Tumgik
ossosdevento · 3 years
Text
pele seca
as vezes a pele ta tão seca que quando passo hidratante nos lábios ardem. eu não sou acostumado com cuidado em nenhum nível. minha pele sempre rachou. minhas suvacas sempre cheiraram corpo. minha pele sempre foi cortada. por mim. meus ombros doem e eu ainda não me forcei a dormir de outro jeito que não os force. minha cervical sempre foi tensa e minhas mãos sempre sofreram com a ação degenerativa do descolorante, hoje só espero um pouco para pegar as luvas emprestadas de g porque sei que vai doer mais do que eu poça aguentar.
hoje não quero vingança, nem fogo. já quis. mas agora não. agora quero só poder descontar meu descontentamento no meu cabelo. nada disso vai mudar, parece. os ciclos se repetem, e pareço ter 15 anos de novo.
1 note · View note
ossosdevento · 3 years
Text
eu sou vocês em cada pedaço de mim!
04 de maio de 2020 eu não estou preparado para escrever essa carta sem chorar, acho que nunca vou estar. por isso eu preciso escrever, pois sei que para saber alguma coisa é necessário que façamos essa coisa. aprendi isso com a vida. vida que vivi feliz. sinto por termos passado por isso, sinto por estar longe. essa distancia forçada tem me feito lembrar de cada um de vocês todos os dias. saber quem eu sou, como eu sou, meu jeito. é honra. honra de saber que sou aberto e forte. cada vez que alguém me diz que sou divertido tenho vontade de mostrar vocês, quando dizem que sou forte também quero mostrar vocês. quando dizem que sou sábia é a mesma coisa. de todo mundo que diz que tenho algo bom, eles num tem nem noção do porque. mas eu tenho! eu carrego as melhores coisas de vocês por onde quer que eu vá! nunca vou conseguir dar um sorriso sem lembrar do som da risada de vocês, eu nunca vou dar um passo sem lembrar das nossas brincadeiras! vocês são minha base, meu alicerce. vocês são o meu significado de amor. ficar longe tem sido cada vez mais ruim, mais difícil. não poder abraçar, não poder sentir o cheiro de vocês. eu não tenho rezado, sabe? os tempos tem sido muito obscuros. não tenho conseguido dar a minha força no mundo. mas se eu for rezar em breve, agora antes de adormecer é por vocês que vou rezar! eu quero tanto conhecer suas casas, os cachorrão. os gatinho! eu quero jogar tantas horas de magic com vocês que os dias vão passar e nós não vamos nem reparar! eu quero dividir tantos papos com vocês, ouvir nosso forró e dançar! eu quero cozinhar junto com você pra nossa próxima ceia, quero aprender a costurar e tudo o que tens pra ensinar! eu sigo daqui saudosa, forte e feliz por vocês estarem nessa existência comigo, somos uma família como todas as outras, só que muito mais legal! com todo amor que há nessa vida, eu que oxum nos abençoe sempre!
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
dia 07/07/2019
tenho percebido a relevância de relatar meus dias e minhas brisas, não confio em minha memória, quero relatar meus sentires para poder ter entendimentos. fiz um relato breve, via mensagem pra ju sobre a conversa que tive com meu pai. e me foi muito importante para eu ter nítido tudo o que senti. então acho que a prática de passar para as palavras os dias que escorrem a fio vão me ajudar a entender as coisas. hoje eu tive o dia ocupado por uma louça e uma feitura de almoço para mim. estou contente com esse feito, me alimentar bem é de fato um passo importante para me sentir bem, esses dias todos tenho comido mal e me sentido mal, essa relação com certeza é química. então estou nesse foco de comer alimentos! espero que eu consiga manter isso, a ju me apontou uma coisa real: eu entro no ritmo das pessoas que estão ao meu redor. então vou tentar me manter tomando pouco café, me alimentando bem e assim por diante. isso é importante pra eu ter minha cabeça em ordem. eu decidi que amanha eu irei dar um jeito na casa para poder fotografar e mandar no whatsapp para agilizar o processo de ocupar minha vaga. eu estou feliz de sair dessa casa. eu tenho me visto com uma necessidade de espaço, as pessoas tem me irritado um pouco, parte disso é uma dor no fundo do coração e do estômago por estar tendo de lidar com o hipopótamo que tem me seguido como um mímico imitando meus passos e me aborrecendo todos os dias, eu tento não me atentar a ele, mas ele não vai embora. sim, eu estou falando da minha situação mal resolvida com ryo. ao saber que ele está se relacionando com outra pessoa e ela nem titubeou sobre seu gênero, se ele não falou isso pra ela.. significa que pra mim era só pose e mais uma vez um boy tentando me impressionar com esse papo de gênero e desconstrução e tal. eu ainda acho que foram meus guias e protetores que afastaram ele de mim, pois é, no fundo da minha consciência tinha uma eu falando: você já conhece essa história de paixão repentina e amor que surge do primeiro encontro. de todo modo ele me supriu uma carência que era real e ainda é, a quem quero enganar? mas agora lido com esse vazio de forma diferente e madura. são questões mais delicadas que preciso lidar agora. pai, mãe, dinheiro, meu psicológico e essa doideira de mudança de casa. eu estou tentando manter o foco no mundo real e seus acontecimentos do que no exoterismo todo. eu sei que tem essas influências de marte sobre nós, urano e afins, mas eu realmente preciso focar nesse aqui e nesse agora pra poder seguir a diante. eu procuro as respostas nos astros e nos orixás, mas por esse momento eu tenho que achar essas respostas por mim. e talvez nem tenha uma resposta, só tenho essa viajancia pela vida mesmo. e agora é o momento que quero aprender e trabalhar com enfermagem pra fazer um pé de meia pra poder ser terapeuta ocupacional. mexeu comigo o dia de hoje quando brilho nos mostrou seu portifólio e o grupo de empregos em museus e tals, me deu vontade de continuar investindo tempo e grana em trampos de arte. mas eu to com medo de não conseguir me manter, e quando falo de dinheiro ainda to bem pegada com a ideia de que a economia vai mudar e nós vamos derrubar o sistema capitalista porque urano está fazendo aspectos em touro, mas utopias e utopias que vagam por minha mente. enquanto isso preciso saber como vou pagar as contas. vou me propor ao exercício de não ver nada de astrologia por hora, porque me guio demais por caminhos exotéricos e me da sensação de não andar nesse plano. tem esse meu lado de querer ter um lar e de querer uma estabilidade financeira e poder comer bem e viver bem. de alguma forma me nego a aceitar que quero de fato ter dinheiro, parece tão injusto ter dinheiro nesse mundo onde tudo é caro e poucas pessoas tem condições. eu nunca quis esbanjar, mas poder comprar comida e uma touca de inverno é tentador. é de cortar o coração pensar que aquele moço que parou a gente pra pedir ajuda financeira está pela cidade agora, está fazendo 5ºC! é uma pessoa também, que tem fome e frio, tem medo e sonhos. ele chamou a gente pra tomar um guaraná. vai saber das coisas que ele fez na infância e das dores que ele pode ter nas costas? são tantas possibilidades pra'quela pessoa, eu espero mesmo que ele esteja bem, e que todas as pessoas que estão por aqui nessa terra também estejam. me pergunto todos os dias para mãe divina o porque de nós estarmos aqui e o porque a gente joga tantos tóxicos nos rios e porque tem micro plástico no sal. em que ponto da vida nós deixamos chegar nisso? daí eu volto pro lance anterior: eu preciso dar um tempo desses questionamentos tão profundos. será que isso vai levar a algum lugar? na verdade eu me sinto tão preenchido de tantas coisas que preciso dar esse espaço em mim pra poder sentir a vida pulsar. o dia que mais senti forte a vida pulsar na segunda feira 30 de julho 2018. ella esteve em casa e eu chegava chorando pelo término com luis. me senti muito amada e inseguro, como sempre. me da sempre a sensação de estar andando na corda bamba sob o abismo. no fim da noite e da choradeira eu olhava aquela tempestade chegando e a sensação de que a vida tava acontecendo, pulsando fora de mim, e no fim ela sempre esteve e sempre estará. acho que a terra não tem como parar. essa força maior que nos rege, não sei se tem a ver com crônos, se tem a ver com capitalismo, se tem a ver com o curso natural das águas ou até mesmo com a necessidade do nosso coração continuar pulsando e a as células continuarem se reproduzindo. a vida pulsa dentro e fora de nós. de forma que não tem como parar. no dia seguinte a gente acorda, faz café ou chá. a gente faz aulas, trabalha e viaja pra qualquer lugar. a gente se apaixona e tem vontade de ficar sozinho. a gente vê vicejar a vida e a gente vê as abelhas salvando a terra e morrendo. não tem um porque, o barato da poesia é por ela mesma.  as horas são grandes e eu ainda preciso lembrar de leminsk falando sobre poesia. encerro por aqui certa de que ainda não entendi nada. mas sigo na funça de me fazer escritora.
2 notes · View notes
ossosdevento · 3 years
Text
coisas perecíveis
de todas as coisas que olho pro lado são perecíveis. carrego comigo dois pares de mias de palhaço, meia duzia de maquiagens e vários cadernos que não me atrevo a abrir pra ler. emails que nunca mandei e um pouco de glitter que fazem mal aos oceanos. tem também a história toda desses meus passos que seguem os olhos, que seguem os passos, daqueles acordes de violão tocados por gringos que conta pra todo um povo como o coração bate aqui dentro. a arte faz isso de conseguir emergir em quem você não conhece sentires íntimos, ela sabe como meus olhos marejam e o quanto é preciso no corpo esse barato da poesia. essas são todas as coisas que tenho comigo e com elas e poucos dias me mudo novamente de casa; logo eu que sempre quis criar raízes num solo, mas sempre pingo por aí, desde que cheguei nessa cidade moro de 6 em 6 meses em cada canto. daí sem muitas opções me desfiz tantas camas, bicicletas, armários e roupas e aqueles papéis. daí carrego pra lá e pra cá as miudezas que cabem em duas mãos. a vida até agora me exigiu ser chuva. eu que sou palhaça há mais de um anos ainda não tenho meu próprio nariz. mas de qualquer forma com todo o medo das imensidões fui nadando nelas, sempre fiz tudo por medo, muitas pessoas dizem que é coragem. mas é medo, tanto medo de continuar triste ou calada precisei gritar o quanto amo as pessoas, precisei pingar e sair das casas todas. e eu que sou toda jovem e mística sempre procuro um sentido na vida que seja maior que eu, tem uns astros que dizem que a gente precisa nutrir coisas e tem outros que dizem que a gente precisa mudar, e de naturezas tão distintas eu sempre me quis perene. astros e orixás estão todas por aí, as deusas e o destino também mas nada é mais forte do que as circunstancias em que a gente tem agora. agora eu preciso aceitar meu pai em minha vida novamente, agora eu preciso morar sozinho e mexer com sangue. tenho saudade diárias de sentar aos pés das almas e esse vazio nunca será preenchido por nada que é externo. tenho saudades de acordar no meio da noite e lembrar àquela pessoa que me abraçava da chuva, mas isso também não vai ser preenchido por nada do que é externo. mas essas são minhas histórias que carregarei pro próximo aquário que vai me abrir por tempos indetermináveis.
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
orgasmo
sabe que eu nunca vou entender como é que se pode um pouco de vida se dar no momento do orgasmo. eu não entendo como esse breve, pequeno e volátil momento pode ser tão precioso. a vida é mais do que isso. pensar que com você eu dividi muitos desses pequenos momentos, acho que pra você era grande. como pode ser tão grande e tão intermitente? acho que foi por isso que quis por tanto tempo que fosse perene.  de tão perene que sou, imagino que escrever de blocos grandes me faz mais fixo, logo eu que decidi viver mudando. o bolo e o álcool me fazem mal, sabe?  meu estômago triste não gostam dessas coisas. eu deveria comer mais legumes, verduras e comidas vivas.  gostei tanto desse conceito quando elen oleria falou há tantos anos atrás. hoje me alimento de coisas mortas, mas que me dão vida.  minha buceta tem cheiro de buceta, fico contente. sinto um misto de calor e frio quando penso que dividi meus orgasmos com você. é um misto da relação que tivemos. você era tão frio e tão quente ao mesmo tempo, tantos já disseram me amar, tantos já disseram só não. tantos desejos.  a gente tem que desaparecer, sabe? pra poder aparecer de novo. eu acho que se uma hora você aparecer de novo eu vou falar: o que? que porra é essa?  eu tô indo pro acre, pra foz do iguaçu, tô indo pro ceará, pra bh. não há quem pare o tempo. fixar é escolha de quem pode. eu só posso ter o mundo, ver como ele é. meu estômago dói ainda. minhas canelas querem que eu me comunique com os quadris. eu vou seguir fazendo ioga, tentando buscar essa coisa de amor quentinho com chuva em mim. eu ainda não superei você, sinto rigorosamente que preciso constelar você, você não tem nada que me diga algo correto.  será que você me gostou do jeito que te gostei?  amar precisa ter coragem! eu não me arrependo de ter chorado cada lágrima. um dia eu saberei quais dores são dores e quais amores são amores.  eu não consigo dizer que não te amo mais.  ainda tem coisa boa aqui! você não deixou eu comer até a rapa desse lance. mas de tudo que almejo pra uma relação saudável era aquele pequeno coiso que cê me dava. chamam reciprocidade. bem, eu preciso achar um jeito de me refrescar, de me deleitar, de me arrumar! como é que pode? já fazem dois anos e você nunca mais me deu feliz aniversário. todo dia 30 eu lembro de você, de maio, é lógico. dias 30 vem e vão, tudo passa! tudo! até esse amor. como é que não passou ainda?  bem mais uma vez, eu não entendo como as pessoas levam amores ao longo da vida, jamais conseguiria deixar algo passar.  queria te sentir de novo. é, eu queria!  dolorosamente terra  ps: a gente nunca pintou 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
minha relação com eles é muito longa. desde que me conheço por gente convivo com cahórros (eu coloco o acento pra ficar engra). é bastante doido como minha relação comigo foi moldada pelo convivo com eles e como a minha interação com eles foi se modificando ao longo da vida. hora saudável, hora desequilibrada. desde que comecei a reparar nisso e estudar sobre comportamento canino tudo foi se modificando e tudo foi, novamente, tomando forma saudável/forma desequilibrada. isso diz muito sobre mim na real, sobre as percepções que eu tenho da vida.   chuchu hoje passou por um momento terrível. na errônea tentativa de entrete-los dei um osso pra cada e o dele foi pequeno demais e ele acabou engolindo, porém era grande demais pra passar pela garganta. eu o vi desesperado e gritei minha mãe, ela falou: enfia a mão na boca dele. segundos apavorantes sucederam até a gente conseguir tirar o osso de lá. sentei no chão e chorei muito, tremia como vara verde e o chuchuzinho respirava aliviado, completamente atônito e bastante estressado. até agora não sei muito bem como consegui fazer aquilo, a gente tava do lado de fora só com a meia luz do poste e da varanda. eu não entendi nada só gritei minha mãe como quem grita por santo e quando ela apareceu trouxe toda força e sabedoria ancestral das guardiãs dos animais da nossa família. depois que ela pegou o osso e jogou pro lado de fora do muro parece que ela tirou um nó da nossa história. o susto pra mim foi tão grande que fui acender uma vela pra pombogira amiga dos cães e uma pro santo guardião dos bichos. senti de tomar um rapé e fiz questão que essa cerimônia singela fosse lá fora, onde esses bichos ficam um bom tempo. daí depois disso precisava dormir um pouco, depois desses roles estressantes eu tendo a ter uma baixa de energia gigantesca, tive um sono de 1 hora, e no sonho minha bisa, a vó Ana ou vózinha, veio me dar a bença. e eu senti como se ela que tivesse me ajudado com aqueles segundos terríveis. tudo está bem agora. vózinha, continua me abençoando, viu? foi muito importante!  te amo 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
o sol
o sol entra em câncer hoje, todas as coisas de uma vida inteira reverberam, sinto que é pra melhor, pra melhor. chegar até aqui não foi tarefa fácil, penei muito, sofri muito. chegar num consultório qualquer, com um homem qualquer, formado em uma faculdade de medicina qualquer e falar todas as minhas dificuldades e trânsitos mais traumáticos e ocultos até mesmo de mim é no mínimo desconfortável. é violento. ninguém tem respeito com as dores e as histórias de um povo. acho que somente quem já passou por dores iguais, ou talvez nem isso. tenho construído e tentado entender o quanto que todas as pessoas já passaram por dores e sofrimentos emocionais, psíquicos, físicos e etc. não me é possível pensar em alguma pessoa que se safou dessas dores. sigo tentando ter empatia por todas as pessoas, mesmo que elas não tenham por mim. e se elas não tem por mim eu tento me afastar e me deixar buscar ajuda em outros lugares.  eu sei que vai dar tudo certo, a busca de uma resposta ou várias respostas nunca é um caminho linear e bonito, apenas. tem pedaços que são tortuosos e cheios de espinhos, saber que a flor vai furar o asfalto e a gente vai conseguir prosseguir me dá um alívio. minha história é rodeada de dores, ver as dores das pessoas ao meu redor me deixa doente também. meu medo é que meu subterfúgio seja a fuga da empatia, que eu vire egoísta e meritocrática, mas pensar sobre isso já me dá a possibilidade de ser flexível. se eu levar a "ajuda" como profissão eu sinto que vou concluir um caminho. vou zerar a vida e sentir que vai dar tudo certo, arte é um crime. e nós precisamos ser gays e cometer crimes, crimes suaves que ajudam a viver. ração diária de acertos e afetos distribuídos aos montes.  a fronha de K me lembra uma fronha da infância. é bom estar aqui.  eu me amo, eu me cuido. pra poder amar e cuidar das minhas. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
27.06.20 os dias chuvosos fazem dos pisos das varandas paralisia de sujas coisas, tudo fica acumulado ali e tem que passar o rodo e a vassoura pra aquele piso ficar aceitável na vida entre quatro paredes. eu não gosto de como a água se acumula no batente do para-peito. quando os dias correm com a chuva presente a gente acaba por aceitar essa paralisia, não há o que fazer. pois a chuva continuará a cair não se importando com quantas sujeira você se incomode. o céu fica um pouco mais limpo nos finais dos dias mas ainda sim todas pessoas dessa cidade prevalecem com a quela sensação de precisar limpar a varanda mas sem muita opção. cidade essa que habitam seres e sereias. eu gosto do céu dessa cidade, tem coisa que só acontece no céu daqui. sob o céu daqui. eu lembro de todos os dias chuvosos, ou quase todos, acho graça como quase todo inverno eu dou um jeito de sempre dividir o sono com alguém que por um acaso me apaixonei. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
sabe, normalmente as manhãs são pra vislumbrar a natureza e comer bons ovos com queijo. mas aqui o passo tem que ser curto. de todo o modo essa não é, de fato, a minha casa. estranho, chegar e ver os bicho tudo com fome, não poder dar de comer ter que lidar com tudo de novo. e meu braço já começar a doer de cara. queria contar tudo pra K, queria não perder nem um momento com ele, mas é preciso ter espacinho. não tem preço ver meu irmão dormindo na minha cama, sinto ainda que vou salvar ele de algo. mas ele é tão grande e sábio já. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
quarentena dia 17/7/2020
toda vez que penso em escrever algo público ja tenho a sensação de que vão me analisar e medir meu grau de integridade pelas coisas que digo e penso. as coisas que inclusive eu vivo. sempre me vem a sensação de juízo de valores e quando estou escrevendo ou pensando em escrever já me da vontade de justificar e explicar as coisas. redes sociais são o maior vigiar e punir de todos os tempos, óbvio que em outros tempos sempre houve revistas de fofoca de famosos, jornais que falavam sobre as fitas das pessoas não famosas, assim por diante. mas hoje a gente faz essa questão de postar sobre nossa vida, nossos acontecimentos. a gente é doido por atenção e quando recebemos essa atenção nosso cucuruto fica a milhão. isso me confunde em muito. não me responde em nada. torço o nariz mais um pouco e desisto de ficar nas redes sociais, o frenesi é maior e aí me volto para elas novamente, vejo que nada disso faz sentido e que quero o mínimo de atenção. penso sempre em dizer coisas úteis e dar minha opinião sobre tudo, mas ao mesmo tempo é colocar em cheque tudo o que você pensa e sente e entende da vida. quero sempre melhorar minha escrita e quero sempre me mergulhar em papos profundos, tirar o substrato filosófico dessas coisas, mas a preguiça de me colocar no mundo como sou é maior. talvez seja essa coisa da aceitação de si, da compreensão de si. as vezes é bem difícil me ver. eu acho que só tenho conseguido me ver quando escrevo, doido isso. falar não basta. estudar, ler, assistir e viver não basta. parece que nunca vai bastar. mas escrever faz esse monte de coisas fazerem sentido, como se eu catasse a essência de tudo e organizasse. organização no meio do caos maior que a mim, você e tudo. em um momento ou outro tenho vontade de me publicar. mas ao mesmo tempo eu pareço ter vergonha disso. pareço não querer de fato me por no mundo. queria saber mais quais tempos verbais utilizar, queria saber quais línguas são bonitas de aprender. imagina só, aprender guarani. ou russo. essas formas tão doidas de comunicar, imagina pra um estrangeiro de países falantes de português o choque que deve ser? as formas de organizar as informações e gestos e tudo. acho que um pouco dessa vergonha e desse desassossego vem dessa minha falta de rumo e perspectiva. tenho vontade de fazer faculdade de terapia ocupacional, esse curso junta tudo o que eu sou, o que eu acredito, o que quero. mas pra passar nesse curso é treze, estudar é cabuloso. mas eu sei que eu consigo. eu devia estar estudando agora, mesmo sabendo todas as questões emocionais que esmagam essa minha disposição eu ainda não sei sair desse labirinto de manipulações e expectativas que eu e minha mãe criamos. essa minha criança interior ainda quer desesperadamente agradar àquela criança. estou andando em círculos dentro do labirinto. e chega um momento que a fome bate, que a dor no estômago é tamanha que só de pensar em cigarrear me dói. paralisada de anseios com esse futuro distópico pós pandêmico cigarreio. fumo feito caipora e tenho dores, são dores pra me autopunir. doidamente. é quase que um frenesi. e me lembro do filme de nise, daquela cena específica onde dois clientes interagem entre si com tinta vermelha derramada por um na cabeça de outro e um massageia a cabeça de outro com a tinta. e como aquilo é poético. "há dez mil modos de ocupar-se da vida e de pertencer à sua época" - artaud. me pergunto o que é que tenho feito. escrever sobre o que é que tenho feito tem sido a saída. memória é traidora. no meio da sanidade do transcrever na infinidade das horas tento achar sentido pra minha vida, pra meus feitos. e estou agora lutando com a vontade de não estar onde estou, fazendo o que estou fazendo. com a minha mãe. eu decidi que vou fazer isso como pagamento requerido por todo o amor e cuidados que recebi durante a vida. é um pagamento bem caro. queria estar em qualquer lugar estudando pra passar no vestibular, não. eu queria estar na casa de k estudando pro vestibular. pra conseguir avançar e fazer as coisas que tenho pretensão de fazer. imagina que bom: em vez de passar a tarde jogando the sims eu passar a tarde vendo aula de literatura e estudando espanhol. até mesmo matemática, minha premissa inicial era que ele me ajudasse com isso. mas tudo o que consegui fazer foi jogar the sims e ficar de xameguinho. me dá um nó na cabeça isso. por que é que eu não consigo avançar? dar um passo? dois, dez... eu não consigo. eu consigo lavar as roupas, consigo lavar as louças eu consigo falar sobre minha vida inteira. mas não consigo fazer algo por mim. inteiramente por mim, só pra mim. que não atinja outras pessoas, só a mim. a desaprovação de minha mãe com relação ao meu voo é gigante. todos os dias os problemas com minha avó sobrepuljam a minhas escolhas. como assim você vai ficar aqui o dia todo estudando e eu vou te bancar pra isso? e você não vai me recompensar. eu me separei do seu pai para te curar, eu estava muito bem no meu casamento com ele, foi você que atrapalhou tudo.nunca fui bem vinda. eu não digo isso para me terem como coitada. digo isso pois é uma realidade.mas sou eu quem tem que me aprovar. eu sei que é sobre isso e não sobre ela. mas conviver com esse olhar de desaprovação é mais difícil do que parece. e ainda por cima fiz a burrada de compartilhar isso com meu irmão mais novo, ele que também quer ser salvador de tudo. compartilhei com o intuito de encontrar uma resposta, mas não a encontrei ainda. 
1 note · View note
ossosdevento · 3 years
Text
gente leon chegou, com ele toda uma brisa de romance resplandece no horizonte. e olha que oportuno, não? vamo falar de relacionamento rapidinho. vcs são lokos pra que eu fale de não mono, então bora.das coisa que aprendi com esses 7, quase 8 anos de relações abertas: 1 - ninguém vai te completar, não tem tampa da panela, não tem metade da laranja. nem parte de quebra-cabeça. eu sou um ser inteiro e repleto de complexidade que é intangível. as pessoas com quem me relacionei durante toda minha vida, sejam bons ou ruins os decorres, nunca conseguiram me completar. das relações mais longas e mais bonitas que tenho até hoje são com certeza parte de quem sou, mas de uma maneira que viram pra complementar, trocar, na reciprocidade. 2 - eu não vou salvar ninguém, ninguém vai me salvar. eu não vu cuidar de nunguém e ninguém vai cuidar de mim. mesmo que queiramos essas dinâmicas relacionais elas não se sustentam por muito tempo. é um esforço extra tentar cuidar de outra pessoa, nós temos que nos cuidar antes de querer partilhar coisas. nós somos responsáveis apenas por NOSSOS sentimentos e, como no primeiro item, eles são intangíveis. 3 - as decepções e frustrações vão rolar. a comunicação é o meio pelo qual nos guiamos para resolver esses conflitos, mesmo assim ela nos trai. vai precisar tempo, meditação, terapia, mais comunicação, desenho, arte, dança, tristeza, felicidade, choro, altos e baixos e tinta... sempre com a atenção voltada para si procurando ter suas necessidades atendidas. você não pode responsabilizar outras pessoas por suas necessidades não atendidas. quer dizer, poder você pode, você pode o que bem entender. mas na minha experiência isso não é algo que se sustente. também na minha experiência eu reparo ao máximo se quem eu estou me relacionando tem a abertura para tentar compreender as minhas necessidades e abertura para expor as necessidades delu. caso isso não esteja acontecendo, eu não bato em ferro frio, nem dou murro em ponta de faca. eu saio do barco. mais vale um barco espaçoso e com todas as tauba no lugar do que um barco com furos e remendos ineficazes. 4 - buscar se relacionar de forma autônoma é bastante diferente de se sentir abandonado. em muitos momentos desses quase 8 anos eu necessitei de um colo, bem como essas pessoas também. dar esse apoio não é obrigatoriamente que vai rolar a dependência emocional. dar afeto, amar com profundidade e com superficialidade, com delicadeza e atendendo a necessidade de todas as pessoas envolvidas não significa que você esteja criando essas dinâmicas de dependência, com o tempo a gente fica mais afiado pra reparar quando que pode tá rolando uma coisa ou outra. o equilíbrio entre a dependência e o abandono vai ser alcançado dentro de cada relação, com cada pessoa. importante lembrar que todas as relações são paralelas. a gente tem que ir testando. 5 - compreender que relações são feitas principalmente com nossas formas mais legítimas de ser nas relações e na vida particular. amor não sustenta relação alguma. o que sustenta o amor é a forma de se relacionar. se uma relação me desgasta mais do que me faz sentir bem o amor acaba. amor romântico, amor de família, amor de amigue, amor de qualquer coisa. acaba. 6 - liberdade de fato faz parte da relação. e não é só a liberdade de relacionar-se com mais de uma pessoa. a liberdade de poder falar o que precisa e o que quer, a liberdade de ter seu hábitos, suas opiniões, seus projetos solo, su amigues, seu role. e saber que quem vc está tendo uma relação fique feliz e orgulhose disso. 7 - ciúme é uma parada muito normal. feliz e infelizmente. feliz porque somos pessoas de carne e ossos. e infeliz porque a sociedade construiu esse surto coletivo. bem. ciúme é antes de mais nada uma parada muito complexa que está muito ligada com nossas inseguranças, medos e traumas. nesses casos é importantíssimo buscar apoio psicológico e informações sobre saúde mental, aliás é sempre importante. daí o que a gente faz com o ciúme então? a gente tenta se comunicar, a gente tenta ser o mais sincere possível. a gente tenta fazer tangível nosso sentimento. e também abre os ouvidos para escutar as vulnerabilidades do outro. se não rolar comunicação, acolhimento com esses sentimentos e uma tentativa de resolução talvez o barco esteja sendo remendado de uma forma não tão funcional. mas, novamente, nós somos responsáveis pelos nossos sentimentos. saber a raiz dele e saber os limites dos seus desconfortos faça bem. 8 -
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
tilintar das horas coloridas
tem o tilintar dos zíperes dos casacos de frio, agosto é o tempo que situa esse escrito. depois tem os sons de galinhas enclausuradas da vizinhança e tem o som das galinhas soltas da outra parte da vizinhança. coisas que realmente não importam para meus problemas e felicidades atuais, mas que mesmo assim me catam pelo coração e fazem da vida uma grande sopa de coisas que eu, com meu sentido de super herói, quero resolver. tem a chuva que se prenuncia faz uns 3 dias já, mas que não molha nenhuma roupa no varal. aquecida retiro meu casaco. cubro a pequena cachorra velha com ele. lilica. as coisas ficam diferentes, por um instante ela não gosta desse casaco, outro instante ela ainda não o recebe bem. sentada e confusa ela olha o chão e tenta se ajeitar, apoiando a cabeça no casaco quente. preciso cobrir a parte do corpo dela que está descoberta. hesito. acho que vou incomodá-la. deixo como está. tento me perceber e sei que estou tensa, os ombros e a lombar me dizem: as coisas vão mal por aqui. o problema é mais que meu corpo físico. o problema é meu coração. tenho caspas cor de rosa. não, fiquem tranquiles! ainda não tem bala de goma saindo da torneira e gramíneas cor de fogo flamejando e uma fogueira d'água de coco feita no quintal de terra de amêndoas. a explicação pra caspa cor de rosa é só a descoloração do mês passado conjunta a coloração rosa neon dessa realidade concreta, dura e nada fantasiosa. o amargor do café me deixa feliz e triste. já o isqueiro acabando me dá a sensação de descontentamento, nesses tempos pandêmicos é bastante complicado sair pra ir na vendinha comprar coisas cotidianas. as pessoas daqui não podem entrar nos mercados sem máscaras, mas podem sim. me preocupo, mas ao passo que também entendo cada pessoa que desconfia e confia nesses 100 mil mortos. o que é que dá pra fazer? a realidade é absurda. viver no tempo atual, não só esse agosto que disse no começo, mas a pandemia mesmo... deixa qualquer ser humano meio atordoado, bastante atordoado na verdade. meu dedinho do pé que o diga, tem 2 dias ou mais que ele permanece roxo. derrubei - sem querer! - meu notebook velho e surrado pesado nele. pesado para meu dedinho do pé, mas leve para minhas costas. tenho as unhas das mãos inflamadas por roer as pequeninas cutículas laterais. o dedo polegar direito tem uma fissura de ralar mussarela. ou será presunto?não posso lavar a louça. o tilintar disso acordaria as pessoas de cabelos trançados que dormem no quarto ao lado. me sinto feliz por saber que elas dormem. tenho dores de cabeça de tanto morder minha própria mandíbula.  ainda penso no céu, ainda quero olhar pra ele pensar que nada do que me preocupa agora tem que me preocupar de verdade.  a vida é encontrar fissuras nos nós das ansiedades infinitas e respirar tranquilamente com dores nos dedos. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
eu me sinto soturno.eu sei que sou assim, pra mim é algo que levo a cada passo que dou. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
n
querida N há muitos anos nós nós trombamos na caminhada da vida. hoje eu sinto de pedir perdão por fazermos parte uma da vida do outro. na época você era uma das pessoas mais lindas e interessantes que eu avistava nessa cidade. sempre quis ser descolada como você. com o tempo
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
anarquia não é ser louco. nem ser são. não é sobre ser radical. ou sobre botar fogo em tudo. mas é sobre tudo isso também. apesar de todos os dias eu querer atirar em anjos disfarçados de cidadãos de bem. e eles também quererem minha morte mortal e mortífera. talvez seja por isso que meus órgãos doam tanto. eu sei, pai, eu sei que foi você. eu sei que foi seu pai também. e que foi seu tio. e também as meninas do seu colégio. eu sei pai. eu sei. eu sei de tudo porque o tempo é mais do que rei. ele é a própria maldição da família adoecida. você me roubou o estômago. e a possibilidade de ter dentes saudáveis. porque dentes, pai, dentes tem raízes. e você sabe disso. minha mãe vai bem, ela ainda detém sua criança interior no colo com você a controlando. eu tenho dores nos seios. mas tenho orgulho de tê-los.a terra, dizem que ela é quem nos cega. mas eu sei que são os anjos. a terra desnuda, quente&fria. que dá de comer e mata de fome. é justa. os anjos não tem nada a ver com a anarquia. o tarot? ele gosta de hierarquia. minha bunda dói ainda com a b12 aplicada. você imagina se fosse testosterona? é? porque eu não. nunca quis ter barba. mas o amor é mais fácil de ser conquistado com a t. sabe que eu penso que ser nb e feminino é solitário? sabe que eu me identifico com quase ninguém. enfim, vou dormir porque as horas são altas e amanhã tem cachorro precisando de cuidados. coisa que você nunca deu. nem vai dar. 
0 notes
ossosdevento · 3 years
Text
unhas
as unhas tem me sido uma grande questão, nem sei direito como abordá-las. de fato são grandes marcadores de gênero, não há muita poesia nisso. hora minhas unhas crescem e se tornam o marcador feminino e depois as corto e com toda minha experiência de sapatão e com a experiência do mundo conosco sabem que é sim para facilitar o sexo. mas ao mesmo tempo o nó na cabeça de todes vem latente. afinal é uma "mulher" que namora um "homem". então qual a necessidade de ter as unhas curtas? deus, será que ela... meu deus, como pode uma coisa dessas? *choquita* como é que uma mulher namora um gay? como é que uma mulher não se dá ao respeito e quer comprar uma roupa de dormir de mulher pro namorado? quando a vida privada é também política! pois é, nem eu nem K temos papéis de gênero óbvios dentro da nossas relações sexuais. recomendo a todas as pessoas a sodomia. santa, sagrada, purificadora, crística sodomia. entre uma crise de ansiedade e outra tudo que surge é a questão de como devo abordar esses assuntos tão políticos e tão íntimos. só de pensar nisso eu sinto os cristão vindo atrás de mim com armas de fogo flamejando. vejo o patriarcado se derretendo em lágrimas. sigo com meus chás calmantes e gelados praticando todas as sodomitas possíveis. minhas unhas oscilam em grandes e curtas. vivo dando a desculpa de que preciso mantê-las curtas porque faço massa de pizza e é anti higiênico. rio por dentro e todo mundo saca a grande falácia que está ao redor disso. só a bruxaria dos chás e o anal contra o capital que são possíveis, o resto é anarco capitalismo. 
1 note · View note
ossosdevento · 3 years
Text
eu não tenho muita paciência pra dar e vender. dinheiro já não é mais escasso mas cada parte dessa pequena casa tem um problema pra se arrumar. meu estômago vai de mal a pior e eu fumo mais do que caipora. o desgosto da minha mãe perante a todas as coisas que fazemos ou que está pelo caminho é desanimador, tudo é maravilhoso em um momento e em outro todas as coisas já são péssimas. imagino por dias e dias que fugir e não voltar seria a solução  
0 notes