Tumgik
miguelsolano · 2 months
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você é grato à pessoa que abandonou o bicho que você adotou?
sempre que comento com alguém sobre meus 4 animais de estimação, mostro fotos e digo que todos foram resgatados da rua, vítimas do abandono. apesar de achar lindas algumas raças, eu sempre recorro aos abandonados porque a gratidão que eles sentem e demonstram pela adoção, todo santo dia, é linda de se receber. eles sabem bem o que é passar por situações terríveis e quando encontram um lar cheio de amor não desperdiçam essa oportunidade por nada.
vez ou outra durmo com eles numa cama de solteiro que reservei para a bicharada e a explosão de fofura acontece: beijos, abraços, carinhas de drama, cafuné e até conchinha pra pegar no sono. e sempre que estou no meio desse harém de pelos, começo a agradecer a deus por eles terem chegado até mim. consequentemente, preciso agradecer às pessoas que os abandonaram. maluco isso, né?
de forma alguma estou estimulando o abandono (por favor, né?), apenas aceitando que, sem essa atitude terrível, nenhum dos quatro peludinhos estaria morando comigo hoje. e me pego agradecendo aos algozes por terem sido enviados de deus às avessas. abandono é crime, sim! merece punição severa, sim! mas, sendo bem honesto, acredito que se encontrasse com cada malfeitor frente a frente hoje em dia, não ficaria bravo e até agradeceria.
a cena de abandono da minha última adoção, por exemplo, foi horrenda! eu estava comprando refrigerante numa vendinha da esquina quando passou um carro preto, com vidros escuros, abriu a porta do carona e soltou a cadelinha na rua, disparando em seguinda na maior velicidade. lembro da carinha dela até hoje, desesperada atrás do carro e, quando viu que de nada adiantaria o esforço, se escondeu na garagem de uma casa que estava com o portão aberto no momento. demorei pra conseguir tirá-la de lá e, com toda razão, ela estava arisca demais. foi preciso pegar uma focinheira com outra moradora até conseguir colocá-la no meu carro. mas quando ela sentiu que aquele estranho estava prestes a dar um lar pra ela e, principalmente, quando entrou no meu apartamento e encontrou uma turma toda querendo brincar, o semblante mudou completamente e me prometi nunca mais permitir que aquela carinha de tristeza aparecesse novamente. claro que ela fica triste quando eu dou bronca, mas a expressão é de drama, totalmente diferente da expressão traumática do dia em que foi abandonada.
quantos enviados às avessas deus coloca em nossas vidas pra nos alertar sobre questões que não quisemos aprender da forma menos dolorosa? só agora, no momento em que escrevo, consigo lembrar de 3 casos onde eu não quis enxergar o quanto estava errando, até acontecerem situações super desagradáveis que me fizeram cair na real. se tem um conceito que aprendo diariamente na escola de espiritualidade da qual sou aluno, é de que não devemos querer estar com a razão a todo o custo, mas buscar onde ela está - por mais que esteja com aquela pessoa que a gente mais detesta (pois são elas que geralmente têm coragem de jogar verdades na nossa cara, sem a menor pena).
não há um dia sequer que não agradeça ao destino por ter os peludinhos mais dengosos de recife morando comigo. tenho a opinião de que, se for pra maltratar o animal, é melhor abandonar na rua mesmo. pelo menos ele poderá encontrar amor por aí, assim como vemos na relação linda entre moradores de rua e seus diversos pets. bichos não ligam pra luxo; quem se preocupa com isso somos nós, seres humanos. um colchão de espuma simples, comprado por 49 reais na internet, faz meus filhotes se sentirem num castelo. o erro sempre tá na gente, não neles.
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miguelsolano · 2 months
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como seria o mundo sem os homens?
de forma nua e crua: o planeta continuaria existindo sem os homens e a espécie humana continuaria se proliferando. porém, num mundo sem as mulheres, o planeta sucumbiria em questão de anos. cientificamente falando, inclusive.
se tirássemos os homens do cenário, quantas guerras existiriam? quantos casos de estupro e pedofilia seriam registrados? quantos espancamentos no lar seriam denunciados? quantos atropelamentos causados por embriaguez ao volante seriam computados? só por aí a gente já percebe qual parcela é mais prejudicial ao planeta e à vida na terra. 
então, a solução seria aniquilar os marmanjos? claro que não! tenho certeza que qualquer mulher minimamente consciente gosta de uma boa versão masculina, seja para uma bela amizade ou para um relacionamento amoroso (sou suspeito pra falar nas duas situações). sem falar dos maravilhosos pais e padrastos que conheci ao longo da vida e existem aos milhares por aí. ou seja, o problema está só em reorganizar a casa, visto que não tem dado muito certo deixar os garotos sozinhos brincando de chefes (do lar, das empresas, dos cargos públicos etc).
não tenho absolutamente nada contra os homens. é bom lembrar, diga-se de passagem, que faço parte do grupo normativo padrão. só me incomodo bastante quando minha classe usa da opressão pra parecer maioria dominante. bravata pura. no dia que as mulheres descobrirem o poder que têm e pararem de se dividir ou de competir entre si, conseguirão colocar em prática diversas mudanças num piscar de olhos.
não precisamos destruir os homens, apenas erradicar cada vez mais o machismo. não precisamos de superioridade, mas de igualdade e reconhecimento das particularidades. não precisamos de vingança, apenas de assertividade.
para comprovar tudo o que disse acima, basta ligar a televisão e assistir aos noticiários repletos de homicídios, ameaças de bombas nucleares, formações de quadrilha, tráfico de drogas… todas essas iniciativas lideradas por homens.
moral da história: será que vale mesmo a pena vocês, mulheres, competirem com os homens? precisam se rebaixar tanto assim? de fora pra dentro, a liderança feminina já existe. falta só de dentro pra fora.
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miguelsolano · 2 months
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o padrão estético é um conceito desprovido de sentido
a coitada da sandália crocs é odiada desde seu surgimento na socidade. é confortável, calça gostoso, abraça o pézinho com amor, mas as pessoas só focam num ponto: é muito feia.
pra começo de conversa, discordo. não acho feia, apenas não combina com tudo, como as havaianas. mas me salvou muitas vezes quando eu não queria sair de tênis nem de sandália de dedo, favorecendo o meio-termo no look. tenho uma eterna gratidão pelos criadores.
toda essa discussão entre feio e bonito é culpa da moda. qualquer coisa pode se tornar esquisita num prazo de 6 meses. isso é maluquice! além do mais, acredito ser necessário estabelecer um limite quando o assunto é estética. não posso viver minha vida em função do que é cool e o que se tornou démodé. devo comprar uma calça, um sapato, uma camiseta, um sofá ou até mesmo um boné porque me sinto confortável em utilizá-los, e não porque estão dentro ou fora de moda.
o padrão estético é um conceito desprovido de sentido, não esqueça disso. há 200 anos, as gordinhas eram o padrão de corpo desejado por todas as mulheres e homens; hoje exige-se que sejam esqueletos vivos desfilando com roupas que ninguém usa (exceto ronaldinho gaúcho). na minha infância as sandálias raider eram um sucesso! meus pés se sentiam numa cama sempre que as calçavam. e hoje, quantas pessoas você vê usando raider? por isso que não vou deixar um conceito capitalista abstrato influenciar no meu prazer de calçar crocs.
há uns 10 anos, quando trabalhava em agência de publicidade e esbarrei no elevador com um amigo roqueiro que só usava tênis all star, vanz e companhia, ele me aconselhou a parar de usar esses sapatos rasteiros, de skatista, pois tinham acabado com a coluna dele. eu soltei uma piada na hora, rimos, e quando olhei pros pés dele havia um par de adidas. pensei: "porra, num é que ele tá falando sério?!" meses depois comecei a fazer o teste e até hoje sou apaixonado por tênis. não só pela estética (que também tem uma beleza controversa pra muitos), mas pelo conforto incomparável. hoje eu não consigo mais passar uma tarde andando pelo centro calçando um all-star rasteiro. meus dedos estouram rapidinho e ganho belos calos.
na boa, usa o que tu quiser e achar bonito. se vestiu bem e te agradou no espelho, fecha a conta e põe na sacola. a moda adora fazer com que nos sintamos descartáveis a cada semestre, a cada estação, a cada geração. mas na verdade a única coisa que precisamos manter em constante atualização é o nosso conhecimento. o resto é tão relevante quanto o seu sabor preferido de sorvete.
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miguelsolano · 2 months
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não se culpe. você merece. aproveite!
dia desses me deparei com um meme que me fez rir por longos minutos e refletir sobre a profundidade implícita numa brincadeirinha virtual. a figurinha dizia:
- vai pagar no débito ou no crédito, senhora? - no mérito! porque depois dessa semana, eu mereço!
quando foi a última vez que você utilizou do seu salário sem culpa? não me refiro aos custos cotidianos e boletos da vida, mas de usar seu dinheiro pra comprar algo que realmente você quis. quando foi a última vez que você comprou um tênis caro, por exemplo, sem se importar com o que as pessoas vão julgar ou por ser um valor muito alto pra se dar num sapato? quantas vezes você clicou no "botão" eu mereço e agradou sua vaidade, sua autoestima ou seus desejos fúteis? usufruir da vida não é futilidade!
sou daquele tipo de pessoa que se cobra muito, o tempo todo; que raramente se abraça e reconhece o próprio talento. sempre que vou comprar algo que quero muito, vem aquela vozinha à mente "tu vai usar 70% do teu salário com isso? é bacana, eu sei, mas é muito dinheiro!" e acabo desistindo muitas vezes. mas ando refletindo bastante sobre o equívoco que é não nos olharmos no espelho de vez em quando e dizermos: não se culpe, você merece!
identificar e aceitar seu mérito por determinada conquista não significa ser esnobe ou arrogante. é reconhecer que sem sua cota de esforço, entrega e dedicação nada teria acontecido. e já que você foi remunerado por isso, aproveite! seja você um bancário, uma vendedora de shopping, um frentista ou uma empresária de sucesso... aproveite!
aproveite porque a vida está exigindo um bocado da gente. não só nas cobranças profissionais, mas nas expectativas sociais de estabilidade num período de crise econômica; na postura de maturidade emocional numa época onde parece que todo mundo pirou; na construção de uma família exemplar numa era em que as pessoas estão descompromissadas e idiotizadas em níveis absurdos. portanto, se você está conseguindo atravessar esses obstáculos diariamente sem puxar o tapete de ninguém, nem descontar a raiva em quem não merece... na boa, aproveite!
não há nada mais seu do que o salário que você ganha todo mês. não é doação financeira, é consequência de mão de obra (física ou intelectual) exercida todo santo dia por você. tendo dormido bem ou mal; estando de tpm ou super tranquila; tendo sacrificado outros compromissos pessoais pra terminar alguma tarefa da empresa ou não. às vezes a gente parece esquecer disso e se culpa por tanta bobagem, né? mas não se esqueça a partir de agora, ok? transforme essas frases mágicas num mantra cotidiano: não se culpe! você merece! aproveite!
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miguelsolano · 2 months
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não tem problema não gostar de carnaval
eu acho lindo o carnaval, mas faz uns 15 anos que não saio de casa no feriado com intenção de curtir a festa. porque parece que o povo vira bicho, tá ligado? parece que a pauta é quanto mais se estragar, melhor. a galera andando seminua pelas ruas, sem pudor algum (não me refiro às fantasias), se drogando até perder a consciência, vomitando de hora em hora, tropeçando pelos cantos de tão embriagada que está… isso é muito louco! a sensação que dá é de bichos enjaulados 95% no ano e de repente se soltam nos 7 dias de folia. vejo constantemente cenas horripilantes sem nem precisar frequentar o carnaval.
se você acha que fui muito hater nesse primeiro parágrafo, relaxa o coração. eu também sinto as mesmas sensações citadas acima quando me disponho a participar de festivais de rock, por exemplo. o problema não é o carnaval, mas a ideia de autodestruição de muita gente.
sei que existem milhares de pessoas vivendo e aplicando essa ideologia linda do carnaval, mas confesso que me incomodo bastante só de olhar a quantidade de loucura que existe. adoraria ser mais imune a tudo isso, mas não consigo. adoraria ser como algumas pessoas, que abstraem as bagaceiras e focam na diversão. pode ser um sintoma da idade? muito provavelmente.
às vezes até saio da toca nessa época, quando minhas amizades insistem e quase me obrigam a dar uma volta (coisa que nem fiz esse ano), mas admito que carnaval virou uma coisa muito estranha pra mim. me tornei aquela pessoa que adora assistir aos vídeos sentada no sofá, compartilhar as fotos, curtir as publicações das amizades em seus grupinhos… é tudo muito lindo. no entanto, quando vejo o sol de 40° graus pela janela, o trânsito pra chegar nos lugares, a dificuldade de encontrar uber ou táxi pra voltar, o amontoado de gente colada uma na outra… me dá logo uma preguiça. deixa eu em casa mesmo, com meus livrinhos e filmes, deitado no bucho do meu cachorro. pode ser um sintoma da idade? muito provavelmente.
eu sinto saudade é da minha infância, quando os velhinhos e as velhinhas de hoje, que ainda estão brincando carnaval da forma mais linda que existe, tinham por volta de seus quarenta anos e me ensinaram a brincar de bomba d’água, de pular ouvindo alceu valença e ricardo chaves, de grudar serpentina no corpo inteiro e passar o dia na rua. carnaval era um acréscimo às férias de janeiro, que eu detestava quando acabavam.
hoje não tenho mais saco de encarar um bocado de coisa, não só o carnaval. acredito que seja trauma do tempo em que vivia fazendo show com minha banda e presenciava um bocado de cena bizarra. minha tolerância deve ter diminuído significativamente. e tá tudo bem não gostar de folia, tá? é sempre importante deixar isso claro, porque morar em recife e dizer que não curte carnaval é quase um crime (do mesmo jeito que ir pra balada e confessar que não bebe álcool). honestamente, discordo de que o carnaval seja uma festa desnecessária, como muita gente alega. tudo bem não se empolgar, mas dizer que é um espetáculo sem sentido? só pode estar maluco…
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miguelsolano · 3 months
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a culpa não é do carnaval, mas acontece bastante durante o período
acabei de ver a notícia de que, em menos de 48 horas, duas mulheres foram vítimas de estupro coletivo no carnaval de salvador. a mesma notícia alega que esses casos não têm nada a ver com a festa de carnaval, mas com um comportamento social masculino que precisa ser erradicado urgentemente. assino embaixo em 99,9%, apenas discordando que o carnaval não seja uma época que estimule alguns homens a terem esse tipo de atitude. infelizmente, ainda é.
por mais que eu ache o carnaval uma festa linda, colorida, com músicas e blocos incríveis (além das memórias deliciosas que a folia registrou da minha infância), não posso deixar de admitir também que se trata de uma época com contornos promíscuos. quando esses conceitos paralelos tiveram início, eu não sei, mas historicamente o carnaval surgiu na babilônia e em roma, no intuito da realização de bacanais - o google pode te explicar melhor. então, fica a pergunta: o carnaval puramente festivo veio primeiro ou a ideia surgiu mesmo a partir da vontade da população extravasar seus desejos libidinos? 
no pouco que sei a respeito da história carnavalesca, é notório ter havido uma evolução maravilhosa comparada à sua intenção inicial. o que era meramente depravação se transformou num evento agregador, musical, alegre e tudo mais que a gente já conhece. porém, sua versão pervertida ainda desperta o lado animalesco de muita gente (que se permite e não se envergonha disso, claro).
até hoje ouço frequentemente um bocado de macho dizendo, quando começa fevereiro, que chegou a época da pegação. é óbvio que eles pensam assim todos os dias do ano, não somente no carnaval, mas com certeza se sentem mais encorajados e impunes durante a folia. e é justamente isso que precisa ser combatido! não com a obviedade que essa frase parece ter, mas com a profundidade que ela merece ser encarada.
quando dizemos - eu e a notícia dos dois casos de estupro coletivo - que essa postura masculina precisa ser combatida, não nos reportamos somente à violência, à punição dos criminosos e ao aumento de fiscalização. nos referimos ao trabalho consciencial que precisa acontecer para, a médio e longo prazos, termos uma mudança quase total no modus operandi masculino. claro que é importante o aumento da fiscalização e a punição correta para os agressores, mas isso é muito superficial pra nós, enquanto sociedade, nos contentarmos e nos sentirmos protegidos. não adianta só tapar o buraco, é preciso reavaliar a estrutura base. enquanto as causas não forem curadas, viveremos somando consequências sem nunca terem fim.
eu nasci na década de 1980 e lembro bem de quando cinto de segurança não era obrigatório para motoristas. como foi, então, que o governo conseguiu conscientizar toda uma população pra usar o cinto?! não somente usar, mas incutir na mente de cada cidadão o quanto a proteção é importante! hoje as pessoas entram no carro e imediatamente, conscientes ou não da ação, já puxam o cinto protetor. muitas até dizem que se sentem estranhas sem utilizá-lo. ou seja, uma prova de que quando o governo realmente quer, o governo faz!
precisamos brigar por esse tipo de postura dos órgãos responsáveis: realizar campanhas eficazes pra mudar a consciência dos homens em relação ao carnaval e, principalmente, em relação às mulheres, fazendo com que eles deixem de encará-las como presas (não só no carnaval, mas na vida).
obs: e antes que os machos falem besteira, tais providências não transformariam o carnaval numa festa sem graça. sem graça é o conceito de que farra precisa ser regada a bagaceira, sexo e desrespeito.
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miguelsolano · 3 months
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carnaval de recife e olinda: holofotes do brasil
me perguntaram dia desses do que vivo e o que sou: por uma semana sou serpentina no resto do ano sou uma flor
que aguarda 11 meses inteiros pra desabrochar e ter cor basta só acabar janeiro pro coração sentir um tremor
pra iniciar o meu discurso preciso antes alertar quem nunca foi não acha graça quem já provou só sabe amar
as prévias são o aquecimento o abre alas para a folia os blocos começam cedo dia e noite, sem preguiça
não sou superticiosa mas vou contar o que vi um galo de 30 metros acenando para mim
do outro lado da cidade dá pra ver o monumento de helicóptero até parece que cutucaram um formigueiro
começa na conde da boa vista cruzando a agamenon pra desaguar na guararapes e já da aurora ouvir o som
recife antigo em fevereiro não há um metro vazio nação zumbi, alceu valença holofotes do brasil
espaço ciência, sigo em frente vejo a festa lá em cima cruzo o carmo, mar de gente nas ladeiras de olinda
lá na sé cabe o mundo você encontra até chinês quem dirá um suldestino, português ou holandês
dizem que eu viro bicho quando chega o carnaval me comporto o ano inteiro mas não é para o natal
pois meu ano só começa quando acaba o alto astral por favor, não tenha pressa não te peço isso por mal
é que a saudade logo aperta e a vida volta ao normal tem até quem ame odiar o maior evento cultural
onde arrumo tanta energia? nem eu sei, mas te confesso dou o gás na academia pra aguentar todo o trajeto
nem em dia de protesto junta tanta gente assim carnaval não tem partido quem comanda é o arlequim
o homem da meia-noite aguarda com toda a alegria o cortejo da sua amada a mulher do meio-dia
pois carnaval não tem idade não tem hora, nem tem clima à noite é no antigo de manhã é nas olindas
do idoso ao juvenil do adulto ao infantil tem frevo michiles, tem lenine os holofotes do brasil
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miguelsolano · 3 months
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por favor, não perca-se de si mesmo(a)
uma planta regada todos os dias pode se tornar uma enorme árvore no futuro, do mesmo jeito que um pouco de exagero frequentemente pode se converter num caminho sem volta. por isso, independentemente de você fazer uso ou não do discurso “isso nunca acontecerá comigo”, atenda a esse meu pedido: não se permita perder-se de si mesmo(a). não caia na ilusão de que terá controle da situação e conseguirá escapar adiante, pois não conseguirá mesmo!
já perdi um bocado de gente que vivia agarrada a esse discurso como corda pra justificar exageros, e a única diferença entre quem conseguiu ficar vivo e quem morreu é o mistério da resistência orgânica (coisa que a ciência não conseguirá desvendar porque acredito ser algo divino). portanto, repito: não se perca de si mesmo(a).
não somos invencíveis! muito pelo contrário, somos absurdamente frágeis. temos a vida inteira pra refletir sobre a morte, mas não temos a morte inteira pra pensar na vida, pois ela acontece em uma fração de segundos, no exato momento em que ninguém espera.
ontem perdi um colega gentil, alegre, engraçado, doce e muito querido por todos que o conheciam. não tenho moral pra dar conselhos a ninguém, mas, se a morte desse aviso prévio, eu adoraria ter dito a ele: não se perca de si mesmo.
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miguelsolano · 3 months
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solteiro, mas muito bem casado
se a sociedade atual ainda é bastante sexualizada, imagine a que eu vivia quando era um pré-adolescente? época da banheiro do gugu, metralhadora de água nas mulheres de camiseta branca e sem sutiã, mamonas assassinas, et e rodolfo... todas essas bizarrices aí sendo transmitidas em horário nobre da televisão brasileira. como não podia ser diferente, a pergunta sobre ter vontade de me casar chegou logo cedo, quando eu tinha uns 12 anos. a conversa surgiu após a minha negativa sobre querer ter filhos. o autor da pergunta absurda era uma pessoa bem mais velha que eu e ainda zombou da minha resposta, dizendo que eu com certeza mudaria de opinião quando crescesse.
tenho 38 anos e a resposta continua sendo não para o casamento tradicional e para a paternidade biológica. mas engana-se quem acha que não gosto de criança ou não tenho vontade de compartilhar a vida com alguém do lado. adoro as duas coisas, apenas não direciono exclusivamente minha felicidade a isso, muito menos da forma quadradinha, convencional. se tratando de crianças, adoro ser padrasto e tiozão piadista, porém acredito que só deve ser pai/mãe quem realmente sonhar com tal empreitada. criança não é brinquedo que se deixa escanteado na prateleira do quarto quando enjoa. meu irmão, por exemplo, desde os 15 anos quis ser pai. lembro dele compartilhar repetidas vezes essa vontade em casa e minha mãe acalmá-lo por ser muito jovem ainda pra pensar nessas coisas. hoje ele é um paizão e tanto. em contrapartida, o que não falta é gente reclamando que se não tivesse filho poderia fazer isso ou aquilo. então por que teve, caramba?
já em relação ao casamento, eu tenho sim bastante vontade de encontrar alguém bacana pra compartilhar os dias. inclusive, já encontrei diversas pessoas que foram muito especiais em diferentes momentos da minha vida. mas todas elas precisaram se encaixar aos meus propósitos (e vice-versa, claro). não acho correto ter que abrir mão de trocentas coisas em prol da utopia do relacionamento ideal. se eu preciso abrir mão das coisas que são essenciais pra minha felicidade, automaticamente não encontrarei a pessoa certa - pois não estarei sendo correto comigo. esse argumento me faz parecer uma pessoa fria, né? mas não sou, pode apostar. sou todo bobo e engajado quando estou comprometido. duvido alguém reclamar de falta de atenção ou de carinho quando está comigo. apenas, como disse acima, acredito que algumas decisões na vida, por mais que atualmente estejam sendo tratadas de qualquer jeito, são muito sérias pra serem feitas sem convicção. matrimônio e paternidade são duas delas.
tenho vontade de morar junto, mas aceito morar separado também; adoro dormir agarradinho, mas sou a favor de dois quartos de casal, pra cada um ter sua individualidade respeitada e poder se isolar nos momentos de crise (ninguém merece dormir na mesma cama depois de ter rolado um fight. até porque, onde está escrito que dormir na mesma cama é sinal de casamento sério?); se cada um tiver seu banheiro, melhor ainda (não rola MESMO escovar os dentes enquanto a companheira executa o número 1 ou 2 ou qualquer coisa. banheiro é coisa íntima); dentre outros exemplos. seja a pessoa monogâmica ou não, acho que tais conceitos servem pra qualquer tipo de relação.
eu não entendo como alguém que nunca desejou ter um filho consegue tê-lo somente porque o sistema induz ou a família cobra. se sua mãe sonha tanto em ser avó, peça pra ela adotar uma criança e tratá-la como neto! se todas as suas amizades constroem família e deixam de te convidar para os programas só porque você não quis dançar a mesma música, troque o disco e conheça novas formas de se divertir! sem falar da pior justificativa de todas: preciso de alguém pra cuidar de mim quando eu ficar velho. então contrata um cuidador, ué! da mesma forma que jamais entenderei como alguém opta por abdicar de todos os planos que traçou pra si por medo de ficar pra titio ou titia, como se diz popularmente. a sensação é que as pessoas, mesmo compartilhando frases lindas sobre felicidade, se esforçam pra colocar um ponto final muito cedo em seus sonhos e passam o resto da vida inconformadas (e tristes, rabugentas, reclamonas etc).
respondendo à pergunta feita quando eu tinha 12 anos: continuo sem querer ter filhos e até agora a pessoa "certa" não chegou. até porque nem acho que exista uma pessoa certa, mas pessoas certas para diferentes fases da vida. apenas chega um momento em que as mudanças de personalidade deixam de ser constantes e determinada pessoa acaba sendo a parceira que ficará ao seu lado até o último dia de vida. a sociedade vai dizer que a última companheira foi a "certa", mas todas as anteriores tiveram papéis fundamentais na formação de caráter do indivíduo. contudo, o compromisso mais sério que estabeleço é com minha intuição, mesmo indo na maioria das vezes contra a maré das hipocrisias sociais. e isso é um baita casamento bem sucedido.
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miguelsolano · 3 months
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longevidade não combina com juventude
eu sou da geração dos efeitos computadorizados mais bizarros que a história dos efeitos computadorizados já presenciou. a coisa era feia no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, viu? porque o único programa que permitia alterar uma imagem era o photoshop e a ferramenta é bem complexa de mexer. poucas pessoas a dominavam com propriedade e era super comum ver layouts com gente sem braço, sem umbigo, com três orelhas... uma bagaceira! só a partir dos anos 2010 é que surgiram os aplicativos intuitivos de edição que temos hoje.
essa introdução acima foi necessária pra provar que tenho autoridade pra falar de edição de imagem bizarra, além de também trabalhar com fotografia desde 2006 e precisar estar me atualizando constantemente sobre as novidades, para oferecer melhores resultados aos meus clientes. no entanto, venho me surpreendendo com a capacidade que as pessoas estão tendo de aparecerem bizarras nas fotos. percebi que a culpa não é nem nunca foi do photoshop, mas da falta de auto-crítica dos cidadãos. os aplicativos de hoje fazem mágica: garantem a eterna juventude através de filtros e brilhos, incluem ou retiram pessoas de um determinado ambiente, limpam as sujeiras da paisagem... mas cadê a maturidade da galera? ninguém tem uma amizade verdadeira pra dizer "pare que tá feio" não?
humanos sem poros... pais e mães aplicando filtros de pele de bebê nos recém-nascidos (!!!)... gente na terceira idade sem linhas de expressão, rugas ou até pomos de adão... sorrisos de borracha... dentes brancos de mentira... MEU DEUS!
primeiro, eu sempre achei falha de caráter se apresentar de forma diferente da vida real. detesto conhecer alguém que não se parece com a sua própria foto (!!!). segundo, quando vejo pessoas pretas usando filtro pra embranquecerem a pele ou idosos photoshopados fazendo cosplay de chucky - o boneco assasino já crio um pré-julgamento pesado. claro, o que esperar de alguém que se mostra diferente do que é? vocês acham isso decente? e não estou falando de maquiagem, estou falando de exageros! há um abismo entre uma coisa e outra.
tenho certeza que todo mundo já viu fotos de artistas com e sem maquiagem. a diferença é enorme, né? mas até isso não me incomoda, porque eles/elas não deixam de ser quem são. se eu encontrar, por exemplo, taís araújo ou carolina dieckmann na rua, sem maquiagem, eu vou saber que se trata delas. diferente de alguém que encontrava michael jackson sem seus quilos de maquiagem (inclusive, ele é um ótimo exemplo do que a busca pela juventude eterna pode causar em quem não aceita o envelhecimento).
mais uma vez trago uma frase do meu professor de espiritualidade, benjamin teixeira de aguiar, onde ele diz que "só fica jovem pra sempre quem morre cedo." parece tão simples, né? mas quantas pessoas que você conhece se orgulham dos cabelos brancos que possuem, das rugas e da experiência que exclusivamente compõem o corpo e o cérebro de alguém mais velho? longevidade não combina com juventude. fuja desse demônio! juventude tem curto prazo, jovialidade é pra sempre.
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miguelsolano · 3 months
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depoimento de um tdah que aprendeu a ter foco
um dos grandes divisores de água na vida de uma pessoa com deficit de atenção é a compreensão da importância do foco. parece elementar mas é algo muito difícil de introjetar. vou explicar por quê.
em todos os momentos da minha vida eu me lembro do tdah estar presente, por mais que não soubesse definir na época, quando criança. num restaurante, numa loja de brinquedos, no cinema, na livraria, no shopping... sempre foi difícil lidar com a sensação angustiante de achar tudo interessante e querer adquirir o maior número de coisas possível. por si só, ter dificuldade de escolha não significa transtorno de atenção. pode ser consumismo, por exemplo. mas quando você não consegue manter o foco em algo necessário, porque outros tantos itens ao redor lhe roubam a atenção, isso sim é um baita diagnóstico.
desde criança fui envolvido pelas artes. passava horas dançando michael jackson e new kids on the block; alugava o headphone do meu pai e esquecia do tempo ouvindo os discos; ansiava pela sexta-feira pra alugarmos os três filmes do final de semana (em fita VHS); ficava cutucando as gigantescas câmeras filmadoras que meu pai adquiria; ganhei meu primeiro prêmio artístico aos 9 ou 10 anos, quando escrevi um poema em homenagem ao aniversário de recife e olinda; quando entrei na adolescência tomei gosto por cantar, tocar guitarra e, por fim, pela composição. só neste parágrafo já dá pra sentir a hiperatividade latejando na cabeça deste pequeno gafanhoto que vos fala, né? ah, e eu ainda adorava desenhar! tinha mania de gravar os desenhos que passavam na tv, pausar no videocassete e ficar olhando para a tela enquanto rabiscava o papel. porém, perdi a vontade com o passar do tempo (minha mãe ainda guarda uma pasta enorme com vários desses desenhos).
muita gente dizia, com a melhor das intenções, que eu era um multi-tarefas. apesar de meu ego se envaidecer, no fundo esse elogio me incomodava bastante, porque batia um desespero de ter que estar à altura de tal adjetivo. e digo desespero porque, quando você tem consciência de que é talentoso em diversas áreas, sobretudo sendo perfeccionista, a cobrança interna de apostar e obter êxito em cada uma dessas habilidades é cruel demais. em contrapartida, eu não conseguia mergulhar de cabeça em nada, pois, quando surgiam os obstáculos naturais de qualquer profissão, automaticamente meu cérebro entendia que eu estava focando na coisa errada e deveria investir em alguma das outras facetas. ou seja, pulava do barco sempre que vinha uma onda mais desafiadora.
durante a época universitária até consegui dar conta da banda, dos textos e da fotografia, pois gozava de muito tempo livre devido à ausência de emprego. mas quando a vida adulta bateu na porta, o bicho pegou e comecei a ter crises severas de ansiedade por não estar conseguindo realizar todas as atividades. até que certa vez ouvi do meu professor de espiritualidade que talento é diferente de vocação, que é diferente de ideal. isso mudou minha vida pra sempre. a partir desse momento comecei a entender que nem tudo aquilo que tenho habilidade pra fazer precisa ser minha ocupação. não é por saber jogar muito bem futebol que preciso me profissionalizar no ramo, por exemplo (exceto se eu quiser, claro). entendeu? isso me fez transformar a fotografia num hobby, o cinema num passatempo delicioso, e focar nas duas coisas que mais amo na vida: literatura e música.
quanto mais livre sua mente estiver pra se ocupar apenas do necessário, mais qualidade você terá no envolvimento e na execução das coisas que você escolheu trabalhar. e trabalho não tem nada a ver com remuneração, tá? dinheiro não está em questão neste texto (apesar de ser um baita privilégio ganhar grana fazendo o que gosta). o que quero dizer é que, a partir do momento em que tirei dos meus ombros o peso de me profissionalizar em fotografia, guitarra, composição musical, pilotagem de kart, cinema e desenho, encontrei mais tempo para me dedicar ao que realmente me deixa realizado, consequentemente me tornando um profissional melhor para os meus clientes e um escritor mais legal pra vocês.
focar no que realmente sinto como importante fez bem pra minha conta bancária (gastava centenas de dinheiros com coisas supérfluas), pra minha sanidade mental (tenho mais tempo pra socializar e realizar meus hobbies) e, claro, foi um alívio pro meu transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (já que não preciso mais dar conta de tanta coisa). no entanto, apenas um único problema persiste em existir: minha indecisão no self-service. mas isso eu vou empurrando pra debaixo do tapete com muito gosto...
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miguelsolano · 4 months
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respeitem o santa cruz
é muito triste ver o santa cruz na situação que está, mas pior do que isso é acompanhar a forma vergonhosa com que os dirigentes estão usando os torcedores pra criar sensacionalismo e comoção. a história é sempre a mesma: torcedor, precisamos de você mais do que nunca nessa fase delicada do clube! fase esta que já dura quase uma década. e o torcedor tricolor fazendo a sua parte, apoiando, tirando de onde não tem pra lotar o estádio, e vendo o clube do coração colecionar derrotas humilhantes, dentre elas para o pior time do mundo, o íbis futebol clube.
se já não bastasse toda a baixaria que se tornou a gestão do santa cruz, essa semana a galera surtou e resolveu rir da cara do torcedor em rede nacional, propondo criar um mutirão disposto a capinar o gramado do estádio do arruda. não, você não leu errado! através de uma publicação nos stories do instagram, o perfil oficial do santa cruz futebol clube mobilizou torcedores pra apararem o gramado do campo! acha que não pode piorar? claro que pode! o grupo de torcedores que aceitou meter a mão na massa teve que literalmente meter a mão na grama, apenas utilizando de enxadas, debaixo de um calor de 40 graus. os vídeos que recebi do povo arrancando o mato com as mãos me deixaram de coração partido. porém, quero que fique bem claro que este texto de modo algum visa criticar o grupo que dispôs de um tempinho pra ajudar. tocarei nesse assunto mais adiante.
pensa comigo: se o clube tem dinheiro pra contratar jogadores e oferecer o mínimo de estrutura ao elenco, é óbvio que teria condições de pagar profissionais pra aparar o gramado. até porque esse trabalho não é feito mais manualmente há anos! são máquinas especializadas em manter o gramado com tamanho uniforme. ou seja, os torcedores foram maltratados até nas condições básicas pra executarem a tarefa! torcedores estes que, humildes em sua maioria, já tiram dinheiro de onde não têm pra lotarem o estádio quando o time passa vergonha; pagam caro por ingressos que poderiam ser muito mais baratos, sem receberem conforto algum na arquibancada; compram uniformes que custam mais de 200 reais de um time sem divisão no campeonato. apesar de tudo isso, ainda precisam trabalhar gratuitamente para o clube? o que está acontecendo, minha gente?!
acompanhei o relato lamentável do goleiro tricolor que revelou ter sofrido ameaças de morte após a eliminação para o altos do piauí. acompanhei as matérias constrangedoras de ex-jogadores que não sabiam sequer como opinar a respeito da situação e precisaram ser polidos no discurso. fora as mensagens que recebi no meu celular, mostrando que a chacota não tem limites.
onde está o amor que os gestores dizem sentir pelo clube? será que os próprios dirigentes, caso se juntassem, não teriam condições econômicas de contratar jardineiros? por que é que só o torcedor precisa investir do próprio bolso e do próprio tempo por amor à camisa? onde está a transparência com o público? por que não vende logo a instituição pra alguém que pelo menos esteja disposto a tentar reerguer o time? é o mínimo que deve ser feito! os torcedores precisam saber das verdadeiras razões pelas quais a instituição está ladeira abaixo sem a menor previsão de solução. por que esse buraco só alarga e aprofunda?
agora chegou a hora de falar dos torcedores que compareceram ao estádio pra aparar o mato:
honestamente, meus sinceros parabéns! fiquei extremamente emocionado com tanto amor oferecido a um clube de futebol. eu, que também tenho um carinho enorme pelo santa cruz, jamais aceitaria fazer parte dessa palhaçada fantasiada de solidariedade. no entanto, mesmo sabendo disso, a galera compareceu e trabalhou duro! todo meu respeito a cada um que se dispôs a estar lá. foi muito foda! não que a torcida tricolor precise ser humilhada pra ter o devido reconhecimento de sua paixão, só que um amor nesse nível, no mínimo, é raríssimo em qualquer lugar e em qualquer clube do mundo!
dirigentes do santa cruz, já chega! a história de um dos grandes clubes do país não pode ser marcada por tantas memórias dolorosas! e que fique bem claro que a suposta volta por cima não dependerá mais do torcedor, ok? parem de jogar a bomba nas contas de quem sempre esteve junto, em todas as horas, como se a responsabilidade não fosse da má gestão! a torcida tricolor merece ser bem tratada, recebendo propostas inteligentes e eficazes pra tirar o santinha dessa situação. chega de descaso!
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miguelsolano · 4 months
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zagallo eterno tem treze letras
os que jogavam por amor à camisa estão indo embora aos poucos. e, ironia das ironias, o velho lobo foi um dos responsáveis por eu ter deixado de torcer pela seleção brasileira. porque ele amava o brasil.
zagallo derramava sangue, lágrimas, impropérios e tudo quanto fosse necessário para colocar a canarinha no lugar onde sempre mereceu estar. enfiava o dedo na cara das pessoas e das câmeras que ousassem falar mal da seleção pentacampeão do mundo (muito por colaboração dele, dentro e fora de campo, diga-se de passagem).
ah... não se fazem mais apaixonados como antigamente. ou melhor, até fazem, mas há muitos anos não nascem no brasil. ou nascem e são corrompidos por carnes banhadas a ouro, esquecendo de suas origens numa velocidade impressionante.
eu torço por quem trabalha, por quem se empenha, porque dá a vida pela carreira a qual se dedica. e em todos esses quesitos zagallo foi exímio. um esporte tão escrupuloso e apaixonante como o futebol não foi feito pra premiar covardes, mas somente quem suporta aguentar as diversas pressões dentro e, principalmente, após as redes sociais, fora de campo. as bagatelas e luxos aumentaram, mas as responsabilidades como celebridade também. e parece que alguns ídolos brasileiros ainda não se deram conta disso.
como não amar pelé, garrincha, zagallo, gerson, rivelino, zico, bebeto, romário e ronaldo? como não amar maradona, kempes, zanetti, batistuta, riquelme, aimar, scaloni, messi e dimaria? como não amar cristiano ronaldo, zidane, rian giggs, gareth bale, sadio mané, roger millá, son heung-min e umbappé? impossível não deixar o clubismo de lado pra ovacionar quem coloca o coração acima de tudo. por isso o teu descanso, assim como o de tantos outros gênios que estão deixando este orbe esférico, é muito merecido, zagallo.
obrigado por ser tão brasileiro a ponto de me traumatizar positivamente na maneira de amar o futebol. vai ser muito difícil ter que engolir esses atletas de hoje em dia... mas isso não é mais problema seu.
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miguelsolano · 4 months
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o pseudocristão que adora um religioso canalha
eu achava que a podridão das pessoas tinha limite, mas bastou passar o olho rapidamente nos noticiários pra me deparar com a nojeira da cpi aprovada para investigar o padre julio lancellotti. se você não sabe do que estou falando, a moral da história é super simples: pseudos-cristãos odeiam quem ajuda pobres e necessitados.
que bíblia é essa que tais pessoas estão lendo? onde está esse jesus que as estimula a cometerem tanta atrocidade? qual passagem dos evangelhos condena quem vive em função de ajudar? a real é que o brasileiro adora um religioso calculista, que nunca se posiciona nem se envolve em questões sociais fundamentais. porque fazer isso é dar voz ao povo e às diferenças - coisa que os conservadores de plantão abominam. mas não foi o próprio cristo que andou com prostitutas, ladrões e políticos corruptos? por que o padre julio lancellotti incomoda tanto, então?
a resposta é simples: porque toda e qualquer pessoa, seja ela religiosa ou não, que exija a criação e o cumprimento de leis humanitárias - as quais o cidadão de bem adora varrer pra debaixo do tapete dos bons costumes e fingir que não é da sua conta - é tratada como ameaça grave para o status quo predominante. e, no quesito incomodar gente que não presta, o padre julio é fera! por isso tanto cidadão de bem se incomodou quando ele retirou pedras instaladas debaixo do viaduto, destinadas a impossibilitar o sono dos moradores de rua; quando ele beijou os pés de uma mulher trans para pedir desculpas por tanta intolerância e desrespeito; quando ele trata com tanto carinho e dignidade os viciados da cracolândia etc.
o cidadão de bem adora um religioso canalha, omisso e hipócrita. adora ir à missa, culto ou palestra espírita pra cantar musiquinhas com as mãos erguidas e ouvir que é uma pessoa iluminada. adora um cosplay de sacerdote que age somente de acordo com as convenções sociais, vendendo vagas no céu e ludibriando uma parcela gigantesca da população que, sedenta por justiça e acostumada com o desprezo das autoridades, recorre à fé pra se sentir acolhida. contudo, atente-se: deus jamais esquece de separar o joio do trigo. não é porque a grande parcela dos religiosos é podre que a divindade e o mundo espiritual deixam de existir. é como a medicina, a advocacia, a engenharia, o jornalismo ou qualquer profissão: tem um bocado de gente escrota, mas nem por isso deixamos de nos deparar com gente verdeiramente engajada em servir à população.
essas quadrilhas de bíblia na mão terão sua recompensa, pode ter certeza. todas elas se encontrarão no mesmo lugar onde tanto enchem a boca pra agourar quem não faz parte do seu clã infernal. e quanto ao querido padre julio, ele sabe muito bem qual a única justiça que importa. portanto, na pior das hipóteses se tornará mais um preso político-religioso condenado injustamente, que entrará pra história por suas grandes atitudes verdadeiramente cristãs. apesar da porcalhada que estão tentando fazer, a batalha já está ganha.
agora, deixa eu só fazer uma perguntinha: quem teve essa ideia brilhante de abrir uma cpi contra o padre foi o vereador rubinho nunes. adivinha só qual político ele apoia?
não falha nunca...
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miguelsolano · 4 months
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carta enviada a um amigo há exatos 10 anos
o ano era 2014 e eu estava morrendo de saudade do meu melhor amigo. ele tinha transferido residência para o canadá e, à época, os métodos de vídeo-chamada não eram tão diversos como os de hoje. não conseguíamos nos falar com a frequência desejada, coisa que, antes de ele viajar, fazíamos diariamente, o tempo todo.
foi muito difícil pra mim perder a pessoa que senti ser minha alma-gêmea desde o momento em que bati o olho. por mais que estivesse me preparando para a despedida, desabei em lágrimas quando os auto-falantes do aeroporto alertaram sobre a hora de saída do voo que o levaria pra longe. não chorei só naquele momento, mas por algumas longas semanas.
a sensação era de ter terminado um casamento. mais grave que isso, de ter terminado uma amizade (pois casamentos acabam muita vezes por motivos idiotas). porém, quando as coisas se estabilizaram por lá, voltamos a nos falar com mais frequência do que antes até. as vídeos-chamadas se tornaram cotidianas, várias vezes ao dia, e voltei a senti-lo perto de mim outra vez. (obrigado, tecnologia)
hoje de manhã acordei com uma mensagem dele enviando uma memória que o facebook resgatou de 2014. se trata de um texto que escrevi no natal daquele mesmo ano, confiram:
mesmo estando longe, você se faz mais perto do que qualquer pessoa que vive colada em mim. qualquer espera ou adaptação de horário vale a pena se for pra bater 20 minutos de papo contigo pelo skype. e esse amor é tão foda, mas tão foda, que pela primeira vez na vida me senti apixonado por um amigo, sem qualquer segunda intenção ou questionamentos imbecis.
eu te disse, na primeira semana que convivemos, que você seria meu melhor amigo. e você fez o possível e o impossível pra nunca me deixar ter dúvidas disso, porque quando existe amor de verdade, o impossível é um pretexto de quem não tem coragem de correr atrás.
eu queria muito que todas as pessoas do mundo sentissem o que eu sinto por você; que todas as amizades fossem apaixonadas; que todas as badalações não tivessem a menor graça, pois colocar as pernas pro alto e falar sobre sonhos é melhor do que estar em qualquer lugar.
obrigado por não me fazer sentir a mínima falta de você em 2014. falta, nunca; saudade, every fucking day. saudade eu sinto do meu gato quando passo um dia longe dele; da minha sobrinha quando ela passa muito tempo sem me visitar. mas sentir falta é manter-se distante, e isso você nunca fez.
eu te amo, meu querido. e você é uma daquelas poucas coisas da vida que vou morrer dizendo "valeu por ter vivido."
não tinha a menor lembrança de ter enviado tais palavras a ele, mas fiquei bastante emocionado quando li novamente. porque comprova que dez anos se passaram e absolutamente nada mudou. muito pelo contrário, amadurecemos nossa amizade com muitas discussões tensas, porém sem nunca perder o respeito que sentimos um pelo outro.
vivemos num mundo tão platônico, tão utópico em termos amorosos, que acho de grande utilidade publicar esta carta virtual enviada há exatos 3650 dias. meu professor de espiritualidade vive dizendo que nossos grandes amores são nossas maiores amizades, desvestidas de intenções sexuais. por isso, em vez de desperdiçarmos a vida em busca do par conjugal perfeito, valorizemos os amores profundos que estão do nosso lado diariamente, estejam eles dentro da nossa família biológica, no trabalho, na faculdade ou até mesmo vindos da época da escola. não há nada mais verdadeiro do que a tão famosa frase família é quem a gente escolhe ter por perto.
meu querido amigo, continuo te amando do mesmo jeito de sempre e só não digo que amo mais porque acredito que exista um limite, caso contrário se tornaria doentio. mas se tu voltar a morar no brasil um dia, com certeza morrerei doente de felicidade.
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miguelsolano · 4 months
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o que o efeito fim de ano faz com você?
desde adolescente tenho um vício incomum, que só aparece na duas últimas semanas do ano, no período do natal e réveillon: andar pelas ruas da cidade admirando a decoração de fim de ano de todos os lugares, sejam as praças, as avenidas, os estabelecimentos, os prédios, as casas, as farmácias, os supermercados… tudo! por muito tempo fiz isso a pé, depois de carro e bicicleta (mas o melhor mesmo é de bicicleta). adoro ver a movimentação das pessoas nessa época, porque, por mais que elas se detestem cotidianamente, no último mês do ano são contaminadas pela magia da mudança e da confraternização. e isso é maravilhoso de assistir.
a quantidade de gentileza aumenta, os sorrisos multiplicam, os abraços e a alegria se proliferam, até a saudade se intensifica. acredito que tal fenômeno acontece porque dezembro simboliza o fim de um longo ciclo. e todo mundo adora fechar ciclos em paz, com o mínimo de aperreios. digo “o mínimo” porque algumas coisas realmente precisam ser encerradas; precisam de um ponto final. fechar ciclos não significa apenas fazer as pazes, mas também afastar da nossa vida o que nos prejudica. e toda essa retrospectiva acaba vindo à tona no último mês do ano, como se todo fim de ano fosse uma morte e todo início fosse um nascimento. e de fato é!
muita gente fala que o réveillon é apenas mais um dia como qualquer outro, mas não é. as festas de fim de ano desempenham um papel cultural muito importante na psique coletiva. tanto é que algumas pessoas ficam muito tristes e abatidas nessa época, outras ficam super sensíveis, outras até ficam mais românticas, enfim. seja qual for a maneira que alguém encare a época, não tem como fugir do efeito fim de ano. até mesmo as pessoas que fingem não ser atingidas pelo efeito, as que dizem ser um dia como qualquer outro, mostram, com tal reação, que não curtem esse furor todo que acontece na época natalina (e isso não deixa de ser um sintoma do efeito fim de ano).
em contrapartida, acontece o inverso no dia 1º de janeiro: é o dia mais triste do ano. porque o encanto acaba e a vida real volta a bater à porta. os planos tão plausíveis que foram feitos para o ano seguinte mostram que não serão realizados sem esforço e, infelizmente, as pessoas voltam a se detestar, as gentilezas voltam a se tornar raridade etc etc etc. mas será que nunca sairemos desse piloto automático? será que a primeira semana do ano sempre será de ressaca, abuso, chateação? talvez isso esteja diretamente ligado à falta de realidade que despejamos em nossos desejos para os 365 dias seguintes.
conheço gente que faz diversos planos para o ano seguinte, mas na verdade não quer realizar nenhum deles e sequer tem tempo pra colocar em prática tudo o que deseja. é academia, dieta, economizar grana, viajar mais, estudar mais… mas há tempo hábil pra fazer tudo isso? pois se não houver, a probabilidade de todas as possibilidades escoarem pelo ralo é enorme. além do sentimento de frustração que detona qualquer pessoa. então, não seria hora de planejar menos porém melhor? eu, por exemplo, no final do ano passado, tracei como meta ler mais livro que bill gates. ele lê em média 65 títulos por ano e eu consegui ler 72 exemplares. poderia ter estabelecido isso junto à academia, dieta e outras tantas coisas? poderia, mas eu quis realmente cumprir a meta, e não somente me entorpecer do sentimento de confiança que o fim de ano traz. pra 2024, minhas metas continuam sendo tímidas: frequentar a academia de segunda a sexta e assistir a 1 filme por semana (e nem estou colocando a dieta nesse pacote, viu? deixa isso pra depois que eu criar o hábito de malhar diariamente).
a mensagem que quero deixar é a de encararmos cada dia como uma bênção especial. se fizermos isto, com certeza conseguiremos sentir o que é essencial para as nossas vidas e o que realmente queremos executar. até porque, quem pode ter certeza que estará vivo pra comemorar o próximo natal? quem pode garantir que daqui a cinco anos estará confraternizando com a família? ninguém! o entorpecente mais perigoso que existe se chama nunca irá acontecer comigo. é de tanto consumi-lo que muita gente se atola em dívidas, morre de tristeza por não ter dado o devido valor à família e às amizades enquanto as tinha por perto, e se lamenta na velhice por ter perdido tanto tempo reclamando da vida ao invés de aproveitá-la com responsabilidade.
quer uma dica boca e fácil de ser cumprida? estabeleça suas próprias datas especiais. não espere por épocas comemorativas pra fazer uma viagem com seus afetos. planeje confraternizações mensais com aquele grupinho de amigos íntimos, convide uma amizade diferente pra sair a cada semana, esforce-se pra todo mês juntar os familiares mais próximos pra um almoço, dentre outras tantas opções que vão da criatividade de cada um. só não permita que o efeito fim de ano aconteça exclusivamente em dezembro, pois, como dizem os céticos, é apenas um mês como qualquer outro. somos nós que fazemos dezembro ser tão mágico assim. façamos o mesmo com os 11 meses restantes, cada qual a seu modo.
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miguelsolano · 5 months
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o fim do rádio será culpa do streaming?
quando digo que ainda escuto rádio, muita gente me chama de antiquado, de ultrapassado. eu sou um apaixonado por uma boa frequência FM, apesar de concordar que há um bom tempo só tenho ouvido encheção de linguiça. ultimamente, quando ligo o rádio no carro pra ouvir as “novidades”, tenho me deparado com uma situação muito bizarra:
toca uma música antiga. depois de alguns minutos, toca uma versão acústica dessa música antiga. alguns instantes depois, toca uma versão eletrônica da mesma música antiga. ainda no mesmo dia, o compositor da música antiga faz uma participação na versão repaginada que um artista da atualidade fez de sua música antiga. e esse ciclo se repete o tempo inteiro, sem que nada de novo seja apresentado ao ouvinte.
eu ouço, por exemplo, as músicas de lulu santos em 10 versões diferentes no mesmo dia. anavitória, então, nem se fala. a dupla tem gravado todas as músicas antigas já feitas no brasil. e o pior de tudo é que, em vez de as rádios tocarem as versões originais, ficam empurrando para os ouvintes as diversas releituras. aí eu fui comentar essa questão com um colega radialista e ele quase me engoliu, dizendo que a rádio nunca iria morrer; que ainda é o meio onde mais se conecta o cidadão com a música… e aquele papinho jurássico de quem não reconhece que está ultrapassado pra não ter que se atualizar.
mas onde estão as composições autorais? por que não mostrar coisa nova? outro exemplo comum dessa questão que trago a lume é o cantor victor kley. um cara talentoso, carismático, repleto de músicas bacanas, no entanto a canção que mais ouço tocar dele nas rádios é uma versão acústica de “a cura”, de lulu santos. que maluquice é essa?! confesso que fiquei decepcionado com essa nova geração da MPB desde as eleições de 2018, quando a maioria dos artistas ficou caladinha, sem se posicionar contra o governo genocida que se delineava, pra não perder seguidores. não à toa um meme de chico buarque bombou à época, onde mostrava o genial compositor participando aguerridamente dos protestos #forabolsonaro e a favor da democracia. o título do meme dizia: a gente percebe que nossos artistas são covardes quando o chico buarque da nossa geração continua sendo chico buarque.
poderia cair aqui na conversa fiada de que o país não está produzindo muita coisa, mas seria uma falácia. me vem à mente diversos artistas com novos trabalhos: marina sena, gilsons, tim bernardes, bala desejo, almério, martins, joyce alane, flaira ferro, igor de carvalho e mais uma infinidade de gente boa. por que tais músicas não tocam nas rádios, então? porque na verdade o rádio nunca teve como missão informar os ouvintes das novidades musicais, mas empurrar a mesmice pra evitar a perda de audiência e a mudança de estação - a não ser quando rola um jabá forte, claro. mas, entre divulgar no rádio ou nos streamings, é quase consenso que a segunda opção será a escolhida. principalmente se não acontecer urgentemente uma mudança de postura das emissoras.
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