Ninguém te conta como é a vida
Ninguém te conta como é a vida
Muito menos ela tem manual de instruções.
Mais uma tarde vazia, procurando respostas sobre tudo e não encontrando nada.
Desde muito nova me questionava sobre o sentido da vida
Quais são os passos que preciso seguir para me sentir realizada
O que preciso ter, quem eu preciso ser e o que tenho que fazer.
Mas a vida é muito subjetiva.
Um dia você acha uma coisa e no dia seguinte, ao abrir os olhos, tudo pode mudar.
Provavelmente mudou.
A vida e sua instabilidade.
Confesso que gosto de viver a vida no presente, sem pensar no amanhã, ou melhor, me preocupar com ele.
Mas isso não ajuda a descobrir quem nós somos.
Como eu disse, a vida não vem com um manual de instruções.
Mas você vem com vários inputs do que é que seria melhor pra você, que tipo e vida você precisa batalhar por, que tipo de relacionamento você deveria ter.
Como se fosse tudo simples e fácil: descobrir uma vocação, ganhar muito dinheiro, encontrar um amor para vida toda que queira envelhecer juntinho e viajar.
As vezes penso em viver esse amor de contos de fadas, mas pelo fado de que me sinto sozinha.
Mas esses são poucos momentos.
Poucos momentos em que me sinto sozinha.
Na grande maioria deles eu quero estar sozinha.
Começo a perceber que o problema não se encontra onde eu estou mas eu quem eu sou e o que estou fazendo para ser quem eu quero ser.
Se a gente simplesmente conseguisse ligar a chavinha do foda-se o que estão esperando de mim e simplesmente fazer o que precisa ser feito.
Eu estou aqui. Eu estou presente.
Tenho sonhos que não sei como realiza-los.
Sei em partes.
Entre lágrimas, sempre lágrimas, para fazer pensar sobre o quanto a vida simplesmente acontece e a gente que complica.
Não conseguimos controlar nossos pensamentos, por falta e pensar, pela necessidade e calar o que sentimos.
Por que você prefere calar seus sentimentos ao invés de dar nome a eles?
Eu morro de medo de fazer as coisas, de começar do zero, de fazer escolhas.
Medo de começar uma faculdade nova, medo de gravar vídeos, medo, preguiça, raiva.
Me escondo atras de prazeres momentâneos.
Me sinto sozinha. Estou há dois anos colocando pessoas que não sinto que existe a mesma entrega que eu dou.
Talvez a vida é isso mesmo, vejo pelo meu irmão, que perdeu algumas amizades por não alimentar elas sempre.
Talvez seja isso. As pessoas não tem o mesmo interesse.
Eu mesma não respondo quem eu não tenho vontade. Tenho preguiça, simplesmente não tenho vontade.
Eu digo que sinto falta das pessoas, sinto falta da minha família.
Mas estou indo viajar em menos de 7 dias e não estou nem 1% animada, hoje. Amanhã já não sei.
Viver é um desafio.
Tô com preguiça.
Por que o ser humano é movido por amor? Sentimentos? Sonhos?
Eu sou tão démodé.
Gosto de me sentir segura.
Quero que exista alguém que me ajude a criar uma simples segurança.
Tenho tanto medo.
Não entendo por que eu preciso depender.
Quando eu dependo de alguém e me sinto deixada de lado isso me incomoda.
Pedir ajuda não é algo que eu gosto.
Nunca pude contar com a palavra das pessoas, não sei o quanto posso acreditar nelas.
Eu mal consigo cumprir com as promessas que prometo pra mim.
Como posso exigir que alguém cumpra com as promessas que elas fazem pra mim.
Estou cansada de ter esperança de ser vista.
Gostaria de ser cuidada e ouvida.
Gostaria que alguém me pegasse no colo.
Essa vida é tão solitária.
Sem tomar banho, boné pra trás e o óculos cheio e dedos engordurados.
Japona fedida de suor, legging e pantufas.
Sem tomar banho há quase 24hrs.
Faço isso quando quero ficar entocada dentro de casa.
Comecei a fazer novos planos para a minha vida.
Mas são planos tão doidos que o medo mais uma vez me rodeia.
Me inscrevi para o ENEM.
Quero fazer faculdade de filosofia em uma universidade federal, Santa Catarina, Nordeste, perto da praia.
Medo de começar algo e me dedicar por tanto tempo.
Quero ganhar mais dinheiro com as aulas de inglês, preciso ter minhas próprias turmas.
E é só isso.
Mas será que não é só eu fugindo mais uma vez?
Mais uma vez indo cada vez mais longe?
Eu sempre disse que queria morar no calor da Bahia.
Preciso começar a me ouvir mais e a fazer o que eu acredito ser melhor pra mim.
Agora não é a hora de focar nos outros.
Focar em relacionamento.
Eu quero me descobrir, fazer coisas que me fazem feliz.
Quero tentar isso agora.
Preciso fazer as coisas mesmo com medo.
Preciso sair da minha zona de conforto e me desafiar a ser feliz com minhas escolhas.
O mundo é bom e ele sorri pra mim
“Há como diz o poeta: que pode uma criatura se não entre criaturas, amar. Que pode, pergunto: o ser amoroso em rotação universal, se não, rodar também. E amar. Amar.”
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