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                        hera & uda gif set - almost friends
                                             there's something tragic about you,                                                   something so magic about you,                                                              don't you agree?
                                         there's something lonesome about you,                                             something so wholesome about you,                                                             get closer to me.
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𝕜𝕣𝕤𝕒𝕙𝕖𝕣𝕒
Como sempre, ela ficou em seu canto, quieta, enquanto observava Uda com seu cigarro. Odiava aquele vício, assim como o de beber refrigerantes ou consumir açúcar demais, mas sabia que não deveria tentar enfiar na mente das pessoas que deveriam parar com isso.
Afinal, ninguém melhor do que a própria Hayoon para saber que a vida consistia num sopro: quantas pessoas que não fumavam, não bebiam e não usavam drogas ela havia atendido na mesa de seu trabalho no necrotério nos últimos cinco anos, quando havia começado a trabalhar lá? Indivíduos que foram assassinados por algum erro em vida ou até mesmo por acidente, em alguns casos. Então não seria ela a destruir as pequenas alegrias de ninguém – mesmo que esse alguém fosse Uda. Principalmente porque esse alguém era Uda, na verdade, já que numa primeira impressão, o rapaz não parecia ter muito que o motivasse a dar continuidade à sua existência.
Acabou que se surpreendeu com o outro aceitando seu convite. Não esboçou nada, apenas assentiu. Não queria fazê-lo se arrepender de ter tomado aquela decisão, como ela própria faria se fosse Uda, sabendo o pouco que sabia sobre a personalidade do japonês.
“Tudo bem. Eu tenho alguns patins no meu carro, porque planejava fazer isso com uma amiga no começo do mês. Podem servir em você, somos quase do mesmo tamanho.”Comentou. Sabia que poderiam ficar um pouco apertados, mas como não achava que durariam muito sobre um lago congelado naquele frio absurdo, não faria mal. “E eu particularmente prefiro o chocolate quente que eu faço, mas por lá tem uma cafeteria bacana também.”Adiantou, arqueando uma das sobrancelhas enquanto enfiava mais as mãos dentro dos bolsos, atrás das chaves de seu carro. “Terminou aqui?”
Sua mente foi tomada por insegurança. Devia confiar tanto assim em Hera? Devia depositar tantas expectativas em alguém que não fosse si? Devia? Tudo para ele sempre fora casual, amizades casuais, romances casuais. Estabilidade nunca fora seu forte e muito menos sentimentos. Se fosse qualquer outra pessoa convidando-o para patinar e tomar chocolate quente teria rido, como alguém poderia pensar que ele aceitaria aquilo? Mas Hera não precisara nem convence-lo. Estava fora de sua zona de conforto, era um sentimento diferente, agridoce. Estava feliz por passar mais tempo com Hera, poderiam usufruir da companhia um do outro e ficarem um pouco menos solitários por algum tempo. Entretanto, um sentimento de medo o consumia. Estava se arriscando e sempre que arriscava-se, era decepcionado. “Você será mais uma decepção, Hera?” Pensou, esperava estar errado. Esperava que aquele relacionamento de quase amigos não o consumisse.
Uda era uma pessoa pensativa, costumava ater-se aos detalhes e dissertar a respeito deles para seu cão, Yoyo. Conseguia prever o quanto iria arrepender-se de ter tentado se expor naquele tipo de situação. Não falaria muita coisa, como de costume. Hera ficaria entediada e pediria para irem embora, daria alguma desculpa e o evitaria por alguns dias. “Não me importo”, Pensou consigo mesmo. Nunca importara-se de deixar as pessoas desconfortáveis com seu silêncio ou personalidade entediante. Não se importava com o bem estar dos outros. Porém tinha medo de Hera simplesmente ir embora e deixa-lo sozinho de vez. 
Acenou de forma positiva a respeito dos patins. Talvez realmente ficassem pequenos em seus pés e aquela seria a desculpa perfeita para ele não tentar. — Se quiser podemos fazer os chocolates no meu apartamento. Posso preparar algo para comermos também. — Recordava-se das várias vezes que fora na casa de Hera assistir filmes e cozinhava para os dois, porém nunca havia convidado-a para seu apartamento, receava que ela entendesse mal. — Terminei. — Colocou as mãos em seus bolsos novamente. Encarando-a mais uma vez esperou que a mulher fizesse o próximo movimento.
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𝕜𝕣𝕤𝕒𝕙𝕖𝕣𝕒
“Não se preocupe. Meu casaco é grosso.” Avisou, no tom mais natural que podia mesmo que tivesse se surpreendido que o japonês tivesse se preocupado com aquilo. Sempre que se pegava observando Uda, Hera sentia que estava fitando um espelho. Era claro, suas etnias eram diferentes, suas fisionomias destoavam e deixavam óbvio que ela era sul-coreana e ele era japonês, mas num geral, em se tratando de suas personalidades, era bom saber que ela poderia contar com alguém tão parecido com ela. Passara muito tempo de sua vida ouvindo de seus pais que ela teria problemas em encontrar alguém que quisesse partilhar sua companhia devido aos seus comportamentos peculiares e suas inaptidões sociais, então naqueles momentos em que topava com pessoas como Uda ou Typhon, ela sentia que pertencia a algum lugar do qual nunca ouvira falar ao longo de sua existência. Algum abrigo nuclear no qual ela se enfiara e encontrara mais indivíduos como ela, que compunham uma parte diferente da sociedade.
“Eu estava pensando…” Começou, meio sem jeito. Normalmente não se sentia preocupada com as coisas que poderia dizer, mas vez ou outra Uda soava tão intimidador que ela sentia que estava na presença de seu pai. Logo, era melhor evitar asneiras. “Quer tomar um chocolate quente comigo?” Perguntou. Estava com fome, mas não o suficiente para comer uma refeição decente. E estava frio, então por que não convidá-lo quando o expediente do rapaz havia chegado ao fim também? “Na verdade eu tinha planejado patinar antes do lago perto de casa descongelar.” E quase fechou os olhos, tomada pelo arrependimento, no instante em que disse aquilo. Uda não tinha a mínima cara de quem se interessaria por patinar, então aquela frase saindo de sua boca soou bastante patética para a toxicologista. “Mas só o chocolate quente serve também…”
Deu de ombros, aquele era o máximo que conseguia mostrar de afeição e se ela havia dito para não se preocupar então devia apenas ignorar. Sentia-se estranho por ter falado aquilo, havia percebido a tempos que não era o mesmo quando estava com Hera, mas não se incomodava frequentemente com aquilo. Tirou o maço de seu bolso juntamente com o isqueiro preto. Deu algumas batidas leves em baixo do pacote, expondo a ponta de um cigarro, pegou-o com os dedos gelado e o acendeu. O fogo criado pelo isqueiro esquentou a ponta de seu nariz de uma forma confortável. De forma instintiva tragou a fumaça, senti-la descer por sua garganta o relaxava e levava-o novamente para sua terra natal, quando podia fumar junto a garotas e eventualmente conseguir algo. Não diria que era infeliz na Coréia, tinha uma vida estável, um emprego estável, não tinha obrigações sociais, tinha um cachorro, tinha um apartamento só para si. Nunca tinha nada daquilo antes e tudo era diferente agora. Lembrava de si com dezesseis anos e de como estava perdido naquela época. Oito anos atrás era infeliz, agora estava apenas insatisfeito.
Seu monólogo mental foi encerrado pela voz de Hera, ela parecia nervosa, relutante. Imaginou que ela estivesse desconfortável por causa do frio, mas não queria admitir. Sabia que vê-lo fumar não era algo atrativo, mas não sabia o que devia dizer. Normalmente não sabia o que dizer, gostava de ser objetivo justamente por que não precisava pensar muito. Se o faziam uma pergunta, respondia apenas o que perguntavam e se precisasse falar algo, falava apenas o necessário. Assim, evitava de falar mais do que devia. Entretanto, para sua surpresa, Hera o ajudara e convidou-o para tomar um chocolate quente. Estava surpreso, mas feliz. É claro, não saberia demonstrar seus sentimentos, mas realmente gostava da ideia de um chocolate quente e até mesmo de patinar. Lembrava-se de quando era criança e fora patinar com os colegas de escola em uma excursão. Perguntava-se se conseguiria equilibrar-se. — Eu patinei só uma vez, mas não vejo problema. — Disse dando de ombros, aproveitando as últimas tragadas de seu cigarro e apagando-o. Virou-se para Hera, olhando em seus olhos, encarou-a. — Depois podemos tomar o chocolate quente, se quiser. — Apertou os lábios chegando o mais próximo que conseguia de um meio sorriso. 
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𝕜𝕣𝕤𝕒𝕤𝕚𝕣𝕖𝕟
               era incrível como krsa parecia grande após de alguns anos sem caminhar pelos seus corredores. siren não se lembrava nem mesmo como chegar nas salas de treinamento, como iria saber qual sala era a sala de um tal de kumiho que seus pais queriam que ela conversasse? seria mais fácil para ela se tivesse qualquer pessoa ali para perguntar sobre, entretanto, aqueles corredores estavam completamente vazios, tornando a ideia de bitna inútil. não apenas isso, mas os krsa watch que agora fora dado pra ela era diferente do que tinha na sua época, então não conseguia se localizar com ele. o jeito então era procurar pessoas dentro das salas, até achar uma alma viva para lhe dizer ou então finalmente achar o laboratório de robótica.
               a próxima porta era a última do corredor, mas, considerando a enorme quantidade de salas que existia no qg, não era tão encorajador saber disso. siren podia jurar que deveriam ter feito algumas reformas ali, pois não se lembrava do lugar ser tão extenso. claro, já fazia um bom tempo desde que ela tinha saído de lá, então provavelmente fora aquilo que aconteceu. aquela porta, além de ser a última daquele corredor, era a sétima das que havia tentado no total, sendo que todas as outras que tinha tentado abrir até o momento ou estavam trancadas ou vazias. deu duas batidas da porta antes de abri-lá calmamente. — com licença… — perguntou, enquanto colocava o seu corpo para dentro da sala. já podia perceber que não estava vazia, entretanto, pela falta de protótipos robóticos ou algo do tipo, imaginava que aquela não era a sala certa. — desculpa o incômodo… eu estava procurando o laboratório de robótica? alguém poderia me indicar onde é? — ela perguntou, não para uma pessoa em específico, apenas queria receber logo as informações para não precisar perturbar mais ninguém.
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Aquele era apenas mais um dia. Mais um dia em seu trabalho. Mais um dia para reclamar mentalmente. Naquele dia Uda estava estressado, costumava ser calmo, considerando que tentava não se importar com grande maioria das coisas ao seu redor. Porém, algo que sempre fora importante para si era sua credibilidade. Recebera mais cedo a visita não esperada de alguns agentes japoneses, fizeram perguntas de todos os tipos, mas Uda sabia que aquilo não seria tudo. Imaginava que voltariam ali pelo resto da semana para atrapalha-lo durante seu trabalho e suas coisas ficariam atrasadas, para, por fim, ficarem satisfeitos. Não conseguia entender a lógica de seus conterrâneos. Tinha noção de que sua presença na KRSA era muito mais uma faixada do que realmente um trabalho. Uda não era um agente enviado, era apenas um problema que fora jogado para as mãos de outras pessoas. Lembrar-se disso o deixava furioso, a ponto de querer fugir, mas sabia que se o pegassem seria bem pior. Ninguém queria protege-lo, não existia nenhum deputado Alemão que se importasse com seu sumiço, não existia nenhum jornal que desse a mínima para seu desaparecimento. Estava nas mãos de seus inimigos e agora recolhia informações privadas de cidadães coreanos que provavelmente não teriam nenhuma utilidade no futuro. Mas estava tudo arquivado em seu HD. 
Seu raciocínio fora interrompido ao ouvir alguém bater em sua porta e entrar, apesar de Uda não ter dado permissão. “Já?” Imaginou serem novamente os agentes compatriotas em busca de mais respostas para perguntas desnecessárias. Porém, ao virar sua cadeira pronto para protestar viu uma garota. Era esguia, com os cabelos curtos e uma feição conhecida por Uda. Não era um grande fã de música, não gostava de nenhum estilo em particular, mas era fã de garotas bonitas e talentosas. Sabia quem era aquela e sua memória não falhava, Bitna estava na sua frente. Como de costume, não sabia controlar suas emoções então ficou ali, parado por alguns instantes sem entender o que estava acontecendo. Ela estava mesmo ali? Ele havia dormido no meio do expediente? Aquilo era algum tipo de teste? Por que ela queria o laboratório de robótica? Sua cabeça estava a mil tentando entender o que estava acontecendo. De repente nada fez sentido e seu queixo caiu. Ao se tocar que aquela realmente era a realidade começou reparar melhor no que ela dissera. — Uhn... Robótica? — Não sabia ao certo o que devia fazer, não sabia se leva-la onde pedia era uma boa ideia, mas não queria perder a oportunidade de chegar mais perto dela. — Eu posso te levar se quiser... — Não, Uda não era prestativo. Qualquer outra pessoa que entrasse naquela sala seria devidamente ignorado, mas ela não era qualquer pessoal. Era A Btina, A garota que o fizera gastar um bom dinheiro em álbuns de musica. Não se importava se ela o achasse prestativo.
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🎤 — 𝐡𝐞𝐲 𝐭𝐡𝐞𝐫𝐞.
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𝕜𝕣𝕤𝕒𝕨𝕒𝕤𝕡
Os últimos dias haviam sido no mínimo estranhos. Mas tinha de voltar a focar em seu trabalho e desconectar o que mais podia estar acontecendo ao seu redor que não fosse o trabalho. Tinha de testar os novos módulos de segurança do sistema e nem Odysseus e nem Seven, apesar de qualificados, podiam participar. Eles sabiam como Wasp construía os sistemas e talvez comprometesse aquela visão de alguém de fora tentando invadir. Uda era o que menos tinha contato com seu trabalho e era muito bom em invadir coisas, era tão rápido e eficiente quanto ela. Wasp o provocava quase todos os dias, aqueles flertes leves que trocava com todos os hackers indiferente do sexo, mas tinha de admitir que pegava meio pesado com Uda, não queria que o rapaz pensasse que estava sendo perseguido por ela por conta da nacionalidade ou ser todo fechado e não falar de sua vida pessoal. Só queria que ele se sentisse bem como o resto dos outros.
Andou até a sala de comando com um notebook embaixo do braço ainda com selos e lacres, era um computador zerado que normalmente usava para aquele tipo de teste e depois o limpava minuciosamente para ser usado mais uma vez. “Desculpe a demora, eu tive uns problemas com a cafeteira antes de sair.” Colocou o computador na frente dele e se sentou na cadeira ao lado. “Eu não sei o que você precisa para invadir, mas temos o dia todo.” Cruzou as pernas, sem se importar com grande parte de sua coxa exposta a ele pela fenda da saia. “Eu vou ficar aqui, se não se importa, porque é uma simulação de um ataque real e quero avaliar minha rapidez de resposta também, vou tentar te bloquear na unha quando o servidor avisar que tem um invasor.”
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O transe de Uda fora quebrado ao ouvir a porta ser aberta, checou quem entrara e ao ver a figura de Wasp guardou o console em sua bolsa novamente. Fez um gesto com sua cabeça em resposta a desculpa dada pelo atrasado. Realmente não se importava de esperar, porém acreditava ser uma postura inadequada. A mulher costumava ter posturas inadequadas e Uda não conseguia processar aquele tipo de situação. Levantou-se para tirar seu paletó e dobrar as mangas de sua camisa social. Pigarreou enquanto pegava seu mouse e seu headset entro de um compartimento em sua bolsa. Plugou-o no notebook e instalou o software. Permanecia o mais silencioso que podia, gostaria que Wasp esquecesse de sua existência e também queria que, de alguma forma, seu cérebro anulasse-a. Porém, sentia que ela iria tentar se aproximar como sempre fazia. Fitou as pernas expostas da mulher. Era aquele tipo de postura que Uda achava estranha. Sem saber o que devia fazer apenas puxou sua cadeira para mais distante da mulher. — Ok. — Disse de forma seca e breve, queria acabar o mais cedo possível e voltar para seu apartamento. Seu cão tinha ficado com pouca comida e Uda preocupava-se em deixa-lo esperando até o final da noite.
Abriu poucos programas, era a primeira vez que tentava entrar dentro do sistema da KRSA, ao menos publicamente. Linhas de código apareceram em sua tela, não achava que seria difícil, mas também não esperava que aquele sistema fosse fraco como os outros no qual havia invadido. Estalou os dedos e começou a digitar rapidamente. Não estava muito preocupado, para ele aquilo não passava de trabalho e não havia nenhuma diversão no que fazia. Ajudar a segurança coreana a esconder informações de sua população nunca fora algo que Uda buscava quando começara a divulgar informações confidenciais das agencias japonesas. Na verdade, esperava que aquele sistema fosse fraco suficiente para que outra pessoa pudesse invadi-lo. Infelizmente não poderia facilitar para ninguém. Deviam fazer cerca de uma hora que estava ali, sentado naquela cadeira digitando linhas de códigos incansáveis sem conseguir decifrar algo importante. Até que achou uma pequena brecha e aproveitou-a. — Eu consegui entrar nas câmeras do décimo andar. Acho que devemos melhorar isso. — Sua boca estava seca e sentia que devia se levantar, mas não queria fazer movimentos bruscos, por algum motivo via Wasp como um animal selvagem.
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 𝕜𝕣𝕤𝕒𝕙𝕖𝕣𝕒
Não era nenhum segredo que, por motivos muito óbvios, Hera era bem mais próxima de sua equipe do que dos agentes daquele lugar. Mais especificamente, ela possuía certa proximidade com os especialistas em tecnologia, a exemplo de Typhon, por exemplo, e Stormy. Entretanto, entre esses nomes, havia o primeiro com quem havia tido contato quando pisara na KRSA pela primeira vez, recém-formada na faculdade e mais desnorteada do que tudo: Uda que, felizmente ou infelizmente, naquela época, havia conhecido uma Hayoon mais despojada e aberta a novas amizades, já que era carne fresca em um pedaço cheio de pessoas igualmente incríveis e competentes como ela.
Três anos haviam se passado desde então e, durante todo aquele tempo ela fazia a mesma coisa: durante seu tempo livre e no final de seu expediente, quando sabia que sairiam no mesmo horário, ela caminhava até a sala dele, com passos tão silenciosos quanto as mais macias das patas gatunas poderiam produzir, abria a porta sem fazer movimentos bruscos para não incomodar o amigo e sentava-se num canto, normalmente comendo algum doce, mexendo em seu celular ou contentava-se em vê-lo trabalhar, tudo tão discretamente que nem ela percebia o que estava fazendo; tinha para si que o corredor dos hackers possuía toda a paz que ela necessitava e não conseguia na parte em que trabalhava, já que havia gente transitando de um lado para o outro o tempo todo. Então ficava realmente feliz que o amigo – ou o que quer que Uda fosse àquela altura do campeonato – aceitasse dividir seu cubículo com ela. Soava como uma das coisas mais legais que alguém já havia feito por ela dentro daquela agência, desde que havia chegado.
Ficava feliz também com o silêncio que falava pelos dois quando se encontravam. Conversavam, mantinham a educação, mas não infringiam o espaço pessoal um do outro. No começo, Hayoon havia feito um pouco disso, insistindo em tê-lo por perto e empurrando algum assunto, mas com o passar do tempo, passou a agradecer pelo fato de Uda falar somente o necessário. Dependendo da situação, era até reconfortante que o rapaz agisse daquela maneira. Por isso, quando ele se levantou e passou por ela, não utilizando nada mais do que gestos, ela já sabia o que fazer. Enfiando as mãos dentro dos bolsos do casaco enorme que usava, ela o seguiu, com uma careta tanto porque ele estava saindo para fumar, quanto porque faria isso na neve. De qualquer maneira, lá estava ela, ao lado dele.
“Que horas você sai?” Perguntou, no tom baixo de sempre. Dependendo, nem retornaria com Uda para a sala. Queria ir logo para casa, enfiar-se debaixo das cobertas mais pesadas que encontrasse e refletir em seu quarto escuro até pegar no sono. Aquele era seu programa ideal.
Uda não costumava ser alguém sociável, nunca tivera muitos amigos, talvez por ser extremamente seletivo e considerar-se superior, talvez por ter medo de ser deixado. Independentemente das razões uma coisa era certa, Uda nunca esforçara-se para ser simpático com quem não merecia. Porém, o conceito de merecimento do japonês sempre fora um pouco sombrio. Não acreditava ser o melhor em nada, mas confia o suficiente em suas habilidades para se considerar superior a outras pessoas. Sempre ouvira em sua infância que devia ser mais humilde, que tanta arrogância apenas o traria solidão, porém nunca se importou. Ficar sozinho não era tão ruim assim. Podia confiar em si mesmo, mas não podia confirmar em mais ninguém. Entretanto algumas vezes, raramente, aparecia uma pessoa que interessava Uda e ele conseguia entender o por quê das pessoas procurar amizades. Hera era uma dessas poucas pessoas. A três anos atrás ela havia insistido em ser sua amiga e agora Uda era grato por todas essas tentativas. Não sabia expressar seus sentimentos e por isso normalmente a tratava como qualquer outra pessoa, porém a presença dela não era igual a dos outros.
Checou o relógio em seu pulso, já eram aproximadamente seis e meia da tarde, seu horário já havia acabado a cerca de trinta minutos. Todos os dias Uda costumava trabalhar duas horas a mais além de seu expediente. Desde que havia chegado a Coréia havia recebido ordens de não sair de seu apartamento em horários vagos e não comunicar-se com ninguém fora da KRSA. Ou seja, sua única ocupação era trabalhar e cuidar de seu cachorro. Nunca tivera uma vida empolgante como a dos filmes, porém seu dia a dia mudara drasticamente quando comparado a quatro anos atrás. Sua Vida no Japão baseava-se em encontros casuais e conhecidos descartáveis. Nunca havia tentado se enganar acreditando que era importante para alguma daquelas pessoas, prova disso era que, após seu desaparecimento, ninguém o procurou. Era apenas uma mancha na memória deles, assim como eles eram insignificantes para Uda. Entretanto, Uda não via Hera como insignificante e desejava passar mais algum tempo com ela, mesmo que não fosse pedi-la — de certa forma, esperava que ela adivinhasse. — Seis da tarde. — Questionava-se se ela queria algo com aquela pergunta. 
Um pensamento rápido passou pela cabeça de Uda, pensou em chama-la para fazer algo. Considerava-se corajoso, mas não sabia se portar naquele tipo de situação que, para si, era extremamente sentimental. Abriu a porta da área de fumantes, as janelas, constantemente abertas, deixavam o frio de inverno infestar a sala. Sentiu o vento gelado em seu rosto e antes de entrar virou-se para Hera. — Acho que ficará com frio aqui, se quiser posso fumar depois.
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𝕥𝕠𝕨𝕖𝕣𝕤 - a small para with @krsawasp​
Talvez fosse por causa do esteriótipo imposto a sua nacionalidade ou talvez seus superiores apenas adoravam castiga-lo sempre que possível, mas o codinome de Sōta estava sempre envolvido em trabalhos em grupo. Detestava falar com pessoas e sentia que tornava-se menos produtivo ao fazê-lo. Havia aprendido a concentrar-se quando estava isolado em seu cubículo no cyber-café. Sentia falta de não ter uma casa para onde ir. Sentia falta de estar sozinho. Sentia falta de quando seu trabalho era manter-se o mais desconhecido possível. Ao ser jogado em trabalhos como aqueles, costumava pegar um pedaço e manter-se focado naquilo. Porém, aquela vez era diferente. Já havia conhecido Wasp anteriormente. A mulher era claramente bastante provocativa e aquilo o irritava profundamente. Sabia que não possuía nenhuma chance, mas ela continuava avançando apenas para tentar fazê-lo esboçar alguma emoção. Ao menos era isso que acreditava. Uda tinha uma péssima mania de achar que entendia as pessoas e sempre tentava lê-las. A vida era um grande jogo e Uda era péssimo nele.
Fora previamente informado que o trabalho seria em dupla. Acreditava que aquilo era uma ofensa a suas capacidades, não precisava de ajuda e não desejava-a. Apagou o cigarro no cinzeiro e saiu pelos corredores da KRSA, andava em direção a sala de controle. Hoje seu trabalho seria testar a capacidade do sistema de segurança, devia tentar de todas as formas possíveis infiltrar-se ou prejudicar o esquema de proteção. Não estava animado, se fosse sincero diria que odiava aquele trabalho mais do que tudo no mundo, preferia voltar a servir café e vender roupas a ficar naquele lugar. Mas não tinha opção. Pegou seu crachá dentro do bolso e entrou na sala. Estava sempre adiantado e sabia que devia esperar Wasp para começar, então pegou de dentro de sua bolsa um vídeo-game portátil e decidiu distrair-se. Não se importava em esperar. 
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𝕣𝕚𝕓𝕤 - a small para with @krsahera​
Ouviu sua porta abrir e ser fechada com delicadeza, ouviu passos em sua sala, ouviu alguém sentar em sua poltrona. Uda continuou seu processo de check-up do sistema operacional dos KRSA Watches, os olhos fixados na tela, sem dar importâncias para os sons que havia escutado. Sabia que todos naquela corporação estavam em risco após o assassinato da agente, porém não acreditava que alguém no mundo conhecesse ou se importasse com sua existência o suficiente para testar os sistemas de segurança. Além disso, não precisava olhar para trás para saber quem era. Continuou digitando e revisando linhas de códigos, odiava seu trabalho e quanto mais tempo passava ali, mais tinha vontade de desistir de tudo e ir preso logo de uma vez. A pessoa sentada em sua sala não dizia nada e aquilo o deixava tranquilo, não tinha tempo para conversa naquele momento. Apesar de detestar aquele emprego, tinha de fazê-lo direito. Não gostava de fracassar, independente se o tópico era pertinente para seus interesses ou não. Olhou o relógio no canto de seu terceiro monitor, estava na hora de sua pausa para o cigarro. 
Virou-se, vendo o rosto que esperava. Hera estava ali, sem fazer perguntas, sem fazer barulho, sem o incomodá-lo. Ele adorava aquilo. Não costumava gostar da companhia de pessoas enquanto trabalhava, na verdade, não gostava da companhia de pessoas em geral. Desde jovem, Uda fora ensinado a ficar sozinho e trabalhar sozinho. Porém, Hera mostrava-se uma exceção. Ele gostava dela até durante as breves conversas. Ficar perto dela o deixava menos irritado e até mesmo conseguia sentir-se mais sentimental — mais do que o comum ao menos. Pegou o maço de cigarros em cima de sua mesa e seguiu até a poltrona onde a mulher encontrava-se. Olhou-a, esperando que ela entendesse que estava na hora deles saírem dali. Não disse nada, apenas começou a andar em direção a porta, pegando seu sobretudo. Pela janela conseguia-se ver a neve caindo, Uda odiava fumar quando estava nevando.
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                                                          Regardless of warnings,                                                    the future doesn’t scare me at all.
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