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As investigações estavam especialmente tediosas naquela semana e a sargento Avalon Drake não se orgulhava de ter passado a maior parte do seu turno jogando cartas com Cesar, mas apenas porque os dois não tinham absolutamente nada para resolver, até mesmo o superior de ambos havia jogado uma rodada. Ao final do turno, ela e o parceiro atenderam uma ocorência de roubo, uns adolescente idiotas que queriam encher a cara e furtaram uma loja de bebidas. Ninguém havia se machucado, e no fim, todos estavam em casa, com pais avisados e seguros, apesar de bêbados e com uma advertência policial. Ava só queria chegar em casa e descansar, mas quando os colegas chamaram ela para o happy hour acabou dando uma passada, mandou uma mensagem para a esposa, mas demorou pouquíssimo com os amigos da delegacia, queria aproveitar o tempo com Becca antes do próximo longo turno da esposa. Além disso, havia prometido ajudar a filha com um trabalho da faculdade.

Passou no restaurante favoito da família e pegou o que elas sempre pediam, já sabia tudo decorado, gostava muito daquele tempo em família, apenas por isso não tinha demorado mais com os amigos. Ela e Cecília nunca haviam tido aquilo quando mais novas, já que podia resumir a mãe de ambas com duas palavras “vaca interesseira”, e pensar que a própria Avalon havia se tornado policial inicialmente para tentar tirar aquela vigarista de confusão. Em meia hora estava entrando em casa com as sacolas. - Hey meus amores! - Chamou animada, com um sorriso leve no rosto. - Eu cheguei e trouxe o que vocês mais amam, comida! - Comentou rindo, ainda alto o suficiente para que ambas ouvissem. - Vou arrumar a mesa, desçam pra comermos juntas! - A policial praticamente cantarolou, empolgada em jantar em família, depois talvez ver um filme e aproveitar, depois de um dia tedioso no trabalho.

☼  ― ❝ Clap along if you feel like that's what you wanna do

☼  ― ❝ Uma das coisas que a loira menos gostava era de quando seu esquadrão pegava o turno da noite por conta da escala 12/36. Trabalhava doze horas seguidas e descansava por 36 horas. Ocasionalmente acabava pegando o turno das dez da noite até as dez da manhã, o que não gostava muito. Claro que amava os colegas do esquadrão e era divertido estar com eles no quartel. Só não gostava do turno da noite pois chegava em casa cansada e tinha que dormir, perdia uma parte do dia que podia ficar com a filha e esperando a esposa chegar depois do trabalho. Chegou na casa vazia e levou sua mochila do trabalho pra lavanderia, colocando suas roupas sujas já pra lavar e pendurando a mochila no gancho de sempre. Ela foi tomar um banho rápido e colocou uma camisola confortável, pegou um pote de cereal com leite e sentou na varanda de casa, vendo a praia de longe. Não se arrependia por nenhum momento de ter se mudado para Oasphis. Sentia só falta da família em Burktown, mas não tinha nenhuma vontade de voltar para lá. Comeu o cereal olhando o mar, cansada, mas com um sorriso no rosto. Sabia que a esposa ia chegar em casa lá pelas sete horas da noite e a filha lá pelas quatro depois de voltar da faculdade. Todo dia ela saída cedinho para outra cidade e depois voltava para casa. Rebecca não negava que gostara da decisão da filha de continuar morando em casa, mesmo que fizesse uma viajem todos os dias para ir pra aula.

☼  ― ❝ Depois de comer, Becca deitou-se na cama, abraçando o travesseiro da esposa e sentindo o cheiro dela longamente por um momento. Não demorou muito para ela acabar caindo no sono, completamente cansada e apagada depois das doze horas de trabalho e duas ocorrências de incêndio. Ainda bem que nas duas ocorrências tudo tinha dado certo, sem nenhuma vítima no lugar e apenas algumas pessoas que acabaram com algumas queimaduras e um pouco sem ar com a fumaça. Tinha dias que eram literalmente infernais, que ela acabava não conseguindo salvar as vítimas do incêndio e o clima no quartel ficava horrível. Pelo menos daquela vez não fora daquele jeito. Acordou lá pelas quarto com a filha chegando em casa. Como sempre Meredith tomava um banho e deitava do lado da mãe para cochilar um pouco. Becca dormiu mais um pouco, antes de ouvir as chaves de casa lá pelas 19 horas da noite. Sabia que a esposa tinha chego e provavelmente traria a janta depois do turno na delegacia de Oasphis. Sua filha já não estava mais deitada na cama ao seu lado, provavelmente tinha levantado antes para fazer algum trabalho da faculdade ou algo parecido. 

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i need a super hero cause i’m just a girl.

@oasphis​

Taylor estava um pouco bêbada e com certeza bastante arrependida de ter ido aquela festa idiota, estava ouvindo o cara falando, mas não prestava a menor atenção no que o outro dizia de fato. Harver estava de saco cheio de tudo aquilo, mas não queria voltar pra casa, por isso fingiu mais uma vez rir da piada do babaca a sua frente. Em um momento qualquer a loira o interrompeu e pediu licença, a desculpa era ir ao banheiro, mas só queria fumar um cigarro e respirar um pouco. Afastou-se da multidão e pegou um cigarro no maço que estava dentro da sua bolsa, levou o mesmo a boca e o acendeu, estava quase conseguindo parar de fumar, mas nos ultimos dois dias sua vida estava infernal, então não conseguia deixar aquele vício de lado, estava quase enlouquecendo, por isso apelara para a nicotina. Terminou o seu cigarro no exato momento em que o homem de minutos atrás reapareceu, parecia ainda mais bêbado e um tanto quanto irritado por Taylor ter o deixado sozinho. 

- Easy boy, eu não lembro de ter prometido ficar te fazendo companhia. - Foi então que ele segurou o seu braço e a loira olhou para ele completamente confusa, aquilo não fazia o menor sentido, Taylor tentou se soltar, mas o homem claramente era maior e bem mais forte do que a loira. - Me solta! Você está me machucando! - Reclamou e era verdade, o maior estava apertando o seu braço tão forte que parecia que ia quebrá-lo a qualquer momento, no entanto, não era a dor que estava incomodando a mulher, o que mais a irritava era se sentir indefesa e impotente diante de um agressor, estava possessa de raiva e nem podia fazer nada porque não tinha tanta força. - Me solta! - Gritou dessa vez, o mais alto que podia, tentando soar ao menos um pouco ameaçadora, mas isso pareceu deixar o bêbado animado, o que fez com que ele puxasse a loira par amais perto e passasse o braço ao redor de sua cintura, fazendo com que ela sentisse o bafo daquele homem nojento. - Me solta caralho! - Sua voz assumiu um tom levemente desesperado e Taylor tentou novamente se soltar, agora empurrando o outro, mas seu empurrão não fez o menor efeito e ela começou a temer de verdade pela própria segurança.