to speak his own language, yet unknown. Take from me the whole lexicon. Cut from my tongue any tongue. And, this afternoon, let me see the pictures of the white book of Silence.
Tristes reflexões sobre felicidade
Ó Carinha feliz, seu chapéu está enrascado, seus sapatos estão sorrindo e você vive no Parque Alegre onde a Leda Viúva dança no carrossel, neste lugar onde Felicidade não germina, mas é feita por máquinas, mantida em caixas fotográficas, comprimida em $ moedas, coberta em contas bancárias — alegríssima alegria na coloridíssima cor de papier monnaie. Os homens desejam ser animais e por isso vestem seus corpos com peles incalculáveis e as mulheres cantam e carregam penas pensando serem pássaros; mas nenhum deles acredita em Humanidade e usam de Sorrisos e Linguagem como Marca Registrada da Espiritualidade, e cá estão com todo entendimento o sorriso sofisticado, esse sorriso carminado como chocolate esmaltado em pílulas de quinino — os dentes
Ó Carinha feliz, uma vez que não se possa pipilar pelo buraco da fechadura nem andar no lombo do cavalo e nem ouvir um intermezzo sintônico sentirá que um acontecimento feliz está por vir, e eu gosto dos funcionários dos correios, do apito das locomotivas, e dos aviões que partem.
Meu coração sobressalta cálidos desejos e eu os espalho em cartões postais de felicitações onomásticas que mando aos meus amigos para fazê-los felizes igual a moça de um anúncio de revista.
Este é o caminho para a Felicidade. Mas eu não acredito em barbas floridas, Carinha; Mesmo assim você guarda uma pálida flor rosa como se fosse uma velha felicidade.
Sad reflexions on gaiety
O gay Guy, your hat is troubled, your shoes are smiling and you live in Joy Park where Merry Widow dances in the merry-go-round, in this place where Joy does not grow but is made by machines, kept in photographic boxes, compressed in $ coings, wrapped in bank-bills -- the most joyful joy in the most colorful color of papier monnaie. Men wish to be animals and that is why they dress their body with priceless skins and women     sing and carry feathers thinking they are birds; but anyone of them believes in Humanity and they use Smile and Language as the Trade Mark of Spirithood, and here is with every acquaintance the sophisticated smile, that rouged smile like chocolate enameled quinine pills -- the teeth.
O gay Guy, once cannot pip through the keyhole nor walk on horse-back nor hear a sintonic intermezzo     without feeling that a merry event is coming, and I like the postal clerks, the whistles of locomotives, and the leaving planes.
My heart is bumping hot desires and I spread them on post-cards for onomastic congratulations that I send to my friends in order to make them happy like the magazine-announcement's young girl.
This is the way to Gaiety. But I don't believe in flowered beards, Guy; nevertheless you keep a pale-pink flower as if it were an old gladness.
0 notes
guarita · 6 years
Text
3 poemas de “A Book of Music”, do Jack Spicer.
Tumblr media
IMPROVISAÇÕES SOBRE UMA FRASE DE POE
“Indefinição é um elemento da verdadeira música”. A grandiosa concórdia do que Não se curva por definição. A gaivota Sozinha no cais grasnando a cabeça fora De peixe nenhum, de nenhuma outra gaivota, De nenhum oceano. Desprovida absolutamente de sentido Igual uma trompa. Nem mesmo é uma orquestra. Concórdia Sozinha no cais. A grandiosa concórdia do que Não se curva por definição. Nenhum peixe Nenhuma outra gaivota, nenhum oceano — a verdadeira Música.
IMPROVISATIONS ON A SENTENCE BY POE
"Indefiniteness is an element of the true music." The grand concord of what Does not stoop to definition. The seagull Alone on the pier cawing its head off Over no fish, no other seagull, No ocean. As absolutely devoid of meaning As a French horn. It is not even an orchestra. Concord Alone on a pier. The grand concord of what Does not stoop to definition. No fish No other seagull, no ocean - the true Music.
====================================================
CANTATA
Ridículo Como o espaço entre três violinos Pode ameaçar toda nossa poesia. Nos dispomos juntos como Lobinhos num piquenique. Há uma algazarra. Ameaças de chuva. Este momento de terror. Estranho como todas as nossas crenças Desaparecem.
CANTATA
Ridiculous How the space between three violins Can threaten all of our poetry. We bunch together like Cub Scouts at a picnic. There is a high scream. Rain threatens. That moment of terror. Strange how all our beliefs Disappear.
====================================================
CANÇÃO FANTASMA
A in    capacidade de amar A incapacidade                          de amar Amando                  (Como todos os animaizinhos subindo a colina                   juntos as pampas para escapar do bode e do tigre mau) A incapacidade Incapaz                  (me diga por que nenhuma alva chama vem à terra                  Quando relâmpagos atingem os galhos e os ramos secos) Amando.      Amando.       Amando.        A In-      capacidade                (como se não houvesse mais nada nas montanhas exceto                àquilo de que ninguém quer escapar)
GHOST SONG
The in           ability to love The inability to love In love            (Like all the small animals went up the hill             into the underbrush to escape from the goat and the bad tiger) The inability Inability             (tell me why no white flame comes up from the earth             when lightning strikes the twigs and the dry branches) In love.    In love.     In love.      The In-     ability              (as if there were nothing left on the mountains but               what nobody wanted to escape from)
2 notes · View notes
guarita · 6 years
Text
+ lucille clifton
Tumblr media
citações da tia margaret brown
Abraham Lincoln tá igualzinho ao meu pai; morto.
Homens brancos caminhando por toda lua, eles vão aonde eles querem.
Fale sobre Columbus, qu'eu te conto quem descobriu a América; Martin Luther King isso sim. ******
quotations from aunt margaret brown
Abraham Lincoln just like my Daddy; dead.
White men just walking all on the moon, he go where he want to go.
Talk about Columbus, I tell you who discovered America; Martin Luther King that’s who.
******
a poeta tem trinta e dois
ela sabe da coisas tanto  quanto os ratos, o som do gato o aroma do queijo onde os buracos estão, ela está confortável abraçando paredes se estremece sobre a luz e deixará desastre quando puder. ******
the poet is thirty two
she has such knowledges as rats have, the sound of cat the smell of cheese where the holes are, she is comfortable hugging the walls she trembles over herself in the light and she will leave disaster when she can.
******
para prissly
garota igual a uma coisa selvagem se continuares com teu jeito amoroso se não parares de se preocupar e temer e notar coisas e entender coisas o povo irá te chamar de louca.
******
for prissly
girl looking like a wild thing if you keep on your loving way if you don’t stop caring and fearing and noticing things and understanding things people gone call you crazy
******
Mãe, aqui estão os poemas que você nunca escreveu aqui estão as plantas que você nunca cuidou, tudo que sou sou por ele tudo que faço faço por você.
******
Dear Mama, here are the poems you never wrote here are the plants you never grew, all that i am i am for him all that i do i do for you.
******
Querida Te enviei sua caixa como prometido e espero que você goste coloquei atum porque você gosta    deixe seu quarto limpo (sorriso) e estamos bem só sinto muita saudade tua meu bebê não se apaixone por estranhos escreva quando você tiver tempo e seja uma boa menina pra sua                                                 Mãe.
******
Dear I have sent you your box as promised and hope you like it all I put in tuna fish because you like it keep your room clean (smile) and we are all alright only I misses you so much my baby don’t fall in love with no stranger write when you have time and be a good girl for your Mama
1 note · View note
guarita · 6 years
Text
lucille clifton - what the mirror said
Tumblr media
o que o espelho diz
escuta, vc é uma maravilha. vc é uma cidade de uma mulher. vc tem uma geografia só tua. escuta, alguém precisa de um mapa pra te entender. alguém precisa de coordenadas para se mover ao teu lado. escuta, mulher, você não é uma garota anônima de nenhures; o homem com as mãos sobre ti ele tem as mãos sobre uma pessoa fuderosa!
listen, you a wonder. you a city of a woman. you got a geography of your own. listen, somebody need a map to understand you. somebody need directions to move around you. listen, woman, you not a noplace anonymous girl; mister with his hands on you he got his hands on some damn body!
0 notes
guarita · 6 years
Text
joaquín pasos
Tumblr media
Tormenta
Nosso vento furioso grita pelas palmeiras gigantes surdos bramidos descem do céu incendiados com línguas de leopardos nosso vento furioso cai do alto.
O golpe do seu corpo sacode as raízes das grandes árvores saem do chão os escaravelhos as serpentes machos.
Nosso vento furioso segue seu caminho molhado é o suco escuro da tarde que bebem os touros selvagens é o castigador do campo.
Os homens ouvem em silêncio os gemidos do ar com a alma quebrada, o corpo ao alto os pés e a cara de barro.
As índias jovens saem ao pátio, rasgam suas camisas oferecem ao vento seus seios nus, que ele se encarrega de afiar como vulcões.
* * * * * 
CEMITÉRIO
A terra aborrecida dos homens que roncam é aquela habitada pelos pássaros pobres, pelas galinhas que comem pedras as corujas que bramem de noite. Uma gaiola de areia, uma urna de lodo é a terra aborrecida dos homens que roncam. Uma xícara negra, uma jarra seca, um carvão, uma merda, uma concha.
Na terra aborrecida dos homens que roncam onde vivem os pássaros tristes, os pássaros surdos, as plantações de pedras, os semeados de vassouras. Protejam os escaravelhos, cuidem dos sapos o tesouro de esterco dos pássaros pobres. Os pássaros enfermos, os vestidos de sombra, os que habitam a terra dos homens que roncam.
Tenho uma triste lembrança dessa terra sem horas, a picada dos pássaros, a que se desmorona. Com morcegos me persegue à noite seu horizonte de barro e sua lua de brenha. Na terra aborrecida dos homens que roncam se fez pedra meu sonho, e depois se fez pó.
* * * * *
GRANDE POEMA DO AMOR FORTE
Meu amor está com as asas abertas sobre o mar. — Encostas, águas e espumas. Meu amor brilha como as águas sobre as águas. O mar é redondo. O mar é pequeno. Meu amor é uma alga marinha. Meu amor é como um pássaro. Meu amor é uma pérola de luz que cresce com a manhã. Quero semear uma árvore com esta ilusão que tenho.
Eu quero um céu grande como um quintal para deixar resvalar meu amor. Sobre trilhos de vento.
Meu amor é azul e claro.
Quero fazer florescer esta rosa em broto. Que tenho semeada no bolso. Sol, sol! sol! E água.
Meu amor é um menino esbelto dentro de uma jaqueta.
Eu o agarro e o ponho sobre a mesa como um boneco e ele vive com seus olhos imensos.
Meu amor é uma criança que imita a buzina do carro.
Pela rua, eu levo meu amor como uma cobra faceira, amarrada no pescoço por um fio, e ela se abraça a rua e desenha a silhueta do terreno.
Cresce, cresce, pompa de sabão. Seriguela na ponta de um ramo maduro, garrafa do vidreiro, balão de fumaça na boca de uma criança.
Tudo. Porque é esférico completamente e envolve tudo. E porque está cerrado sem junta. Deixa que a bolota do meu amor, brinque nos degraus da escada e caia na água do teu lago.
(Meu amor, é fresco e suave como a languidez dos teus cabelos.)
Meu amor, mulher, é como tu mesma.
Por que essa flor explodiu?
Meu amor está com as asas abertas sobre o mundo.
Meu amor brilha como o mundo sobre o mundo.
Meu amor é redondo.
O mundo é pequeno? — Meu amor é um mundo.
* * * * * 
0 notes
guarita · 6 years
Text
alguns poemas da lola ridge
Tumblr media
Dedicatória (P/ minha Mãe)
Deixe qu’eu me embale de volta Na escuridão Das meias formas... Dos placentários começos... Deixe-me atiçar o attar do ar esperdiçado. Elusivo... ironicamente fragrante Como o lenço de uma rainha morta... Deixe-me soprar o pó de ti... Ressuscitar tua respiração Pousada flácida como um leque Na mão de uma rainha morta.
dedication (To my Mother)
Let me cradle myself back Into the darkness Of the half shapes... Of the cauled beginnings... Let me stir the attar of unused air, Elusive... ironically fragrant As a dead queen's kerchief... Let me blow the dust from off you... Resurrect your breath Lying limp as a fan In a dead queen's hand.
* * * * *  O BECO
Por você ter quatro anos a vela está toda trajada com um novo frufru. E estrelas acenam para ti através do furo na cortina, (exceto os grandes planetas rijos muito gordos para se moverem tanto,) você reverencia as estrelas de volta quando ninguém está olhando. Você sente pena da pobre cadeira de madeira que sabe que não é bom se sentar nela, e ninguém está triste, a não ser mamãe. Você não gosta da mamãe triste quando tem quatro anos, então você finge finge gostar do chá dourado e amargo — você finge que se você não bebê-lo muito rápido um peixinho dourado irá pensar que é uma lagoa e virá a nascer nela.
: :
É quente a nossa rua e a brisa é uma vassourinha suja que varre o pó no nosso quarto e os pedacinhos de papel do beco. Você não pode brincar com as crianças no beco Mas você deve ser muito educada — então você passa por elas e diz bom dia e quando elas atiram cascas de banana você atira elas de volta.
: :
Não há com quem brincar e as moscas na janela zunindo e zunindo... ...você pode puxar as pernas delas e colocar alfinetes nos seus corpos mas elas ainda ficam zunindo... e mamãe diz: Quando Nero era um garotinho ele pegava moscas na janela da mãe e puxava as pernas delas e prendia alfinetes nos seus corpos e ninguém amava ele. Zunindo, moscas de pança azul — zunindo, roda preta e nojenta da máquina da mamãe — você é a maior mosca de todas — você tem o zunido mais alto. Te ouço na aurora antes dos grilos. Mas eu gosto do retrato do Dilúvio e os bebezinhos se afogando... Se você estivesse lá eu os teria salvo, mas como não posso salvá-los gosto de vê-los se afogando.
: :
Quando mamãe compra do Ling Ho, ele sorri e pega pra ela as maiores nespereiras. Os homens-verdes dão a ela um repolho E ela o segura contra seu corpete preto e diz mas que belo verde ele tem e o põem sobre a mesa como se fosse uma flor. Mas no outro dia, cozinhamos e o comemos com sal. Era o nosso jantar.
: :
Dia do Natal Encontrei Janie no meu travesseiro. Janie é feita de borracha, Sua jaqueta azul e vermelha não sai. O jantar de Natal foi verde e branco frango e alface e ervilhas e doses de óleo na salada sorridente e cheia de luz como ouro nos dentes da senhorita.
Mas mamãe diz gentilmente Obrigada, mas vamos jantar fora. Ela não deixava você pega uma ervilha para colocar no buraco onde estava o apito na nuca da Janie para que Janie pudesse jantar algo Então você foi ao parque com biscoitos e chá preto em uma garrafa.
: :
Você se sente muito triste quando sobe na cerca para ver mamãe ao longe. As mulheres no beco prostram as cabeças pela porta e a veem também. Eu reconheço ela pelo seu jeito de sustentar os ombros até que seja somente um borrão em uma correnteza de borrões— até que ela seja engolida. Mas suponha que dia após dia você está atenta ao rosto dela e ela não volta? Suponha que era para ela cair do cordão de rostos brancos como a pérola da minha corrente que eu nunca achei de novo?
: :
Mabel cuida de você enquanto mamãe está fora, ela lava enquanto canta Três ratos cegos! todos fugiram da mulher do fazendeiro que cortou suas caudas com uma faca de trinchar— O vento sopra os lençóis de Mabel, do jeito que você sopra num saco antes de estourá-lo. O vento tem um cheiro ensaboado. É o sol mais pesado que deita sobre você sem peso nenhum e te faz se sentir feliz e engelhada como água borbulhante. Não há sol na casa vazia — casa de aspecto arteiro — você não enxerga por suas janelas que te observam pelos cantos. Talvez uma grande aranha esteja lá fiando linhas cinzas sobre as janelas até que elas pareçam com o rosto de gente morta... Jimmie diz: O cabelo de Jimmie é branco como um ratinho branco Seus cílios são dourados como a aliança da mamãe e sua boca parece calma e macia como uma flor molhada de chuva. Você não acreditaria que Jimmie é diferente... até que ele lhe mostrou...
: : 
Cegos lençóis molhados brandindo nas linhas... sol nos teus olhos, sol dourado-escuro pleno de pontinhos pretos, você tem que piscar e piscar... olhos redondos de Jimmie... macacão azul de Jimmie... sombra azul na parede... todo o mundo imóvel como quando o relógio para... ruas imóveis... gente imóvel... nenhuma rua... nenhuma gente apenas o céu e a parede... sol brilhando forte como Deus sob você e Jimmie... sombra como um tecido violeta arrastando da parede...
Selvagens lençóis molhados brandindo no vento... grandes chinelos nos pés brandindo também... grande rosto de balão correndo para o beco... casas fechando de novo... janelas parecendo redondas... ... Mabel te puxa pro portão e te sacode e diz para você não dizer pra mamãe... e você pensa se Deus estragou Jimmie.
THE ALLEY
Because you are four years old the candle is all dressed up in a new frill. And stars nod to you through the hole in the curtain, (except the big stiff planets too fat to move about much,) and you curtsey back to the stars when no one is looking. You feel sorry for the poor wooden chair that knows it isn’t nice to sit on, and no one is sad but mama. You don’t like mama to be sad when you are four years old, so you pretend you like the bitter gold-pale tea— you pretend if you don’t drink it up pretty quick a little gold-fish will think it is a pond and come and get born in it.
: :
It’s hot in our street and the breeze is a dirty little broom that sweeps dust into our room and bits of paper out of the alley. You are not let to play with the children in the alley But you must be very polite— so you pass them and say good day and when they fling banana skins you fling them back again.
: :
There is no one to play with and the flies on the window buzz and buzz… …you can pull out their legs and stick pins in their bodies but still they buzz… and mama says: When Nero was a little boy he caught flies on his mama’s window and pulled out their legs and stuck pins in their bodies and nobody loved him. Buzz, blue-bellied flies— buzz, nasty black wheel of mama’s machine— you are the biggest fly of all— you have the loudest buzz. I hear you at dawn before the locusts. But I like the picture of the Flood and the little babies getting drowned…. If I were there I would save them, but as I can’t save them I like to watch them getting drowned.
: :
When mama buys of Ling Ho, he smiles very wide and picks her the largest loquots. The greens-man gave her a cabbage and she held it against her black bodice and said what a beautiful green it was and put it on the table as though it had been a flower. But next day we boiled and ate it with salt. It was our dinner.
: :
Christmas day I found Janie on my pillow. Janie is made of rubber. Her red and blue jacket won’t come off. Christmas dinner was green and white chicken and lettuce and peas and drops of oil on the salad smiley and full of light like the gold on the lady’s teeth.
But mama said politely Thank you, we are dining out. She wouldn’t let you take one pea to put in the hole where the whistle was at the back of Janie’s head, so Janie should have some dinner So you went to the park with biscuits and black tea in a bottle.
: :
You feel very sad when you climb on the fence to watch mama out of sight. The women in the alley poke their heads out of doorways and watch her too. You know her by the way she holds her shoulders till she is only a speck in a chain of specks— till she is swallowed up. But suppose that day after day you were to watch for her face and it didn’t come back? Suppose it were to drop out of the string of white faces like the pearl out of my chain I never found again?
: : Mabel minds you while mama is out, she washes while she sings Three blind mice! they all run away from the farmer’s wife who cut off their tails with a carving knife— Wind blows out Mabel’s sheets, way you blow in a bag before you burst it. Wind has a soapy smell. It’s heavier’n sun that lies all over you without any weight and makes you feel happy and crinkly like bubbling water. There’s no sun on the empty house— sly-looking house— you can’t see in its windows that watch you out of their corners. Perhaps there’s a big spider there spinning gray threads over the windows till they look like dead people’s faces…. Jimmie says: Jimmie’s hair is white as a white mouse. His lashes are gold as mama’s wedding ring and his mouth feels cool and smooth like a flower wet with rain. You wouldn’t believe Jimmie was different… till he showed you….
: :
Blind wet sheets flapping on the lines… sun in your eyes, dark gold sun full of little black spots, you have to blink and blink… round eyes of Jimmie…. Jimmie’s blue jumper… blue shadow of wall… all the world holding still as when a clock stops… streets still… people still… no streets… no people… only sky and wall… sun glaring bright as God down at you and Jimmie… shadow like a purple cloth trailing off the wall…
Wild wet sheets flapping in the wind… big slippered feet flapping too… big-balloon-face rushing up the alley… houses closing up again… windows looking round… … Mabel pulls you in the gate and shakes you and tells you not to tell your mama… And you wonder if God has spoiled Jimmie.
* * * * * 
1 note · View note
guarita · 7 years
Text
Luís Omar Cáceres [1904 - 1943]
Tumblr media
Omar Cáceres foi um poeta chileno que, por conta da sua vida e morta misteriosa, tornou-se a figura de um “poeta maldito”. Publicou somente um livro durante vida: “Defensa de Ídolo” (1934), com prólogo de Vicente Huidobro, que causou grande impacto na época, por conta do seu conteúdo vanguardista. Na impressão da primeira tiragem, vendo o número enorme de erratas nos exemplares, Omar tomou todos os exemplares que pode e os queimou numa fogueira. Por sorte, alguns exemplares não foram queimados e, em 1996, o poeta Pedro Lastra reeditou o livro. Sua morte é confusa: Na primeira semana de setembro de 1943, seu corpo foi encontrado com a cabeça quebrada e os bolsos fazia numa zona rural próxima de Santiago, no Chile. Alguns falam que ele foi assassinado, outros dizem que se suicidou. *** ILUMINAÇÃO DO EU Chorando suas brunidas densidades ao redor das tardes iguais, simultâneas, aqui está o magro, difícil dia se apresenta, fiel a seu ritmo adusto, puro, subjugado. Suas infinitas folhas, que assinalam intensamente o limite, desde onde emerge reverdecido de lados profundos, giram sobre minha jovem vontade, amorosa e viril, assim como cantando eu o dizia esta manhã. Porque estou aqui, oh monumento de luz, sempre pra ti inclinado, estrangeiro de mim mesmo, presto a tua súbita irradiação de espadas, fixo à tua altiva significação de espectro, oh luz de solidões direitas, de inflexíveis alturas e equatoriais sucessos. E bem, começa a rodar esta perfeição em tua planura, posso agora dizer tudo, recolher tudo: irrompe, surge, desta lâmpada, aos pedaços, noturno poema que eu escrevo com letras imprecisas, noite de azulada tormenta, oh retidão incomparável. Eu sou aquele que domina essa extensão gozosa, aquele que vela o sono dos amigos, aquele que esteve sempre pronto, aquele que dobra essa fatiga que adelgaça todos os espelhos. Agora surpreendo meu rosto na água dessas despedidas profundas, nos biombos destes últimos soluços, porque estou detrás de cada coisa chorando o que levaram de mim mesmo. E amo o calor desta carne dolorosa que me ampara, a sombra sensual desta tristeza nua que roubei dos anjos, o anel da minha respiração, recém lavrado... És tudo que resta, oh ansiedade. Descola, então, em meus soluços teus profundos chumbos de sossego, acelera essas chamas, essas altas disciplinas, essa ordem que sorri nos meus joelhos, mórbida luz de todos os sinos. Nem um só pensamento, oh poetas, os poemas EXISTEM, nos aguardam! ***
SEGUNDA FORMA
Diante do teu espelho não poderias te suicidar: és igual a mim porque me amas e na hábil mortalha de raiva incorporas a exatidão crescente do meu espírito.
Indócil à esse augusto e veloz deserto, encontras, padeces uma morte nova; ao abandono da tua própria leveza assistes, como um manancial rindo da sua pena.
Então descendo a tua exígua e extrema realidade, a tua firmeza, desentendido de rancores e passos deste mundo; cruzando a pálida paisagem dos desejos olvidados, sacudido de memórias, de inclementes e efêmeros despojos, te turvo de paixão.
Uma estrela cega finca sua diversidade no nosso ser, exatamente até seu espelho sem travas, alcançando-o; ondeando um só coração de infinito à infinito, é dizer, até o dia que se acostumaram à seus dois reis de vidro! *** 5.
Paisagem infinita, minha solidão flor desesperada, ascende até o som mais alto. Nu, minha atmosfera iluminada, moeda que não entrego, se sacodem as noites assombradas e recolho os astros nos meus olhos como frutos instantâneos. Acima, o beijo sangrento nas labaredas do vento. Ah, os horizontes   anéis impossíveis. Amanhecer de caminhos sonoros que se cruzam, seu nome ainda golpeia o duro rosto do silêncio. Contenho, não obstante, as palavras, o salto estrelado dos seus mundos,até que um dia crave em meu sonho os-ci-lan-do como uma espada!
0 notes
guarita · 7 years
Audio
antologia das músicas que me mataram um pouco part. 1
Vida & Morte na Praia
I.
Ontem à noite, eu dirigi até Harper’s Ferry e pensei em ti haviam placas na estrada que me avisavam de placas de pare o limite de velocidade ia diminuindo em dez enquanto estávamos a meio caminho de entrar na cidade estava quase chovendo na estação de trem arremessamos pedras no rio o rio sob os trilhos do trem
E quando o trem veio ele era tão grande e poderosos quando ele surgiu na estaçãozinha eu quis abraçar o trem mas o condutor olhou engraçado pra mim então tivemos que dar tchau e ir embora o tabuleiro de monopoly ainda no banco de trás levou aquele pesadelo faltando um turno para sair da cidade correndo pelos limites de velocidade decrescente de novo
O que eu devo fazer? Tomar café da manhã O que eu devo fazer? Almoçar O que eu devo fazer? Jantar O que eu devo fazer? Ir pra cama Pra onde devo ir? Pro mercado Pra onde devo ir? Procurar emprego Pra onde devo ir? Ver um amigo Pra onde devo ir? Ir pra cama
Escrevi morte na praia quando pensei que você estava sendo levada Escrevi funeral na praia quando soube que levaram você Escrevi viados da praia, e bem não era sobre você mas podia ter sido. Bem não não poderia Passei uma semana em Ocean City e voltei para descobrir que você tinha partido Passei uma semana Illinois e voltei para descobrir que você ainda estava desaparecida
Fingi que tava bêbado quando sai pra ver meus amigos Nunca sai pra ver meus amigos Estávamos todos em S----- e eu ri e mudei de assunto ela disse “qual é a dessa estampa de cachorro” e eu disse “você tem algo contra cães”
Eu quase que completamente não tenho alma Eu sou incapaz de ser humano Eu sou incapaz de ser desumano Estou vivendo incontrolavelmente
Deve ser antidepressão como um amigo meu sugeriu porque não é a tristeza que te machuca é a reação cerebral contra você
Não é suficiente amar o irreal Sou inseparável do impossível Quero que a gravidade pare para mim Minha alma tem saudades por um foragido das leis da natureza Quero uma cutscene Quero um corte do teu rosto para o meu Quero um corte quero o próximo vídeo relacionado
Eu não quero enlouquecer Eu não quero ter esquizofrenia
O oceano lavou teu túmulo
II.
Ontem à noite sonhei que ele tentava te matar Acordei e eu estava tentando te matar Faz um ano que nos conhecemos Eu não sei se somos namorados ainda
Você tem algum crime que nós podemos usar para matar o tempo estou ficando sem drogar para tentar
Nós dissemos que odiamos humanos Nós queríamos ser humanos
Pegue comida coma pegue mais comida coma pegue mais comida coma
Um livro da arte de Aubrey Beardsley me corrompeu quando mais jovem agora estou preso dentro da minha juventude e você está apaixonada por jovens quase velhos
Obrigado deus pelas coisas pequenas e e foda-se deus se eles são pequenas coisas estou ficando sem preces para cantar
E logo logo vou encontrar uma jovem massa e satanista com aparelhos e um capital ou Outro significante e você pode leva-lo para a casa da sua mãe e dizer mainha, esse é meu mano
Nós dissemos que odiamos humanos Nós queríamos ser humanos
Pegue comida coma pegue mais comida coma pegue mais comida coma
Seja comido por aquele que tu ama quando eles colocam os lábios ao seu redor você pode sentir o sorriso deles de dentro
III.
Ontem à noite sonhei que ele tentava te matar Acordei e eu estava tentando te matar
Seus ouvidos se enfeitaram Eu me enfeitei quando seus ouvidos se enfeitaram você estava tudo ao redor e eu pensei que fosse pra mim pensei que você estava usando seus sonares pra mim
Os antigos o viram chegar você pode ver que eles tentaram avisá-los nas fábulas que eles contavam para seus filhos mas eles caíram das suas cabeças pela manhã
Eles dizem que sexo pode ser assustador mas as crianças não estão ouvindo e as crianças cortaram tudo com exceção dos beijos e das canções
quando eles finalmente acharam sua casa nos estúdios W--- D----- e então todos cresceram com seus esquemas fundamentais fudidos
mas existem muitos peixes no mar existem muitos peixes em ternos de negócios que falam e andam em pés humanos e visitam médicos, e tem joelhos fracos
oh por favor me deixe entrar no seu culto eu pintarei meu rosto nas tuas cores você tem um rosto realmente bonito eu tive uma morte precoce
O oceano lavou seu túmulo O oceano lavou seu túmulo (como está teu rosto? como está teu corpo?) (NÓS ESTAMOS COM MUITO MEDO PRA FAZER ALGUMA MERDA)
0 notes
guarita · 7 years
Text
Peter Orlovsky (1933 -2010)
Tumblr media
Peter Orlovsky, também conhecido como o boy do Ginsberg, foi um poeta e ator.
Cresceu na pobreza, tendo que, bem jovem, largar o colégio para ajudar sua família a se manter.
Conheceu Ginsberg quando estava servido de modelo para o pintor Robert La Vigne, em dezembro de 1954. Até esse momento de sua vida, não havia pensado ainda em se tornar poeta, mas com o incentivo de Ginsberg, Peter começou a escrever em 1957 enquanto viajava por Paris junto ao próprio Allen.
Viajou com diversos beats por todo o mundo - Oriente Médio, África, India, Europa. E manteve um relacionamento aberto com Ginsberg até sua morte, em 1997.
Publicou 3 livros solo - Dear Allen, Ship will land Jan 23, 58 (1971); Lepers Cry (1972) e Clean Asshole Poems & Smiling Vegetable Songs (1978) (reprinted 1992) - e um em conjunto com Allen Ginsberg: Straight Hearts' Delight: Love Poems and Selected Letters (with Allen Ginsberg) (1980). Também participou de diversas antologias e revistas, além de aparecer em alguns filmes, como Couch (1965), do Andy Warhol.
Notei que sua obra, apesar de pouca, é totalmente ofuscada pela figura-mor do Ginsberg. Seus poemas são bastante escassos também pela internet, foi uma pequena odisséia conseguir essa seleção de poemas:
§
NOTA BIOGRÁFICA
“Minha biografia é: nasci em julho de 1933. Cresci com pés sujos & risos. Não podia suportar a poeira então tirei meu nariz. Problemas na escola: sempre pensando sonhando tristes problemas mistérosos. Sai da escola no meio do último trimestre & me perdi trabalhando na enfermaria escorregadia d’um Hospital Psiquiátrico de idosos. Amo pretzles & não lembro mais dos sonhos. Alguém por favor me compre uma montanha com uma caverna no topo. Eu não faro mais. Queria ser fazendeiro fui pro ensino médio por isso & trabalhei duro, duro, te conto, trabalhei muito, você ficaria espantado. Fiz levantamento de peso com paradas de ônibus. Tenho que aproveitar bacon queimado com ajuda das mãe. Fito meus pés muitão & preciso me disfazer das pranóicas nuvens repintinas. Curto esfregar assoalhos, limpando vomito de gato. Curto nandar m‘baixo d’água. Quero a lua por diversão. Comecei a curtir o estado em branco da mente, especialmente no banho. Nesse verão comecei a curtir moscas fazendo coscas no meu nariz & no rosto. Exijo que mijo seja vendido no mercado, isso ajudaria as pessoas a conhecerem umas azoutras. Q.I 90 na escola, agora Q.I especializado é milhares.”
Peter Orlovsky No livro: The New American Poetry 1945 - 1960
§
PIRMEIRO POEMA
Um arco-íris vem desaguando na minha janela, estou eletrizado. Canções estouram do meu peito, todos os meus choros param, mestério preenche o ar. Olho para os meus sopatos debaixo da cama. Uma colorida mulher gorda se torna minha mãe. Não tenho nenhum dente falso ainda. De repente dez crianças sentam no meu colo. Minha barba cresce em um dia. Bebo uma garrafa oda de vinho de olhos fechados. Desenho no papel e sinto com se tivesse dois anos de novo. Quero que todo mundo fale comigo. Esvazio o lixo na meza. Convido milhares de garrafas para meu quarto, chamo eles depercevejos de Junho. Uso minha máquina de escrever como travesseiro. Uma colher se torna um garfo diante dos meus olhos. Vagabundos me dão todo o seu dinheiro. Tudo que preciso é de um espelho para o resto da minha vida. Meus premeiros cincos de vida vivi num galinheiro sem bacon o suficiente. Minha mãe me mostrava seu rosto de bruxa à noite e contava histórias de barbas azuis. Meus sonhos me levantaram da cama. Sonhei que pulava na boca de uma arma para lutar com uma bala. Conheci Kafka e ele pulou sobre um prédio para ficar longe de mim. Meu corpo se transformou em açúcar, derramado no chá encontrei o significado da vida Tudo que eu precisava era de tinta para ser um menino negro. Ando pela rua à procura de olhos que acariciem meu rosto. Cantei em elevadores acreditando que estava indo pro paraíso. Saí no 86ºandar e andei pelo corredor procurando por bundas frescas. Meus gozos se transformaram em um dólar de prata na cama. Olho pela janela e não vejo ninguém, desço para a rua, olho pra janela e não vejo ninguém. Então eu falei com o hidrante, perguntando “Você tem lágrimas maiores do que as minhas?” Ninguém por perto, mijo em qualquer lugar. Minha trombeta de Gabriel, minha trombeta de Gabriel: revelam-se os ânimos, meu júbilo fresco.
24 Nov 1957, Paris
FRIST POEM
A rainbow comes pouring into my window, I am electrified. Songs burst from my breast, all my crying stops, mistory fills    the air. I look for my shues under my bed. A fat colored woman becomes my mother. I have no false teeth yet. Suddenly ten children sit on my lap. I grow a beard in one day. I drink a hole bottle of wine with my eyes shut. I draw on paper and I feel I am two again. I want everybody to    talk to me. I empty the garbage on the tabol. I invite thousands of bottles into my room, June bugs I call them. I use the typewritter as my pillow. A spoon becomes a fork before my eyes. Bums give all their money to me. All I need is a mirror for the rest of my life. My frist five years I lived in chicken coups with not enough    bacon. My mother showed her witch face in the night and told stories of    blue beards. My dreams lifted me right out of my bed. I dreamt I jumped into the nozzle of a gun to fight it out with a    bullet. I met Kafka and he jumped over a building to get away from me. My body turned into sugar, poured into tea I found the meaning    of life All I needed was ink to be a black boy. I walk on the street looking for eyes that will caress my face. I sang in the elevators believing I was going to heaven. I got off at the 86th floor, walked down the corridor looking for    fresh butts. My comes turns into a silver dollar on the bed. I look out the window and see nobody, I go down to the street,    look up at my window and see nobody. So I talk to the fire hydrant, asking "Do you have bigger tears    then I do?" Nobody around, I piss anywhere. My Gabriel horns, my Gabriel horns: unfold the cheerfulies,    my gay jubilation. Nov. 24th, 1957, Paris
§
MINHA CAMA ESTÁ COBERTA DE AMARELO
Minha cama está coberta de amarelo – Ó sol, eu sento em ti Ó campo dourado eu deito em ti Ó dinheiro eu sonho contigo Mais, e mais, chora a cama – fale mais comigo – Ó cama que suportou o peso do mundo – todos os sonhos perdidos deitam em ti Ó cama que não cresce cabelo, que não pode ser fodida ou pode ser fodida Ó cama migalhas de todas as idades espalhadas em ti Ó cama amarela marche para o sol ‘nde tua jornada estará completa Ó 22 kg de cama que suporta mais 181 kg – Quão forte tu és Ó cama, apenas para homens & não para animais Cama amarela quando os animais terão direitos iguais? Ó cama de 4 pernas construída para sempre neste chão Ó cama amarela todas as notícias do mundo Deitam-se em ti uma hora ou outra
1957, Paris
My Bed is Covered Yellow       My bed is covered yellow - Oh Sun, I sit on you Oh golden field I lay on you Oh money I dream of you       More, More, cried the bed - talk to me more - Oh bed that taked the weight of the world -       all the lost dreams laid on you Oh bed that grows no hair, that cannot be fucked       or can be fucked Oh bed crumbs of all ages spiled on you Oh yellow bed march to the sun whear yr journey will be done Oh 50 lbs. of bed that takes 400 more lbs-       how strong you are Oh bed, only for man & not for animals       yellow bed when will the animals have equal rights? Oh 4 legged bed off the floor forever built Oh yellow bed all the news of the world       lay on you at one time or another 1957, Paris
§
Haikai do Gato
O gato vomitando por todos os quartos É o meu paraíso limpar o vômito Bem! Cá estou na cidade agradando o piso
Cat Haiku
Cat throughing up in all the rooms Is that my heaven to clean up vomit Well!  Here I am in the city tickling floors
§
Muitas cadeiras são sozinhas no mundo
Many chairs are alone in the     world
§
Quando algo e nada são misturados juntos você tem alguma coisa
When something and nothing get mixed together you get anything
youtube
3 notes · View notes
guarita · 7 years
Text
+ Robinson Jeffers
Tumblr media
Robinson Jeffers. Nasceu em 10 de Janeiro de 1887, em Allegheny, Pennsylvania. Era um homem isolado dos holofotes, viveu de modo solitário, escrevendo sobre os diferentes aspectos da natureza, do selvagem.
Escrevia majoritariamente em verso livre; isso fez com que a cena literária da época ficasse chocada com sua escrita, carregada de filosofia Nietzcheana.
Não aceitava a ideia de métrica como parte fundamental de um poema, pois era algo imposta pelo homem e não era parte fundamental da sua natureza.
Cunhou o termo Inumanismo [inhumanism], a crença de que a humanidade é deveras auto-centrada em si própria e muito indiferente à "estonteante beleza das coisas.", mas sua maneira de pensar ou sentir não é pessimista ou misantropa, mas sim instintiva, de modo a satisfazer nossa necessidade de admirar grandezas e alegrar-se com a beleza das coisas.
Influenciou muita gente, como Gary Snyder, Mark Jarman e William Everson. Bukowski dizia que ele era um dos seus poetas favoritos.
Jeffers morreu aos 75 anos, em Carmel, California
§
REFLUXO DO OCASO
O oceano não ficava tão quieto assim há muito tempo, cinco garças noturnas Voam pela enseada, mudas na quietude do ar Sobre a calma de um refluxo que quase espelha suas asas. O sol já se foi, e a água também, Junto aos arrecifes vestidos de algas, mas o longínquo muro nublado cresce. O refluxo murmura. Grandes sombras nubladas flutuam na água opalina. Pelas gretas no biombo do mundo, ouro pálido rutila, e o ocaso Constela de súbito planando como uma lamparina voadora. Como se nós não tivemos destinados a vê-la; ensaiando atrás Do biombo do mundo para outra plateia.
EVENING EBB
The ocean has not been so quiet for a long while; five night-herons Fly shorelong voiceless in the hush of the air Over the calm of an ebb that almost mirrors their wings. The sun has gone down, and the water has gone down From the weed-clad rock, but the distant cloud-wall rises. The ebb whispers. Great cloud-shadows float in the opal water. Through rifts in the screen of the world pale gold gleams, and the evening Star suddenly glides like a flying torch. As if we had not been meant to see her; rehearsing behind The screen of the world for another audience.
§
O TÚMULO DE SHAKESPEARE
“Doggerel[1]”, ele pensou, “vai ser feita aos párocos, A poesia é preciosa o suficiente para não ser desperdiçada,” E rimou tudo isso com um sorriso desenquadrado: ‘Poupe este pescoço. Maldiçoado seja aquele que mexer em meus ossos- Que andará de mãos dadas com os pedreiros e coveiros.’ Mas porque o bom homem ligaria? Ele queria pois quietude. Havia saboreado bastante a vida em seu tempo Para entupir um mil; ele não queria nada vasto Pelas águas, nem divagar no ar enorme, Nem crescer em relva, entrando pelas bocas do rebanho Os corpos de luxuriosas mulheres e guerreiros, Mas tudo estaria acabado. Ele comovidamente sabia; o jogo Dos círculos rodopiantes havia se tornado maçante. ‘Aniquilação é impossível, mas insulada Na igreja sob o mosaico rimado Talvez minhas ruínas apaixonadas possam ser mantidas fora do mercado Até o fim desta idade. Oh, mil anos Irão dificilmente coar,” ele penso, “a poeira deste fogo.”
Doggerel,' he thought, 'will do for church-wardens, poetry's precious enough not to be wasted,' And rhymed it all out with a skew smile: 'Spare these stones. Curst be he that moves my bones- Will hold the hands of masons and grave-diggers.' But why did the good man care? For he wanted quietness. He had tasted enough life in his time To stuff a thousand; he wanted not to swim wide In waters, nor wander the enormous air, Nor grow into grass, enter through the mouths of cattle The bodies of lusty women and warriors, But all be finished. He knew it feelingly; the game Of the whirling circles had become tiresome. 'Annihilation's impossible, but insulated In the church under the rhyming flagstone Perhaps my passionate ruins may be kept off market To the end of this age. Oh, a thousand years Will hardly leach,' he thought, 'this dust of that fire.'
1-Doggerel é  um tipo de verso de modo natural e irregular, frequentemente usado em poemas de natureza humorística ou burlesca
§
BELEZA DIVINAMENTE SUPÉRFLUA
A tempestuosa dança das gaivotas, a brincadeira de ladrar das focas, Sobre e sob o oceano... A beleza divinamente supérflua Rege as brincadeiras, preside os destinos, fazem as árvores crescerem E edifica colinas, rebenta ondas. A incrível beleza da alegria Constelam com fogo a junção dos lábios, Ó deixe que nossos amores Juntem-se também, não há uma donzela Ardendo e sedenta por amor Mais do que meu sangue por ti, pelo litoral das focas enquanto as asas Tricotam como um teia no ar A beleza divinamente supérflua.
DIVINELY SUPERFLUOUS BEAUTY
The storm-dances of gulls, the barking game of seals, Over and under the ocean... Divinely superfluous beauty Rules the games, presides over destinies, makes trees grow And hills tower, waves fall. The incredible beauty of joy Stars with fire the joining of lips, O let our loves too Be joined, there is not a maiden Burns and thirsts for love More than my blood for you, by the shore of seals while the wings Weave like a web in the air Divinely superfluous beauty.
§
O PENSAMENTO DO CRIADO
Por que ouvir, se até mesmo a água chora por algo. O vento oeste está morto, as ondas Esqueceram de odiar o penhasco, nos cânions altiplanos Encostas inteiras rebentam inflamadas Com o varrer doirado. Querida, como choveu no mês passado, Cada poça rodeada Com o pólen sulfúreo dos pinhos despertos. Agora, de súbito, altos e delgados Os caules das íris lilases flamejam à margem do riacho, Os lapisados nas colinas; As ervas daninhas se estremecem com ouro, as tulipas brancas Desabrocham suas borbulhas sedosas, Mas na próxima ravina, as campânulas acenam, e elas Escaldadas por alguma saudade tórrida Mal conseguem exibir suas patas pontiagudas à espera Do amor, mas elas apaixonam-se por uma flor; Conchas vazias na rocha, aves comparsas, as mariposas voando duplicadas. Ó, agora é a nossa hora Uma boca faiscando na outra, emaranhando nossos corpos de criados Fazendo este incêndio florescer.
THE MAID'S THOUGHT
Why listen, even the water is sobbing for something. The west wind is dead, the waves Forget to hate the cliff, in the upland canyons Whole hillsides burst aglow With golden broom. Dear how it rained last month, And every pool was rimmed With sulphury pollen dust of the wakening pines. Now tall and slender suddenly The stalks of purple iris blaze by the brooks, The penciled ones on the hill; This deerweed shivers with gold, the white globe-tulips Blow out their silky bubbles, But in the next glen bronze-bells nod, the does scalded by some hot longing Can hardly set their pointed hoofs to expect Love but they crush a flower; Shells pair on the rock, birds mate, the moths fly double. O it is time for us now Mouth kindling mouth to entangle our maiden bodies To make that burning flower.
§
MÚSICA NATURAL
A velha voz do oceano, o cochicho dos pequenos rios, (O inverno os deu ouro por prata Para manchar suas águas e laminou o verde por marrom para alinhar suas margens) De diferentes gargantas entoando uma só linguagem. Então acredito que se fôssemos fortes o bastante para ouvir, sem As divisões do desejo e do terror, À tempestade das nações enfermas, à ira das cidades castigadas pela fome, Ouvir essas vozes que também poderiam ser encontradas Limpas como as de uma criança; ou como a respiração d’alguma garota que dança sozinha À beira-mar, sonhando com amores.
NATURAL MUSIC
The old voice of the ocean, the bird-chatter of little rivers, (Winter has given them gold for silver To stain their water and bladed green for brown to line their banks) From different throats intone one language. So I believe if we were strong enough to listen without Divisions of desire and terror To the storm of the sick nations, the rage of the hunger-smitten cities, Those voices also would be found Clean as a child's; or like some girl's breathing who dances alone By the ocean-shore, dreaming of lovers.
0 notes
guarita · 7 years
Text
[+excertos do poema Songs to Joannes, da Mina Loy + um outro poema dela]
Tumblr media
XIV.
Hoje Eterno passando     evidente     imperceptível Para você   Eu trago a virgindade nascente de — Mim mesma        para o momento
Sem amor ou a outra coisa Apenas o impacto de corpos luminosos Soltando faíscas entre si No caos ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XVI.
Deveríamos ter vivido juntos Nas luzes do Arno Ou ido roubar maçãs debaixo do mar Ou brincando de Esconde-esconde apaixonados e nas artimanhas E uma canção de ninar em uma lata
E Conversando até que não existisse mais línguas Para se falar E nunca conhecer nada melhor
 ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ 
XVII.
Eu não ligo Pra onde as pernas das pernas da mobília estão andando Ou o que está escondido nas sombras em que elas passam Ou o que me veria Se as persianas não estivessem fechadas
Vermelho uma cor quente no campo de batalha Peso nos meus joelhos como uma coberta Conta contador Contei a franja da toalha Até que duas borlas se agarraram Dei xe o quarto quadrado se esvair De um vácuo redondo Dilatando junto a minha respiração
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XX
Deixe a Alegria ir com asas de consolação Alvoroçar a quem ela interessar-se
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XXI
Eu estoco noites contra você Pesadas com pesadelos de flores caladas ----------- Pilha de meios-dias Enrolado ao solitário Núcleo do Sol
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XXIV
A procriadora verdade do Eu Acaba-se Em pestilentas Lágrimas Pequenas luxúrias e lucidezes E religiosas mentiras Atrapalhadas com o hediondo azedume Do teu sorriso de esquina
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XXVI
Derrubando nossas promiscuidades triviais De olhos fendidos Nós andamos de esguelha Para Natureza — — — essa pornógrafa irada ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XXVIII
Os passos seguem para sempre E eles são brancos E o primeiro passo é o último branco Para sempre
Conclusões          Coloridas Cheiram a sintética Brancura Da minha Emergência E estou bastante queimada de branco Na climatérica Retirada do teu sol E vontade e palavras todas brancas Sufocam Uma monotonia ilimitada
Branco Onde não há nada para ver Exceto uma toalha branca Limpando o suor cimófano — Névoa surge do viver— Do teu Corpo estiolado E a branca aurora Do teu Novo Dia Cai sobre mim
Impensável      que o branco bem ali — — — É fumaça da sua casa ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ 
XXIX
Evolução      queda tola da Igualdade sexual Lindamente mal calculada Similitude Seleção desnatural Parentesco tais filhos e filhas Assim como empacado um ao outro Criptônimos Ininterpretáveis Sob a lua
Dê-lhes algum modo de bradar brandamente Por chamados carinhados Ou para soluços homófonos Transporem a risada Deixe-os pensar que lágrimas São campânulas-brancas ou melaço Ou qualquer coisa Que as insuficiências humanas Imploram à espinha dorsal
Deixe o encontro ser a virada Para a antípoda E Forma        um borrrão Qualquer coisa Que os seduza Para que um Como uma simples satisfação Para o outro
Deixe-os se chocarem Com suas incógnitas No orgasmo sísmico Por muito mais Diferenciação Em vez de assistir Sua própria distorção Vacilando no ego alienígena  
 ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ 
XXX
Em alguns Plágios pré-natal Bufões fetais Pregam peças — — — — — Da arquetípica pantomima Encordoando emoções Enrolando-as no ar — — — — Para os cegos olhos Que a Natureza nos conhece e A maioria da Natureza               é verde
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞
XXXI
Crucificação De um corpo ocupado Desejando interferir assim Com as intimidades Da sua insolente isolação
Crucificação De um ego ilegal Eclosão Na tua equilibrada Cariátide          de uma ideia
Crucificação Braços naufragados Indexando extremidades Em vácuo Para a queda ilesa.
⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞  ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ ⁞ 
XXXIV 
Amor — — — o literateur preeminente   
  ***      Não há Vida ou Morte, Apenas atividade E no absoluto não há declividade. Não há Amor ou Luxúria Apenas propensão Quem irá se apodera É uma inexistência. Não há Primeiro ou Último Apenas igualdade E quem irá governar Juntara-se à predominância. Não há Espaço ou Tempo Apenas intensidade, E as coisas mansas Não tem imensidão.
0 notes
guarita · 7 years
Text
[excertos do poema Songs to Joannes, da Mina Loy]
Tumblr media
I.
Ovas    de   Fantasias Sedimentam o aprazível Porco Cupido      seu focinho rósea Farejando lixo erótico “Era uma vez” Arranca uma erva      branca e coberta de estrelas Entre aveia silvestre   costurada na membrana mucosa
Eu faria       um    olho num fogo de artifício Eternidade em um foguete Constelações em um oceano Cujos rios não correm mais frescos Do que um filete de saliva
Estes são lugares suspeitos
Devo viver na minha lanterna Aparando a subliminar centelha Virginal          aos pulmões Da experiência       Vidro           colorido
*****************************************
III.
Nós poderíamos ter nos acoplado No monopólio acamado de um momento Ou na carne arrebentada um com o outro Na profana mesa de comunhão Onde vinho é derramado em lábios promíscuos Nós poderíamos ter dado à luz a uma borboleta Com os jornais Impressos com sangue nas suas asas *****************************************
IV.
Uma vez num mezanino O teto estrelado Abobadando uma família inimaginável Como pássaros abortados Co m gargantas humanas E olhos de Sabedoria Que vestiam vestidos vermelhos em forma de abajur E Cabelos lanosos
Um deu à luz a um bebê Em um porta-bebê acolchoado Amarrado com uma fita de tafetá Às suas asas de ganso
Mas para as abomináveis sombras Eu teria vivido Entre seus temíveis mobiliários P a r a ensiná-los a me contar seus segredos Antes que eu os adivinhasse – varrendo a ninhada para fora
*****************************************
V.
A Meia-noite esvazia a rua De todos exceto nós Três Estou indecisa quanto ao caminho de volta                              À esquerda um menino — Uma asa foi lavada na chuva A outra nunca mais estará limpa — Tocando campainhas para lembrar Àqueles que estão aconchegados                             À direita um aureolar ascético                             Fia as casas Sondando feridas nas almas – Os pobres não se lavam com água quente — E eu não sei em qual esquina devo dobrar Desde que você conseguiu uma casa só tua — primeiro
***************************************** 
VII.
Meu par de pés Esmagam as lajes Que são algo que sobrou da sua caminhada O vento acumula a escuma da rua branca Nos meus pulmões e narinas Exuberantes pássaros Prolongando voo dentro da noite Nunca a alcançando -----------
*****************************************
VIII.
Eu sou o invejoso armazém de toco de velas Que acendeu seu adolescente aprendizado ----------------- Atrás dos olhos de Deus Deve haver   Outras luzes
*****************************************
XI.
Querido À sua mercê Nosso Universo é apenas Uma cebola incolor Você desnuda Camada por camada                    Sobrando só Um desencorajador odor Sobre suas mãos nervosas
**************************************
XIII.
Vem cá          Tem algo Que eu tenho que te contar      E não posso contar Algo ganhando corpo Algo que tem um novo nome Uma nova dimensão Um novo uso Uma nova ilusão
É o ambiente                      E está nos teus olhos Algo brilhante                    Algo só pra você                                               Algo que não devo ver
Está nos meus ouvidos    Algo muito ressonante Algo que você não deve ouvir                                               Algo só pra mim
 Vamos ser muito invejosos Muito suspeitos Muito conservadores Muito cruéis Ou nós podemos dar um fim aos empurrões das aspirações Desorbitar egos inviolados
Onde dois ou três estão soldados juntos Eles se tornarão deus ----------------- Oh está certo Mantenha longe de mim             Por favor me empurre Não deixe-me te entender         Não me compreenda 
Ou nós podemos cambalhotar juntos Despersonalizados Idênticos Dentro do terrífico Nirvana Eu você – você – eu
*****************************************
[peguei o original daqui]
1 note · View note
guarita · 7 years
Text
um poema do jack spicer sobre o robinson jeffers e um poema do robinson jeffers
Tumblr media
Traduzindo Language, do Jack Spicer, dou de cara com um poema sem titulo, que mencionava um tal de Jeffers. Fui pesquisar. Achava eu que seria o nome de algum lugar litorâneo ou algo similar, mas era o nome de um poeta: Robinson Jeffers. Instantaneamente me interessei por ele, ao ver na barra de “pesquisas relacionadas” o nome de Walt Whitman, Marianne Moore, Williams Carlos Williams e Gary Snider. Procurei feito um maluco por alguns poemas dele e achei vários. Mas algumas poucas dezenas traduzidos para português. Então resolvi traduzir alguns poemas dele, e é o que estou fazendo. Abaixo o poema do Spicer que menciona o Jeffers, e um poema do Jeffers que foi quase uma porrada no meu coração: ***     Uma floresta de sequoias não é invisível à noite. A penumbra cobre ela mas ela cobre a penumbra.
    Se eles tivesse transformado o Jeffers em um estacionamento a morte teria sido eliminada, e o nascimento idem. Luzes brilham 24 horas por dia em um estacionamento.
    A conservação de verdade é o esforço de um artista e de um homem privado de manter as coisas verdadeiras. As árvores e os penhascos em Big Sur respiram no escuro. Jeffers conhecia a dor da sua respiração e a dor era a morte da respiração do primogênito.
    A morte não é derradeira. Somente os estacionamentos.
//////////////     A redwood forest is not invisible at night. The blackness covers it but it covers the blackness.
    If they had turned Jeffers into a parking lot death would have been eliminated and birth also. The lights shine 24 hours a day on a parking lot.
     True conservation is the effort of the artist and the private man to keep things true. Trees and the cliffs in Big Sur breathe in the dark. Jeffers knew the pain of their breath and the pain was the death of a first-born baby breathing.
    Death is not final. Only parking lots. ***
DE RERUM VIRTUTE
I.
Eis aqui o crânio de um homem: os pensamentos e emoções de um homem Que foram para debaixo da fina abóbada craniana, como nuvens Sob o azul: amor e desejo e dor, Tempestuosas nuvens de cólera e brancas ventanias de medo Suspensas aqui dentro: e às vezes o curioso desejo de saber, Valores e propósitos e a causa das coisas, Costeavam como um pequeno aeroplano observado por sobre as imagens Que recheavam essa mente: Nunca chegou a descobrir muito, E agora está completamente vazia, uma bolha óssea, uma casca de ovo desabrochada.
II.
É assim que se parece: pois o ovo também tem uma mente, Fazendo o que nossa apta química nunca fará, Construindo o corpo de um ovíparo, escolhendo dentre as proteínas: Estas para os jovens músculos das asas, aquelas para os seus grandes Olhos cristalinos, estas para os nervos volúveis e o cérebro: Escolhendo e formando: uma inteligência limitada porém super-humana, Profética com o futuro e ciente do passado: O ovo do falcão fará um falcão, e o ovo da serpente, Uma serpente escorregadiça: mas cada um com uma pequena diferença De seus antepassados — e, se funcionar, lentamente aquela raça Irá formar uma nova raça: Isso também faz parte do plano Dentro do ovo. Acredito que a primeira célula viva Tinha ecos do futuro nela, e ela sentia Os rumos e os grandes animais, as florestas de verde profundo E os rastros da baleia no mar; acredito que esta terra global Não só por acaso e sorte levou suas crias adiante, Mas por sensações e escolhas. E a Galáxia, esta roda de fogo Em que estamos presos, o turbilhão de estrelas no qual nosso sol é um grão de areia, um elétron, esse gigantesco átomo do universo, Não é somente um força cega, mas algo que preenche sua vida e maquina seus rumos. “Todas as coisas estão repletas de Deus. O inverno e o verão, o dia e a noite, a guerra e a paz são Deus.”
III.
Assim a coisa se mantem; a labuta e os jogos continuam — Pelo que? Pelo que? — Eu sou o Deus que eu deveria conhecer? Homens vivem com paz e felicidade; homens vivem com horror E morrem uivando. Você acha que o caloroso sol É ignorante e que os resíduos negros e a cegueira indigente o seguem como cães de caça, E você o terá por último? Ele será estrangulado Entre seus satélites mortos, rememorando sua magnificência.
IV.
Estou sobre o penhasco na boca do rio de Sovranes. À oeste, para além das águas furiosas e do ombro curvo do mundo A amarga e fútil guerra na Coréia continua, como um idiota Profetizando. Está muito quente na mente De qualquer pessoa para ver beleza nisso, exceto talvez a de Deus. Na realidade é difícil ver beleza Em qualquer ato do homem: mas isso quer dizer que os atos de um micróbio doente Em um satélite de um grão de areia rodopiando em um turbilhão Em um mundo de estrelas... Algo talvez deva vir dele; em qualquer evento Ele não consegue durar em demasia — Bom: Eu ando sem paciência Desde que minha esposa morreu... e essa era de rancor e com meio mundo cheio de ódio Até o tutano. Acredito que o homem também é belo, Mas é difícil ver isso, ainda mais quando embrulhado em falsidades. Michelangelo e os escultores gregos— Como eles embelezaram o povo! Homero e Shakespeare— Como eles embelezaram o povo!
V.
Uma luz nos resta: a beleza das coisas, não dos homens; A imensa beleza do mundo, não do mundo humano. Olhe — e sem imaginar, desejar ou sonhar — diretamente Para as montanhas e o mar. Elas não são bonitas? Esses cumes mergulhadores e pico com forma de labareda Parando a estupenda glória sombria, a tempestade que alimenta o oceano? Olhe para as Rochas de Lobos no litoral, Com escuma voando em seus flancos, e os compridos leões marinhos Caminhando sobre elas. Olhe para as gaivotas nos ventos das falésias, E o altivo falcão sob a correnteza das nuvens — Mas também no deserto de artemisias, todo um sol arrasado Da cor de poeira, ou na rançosa floresta tropical, Ou no intolerante norte e nos altos tronos de gelo — a terra não é bela? Nem mesmo os grandes céus sobre a terra? A beleza das coisas significam a virtude e o valor delas. Está nos olhos do espectador, e não no mundo? Com certeza. Está na tradução da mente humana da intrínseca glória Transumana. Isso quer dizer que o mundo é som, Seja lá o que o micróbio doente faça. Mas ele faz parte disso.
//////////////
De Rerum Virtute
I.
Here is the skull of a man: a man’s thoughts and emotions Have moved under the thin bone vault like clouds Under the blue one: love and desire and pain, Thunderclouds of wrath and white gales of fear Have hung inside here: and sometimes the curious desire of knowing Values and purpose and the causes of things Has coasted like a little observer air-plane over the images That filled this mind: it never discovered much, And now all’s empty, a bone bubble, a blown-out eggshell.
II.
That’s what it’s like: for the egg too has a mind, Doing what our able chemists will never do, Building the body of a hatchling, choosing among the proteins: These for the young wing-muscles, these for the great Crystalline eyes, these for the flighty nerves and brain: Choosing and forming: a limited but superhuman intelligence, Prophetic of the future and aware of the past: The hawk’s egg will make a hawk, and the serpent’s A gliding serpent: but each with a little difference From its ancestors—and slowly, if it works, the race Forms a new race: that also is a part of the plan Within the egg. I believe the first living cell Had echoes of the future in it, and felt Direction and the great animals, the deep green forest And whale’s-track sea; I believe this globed earth Not all by chance and fortune brings forth her broods, But feels and chooses. And the Galaxy, the firewheel On which we are pinned, the whirlwind of stars in which our sun is one dust-grain, one electron, this giant atom of the universe Is not blind force, but fulfils its life and intends its courses. “All things are full of God. Winter and summer, day and night, war and peace are God.”
III.
Thus the thing stands; the labor and the games go on— What for? What for? —Am I a God that I should know? Men live in peace and happiness; men live in horror And die howling. Do you think the blithe sun Is ignorant that black waste and beggarly blindness trail him like hounds, And will have him at last? He will be strangled Among his dead satellites, remembering magnificence.
IV.
I stand on the cliff at Sovranes creek-mouth. Westward beyond the raging water and the bent shoulder of the world The bitter futile war in Korea proceeds, like an idiot Prophesying. It is too hot in mind For anyone, except God perhaps, to see beauty in it. Indeed it is hard to see beauty In any of the acts of man: but that means the acts of a sick microbe On a satellite of a dust-grain twirled in a whirlwind In the world of stars .... Something perhaps may come of him; in any event He can’t last long. —Well: I am short of patience Since my wife died ... and this era of spite and hate-filled half-worlds Gets to the bone. I believe that man too is beautiful, But it is hard to see, and wrapped up in falsehoods. Michael Angelo and the Greek sculptors— How they flattered the race! Homer and Shakespeare— How they flattered the race!
V.
One light is left us: the beauty of things, not men; The immense beauty of the world, not the human world. Look—and without imagination, desire nor dream—directly At the mountains and sea. Are they not beautiful? These plunging promontories and flame-shaped peaks Stopping the sombre stupendous glory, the storm-fed ocean? Look at the Lobos Rocks off the shore, With foam flying at their flanks, and the long sea-lions Couching on them. Look at the gulls on the cliff wind, And the soaring hawk under the cloud-stream— But in the sage-brush desert, all one sun-stricken Color of dust, or in the reeking tropical rain-forest, Or in the intolerant north and high thrones of ice—is the earth not beautiful? Nor the great skies over the earth? The beauty of things means virtue and value in them. It is in the beholder’s eye, not the world? Certainly. It is the human mind’s translation of the transhuman Intrinsic glory. It means that the world is sound, Whatever the sick microbe does. But he too is part of it.
0 notes
guarita · 7 years
Text
POETRY AS MAGIC, do Jack Spicer.
Tumblr media
Depois de passar uma temporada lamuriosa de um ano e meio, entre 1955 e 1956, em Nova York (onde Spicer conheceu o Frank O’Hara, mas ambos não foram um com a cara do outro, muito menos com a poesia) e Boston, Jack Spicer retorna para San Francisco. Durante essa tal temporada, Jack perdeu a explosão Beat, que agora assolava a cidade. Na realidade, de certa maneira, ele teve relação com essa explosão, levando em conta que ele foi um dos co-fundadores da Six Gallery e foi lá onde Allen Ginsberg fez a primeira leitura de Howl.
Jack estava meio perdido – ele sempre teve um azar típico: quando achava de sua poesia precisava de novos ares, ares maiores para comportar sua grandeza, ele resolvia se mudar de cidade, porém, não se encaixava na vida nova e voltava pra onde havia saído, mas toda vez que regressava, tudo havia mudado drasticamente (isso aconteceu na vida dele quando ele saiu de Berkeley pra Minnesota e voltou pra Berkeley, e nesse caso de agora com San Francisco - Nova York/Boston - San Francisco) –, porém a cidade estava inspiradora, e Jack ficou oxigenado: San Francisco estava repleta de poetas, músicos, escritores de ficção e artistas visuais. Foi ai que surgiu a ideia de fazer uma oficina de poesia, que para ele “não seria um curso lecionando técnicas ou ensinando ‘como escrever’”, mas “um grupo explorando as práticas da nova escola mágica, que é melhor representada no trabalho do Lorca, Artaud, Charles Olsos e Robert Duncan.”
Para o Jack Spicer sua oficina seria algo pouco ortodoxo, enviesado numa coisa mais intrínseca, pessoal e bastante experimental. Ele dizia que: “minha oficina de poesia vai se chamar — Poesia como Mágica,” [...] A minha ideia principal até agora é que Houdini é a figura do poeta e que tradução é como roubar no poker.” A Biblioteca Pública cedeu uma sala pra a realização das oficinas, onde em todas as noites de terças, entre meados de fevereiro até o fim de maio, do ano de 1956, aconteceram o “Poetry as Magic”, aqui traduzido como “Poesia como Mágica”. As turmas seriam limitadas a 15 pessoas. Por conta dessa restrição, Jack teve a ideia de fazer um “questionário” onde os candidatos iriam responder a uma série de perguntas mirabolantes e extraordinárias, tais como “ Qual estrela se parece mais com você” ou “Qual seu livro favorito da Bíblia?”.
********************************************
oficina: “poesia como mágica”
Este questionário não é, em nenhum sentido, designado para indicar se você pode ou não escrever poesia. Já que a oficina é limitada para 15 pessoas, eu devo ter algum guia quanto a qual de vocês iria mais se beneficiar com o conteúdo específico desta oficina. Algumas destas questões podem parecer bizarras ou sem sentido, mas será muito útil se você responder todas elas da maneira mais precisão possível.
Uma lista dos aprovados será publicada na quinta-feira, 21 de fevereiro, no Quadro de Boletins da Biblioteca e no Centro de Poesia, S.F. State College, Juniper 4-2300, Ext; 251.
I. POLÍTICA
1) Qual sua música política favorita?
_______________________________________________________
2) Se você tivesse a chance de eliminar três figura políticas da face da terra, quais você escolheria?
1 – ___________________________________________________
2 – ____________________________________________________
3 – ____________________________________________________
3) Qual grupo político, slogan, ou ideia no mundo atual tem mais a ver com Mágica?
E com Poesia?
____________________________________________________________
4) Quem foi o Partidão?
____________________________________________________________
II. RELIGIÃO
1) Qual destas figuras representa ou representou as visões próximas das suas? Qual é a mais distante? Jesus, Imperador Juliano, Diógenes, Buda, Confúcio, Marcos Aurélio, Lao Tse, Sócrates, Dionísio, Apolo, Hermes Trismegisto, Li Po, Heráclito, Epicuro, Apolônio de Tiana, Simão Mago, Zoroastro, Maomé, A Deusa Branca, Cícero.
Qual a figura mais próxima? ____________________________ Qual a figura mais distante? ____________________________
2) Classifique este conjunto de figuras do mesmo jeito. Calvin, Kierkegaard, Suzuki, Schweitzer, Marx, Russell, São Tomas de Aquino, Lutero, Santo Agostinho, Santayana, O Bombardeio Louco, Marquês de Sade, Yeats, Gandhi, William James, Hitler, C.S. Lewis, Proust.
Qual a figura mais próxima? ____________________________ Qual a figura mais distante? ____________________________
3) Qual seu livro favorito da Bíblia? ____________________________
III. HISTÓRIA
1) Estime uma data para os eventos ou pessoas a seguir:
Platão _______   Buda _________ A Batalha de Waterloo _____ Dante _____ A Invenção da Prensa _____ Nero _____ Chaucer _____ A Unificação da Itália _____ Joana D’Arc _____
2) Escreva em um parágrafo sobre como a queda de Roma afetou a poesia moderna.
IV. POESIA
1) Se você estivesse editando uma revista com orçamento ilimitado, quais poetas você chamaria para contribuírem pra revista?
V. PESSOAL
1) Nome: Endereço: Idade: Sexo: Cidade: Telefone: Altura: Peso: Casado(a) ou Solteiro(a):
2) Qual animal se parece mais com você? 3) Qual inseto se parece mais com você? 4) Qual estrela se parece mais com você?
5) Que carta de um baralho comum (ou de um Tarô) representa o absoluto dos seus desejos? o absoluto dos seus medos?
6) Escreva a piada mais engraçada que você conhece.
VI. PRÁTICA
RESPONDA UMA DAS QUESTÕES OU AMBAS
1) Em qualquer um dos três poemas a seguir, preencha os espaços em branco com o número de palavras que você quiser (incluindo nenhuma) tentando fazer um poema completo e satisfatório. Não altere nenhuma das palavras ou pontuações já existentes e nem acrescente mais linhas. 2) Invente um sonho onde você aparece com um poeta.
I
Com as gengivas desaparecida ...................... estamos ................... E embora o nariz seja .................. nada, o olho...........................
E agora o .................................. Do radiador ........................... chão é..............................., a mesma linha que se erguer .......................... crianças
Você vai contar .......................... Você vai ficar no meio deles, Você saberá ..................., você vai ouvi-los no estreito ...................
II
No ............................ infinito de Neve, ....................... sal Ele perdeu sua..................
A cor branca. Ele caminha sobre um tapete feito ......................... ..............................
Sem olhos ou polegares Ele sofre ..................... Mas o .......................... estremece
No....................... infinito Quão .......................... é a ferida Que .................... deixou.
Neve,................ Sal.................. No ...................... infinito.
III.
Garça de raiz azul, ......................................... lago onde ......................................... canção, como eu sem viajar Levando ........................... para descansar, alado pássaro d’água E burro com a música ...................................... Eu estou em frente à margem do mar, como ele sem viajar ..............................., pendurado nas asas ......................... . Doído por voar, por ................................................ Estou ................................... e então descanso. Eles,................., não irão nos caçar A carne d ...................... é .............................. e isso é burro. O som de um flecha, a mira de um caçador ....................................................... como uma vida sem asas. Então vamos morrer pela morrer só é movimento E morrer só irá fazer essas garças voarem. ......................... que sem asas .................................. oceano .................................... morrem.
2 notes · View notes