Tumgik
#evento:equinócio de inverno
maekar-c · 6 months
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Bônus para leitura
O ar gélido arrepiou sua espinha. As velas se apagaram de repente e caíram como a chuva, mas lentamente como penas sem nenhuma resistência do vento. O clima lúgibre o preocupou no exato instante em que se instaurou, o envolvendo como se a felicidade do mundo tivesse deixado de existir. Sentiu o corpo querer fugir e se esconder, seja lá onde conseguisse sentir-se seguro longe de todo e qualquer mau que pudesse vir a acontecer. Todavia, como sempre seus pensamentos de proteção recaem sobre a irmã, Maekar a pouco havia deixado @ravween -- após o filme no cinema -- enquanto partiu atrás de Hazal quase que no mesmo instante em que percebeu que as coisas poderiam piorar.
Os passos apressados o levam sem rumo, ao mesmo que os olhos procuram pelo rosto familiar ou cabelos lisos castanho, entretanto, estes foram interrompidos quase que de sopetão. Do aglomerado de alunos um se destacou. Levitou até mais alto que a altura dos olhos pudesse acompanhar, alto o suficiente para ter a atenção de todos e era isso o que ele queria.
Das palavras desconexas e quase sem sentido, uma poesia de mau agouro era proferida. Uma poesia profética solta aos ventos frios que as carregam até os ouvidos de quem detinha sua atenção. Palavras de poder, de domínio e de certeza de que um fim chegaria. Palavras estas que causaram pânico, que fizeram seus músculos retesarem perante a grossa voz do garoto que simplesmente desabou sobre o chão em um baque surdo.
Em meio a gritaria o chão se inundou com uma água que não tinha de onde vir ou por onde entrar. Jorradas do meio do nada indo para lugar nenhum enquanto as pessoas corriam e gritam por ajuda, socorro ou apenas gritam pelo medo e desespero. @justabreezz está descontrolada, criando seus fios de água que aos poucos se tornam torrentes varrendo tudo por onde passa. Por um breve momento com um gesticular de mãos ou um brandir de braços Maekar controla o líquido traçando um caminho molhado para a saída, cuja força da correnteza arrebenta a grande porta do hall de entrada. - Breeze! - Ele grita por cima do marulho dando um passo de cada vez se aproximando aos poucos da moça. Os braços estentendidos tentam firmemente manter as águas no percurso que traçou, segurando a corrente de água ferrenhamente evitando que se desvie e corra em direção aos demais. - Breeze... Se acalma. Ei... Olhe para mim. Preste atenção em mim. Foque na minha voz, respire. - Suas palavras eram calmas, embora precisasse falar mais alto que o forte som da água corrente. Aos poucos sente a energia se esvair e o corpo começar a enfraquecer, como o terminar do combustível de uma máquina rodando atodo vapor, dificultando o seu domínio sobre toda aquela água. Aos poucos a calmaria foi tomando conta de Breeze, a medida que Maekar tenta conversar com ela, com palavras calmas e compassadas, a atraindo de volta à realidade, de volta à si até que finalmente pôde se soltar do controle daquela torrente.
Seus olhos ainda procuram pela irmã, ao mesmo momento em que em sua mente um zunido começa. Aquele pi de fundo que aos poucos irrita qualquer pessoa que o ouve. - Hazal. - Ele chama. - Haz... - Continua a chamar cada vez mais alto acima de qualquer grito que pudesse o sobrepor. Encheu os pulmões e com seu domínio sobre o ar gritou o mais algo que conseguiu deixando o vento levar sua voz, mas ainda assim não a uuviu de volta. O pi aumentou tanto de altura quanto de intensidade. Aos poucos se tornando um zunido mais alto, mais alto e mais alto. O barulho insuportavel grita em sua cabeça e provoca uma dor descomunal. Os joelhos protam sore o chão enquanto as mãos estão em ambas as têmporas e ouvidos, como se o zunido viesse de fora -- mas está dentro da sua cabeça. O chão em seu entorno estremesse em resposta aos seus poderes que começam a fugir do controle. O piso se racha e as lascas levitam e o rodeiam. O ar em sua volta se agita como se um grande ventilador estivesse ligado e água começa a surgir em seu entorno tão descontrolada quanto o forte vento que assopra por e para todos os lados. A garganta arde com os gritos de dor enquanto corpo se encolhe em posição fetal atrás de algum conforto e alívio da dor escruciante que sente no cérebro. Mais lascas se soltam do piso que continuar a rachar devido ao tremor, e voam para nenhum lugar específico se chocando contra as paredes, barracas, e talvez até pessoas ao passo que seu corpo enfraquece por conta de tanta dor.
Ainda que o zunido esteja presente, seu corpo não mais responde ao estímulo de dor. Ele sente que ela está presente, entretanto, seu corpo não quase não responde ao seu comando e, quando achou que desmaiaria, o barulho cessou. Em sua volta a destruição estava feita. As paredes rachadas com alguns buracos, o chão remexido como se um terremoto tivesse atingido o interior da academia, plantas fora dos vazos espalhadas por todos os lados misturadas à lama que escorre o chão. Enfraquecido o Charming tenta se levantar quase sem sucesso ainda com a mão na têmpora procurando um sossego, mesmo que o zunido tenha cessado. Todavia, tão lentamente tenha se levantado, rapidamente voltou ao chão.
Maekar apenas sentiu o empurrão em suas costas e não tardar a dor que desceu espinha abaixo. @cachorrao o tem em seus dentes puxando pelo tênis aos poucos subindo pelo tornozelo. Ele tenta lançar uma lufada de ar, mas o que consegue é apenas uma brisa, que talvez tenha irritado ainda mais o lobo que o toma um dos braços por entre os dentes e o aperta cada vez mais. As costas ardem contra o chão barroso onde sentiu o empurrão, ao passo que tenta se livrar dos domínios dolorido do lobo que insiste em manter os dentes em seu braço. Em mais uma tentativa, Maekar brande o braço solto que faz o barro se unir e investir contra o lobo que finalmente o solta e corre para o lado contrario, entretido com quem quer que fosse a próxima vítima.
O luz começa a deixar os olhos. A dor do braço e tornozelo se juntam com a da cabeça e o corpo cansado se deixa levar à tranquilidade que aos poucos o acomete. Seu cérebro começa a desligar e os musculos relaxarem, apesar dos ferimentos e os estímulos da dor irradiarem pelo corpo -- mas ela mais adormece do que dói de fato. Maekar vê alguém se aproximar, mas não consegue enxergar quem e o último vislumbre que tem é a visão embaçada escurecer.
Bônus para leitura
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