Tumgik
mcrtina · 3 years
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FLASHBACK.
mordeu o interior da bochecha e, em claro desconforto, jogou o peso do corpo de uma perna pra outra antes de inesperadamente ser puxada pro abraço apertado de martina. não sabia como estava, não sabia como deveria se sentir. sua primeira reação foi se arrepender, mas depois de racionalizar um pouco não tinha certeza se poderia dizer que estava arrependida. —  ❝ acho que já estive pior, e também já estive melhor. ❞ — deixou escapar uma risada sem humor e acabou por envolver a mais baixa em seus braços também, acariciando as costas dela. naquele momento, desejou que o tempo parasse ali, temendo que as coisas não voltassem a ser como eram.  —  ❝ martina, para. por favor, para. ❞ — pediu com a voz baixa ao que as mãos encontravam os ombros alheios a fim de afastar a melhor amiga apenas a uma distância que permitisse que houssière olhasse nos olhos da rivera.  —  ❝ você sabe que não sou essa pessoa. sabe que eu não deveria estar nesse pedestal que suspeito que você me colocou. o anônimo não disse nenhuma mentira, fatos são fatos. ❞ —  comprimiu os lábios, esperando ver qualquer traço de decepção cruzar os olhos de martina.  —  ❝ sinto muito que você tenha descoberto da pior forma possível eu queria, deveria ter te contado. mas eu tive medo da sua reação, de você não me ver da mesma forma, de você, sei lá, me odiar… agora acho que isso tudo é simplesmente inevitável. ❞ — suspirou.         
Martina escutou Noëlle, mas discordava inteiramente dela. Não estava falando do segredo em si; para ela, pouco importava o motivo da garota de ter de envolvido em lutas clandestinas, e isso dificilmente mudaria sua compreensão e entendimento da sua melhor amiga e a pessoa que amava há sete anos. Não, o que a revoltava era aquele anônimo achar que tinha direito de fazer aquelas coisas. ❝ — Isso não tem a ver com pedestal, Ellie, apesar de você ser sim a pessoa incrível que pensa que não é. Isso tem a ver com ninguém ter direito de expor coisas íntimas das outras pessoas. Uma luta clandestina pode ser crime para a lei, mas quem você realmente machucou fazendo isso? Adultos escolheram estar nessa posição. Ninguém tem nada a ver com isso.❞ — discursou com raiva. Balançou a cabeça sem acreditar na Houssière. Como se Martina pudesse odiá-la! Foi até inevitável soltar uma pequena risada. ❝ — Ellie, todo mundo tem segredos. Se esse é o seu pior...❞ — interrompeu-se, pensando em como ela tinha coisas muito obscuras mantidas em um local tão profundo dentro dela que até se esquecia as vezes. Não era justo que achasse que era indigna dos seus sentimentos por estar envolvida em lutas clandestinas, enquanto Tina escondia coisas muito piores. ❝ — Escuta, Houssière, eu amo você. Tá bom? Em todos os sentidos. E isso envolve os seus segredos também, os segredos que eu não sei principalmente, porque eu entendo. Eu tenho segredos que nunca te contei porque acho que você me odiaria. Mas se esse idiota não vai nos deixar em paz logo, você precisa saber para decidir se ainda quer corresponder meus sentimentos ou... Ou seguir em frente.❞ — disse por fim, mordendo o lábio inferior em sinal de nervosismo.
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mcrtina · 3 years
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Mais uma vez lá estava o anônimo mexendo aonde não devia. Qual era o problema em deixar seus amigos em paz? Dessa vez, a pessoa no qual tinha mais envolvimento era Martina e seu suposto segredo não era nada fácil de lidar. Andrea estava indo até a festa para tentar melhorar o clima de alguma forma já que imaginava o quão estranho as coisas iriam estar, mas nunca esperaria ver a jovem Rivera no mínimo… Descontrolada. Ficou a todo momento observando, com um sorriso nos lábios e um copo nas mãos. “Bom, não se preocupe comigo. Estou aqui como plano de contenção caso o seu dê um pouco errado.” Ergueu brevemente as mãos em sinal de rendição.
❝ — Claro! Meu futuro marido é muito solícito!❞ — Martina começou a rir, provavelmente de desespero, mas era difícil dizer qualquer coisa com certeza naquelas condições, pois o álcool embasava seus pensamentos lúcidos. Ainda assim, abaixando o copo que estava segurando e olhando para Andrea, alguém que querendo ou não era muito familiar, sentiu sim o cansaço que ignorava já há anos. Depositou o copo na mesa e desviou o olhar. ❝ — Eu tô tão cansada dessa merda, Andy. Sinceramente.❞ — voltou a encarar o amigo. ❝ — E nem é do anônimo que eu to falando.❞ — confessou.
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mcrtina · 3 years
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FLASHBACK.
Embora na biblioteca, um de seus lugares preferidos no mundo, a mente de Faheera viajava em outras direções. O lápis, que deveria estar sendo usado para anotações, rabiscava padrões sem sentido no canto da folha, o queixo apoiado em uma das mãos enquanto soltava suspiros constantes. Sentia-se um tanto perdida, embora disposta a encontrar uma solução para tudo o que perturbava sua cabeça. Sequer notou a aproximação de Martina, sobressaltando-se quando ouviu a voz da mesma e bem, ficou um pouco surpresa também. Nunca tinha se considerado próxima, apenas uma colega, principalmente considerando a proximidade da outra com Noelle. Após alguns segundos paralisada pela momento, Faheera abriu um sorriso. “Hm, claro.” Arrastou um pouco de seus livros para o lado afim de abrir espaço, observando a outra com um pouco de desconfiança. Não sabia se deveria falar alguma coisa ou apenas absorver do silêncio confortável… No entanto, decidiu falar alguma coisa, principalmente por saber que ela possivelmente estava envolvida em todo o drama. “Você está bem?” Indagou, sentindo-se um pouco estúpida pela pergunta sem fundamente ou sentido. 
Ela sorriu e sentou-se logo à frente de Faheera. Por um momento Martina indagou-se sobre o que estava fazendo. Tinha simplesmente sentado ao lado da garota sem um plano ou então reserva para caso algo desse errado. E se a Al Hosseinzadeh estivesse envolvida nisso tudo, talvez estivesse se revelando ou se botando em perigo. Repreendeu-se mentalmente; nem tudo na vida tinha que ser planejado e ela se esquecia disso as vezes de tão compenetrada no papel que assumiu como irmã mais velha, responsável e tudo o mais. ❝ — Eu to ótima. Você?❞ — devolveu a pergunta amigavelmente. Colocou os livros que tinha pego nas prateleiras em cima da mesa como se estivesse justificando sua presença. ❝ — Estudando também? Sabe, o pessoal age como se as aulas tivessem acabado só porque já visitamos faculdades.❞ — iniciou o assunto como não queria nada. ❝ — Ainda tem chão para percorrer. Falando nisso, eu fui em uma festa de colaboradores dos d'Harcourt e tive a oportunidade de conhecer o secretário do seu pai. Não sabia que vocês tinham vínculo com a faculdade.❞ — comentou, em tom despreocupado.
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mcrtina · 3 years
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FLASHBACK.
desde a madrugada anterior, mantinha seu celular no silencioso no fundo da gaveta da escrivaninha em seu quarto depois de mandar uma mensagem para o gerente do la belle époque avisando que não apareceria para trabalhar no sábado, porque não estava se sentindo bem, e ignorar todas as outras notificações. e realmente não estava. inclusive, a tática de fingir que não tinha um celular servia ao propósito de evitar encarar um dos seus piores medos: ter martina rivera decepcionada com ela. e talvez ter pensado tanto na garota nas últimas vinte e quatro horas fez com que ela saísse de sua inércia assim que ouviu a voz feminina ecoar distante do que parecia ser a sala de estar do apartamento que dividia com nicole, o cunhado e normandie. levantou-se depressa e caminhou pelo corredor em direção às vozes, à tempo de escutar nicole dizer:  — ❝ olha, ela até tá aqui… mas já vou te avisar que o humor está intragável. sabe, até pensei que você tinha termi… ❞ — nöelle interrompeu a irmã mais velha, o mais próximo que ela tem de uma figura materna atualmente. todavia, o único papel que ela servia com excelência era o de constrangimento.  — ❝ nós estamos bem, nicole, pelo amor de deus. ❞ — respondeu ao que se recostava no portal que separava o corredor do cômodo em que as outras duas estavam. apesar da frase dita de forma apressada e confiante, nöelle não tinha certeza alguma de que martina não “terminaria” com ela. na verdade, ela tinha mais certeza de que o inverso ocorreria. porque ela havia omitido e mentido sobre o que fazia todas as sextas à noite depois de sair do bar. por meses. estava tão consumida em culpa  por ter quebrado essa confiança que sequer se perguntou o que martina estivera fazendo no mesmo lugar. limitou-se a inclinar a cabeça indicando que a mais velha a seguisse até seu quarto.    
Martina segurou o riso enquanto escutava a fala de Nicole; se não fosse pela situação complicada em que Noēlle tinha sido inexplicavelmente colocada, a garota provavelmente teria rido. No momento, entretanto, só estava muito preocupada com a Houssière. E furiosa com o anônimo, de um jeito que nunca esteve antes. Foi um alívio vê-la chegando, de forma que a seguiu e apenas deu um sorriso para a irmã mais velha.
Depois de entrar no quarto já conhecido de Ellie, Martina apressadamente puxou-a para um abraço. Foi um dos poucos atos impensados da sua vida, mas que exprimiam um desejo intenso. Tudo o que queria era segurar Noëlle e dizer que ia ficar tudo bem, mesmo que fosse mentira. ❝ — Como você tá?❞ — perguntou, um pouco angustiada. ❝ — Pergunta idiota.❞ — zombou de si mesma, ainda mantendo o abraço apertado. Era bom estar próxima assim dela, de senti-la, sentir seu cheiro. ❝ — Agora ele foi longe demais. Você nunca fez mal para ninguém, isso é tão injusto.❞ — falou, irritada. Ainda, um pedacinho dela pensava que merecia mais ser exposta e ridicularizada, especialmente pelos segredos que guardava.
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mcrtina · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 17 de junho de 2021, festa do elenco.
𝑶𝑵𝑫𝑬: semiramis.
𝑸𝑼𝑬𝑴: martina & @gngstarters.
Martina não conseguia acreditar enquanto lia aquela mensagem na sua tela. Depois de todos aqueles meses, a garota achou que podia ficar alheia à situação com o anônimo e que jamais seria atingida. Tudo mudou quando Noëlle foi exposta, e agora a coisa ficou seriamente pessoal quando seu nome foi metido no meio. O pior ainda foi que o jeito usado para falar dela foi extremamente manipulado para parecer que ela era uma... Putinha. É isso. Não estava a fim de ir em festa nenhuma que não a do enterro daquele miserável que estava fazendo aquelas coisas, mas deixou-se ser convencida pelos colegas. Chegando lá, a porto riquenha fez algo que raramente fazia em festas com tantas pessoas conhecidas: encheu muito a cara enquanto escutava os outros decidirem o destino alheio. Servindo o seu copo de número sabe-se lá qual, a Rivera notou que possuía companhia e que estava sendo observada. ❝ — Não se preocupe, eu desisti de subir na empresa através de favores, prefiro subir a mesa de drinks. Daqui, pra cá.❞ — falou apontando para os drinks um atrás dos outros na mesa de bebidas. Olhou para MUSE e riu logo em seguida. Não estava sendo a Martina que todos conheciam, mas a quantidade de álcool que ingeriu garantia aquilo.
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mcrtina · 3 years
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❝ vai chegar o tempo em que vamos precisar escolher entre o que é certo e o que é fácil❞
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HEADCANONS DO FUTURO DE MARTINA, a pistoleira
O futuro de Martina estava traçado desde o momento em que ela era apenas um embrião dividindo o útero com seu irmão. Conforme os dias no ensino médio se acabavam, também se esvaia a sua esperança de conseguir reverter aquilo da forma que gostaria.
Tina foi aceita em quase todas as faculdades que aplicou. Harvard, Cambridge, Boston University, Universidade de Viena e na Université d'Harcourt. O certo seria ela seguir para Boston estudar na alma mater dos pais e cumprir tudo o que foi idealizado à ela: conseguir um diploma só para dizer que era formada e então casar com um herdeiro. Só que ter sido aceita por tantas faculdades boas expandiu os horizontes da garota, que já não estava muito satisfeita com o rumo das coisas. Então ela arrumou um jantar com os pais e o irmão gêmeo para anunciar e discutir o futuro; não houve bem discussão, os pais não ligavam se as Ivy League ou outras faculdades boas na Europa a queriam. Só existia uma jornada na qual eles se interessavam: a que terminava com ela no altar, de preferência com o Della Rovere.
Agora ela sabia que independentemente das notas altas, mil extracurriculares e todo o trabalho pesado que fazia na empresa familiar não seria nada no fim das contas porque ela era mulher e só existia um destino disponível. Isso alimentou seu sentimento já existente e crescente de revolta, que depois de alguns acontecimentos futuros envolvendo o gêmeo, culminaram na sua revolta completa com os Rivera.
No fim, Martina optou por estudar na Université d'Harcourt. Foi chamada de maluca, mas depois de tanto tempo a morena sabia de verdade o que importava: estar perto das pessoas que a compreendiam e a amavam de verdade, como Noëlle. Ela acabou trabalhando na empresa que sempre quis um estágio (antes dele ser roubado pela Eloise, a galinha), a Engie France, trabalhando especialmente para buscar e implementar a energia renovável na França.
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mcrtina · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 01 de junho de 2021, algum momento do dia.
𝑶𝑵𝑫𝑬: biblioteca da truffaut.
𝑸𝑼𝑬𝑴: martina & @ohfaheera. 
Martina reconhecia que ficou um pouco alheia da questão do anônimo e de Eloise por um bom tempo. Existia a rivalidade com a Girard-Dampierre que a impedia de se preocupar muito com o que acontecia com ela (mesmo que isso não quisesse dizer que gostaria da sua morte; não, Tina apenas não estava super animada para botar a garota que menos gostava na face da terra no foco e centro de tudo como os colegas fizeram), só que era mais que isso: a Rivera achava que tinha problemas pessoais demais para se preocupar com um imbecil que não mostra a cara. Era difícil quando ele mexia com seus amigos, mas o que ela podia fazer? Depois do episódio em Paris e das informações que recebeu de Noëlle, porém, a porto-riquenha agora estava mais intrigada e tinha interesse em resolver o assunto, muito porque -E agora tinha mexido com a sua amada e era uma questão de tempo que jogasse seu irmão na berlinda também. Primeiro achava que precisavam descobrir o motivo do nome dos Al Hosseinzadeh estar atrelado à Eloise e à universidade e podiam partir daí. Sem planejamento nem nada, Martina avistou Faheera sentada em um canto da biblioteca enquanto procurava um livro para ajudá-la em uma pesquisa. A morena logo pensou: quem melhor para dar informações sobre a família do que ela? Talvez não a soltasse muitas dicas ou confidenciasse algo, mas Tina era boa em sondar e manipular as pessoas. Deu passos decididos até a árabe e puxou a cadeira defronte à ela. ❝ — Oi... Esse lugar tá disponível?❞ — perguntou, dando seu melhor sorriso.
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mcrtina · 3 years
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O baile estava se aproximando. Essa informação martelava o cérebro de Martina constantemente e mais intensamente nas últimas semanas. Faltava pouco para a formatura também, mas esse pensamento era um pouco mais aterrorizante, por isso era mais fácil focar em algo mais trivial. Tina sabia com quem deveria ir ao baile e também sabia com quem queria ir. O que ela ia fazer não era uma dúvida, porque por mais responsável que fosse, ainda era uma romântica incurável; a verdadeira dúvida para a porto-riquenha era como lidar com as consequências. Nisso, pegou-se olhando para uma vitrine de vestidos luxuosos ao visitar o shopping em busca do novo lançamento Valentino. Quando estava sozinha, Mar se dava ao luxo de agir impetuosamente, então adentrou a loja, maravilhada com os vestidos. Odiava ser o tipo de pessoa alegada à roupas e coisas bonitas, mas era. Despertou de seu devaneio com todas as peças que gostava e visualizando-as combinando com um terno que Noëlle provavelmente usaria quando avistou Jeanne. Ela tinha escolhido um belo vestido para provar. Usualmente a Rivera fugiria de pessoas conhecidas ali, mas já que estava agindo mais como quem queria ser e não como quem deveria, por que não honrar ao máximo? Assim, se aproximou, e também acabou rindo do comentário alheio. ❝ — Acredite ou não, ya me lo dijeran.❞ — comentou, a língua materna saindo naturalmente depois de escutar o xingamento da Leblanc. Lançou um olhar para o vestido novamente. ❝ — Compras para o baile?❞ — questionou, realmente interessada.
Shopping em Cannes
Sexta-feira
Jeanne & @gngstarters
A viagem para Paris não foi bem do jeito que Jeanne havia imaginado. É claro que eles foram pela escola, afim de darem uma olhada na faculdade e considerarem como uma opção mas todos só pensavam em como aproveitariam o tempo na cidade da luz. Pelo visto não foi uma situação boa para todo mundo já que, desde que voltaram, o apartamento aonde morava parecia não viver ninguém de tão silencioso. Como se uma palavra dita fora do lugar trouxesse más consequências. Para tentar se distrair, Jeanne foi até o shopping para fazer sua teria de compras. Já havia saído de duas lojas até que parou na vitrine de uma e ali ficou. Ele exibia o vestido que seria mais do que perfeito para seu baile de formatura. Isso se tivesse dinheiro para pagar, é claro. Estava tão focado em seu reflexo no vidro que parecia vestir a peça com perfeição, que não percebeu a aproximação, apenas quando tocaram em seu braço. "Carajo!" Xingou, levando a mão ao peito antes de virar. "Desculpa, eu me assustei. Você tem um passo bem leve, sabia?"
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mcrtina · 3 years
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𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 29 de maio de 2021, logo após receber a mensagem do anônimo.
𝑶𝑵𝑫𝑬: apartamento da noëlle.
𝑸𝑼𝑬𝑴: martina & @houssie.
Martina estava em um jantar com os pais quando recebeu a mensagem do anônimo. Ainda na mesa escutando os mil planos e anedotas desinteressantes dos Rivera, a garota quase deixou o celular cair no chão. No mesmo instante soube que precisava sair dali e se encontrar com Noëlle; mas como? Latinos que eram, um jantar poderia durar quatro horas. O certo seria mandar uma mensagem para a Houssière e permanecer ali, mas quando se tratava dela, Tina não conseguia e nem queria ser racional. Era libertador para a menina que sempre devia fazer tudo certo se entregar a um sentimento e não agir como era esperado. Por isso, pediu licença para usar o toilette e, ao em vez de ir até lá, a Rivera saiu do restaurante pela entrada lateral. Chamou um Uber e em uns vinte minutos estava no prédio das irmãs Houssière. O porteiro a conhecia e entrou sem problemas. Bateu na porta e esperou que abrissem. Ao ver Nicole, Mar deu um pequeno sorriso, porém ainda estava consternada com o que leu para agir completamente alheia. Será que a mais velha sabia? ❝ — A Ellie está?❞ — questionou, mordendo o lábio inferior e ja adentrando o recinto conforme Nicole a deu passagem.
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mcrtina · 3 years
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FLASHBACK.
passou ambas as mãos pelo rosto, em um gesto que evidenciava sua frustração com aquele assunto. porque parte dela desejava ter permanecido na ignorância, que eloise tivesse se limitado a se despedir, sem deixar nenhuma informação adicional como havia feito, na carta deixada em seu armário.  —  ❝ eu não sei, não faço ideia. ❞ — respondeu ao primeiro questionamento de martina, porque também havia se perguntado a mesma coisa e chegou à conclusão de que era melhor não saber como eloise havia conseguido aquela informação. provavelmente se intrometendo onde não era chamada, palavras de holly cotillard sobre absolutamente qualquer coisa que a girard-dampierre (ou martin) fazia. ao segundo questionamento, primeiro, nöelle comprimiu os lábios e então olhou para a melhor amiga.  —  ❝ sim… tem um arquivo está tudo em persa, mas ao que parece é um acordo de confidencialidade entre o sr. al hosseinzadeh e o governo do irã. ❞ — então o que ela estava esperando? imaginou que fosse ser a próxima pergunta de martina. e era, também, algo sobre o que ela estivera refletindo no último mês.  —  ❝ apesar disso… não acredito que possa ser usado como base pra uma denúncia, pelo menos, não uma denuncia formal… você sabe, para autoridades. porque tenho certeza de que seja lá como eloise conseguiu essas informações, não foi de forma legal ou por mero acaso. do contrário… não teriam mandado que “cuidassem dela” ❞ —  marcou as aspas no ar, valendo-se das palavras do contato que mencionara o pai de faheera. —  ❝ sei que preciso fazer alguma coisa, antes que isso acabe voltando pra gente. mas como? ❞ — esperava que a rivera tivesse alguma ideia do que fazer.
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Martina ficou em silêncio tentando digerir aquelas informações. Qualquer assunto que envolvesse Eloise fazia ela torcer o nariz imediatamente, mas o tópico agora era diferente. As engenhocas do cérebro da porto-riquenha começaram a funcionar enquanto ela franzia o cenho. ❝ — Vamos pensar. Eloise descobriu uma informação perigosa sobre os Al Hosseinzadeh e ‘morreu’. Depois voltou e fingiu ter amnésia. E agora sumiu de novo e deixou isso nas mãos da pessoa, vamos combinar, mais confiável da escola. Só que o que eu estou pensando é o seguinte...❞ — pausou para formular o que estava pensando. Sabia que apesar de tudo Noëlle gostava de Eloise e não queria uma discussão e nem chatear ela no momento, não para desviar o foco. ❝ — Eu vou ter que falar isso. Eloise era uma metida a besta enxerida. E tá, ela era boazinha e tal, comitê de ações sociais, participava de uma ONG e não sei o que, uma perfeita aluna, uma garotinha de ouro. Mas você já parou para notar que todos os assuntos que ela se meteu tinham a ver com interesses pessoais? Então acho que essa questão do pai de Faheera vai muito além de ser uma boa samaritana e denunciar um crime para as autoridades e fazer justiça. De alguma forma acho que isso aí tem que ver com o que estamos vivendo agora... Por culpa dela, inclusive.❞ — deu sua opinião. Ultimamente pensava pouco na garota e, por mais que a ameaça do anônimo fosse real, a Rivera tinha a cabeça em outro tipo de problema, que na visão dela eram muito maiores. Mas até que ponto ela estaria a salvo? Não sabia se ia conseguir lidar com o fato de Ellie descobrir seus podres pela boca de terceiros. ❝ — Eu não sei. Mas acho que precisamos descobrir o link primeiro. Você acha que Eloise pela primeira vez na vida dela estaria disposta a não ser uma maldita esfinge e dar uma informação útil para variar?❞ — questionou. Odiava a ideia de ter que falar com ela, mas precisava admitir que aquilo era maior do que qualquer desgosto.
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mcrtina · 3 years
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Martina tinha esgotado sua cota de desculpas para se evadir de jantares dos Della Rovere de tanto que fez isso durante os anos. A última vez foi febre (que ela mesma produziu os efeitos), provas, atividades extracurriculares e todo o tipo de coisa imaginável. Dessa vez os pais foram categóricos em dizer que sua presença era obrigatória e, como a filha obediente que ainda tentava ser, Tina se deu por vencida e se encontrou na mansão da família de Andrea com um ar de infelicidade. Nada contra Andy que, com o tempo, se mostrou um bom aliado, mas a porto-riquenha ficava muito infeliz em escutar as conversas sobre o futuro e fingir mais uma vez ser o que não era. O pior de tudo era que cada vez mais aquele futuro planejado se tornava mais próximo e a menina não fazia ideia de como escapar dele. Para sua infelicidade ficou uma boa meia hora se esquivando dos mais velhos até que o Della Rovere aparecesse. ❝ — Finalmente. Achei que ia ter que fingir uma doença e ir embora. Não que isso ainda esteja fora das possibilidades.❞ — foi seu cumprimento. Quase riu do cavalheirismo dele— realmente, Andy era muito o tipo de genro que seus pais amariam ter. Quem sabe o gêmeo não desse essa satisfação para eles. ❝ — Você também não é horrível de se olhar.❞ — brincou; em geral, Tina era muito reservada, mas com pessoas com quem tinha costume seu lado brincalhão aflorava. Especialmente em situações nas quais ela precisava mentir e mascarar o que era, como aquela. ❝ — Um pouco. Você perdeu trinta minutos de ‘como Andrea é cavalheiro, não acha, Tina?’ e ‘os bebês de vocês serão lindos, não acham?’. Ou seja, nada que valha a pena.❞ — bufou.
Flashback antes dos segredos serem revelados
Jantar na mansão Della Rovere
Andrea & @mcrtina
Mais uma vez os Della Rovere estavam organizando um evento em sua mansão. Agora era algo simples, apenas um jantar em família. E quando eles falavam sobre família não era apenas a sua mas a de Martina também. O rapaz já conseguia ouvir alguns burburinhos no andar de baixo e dando mais um olhar no espelho, respirou fundo, ajeitou o cabelo e finalmente saiu do quarto. Já descendo as escadas pode ver o garçom passando com a bandeja e duas taças de champagne. Rapidamente apressou o passo para ter acesso as bebidas, agradecendo com um acenar de cabeça e já caminhou decidido em direção a amiga que claramente parecia desconfortável, como tudo que envolvia as duas famílias. “Bonjour, mademoiselle. Eu preciso dizer que você está deslumbrante hoje.” Cumprimentou baixo com um sorriso enquanto deixava um beijo na testa da mais baixa e lhe oferecia uma das taças. “Estou muito atrasado?”
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mcrtina · 3 years
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𝑪𝑶𝑺𝑨 𝑫𝑬 𝑭𝑨𝑴𝑰𝑳𝑰𝑨
08 de maio de 2021, à noite @ jantar de beneficiários da Université d’Harcourt, Paris/FRA ——— FLASHBACK.
Martina, ao contrário do que poderia pensar seu irmão gêmeo, não era fã daquelas festas. Sabia que eram importantes e tudo, mas odiava estar cercada por aquelas pessoas, especialmente porque sabia que os sócios dos Rivera estavam ali e, no fim das contas, era o maior motivo para ter comparecido. Ainda assim, era bom ter um motivo para se vestir bem e levar Noëlle a algum lugar com comida boa e bebida a vontade. No fim das contas, olhar para ela conversando do outro lado do salão e sentir o braço alheio roçando no seu, a mão na sua debaixo da mesa, simplesmente fazia o resto desaparecer e ser desimportante.
Ou ao menos era o que pensava. O celular vibrou e a despertou da névoa de felicidade alienada em que se encontrava até então. Deveria ser algo comum, se não fosse o fato de se tratar do celular que guardava no fundo da bolsa, não o que carregava tranquilamente consigo. O coração da garota acelerou, as palmas suaram. Deveria estar acostumada, mas toda vez era um pequeno frio na barriga ao antecipar o que poderia acontecer. "SEGUNDO ANDAR, VARANDA", dizia a mensagem, e nem precisava perguntar quem era. Martina pediu licença ao casal que tentava convencer sobre a importância das embarcações para a conservação biológica. Torceu para que a Houssière não percebesse a sua ausência ou a seguisse, mas felizmente a garota parecia entretida em uma conversa. 
Tentou andar com decisão e assertividade, mas seus passos eram vacilantes e as pernas tremiam. Não podia ser assim, mas Martina não conseguia evitar. Seguiu na direção indicada pela mensagem e encontrou uma silhueta masculina a esperando. “Elenita”, cumprimentou o homem cheio de deboche. Tina tentou mascarar seu desprezo. Sim, alguns iam longe demais, mas os pais foram muito claros quando disseram que era parte do trabalho. ❝ — O que houve?❞ — perguntou, sua expressão transmutando da garota bitch boss para a pureza e inocência. O homem a encarou fixamente e riu. “Você está cada vez melhor nisso, sabia? Deixa tudo mais difícil para mim”, falou. A porto-riquenha colocou delicadamente as madeixas para trás da orelha. ❝ — Não sei o que quer dizer, señor.❞ — continuou com o jogo mental. Morreria antes de entregar suas cartas, isso era certo. Afinal de contas, ele ainda nem havia dito o motivo da sua aparição repentina, mesmo que ela soubesse. “Então deixa eu te lembrar, rica”, ele disse, e seu sotaque para o espanhol era terrível. Conteve a risada, mas não precisou fazer isso por muito tempo, porque ele se aproximou demais e pegou-a pelo braço e continuamente o torceu, trazendo-a para mais perto. “Você é uma pirralha que deu a sorte de nascer com dinheiro. Você não é nada e só anda por aí com esse ar de arrogância porque seus pais vão se livrar de você logo em um casamento, onde é seu lugar. Se eu não acabei com a tua raça ainda é porque não encontrei o melhor momento e porque seu rostinho talvez fosse melhor usado de outra forma...”, ameaçou ele. Um sorriso discreto nasceu em seus lábios.
Pronto, ali estava o momento que ela esperou por todo esse tempo. Foi quase com prazer que ela invocou as aulas com Shira, sua personal de Krav Maga, e girou o seu corpo com a mão livre para o lado do homem, posicionando o braço livre atrás do cotovelo dele. Rapidamente e aplicando força do seu corpo para baixo, Martina foi capaz de empurrá-lo para baixo, mobilizar sua mão agressora, liberar a sua e posiciona-la de modo ameçador através do seu pescoço. Assim, a garota conseguiu inutilizá-lo. Aproximou-se do seu ouvido. ❝ — Eu sou uma pirralha, mas para o seu azar uma pirralha que sabe demais sobre a sua vida. Esse seu showzinho vai te custar muito caro, señor, porque se eu não impedir pessoalmente e com senha, meu celular vai enviar sozinho um vídeo muito interessante para a sua esposa. E sei que vai ser ótimo no divórcio. Também sei que você pensa que é tudo isso, mas se me ameaçar novamente eu juro que você vai perder muito mais do que os movimentos do corpo por um tempo limitado.❞ — falou aquilo calmamente, quase que em tom despreocupado. Naqueles momentos, era bom acertar o tom; nem agressiva, nem distante, ela precisava ter a dosagem certa de psicopatia, crueldade e misericórdia. Soltou-o de forma agressiva e o viu cair no chão. ❝ — Até a próxima e passar bem.❞ — falou, fazendo questão de passar contorná-lo caído sem cerimônia alguma, comos e fosse apenas um pedaço de lixo que ficou preso no seu salto Valentino.
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mcrtina · 3 years
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Martina e Noëlle mal falaram no caminho de volta para a casa dela. A garota imaginou que o que haviam ouvido era de extrema importância para deixar a amiga daquela forma. Tinha escutado o nome “Al Hosseinzadeh” por cima, mas não achou que quisesse dizer alguma coisa até que viu o choque estampado na face da Houssière. Tinha trocado o salto e o vestido pelo pijama e a cara lavada, o que era uma tristeza, porque apesar de odiar os motivos, Tina adorava a arrumação para aquelas festas. Esperou que Ellie tivesse seu momento correto para abordar o assunto que precisava pacientemente, mas também ansiosa pela curiosidade. A menção de Eloise fez a porto riquenha fazer uma careta; tinha que ser. Sempre que havia alguma confusão, a Girard-Dampierre estava sempre no cerne. Nem deveria se surpreender mais com isso. O que lhe pegou de surpresa (mas não muito) foi o alívio que sentiu por constatar que não, Noëlle não tinha ficado abalada com a ida de Eloise, mas sim com a carta deixada para trás. Tinha ciúmes, o que era difícil de admitir. De qualquer forma, essa questão ficou eclipsada pela cascata de informações que a francesa derrubou em si. Projeto Gilgamesh? Enriquecimento de urânio? Martina franziu o cenho. ❝ — Que? Calma...❞ — iniciou, confusa ainda com a sequência das coisas. ❝ — Em primeiro lugar, como foi que ela descobriu isso? E em segundo, talvez o mais importante: ela te deu provas disso?❞ — adicionou. Entendia por que Eloise deixou aquela tarefa para Noëlle, a pessoa mais correta e justa que conhecia, mas aquilo lhe cheirava um pouco mal. Onde foi que a garota arranjou aquela informação, no fim das contas, e será que podiam confiar nisso?
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@mcrtina
onde: quarto de nöelle.
quando: domingo, nove de maio, por volta de 00h30min.
entre entrar no carro com a melhor amiga para voltar pra casa e se sentar, inquieta, sobre o colchão confortável de sua cama no apartamento do pai… nöelle havia protelado aquela conversa o máximo que pôde. depois de tomar banho e trocar de roupa, ler uma história para sua irmã mais nova e conversar com o pai e madrasta sobre amenidades com seu pai e a namorada dele, nöelle tentava encontrar palavras para iniciar aquela conversa com martina. porque não só estava assustada com o que havia escutado, como não queria arrastar alguém com quem tanto se importava para aquilo também. mas, já não estariam todos eles envolvidos demais? não estariam todos eles correndo algum perigo? e eloise sabia disso quando decidiu ir embora. suspirou pesadamente, os dígitos da destra deslizando por entre os fios cachados e castanhos do seu cabelo solto. na presença da rivera, ellie sempre tentava rodear o assunto eloise por ter a consciência de que a outra garota não gostava de sua ex. por motivos, inclusive, que não tinham a ver com o fato de serem ex-namoradas ou o que quer que fosse. mas sentiu que, se tentasse fazer isso ali, perderia muito de sua explicação. por isso decidiu ir direto ao ponto e, talvez, martina até conseguisse lhe dar um conselho como alguém que não tinha conflito de interesses naquela situação. —  ❝ bom, ❞ — sua voz falhou no primeiro momento e então ela ergueu a cabeça para poder encarar o rosto da melhor amiga.  —  ❝ sabe a carta que eloise deixou para mim? não era… eu não fiquei tão atordoada porque eu me importava com ela e ela foi embora, como você talvez possa ter pensado. ❞ — os dedos, agora, brincavam com a barra da camiseta de malha que agora servia de pijama. todo o glamour do jantar havia ficado para trás. —  ❝ além de todas as coisas sentimentais, que são uma marca registrada da elo…ise. ela disse que, eu juro que não sei como, teve acesso a alguns arquivos do sr. al hosseinzadeh e descobriu que ele está envolvido em um esquema ilegal com o governo do irã, algo sobre enriquecimento de urânio… gilgamesh project. ❞ — explicou de forma breve, sem se atentar a detalhes, até porque ela não os tinha.  —  ❝ e então hoje nós escutamos aquele cara dizer que o sr. al hosseinzadeh pagou para que alguém resolvesse alguma situação envolvendo eloise. e não tem como não pensar, mar, que talvez ele tenha sido o mandante do… ❞ — sequer conseguia mencionar o ato pelo que era. —  ❝ … enfim, o que aconteceu no penhasco. ❞ — mordeu o interior da bochecha.  —  ❝ ela me contou porque esperava que eu fizesse a coisa certa. mas, entrei em um debate se eu estaria fazendo pelos motivos certos ou por qualquer outra coisa. e honestamente, eu nem sei como ou para quem denunciar essa merda porque… quem acreditaria na palavra de uma estudante do ensino médio contra a palavra, advogados e bilhões na conta de um sheik árabe. ou sei lá o que esse homem é. ❞ 
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mcrtina · 3 years
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Sabia que provavelmente nunca entenderia aquele mundo ao qual a irmã já estava tão acostumada, na verdade não se interessava em saber o que se passava atrás das portas fechadas da sala de reuniões dos Rivera. Ainda não concordava com a dedicação excessiva que a irmã empregava aos negócios da família até mesmo antes de se formar, mas ela com certeza teria um ótimo futuro pela frente, diferente de Enzo que nem sequer sabia o que faria depois da formatura “Pois pra mim é sim uma tortura, não sei como gosta disso. Toma cuidado que daqui a pouco você se torna um deles, já consigo ver as rugas daqui” brincou, dando uma breve risada enquanto olhava para martina “Mas ok, só tenta não demorar muito, as coisas não são as mesmas sem você” respondeu, mesmo que ainda insatisfeito. Apreciava a companhia da outra, de modo que parecia ser incapaz de separar-se dela por muito tempo. Sempre foi assim, os gêmeos Rivera eram inseparáveis, apesar de tão diferentes entre si, podiam contar um com o outro para qualquer situação. “Tá, mas me diz que a gente já tá chegando nessa tal feira de cursos. Estamos andando há um tempão e parece que esse lugar é infinito!”
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Martina olhou para o irmão com carinho. Às vezes, a garota se perguntava por que tinha que ser como era. Por que não podia simplesmente mandar tudo para o ar e foda-se? E aí ela se lembrava que fazia isso por um bem maior, o bem dele. Se lembrava desse jeito singular e lindo que apenas Lorenzo era capaz de ter. E ficava tudo bem. ❝ — Um dever nem sempre é algo que a pessoa gosta, cariño.❞ — falou; ela tinha consciência que parecia mãe de Enzo em alguns momentos, mas se não fosse ela a falar aquelas coisas, quem mais seria? O approach dos pais era diferente quando se tratava de ensinar. Fez uma careta indignada e bateu de leve no ombro alheio. ❝ — Rugas! Sua mãe!❞ — brincou, não conseguindo conter uma risada, que deu lugar à um sorriso singelo ao ouvir o pedido do gêmeo. De braços dados com Lorenzo, a morena olhou ao redor, identificando mais à frente o que parecia ser o local com maior concentração de gente. ❝ — Acho que é logo ali na frente.❞ — indicou com o dedo, e os dois continuaram a andar. ❝ — Mas me conta... Acho que não conversamos direito ainda sobre depois da escola. O que você tá pensando em fazer?❞ — questionou. Sabia que Enzo tinha inclinações artísticas que não necessariamente queriam significar que iria para uma universidade, mas Tina queria saber quais eram os planos do irmão, ou melhor, para onde ele ia.
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mcrtina · 3 years
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a careta feita por martina foi, prontamente espelhada por nöelle. por uma mera fração de segundo, é claro. porque o pensamento sobre a família dela e sobre a pressão que faziam para que a melhor amiga se relacionasse com homens — ou um homem — tão logo se dissipou. deixou a piada morrer assim que os olhos castanhos encararam seus semelhantes, esqueceu-se de tudo, na verdade. porque quando estava com ela, e só com ela, era muito fácil ignorar todos os fatores externos que serviam como um alerta de que não deveriam estar ali fora sozinhas, sob a luz do luar e que, tampouco, deveriam estar com os rostos tão próximos daquela forma. mas nada disso importava para nöelle agora, como tantas outras vezes ela desrespeitava esse alerta. riu enquanto as bochechas esquentavam em virtude de elogio. — ❝ se aconteceu foi mero dano colateral, porque tudo isso… ❞ — gesticulou, apontando para si como um todo. — ❝ … foi pensado pra encantar você. ❞ — apesar da brincadeira em tom de flerte, houssière esperava que martina estivesse certa. porque todas as chances indicavam que seu futuro como bolsista na université d’harcourt dependia de qualquer um daqueles velhos e insuportáveis que provavelmente ditavam as regras por ali. não era muito de respeitar convenções sociais, apesar de seu apreço por todos os regramentos positivados, sua proximidade de martina era um indicativo daquilo. e, como tantas outras vezes, a sensação era mesma de quando se beijaram pela primeira vez. o mesmo frio na barriga em antecipação, a mesma frequência de batimentos cardíacos, o mesmo valor de um momento tão simples e ao mesmo tempo tão mágico e, sobretudo, a mesma realização de que era completamente apaixonada por martina rivera. se antecipou, levando a destra até a nuca feminina de modo a intensificar o beijo e resmungou quando perdeu aquele contato. quando abriu a boca para responder ao comentário da amiga, escutou uma voz se aproximar. dispersa, ainda sob o efeito do que quer que fosse que martina tinha sobre ela, ainda com uma das mãos na cintura da rivera, nöelle precisou reunir todas as suas forças para dar alguns passos para o lado e trazer a outra consigo, para que saíssem do campo de visão de quem quer que fosse ao serem acobertadas por uma coluna de arquitetura imponente como todo o resto. — ❝ merde! ❞ —    praguejou baixinho.
 rezava, mesmo não sendo lá uma pessoa tão religiosa, para que sua respiração ofegante e entrecortada não fosse audível, mas o homem que ela sequer teve tempo de registrar a aparência parecia imerso demais em sua conversa. — ❝ … é um perigo que aconteça de novo, o que vocês têm na cabeça? não, diga para ele que… ❞ —  houve uma pausa.  apenas ele falava, então imaginava que estava brigando com alguém pelo telefone. nöelle virou o rosto, para prestar atenção na conversa.   — ❝ eu não quero saber! isso é culpa de vocês dois e quando vocês foram pagos, ele queria que isso fosse resolvido. a garota girard-dampierre não está mais aqui! ❞ — ao escutar a menção de eloise, voltou seu olhar para martina. visivelmente assustada com o tom da conversa. queria que o quê fosse resolvido, vocês quem?  — ❝ pena. o que vocês fizeram ou deixaram de fazer é com vocês. não quero saber, e o sr. al hosseinzadeh também não vai querer. ele é um homem ocupado, não teve tempo para vir à um jantar de seus amigos e com certeza não tem tempo para dramas adolescentes. ❞ — seu coração e sua respiração vacilaram ao escutar o sobrenome de faheera, a imagem da caligrafia de eloise veio à sua mente de imediato. ele sabia que eloise estava investigando as atividades ilegais e havia pagado duas pessoas “para cuidarem dela”, era o que parecia. mas nöelle se recusava a acreditar que alguém fosse tão perverso.  — ❝ ora essa, que atrevimento! Você está mexendo com fogo, garoto. ❞ — mais uma pausa.  — ❝ ele vai saber disso e você e seu amiguinho vão ter o que merecem. ❞ — nöelle ficou estática por mais um tempo, até que escutasse os passos se tornarem distante. olhou nos olhos de martina. — ❝ precisamos sair daqui. agora. te explico quando chegarmos em casa. ❞ 
O coração acelerado de Martina agora não era mais pela presença de Noëlle; a aparição repentina de alguém fez ela refletir  por alguns segundos — tomada pela paranóia e pânico — se podia ser alguém da sua família. A Rivera não sabia o que faria se os pais tivessem visto a cena com a Houssière. É claro que não tinha planos de se casar com Andrea como eles esperavam, ou qualquer outro homem, e realmente tinha pensado no melhor jeito de contar sobre sua orientação sexual, mas aquele dificilmente seria o ideal. Ficou aliviada quando constatou que não era ninguém que conhecia. Os movimentos da francesa a assustaram, porém se deixou ser guiada e, orque a melhor amiga ficou imóvel, Tina copiou o seu comportamento, pressentindo pela reação da garota que conhecia melhor do que ninguém que havia algo a mais ali naquela situação. Tentou não fazer barulho enquanto entreouviam a conversa telefônica daquele desconhecido. Não soube o que fazer ou dizer, portanto ficou apenas encarando Ellie, esperando que ela desse o sinal que a permitisse fazer ou dizer algo, já que estava completamente de mãos atadas. O teor da conversa foi esquisito, mas nada que Martina tivesse compreendido com cem por cento de certeza; Noëlle, por outro lado, pareceu arregalar os olhos e tentar não entrar em pânico. ❝ — Tudo bem.❞ — foi tudo o que respondeu diante do seu pedido, pegando na mão dela e a guiando de volta para dentro, tendo o cuidado doloroso de soltá-la quando entraram novamente no salão. Estava morrendo de curiosidade, mas confiava na Houssière mais do que qualquer pessoa naquele mundo exceto Enzo, e sabia que se ela estava assustada, deveria ser algo importante. Olhou profundamente nos olhos castanhos alheios, tentando passar tranquilidade. ❝ — Vou falar para os meus pais e você pode aproveitar e dar tchau para alguém se quiser. Me encontra lá na frente em cinco minutos.❞ 
ENCERRADO.
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mcrtina · 3 years
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O lugar estava lotado de pessoas animadas e ansiosas para conhecer a faculdade e os cursos oferecidos, porém Lorenzo não partilhava daquelas emoções. Seria obrigado a seguir esse mesmo destino? Realmente esperava que as coisas pudessem continuar como estão, talvez até obter bom um retorno financeiro proveniente dos shows de sua banda, mas não se imaginava em uma daquelas carreiras, passando os dias insatisfeito e preocupado com um emprego qualquer. “Não mesmo. Se eu não tivesse minha guia pessoal por aqui, não teria nem encontrado o caminho do aeroporto até o hotel!” brincou, entrelaçando o braço ao dar irmã, deixando-se guiar pelos seus passos. “Ainda não sei, provavelmente vou sair com o pessoal da banda, e com quem também quiser aproveitar a cidade. Você vem com a gente, né?” questionou, mas logo depois lembrou-se do compromisso que teriam mais tarde. Enzo, é claro, dava pouco importância ao evento e não pensou duas vezes em escapar. Por outro lado, o senso de responsabilidade de Martina provavelmente falaria mais alto, e ela não se permitiria faltar. O porto riquenho até admirava a irmã por conseguir cumprir todas as expectativas de sua família, porém considerava que ela se sacrificava muito e perdia o melhor que a vida tinha a oferecer “Ei, não me diga que você vai para aquele jantar chato! Qual é Mar, você tem que se divertir um pouco mais. E que oportunidade seria melhor que Paris?”
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Martina mordeu o lábio inferior diante do comentário do irmão. Sabia que ele diria isso! Na verdade, era exatamente porque ele pensava assim que ela precisava ir no jantar. ❝ — Eu vou. Mas não se preocupa, tá? A Ellie vai comigo e vamos ficar o suficiente só para puxar o saco de alguns velhos, e depois podemos nos encontrar com você.❞ — explicou-se. Sim, ela sabia que deveria pensar em outras coisas enquanto estava em Paris, porém Tina ainda tinha esperanças de que em dois meses os pais dariam o braço a torcer e ficaria tudo bem. E, na parte mais obscura dela e a mais escondida, o plano B de trabalhar com outra empresa, com pessoas até mais influentes que os Rivera, também tomava forma. Que lugar melhor para conhecer futuros empregadores que um jantar de contribuintes de uma das melhores faculdades da França? Era o tipo de networking que ela não podia jogar fora. ❝ — Não me olha assim, Enzo! Não é como se eu estivesse sendo torturada para fazer isso, eu gosto de me enfiar com gente influente. É útil. E de qualquer forma, não vou ficar lá a noite toda. Eu juro.❞ — prometeu, levantando a mão direita como se fizesse um juramento.
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mcrtina · 3 years
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o almoço com odyseé havia sido um sucesso, talvez sucesso não fosse a palavra mais adequada para aquele momento, porém chloé estava determinada em tomar pequenas vitórias. o ponto positivo do dia é que não seria processada por uma matrona endinheirada e amante da arte, o lado negativo é que seu nome poderia estar envolvido em esquemas ilegais de seus pais. já havia contatado seus advogados e agora estava de volta a universidade d’harcourt, não por desejo de assistir a qualquer palestra da feira de cursos e sim porque era ali que um de seus advogados lecionava. desejava estar com o namorado caminhando as margens do sena, ou quem sabe fazendo compras em algum boutique parisiense com suas amigas, porém a realidade a chamava a gritos. estava caminhando em direção ao seu objetivo ━━ de maneira literal e figurada, quando avistou a pequena figura de martina. notou uma expressão confusa na face da latina que abordava um estudante qualquer, chloé se aproximou. ❝ ━━ olá, martina e…❞ ela mirou a pessoa por alguns segundos, mas logo voltou sua atenção a face conhecida, não dando tempo de ser respondida. ❝ ━━ você. olá, você… sim, me disseram que é próximo ao departamento de direito e para sua sorte estou indo para lá agora. então, let’s go!❞ ela estalou os dedos e saiu caminhando. estava um tanto quanto enérgica, algo não comum a sua personalidade tão calma. as descobertas recentes estavam fazendo com que chloé se sentisse apreensiva, ansiosa e angustiada; ao contrário do que fazia no passado consumindo substâncias, ela estava tentando abstrair de forma natural. ❝ ━━ está interessada no que especificamente? eu não tenho nada que me atraia aqui, nada contra a universidade, só contra a frança como um todo. não há universidade e ensino na frança para mim, eu preciso ir embora desse lugar. eu me sinto meio mal quando tenho essas crises, até porque uma das pessoas que eu mais amo no mundo, o meu namorado, está aqui… aliás, não sei para qual faculdade nós iremos ou como conversar sobre isso de forma madura.❞ as palavras eram ditas rapidamente, quase que expelidas. as bochechas de chloé rubesceram e ela mirou a morena com um sorriso teatral, estava descontrolada e aquilo não era parte de sua personalidade. além disso, não era próxima a martina e toda aquela rant certamente havia a assustado. ❝ ━━ você é de porto-rico, não é? seus pais tem uma multinacional, certo? hm, posso ter confundido você com outra pessoa, mas você tem rostinho de ceo. don’t be shy, me fale mais sobre você.❞ estava a bajulando e enchendo de questões em uma tentativa que a jovem ignorasse seu monólogo.
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☽ 
A presença de Chloé foi uma surpresa. Desde que Martina havia se envolvido com mais afinco nos negócios dos Rivera, ela acabou por descobrir que algum dos sócios eram pais de colegas e isso nunca era bom, devido à natureza das coisas que ela acabava por saber deles. Nesse caso não foi diferente; Tina descobriu que os Beauchamp estavam envolvidos em tantas coisas que nem a própria podia manter registro. Desde então, mesmo que nunca tivesse sido muito próxima da garota, tentava tratá-la bem. A verdade era que se sentia culpada por saber daquelas coisas e não fazer nada a respeito. Além do mais, se a loira precisava conviver com aquele tipo de gente, não deveria ser nada fácil a situação em casa. ❝ — Chloé. Oi.❞ — foi a única coisa que teve tempo de dizer antes que a garota simplesmente tomasse as rédeas da situação e não lhe restasse outra alternativa senão segui-la. Tinha ficado sem palavras, então agradeceu que Chloé já engatou um assunto rapidamente, mesmo que parecesse à beira de um colapso. Tentou absorver todas as informações jogadas por ela em alguns poucos segundos. ❝ — Não sei ao certo... Uh...❞ — tentou buscar o que falar diante da confissão inesperada dela. ❝ — Você tá bem? Parece um pouco... Nervosa?❞ — chutou a palavra, porque o que queria dizer na verdade era beirando à histeria. ❝ — E sobre a outra coisa... Bom, você e o Benjamin parecem ter uma relação bem sólida. Pode ser que o medo de não resistirem ou de ficar longe dele esteja te impedindo de conversar, mas talvez vocês só precisem abrir o jogo logo, porque é o único jeito de resolver isso. O Ben é um dos melhores garotos que a Truffaut já viu e vocês parecem felizes... Sei que vai ficar tudo bem. Porque você pode amá-lo mais do que tudo no mundo, mas precisa seguir seus sonhos pessoais também.❞ — tentou confortá-la. Tinha pouca experiência no campo de relacionamentos porque nunca teve um propriamente dito, mas Martina era uma ótima pessoa para se ter em crises, já que conseguia racionalizar as situações mais desesperadoras. Ela realmente gostava muito do Beauffort e acreditava que independentemente de onde os dois fossem estudar, tudo ia ficar bem entre eles. ❝ — É, algo assim. E obrigada, talvez você devesse falar isso para os meus pais.❞ — respondeu, um gostinho amargo na boca ao pensar que mil pessoas conseguiam vê-la como CEO, menos quem realmente deveria. Tina suspirou; não gostava muito de falar sobre si sem ter intimidade com alguém, mas se Chloé já havia soltado o verbo, se sentia na obrigação de fazer o mesmo para deixá-la menos constrangida. ❝ — Eu sempre quis herdar a gerência dos negócios, mas meus pais têm outros planos. Talvez eu devesse procurar um outro ramo onde realmente fossem me valorizar, mas é difícil largar tudo. Eles esperam que meu irmão seja o CEO algum dia, mas vão quebrar a cara e tombar muito feio se for assim... E eles são minha família no fim das contas, não sei se consigo assisti-los falhar.❞ — confessou.
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