mariseanas-blog

[mariseanas-blog]

o tíulo desse texto é: esse texto não tem título pois o que eu pensei ficaria clichê e tô parando.

‪comendo macarronada gelada ouvindo yellow days na cozinha 4:45 da madrugada de domingo na quase metade de abril. 2019, o que viria a ser um dos anos mais loucos da historia e, apesar de sentir, ainda não tinha ideia completa de como as coisas seriam. vivia tendo uns sonhos confusos há uns dias, tava dormindo com a pulseira de ametista ao lado do travesseiro, na cama. no começo da semana tinha escolhido uma carta num oráculo que falava sobre arco iris e mensagens. o baralho, a proposito, era encantador. abrindo aqui um parentese, ele era uma coleção de cartas onde cada uma tinha a ilustração belíssima e retrô de flores. tirara íris. por isso o significado, arco íris e mensagens. pesquisou na internet e acrescentou o deck na lista de desejos. fecha parenteses.‬

‪a carta tinha como conselho, quando estiver chovendo procure pelo arco íris; quando estiver escuro, procure as estrelas. na descrição a taróloga dizia, esteja aberta para as mensagens que vão chegar até voce, sinais astrais. e principalmente o arco íris, símbolo da esperança. em suma, tudo certo, estava sendo guardada e protegida pelos deuses e tudo estava encaminhando bem. na mesma semana assistira um filme sobre unicórnios, amor próprio, ser você mesmo, honrar os pais e todas essas coisas bacanas legais. chorou do começo ao fim, soluçava. a lua tava em câncer, a semana tava difícil, uma possível tpm se aproximando. mas naquele momento se achou, era a mensagem, o sinal. ou um dos, ja que os sonhos confusos continuavam. antigos conhecidos, lugares estranhos mas que de alguma forma já estivera ali, casos passados, casos atuais... uma salada do inconsciente. ‬

‪então comendo macarronada e ouvindo a banda que estivera obcecada por um certo tempo começou a pensar num desses casos. nada romântico ou obsessivo, era mais uma questão existencial sobre si. se engana quem pensa que as relações são sobre os outros... é sempre sobre a gente. o que poderia ter sido feito para reverter o resultado final que não aceitamos por qualquer que seja o motivo que você tenha. ‬

‪a vida não é um experimento cientifico onde pode-se testar e observar o resultado surgir, de forma que nunca saberemos se erramos ou acertamos ao obeceder um sentimento. uma vontade. um querer. milan kundera disse isso de uma forma muito melhor em a insustentável leveza do ser. sim, aquele livro que tava lendo naquela época. então pode perceber que por mais que pensasse que poderia ter sido mais assim ou menos assim ou se naquele dia não tivesse mandado aquela mensagem, se não tivesse saído de casa na hora do almoço naquele dia, não adiantaria. qualquer variação do que foi só seria uma forma de adiar um pouco mais o que era pra ser. e então uma gestalt se fechou. e isso remete a outra cartinha que tirara num outro dia daquela semana. a morte. a mensagem era direta e clara, era preciso finalizar o que não andava mais. enfim. obrigada por isso. ‬

[mariseanas-blog]

Tentativa de poema sobre esses dias em que nada faz sentido inclusive esse poema

Nesses dias que você acorda e parece que tudo mudou de lugar Mas nao mudou de uma forma boa, parece que bagunçaram Então você se irrita. Esses dias que você não consegue decidir qual filme quer assistir Porque quer um filme que te faça rir Então você chora. Nesses dias em que tudo é pesado demais, a cabeça, barriga, braços Você só quer ficar deitada. As pessoas são chatas A comida é chata A tv é chata A arte é chata O livro é chato Tudo é chato. Não sei rimar, e fica até chato. Mas pra terminar, Te odeio TPM.

[mariseanas-blog]

Me fala

Me fala que eu sou muito bonita, num soluço bêbado, mas antes pergunta como me chamo. Me fala que você não lembra. Me fala quantos anos você tem e onde você mora. Me fala qual sua cor favorita, a comida que mais gosta e a que não suporta. Me fala o que faz da vida e onde quer chegar, mas me fala tambem os teus planos pro futuro. Me fala se voce gosta de animais e de crianças, se quer casar ou não. Me fala uma coisa engraçada e espontânea, que me faça gargalhar bem alto de forma que te faça rir tambem. Me fala teus sonhos e desejos, o que gosta de fazer e que tipo de filme gosta de assistir. Me fala se você prefere domingos chuvosos ou terças ensolaradas. Me fala a fala do seu livro favorito, o verso da música que tu amas, mas fala cantando no meu ouvido. Me fala teus vícios e como gosta do seu café. Me fala teus segredos mais obscuros. Na verdade não... Não fala, me deixa descobrir aos pouquinhos. Mas me fala como você gosta do meu cabelo e qual blusa fica melhor em mim. Me fala pra onde você quer ir, mas fala com antecedencia, você sabe como eu sou. Me fala que aquela criança sentada na mesa ao lado é muito sabida e observadora. Fala que a criança falou que tínhamos tatuagens e que tu derramou refrigerante na roupa ao tentar abri-lo. Me fala sem falar aquilo que só os teus olhos conseguem dizer e só eu consigo ler. Me fala com aquele olhar que grita o desejo de ir embora e ficar de conchinha falando banalidades da vida. Me fala durante uma explosão que você não falou nada do que eu falei, mas fala docemente comigo quando a raiva passar. Me fala que vai embora, que não consegue mais e que tá difícil. Me fala que não pode, que não quer, que não deveria. Me fala que não foi, que não é e que não vai ser, que o que talvez tenha sido, foi e não é mais. Me fala o que eu quero ouvir e o que não quero também. Mas me fala... Tenho sede e curiosidade de ti. Com os lábios ou olhos, fala.

[mariseanas-blog]

Piores piores “amigos”

Eu tenho um amigo. Não, na verdade ele não é meu amigo, mas quer ser. Sabe aquelas criaturas que ficam forçando amizade e/ou aproximação, te deixando nauseado e com raiva? Pois é, assim que ele é. Não sei se posso me referir a tal como “ele”, porque não tem gênero, assim como não tem cor, nem nacionalidade, mas por ser mais conveniente, vou tratá-lo assim. 

Ele não foi apresentado a mim por um amigo em comum, nem pelos meus pais ou primos. Um dia ele simplesmente chegou na minha casa, se apossando de todos os cômodos, mas não era uma visita agradável, sua presença nos corredores era insuportável. Apesar de pequeno e parecer inofensivo na época, não fui com sua cara, não por implicância minha, mas por ser mau e fazer piadas e comentários negativos sobre mim quando ninguém estava perto. Me acompanhava pela casa como uma sombra, me esgotando, tirando minha paciência até que um dia resolvi me trancar no quarto para que não me perturbasse mais e fosse embora já que eu era a única que lhe dava atenção por ser quem ele desejava.

Acontece que ele ficou furioso e arrombou a porta do quarto, bagunçou meus livros, mexeu nas minhas gavetas e, ao me ver sentada no canto do quarto chorando e com medo, tomou conta de mim. Conseguiu o que queria, me isolar do mundo, me deixar sozinha e indefesa, totalmente a mercê. Logo depois trouxe uma amiga pra se juntar a nós e com isso passei a viver nos extremos. Não conseguia dormir, mas quando finalmente caía no sono não queria mais acordar. Comia muito ou não comia nada. Saía durante a semana inteira pra beber ou faltava todos os dias a faculdade por não ter vitalidade pra absolutamente nada.

A única coisa que sentia era um vazio no meu peito.. Mas ora, como sentir vazios? Por que? Me perguntava e ainda me pergunto isso todos os dias. As vezes eles sumiam do nada, de vez em quando só ela voltava pra me perturbar, muitas vezes os dois ou só ele e é isso até hoje. Eles vão e voltam, sozinhos ou em dupla, pequenos ou grandes, pela manhã ou tarde, em público ou quando estou sozinha. Ultimamente tenho conversado e conhecido outras pessoas que conhecem os dois ou um deles e tenho aprendido a ignorar suas ligações, aparições surpresas na minha vida ou sei dizer agora gentilmente que não quero e não vou ouvir suas palavras ruins. 

Tenho me afastado de tudo que me lembra eles ou nos aproxima, tenho me tornado mais forte a cada dia para que seja temida por eles e não o contrário. E assim eu sei que nunca serei sua amiga, nunca mais sairei com eles, não vou mais ouvir suas depreciações. 

Nunca pertencerei ou serei vencida por vocês.