Tumgik
#quem me estressou e não resolveu nada e só saiu falando mal de mim meu mais sincero: espero que se exploda
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New York: Starbucks
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Uma parte minha se sentia mal por não ter ido ao aniversário da Maria; por ser a primeira festa real em que eu era convidada, porque a pessoa que tinha me enviado o convite realmente me queria lá e porque eu tinha dado muito duro fazendo o vestido de valsa dela e queria ver como tinha ficado, mas a outra sabia o quão deslocada e entediada eu ia acabar ficando naquele sweet sixteen e eu não conhecia ninguém que tinha confirmado a presença fora algumas cheerios - que não gostavam de mim, só pra completar - e seria uma perda de tempo total e de um vestido de festa que eu poderia usar outro dia, eu terminei aquela pequena batalha do “devo ou não devo ir” enviando um par de brincos de diamantes cor-de-rosa pra Harwood e um pedido de desculpas, queria fotos da cerimônia e esperava que ela não se sentisse mal em tudo. Eu tinha uma coisa melhor pra fazer, além de tudo. Eu não acredito que virei seu motorista particular. Na verdade ninguém pediu pra você me trazer, eu sempre soube me virar com o metrô, mas acho que a palavra “Kevin” e “encontro” na mesma frase te fez me oferecer essa carona, Kaden.Corrigindo, não acredito que virei seu motorista particular e estou sendo atacado por isso. A verdade é que eu ainda não tinha conseguido a droga da minha carteira de motorista por muitos motivos - um deles é porque os meus pais estavam atrasando o meu exame por medo ou porque gostavam da minha dependência -, o que me deixava livre pra usar todo e qualquer tipo de transporte público de NY até meus pais ou a própria Nola intimarem meu irmão a me levar pra algum lugar… O que, na maioria das vezes, não era bem o que o Kaden queria fazer, o que resultava em nós dois discutindo mais do que o normal e por coisas bobas e absurdamente sem nexo. Por algum motivo, o Kaden foi o primeiro a se oferecer pra me levar até o Starbucks e sem reclamar naquela noite e eu desconfiava que era a superproteção dele e não fato de estar chovendo ou qualquer outra coisa, ele queria fazer o irmão responsável e eu não conseguia levar aquilo a sério. 
Eu achei que você ia pra festa da Maria…
Eu achei que você estava reclamando a um minuto atrás. Fala sério, é só um encontro, vamos tomar chocolate quente e fui eu quem chamei ele. Quem vê até pensa que você nunca saiu com alguém. 
Ah, ótimo, então vamos falar de mim. Izzy, você é a minha irmãzinha e…
Kaden, quer comparar chamar o Kevin pra tomar chocolate quente com todas as vezes que você chamou uma garota pra estudar no seu quarto e eu era obrigada a sair do conforto do meu pra não ser traumatizada? - Questionei o meu irmão incredulamente, percebendo que tinha ficado no carro estacionado uns bons cinco minutos desde que tinha chegado e estava checando o meu celular distraidamente, tentando não dar atenção ao meu irmão e aos argumentos furados dele, que eu, confesso, quase estava achando graça. Eu já estava nervosa o suficiente naquela hora - era o meu primeiro encontro, com o primeiro garoto que eu de fato gostava e meu primeiro namorado de brinde - e não precisava de mais nada. 
Quer saber, você venceu. - Meu irmão respondeu depois de alguns segundos hesitando e não sabendo como reagir, o que me fez rir, um riso que ele acompanhou e eu podia dar aquela pequena discussão como terminada, como todas as outras; eu e Kaden éramos muito unidos pra ter qualquer coisa séria separando nossa conexão. Depois que a coisa toda terminou, fiquei me perguntando mentalmente porque eu ainda não tinha saído do carro, eu sentia que meu irmão queria falar alguma coisa, na verdade, qualquer coisa sobre um breve ocorrido nosso naquela manhã, e eu só estava esperando ele fazer isso, enquanto olhava a chuva ir e voltar muito rapidamente, uma coisa que eu odiava em NY naquela época. 
Sobre hoje mais cedo. - Ah, então ele resolveu falar.
 Você não precisa se preocupar, eu estou bem.
 Isabelle, somos só nós dois na maior parte do tempo e eu acho que é normal me preocupar quando você desmaia do nada. - A pior parte de tentar ser perfeita nem era a dor no estômago ou sentir que cada vez mais eu me perdia no objetivo que eu mesma tinha criado, mas a parte disso se tornando um pedaço da vida de outras pessoas e elas começarem a se preocupar com isso, mesmo que não soubessem da coisa toda, ainda era um tanto irritante e eu não sabia como responder nem reagir, preferindo proferir uma serie de “está tudo bem” e “não é nada”. Maior problema do que isso, era que o Kaden não era o único que tinha presenciado algo do tipo. - Seja como for, sou seu irmão e você precisa confiar em mim e saber que estou aqui pra você, se precisar chamar a Nola… 
Não precisamos da Nola, eu já disse, não foi nada, deve ser só o estresse das provas finais ou sei lá. Ah, por falar nisso, você não devia tá passando o seu sábado em casa estudando pra uma certa bolsa na Universidade de Seattle? - Era um jeito de cortar aquele assunto e sumir nas ruas de NY o mais rápido possível, mas eu também estava preocupada com o desempenho do meu irmão com a parte da vida universitária dele chegando tão rápido e eu sabia o quanto ir pra aquela faculdade era importante pra ele.
 Você tem razão e eu não quero ver você dando uns amassos. Então, vaza. Eu tenho um compromisso com os livros, me liga quando a sua coisa acabar. - Deixei o carro do meu irmão rindo antes de acenar brevemente pra ele, me perguntando se o compromisso dele era mesmo com os livros, antes de mandar uma mensagem pro Kevin, falando que já tinha chegado na rua do café e estava congelando.
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