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migalhas-literarias · 5 months
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o avião imenso você esperando enquanto no aeroporto com lágrimas pesadas escondidas eu te digo adeus adeus adeus três vezes a fim de adiar a partida a fim de que você fique e adentre todos os espaços de mim toda minha carne vísceras epiderme não posso mais te esperar .meubem. a vida tá passando depressa mais dois anos mais três anos tudo pode ser o começo para mim ou o fim o avião está quase partindo e tudo que eu tenho para te dizer eu já não me lembro mais eu acho que nunca existiu mesmo palavras para te dizer eu te implorando para que você fale por favor fale. me beije. o avião as pessoas a distância 
dentro de mim existe um fogo de morte morrerei amanhã mas não é por você é por mim
o avião as pessoas a distância tudo que eu tenho para dizer mas não digo minhas mãos trêmulas chico buarque não se apresse não, que nada é pra já meus dedos passam pelas suas mãos você eufórico a vida acontece lá fora e você está do lado de lá. eu estou do lado de dentro. aqui tudo é fogo que arde queima fere mas não mata. aqui tudo dói e corrói e minha pele está em carne viva aqui dentro é abafado sem cor sem vida totalmente sem esperança. eu estou calculando mais ou menos daqui a mil dias te encontraria novamente mil sóis estão raiando em meu peito numa espera feliz
o avião as pessoas metros de saudade um oceano de distância e o adeus que não vem nunca e o amor que adormece no aeroporto você sabe que eu odeio despedidas? você diz que eu preciso rir mais e viver a vida com mais tranquilidade mas você não sabe que existe em meu corpo uma espécie de terremoto uma espécie de bicho que vai me devorando que vai me machucando uma espécie de angústia um desprezo desmedido pela existência 
você não sabe que já dormi dois dias e chorei três horas por você até soluçar até o coração quase parar até adormecer você não sabe que tudo dói ainda como faca e me corta
e esse aeroporto essas pessoas essa sensação de vazio agudo essa faca que me parte ao meio o sangue invisível no chão e você contando uma história e você rindo e você………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
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migalhas-literarias · 8 months
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migalhas-literarias · 8 months
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realidade seja dita.
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migalhas-literarias · 11 months
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pela primeira vez, aos vinte e cinco anos, estou vivendo um romance sem surto & obsessão. fico pensando se é começo de amadurecimento ou se estou tão sem saúde que não consigo mais emocionar e viver loucamente porque a vida não permite que eu viva loucamente porque preciso trabalhar escrever a dissertação trabalhar cuidar de gatos plantas de mim da casa e acho que nao sobra tempo para a obsessão para ficar completamente neurótica por alguém. mas sinto falta. acho que só sei viver no caos e agora que não está assim estranho. que está tudo bem normal eu sinto que está errado. mas eu sou leitora de sylvia plath se estou bem agora é porque daqui a pouco vem uma tentativa de suicídio mas eu nem estou bem agora só não estou maluca pra viver acho que é a depressão estou meio que paralisada faço o básico e faço o básico bem mal feito
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migalhas-literarias · 11 months
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migalhas-literarias · 11 months
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migalhas-literarias · 11 months
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William Adolphe Bouguereau - Chansons de printemps (detail)
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migalhas-literarias · 11 months
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migalhas-literarias · 11 months
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Dmitry Frolov - klounAda - клоунАда - 1989
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migalhas-literarias · 11 months
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migalhas-literarias · 11 months
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Thérèse and Isabelle (1968) dir. Radley Metzger
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migalhas-literarias · 11 months
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Les Amours Imaginaires, 2010 - directed by  Xavier Dolan
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migalhas-literarias · 11 months
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チリンの鈴 - ringing bell (1978)
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migalhas-literarias · 11 months
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my face for the world to see (candy darling diary's)
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migalhas-literarias · 11 months
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endure
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migalhas-literarias · 11 months
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“6 wings” “2 heads” “6 legs” linocuts from the exhibition “7 maa ja mere taga”
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migalhas-literarias · 11 months
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quando sylvia plath escreveu "evito as pessoas como veneno" e eu me identifiquei e nunca mais esqueci porque sinto um prazer desconfortável na autodepreciação autodestruição porque sempre que alguém gosta de mim eu sou quase capaz de avisá-la querida se afasta eu sou terrível vazia perto de mim você só se aproxima da ruína da vida do poço comigo é sempre o fundo do poço mas ao invés de dizer isso eu sou apática de evito as pessoas como veneno por mais que eu queira viver correr perigo com ela eu não consigo eu apenas acho que qualquer um mereça alguém melhor
aí fico ouvindo heaven knows i'm miserable porque eu não sou miserável agora porque eu sempre fui porque fui desde a infância insossa apática sem senso de realidade sem prazer pela vida sem gosto de viver e mesmo não sei como me livrar desse sentimento e fico alguns meses em extrema felicidade aproveitando todos os segundos da minha existência falsa e depois vem uma angústia terrível a vontade de matar-se a vontade de acabar com isso tudo que não vale nada para mim que não é nada a vontade de não lutar e apenas dormir e apenas ficar na cama como se a vida pudesse ser resolvida sozinha e isso dura meses e acho mesmo que isso sou eu é a minha vida e os momentos de euforia são apenas um parênteses nessa existência petrificada porque é impossível querer viver se detesto a vida se detesto acordar existir fazer o mínimo se tudo que gosto é por uma fração de segundo
se não me emociono se sou apática se nao aprendi a viver cada segundo como o último e correr e viver
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